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ensaio psicanalítico sobre o ciúme
Já lhe dei meu corpo, minha alegria Já estanquei meu sangue quando fervia Olha a voz que me resta Olha a veia que salta Olha a gota que falta Pro desfecho da festa Por favor Deixe em paz meu coração Que ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota d’água Pode ser a gota d’água Pode ser a gota d’água (De Hollanda & Pontes, 1975) Clássico do teatro grego, Medeia, de Eurípedes (431 a.C.), retrata a tragédia de ciúme da mulher abandonada por seu marido, Jasão, a quem Medeia muito havia ajudado. Jasão tinha ido a
rivada de um trabalho de Oduvaldo Vianna Filho, que adaptara a peça grega clássica de Eurípedes sobre o mito de Medeia para a televisão, e à memória de quem foi dedicada. No prefácio do livro, os autores registram: “O fundamental é que a vida brasileira possa, novamente, ser devolvida, nos palcos, ao público brasileiro. Esta é a segunda preocupação de Gota d’água. Nossa tragédia é uma tragédia da vida brasileira” (p. 14). A montagem original contou com coreografia de Luciano Luciani, cenografia e figurino de Walter Bacci, direção musical de Dori Caymmi e direção geral de Gianni Ratto.
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