PNLD 2022: MANUAL DO PROFESSOR

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Elaboração do Material para Professores: Kátia Chiaradia Livro do professor código do livro PDLP0002030174P220201000000

MÃOZINHAS

Aloma Carvalho

ilustrações de Erika Astronauta

1ª edição — Maio de 2021

Projeto Gráfico e Diagramação

Alan Maia

Elaboração do Material para Professores

Kátia Chiaradia

Revisão Hugo Almeida

Categoria: Creche I

Tema: Corpo humano e suas características; Aventuras em contextos imaginários ou realistas, urbanos, rurais, locais, internacionais

Gênero: Narrativo

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Chiaradia, Kátia

Material Digital do Professor: Mãozinhas/ Kátia Chiaradia, — 1. ed. — São Paulo : Garnier Briguiet, 2021. 32 p.

Bibliografia

ISBN: 978-65-86588-84-2

1. Literatura – Estudo e ensino 2. Prática de ensino

3. Carvalho, Aloma. Mãozinhas – Análise e crítica

I. Título

21-0988

Índices para catálogo sistemático

1. Literatura — Estudo e ensino 807

CDD 807

VILLA RICA EDITORAS REUNIDAS LTDA - EPP

CNPJ: 38.742.276/0001-18

Rua São Geraldo, 53 – Floresta

Cep: 30.150-070 – Belo Horizonte – MG

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3 Sumário Informações sobre a obra ...........................................................4 A obra.................................................................. A autora .................................................................. A ilustradora ........................................................................... 5 Uso .........................................................................................6 Categoria 6 Tema .....................6 Gênero ..................6 Educação Infantil — aprendendo por experiências .......................7 Brincar e ler na Educação Infantil ............................................9 Mãozinhas e os campos de experiências ................................... 10 Campo de experiências “O eu, o outro e o nós”.................... 12 Campo de experiências “Corpo, gestos e movimentos” ........ 13 Campo de experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação” .......................................................................... 14 Campo de experiências “Traços, sons, cores e formas” ........15 Campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” ...................................................17 Vivências e propostas para Mãozinhas ..................................... 19 Literacia Familiar ..................................................................... 24 Referências Bibliográficas e Sugestões de Leitura ....................26

Informações sobre a obra

MÃOZINHAS

LENDO SEM VIRAR O LIVRO

Mãozinhas é um livro especialmente pensado para os bebês, mas também para o mediador que quer compartilhar momentos de leitura com eles, criando um momento de cumplicidade e afeto que transforma a sua conexão com a criança. Por isso, de forma inédita, todo o texto do livro está na quarta capa, redefinindo o conceito de leitura em voz alta e posicionamento do adulto durante a leitura – que, assim, poderá mostrar o livro aberto para o bebê enquanto lê a narrativa escrita na quarta capa. Aprimorar o suporte “livro” para que também o adulto construa os seus modos de ler em voz alta faz parte das pesquisas da autora.

. A autora

Aloma é o nome artístico de Aloma Carvalho, pedagoga e professora de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Já atuou em projetos educativos desenvolvidos pelo MEC e pela UNESCO voltados para formação de educadores da Educação Infantil e para a elaboração do currículo escolar nas áreas de Alfabetização, Ciências, História e Geografia, tanto para o segmento da Educação Infantil como para o Ensino Fundamental. Há mais de vinte

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(Aloma Carvalho / Ilustrações de Erika Astronauta) ©acervopessoal

anos escreve livros escolares. Ela aproveitou o conhecimento adquirido nessa experiência para escrever também livros para a primeira infância que ajudem no desenvolvimento leitor e estimulem a leitura em família de forma prazerosa e ativa. É editora e curadora editorial da Editora Bamboozinho e também influenciadora digital no blog Bebê Leitor, que trata de divulgar a literatura infantil nacional, escrita e ilustrada por profissionais brasileiros, e de difundir a leitura em família e a formação do leitor desde a primeira infância. Seu trabalho pode ser apreciado no site Bebê Leitor: www.bebeleitor.com.br (acesso em 19/abril/2021).

. A ilustradora

Erika Astronauta cursou Design Gráfico na Escola

Técnica Estadual (ETEC) Carlos de Campos e no Centro Universitário Senac, em São Paulo. Além disso, se formou em História da Arte no Institut d’Études Supérieures des Arts (IESA), em Paris. Depois de experiências nas artes plásticas e no design, aterrissou de vez no universo da ilustração, principalmente infantil. Já ilustrou livros de diversos escritores e os próprios. Venceu o Concurso Citi Novos Artistas em 2009. Em 2017, foi uma das fundadoras do Coletivo Jacaré na Porta, grupo de estudos e criação de literatura infantil e infantojuvenil.

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©acervopessoal

. Uso

Para que o professor leia para as crianças.

. Categoria:

Creche I

. Tema

Animais da fauna local, nacional e mundial; Corpo humano e suas características; Aventuras em contextos imaginários ou realistas, urbanos, rurais, locais, internacionais.

Narrativo

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. Gênero

Educação Infantil — aprendendo por experiências

“As crianças aprendem porque querem compreender o mundo em que vivem, dar sentido às suas vidas. As crianças vivem de modo narrativo suas brincadeiras, pois elas formulam e contam histórias ao mesmo tempo em que dramatizam.” (BARBOSA; FOCHI, 2015, p.230)

É direito da criança, na escola, viver a própria vida enquanto a entende e a descobre a partir de suas múltiplas experiências.

Cada criança é, em si, diferente e única. Ela também é um reflexo de todas as experiências que teve, dos ambientes em que esteve.

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC traz para a Educação Infantil brasileira o importante conceito de “campos de experiência”, que funcionam como pequenos mundos cotidianos de experiências da criança, preparados pelos(as) professores(as) com atenção e intencionalidade pedagógica, de forma a oferecer condições para ações de descoberta por parte das crianças ou aprofundar vivências. Na BNCC, os objetivos de aprendizagem para a Educação Infantil, portanto, levam em consideração como as crianças aprendem e se desenvolvem em suas rotinas, considerando cinco “campos de experiências”: “O eu, o outro e o nós”, “Corpo, gestos e movimentos”, “Traços, sons, cores e formas”, “Escuta, fala, pensamento e imaginação”, e “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”.

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Cada campo de experiências oferece um conjunto de objetos, situações, imagens e linguagens, relacionados aos sistemas simbólicos da nossa cultura, capazes de evocar, estimular e acompanhar progressivamente aprendizagens mais sólidas. Eles são territórios do fazer e do agir próprios da criança, dos quais o adulto se torna um importante apoiador. O objetivo de um trabalho centrado nas experiências protagonistas das crianças é valorizar a individualidade e a particularidade da identidade — cultural, inclusive — de cada uma.

(fonte: Movimento pela base)

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

Os campos de experiências reconhecem que a imersão das crianças em práticas sociais e culturais criativas e interativas promove aprendizados significativos. São um arranjo curricular que organiza e integra brincadeiras, observações, interações que acontecem na rotina da creche/escola. Dão intencionalidade para as práticas pedagógicas e colocam a criança no centro do processo.

Cabe a esse adulto elaborar cuidadosamente os espaços e instrumentos necessários para propiciar contextos naturais, sociais, culturais nos quais as crianças vão interagir e operar, ou seja, aprender. O livro literário é um dos mais importantes desses instrumentos. No caso da realidade brasileira, frequentemente a escola é o principal, se não o único, meio de acesso a livros literários.

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. Brincar e ler na Educação Infantil

Ler livros é diferente de ter “experiências de leitura”. Assim, quando uma professora escolhe livros, ela escolhe também o que marcará a vida de seus alunos como leitores literários como leitores de mundo. Nesse sentido, a pergunta que deve ser o propósito de cada professor e cada professora ao elaborar uma situação de leitura é: que tipos de experiências podem ser constituídas a partir das leituras propostas às crianças? Ao comunicarem sentidos, os livros — texto, imagem e materialidade — são mediadores de relações.

Professores(as) da Educação Infantil são figuras decisivas em todo o percurso do livro trilhado pelos alunos, uma vez que cabe a eles não apenas a preparação inicial das novas gerações para a leitura, mas também a nutrição do apreço aos livros e à leitura.

Sendo vivência artística, a literatura, ao mesmo tempo, brota das individualidades e das experiências coletivas, como aquelas favorecidas pela escola, desde as brincadeiras na Educação Infantil.

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“Mãozinhas” e os campos de experiências

Até aqui entendemos que a BNCC da Educação Infantil organiza os direitos e os objetivos de aprendizagens cinco campos de experiências, os quais constituem um arranjo curricular que favorece a integração entre as aprendizagens das crianças de modo integral. Assim, os campos não são trabalhados apenas em um dia definido da semana, nem há expectativa de haver uma aula de 45 minutos para o trabalho com um campo em cada dia ou para que determinado bimestre do ano letivo seja dedicado apenas a um campo. Trabalhar com campos de experiências na Educação Infantil constitui um convite a uma nova maneira de compreender a prática pedagógica como resultante de aprendizagens significativas não só para as crianças, mas também para o professor. Neste sentido, o livro literário, enquanto objeto lúdico, pode ser uma potente ferramenta de apoio a professoras e professores na preparação de ambientes, propostas e situações favoráveis a experiências significativas das crianças e entre elas.

O caráter lúdico e contínuo das experiências das crianças abre um espaço para a produção de significados pessoais, seja pelo prazer do já vivido, característico na atividade lúdica, seja por germinar algo que está embrionário na criança na continuidade de suas experiências. (FOCHI, 2015, p.227)

Contudo, é importante reforçar que os campos de experiências não são estanques e imiscíveis, como lembra o pesquisador Paulo

Fochi, um dos redatores da Base para Educação Infantil, em seu

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“ ”

texto “Ludicidade, continuidade e significatividade nos campos de experiências”:

“Os campos de experiências não operam em tempos compartimentados: eles atravessam de forma objetiva o modo como o contexto é organizado e, subjetivamente, nas ações e intervenções do adulto que os acompanha.” (FOCHI, 2015, p. 226)

Nesse sentido, neste Material Digital do Professor nossas sugestões de vivências e atividades lúdicas estão organizadas em diferentes arranjos dos cinco campos de experiências da Base.

Reforçamos que a contiguidade e a própria continuidade entre os campos e as experiências constroem as aprendizagens dos bebês e das crianças pequenas e muito pequenas, pois é “na continuidade das experiências que reside a força e a vitalidade da ação das crianças em compreender, explorar e aprofundar as suas hipóteses afetivas, cognitivas e sociais sobre o mundo.” (FOCHI, 2015, p. 226)

PREPARAÇÃO PARA A LEITURA

 Antes de começar a história, compartilhe com os bebês o nome da história.

 Prepare-se para ler em voz alta, decidindo em quais passagens manterá a sua voz regular e em quais fará entonações diferenciadas.

 Mostre a capa do livro e deixe os bebês se expressarem em relação ao que veem.

 Enquanto lê a capa, converse com os bebês sobre o que pode ser a história.

Esse movimento de preparação para a leitura possibilita que os pequenos revisitem seu repertório de histórias, mesmo as orais, e relacionem à sua expectativa da história.

LEITURA

 Então, em roda de conversa ou outra disposição em que todos se sintam confortáveis, leia para a turma o livro Mãozinhas

 Ao fim da primeira leitura, proporcione momentos convidativos para que as crianças que quiserem e, se sentirem à vontade, apresentem as suas percepções sobre a história, destacando o de que mais gostaram, conversando livremente sobre suas primeiras expressões.

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Toda criança constrói a si também a partir do que resgata e recolhe das variadas relações que vive ou observa: conversas, escutas, argumentações, representações.

Nessas relações, as crianças fazem incontáveis perguntas, aprendem a identificar e nomear sentimentos e estados de humor, passam a entender também direitos e deveres e a atuar de maneira mais consciente em espaços públicos e privados (sejam eles físicos ou não).

Mãozinhas proporciona interação entre o bebê, o adulto e o próprio livro. Essa interação, além da diversão, nutre o autoconhecimento das crianças, estimulando o tato e ampliando as possibilidades de manuseio do livro.

O processo de autoconhecimento se inicia desde quando nascemos e só termina no final da vida. A todo instante recebemos influências da cultura, do ambiente e das pessoas com as quais convivemos. Por isso, a construção da identidade e da autonomia são tão importantes, principalmente na faixa etária de creche I (0 a 3 anos).

Além disso, por meio das interações, os bebês e as crianças aprendem e criam relacionamentos significativos, nos quais recebem afeto e estabelecem vínculos, um dos melhores estímulos que se pode receber, pois amparam o desenvolvimento pleno (aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos) dos pequenos.

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. Campo de experiências “O eu, o outro e o nós”

. Campo de experiências “Corpo, gestos e movimentos”

As crianças tomam consciência do próprio corpo experimen tando-o desde o seu nascimento. O movimento é uma das primeiras linguagens (se não a primeira) que ela experimenta: mover-se, virar-se, esticar os braços, sacudir as pernas; depois sentar-se, pular, correr, higienizar-se, dançar, jogar, imitar, relaxar...

No trabalho com o campo “Corpo, gestos e movimentos” , as crianças exploram e reconhecem o mundo, o espaço e tudo à sua volta através do corpo e de suas expressões corporais.

Mãozinhas é um livro para brincar! O texto e a ilustração chamam a atenção e entretêm os bebês, convidando-os a descobrir novas brincadeiras, movimentos e expressões com suas mãos e dedos. Isso ocorre, por exemplo, na passagem “Com um dedinho para cima, elas brincam de não, não, não! Com todos os dedinhos para cima, elas brincam de tchau, tchau, tchau!”.

A partir dos gestos e movimentos, os bebês podem utilizar suas mãozinhas e seu corpo para se comunicarem e expressarem, entrelaçando corpo, emoção e linguagem.

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A língua, sobretudo a materna, é um instrumento essencial para se comunicar e estar no mundo. No campo fala, pensamento e imaginação” , a Educação Infantil deve proporcionar às crianças o conhecimento da língua oficial de seu país, tomando o cuidado de sempre respeitar as variantes regionais e culturais. As experiências escolares devem intencionalmente oportunizar às crianças a vivência de uma diversidade de situações comunicativas ricas de sentido, para que elas observem e vivam a língua em movimento em seus diversos aspectos e usos: ouvindo, contando e recontando histórias, dialogando e argumentando, negociando posições, brincando com sons e significados das palavras novas e das conhecidas, entre outras tantas possibilidades. Assim, no caminho rumo a sua alfabetização, cada criança passa a criar suas hipóteses sobre a escrita e compreende o seu uso social.

Mãozinhas propõe uma interação entre o adulto leitor, os bebês e o próprio livro, como já mencionado anteriormente. Por meio das ilustrações e da própria narração, cria-se a possibilidade de que os bebês imaginem cada um dos movimentos sugeridos pelo livro antes de experimentá-lo, potencializando os elementos cognitivos estruturantes da imaginação e do pensamento.

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. Campo de experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”

. Campo de experiências “Traços, sons, cores e formas”

Explorar, com todos os sentidos, materiais variados é, para a criança, um exercício de criação e criatividade e, portanto, é também o início de suas experiências com a arte. Daí surgirão experimentações gráfico-visuais e sonoras, desde o concreto até o virtual. Ao transformar algo bruto em expressão intencional e organizada, toda obra de arte se torna uma geradora de experimentações e experiências intensas sobre o mundo e estar nele. Dewey explica que:

“Através da arte, significados de objetos que, de outra forma, são mudos, indeterminados, restritos e contrastantes, se esclarecem e se concentram; e não através de um laborioso trabalho do pensamento em torno deles, não mediante o refúgio num mundo de mera sensação, mas por meio da criação de uma nova experiência. [...]” (DEWEY, 2010, p. 256)

No trabalho com o campo “Traços, sons, cores e formas”, observamos como a criança se expressa por diferentes linguagens das artes visuais e das sonoridades.

Dentro desse campo, em Mãozinhas temos a oportunidade de apreciar as belas e harmônicas ilustrações de Erika Astronauta, dando imagem aos movimentos narrados. As imagens simples e clássicas, feitas a lápis em um fundo branco, remetem a esboços desenhados por crianças.

As ilustrações, cujo traçado tem uma única linha, são um convite para que os bebês experimentem colocar suas mãos nas páginas

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do livro ou sigam as linhas com seus dedinhos. Dessa forma, cria -se uma experiência de leitura e identificação com o personagem.

Além do traçado, as cores fortes e contrastantes do branco, do preto e do amarelo remetem à luz e ao jogo de sombras, convidando o adulto leitor a voltar à sua própria infância e às brincadeiras com as mãos. Essas cores também auxiliam no desenvolvimento da percepção visual do bebê.

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. Campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”

No campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”, as crianças, desde cedo, demons tram curiosidade por tudo que acontece em seu entorno e sobre o mundo físico, diferenciam o dia da noite, o perto do longe. Nessa relação da criança com o mundo, ela é colocada frente a frente com seus conhecimentos matemáticos e espaciais, por meio das formas geométricas, da comparação de pesos e medidas, da contagem...

Por que chove? Como são feitos os filhotes? Para onde vai o Sol à noite? Quanto é 100? A curiosidade pela natureza, seus fenômenos e seus organismos é um grande motor de aprendizado dentro do campo “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. Esses questionamentos são também motriz do desenvolvimento de competências e habilidades preditoras ligadas à numeracia.

Nele se inicia o exercício da pesquisa em busca de entender e conseguir explicar as mais variadas situações-problemas de seu cotidiano. As crianças compartilham entre si e com os adultos suas hipóteses em busca de respostas e regularidades, no calçamento de um percurso mais estruturado em busca de conhecimento.

NUMERACIA

é o nome dado por alguns pesquisadores ao conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados com a matemática.

A partir de suas ilustrações, Mãozinhas apresenta uma proposta de um jogo de sombras. Essa brincadeira não precisa necessariamente ser realizada a partir de uma lanterna ou alguma fonte de luz

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artificial. Ela pode fazer uso dos elementos naturais no entorno dos bebês, como o dia e a noite: a partir da luz e da posição do Sol e da Lua, podemos criar sombras. Dessa maneira, as crianças podem ampliar seus conhecimentos acerca das fontes de luz, da posição do Sol e da Lua e de como fazer a sombra crescer ou diminuir na superfície.

Além disso, ao apresentar a quantidade e o número de dedos de uma mão — até cinco — além do nome de cada um deles, o livro possibilita o estabelecimento de relações embrionárias de tamanho, posição e função dos dedos.

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Vivências e propostas para “Mãozinhas”

Campos de experiências O eu, o outro e o nós Escuta, fala, pensamento e imaginação Traços, sons, cores e formas

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.

(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras.

(EI01EF03) Demonstrar interesse ao ouvir histórias lidas ou contadas, observando ilustrações e os movimentos de leitura do adulto-leitor (modo de segurar o portador e de virar as páginas).

(EI01EF05) Imitar as variações de entonação e gestos realizados pelos adultos, ao ler histórias e ao cantar.

(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.

(EI01TS02) Traçar marcas gráficas, em diferentes suportes, usando instrumentos riscantes e tintas.

Vivências

• Convide os bebês a se sentarem confortavelmente para que você lhes conte a história, deixe que eles encontrem a melhor forma de se posicionar. Antes de contar a história propriamente dita, apresente a autora, a capa do livro e o título, num tom tranquilo, de conversa. Ao contar a história, chame a atenção deles para as imagens, incentivando-os a perceber o enredo através das ilustrações. Observe atentamente as reações dos bebês ao apresentar cada cena da história.

• Ao mostrar a imagem da capa, pergunte:

O que é essa imagem? É provável que os bebês olhem para as próprias mãos e voltem a olhar a imagem, numa tentativa de pesquisa e conformação. Aqueles que já souberem falar podem balbuciar ou falar “mão”.

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Vivências com foco em em preditores de literacia e numeracia

• Ao contar a história, procure realizar a leitura de maneira divertida e dialogada, chamando a atenção das crianças para os movimentos das mãos.

• Durante a leitura, o(a) educador(a) poderá fazer a contagem dos dedos em suas próprias mãos e, em seguida, realizar novamente esta contagem nas mãos das crianças.

• Sugerimos que sejam feitos carimbos das mãos das crianças em cartaz coletivo. Em seguida, o(a) educador(a) poderá fazer os números de 1 a 5 acima de cada dedinho. Ao final, exponha-o na sala de referência para que as crianças possam sempre recordar.

Campos de experiências O eu, o outro e o nós Traços, sons, cores e formas Corpo, gestos e movimentos

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.

(EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.

(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.

(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.

Vivências

• Volte à página em que se encontram os nomes dos dedos e brinque gestualmente com as mãos enquanto recita a parlenda

DEDO MINDINHO

SEU VIZINHO

PAI DE TODOS

FURA-BOLO

MATA-PIOLHO

• Sugerimos apresentar aos bebês a música Palminhas, Palminhas nós vamos bater (https:// www.youtube.com/watch?v=60QGImhNzsE) e, então, brincar de bater mãozinhas e esconder.

• Convide os bebês a observarem o som que as mãos fazem ao se baterem. Havendo engajamento, é possível propor bater as palmas das mãos em diferentes objetos: almofada, cadeira, parede, mamadeira, entre outros.

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Campos de experiências O eu, o outro e o nós Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala pensamento e imaginação Espaços, tempos, relações e transformações

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.

(EI01EO06) Interagir com outras crianças da mesma faixa etária e adultos, adaptando-se ao convívio social.

(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.

(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.

(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas.

Vivências

• Pensando no jogo de sombras que o livro propõe, utilize uma lanterna e realize brincadeiras de sombras com as mãos. Se possível, deixe as imagens do livro das páginas 11 e 13 (patinhos e passarinhos) para que os bebês possam ter como exemplo.

• Ainda aproveitando a lanterna, coloque uma música da preferência dos bebês e dance com eles, observando seus gestos e movimentos nas sombras.

• Além disso, seria interessante realizar um Teatro de Sombras. É possível fazê-lo com um lençol ou utilizando uma caixa. Link de sugestão: https:// www.youtube.com/watch?v=ASj9LXKiyW0.

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Campos de experiências Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.

(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras.

(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.

(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.

(EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

Vivências com foco em numeracia • Convide as crianças a brincarem de “O mestre mandou”: peça que façam com as mãos o que o(a) educador(a) pedir, utilizando como base os gestos do livro:

“Com um dedinho para cima Elas brincam de não, não não! Com todos os dedinhos para cima, Elas brincam de tchau, tchau, tchau!”

• Ao final, aproveite o trecho do livro “Mas sabe qual é a brincadeira que uma mão mais gosta de fazer?

Coceguinhas em você”

E finalize a brincadeira fazendo cócegas uns nos outros.

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Campos de experiências Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.

(EI01EF07) Conhecer e manipular materiais impressos e audiovisuais em diferentes portadores (livro, revista, gibi, jornal, cartaz, CD, tablet etc.).

(EI01ET05) Manipular materiais diversos e variados para comparar as diferenças e semelhanças entre eles.

Vivências

• Sugerimos fazer uma arte de carimbo de mãos. Para isso, carimbar a mão do adulto e, após secar, carimbar a das crianças.

• Em seguida, seria interessante comparar os tamanhos:

Qual é maior? Qual é grande?

Qual é menor? Qual é pequena?

Essa vivência pode se estender para um carimbo dos pés.

• Com inspiração nas ilustrações, convide os bebês a fazer um cartão a partir da arte do contorno das mãos, utilizando a mesma técnica da ilustradora Erika Astronauta (lápis e um fundo branco).

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Literacia familiar

De acordo com a Política Nacional de Alfabetização (PNA), a literacia familiar corresponde a um conjunto de práticas e expe riências relacionadas à linguagem, à leitura e à escrita, as quais a criança vivencia com seus familiares.

Pensando nisso, você pode organizar uma conversa que propicie um espaço de acolhimento e orientação sobre como praticar a literacia familiar nos lares e sobre as contribuições para o desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças.

Professor(a), você também pode elencar alguns tópicos, como:

Conversas entre adultos e crianças na família: as conversas em atividades diárias estimulam relacionamentos positivos entre os cuidadores e as crianças, frequentemente mães, pais e filhos, além de auxiliar no desenvolvimento do vocabulário. Assim, quanto mais conversa em casa, mais as crianças aprendem. Os pais ou responsáveis podem, por exemplo, pedir que as crianças contem a história Mãozinhas . Então, podem fazer perguntas sobre os movimentos das mãos, demonstrando interesse pela narrativa da criança.

Leitura compartilhada: por meio da prática frequente de leitura (se possível, diária), os adultos da família auxiliam as crianças a se familiarizarem com tudo o que envolve o objeto livro: as ideias, as emoções, as letras, as palavras, a organização e as funções

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da escrita etc. — habilidades que são e serão fundamentais para a aprendizagem da leitura e da escrita no Ensino Fundamental, sobretudo para o bom desenvolvimento do ciclo de alfabetização. Assim, em sistema de rodízio, as crianças podem levar para a casa o livro Mãozinhas para o lerem com suas famílias.

Além disso, você, professor(a), pode criar uma rotina de leituras que devem ser feitas em casa, por meio do envio de livros da biblioteca escolar ou da sala de leitura selecionados por você, ou até mesmo um rodízio de livros disponíveis na escola.

. Organizando e compartilhando

Nessa fase dos trabalhos, você pode organizar as evidências de envolvimento das crianças nas atividades propostas como forma de alimentar um portfólio da turma ou de cada criança, conforme convenha a sua escola. Esse registro é de grande valor pedagógico e simbólico, tanto para os educadores como para as famílias, e deve ser compartilhado com a mesma riqueza com que cada atividade foi concebida.

Além disso, após o término da leitura, você pode sugerir que as crianças avaliem livremente se gostaram do livro e das atividades inspiradas nele.

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Referências bibliográficas e Sugestões de Leitura

A seguir, estão as referências para este trabalho e, ao mesmo tempo, nossas sugestões de leitura.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira; FOCHI, Paulo Sergio. “Os bebês no berçário: ideias-chave”. In: ALBUQUERQUE, Simone Santos; FLORES, Maria Luiza Rodrigues (orgs.). Implementação do Proinfância no Rio Grande do Sul: perspectivas políticas e pedagógicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. Resultante de trabalhos realizados a partir do projeto Cooperação

Técnica entre Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação (MEC) e a Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nos anos de 2012 a 2013, a obra se organiza em duas partes: “As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil no Cotidiano das Práticas” e “As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil no contexto das políticas”. A escolha dos temas foi eleita a partir da Resolução 05/09, a qual determina a organização da oferta educacional da Educação Infantil.

BARBOSA, Maria Carmen; RICHTER, Sandra Regina S. “Campos de experiência: uma possibilidade para interrogar o currículo”.

In: FINCO, Daniela; BARBOSA, Maria Carmen; FARIA, Ana L. G. (orgs.). Campos de experiência na escola da infância: contribuições italianas para inventar um currículo de Educação Infantil brasileiro.

Campinas: Leitura Crítica, 2015.

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A obra questiona como pensar uma Base Comum Curricular sem perder de vista as especificidades da Educação Infantil. A proposta é, assim, pensar um currículo pautado na escuta ativa, na investigação, na descoberta e na invenção.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br.

Acesso em: 14 mar. 2021.

A Base Nacional Comum Curricular define o conjunto de aprendizagens essenciais a que todos os estudantes têm direito, por lei, na Educação Básica. É um compromisso do Estado brasileiro para favorecer as aprendizagens de todos os alunos e fortalecer a colaboração entre União, Estados e Municípios. Seus fundamentos pedagógicos se ligam ao compromisso com a educação integral, ou seja, com a formação e o desenvolvimento humano global, nas dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. O principal desafio da BNCC, enquanto meta político-educacional, é estabelecer um pacto nacional em torno da igualdade de oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento para todos os estudantes durante a Educação Básica.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Caderno da Política

Nacional de Alfabetização. Brasília, 2019. Disponível em: http://alfabetizacao.mec.gov.br. Acesso em: 14 mar. 2021.

O Caderno da Política Nacional de Alfabetização é um guia explicativo, destinado a Estados e Municípios, professores e alunos do Ensino Fundamental, pais e responsáveis, bem como

estudantes da educação de jovens e adultos, que detalha a política, abordando o cenário atual, marcos históricos e

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normativos no Brasil, apresenta importantes relatórios científicos internacionais e aborda conceitos sobre alfabetização, literacia e outros temas relevantes.

BAJOUR, Cecília. Ouvir nas entrelinhas: práticas de leitura. Trad. Alexandre Morales. São Paulo: Pulo do Gato, 2012.

Premiada com o Selo Altamente Recomendável FNLIJ em 2013, a obra é composta por quatro textos que discorrem sobre a importância da escuta, da conversação literária e do registro para o êxito no trabalho com a leitura literária. Bajour chama a atenção para a importância da formação do mediador, responsável, em grande parte, pelo sucesso ou pelo fracasso das ações promotoras da formação do leitor em contexto escolar.

COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário : narrativa infantil e juvenil atual. Trad. Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2003.

Fruto de uma extensa pesquisa realizada na Espanha, país natal da autora, esse livro, um clássico sobre o tema da formação do leitor literário, apresenta informações históricas e elementos preciosos para análise e compreensão da produção editorial destinada à infância e à juventude.

DEWEY, John. Arte como experiência. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Nessa obra, Dewey afirma que a experiência, sendo uma negociação consciente entre o eu e o mundo, é uma característica irredutível da vida. Sendo assim, para o autor não há experiência mais intensa do que na arte.

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FOCHI, Paulo Sergio. “Ludicidade, continuidade e significati vidade nos campos de experiência”.

BARBOSA, M. Carmen; FARIA, Ana L. G. (orgs.). experiência na escola da infância : contribuições italianas para inventar um currículo de educação infantil brasileiro. Campinas: Leitura Crítica, 2015.

Para o autor, a organização de um currículo por campos de experiência consiste em colocar no centro do projeto educativo o fazer e o agir das crianças e, portanto, a defesa do lúdico e das experiências significativas.

FOCHI, Paulo Sergio. Afinal, o que os bebês fazem no berçário?

Porto Alegre: Penso, 2015.

Por meio de rica documentação pedagógica, Paulo Fochi torna visíveis as aprendizagens de um grupo de bebês e contextos de vida coletiva: os primeiros passos, os encontros com amigos, a descoberta do entorno. No livro, o autor ainda apresenta caminhos metodológicos para a pesquisa, para a prática pedagógica e para a formação docente.

HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. Trad. Cid Knipel. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

Peter Hunt é um dos principais críticos de literatura infantil e juvenil da contemporaneidade. Ao se propor estudar a literatura infantil por viés teórico e não histórico, cultural ou afetivo, o pesquisador inglês aborda questões como o objeto livro, a noção de leitor e de leitura na infância e principalmente a definição do que é ou pode ser literatura infantil. Seus questionamentos são lidos ao lado da teoria literária do século XX, o que os torna especialmente relevantes.

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MOVIMENTO PELA BASE. BNCC na Educação Infantil. Orientações para gestores municipais sobre a implementação dos currículos baseados na Base em creches e pré

Disponível em: bit.ly/MovimentoPelaBaseBNNCEI, acesso em 06 de mai. 2021

Documento elaborado com o intuito de apoiar as redes municipais de educação na implementação da parte da Educação Infantil da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Dirigido a gestores municipais, pode ser considerado um complemento ao Guia de Implementação da Base Nacional Comum Curricular no âmbito da Educação Infantil.

Quando for o momento de pedir aos pais ou cuidadores que leiam com as crianças em casa, anote na agenda dos seus alunos instruções para a leitura. Indique que eles deverão ler com os alunos a história de Mãozinhas o máximo de vezes possível. Crianças nessa faixa etária adoram repetições.

Papai, mamãe, cuidador, Lembrem-se de ler Mãozinhas para sua criança o máximo de vezes possível.

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Elaboração do Material para Professores: Kátia Chiaradia

Livro do professor

INFANTIL ISBN (13) 978-65-86588-84-2
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