Revista Controle & Instrumentação nº277

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Instrumentação, Elétrica, Controle de Processos, Automação Industrial, Predial e Metrologia

Ano 24–nº 277–2023–www.controleinstrumentacao.com.br

Transformação Digital na Metrologia

A metrologia na transformação digital

Os dados são considerados o novo petróleo, incluindo serviços baseados em dados, análises orientadas a dados, e repositórios de dados... a metrologia também. Portanto, uma nova metrologia para esses dados precisa ser estabelecida, para que eles continuem a ser localizáveis/ rastreáveis, acessíveis, interoperáveis e reutilizáveis e confiáveis.

E isso também está impactando o fluxo de trabalho para serviços metrológicos – focando nesta edição nos serviços de calibração. O Inmetro, usuários e fornecedores desses serviços contam como está sendo preparada essa transição – de calibração com certificados impressos para calibração com certificados digitalizados e, então, completamente digitais. E os atores estão em diferentes estágios desse processo, que precisa acompanhar a rápida digitalização das plantas industriais, mas também precisa de pessoal treinado e, principalmente, na formalização por parte dos agentes oficiais de cada passo.

Essa digitalização da metrologia vai trazer para as equipes de calibração palavras muito conhecidas das equipes da TO e TI: interoperabilidade, por exemplo, que significa para a metrologia que, uma vez coletados, os dados devem poder ser visualizados, ter inclusões e complementos, quando necessário, em cada etapa do processo, como um todo; armazenados e gerenciados de forma centralizada e segura, e mais... os dados metrológicos necessários para o processamento devem ser armazenados como documentos legíveis por máquinas. E, ainda, coordenados, reconhecidos e legíveis internacionalmente. Esses processos devem ser claramente definidos e harmonizados, para que as empresas possam construir sobre as infraestruturas existentes, as novas; para que possam ir adaptando-se a novos desenvolvimentos, apoiando a futura metrologia digital.

Além dessa discussão, a edição traz notícias que complementam as que enviamos diariamente pelas mídias sociais, e semanalmente pelas newsletters.

Boa leitura

O editor

Transformação Digital na Metrologia

Controle & Instrumentação C I &I

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Impressions

31 A Transformação Digital nos processos de Calibração e os impactos no dia-a-dia do profissional

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19 Energies

41 Cast

– Automação para papel e celulose

Colaboraram, com imagens e informações, as assessorias de imprensa

NESTA EDIÇÃO

Arquivo

Controle&InstrumentaçãoNº277|2023
ENDEREÇO Rua Siria, 90 Pq. São Jorge São Paulo - SP CEP: 03086-040 Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838
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Sumário Talking About
Cover Page

fevereiro

28/02 a 02/03 – Intermodal South America 2023 São Paulo Expo / https://www.intermodal.com.br/

março

01 a 03 – OIL GAS & POWER WORLD EXPO – Mumbai –Índia / www.chemtechie.com

01 a 07 – CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DE FERRO E AÇO – Bangkok – Tailândia / www.waset.org/conferences

07 e 08 – COBEE – Congresso Brasileiro de Eficiência

Energética – São Paulo – SP / www.cobee.com.br

07, 09 e 14 – SEMINÁRIO ETHERCAT BRASIL – São Paulo/SP, Porto Alegre/RS, Joinville/SC / www.ethercat.org/2023/brasil

13 a 15 – CONAC CONGRESSO E EXPOSIÇÃO DA INDÚSTRIA

DO AÇO – Monterrey – México / www.aistmexico.org.mx

20 a 24 – WORLD PETROCHEMICAL CONFERENCE –Houston – Texas / www.wpc.spglobal.com

22 e 23 – CÚPULA EUROPÉIA DO AÇO VERDE –Frankfurt – Alemanha / www.ecvinternational.com/EuropeanGreenSteel

27 e 28 – ESG FORUM – São Paulo – SP / www.esgforum.dialogia.com.br

27 a 31 – PLÁSTICO BRASIL – São Paulo – SP / www.plasticobrasil.com.br

28 a 30 – EXPOMEAT FEIRA OIND PROCESSAMENTO PROTEINA ANIMAL VEGETAL – São Paulo – SP / www.expomeat.com.br

05 – VI Simpósio ISA São Paulo de Automação em Saneamento

11 a 13 – ONSHORE WEEK – Maceió/AL / www.onip.org.br

16 a 21 – WORLD SUMMIT AI ARTIFICIAL INTELLIGENCE – Quebec – Canadá / www.materiais.ccbc.org.br/missoes-ccbc-2023

maio

01 a 04 – OTC OFFSHORE TECHNOLOGY CONFERENCE –Houston – Texas / www.otcnet.org

01 a 05 – AGRISHOW – Ribeirão Preto – SP / www.agrishow.com.br

09 a 13 – EXPOMAFE – São Paulo – SP / www.expomafe.com.br

10 e 11 – SEMINÁRIO DE GÁS NATURAL – Rio de Janeiro

– RJ / www.ibp.org.br/eventos/seminario-de-gas-natural

21 a 24 – FITABES FEIRA DE TECNOLOGIAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL – Belo Horizonte – MG / www.congressoabes.com.br

23 a 26 – FPSO BRAZIL CONGRESS – Rio de Janeiro – RJ / www.fpsonetwork.com

junho

01 e 02 – BRAZIL ENERGY SUMMIT – Rio de Janeiro – RJ / www.in-vr.co/brazil-summit

19 e 20 – CONGRESSO SUPLLY CHAIN – São Paulo – SP / www.congressodesupplychain.com.br

julho

11 a 14 – INTERMACH – Feira e Congresso Internacional de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a Indústria Metalmecânica – Centro de Convenções e Exposições EXPOVILLE – R. XV de Novembro, 4315 – Glória, Joinville – SC Organização: Messe Brasil / www.intermach.com.br

18 a 21 – FIEE FEIRA ELÉTRICA, ELETRÔNICA, ENERGIA, AUTOMAÇÃO, CONECTIVIDADE – São Paulo – SP / www.fiee.com.br

27 a 30 – FISPAL TECNOLOGIA – São Paulo – SP / www.fispaltecnologia.com.br

agosto

08 a 10 – MECSHOW – Vitória – ES / www.mecshow.com.br

08 a 10 – RIOPIPELINE – Rio de Janeiro – RJ / www.riopipeline.com.br

15 a 18 – FENASUCRO & AGROCANA – Sertãozinho – SP / www.fenasucro.com.br

setembro

12 a 14 – BRASIL WIND POWER – São Paulo – SP / www.brasilwindpower.com.br

17 a 21 – WORLD PETROLEUM CONGRESS WPC – Calgary – Canadá / www.24wpc.com

26 a 28 – ANALÍTICA LATIN AMERICA – São Paulo – SP / www.analiticanet.com.br

outubro

03 a 05 – FENASAN FEIRA NAC. DE SANEAMENTOE MEIO AMBIENTE – São Paulo – SP / www.fenasan.com.br

16 a 20 – AFRICAN ENERGY WEEK – Cape Town – África do Sul / www.aecweek.com

18 a 20 – SINGAPORE EXPO INDUSTRIAL TRANSFORMATION – Singapura / www.industrial-transformation.com

24 a 26 – OTC BRASIL – Rio de Janeiro – RJ / www.otcbrasil.org

25 e 26 – EXPO ISA VALE – Lorena – SP / www.isavale.org.br

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2023
abril

EtherCAT – O Ethernet Fieldbus

7 de Março | São Paulo/SP

9 de Março | Porto Alegre/RS

14 de Março | Joinville/SC

Convite SemináriosEtherCAT Brasil2023

Registre-se hoje – gratuitamente www.ethercat.org/2023/brasil

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Contato global:

EtherCAT Technology Group

ETG matriz

Ostendstraße 196

90482 Nuremberg, Aleman

+49 911 54056 20

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Quem poderá participar?

Profissionais do ramo de automação ou que se interessem por redes industrias e suas vantagens e aplicações.

Por que participar?

- Aprenda sobre os benefícios e desafios da Ethernet industrial.

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Contato local do evento:

Beckhoff Automação Industrial Ltda.

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CEP: 09190-000, Brasil

+ 55 11 4126-3232

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www.beckhoff.com/pt-br

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A Semantix, primeira plataforma integrada de dados em modelo SaaS da América Latina e brasileira, pioneira em deep tech na Nasdaq, anunciou Maurice Mello, como VP Comercial e de Marketing da empresa. O executivo, anteriormente Senior Director na Avanade (Accenture/Microsoft), assume a vice-presidência de estratégias em vendas e comunicação da deep tech para a América Latina.

Com mais de 15 anos no mercado de tecnologia, além de passagens notórias pelas empresas SAP, IBM, Google Brasil e Avanade, Maurice é graduado pela PUC Rio Grande do Sul, com MBA em Marketing pela FGV. O executivo possui formação complementar em “Estratégias em vendas, administração e gestão”, pela Harvard Business School.

“Assumir a vice-presidência executiva da Semantix é um desafio que aceitei com entusiasmo. O objetivo é dar continuidade ao trabalho de alavancagem da nossa plataforma all in one, e torná-la padrão para o mercado. Seguimos com a missão de fazer com que as pessoas sejam embaixadoras da companhia, expandindo nosso portfólio, e democratizando o acesso e permanência das empresas no universo dos dados”, afirma Maurice.

O Boston Consulting Group, uma das maiores empresas de consultoria estratégica do mundo, anunciou Luciano Guidolin, como novo diretor executivo e sócio da prática de bens industriais.

O executivo possui mais de 25 anos de experiência, tendo ocupado posições de liderança em empresas do segmento químico, de energia agroindustrial e infraestrutura. Atuou na Braskem por mais de 17 anos, onde foi Vice-Presidente Executivo, como CFO na Atvos, e na reestruturação da Novonor (ex-Odebrecht) como seu CEO, um dos maiores processos de turnaround da história brasileira, sendo responsável pela implantação do seu redirecionamento estratégico e novo modelo de governança.

Luciano, que é engenheiro de produção pela Escola Politécnica da USP, com mestrado na Harvard Business School, ingressa no BCG para reforçar o objetivo da consultoria de liberar o potencial dos clientes, enfrentando desafios, e capturando oportunidades de negócios. O executivo atuará apoiando clientes, com foco em transformação de negócios, bens industriais, fusões e aquisições e finanças. A prática de bens industriais do BCG busca preparar os clientes para o futuro, especialmente neste momento, em que o setor passa por um período de grandes mudanças.

O Boston Consulting Group atua em parceria com lideranças empresariais e sociais, para ajudá-las a enfrentar seus desafios mais importantes, e capturar as melhores oportunidades. Fundado em 1963, o BCG é pioneiro em estratégia de negócios.

A Embraer anunciou Andreza de Souza Alberto, atual diretora de operações da unidade de Gavião Peixoto/SP, como nova vice-presidente de Pessoas, ESG e Comunicação Corporativa. O atual VP da área, Carlos Alberto Griner, anunciou em dezembro sua decisão de deixar a companhia. A mudança passou a valer a partir de 1º de fevereiro. Com 17 anos de atuação na Embraer, Andreza é formada em engenharia mecatrônica, com cursos de especialização em gestão pela Fundação Dom Cabral, e governança pelo IBGC. Na empresa, lidera hoje a unidade de Gavião Peixoto/SP, dedicada principalmente à produção de aviões de Defesa e jatos executivos, e que conta com mais de 2 mil colaboradores. Anteriormente, já atuou como gerente de produção e supervisora de engenharia de manufatura, com forte atuação em gestão de pessoas, segurança e qualidade, melhorias de processos e implementação Lean.

Tomou posse (23/01), Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior, como novo superintendente do IpemSP – Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo –, autarquia do Governo do Estado, vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, e órgão delegado do Inmetro, na sede da instituição, com a presença do secretário da Justiça e Cidadania, Fábio Prieto, diversas autoridades e servidores. Ex-presidente do Inmetro, Guerson é engenheiro de Fortificação e Construção, Mestre em Engenharia de Transportes, ambos pelo Instituto Militar de Engenharia, e pós-graduado em Governança Corporativa pela FGV. Possui experiência com gestão em tecnologia, regulação de mercado, pesquisa científica e administração pública.

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@Assessoria de Imprensa do Ipem-SP

Durante o evento, o secretário da Justiça e Cidadania, Fábio Prieto, enfatizou a importância do Ipem-SP para a população, inclusive, a indústria.

Marcos Heleno possui experiência com gestão em tecnologia, regulação de mercado, pesquisa científica e administração pública. É engenheiro de Fortificação e Construção, Mestre em Engenharia de Transportes, ambos pelo Instituto Militar de Engenharia, e pós-graduado em Governança Corporativa pela FGV. Foi presidente do Inmetro, no período de 2020 a 2022.

De 2014 a 2015, foi coordenador no curso da Escola de Estado Maior do Exército, ECEME. Também esteve na coordenação do curso de direção para engenheiros militares, com o foco na governança em Ciência e Tecnologia.

Em 2013, foi pesquisador convidado no Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, Vicksburg, Mississippi. Pesquisas nas áreas de pavimentação e solos.

De 2008 a 2012, foi analista e chefe da seção de controle de obras e estatísticas da Diretoria de Obras Militares do Exército, responsável pelo acompanhamento de obras de engenharia em todo território nacional. Guerson nasceu em Cruzeiro do Sul, no Acre.

A Natural One – empresa de sucos naturais no Brasil – anuncia Ricardo Camargo, que assume o cargo de Chief Financial Officer (CFO). O executivo será responsável pela gestão financeira e pelas áreas de planejamento, jurídico, Tecnologia da Informação, e controladoria global da marca, tendo como foco a melhoria contínua dos processos de compliance, o crescimento constante e sustentável dos negócios, aliado às práticas ESG e à pavimentação dos próximos passos nos negócios da foodtech Formado em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com MBA em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, e Mestrado em finalização na área de Controladoria e Finanças, Camargo chega em um momento importante, no qual a empresa faz movimentos para expandir seus negócios no exterior – hoje presente em 15 países dos continentes americano, europeu e asiático –, fortalecer sua presença no Brasil – com novas parcerias estratégicas e atuação em novos pontos de venda omnichannel – e ampliar seu setor de atuação, com diversificação de portfólio.

A engenheira eletricista Luciana Santos assumiu o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e é a primeira mulher a ocupar o posto. A transmissão de cargo foi realizada na sede do MCTI, em Brasília, com a presença de parlamentares, ministros do governo federal, ex-titulares da pasta, reitores de universidades e

comunidade científica.

Em seu discurso, a ministra elencou, como prioridades da nova gestão, a recomposição do orçamento da área e execução integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT); atualização dos valores das bolsas de pesquisa do CNPq; políticas para o acesso de jovens à universidade; inclusão de meninas e mulheres na ciência, e o apoio a projetos estruturantes em parcerias com outros ministérios e instituições de fomento.

Os primeiros planos são priorizar a estruturação de um programa integrado de desenvolvimento da Amazônia. Retomaremos o programa de satélites de sensoriamento remoto, em parceria a China, viabilizando as missões CBERS 5 e 6. Outras iniciativas apontadas pela ministra são a execução do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro; o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro, buscando a autonomia do acesso brasileiro ao espaço; o lançamento de uma nova Estratégia Brasileira de CT&I; a revisão da liquidação do CEITEC, e formulação de uma estratégia para o setor de semicondutores, além da retomada da Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, para fortalecer o diálogo com a comunidade científica.

Na cerimônia de transmissão, a ministra também recebeu das mãos do ex-ministro Paulo Alvim a Ordem do Mérito Científico. Alvim agradeceu a oportunidade de ter feito parte da pasta, recontou sua trajetória dentro do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, e lembrou os desafios enfrentados pelo ministério.

Natural do Recife, Luciana Santos é engenheira eletricista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco, eleita em 2018. Luciana também presidiu o Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco (1995-1996); foi deputada estadual de Pernambuco (1997-2000); prefeita de Olinda, por dois mandatos consecutivos (2001-2008); secretária de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (2009-2010), e deputada federal por dois mandatos consecutivos (2011-2018).

A ministra Luciana Santos anunciou a professor Luis Fernandes para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A nomeação será publicada nos próximos dias no Diário Oficial da União. Luis Fernandes também vai exercer, por delegação da ministra, a função de presidente do Conselho Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Luis Manuel Rebelo

Fernandes é graduado em Relações Internacionais pela Georgetown University, mestre e doutor em Ciência

Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ. Possui larga trajetória acadêmica, e experiência de gestão no setor público, tendo sido se-

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@ Wesley Sousa

cretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (de 2004 a 2007); presidente da Finep (de 2007 a 2011, e em 2015); diretor-científico da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ (de 1999 a 2002); membro do Conselho Técnico-Cientifico – CTC da Capes (de 2018 a 2022); secretário-executivo do Ministério do Esporte (de 2012 a 2015); e coordenador do Grupo Executivo da Copa do Mundo 2014 (GECOPA) e do Grupo Executivo dos Jogos Olímpicos de 2016 (GEOLIMPÍADAS).

Atualmente, é diretor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Do ponto de vista acadêmico, dedica-se à pesquisa de temas de Economia Política das Relações Internacionais, com destaque para os desafios da inovação e do desenvolvimento na Era do Conhecimento.

O vice-presidente da República e ministro do MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços –, Geraldo Alckmin, anunciou o novo secretário de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo: o deputado federal Milton Coelho (PSB), formado em Direito, construiu sua carreira como gestor público em Pernambuco, onde foi secretário durante as gestões de Eduardo Campos e Paulo Câmara. Milton assume uma pasta estratégica para a economia brasileira. Nos últimos anos, os pequenos negócios foram os maiores responsáveis pela geração de empregos no país, contribuindo para reduzir o enorme contingente de desempregados ao menor nível em sete anos. Levantamentos do Sebrae, feitos a partir de dados do Caged, mostram que, em novembro de 2022, cerca de 9, a cada 10 vagas de trabalho, foram criadas pelas MPE.

COM ANIES

Depois de criar, em meados do ano passado, a VicOne – subsidiária dedicada à segurança de veículos elétricos e conectados–, a Trend Micro dá mais um passo para elevar a segurança digital estabelecendo uma nova subsidiária, a CTOne, focada no avanço da segurança de rede 5G.

5G privada, a CTOne também está desenvolvendo soluções de segurança O-RAN e de edge computing, para ajudar as empresas a mitigar o risco cibernético ao implantar novas tecnologias.

“A Trend Micro está na vanguarda das transformações de rede há mais de três décadas. A tecnologia 5G permitiu a criação de novos recursos, e aplicativos que exigem uma nova infraestrutura de segurança cibernética. Com a nossa visão, e mais de seis anos de pesquisas em tecnologia de rede, estamos confiantes de que CTOne protegerá as organizações em todos os ambientes 5G”, destaca Eva Chen, CEO da Trend Micro.

“A segurança de hoje não é garantia de segurança amanhã. Enquanto o mercado de tecnologia de comunicação está crescendo, as operações de negócios estão expostas a riscos mais complexos. A CTOne permite que as empresas protejam redes 5G privadas contra possíveis ataques cibernéticos, e construam um ecossistema de aplicativos industriais de alta qualidade. No futuro, vamos colaborar com parceiros para maximizar as vantagens do 5G privado, com soluções de segurança abrangentes”, revela Jason Huang, CEO da CTOne.

Além das soluções de segurança de ponta a ponta da rede

O FIP Agroenergia é o novo controlador da Atvos, e será responsável por abrir caminho para a chegada do Mubadala Capital, subsidiária de gestão de ativos da Mubadala Investment Company, um investidor soberano global, com sede em Abu Dhabi. O FIP Agroindustrial assume, após o fundo Lone Star – que havia assumido a companhia no final de 2020, depois de comprar títulos dados como garantia pela Odebrecht ao banco Natixis – concordar em vender sua participação na sucroenergética. Giovanni Forace, sócio da RK Partners, e detentor de 5% do capital da Atvos, assume o cargo de CEO interino da companhia.

O novo controlador está comprometido em implementar as condições acordadas para que o Mubadala Capital invista R$ 500 milhões, em troca de uma fatia de 31,5% do capital da companhia. O investimento deve ser destinado para as áreas agrícola e industrial, com o objetivo de retomar a capacidade de produção da Atvos, e superar a marca de 30 milhões de toneladas de moagem de cana-de-açúcar por safra. No ciclo passado, a companhia moeu 22,5 milhões de toneladas, a

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partir das suas operações nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Segundo o CEO interino da Atvos, essa transição é um marco para a Atvos, pois, coloca um ponto final sobre qualquer conflito societário, e consolida a sustentabilidade do negócio em direção ao encerramento do seu processo de recuperação judicial. O novo controlador dará continuidade ao plano de negócios da companhia, buscando incrementar seus índices de produtividade, de forma a gerar mais segurança e valor para os acionistas, clientes, parceiros, colaboradores e demais públicos de interesse da empresa.

em serviços digitais, segmento que cresceu aceleradamente nos últimos anos, especialmente com a demanda por soluções SaaS, de nuvem, transformação digital e cibersegurança.

“Temos o privilégio de atuar em setores de crescimento exponencial. Iniciamos com investimento de R$1,2 bi para os próximos cinco anos, tendo previsão de quintuplicar o tamanho da operação”, diz Eduardo Sodero, CSO (Chief Strategy Officer) da TIVIT, que foi nomeado CEO da Takoda. “Com a criação da Takoda, daremos foco maior nas duas frentes de negócios – serviços digitais e colocation – trazendo mais valor aos nossos clientes em suas jornadas de transformação digital e, paralelamente, em suas necessidades de infraestrutura digital.”

A TIVIT, multinacional brasileira e one stop shop de tecnologia, anuncia o spin-off da sua unidade de data centers, empresa que foi batizada de Takoda – que já nasce com 20 anos de experiência, 65 grandes clientes em colocation – serviços de infraestrutura para hospedagem de servidores em data centers –, como Petrobras, TIM e BNDES, além de hyperscalers globais.

Enquanto a Takoda – nome que significa “amigo” ou “aliado”, na língua Sioux, indígenas americanos – se concentrará em serviços de data centers, a TIVIT continuará focada

Segundo Sodero, as duas frentes são complementares, mas possuem dinâmicas distintas. “O business de data centers tem alta necessidade de investimentos (capital-intensive), prazos de retornos mais longos, métricas financeiras distintas, como ROIC, além do perfil das equipes, que é diferente.” O braço de serviços digitais permanece sob a marca TIVIT, comandada pelo CEO Paulo Freitas, executivo que assumiu a posição em janeiro de 2023.

O lançamento da Takoda ocorre em um momento de expansão de tecnologias, que exigem cada vez mais espaço em data centers, como a crescente demanda por serviços em nuvem, cujos provedores optam por data centers externos, a chegada comercial do 5G ao país, a corrida das empresas pela transformação digital, a adoção de Inteligência Artificial e IoT.

Steps

FIEMG forma Comitê de ESG

Atenta ao movimento que acompanha as práticas do ESG (responsabilidade social, meio ambiente e governança), a FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – está cada vez mais em busca do aperfeiçoamento de ações inerentes ao tema, que também deve ser progressivamente inserido no cotidiano das indústrias.

A Federação já oferece uma série de soluções para ajudar as empresas a alcançar uma gestão sustentável, e se tornar mais competitiva. O intuito agora é contar com um instrumento de ESG formado por representantes da comunidade industrial, com o objetivo de direcionar e monitorar as ações da FIEMG relacionadas à Sociedade, Meio Ambiente e Governança, segundo secretário do Comitê, Paulo Soares Ribeiro de Oliveira. Ela salienta ainda que os trabalhos são coordenados pelo grupo de trabalho de ESG, formado por funcionários de várias áreas da FIEMG, que se reporta ao Comitê.

“Os membros do Comitê, de perfis variados, e oriundos de diversas áreas da indústria, contribuem com sua experiência diversificada, garantindo que as atividades de ESG da FIEMG tenham sempre um foco estratégico, e maximizando seu impacto positivo na indústria e na sociedade em geral, além de se comunicar com a presidência da FIEMG, mantendo o compromisso da alta direção na organização com as metas estabelecidas”, explica o secretário do Comitê.

O Comitê de ESG tem como membros Iara Abade, Patrícia Vinte, Mário Morais Marques, Fernando Caram Patrus, Bruno Melo e Paulo Soares Ribeiro. Já o grupo técnico é formado por Aline Faria Santos Rabelo de Azevedo (Governança), Luciene Araújo (Responsabilidade Social), João Vitor Souza (Meio Ambiente), Rafael Gouveia (Planejamento Estratégico), e Guilherme Albuquerque (Comunicação).

Conforme o secretário do comitê, a participação ativa dos membros representa as melhores práticas internacionais no desenvolvimento de organizações, que, no relacionamento positivo, equilibram, com todos os seus stakeholders, um eixo estratégico de sua atuação. “A FIEMG tem um vasto acervo de iniciativas sociais, ambientais e de governança, e atua efetivamente junto à indústria, na difusão de técnicas e conhecimentos nestas áreas. Com a estruturação do nosso Programa de ESG e a nomeação do respectivo Comitê, pelo Presidente Flávio Roscoe, estão criadas as condições para que estas ações, tão relevantes para a sociedade, sejam ampliadas e transformadas em exemplo para todo o setor industrial de Minas Gerais, contribuindo para que o desenvolvimento econômico e social caminhe sempre da forma mais equilibrada e sustentável para todos”, finaliza Paulo Soares (primeiro à esquerda).

Emerson é nomeada ‘Empresa IIoT do ano’

A Emerson foi nomeada a ‘Empresa industrial IoT do ano’, do IoT Breakthrough 2023, pela quinta vez. O prêmio deste ano reconhece o poder do Plantweb Digital Ecosystem, que agora inclui o conjunto AspenTech de soluções de software para otimização de planta.

Ao integrar a AspenTech ao Plantweb digital Ecosystem, a Emerson pode fornecer o portfólio de transformação digital mais completo, baseado em um conhecimento profundo sobre a automação.

Aproveitando décadas de inovação e conhecimento, a Emerson fornece o conjunto mais amplo de tecnologias de automação a fabricantes em todas as indústrias. O portfólio da Emerson e da AspenTech de soluções de sensor, Edge, controle e software, o Plantweb Digital Ecosystem, permite às empresas otimizar operações e desempenho de suas plantas e negócios.

“A Emerson está orgulhosa de ser consistentemente reconhecida como líder de automação, com um compromisso comprovado com inovar e fornecer soluções a líderes que ajudam clientes a atingirem suas metas de negócios e de sustentabilidade, nos mercados dinâmicos de hoje”, disse Ram Krishnan, diretor de operações da Emerson.

O Plantweb, que inclui o portfólio da AspenTech de software de otimização, permite às empresas “Ver, Decidir, Agir e Otimizar”, em todas suas operações. Por meio da detecção e visualização, diagnósticos e monitoramento preditivos, controle de precisão e análise alimentado por IA, o Plantweb permite às empresas aprimorar o desempenho, melhorar a segurança, e atingir metas de sustentabilidade, por meio da redução de emissões e maior eficiência energética.

A IoT Breakthrough, que reconhece excelência, criatividade e sucesso de empresas, tecnologias e produtos da Internet das Coisas (IoT), recebeu mais de 4.000 indicações para a competição de 2023. O prêmio homenageia as melhores empresas, líderes, tecnologias e produtos do mundo, em uma faixa de categorias IoT, desde industrial e comercial, até de consumidor e casa conectada. Os ganhadores são selecionados por um júri, composto por profissionais sênior com experiência no espaço IoT.

C&INews NºControle&Instrumentação 277|2023

Governo Federal investirá R$ 1,7 bilhão para revitalizar e intensificar obras em rodovias e ferrovias do país

Elaborado para melhorar a qualidade das rodovias brasileiras, o Plano de 100 Dias com as ações prioritárias do Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, para os setores rodoviário e ferroviário, terá cerca de R$ 1,7 bilhão para retomar e intensificar obras, preparar rodovias para o período de chuvas, garantir o escoamento da safra, e diminuir o número de acidentes graves.

O valor possibilitará a entrega de 861 km pavimentados, revitalizados e sinalizados, até abril de 2023. Ainda haverá a construção e revitalização de 72 pontes e viadutos no mesmo período. As principais entregas estão incluídas em 12 rodovias que cortam o país. São elas: a BR-432/RR, BR-364/AC, BR-116/CE, BR-101/SE, BR-116/ BA, BR-080/GO, BR-101/AL, BR-381/MG, BR-, 447/ES, BR-163/PR, BR-470/SC e BR-116/RS.

As prioridades nos setores ferroviário e rodoviário foram detalhadas pelo ministro dos Transportes, Renan Filho. Segundo ele, o governo vai priorizar e fortalecer o uso dos recursos já existentes para obras estruturantes. “Vamos investir nos grandes corredores de transporte, nas duplicações de rodovias e nas integrações ferroviárias, para ampliar competitividade da nossa economia. Estamos fazendo o reordenamento do ciclo de planejamento para os próximos quatro anos”, afirmou.

O Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes –, por meio da Diretoria de Planejamento e Pesquisa (DPP), está trazendo, da Austrália para o Brasil, uma nova tecnologia para caracterização de pavimentos rodoviários, o Intelligent Pavement Assessment Vehicle – iPAVe, com veículo TSD – primeiro sistema de avalição de condição de superfície e subsuperfície, totalmente integrado, fornecendo dados funcionais e estruturais, na velocidade operacional da via. Por muitas décadas, e ainda hoje, a análise da condição estrutural é feita por dispositivos estacionários, ou em movimento lento, causando situações perigosas no tráfego. Atualmente, o Dnit realiza seus levantamentos com equipamentos especiais em ambiente sujeito a condições adversas, com a utilização do Veículo de Diagnósticos de Rodovias – VDR, capazes de obter o IRI, o Registro em Vídeo e o Levantamento Visual Contínuo de Defeitos, LVC. O IRI mede as irregularidades do pavimento, que causam desconforto aos motoristas; o Registro em Vídeo documenta a situação de uma rodovia, em

momento específico do tempo. Uma das finalidades desse registro é o cadastro de defeitos do pavimento, realizado pelo Levantamento Visual Contínuo. Já o equipamento utilizado para avaliação estrutural do pavimento é o FWD – falling weight deflectometer. Para fins de planejamento, as leituras são realizadas a cada 200 m, alternados, e a leitura é feita com o carro parado na rodovia, o que exige uma série de ações de segurança, tais como a adoção de veículos batedores e sinalização ostensiva.

Com o iPAVe, os dados de deflectometria são obtidos de forma contínua, aumentando de forma substancial o nível de informação e, consequentemente, a capacidade de entender com mais precisão a condição do pavimento. O componente chave do iPAVe é o Traffic Speed Deflectometer – TSD, equipamento capaz de escanear a capacidade de carga de uma rede rodoviária em velocidade de tráfego, minimizando, desta forma, o uso dos equipamentos tradicionais estacionários ou de baixa velocidade, aumentando a produtividade, e diminuindo os riscos de acidentes. O TSD possui feixes de lasers Doplers, que permitem obter a velocidade da deflexão do pavimento, oportunizando obter a curvatura gerada pelo eixo do veículo.

Conforme explicou o ministro, também haverá a retomada de mais 670 km de obras paradas por falta de verbas, onde estão previstas revitalização, construção e segmentos críticos – até o fim de 2022, havia mais de 100 empreendimentos em rodovias com ritmo lento ou completamente sem segmento.

A ideia do governo é ampliar investimentos para fortalecer a competitividade internacional, preservando as condições ambientais do país. “Nossa meta é interromper a involução do setor dos últimos quatro anos. Estamos abertos a aprimorar nossos procedimentos, para atrair mais investimentos privados, somando esforços com os recursos públicos”, concluiu.

O Ministério dos Transportes também recebeu sugestões de ações prioritárias, por meio de uma consulta pública. Foram mais de 6 mil contribuições, a maioria no sentido de ampliar a competitividade da infraestrutura e da logística de transportes de cargas e pessoas; promover a segurança do trânsito; melhorar a qualidade da infraestrutura e serviços de transportes; e outros pontos, relacionados à redução da burocracia, sustentabilidade, governança e acesso à informação.

C&INews NºControle&Instrumentação 277|2023
@Divulgação

Derivados de hidrogênio verde a partir de resíduos de suínos

A Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e a empresa alemã Mele Gruppe de Torgelow anunciaram parceria público-privada com duas cooperativas agrícolas do Paraná – Cooperativa de Energias Renováveis e Saneamento Rural (Coopersan), e a Cooperativa de Energias Sustentáveis (Ambicoop) – para expansão do mercado de hidrogênio verde e derivados.

A iniciativa busca converter o gás metano dos resíduos animais em energia sustentável. Ela envolve a produção de hidrogênio verde, a partir da utilização dos estercos de porco. A capacidade total de produção estimada é de cerca de 275 toneladas de derivados de hidrogênio verde, por dia.

O acordo de cooperação foi firmado durante visita de delegação de Mecklenburg-Vorpommern (estado alemão), liderada pelo chefe da chancelaria, Patrick Dahlemann, que consiste em várias empresas dos setores de energia e meio ambiente, bem como de representantes municipais da Alemanha. “A implementação do projeto representa o início de uma cooperação de longo prazo, que servirá para o desenvolvimento futuro da parceria entre MecklenburgVorpommern e Paraná, no Brasil. Continuaremos a apoiar este projeto vitrine”, afirma Patrick Dahlemann (ao centro, na foto).

A parceria receberá financiamento do projeto H2Uppp, programa global, comissionado pelo Ministério Federal Alemão de Economia e Proteção Climática (BMWK – Bundesministerium für Wirtschaft und Klimapolitik), e implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), GmbH com apoio das Câmaras de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha (AHK), no Rio de Janeiro e em São Paulo. O projeto está presente em 17 países, entre eles o Brasil, e prevê investimento total de 2,3 milhões.

Dietrich Lehmann, diretor geral do Grupo Mele, empresa alemã, comemora o projeto de proteção climática sustentável. “Trata-se de um projeto internacional, que assegura a existência e o desenvolvimento das 332 fazendas de pecuária, reunidas em uma cooperativa. Nesta situação vantajosa para ambas as partes, ela faz parte da reorganização do fornecimento de energia e da segurança na Alemanha e em Mecklenburg-Vorpommern”, destaca Lehmann.

A expectativa é de que a parceria aconteça até o final deste ano, e que possa ser um projeto farol, com capacidade de disseminação e replicação da produção de

derivados do hidrogênio verde para outras cooperativas da região, colaborando com os pilares do projeto H2Uppp, que são sustentabilidade, impacto positivo social e ambiental, viabilidade técnica e econômica e certificação do bem-estar animal.

“O projeto é um bom exemplo dos esforços internacionais apoiados pelo governo federal alemão, para promover o abandono dos combustíveis fósseis. A produção e utilização de hidrogênio verde e derivados apoia a transição energética para energias 100% renováveis e, além disso, o desenvolvimento sustentável do mercado no Brasil e no mundo”, destaca Markus Francke, Diretor da GIZ Brasil (terceiro da esquerda para direita).

Entre as vantagens oriundas da parceria e produção de derivados de hidrogênio verde, estão a redução do uso de fertilizantes minerais e certificação de bem-estar animal para os 332 cooperados, considerando que o projeto avaliará as cooperativas dentro dos seguintes parâmetros: ambiente – garantindo a liberdade de movimentação e expressão do comportamento animal; sanidade – que evita o desconforto e sofrimento oriundos de ferimentos e doenças; mão-de-obra especializada, para lidar com os animais e alimentação. Além disso, os rejeitos animais deixarão de ser descartados na natureza, evitando a contaminação dos lençóis freáticos da região.

Vale destacar que a demanda de energia para o processo de eletrólise – separação das partículas dos gases e da água em derivados do H2V – será suprida por sistemas fotovoltaicos e hidrelétricos. O biogás produzido será processado em metanol, derivado de hidrogênio sustentável, com a adição de hidrogênio verde. A capacidade total de produção é de cerca de 88 mil toneladas/ano.

C&INews NºControle&Instrumentação 277|2023
@Divulgação

Sensycal na Estrada

Em 2022, o “Road Show Sensycal” foi encerrado nas cidades de Morro Agudo/SP e Uberlândia/MG.

O evento que treina colaboradores das indústrias de processo contou com a participação de diversos profissionais nas áreas de instrumentação, elétrica, automação e mecânica. A edição aconteceu em Morro Agudo, na unidade Vale do Rosário, do grupo Raízen, e em Uberlândia, na unidade do grupo Ambev.

A agenda de 2023 está aberta, e a cidade de Olimpia/SP foi palco para o primeiro Road Show de 2023.

O evento aconteceu na unidade Cruz Alta, do grupo Tereos, e contou com a participação de mais de 15 profissionais da área de instrumentação, que, além da troca de experiências e treinamento técnico teórico, puderam realizar na prática uma calibração, utilizando equipamentos Sensycal e Druck.

O “Road Show Sensycal” reafirma o compromisso

Sensycal de “Entender para Atender”, com excelência a seus clientes.

E se você quer mais informações para realizar esse evento GRATUITAMENTE na sua unidade industrial, fale com daiana.carla@sensycal.com.br – (11) 99946-1828

C&INews NºControle&Instrumentação 277|2023

Simplesmente integrado ao sistema: tecnologia de medição da Beckhoff.

Ampla faixa de medição: 10 mΩ a 10 MΩ

Altamente precisa análise de vibração: 50 kHz

Alta resolução: precisão de 24 bit

Alta taxa de amostragem: 100.000 amostras/s

www.beckhoff.com.br/EtherCAT-measurement

Com uma ampla faixa de módulos EtherCAT com funcionalidade avançada – proporcionando alta velocidade, ampla largura de banda, e capacidade de sincronização precisa. Os módulos de medição estão disponíveis para aplicações em que cobrem desde a medição de temperatura, energia, corrente e tensão até o gerenciamento complexo de redes elétricas ou Monitoramento de Estado. Os sinais são coletados através de canais eletricamente isolados e enviados ao controlador para processamento adicional. Com o objetivo de promover soluções mais eficientes nestas áreas, a Beckhoff oferece numerosas bibliotecas de software TwinCAT que economizam tempo de desenvolvimento.

Beckhoff Automação Industrial Ltda. Santo André – SP

Telefone: (11)4126-3232

info@beckhoff.com.br

EK11-11bBR

5G impacta setores de engenharia, varejo e transporte

Desde o leilão da Anatel, que arrecadou mais de R$ 47 bilhões, em dezembro de 2021, e marcou a entrada do 5G no Brasil, a ansiedade por sua implementação tomou conta, não só da população, mas dos negócios também. Desde o ano passado, a 5ª geração de tecnologia móvel vem sendo implementada mês a mês, já marcando presença em todas as capitais, e com previsão de estar em todas as cidades do país, até 2028.

Para alguns dos principais setores da economia, a tecnologia poderá alavancar verdadeiras revoluções.

André Medina, responsável pelo Vetor AG, programa de inovação aberta da Andrade Gutierrez, espera que os projetos estejam cada vez mais conectados, independentemente de estarem localizados em grandes centros urbanos ou locais mais distantes. “Com a maior conectividade e rastreabilidade que o 5G oferece sobre equipamentos, materiais e pessoas, dados e estatísticas poderão ser manuseados em tempo real, gerando redução de custos, aumento de produtividade e tomada de decisões mais assertivas”, afirma Medina.

No entanto, essa conectividade mais aprimorada não beneficia somente o setor da engenharia. Os segmentos varejistas que lidam com logística e tecnologia também têm muito a ganhar.

“Um dos benefícios é a diminuição de custos, por parte das grandes operações de varejo, que ainda utilizam sistemas instalados. O 5G irá acelerar ainda mais a migração para os sistemas totalmente online, como ERPs, unificando e modernizando suas operações, com informações estratégicas em tempo real”, comenta Tibério Valcanaia, diretor técnico do Myrp, primeiro software de gestão empresarial (ERP) em nuvem do país. “Com uma boa internet na palma das mãos, vendedores e gestores poderão vender a qualquer momento, por meio de celulares, e sem a

necessidade de o cliente ir até um caixa e pegar filas para finalizar suas compras.”

Para Andrei Dias, head de vendas da Nexaas, retail tech especialista em inovação para o varejo, o 5G deve atender a demanda dos consumidores que seguem em busca de uma jornada de compra ágil e eficiente. “A quinta geração vai possibilitar informações relevantes em tempo real, tanto para o consumidor quanto para o lojista, diminuindo a possibilidade de desistências, e oferecendo alternativas atraentes, caso o comprador não ache o item que deseja”, aponta o executivo.

Outra área que deve ser impactada é a de mobilidade. Para o segmento, a tecnologia deve tornar o mercado de transportes por aplicativos mais inteligente. Os números do Ministério das Comunicações mostram que, enquanto o 4G consegue conectar até dez mil dispositivos, por quilômetro quadrado, simultaneamente, o 5G suporta até um milhão.

“Quanto melhor e mais estável a conexão, maior será o alcance do transporte por aplicativo e a qualidade dos serviços”, comenta Bruno Muniz, sócio executivo da Gaudium, startup focada nos mercados de mobilidade e logística.

Market NºControle&Instrumentação 277|2023

JA

Solar fornece módulos

de alta

eficiência

para o maior projeto fotovoltaico do Egito

Novelis investe em energia solar

A Novelis, empresa global de laminados e reciclagem de alumínio, anunciou o investimento de cerca de R$ 6 milhões na instalação de quase mil placas de energia solar fotovoltaica nos seus 14 centros de coleta de latas, estrategicamente distribuídos pelo Brasil. A iniciativa vem ao encontro das metas globais de sustentabilidade da empresa, que preveem a redução de 30% da pegada de CO2 até 2026, e a neutralidade em emissões, até 2050, em suas operações em todo o mundo. Os painéis começarão a ser implantados em fevereiro de 2023.

A JA Solar firmou parceria com a AMEA Power, uma das maiores incorporadoras dos Emirados Árabes Unidos, e se unirá a um consórcio formado pelo China Energy Engineering Group, China Energy International Group, e a Zhejiang Thermal Power Construction, para fornecer uma solução integrada para os projetos de energia eólica e fotovoltaica (PV), em escala gigawatt, em que a AMEA está embarcando. Entre eles, o projeto Kom Ombo Abydos no Egito, com capacidade de 560MW, que será o maior projeto fotovoltaico individual daquele país, após a conclusão.

A JA Solar fornecerá todos os módulos de alta eficiência DeepBlue 3.0 Pro para o projeto. A construção do projeto começou no início de janeiro de 2023, e espera-se que seja concluída em 19 meses.

O projeto fotovoltaico Kom Ombo Abydos no Egito é desenvolvido, de propriedade, e operado pela AMEA Power, e financiado pela International Finance Corporation, International Cooperation Agency – JICA –, e pelo Dutch Entrepreneurial Development Bank. Após a conclusão, o projeto fornecerá eletricidade limpa, para quase um milhão de residentes egípcios.

O módulo DeepBlue 3.0 Pro foi selecionado para o projeto usando a tecnologia proprietária Gapless Flexible Interconnection (GFI) da JA Solar, que equilibra qualidade, eficiência e custo, oferecendo aos clientes o custo nivelado ideal de energia (LCOE), e garantindo saída de alta potência constante, ao longo do ciclo de vida da usina fotovoltaica.

Seguindo a tendência global de neutralidade de carbono, o Egito promoveu ativamente, nos últimos anos, o desenvolvimento e a aplicação de energia renovável, e estabeleceu a meta de fornecimento de eletricidade, a partir de energia renovável, em 42%, até 2035.

As novas fontes acumulam potencial de geração de energia limpa de 603.8 MWh/ano, o que tornará os centros de coleta autossuficientes em consumo. A redução estimada em emissão de gases de efeito estufa é de 231,1t de CO2/ano, o que equivaleria a 344 carros que transitam 10 km por dia (0,184 kg CO2/km) em média, ou à captura de carbono de 31.229 árvores da floresta amazônica (7,4 kg CO2/árvore, ao longo do ano).

As principais atividades dos centros de coleta são o recebimento das latinhas de alumínio pós consumo, a limpeza do material, e o empacotamento para posterior envio ao complexo de Pindamonhangaba/SP, onde é realizada a reciclagem. Esses grandes fardos de latas são movidos por meio de empilhadeiras, que, a partir de agora, passarão a ser elétricas. A Novelis está investindo na troca dos equipamentos, e irá adquirir 16 novas máquinas para substituir as antigas, movidas a gás.

“ Este investimento marca o primeiro projeto da Novelis, no Brasil, com fonte de energia solar. Nossos objetivos de descarbonização e de produção de um alumínio cada vez mais sustentável são prioridades para a empresa, e estamos focados em avançar nas iniciativas que nos aproximem do alcance dessas metas ”, explica Beatriz Sobreira , gerente sênior de estratégia e sustentabilidade da Novelis América do Sul.

Nos outros países onde opera, a Novelis também vem concentrando esforços na neutralidade de carbono, que passam pela implantação de fontes de energia limpa nas plantas da companhia, por todo o planeta.

Energies Controle&InstrumentaçãoNº277|2023

Modelo matemático para auxiliar empresas em leilões

A Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – é responsável pelos leilões de transmissão de energia no Brasil. Esses leilões definem as empresas que receberão a concessão para conectar os pontos de geração de energia aos consumidores finais.

Os leilões funcionam assim: a Aneel determina uma Receita Anual Permitida (RAP), que pode ser disponibilizada para que a concessionária forneça, por um período de 30 anos, os serviços de construção, operação e manutenção das subestações e das linhas de transmissão do lote que é ofertado. As empresas que participam do leilão dão seus lances de acordo com o desconto que podem oferecer, em relação ao valor estipulado pela Agência.

Consciente da existência dos leilões, que são realizados na bolsa de valores B3, em São Paulo, Luiz Felipe Migliato, mestre em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria (MECAI), criou um modelo matemático que utiliza inteligência artificial interpretada, para auxiliar as empresas participantes dos leilões a conseguirem apresentar o maior nível de deságio – e, consequentemente, oferecerem a melhor proposta pela concessão.

Em muitos casos, para ser possível chegar ao maior deságio, uma série de ações são necessárias. É preciso realizar visitas aos locais de obras, que muitas vezes estão em localidades distantes, e demandam o deslocamento de uma equipe até lá. Além disso, para se obter um relatório eficaz, é importante a presença de uma equipe de topografia, a qual será responsável pelo estudo das características naturais e artificiais da superfície do local, além de outros estudos e levantamentos, cruciais para a construção do processo que será responsável pela transmissão de energia.

Para que seja possível participar do leilão na B3, também existem alguns requisitos. Dentre eles, é necessário ter investimentos na carta fiança, o que torna o simples ato de participar do leilão, algo muito custoso para os interessados. “Imagine que uma empresa irá participar de um lote do leilão, ofertando um deságio de apenas 10% sobre o RAP. No entanto, para vencer esse lote, seria necessário um deságio de 30% ou 40%. Foi a partir desses contextos que surgiu a ideia do trabalho: desenvolver uma forma de auxiliar essas empresas participantes do leilão na tomada de decisão através do uso da inteligência artificial interpretada. A ideia seria interpretar como essas empresas conseguem chegar ao melhor deságio, através de algumas variáveis macroeconômicas e técnicas sobre os lotes leiloados”, detalha Luiz.

Para alimentar e testar o modelo, o pesquisador utilizou a base de dados pública do site da Aneel, que conta com diversas variáveis técnicas, como a região do local da obra, o nível de tensão das linhas de transmissão e das subestações, a potência transformada do lote, e outras. Luiz também acrescentou variáveis macroeconômicas, uma vez que também se trata de um

investimento. “A partir da base de dados da Aneel, acrescentei variáveis de cunho econômico como o dólar, taxa de juros, inflação. Isso porque, como estamos falando de um investimento, as informações macroeconômicas passam a ter um destaque importante. Sobre essa base de dados elaborada, fiz o uso da IA interpretada, para que pudéssemos buscar e entender melhor as variáveis envolvidas no processo, e sua influência nos deságios vencedores dos lotes de transmissão da Aneel”, explica. O trabalho, orientado pelo professor André de Carvalho, do ICMC e pesquisador do CeMEAI, utilizou quatro algoritmos de aprendizado de máquina, juntamente a sete métodos de seleção de variáveis, visando a possibilitar a predição da variável-alvo (deságio). Portanto, o objetivo do trabalho foi encontrar, dentre os algoritmos implementados e analisados, aquele que obtivesse o melhor desempenho na predição do deságio. “Entre todas as variáveis analisadas, era esperado, por se tratar de um problema de engenharia, que variáveis como o nível da tensão ou a quilometragem das linhas se destacassem na explicação do fenômeno estudado. Porém, não foi isso que foi observado. Provavelmente, por se tratar também de um problema de investimento, as variáveis macroeconômicas – taxa SELIC, inflação e valor do dólar – foram as que se mostraram mais relevantes na explicação do problema abordado na pesquisa e, consequentemente, na predição do deságio. No final, tudo vira uma modelagem financeira”, conta Luiz.

Na etapa de treinamento dos algoritmos e geração dos modelos, foi escolhido aquele que obteve o melhor desempenho. Depois, esse modelo foi utilizado na etapa de predição, com dados reais ainda não vistos. Assim como na etapa de treinamento, o resultado obtido na predição manteve-se consistente. Por fim, com base na interpretabilidade, foi realizado o ranqueamento, que mostrou quais variáveis se mostraram mais relevantes para explicação do problema estudado e predição da variável-alvo. “Diante dos resultados alcançados, podemos dizer que o modelo final obtido pode ser utilizado para auxiliar o processo de tomada de decisão junto às empresas participantes nesses leilões”, esclarece o pesquisador.

Então, antes de arcar com os investimentos dos estudos do lote para poder participar do leilão, uma empresa participante poderá analisar as variáveis abordadas no estudo, para tomar decisões com maior efetividade, frente a todos os gastos e incertezas que precisaria enfrentar para participar do processo de disputa.

“A ideia é ser uma ferramenta de auxílio na tomada de decisão. De certa forma, seria simplório utilizar apenas a ferramenta para apresentar o valor de deságio, mas ela age como um suporte. Basear-se em leilões anteriores, para que as empresas consigam ofertar um deságio mais interessante para aquele lote. Fazer com que elas não apenas participem, mas consigam oferecer realmente o maior e melhor desconto”, finaliza Luiz.

Energies NºControle&Instrumentação 277|2023

Maior usina solar da América Latina ajuda Argentina em transição energética

Na província de Jujuy, no norte da Argentina, a 4 mil metros acima do nível do mar, Cauchari é o local da maior usina de energia solar da América Latina, em um deserto árido. Cauchari é um local remoto a 300 km de San Salvador, capital de Jujuy. Quando concluída, a usina contará com 1,2 milhões de painéis solares, tornando-se uma das maiores usinas solares do mundo.

Cauchari está na área com a melhor radiação solar do mundo, mas costumava ser uma das regiões menos desenvolvidas da Argentina. No passado, não havia hospital, escola, nem mesmo uma estrada decente, e mais da metade das residências não tinha eletricidade. Muitos agricultores locais ganham a vida vendendo artesanatos e especiarias, já os jovens precisam deixar a área para encontrar um emprego.

O projeto da usina solar de Cauchari trouxe grandes mudanças para a área local, gerando cerca de 1.500 empregos, e muitos dos habitantes locais se tornaram parte do

projeto, após treinamento. Os trabalhadores de construção ganham cerca de 700 dólares por mês, o que é muito mais do que antes.

Até o momento, o projeto produziu 1,74 milhão de MWh de energia, o que aliviou muito a pressão sobre a carga energética local, suprindo cerca de 250 mil residências com energia limpa, e eliminando 325 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono em um ano, o equivalente ao plantio de 300 mil árvores.

Mercur inaugura Usina Solar Fotovoltaica em Santa Cruz do Sul

A Mercur, indústria das áreas de saúde e educação, inaugurou sua em Santa Cruz do Sul. O empreendimento, construído entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro de 2022, está instalado no Distrito Industrial, em uma área de 2 hectares, com 2.690 painéis para geração de energia limpa. Com a entrada de seu funcionamento, a empresa vai gerar aproximadamente 1.600 Mwh/ano, ou seja, suprirá mais de 50% de toda energia utilizada nas duas plantas da empresa.

A indústria tomou essa iniciativa para auxiliar na produção e distribuição de energia limpa local, a fim de contribuir com a preservação, e diminuir o impacto ao meio ambiente. Da mesma forma que busca soluções para desenvolver produtos que impactam menos, o funcionamento da Usina busca reduzir impactos relativos à distribuição de energia.

“As principais usinas de energia hidrelétrica estão em regiões muito distantes do nosso consumo, necessitando percorrer longas distâncias, o que faz com que tenhamos um percentual de perda por diversos fatores”, explica Paulo Boufleur, responsável pelo projeto. O impacto ambiental causado no local da construção foi compensado com o plantio de árvores nativas, em um espaço de preservação da empresa, de acordo com o levantamento e determinação do relatório da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM). No pátio da empresa, foram realocados jerivás e butiazeiros, e ainda foram plantadas 1,2 mil mudas de espécies nativas, como compensação. “Toda madeira de eucalipto retirada neste espaço

foi suficiente para abastecer a nossa caldeira por mais de cinco meses, gerando calor para os processos de fabricação”, afirma Paulo.

A Usina foi construída totalmente no solo e por isso foi necessária a limpeza e terraplenagem da área. Também foi investido na instalação de uma estação meteorológica, para medir e acompanhar a situação climática no seu entorno, e assim garantir o monitoramento da situação dos ventos, chuvas, para uma melhor manutenção, segurança e acompanhamento no local. É importante destacar que, com a construção da Usina, a Mercur avança em direção à sua visão 2050, de contribuir para uma economia de baixo carbono, uma das principais demandas que existem no planeta, dada a crise climática que se agrava ano a ano, e que propicia o aquecimento global, com consequências para pessoas e organizações. Após o início da operação, a proposta da indústria é colocar em execução a continuidade do plano, e aumentar a capacidade de geração de energia, chegando a 3.000 Mwh/ano.

Com o início do funcionamento da Usina da Mercur, a comunidade local também será beneficiada, pois, haverá um aumento da disponibilidade para os consumidores em geral, reduzindo a necessidade do uso de energia térmica, que é a que mais impacta negativamente o planeta. Assim, a Mercur fortalece seu compromisso ambiental relacionado ao Objetivo 7, referente à Energia Renovável e Acessível, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), da Agenda 2030.

Energies Controle&InstrumentaçãoNº277|2023

Parceria inédita para utilizar o GLP como combustível para geração de energia elétrica no Brasil

A Copa Energia, maior distribuidora de GLP da América Latina e a Aggreko, líder global no fornecimento de serviços de energia, anunciam uma parceria inédita no Brasil. Após mais de um ano trabalhando na validação junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as empresas receberam aprovação para atuar em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em pesquisa que estuda o uso do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), também conhecido como “gás de cozinha”, como combustível em um gerador de energia a gás. Com previsão de início de operação para o primeiro trimestre de 2023, agora começa a fase de montagem estrutural.

O projeto de Geração de Energia tem como objetivo avaliar a eficiência energética e economicidade de um grupo motor gerador (GMG), alimentado por GLP, que vai gerar energia elétrica, tanto no modo off grid (sem conexão à rede de distribuição), como no modo on grid (conectado à rede de distribuição). O experimento será realizado no período de maior consumo da rede, fornecendo energia elétrica para a universidade.

A Copa Energia instalará na UFMS uma central de GLP conectada a um gerador, o qual foi especialmente desenvolvido para o projeto pela Aggreko. O gerador utilizou as especificações do GLP do Brasil, com potência de 85 KW, e será ligado à rede de abastecimento da concessionária local. A técnica permite que a energia gerada seja direcionada para qualquer parte da universidade. O acompanhamento contínuo será feito pela UFMS, Copa Energia e pela ANP, que validará, desde a instalação, até a qualidade de geração.

O projeto teve início em abril de 2022, e agora entra na fase da montagem do GMG. Após o fim do projeto, o equipamento será inteiramente doado pela Aggreko à Agência de Internacionalização e Inovação (Aginova) da UFMS. O objetivo desta pesquisa é produzir dados técnicos e científicos que possam promover a abertura do mercado para novos usos do GLP no Brasil, neste caso, com a geração de energia elétrica mais limpa e sustentável.

“Quando falamos de GLP, geralmente as pessoas se lembram apenas do botijão de gás, e pouco pensamos em seu potencial de geração de energia. Isso acontece porque o uso do GLP no Brasil sofre restrições que datam desde a Guerra do Golfo, quando uma situação de escassez em relação a diversos derivados de petróleo se instaurou, acendendo um alerta no mundo. Diante deste cenário, a regulação visava a limitar o uso do GLP, que sempre foi considerado essencial à sobrevi-

vência humana, apenas para o uso doméstico. Mas, atualmente, este cenário mudou”, explica Leonardo Silva, Coordenador de Novas Tecnologias da Copa Energia.

Segundo documento elaborado pelo Sindigás – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo – Regulação do Setor de GLP no Brasil –, que reuniu profissionais de diversos setores para discutir a regulação do setor de GLP no Brasil, as restrições quanto ao uso do GLP parecem ter perdido o seu esteio, por razões técnicas e econômicas, que demonstram que a escassez está longe de ocorrer, tanto no Brasil quanto em toda a América Latina.

A geração de energia a GLP pode desempenhar um papel fundamental na transição de máquinas a combustíveis líquidos fósseis, como o diesel e a gasolina, para máquinas a gás. Em estudo com a finalidade de medir a emissão de gases poluentes em motores de combustão interna, com o uso do GLP, em comparação com a gasolina, foi constatada redução de 64% de gases NOx, 31% para o CO2, e 57% para o CO. Em outro estudo, verificou-se que o uso do GLP reduziu em torno de 50% a emissão de poluentes, quando comparado ao diesel.

Segundo Michael Campos, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Aggreko, a queima do GLP é mais limpa, o acúmulo de carbono gerado pelo combustível nas partes internas do motor é menor, além de reduzir o acúmulo de óleo e o desgaste nos componentes, tornando sua vida útil maior. O GLP também tem 50% menos potencial de formação de ozônio, o que o torna um combustível mais limpo.

A Aggreko deseja reproduzir no Brasil sucessos, como o projeto de St. Croix, uma das Ilhas Virgens dos Estados Unidos, onde projetou e instalou uma solução de energia de 20 MW, com 18 geradores NGG (Next Generation Gas) de 1,2 MW, altamente eficientes, alimentados por GLP (HD5).

Energies NºControle&Instrumentação 277|2023

Estudo da IEA destaca mercado, emprego e riscos emergentes

O Energy Technology Perspectives

2023 serve como o primeiro guia global do mundo para as indústrias de tecnologia limpa do futuro, com uma análise abrangente da fabricação global de tecnologias de energia limpa hoje – como painéis solares, turbinas eólicas, baterias EV, eletrolisadores para bombas de calor e hidrogênio – e suas cadeias de suprimentos em todo o mundo, além de mapear como elas provavelmente evoluem, à medida que a transição para energia limpa avança nos próximos anos.

A análise mostra que o mercado global para as principais tecnologias de energia limpa fabricadas em massa valerá cerca de US$ 650 bilhões, por ano, até 2030 – mais de três vezes o nível atual – se os países em todo o mundo implementarem totalmente suas promessas anunciadas de energia e clima. Os empregos de fabricação de energia limpa relacionados mais do que dobrariam, de 6 milhões, hoje, para quase 14 milhões, até 2030 – e um crescimento industrial e de emprego ainda mais rápido é esperado nas próximas décadas, à medida que as transições avancem.

As atuais cadeias de fornecimento de tecnologias de energia limpa apresentam riscos na forma de altas concentrações geográficas de mineração e processamento de recursos, bem como de fabricação de tecnologia. Para tecnologias como painéis solares, vento, baterias EV, eletrolisadores e bombas de calor, os três maiores países produtores respondem por pelo menos 70% da capacidade de fabricação de cada tecnologia – com a China dominando todos eles. Enquanto isso, grande parte da mineração de minerais críticos está concentrada em um pequeno número de países. Por exemplo, a República Democrática do Congo produz mais de 70% do cobalto mundial, e apenas três países – Austrália, Chile e China – respondem por mais de 90% da produção global de lítio.

O aumento dos preços de cobalto, lítio e níquel levou ao primeiro aumento nos preços das baterias EV, que saltaram quase 10%, globalmente, em 2022. O custo das turbinas eólicas fora da China também aumentou, após anos de declínio, e tendências semelhantes podem ser vistas em energia solar fotovoltaica.

“A IEA destacou, há quase dois anos, que uma nova economia energética global estava emergindo rapidamente. Hoje, tornou-se um pilar central da estratégia econômica, e cada país precisa identificar como pode se beneficiar das oportunidades, e enfrentar os desafios. Estamos falando de novos mercados de tecnologia de energia limpa, no valor de centenas de bilhões

de dólares, bem como milhões de novos empregos. A notícia encorajadora é que o pipeline global de projetos para fabricação de tecnologia de energia limpa é grande, e está crescendo. Se tudo o que está sendo anunciado for construído, o investimento que flui para a fabricação de tecnologias de energia limpa forneceria dois terços do que é necessário em um caminho para emissões líquidas zero. O momento atual nos está aproximando de atingir nossas metas internacionais de energia e clima – e quase certamente há mais por vir”, disse o diretor executivo da IEA, Dr. Fatih Birol.

Dr. Birol acrescentou que, quando se depende demais de uma empresa, um país ou uma rota comercial, corre-se o risco de pagar um preço alto se houver interrupção. “Portanto, estou satisfeito em ver muitas economias, em todo o mundo, competindo hoje para serem líderes na nova economia de energia, e impulsionar uma expansão da fabricação de tecnologia limpa na corrida para o zero líquido. É importante, porém, que essa competição seja justa – e que haja um grau saudável de colaboração internacional, já que nenhum país é uma ilha energética, e as transições energéticas serão mais caras e lentas, se os países não trabalharem juntos.”

Apenas 25% dos projetos de fabricação anunciados globalmente para energia solar fotovoltaica estão em construção, ou começando a construção em breve, de acordo com o relatório. O número é de cerca de 35% para baterias EV, e menos de 10% para eletrolisadores. As políticas governamentais e os desenvolvimentos do mercado podem ter um efeito significativo sobre o destino do restante desses projetos.

Em meio às ambições regionais de expansão da manufatura, o ETP-2023 destaca o importante papel do comércio internacional nas cadeias de suprimentos de tecnologia de energia limpa. Isso mostra que quase 60% dos módulos solares fotovoltaicos produzidos em todo o mundo são comercializados alémfronteiras. O comércio também é importante para baterias de VEs e componentes de turbinas eólicas, apesar de seu volume, sendo a China o principal exportador líquido, atualmente.

O relatório também destaca os desafios específicos relacionados aos minerais críticos necessários para muitas tecnologias de energia limpa, observando os longos prazos para o desenvolvimento de novas minas e a necessidade de fortes padrões ambientais, sociais e de governança. Dada a distribuição geográfica desigual de recursos minerais críticos, a colaboração internacional e as parcerias estratégicas serão cruciais para garantir a segurança do abastecimento.

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Europa pode acabar com dependência de células de bateria de íon de lítio chinesas

A União Europeia (EU) pode acabar com sua dependência da China para células de bateria de íon-lítio até 2027, segundo a Transport & Environment (T&E), já que está a caminho de produzir células de íonlítio suficientes para atender plenamente à demanda doméstica por veículos elétricos e armazenamento de energia, de acordo com alguns dos fabricantes de baterias, mas a UE vai precisar de uma política para combater os subsídios dos EUA ou corre o risco de perder investimentos na cadeia de fornecimento de EV.

Dois terços da demanda da Europa por cátodos – que contêm matériasprimas críticas – podem ser produzidos internamente, até 2027, segundo o relatório. Projetos para produção de cátodo incluem a Umicore, na Polônia; a Northvolt, na Suécia; e a Basf, na Alemanha. Mas, as empresas ainda podem transferir projetos para os EUA, atrás dos benefícios fiscais e outros subsídios fornecidos pela Lei de Redução da Inflação, para localizar cadeias de fornecimento de baterias na América.

A dependência da China para o refino e processamento de metais para baterias também pode cair drasticamente: mais de 50% da demanda de lítio refinado da Europa pode vir de projetos europeus até 2030, prevê a T&E. Estes incluem RockTech Lithium e Vulcan Energy Resources, na Alemanha; e Imerys, na França.

Julia Poliscanova , diretora sênior de veículos e mobilidade elétrica da T&E, disse: “A eliminação gradual dos motores de combustão da UE, em 2035, já estimulou muitos investimentos. Hoje, metade das células de bateria de íons de lítio usadas na UE já são fabricadas lá. Mas a Lei

de Redução da Inflação mudou as regras do jogo, e a Europa precisa colocar mais dinheiro na mesa, ou correr o risco de perder fábricas de baterias planejadas e empregos para a América.”

Um Fundo Europeu de Soberania para apoiar tecnologias verdes deve ser criado com dinheiro arrecadado, por meio da emissão conjunta de dívida.

Segundo Julia Poliscanova, a Europa precisa de poder financeiro para apoiar suas indústrias verdes na corrida global com a América e a China. Um Fundo Europeu de Soberania apoiaria uma estratégia industrial verdadeiramente europeia e não apenas países com bolsos cheios. Mas, as regras de gastos precisam ser simplificadas, para que a construção de uma usina de baterias não leve o mesmo tempo que uma usina de carvão.

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Relatório traz perspectivas para o setor energético em 2023

O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) lançou um relatório com as perspectivas para o setor energético em 2023. A consultoria, que é uma das mais influentes do Brasil no setor de energia, defende que o Governo reveja as medidas promovidas, ao longo de 2022, para mitigar o aumento dos preços dos combustíveis, e afirma que políticas de controle ostensivo dos preços podem afastar o investimento externo, e causar desequilíbrios nas cadeias de suprimento doméstico.

“As inconsistências em medidas regulatórias e no papel do Estado são uma das principais fontes de insegurança e risco para o segmento no Brasil. Por isso, é fundamental afastar essa imagem, e aumentar a projeção do país no cenário global”, afirma Pedro Rodrigues, diretor e sócio do CBIE.

No setor elétrico nacional, o CBIE defende a continuidade das obras e operação do Linhão de Tucuruí, para promoção da segurança energética brasileira. O empreendimento, que ligará Roraima ao Sistema Interligado Nacional, estava suspenso, em função de entraves ambientais e regulatórios, já que as obras devem atravessar 122 km de terras protegidas. Até que, em outubro de 2022, as autoridades federais conseguiram alcançar um acordo de compensação junto à comunidade indígena local.

O documento ainda indica que os investimentos em infraestrutura para escoamento de gás natural (gasodutos e UPGNs) podem proporcionar a redução dos volumes de reinjeção, assim como explorar recursos não-convencionais, de forma que se reduza a necessidade de importação e, consequentemente, a vulnerabilidade a fatores externos com relação ao insumo.

No relatório, a consultoria ainda enfatiza o protagonismo brasileiro para a produção de biocombustíveis, e defende que eles tenham maior reconhecimento no programa de transição energética. O biogás pode colaborar na descarbonização do setor do agronegócio, gerando energia através de uma fonte não intermitente.

Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, só perde para os Estados Unidos.

O documento traz ainda um panorama sobre os investimentos feitos em energias renováveis, e apresenta o potencial brasileiro para eólicas offshore. O CBIE defende que haja avanços na regulação de eólicas offshore, já que, até o momento, existem apenas Projetos de Lei tramitando no Congresso. De acordo com o relatório, é preciso ainda que mais leilões sejam realizados, assim como investimentos para que haja avanços na criação de um mercado de créditos de carbono.

Setor energético se destaca nas reuniões bilaterais

do governador de SP

Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, realizou reuniões bilaterais com empresas do setor de energia, para discutir a possibilidade de parcerias em projetos de sustentabilidade. Ele conversou com o vice-presidente da State Grid Corporation of China, Pan Jingdong (foto superior) – a companhia é dona da CPFL. “Além de apresentar o nosso portfólio de investimentos, falamos da privatização da Emae – Empresa Metropolitana de Água e Energia. Devemos falar novamente em breve, e com mais profundidade, sobre essa agenda”, resumiu o governador que também se encontrou com Marcos Bulgheroni, CEO da Pan American Energy, a maior produtora privada de petróleo e gás natural da Argentina; com Ignacio S. Galán, CEO da Iberdrola, líder mundial na produção de energia eólica; e com Francesco Estara-

ce, (foto menor, à esquerda) CEO da Enel, para apresentar os projetos de investimento do Estado de São Paulo, sobretudo na área de energias renováveis, redes inteligentes de distribuição de energia, e a possibilidade de expansão dessas experiências. Tarcísio também se reuniu com Ana Paula Marques, Membro do Conselho de Administração Executivo da EDP (Energias de Portugal AS), uma das principais operadoras do setor elétrico na Europa, e que atua fortemente em diversos estados brasileiros, inclusive São Paulo. Nos últimos anos, a companhia injetou R$ 2,5 bilhões no Estado de São Paulo, e gerou mais de 3 mil novas vagas de trabalho em cerca de 30 municípios paulistas. Junto ao governador, o secretário de Negócios Internacionais, Lucas Ferraz, o secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima, e a secretária de Comunicação, Laís Vita, também participam da missão Davos.

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Transformação Digital na Metrologia

Aassinatura da Convenção do Metro , em 1875, foi a base para a formação do sistema de medição que sustenta a indústria, a inovação, o comércio internacional, a qualidade de vida e a proteção ao meio ambiente – a metrologia está no dia a dia da sociedade, portanto, é natural que a metrologia esteja adequando-se e fazendo uso das novas tecnologias, desenvolvendo e validando novas técnicas para garantir a confiabilidade dos resultados de medição em todo o mundo.

Umas das tendências nesse campo é o uso de softwares e a emissão de certificados digitais. O certificado é uma das etapas do sistema de gestão de medição (ABNT NBR ISO 10012), e somente laboratórios acreditados pelo Inmetro podem emitir um.

Os certificados de calibração digitais devem substituir em breve os certificados em papel. Mas, os certificados digitais de calibração exigem segurança digital e infraestrutura de software para os processos de autenticação e validação, numa cadeia de calibração totalmente

rastreável a padrões primários. Ou seja, softwares e sistemas devem ser totalmente validados e reconhecidos, tanto pela comunidade metrológica e indústria, quanto pelo Inmetro e órgãos internacionais. E essa infraestrutura de certificados de calibração deve dar suporte às indústrias de hoje, e às futuras, digitalizadas.

E como está esse caminho?

Atualmente, os processos de calibração, na maioria dos casos, resultam em certificados de papel fisicamente assinados por pessoa autorizada, impressos em papel especial, e em conformidade com os padrões ISO 17025, indicando o status da acreditação da organização. O certificado é enviado para o cliente, e as informações de calibração do certificado são transcritas – às vezes manualmente – para o sistema que utiliza o instrumento calibrado.

A transcrição manual de dados – não só de calibração – é reconhecidamente uma potencial fonte de falha, por isso, há algum tempo, provedores de serviços de calibração estão gerando certificados em PDF assi-

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@ Hugo Hashizume/Solvay-Rhodia

nados digitalmente, como um primeiro passo para a digitalização. Isso já permite que os certificados sejam enviados eletronicamente, e de forma segura, para o cliente, mas o PDF ainda requer que uma pessoa visualize o certificado, e transcreva os dados para o sistema correto.

A visão futura, e não tão distante, será substituir o certificado em papel para totalmente digital, de forma que os arquivos possam ser comunicados de forma segura, instantânea e reconhecida. Um arquivo XML pode ser totalmente lido e interpretado por um software, e os dados de uma calibração podem ser transcritos automaticamente para os sistemas relevantes, sem a necessidade de transcrição manual, evitando riscos associados a essa transcrição. O grande diferencial será a possibilidade de integração total entre calibrador padrão, software de gestão de calibração e ERP, garantindo a integridade dos dados.

Os Certificados de Calibração Digital (DCCs) darão o suporte para a Indústria 4.0. Mas isso vai demandar uma infraestrutura de medição IoT, com serviços de calibração e análises fornecidos por sistemas baseados em nuvem, tudo segundo diretrizes e regulamentos internacionais, e apoiado por organizações como a ISO e a IEC, fornecendo normas técnicas, como a ISO 80000 (o sistema internacional de quantidades).

Outros pontos relevantes aí são a proteção criptográfica e a implementação de normas internacionalmente harmonizadas. Enquanto a necessidade de aceitação em nível regional é muito clara, pois, há milhares de calibrações todos os dias, a harmonização internacional pode ser necessária apenas entre as principais organizações.

O Chefe da Divisão de Metrologia em Telecomunicações do Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, Rodolfo Saboia, lembra que o produto final de uma calibração é o respectivo Certificado de calibração devidamente assinado pelas pessoas que autorizam o relatório (17025 7.8.2.1). É responsabilidade do Laboratório, a garantia da validade dos resultados (17025 7.7). Especificamente em relação aos softwares de prateleira, estes devem ser validados pelo laboratório (17025 7.11.2). Existem diversos softwares comerciais para gestão de laboratórios e calibrações, e cabe aos laboratórios a validação dos mesmos, porque o Inmetro não emite uma lista de softwares aceitos. E, da mesma forma, cabe ao laboratório se responsabilizar pela segurança cibernética de seus registros (17025 8.4.2).

E aí o blockchain surge como uma tendência promissora. Pode-se considerar o blockchain como um conjunto de dados, distribuído para criar uma estrutura (designada como um livro-razão), cuja integridade vem do consenso entre um conjunto de pares.

Um blockchain pode reduzir significativamente os custos associados com algumas atividades, fornecendo mecanismos sofisticados, para garantir a integridade e autenticidade das informações e processos, gerenciados por uma rede.

Saboia conta que o Inmetro realiza trabalhos científicos em aplicações de blockchain para metrologia. Existem diversas maneiras para garantir a veracidade dos certificados, sendo recomendada a assinatura digital ICP-Brasil, para os certificados em formato digital. É bom lembrar de que existem diferentes tipos de plataformas blockchain. As pessoas estão acostumadas às criptomoedas, como o Bitcoin, onde de fato ocorre muito gasto de energia. Mas é possível adotar diferentes plataformas, que são mantidas mediante outros protocolos de consenso, sem necessidade de “mineração”. O fato é que diferentes organizações podem estabelecer uma cooperação para manter o blockchain. Um exemplo na área da Metrologia, além dos institutos nacionais, você pode ter fabricantes de medidores, laboratórios de ensaio, entidades representantes da sociedade civil, todos cooperando, para manter os dados armazenados no blockchain.

No futuro, todos os processos e procedimentos de verificação precisarão tornar-se digitais, e a transmissão dos dados metrológicos vai pedir uma segurança robusta, sem a qual não será possível garantir que os dados recebidos não foram afetados no processo de transmissão. Isso é relevante, não apenas para questões legais, mas para todos os dados metrológicos utilizados na ciência e indústria.

“ O Laboratório Prymelab, da Presys Instrumentos, trabalhando em prol da transformação digital, buscando inovar e dar cada vez mais agilidade ao cliente, criou um local seguro em nosso site, para os clientes baixarem os certificados em PDF, com login e senha. Esta operação é validada e segura, para garantir acesso rápido para baixar certificados dos padrões enviados para nosso Laboratório. E para aqueles que possuem o software de calibração Isoplan 5, aqueles dados de calibração dos certificados que precisavam ser digitados no sistema para a análise dados e posterior cálculo de in-

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certeza – não precisam mais, pois, a calibração traz automação ao processo, e o deixa livre de papel e de atividades manuais, com geração de dados criptografados em arquivo .CCP, que facilita a importação destes dados diretamente para o Software de calibração ”, conta Newton Bastos , da Presys.

A Solvay de Paulínia calibra aproximadamente 415 malhas de Qualidade/Meio Ambiente, e 1250 de Segurança, lembrando que o laboratório da Solvay do site utiliza instrumentos de calibração certificados e rastreáveis. Hugo Hashizume , da equipe de Manutenção Preditiva/ Confiabilidade da Solvay de Paulínia, ressalta que a calibração dos instrumentos nos processos de produção é essencial para garantir medições corretas de variáveis importantes para a qualidade do produto, segurança, meio ambiente e produtividade. “ No ano passado, finalizamos o projeto Calibração sem Papel, aqui no site de Paulínia, em que integramos o software ISOPLAN com os calibradores advanced da Presys, eliminando as anotações em papel dos dados brutos, coletados durante a calibração. Agora, todo o processo de calibração pode ser realizado de forma automática ou semiautomática, dependendo da variável a ser calibrada ”, conta Hugo.

Rodolfo Saboia destaca ainda que os métodos tradicionais de calibração são compatíveis com a Indústria

4.0, porém, novos métodos e novos escopos surgem a partir do advento da Indústria

4.0. “Dentro do BIPM, Euramet e SIM, várias iniciativas de Metrologia para Transformação Digital (M4DT) estão ocorrendo atualmente. No âmbito do SIM, por exemplo, foi criado um grupo de trabalho para esse tema (MWG 14 – M4DT). O European Metrological Cloud (Euramet) é uma nuvem de dados para armazenar informações metrológicas (incluindo Certificados de calibração digitais), entre os organismos da Co-

munidade Econômica Europeia e, neste caso, umas das possibilidades de implementação pode ser utilizando Blockchain. Uma iniciativa muito interessante é o Nist on a Chip (Nist), padrões metrológicos primários, encapsulados em dispositivos de tamanhos de chips, e que podem ser enviados para indústria para calibração de instrumentos in site. A Indústria 4.0 (ou outra denominação equivalente) é uma área que vai impactar intensivamente a metrologia, tanto demandando novos tipos de calibração, quanto novos processos para realização de calibrações tradicionais”.

@Waltrip/NIST

Divisor de tensão para o watt quântico. Desenvolvido em 2008, no NIST, como parte de seu programa de longa data no desenvolvimento de padrões de tensão quântica

Fernando Yamada

J. de Araújo, gerente de manutenção e projeto da Chevron Oronite Brasil Ltda. conta que sua unidade calibra em torno de 4.000 instrumentos, nas grandezas de pressão, temperatura, nível e vazão. As grandezas de pressão, temperatura e nível são calibradas internamente, em sua grande maioria; as de vazão, externamente, ou através de laboratório móvel de fornecedor que vem até a planta. “A inovação da calibração é tracionada pelas mudanças em novas linhas de produção, que necessitam de cada vez mais instrumentos para possibilitar uma operação remota, e as calibrações devem ser feitas com maior eficiência, para exigir o mínimo de tempo parado de uma unidade e/ou equipamento. E essa inovação também

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G. Cooksey/NIST Bancada de calibração de válvulas de alívio na Chevron

é exigida por processos de segurança nas indústrias onde precisamos ter maiores garantias de que uma calibração foi realizada dentro dos parâmetros exigidos, e um processo de calibração digitalizado, que evite fraudes, é crítico para a empresa”.

Na Chevron, os estudos para determinar a frequência de calibração para os indicadores de performance são realizados seguindo a determinação dos fabricantes como orientação inicial, porém, realizando uma avaliação crítica, em relação à aplicação do instrumento, ou seja, se o instrumento é aplicado em um processo crítico, ou se ele é uma salvaguarda de processo, seu processo de calibração e teste funcional vai acontecer numa frequência menor. “Temos internamente um processo de validação e verificação de ordens de serviço para os trabalhos de manutenção, onde é realizada uma amostragem semanal de, no mínimo, 3 ordens de serviço, sendo uma ordem para tiva ou preventiva, que inclui os trabalhos de calibração. Nessa verificação, é realizada uma avaliação de se todas as etapas de um trabalho preventivo foram efetuadas, ou seja, desde a programação até a conclusão do trabalho e suas respectivas documentações, arquivadas no nosso reçados para correção, tendo como meta mínima 90% de

DashBoard indicadores Manutenção da Chevron

De tempos em tempos, a unidade de Paulínia da Solvay/Rhodia também realiza estudos de alteração de frequência de calibração e, com a indústria 4.0, o site iniciou alguns trabalhos voltados para a metrologia. Atualmente, as calibrações utilizam o ISOPLAN – software de gerenciamento de calibrações e local em que são inseridos os dados, e armazenados todos os certificados de calibração (documento eletrônico). Hugo Hashizume conta que recentemente a equipe integrou o ISOPLAN ao SAP, para evitar a necessidade de se introduzir a mesma informação nos dois sistemas.

“A inovação na calibração acompanha os novos projetos da unidade, como retrofit ou novas linhas de produção. Com estas mudanças, adquirimos novos padrões de calibração, garantindo a eficácia nas medições. E seguindo as normas e

boas práticas, fazemos estudos de frequência e criticidade, para o melhor desempenho dos equipamentos de medição. Esses estudos são efetuados anualmente por equipes de técnicos validados, por engenheiros de automação e controle. Isso ganha importância, porque estamos caminhando para a automatização da calibração conta Elieser Corregio, da Manutenção EEI-ADM Celulose-Utilidades da Suzano, unidade Limeira. “Já iniciamos o processo de certificação via ISOPLAN desde 01/2022, e estamos adquirindo conhecimento do uso desta ferramenta, porque ainda utilizamos papel, mas nossos certificados são armazenados nas ordens de serviço do SAP, e também do software ISOPLAN, dentro do nosso banco de dados. Utilizamos o SAP para gerenciar as calibrações e, em breve, vamos integrar o ISOPLAN a ele.”

A Chevron Oronite também está na fase de transição, de certificados preenchidos manualmente, para certificados gerados em PDF, pela própria bancada de calibração. “ Utilizamos o SAP PM (Plant Maintenance) para a gestão da rotina de manutenção, módulo integrado com o processo de aquisição de materiais no SAP, e com a visão de estoque de peças no Almoxarifado. Também possuímos um PowerBI, desenvolvido pela companhia, para acompanharmos os principais indicadores de manutenção em tempo real. Para avaliações de desempenho de ativos, utilizamos o Meridium, onde controlamos a parte de tendências de equipamentos fixos e estudos de Confiabilidade, também integrado com o SAP. E estamos no processo de migração, para realizar a aprovação dos certificados diretamente de forma eletrônica, inclusive o arquivo dos certificados dentro do nosso ERP ”, conta Fernando Yamada.

Daiana Carla, Gestora de Contas da Sensycal, diz que os certificados emitidos por um software de calibração ou relatórios de verificação para os equipamentos de campo podem, sim, ser rastreáveis. “Neste processo, o mais importante é que a calibração do seu instrumento padrão esteja dentro do prazo de validade, tenha sido executada em laboratório acreditado pela CCGRE, rastreável ao Inmetro, e seja melhor que seu

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Calibração de sensor de temperatura tipo PT100 na Solvay

equipamento de processo. Desta maneira, os relatórios de verificação irão mostrar o erro encontrado, e aí cabe, ao time de análise crítica, analisar e informar se este erro está dentro do critério de aceitação do processo”. Ela pontua que, para calibrações in site, é necessário uma ter uma equipe capacitada, um time de análise crítica, e padrões confiáveis, com exatidão de 3x a 10x melhor que o equipamento de campo.

Modelo de dados associado à criação de certificados digitais

(Digitalização, Investigação e Desenvolvimento da Metrologia no IPQ,

Godinho – Instituto Português da Qualidade)

A digitalização do gerenciamento de dados de calibração requer uma compreensão completa dos processos e fluxos de trabalho subjacentes, mantendo em mente toda a importância e experiência das equipes que cuidam disso.

“A calibração tem papel vital para que consigamos identificar consumo excessivo, avaliar consumo específico das unidades de fabricação e emissões em geral. Sem uma medição correta, não se pode identificar a situação atual, as oportunidades ou avaliar o resultado de melhorias do processo. Seja em papel ou digitalmente”, reforça Hugo Hashizume.

“O objetivo da calibração é nos certificarmos se o equipamento está apto ou não para o seu uso específico. Isto porque o uso de instrumentos não calibrados pode reduzir a precisão das medições, comprometendo a qualidade final do produto, e gerando desperdícios e ineficiências aos processos da empresa. Nossa unidade é dividida por áreas, e a nossa aqui tem mais de 1.000 equipamentos calibrados e certificados, obedecendo os critérios de criticidade e frequência”, conta Elieser Corregio, que ressalta o impacto da calibração nos resultados ambientais de qualquer empresa. “Manter nossos equipamentos confiáveis, reduzindo desperdícios e minimizando gastos de insumos dá suporte para melhor qualidade do produto, sem consequências diretas ou indiretas para o meio ambiente”.

“Manter nossos equipamentos confiáveis, reduzindo desperdícios e minimizando gastos de insumos dá suporte para melhor qualidade do produto, sem consequências diretas ou indiretas para o meio ambiente”– Elieser Corregio

mento de calibração de instrumentos, assim que iniciam suas atividades na empresa, os mesmos também passam por uma reciclagem desse treinamento, a cada 2 anos. Na Solvay/Rhodia, todos os técnicos de instrumentação possuem treinamento interno nos procedimentos de calibração, além do treinamento prático. Há um conjunto de ferramentas e sistemas para acompanhar o desenvolvimento dos funcionários, desde seu onboarding na empresa. Além dos requisitos e treinamentos necessários para operação dos postos de trabalho e normas mandatórias, a empresa trabalha com outras formações como, por exemplo, capacitação de auditores internos ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015. Também foca em especializações nas técnicas analíticas, como ICP/OES, Cromatografias Líquida, Gasosa e Iônica e Potenciometria, além de formações em outras habilidades complementares, tais como Técnicas de Gerenciamento de Projetos, 6 Sigma, Sistema Ágil e Percepção de Risco. A Solvay/Rhodia mantém sistemas para autoaprendizado, sistema de Coach por especialistas para Otimizações e Melhorias de Processo, e estrutura que garante a gestão da confiabilidade dos equipamentos, tendo como base formações em cursos técnicos de química e bioquímica, e nível superior em Química.

E como são preparados os profissionais responsáveis pela calibração dos instrumentos nas empresas?

Na Chevron Oronite, todos os profissionais da área de instrumentação passam por treinamento no procedi-

Na Suzano, os profissionais de nível técnico são preparados em empresas qualificadas em calibração e certificação, e estes repassam para outros técnicos todo aprendizado, para que possam equalizar os conceitos de calibração.

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João A. Sousa, Luís Ribeiro, Jorge Antunes, Isabel

A Transformação Digital nos processos de Calibração e os impactos no dia-a-dia do profissional

Cada vez mais, a Transformação Digital nos Processos de Calibração assume um papel cada vez mais importante, dentro das organizações, e seus impactos devem ser avaliados e discutidos junto com indústrias, instituições de ensino, prestadores de serviços e órgãos reguladores. Neste cenário, percorremos diversas regiões do Brasil, diversas indústrias, de diferentes segmentos, além de prestadores de serviços, para entender como a metrologia apoia o que já existe, e os novos desenvolvimentos avançados. Foram mais de 15.000 Km, em 10 semanas, procurando principalmente entender como esta transformação está ocorrendo, e como os profissionais estão lidando com estas mudanças.

Nas indústrias de fertilizantes, ficou claro que o rigoroso controle das calibrações busca traduzir a confiabilidade nos sistemas de medição, e garantir que especificações técnicas, regulamentos e normas, que a empresa tenha como diretriz, sejam respeitadas e atendidas, em condições ideais.

de calibração não visa ao lucro, mas a agregar qualidade aos serviços prestados. E reforçou o suporte para a qualificação de equipamentos e validação de processos, além do atendimento e conformidade com as normas de qualidade, segurança e meio ambiente.

No segmento de termoelétricas, petróleo e gás os técnicos buscam garantir a rastreabilidade das medições e redução das variações, além de dar suporte à manutenção.

No segmento de Higiene & Limpeza, foi muito destacada a avaliação de conformidade, a análise crítica do certificado do padrão no recebimento. E valorizado o planejamento do envio a laboratório RBC – Rede Brasileira de Calibração pois, a calibração é parte fundamental da manutenção preventiva, que diminui custo, e aumenta a produtividade, diminuindo o desperdício de matériaprima, e a rejeição do produto final, o foco principal do laboratório de calibração.

Uma questão apontada no segmento siderúrgico foi,: por que criar um laboratório de calibração? O próprio time de profissionais ressaltou que a criação de um laboratório

Profissionais do segmento de Bebidas mencionaram a disponibilidade de mão-de-obra, de equipamentos e serviços que agreguem valor na produção e na manutenção. Destacaram a redução dos custos envolvidos no laboratório de calibração, e a maior organização do processo de metrologia, além da comprovação da conformidade nas calibrações. Via de regra, a implantação e a automatização de um laboratório de calibração, seja interna ou pelos prestadores de serviço, reflete em diversos benefícios: encontros técnicos são realizados constantemente com clientes e parceiros, para ajudar no entendimento de adoção de critérios para análises de ciclos de vida de instrumentos de medição; propa-

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Newton Bastos Gerente de Contas na Presys, Diretor Técnico na REMESP - Rede Metrológica - Estado São Paulo, e Membro da ISA nternational Society of Automation Seção Vale Paraíba

gação de conhecimentos de ferramentas de pesquisa; melhor divisão de tarefas; incentivo à formação e discussões do multisetorial TAC (Time de Análise Crítica), formado por pessoas da engenharia, qualidade, manutenção e produção.

Em visitas ao segmento químico para auxiliar na elaboração de relatórios gerenciais com quantidades de calibrações realizadas x duração, destacou-se o calendário com alertas de calibrações vencidas e a serem realizadas. Sabe-se que uma gestão metrológica eficaz gera redução dos consumos e dos desperdícios de matérias-primas, além de uma diminuição das retrabalhos e devoluções. E a elevação da integridade nas medições gera um aumento efetivo da produtividade.

É unanime entre os usuários e gestores que participam dos nossos workshops técnicos que, quando uma organização investe em metrologia avançada, ocorre proporcionalmente um investindo em inovação porque ao direcionar recursos financeiros em metrologia avançada, a empresa enxerga seus processos e descobre gaps que podem originar falhas, prejuízos, custos e retrabalho. Nas indústrias e departamentos de manutenção que estão implementando a transformação digital nos processos de calibração e infraestrutura de TI, e automatizando as calibrações, a metrologia está tendo sua missão revisitada dentro da organização, com integração entre departamentos, visando à integridade de dados e ganhos de produtividade.

Pode-se constatar que os usuários entendem como a metrologia deve ser adaptada a esses desafios: fornecimento de confiança e segurança; quantidade de padrões, em proporção à quantidade de calibrações a ser realizada; a previsibilidade de falha. A metrologia é base para a tomada de decisões mais eficazes e assertivas, com custo de correções reduzidos.

E essa filosofia já está nas instituições de ensino que formam os profissionais, e deixam mais evidenciado que é preciso ser mais eficiente, conseguir executar mais calibrações com qualidade, em menos tempo, com mais assertividade!!! Alunos, profissionais do segmento e professores focam em que as Tecnologias Digitais possibilitam a experimentação contínua, acesso a protótipos e ideias testadas, implementadas e rapida-

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mente ao alcance dos usuários! Fica claro que, para que haja segurança e assertividade nos processos de calibração, será necessário também que seja comprovada a competência de pessoas e organizações. E a integração entre Escola X Indústrias X Fabricantes de Padrões de Calibração é fundamental para o avanço e a propagação de conhecimento. É preciso estimular a formação continuada e o entendimento de como está a distribuição das calibrações de um determinado instrumento, ao longo dos meses; como está a tendência dos resultados ao longo do tempo e, principalmente, ter evidências, então, para alterar frequência de Calibração.

cenários complexos. Todos os profissionais que interagem e praticam o benchmarking conseguem identificar e pesquisar soluções metrológicas que sejam excelentes em algum aspecto, o qual pode ser copiado ou adaptado para cada realidade. Os usuários entendem que os calibradores são dispositivos portáteis totalmente conectados e que podem gerar dados de calibração diretamente, totalmente de acordo com as normas, e integrados aos Softwares; entendem que o momento é de focar no Gerenciamento das Calibrações e na Gestão Metrológica, com realização de Estudo de Frequência de Calibração (Método Schumacher) / Gráfico Tendência, e na Elaboração de Plano de Calibração, Análise Crítica, Calibração em Malha e Audit Trail (Trilhas de Auditoria).

Um ponto relevante é que todo o time envolvidotanto interno de produção, quanto de gestão e vendas internacionais - , sabe que será necessário demonstrar a atualização digital da infraestrutura de metrologia, levando em consideração as normas e as demandas de países com culturas diferentes, com órgãos de regulamentação diferenciados.

As feiras técnicas retornaram e geram uma efetiva harmonização entre quem gera e faz serviços metrológicos internos ou externos, e quem recebe toda esta documentação eletrônica. Usuários vistam stands para entender “como e por que” implementar um processo de desenvolvimento de uma estrutura de informações digitais, segura e padronizada, para uso em calibração e metrologia, bem como atualização digital de toda a documentação de calibração na infraestrutura de qualidade. Fica claro para os envolvidos (tanto prestador de serviços, interno ou externo, e os usuários de serviços metrológicos) a questão de segurança e validação metrológica de comunicação de dados confiável, segura e eficiente em

Eu e toda a equipe da Presys sempre procuramos especificar soluções metrológicas que atendam aos requisitos normativos, e fornecemos a orientação para a gestão de processos de comprovação metrológica de instrumentos de medição, além de darmos suporte técnico, e demonstrarmos a conformidade com os requisitos metrológicos. O nosso time de profissionais de vendas internas e externas sempre questionam e estimulam os clientes a pensar e entender o “por que” estão calibrando este ou aquele instrumento? Qual norma quer atender? Além de ajudar a identificar quais são os critérios de aceitação, buscam-se padrões adequados ao uso, módulos de sistema de gestão de calibração. Todos os players envolvidos sabem que não existe uma fórmula mágica, e que o “Conhecimento do Processo onde Instrumento é utilizado” e, por fim, que cada organização deve definir seus próprios procedimentos e métodos. E por fim, sugerimos sempre ao profissional do segmento agir de acordo com o conhecimento adquirido! Agir de acordo com este conhecimento é fundamental para o desempenho, e para aumentar a empregabilidade. O caminho para uma carreira bem-sucedida começa por uma autoanálise sincera Calibração requer PACIÊNCIA, CONFIANÇA & CONHECIMENTO!

O conhecimento nos remete à prática; no entanto, a prática eleva a régua do conhecimento. Estamos juntos nesta jornada!

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Estudo revela as dores dos profissionais de operações de tecnologia do Brasil e do mundo

A F5, empresa de soluções que garantem a segurança e a entrega de aplicações corporativas, anunciou os resultados do estudo State of application strategy XOps Edition. Relatório construído a partir de entrevistas realizadas em 2022, com 500 profissionais das áreas operacionais de TI, Infraestrutura e Cyber Security, de todo o mundo, incluindo 45 do Brasil, o documento mapeia os desafios vividos por esses times, na era da multinuvem.

O conceito de XOps engloba dezenas de áreas, que vão do DevOps (operações de desenvolvimento de aplicações) a AIOps (operações de inteligência artificial), passando por SER (Site Reliability Engineering) e CloudOps (operações de ambientes de computação em nuvem). A complexidade dos ambientes digitais que suportam as aplicações de missão crítica é tal que, cada vez mais, os profissionais se especializam numa área, ou até mesmo num tipo de ferramenta. Todas as áreas representadas pelo termo XOps buscam soluções de automação e orquestração, que ofereçam uma visão unificada entre os times e entre uma grande variedade de ferramentas. Essa abordagem consolida, por exemplo, a telemetria. Mesmo que os dados operacionais sejam gerados por plataformas variadas, é possível padronizar as métricas, de modo a apresentar, numa só interface, dados que fazem sentido imediato.

Para Rafael Sampaio, Solutions Engineer da F5 Brasil, o resultado dessa estratégia pode ser a redução, de horas, para poucos segundos, do tempo necessário para, num ambiente heterogêneo e distribuído, identificar, por exemplo, a causa raiz de um incidente de segurança. “A aceleração dos negócios digitais está levando as empresas brasileiras a estudarem as vantagens de se avançar de um nível operacional pontual, para a visão de 360º que incorpora todo o XOps. Este estudo da F5 aponta os desafios desta jornada”.

O relatório revela que 97% dos XOps entrevistados se preocupam com a disponibilidade do ambiente multinuvem, e consideram que não contam com os insights necessários para garantir a qualidade dos serviços de aplicação entregues a usuários internos e externos (clientes e parceiros). “Aplicações são o coração dos negócios, e rodam de forma distribuída no ambiente multinuvem – se essa aplicação estiver lenta, é necessário identificar a causa raiz da lentidão e em que ponto, seja a rede, a aplicação, a infraestrutura ou a segurança, está ocorrendo a falha. Só assim é possível resolver esse incidente o mais rapidamente possível”, explica Sampaio.

Trata-se de um grande desafio. Numa resposta de múltipla escolha, 51% dos entrevistados disseram não ter informações so-

bre a causa raiz da lentidão, enquanto 46% confessam não saber se o que está por trás de um incidente é um ataque. Outros 33% afirmam não conseguir diferenciar os bots “do bem” – caso de bots do Google, por exemplo – de bots “do mal”, componentes de software, usados para violar ou abusar da aplicação, roubando dados. “Fica claro que, embora as organizações contem com dezenas de soluções, o uso ineficiente da automação e orquestração coloca a empresa numa situação de vulnerabilidade, algo que tem impacto direto sobre os negócios”, resume Sampaio. “É o oposto do mundo ‘ágil’, tão buscado pelas empresas”.

Ao responder sobre qual seria seu sonho de gestão de aplicações de missão crítica, 38% dos profissionais de operações entrevistados disseram que o mais importante é garantir a disponibilidade dessas plataformas complexas, espalhadas por nuvens públicas, privadas e híbridas. Nesta pergunta de múltipla escolha, 45% afirmaram buscar a redução do TCO (Total Cost of Ownership) das operações que suportam essas plataformas críticas, enquanto 46% se preocupam com a facilidade da gestão deste universo. “Há uma clara conexão entre esses pontos”, observa Sampaio. “São várias frentes de batalha enfrentadas simultaneamente. A vitória virá para quem contar com profissionais de operações que dominem melhor as ferramentas, além de soluções que usam IA (Inteligência Artificial) e ML (Machine Learning) para simplificar esta jornada”.

São plataformas que, ao criar uma camada única que permeia todas as nuvens (cloud, edge, fog), padronizam métricas (telemetria), e aceleram a colaboração entre profissionais de operações de diferentes setores da organização. Esse é um caminho para simplificar o uso das ferramentas e a operação. “Esse tipo de solução atua como uma camada de abstração única, que cobre serviços de operações de infraestrutura, segurança e aplicações. A meta é realizar a coleta de dados das mais variadas plataformas operacionais, e gerar insights precisos que acelerem a resolução de incidentes, e contribuam com a excelência da gestão das aplicações ágeis”, explica Sampaio.

Se necessário, essa solução pode ser configurada para gerar interfaces específicas para cada time operacional, além da interface unificada que resume em si tudo o que está se passando no ambiente multinuvem que suporta os negócios da empresa. “São soluções que garantem que a automação e a orquestração dos diversos ambientes operacionais aconteçam plenamente”. Os dados extraídos desse tipo de solução são utilizados, também, na geração de relatórios em tempo real para o C-Level.

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ChatGPT vai mudar o mundo?

Se você ainda não ouviu falar de ChatGPT, uma rápida busca no Google vai te dar o contexto necessário. Não vou explicá-lo, por que quero seguir um pouco adiante sobre as coisas que ele pode fazer, e principalmente, as coisas que ainda não pode.

Sim, a IA generativa já dá mostras de como vai mudar o mundo. Ela avança sobre o território que sempre achamos que estava além da fronteira das máquinas: a criatividade humana. DALL-e, Stable Difusion, ChatGPT e outras muitas tecnologias, que vieram à luz nos últimos meses de 2022, mostram que robôs agora sabem criar, tão bem ou melhor, que a maioria dos humanos.

Mas, dois conceitos são importantes aqui. Inteligência artificial tem por objetivo imitar a nossa. Além disso, inteligência é diferente de consciência. Esses sistemas não sabem o que estão fazendo, ainda que reproduzam características humanas com enorme eficiência.

Mas, enquanto a Open AI discute acordos bilionários com a Microsoft e fundos de investimento, qual o seu potencial real neste momento? Porque a tecnologia vai evoluir e rápido (GPT4 está previsto para o primeiro semestre de 2023), mas existem limitações importantes na tecnologia, que ainda a impedem de se tornar uma ferramenta de negócios.

“ Devo começar por dizer que, apesar da sua fluência notável, o ChatGPT é apenas o enchedor de linguiça mais poderoso de todos os tempos. Ele não tem nenhum compromisso com a realidade, por duas razões. A primeira é que ele não entende a realidade. Isto é, ele não tem uma história pessoal, nenhuma sensação que o conecte ao mundo físico, autocrítica, freios morais ou comportamentais, relações pessoais, ética ou bom senso. O que ele faz, simplesmente, é buscar materiais já produzidos por alguém, em algum lugar, e os reempacotar de maneira esperta, baseados em parâmetros dados pelo usuário ”, afirma Alex Winetzki, CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini.

De fato, a lógica inicial da IA Generativa era buscar a próxima palavra que mais faria sentido numa frase, simplesmente isso. Um jogo de montar, que cresceu com o poder computacional para bilhões de

parâmetros (um parâmetro é um pequeno bloco de texto digerido na internet), deixando o resultado cada vez mais sofisticado.

No exemplo “me entregue uma receita de torta de banana em formato de Haikai”, a ferramenta não sabe o sabor da torta, e nada, absolutamente nada, o impede de colocar fentanyl na receita. Não que ele vá fazer isso, até porque poucas pessoas colocam fentanyl numa torta de banana e, portanto, os algoritmos do ChatGPT dificilmente vão achar algo assim, mas o fato é que ele PODE fazer isso, e aí vem sua segunda limitação séria.

IA generativa é um modelo de Deep Learning e, portanto, uma caixa preta. Não se entende ou explica que parâmetros a tecnologia usa, para chegar a uma resposta, e mais, esses parâmetros não são alteráveis, a não ser com força bruta (retreinamento de milhares ou milhões de blocos de aprendizado).

Portanto, ainda não é possível usar o ChatGPT como um chatbot normal, porque, neste último, é necessário que a resposta de saída seja controlada, e a IA generativa ainda é um cavalo selvagem, que faz o que quer, mesmo sendo lindo de se olhar.

Do ponto de vista prático, o que a OpenAI (criadora do chatGPT e do Dall-e) faz hoje é uma programação de chatbot, ao contrário. Ao invés de programar o que ele vai dizer, eles criam o que chamam de guardrails, para impedi-lo de dizer certas coisas. Isso significa que a ferramenta ainda precisa de curadoria ou supervisão, não para dizer o que queremos que ela diga, mas para impedi-la de exprimir opiniões perigosas. Normalmente, esses guardrails se aplicam para elementos críticos de discurso, tais como racismo, sexismo e violência. É impossível supervisionar tudo, então, a ferramenta está livre para dizer besteiras enormes, o que faz com frequência.

O desafio que se tem, portanto, é conseguir criar modelos eficientes de IA generativa, com menos parâmetro de treinamento, que permitam mais flexibilidade no uso da ferramenta. Isto posto – e essas são notas técnicas –, o potencial comercial e de disrupção social do que temos visto até agora é profundo, e merece um artigo à parte.

Controle&InstrumentaçãoNº277|2023
Alex Winetzki, CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini

ITI publica Planejamento Estratégico para 2023-2026

O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) publicou o Planejamento Estratégico para 2023-2026. O documento reúne os compromissos (objetivos e escopos) para esse período, orientando a priorização de atuação e a definição de metas, considerando as capacidades organizacionais e os recursos disponíveis.

O documento destaca que o foco principal do Instituto é a excelência na execução de sua missão, seja enquanto Autoridade Certificadora Raiz da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil),ou seja, no provimento de apoio técnico e serviços públicos especializados às pessoas jurídicas de direito público, relacionados à criptografia, a assinatura eletrônica, à identificação eletrônica e às tecnologias correlatas, a exemplo da Solução de Assinaturas Eletrônicas Avançadas, provida para a Plataforma Gov.br.

Os resultados a serem alcançados, ao longo deste tempo, vão assegurar a integridade, a autenticidade e a validade jurídica de documentos e transações eletrônicas; e obter a satisfação das partes relacionadas.

Para tal propósito, o planejamento, além de renovar o desafio de liderar e ser referência, trabalhando de forma mais transparente e inovadora, e por vocação, ser protagonista em transformação digital, apresenta um conjunto de benefícios focados a cada cliente; merecem destaque: autenticidade, integridade, validade jurídica, segurança jurídica, interoperabilidade, gratuidade, agilidade, conformidade, disponibilidade, credibilidade, mobilidade e transparência.

OpenAI e Microsoft estendem parceria

A OpenAI e a Microsoft estão ampliando sua parceria, em um investimento plurianual da Microsoft, que permitirá à OpenAI continuar a pesquisa independente, e desenvolver uma IA cada vez mais segura, útil e poderosa.

Para garantir que a IA avançada beneficie toda a humanidade, a OpenAI continua sendo uma empresa com fins lucrativos, que é governada pela OpenAI sem fins lucrativos – essa estrutura que permite levantar o capital de que precisa, sem sacrificar suas crenças fundamentais sobre o compartilhamento amplo de benefícios e a necessidade de priorizar a segurança.

Assim a OpenIA e a Microsoft trabalham juntas para criar sistemas de supercomputação desenvolvidos pelo Azure, usados para treinar todos os modelos. O design de arquitetura do Azure foi crucial para oferecer o desempenho e

escala para as cargas de trabalho de treinamento e inferência de IA. A Microsoft aumentará seu investimento nesses sistemas, para acelerar a pesquisa independente, e o Azure continuará sendo o provedor de nuvem exclusivo para todas as cargas de trabalho OpenAI, na pesquisa, API e produtos.

Aprender com o uso no mundo real – e incorporar essas lições – é uma parte crítica do desenvolvimento de sistemas de IA poderosos, que são seguros e úteis. O dimensionamento desse uso também garante que os benefícios da IA possam ser amplamente distribuídos. Assim, a parceria com a Microsoft para implantar a tecnologia, por meio de API e do Azure OpenAI Service, permite que empresas e desenvolvedores criem com base em GPT, DALL·E e Codex. As empresas também trabalham juntas para incorporar a tecnologia da OpenAI em aplicativos como o GitHub Copilot e o Microsoft Designer.

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Relatório aponta movimento da coleta de dados para a ativação de dados

As plataformas de dados do cliente (CDPs) se tornaram a base do stack tecnológico, à medida que as empresas se transformaram para usufruir, cada vez mais, da crescente quantidade de dados do consumidor que estão disponíveis. É isso que aponta o novo relatório de Twilio Segment, o Relatório CDP 2023. Esse é o quarto relatório anual da plataforma, lançado pela Twilio, e reflete as descobertas encontradas em dados de uso anônimos, dos mais de 25 mil clientes do Twilio Segment. O relatório ainda aponta que as empresas estão priorizando a eficiência, e procurando fornecer resultados baseados no trilhões de pontos de dados que coletaram em suas CDPs, cumulativamente.

O aumento das CDPs foi impulsionado por um aumento exponencial no volume e na complexidade dos dados do cliente. O relatório mostra que o volume de dados atingiu um recorde histórico em 2022, de 11,7 trilhões de chamadas de API, na plataforma Twilio Segment. O relatório também descobriu que as empresas estão começando a mover seu foco além da coleta de dados para a ativação de dados.

Acima de tudo, essas descobertas deixam claro que um CDP é a base da stack de tecnologia moderna – capacitando as empresas a ativar dados de clientes em tempo real, criar uma visão de 360 graus de seus clientes em todos os pontos de contato, e impulsionar o crescimento eficiente em escala.

“Em 2023, as marcas se deparam com demandas conflitantes: maximizar a retenção de clientes, ativar os dados de produtos e clientes que estão coletando, e fazer tudo isso enquanto aumentam a eficiência operacional. Este relatório mostra que os CDPs são a chave para enfrentar todos esses desafios, para uma ampla variedade de organizações”, conta Kevin Niparko, vice-presidente de gerenciamento de produtos de Twilio Segment. “Em alguns casos, isso significa usar CDPs para alavancar dados de produtos e clientes, a fim de impulsionar a retenção e o crescimento. Em outros casos, significa aumentar a eficiência dos dados, eliminando redundâncias e simplificando suas stacks de tecnologia. Em todos os casos, estamos vendo empresas obterem um valor tremendo, ao coletar, organizar e agir com base em dados em tempo real.”

O Relatório de CDP 2023 também encontra sinais de que as empresas estão buscando maneiras de aumentar a eficiência de suas stacks de dados. Destacando que 57% dos líderes de marketing acreditam que estão gastando dinheiro em ferramentas ineficazes, o relatório explora maneiras pelas quais as empresas podem otimizar suas stacks de tecnologia, priorizar soluções de alto impacto, e crescer com mais eficiência. As principais conclusões do relatório incluem:

1. As empresas estão ficando mais eficientes, com relação aos dados que coletam – diante de “ventos econômicos contrários”, as empresas experientes estão procurando fazer mais com menos, economizando tempo e dinheiro, ao coletar e ativar dados com mais eficiência;

2. As soluções corporativas apresentam crescimento rápido – a plataforma Twilio Segment ajuda os clientes a ativar seus dados, conectando-se a mais de 400 aplicativos SaaS diferentes. Os aplicativos mais populares são Google Analytics (usado por 67% dos clientes Segment), Mixpanel (51%) e Facebook Pixel (41%). Porém, em 2022, o aplicativo de crescimento mais rápido foi June, uma ferramenta de análise de produtos, registrando 83% de crescimento ao ano. Outras soluções, como a Algolia (crescimento de 66% ao ano), uma plataforma de pesquisa, e o software Vitally (crescimento de 45% ao ano), também estão entre as que mais crescem. Com plataformas orientadas por API, como o Segment, permitindo a integração a custo quase zero, é mais viável do que nunca para as empresas explorarem e usarem novos aplicativos junto a seus maiores fornecedores. Em uma era de incerteza econômica e cortes orçamentários, isso mostra que ainda há muitas oportunidades para soluções especializadas, que atendam às necessidades críticas dos negócios;

3. Data warehouses estão crescendo em popularidade – os data warehouses foram o segundo destino mais popular para os dados do cliente em 2022; mais da metade (53%) dos clientes do Segment enviam seus dados de clientes para um data Warehouse, o que garante que equipes não técnicas tenham acesso a dados em tempo real, sem depender de engenheiros de dados;

4. Os consumidores estão usando recursos de solicitação de exclusão de dados – vários regulamentos globais de privacidade agora exigem que as empresas ofereçam a seus clientes a opção de excluir seus dados pessoais, e os consumidores estão utilizando essa opção cada vez mais.

O relatório é baseado no comportamento de uso agregado e anônimo de mais de 25.000 clientes do Twilio Segment, durante o período de 01/11/2021 a 01/11/2022.

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Pedra Agroindustrial investe em tecnologia e inova na gestão de pessoas

GreenYellow entrega mais três usinas solares para a Claro

A Pedra Agroindustrial, grupo sucroalcooleiro, há mais de 90 anos no mercado de etanol, açúcar e energia elétrica, implementou um novo sistema de gestão de pessoas, com o objetivo de modernizar e melhorar a relação de seus funcionários com a área de Recursos Humanos. Para unir os desafios da companhia e das 4,5 mil pessoas que a integram, a Pedra escolheu a plataforma SAP SuccessFactors, que oferece uma gestão completa e estratégica da área de RH, e a Intelligenza, que, além de implementar a solução, concede ampla consultoria para enxergar as melhores possibilidades da ferramenta.

Na prática, o SAP SuccessFactors é uma plataforma que fornece ampla gama de recursos, desde a digitalização dos processos de busca e seleção de candidatos à admissão e frentes de treinamento e desenvolvimento profissional. São diversos módulos, que atuam na melhoria da rotina de recrutamento, desempenho, remuneração, aprendizado, sucessão e desenvolvimento. A partir dos dados concedidos pela ferramenta, os gestores se aproximam mais das equipes e conseguem atuar com mais visibilidade e assertividade. Para os funcionários, a digitalização das informações permite o acesso rápido e ajustes de dados pessoais, a execução de autosserviços, solicitações de declarações e status de treinamentos.

A nova plataforma representa uma mudança cultural na companhia, uma vez que possibilita a atuação mais efetiva e participativa de todos os funcionários, cargos de gestão, coordenação e gerência. É um ecossistema de ferramentas que permitiu uma comunicação multilateral, incentivando a evolução contínua da qualificação profissional.

O processo de implantação na Pedra Agroindustrial durou cerca de dois anos, e foi concentrado na integração das necessidades da companhia com as ofertas do novo sistema SAP. Foi preciso unir as três unidades da empresa, a área de gestão de pessoas e todos os colaboradores. Agora, o foco será o gerenciamento desse projeto, visando a garantir todos os benefícios da ferramenta para os colaboradores, mas a Pedra Agroindustrial deve também medir o aumento da produtividade e da satisfação dos funcionários no ambiente de trabalho.

Para Ricardo Nóbrega, diretor de Marketing da Intelligenza IT, esse é um projeto muito importante, pois, representa uma mudança bastante significativa em uma grande empresa do porte da Pedra Agroindustrial, em um mercado com tantas peculiaridades como o agronegócio. “A implementação deste trabalho nos permitiu fazer parte do processo do início ao fim, e oferecer uma consultoria personalizada, solucionando os desafios da melhor forma possível, pensando na transformação da experiência que todos os funcionários da companhia terão, a partir de agora, com a área de gestão de pessoas”, completa o executivo.

Mais três usinas solares fornecidas pela GreenYellow, com a capacidade instalada total de 14,2 MWp, passaram a integrar, em 2022, o programa “Energia da Claro”, iniciativa da Claro que prevê o uso de fontes renováveis e ações de proteção ao meio ambiente, em todas as suas operações e instalações no Brasil. As unidades fotovoltaicas, localizadas nas cidades de Macaíba/RN (4,46 MWp), Barra do Jacaré (2,36 MWp) e Ouro Verde (7,37 MWp), ambas no estado de São Paulo, fazem parte de um contrato de longa duração entre a operadora e a multinacional francesa.

Segundo Marcelo Xavier, diretor-presidente da GreenYellow no Brasil, até o fim do ano passado, a empresa já havia entregado à Claro nove usinas, que reúnem 48 MWp, equivalentes à produção anual de 123,1 GWh. Além disso, em 2023, a previsão é que sejam conectadas mais quatro unidades, com capacidade instalada de 14,2 MWp. “Essa parceria é muito relevante para a GreenYellow, pelo fato de representar a participação da companhia em um programa de transição energética tão significativo do cliente. Esses projetos reforçam o posicionamento da empresa como um player de infraestrutura no País”, afirma Xavier.

A iniciativa vai totalmente ao encontro do conceito do programa da Claro, uma vez que deve gerar 28,3 GWh de energia por ano, valor que corresponde ao consumo de mais de 14 mil residências, capaz de evitar a emissão de 2.800 mil toneladas de CO2 no ambiente, no mesmo período.

Para Hamilton Silva, diretor de infraestrutura da Claro, a parceria entre as empresas é fundamental, na medida em que contribui para acelerar o programa de autoconsumo remoto desenvolvido pela operadora. “A frente de energia solar representa uma expressiva fatia do ‘Energia da Claro’, e a GreenYellow nos vem atendendo, com usinas especialmente desenvolvidas, de acordo com nossas necessidades, em diversas regiões do país, desde o início. Muito do sucesso conquistado pela Claro no setor de energia se deve à relação de confiança que construímos com parceiros, como a GreenYellow”, diz Silva.

Implementado em 2017, o programa ‘Energia da Claro’ é considerado um dos maiores programas de geração distribuída de energia do país entre empresas privadas. Atualmente, as 70 usinas contempladas pela iniciativa abastecem mais de 20 mil unidades consumidoras, e atendem mais de 60% das antenas da Claro com energia renovável.

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de comando e controle, segurança cibernética, sistemas de instrumentação e controle, sistemas embarcados e simuladores. A aliança naval entre a thyssenkrupp Marine Systems e o Grupo Embraer também estabelece bases para a exportação de produtos de defesa naval, a partir do Brasil.

A thyssenkrupp está fornecendo a tecnologia naval de sua comprovada plataforma de construção de navios de defesa da Classe MEKO, já utilizada em 82 embarcações em operação em Marinhas de 15 países, entre eles Portugal, Grécia, Austrália, Argentina e Argélia. O conceito exclusivo MEKO de design modular facilita a integração local e a transferência de tecnologia, ajudando a reduzir os custos de manutenção e modernização. Combinando tecnologia de ponta, inovação e capacidades robustas de combate, a Classe MEKO é um autêntico navio-escolta para águas azuis, com qualidades excepcionais de autonomia e robustez.

A Embraer é responsável por integrar sensores e armamentos ao Sistema de Gerenciamento de Combate (CMS), incorporando ao programa seus 50 anos de experiência em soluções de tecnologia de sistemas e suporte em serviço. Já a Atech supervisiona o desenvolvimento do CMS, o Enlace de Dados Tático e as atividades de Integração e Testes do CMS, em parceria com a Atlas Elektronik, subsidiária da thyssenkrupp Marine Systems, e do Sistema Integrado de Gerenciamento da Plataforma (IPMS), em parceria com a L3Harris. Além disso, participa, em conjunto com a EMGEPRON e a Marinha do Brasil, do processo de transferência de tecnologia desses sistemas, atividade que tem, como objetivo, o recebimento, pelo Brasil, de conhecimento necessário ao desenvolvimento e à manutenção dos sistemas embarcados, capazes de gerenciar a operação das Fragatas Tamandaré, por meio do monitoramento e controle dos seus diversos sistemas integrados.

Gerdau e Spacetime Labs formam joint de tecnologias e robótica

A Gerdau Next Ventures, divisão de novos negócios da maior empresa brasileira produtora de aço, apresenta ao mercado a Ubiratã, joint venture com a SpaceTime Labs. A nova empresa vai desenvolver e operar plataformas e soluções de gêmeos digitais, que utilizam aprendizado de máquina e sistemas robóticos autônomos para a transformação de múltiplas indústrias de base.

A Ubiratã é mais um capítulo na jornada de transformação de negócio, por meio do digital, pela qual a Gerdau tem passado nos últimos anos, reforçando a capacidade da companhia de se adaptar, inovar e se transformar, em seus 122 anos de história.

“A Ubiratã é um empreendimento âncora do cluster de tecnologia da Gerdau Next, atuando de forma transversal com outros clusters estratégicos de mobilidade, sustentabilidade e construção, bem como com negócios relacionados à produção de aço nas Américas, core business da Gerdau. A joint venture terá um papel fundamental, na integração de plataformas de inteligência artificial e sistemas robóticos em nossas operações”, disse Juliano Prado, vice-presidente da Gerdau e líder da Gerdau Next.

“As sócias co-investiram recursos significativos para capturar sinergias, por meio da integração de ativos e conjuntos de habilidades complementares. A Ubiratã é pioneira, ao desenvolver um gêmeo digital inédito para monitoramento on-line da qualidade do fornecimento de insumos minerais que, uma vez dimensionada, criará melhorias significativas na eficiência de recursos, contribuirá para seus esforços de descarbonização, e gerará economias de custos significativas”, afirma Mateus Jarros, CEO da Ubiratã.

Das características dessas soluções, como hiper produtividade, eficiência operacional e resiliência, a capacidade de descarbonização das plataformas da Ubiratã também reforça o seu valor competitivo.

“O aumento do impacto e frequência de extremos climáticos no mundo todo, provocado pela aceleração das mudanças climáticas, requer uma rápida descarbonização do setor. Nesse contexto, otimizar os volumes reciclados, por meio do uso de sucata e ganhos de hiperprodutividade no uso de insumos, energia e nos processos da cadeia de suprimentos, pode proporcionar reduções substanciais de emissões, e economia de custos”, completa o presidente de Conselho da SpaceTime Labs, Juan Carlos Castilla-Rubio.

A Ubiratã já nasce operando. Duas tecnologias em estágio de desenvolvimento final pela empresa estão sendo aplicadas, na maior unidade da Gerdau, a usina de Ouro Branco/MG. As tecnologias, pioneiras no setor, terão impacto significativo em redução de custos e estratificação de informações sobre qualidade de insumos. Para os próximos meses, a atuação da Ubiratã deve ser ampliada para demais unidades operacionais da Gerdau nas Américas, antes de escalar para a indústria de aço e outros mercados adjacentes, como mineração, cimento e demais indústrias de base nas Américas.

Controle&InstrumentaçãoNº277|2023

Startup brasileira é vencedora de competição de pitch da 1871, principal incubadora de Chicago

A indtech brasileira Cogtive foi a vencedora da competição de pitch da 1871, principal incubadora e aceleradora de startups da região da capital de Illinois, nos Estados Unidos. A equipe esteve na corrida com o apoio da organização do Startup OutReach Brasil, programa gratuito de internacionalização de startups brasileiras. Ao todo, a startup recebeu cerca de 50 mil dólares, incluindo seis meses de associação na instituição.

“ Fomos a única empresa brasileira que chegou na final da competição, e que também teve de apresentar nosso pitch remotamente, sem participar de toda a energia do ambiente, então, foi um desafio a mais. Vencer esse prêmio significa que realmente temos uma solução atraente para o público internacional. Agora, temos um endereço oficial em Chicago, e podemos fazer negócios por lá ”, comemora Reginaldo Ribeiro , CEO da startup.

2022 foi um ano de prêmios para a Cogtive. Também conquistou o Top 10 de Indtechs, pelo terceiro ano consecutivo, do 100 Open Startups – desta vez, no entanto, em uma colocação que garantiu sua posição no ranking geral.

Reginaldo comenta que “nasceu no ambiente industrial”, desde a infância já convivendo com essa realidade nos negócios da família. “ Quando temos contato com o chão-de-fábrica, fica evidente que, independentemente do tipo de indústria, a carência de tecnologia, para apoiar os gestores na tomada de decisão, é imensa ”, explica.

A Cogtive foi criada para sanar essa necessidade. A startup utiliza IoT e Inteligência Artificial, para coletar dados no chão-de-fábrica e identificar oportunidades, gargalos, reduzindo custos e otimizando estoques, possibilitando que fábricas desbloqueiem sua capacidade oculta, e alcancem sua máxima performance.

“ Com o uso restrito de processos analógicos, é esperado que empresas tenham pelo menos 30% de capacidade não utilizada. Fazemos nosso trabalho para que

elas, ao invés de precisar expandir sua operação para outras fábricas e investir montantes expressivos nisso, possam produzir mais com o que elas já têm ”, diz o empresário.

Sua solução já foi comprovada e a demanda internacional surgiu organicamente. Até então focados no mercado nacional, foram procurados em março de 2022 por uma indústria farmacêutica da Jordânia, no Oriente Médio, para uma apresentação. “ A gente nem sabia como trazer dólar para o Brasil ”, comenta. Com o negócio fechado por conta própria, o empreendedor conta como foi o processo. “ Senti na pele o trabalho gigantesco que é fazer isso sem apoio de um programa como o Startup OutReach Brasil. Já no ciclo em Chicago, a equipe nos ajudou em cada etapa, nos colocou em contato com pessoas interessadas e potenciais parceiros, além de nos incluir na competição de pitch da 1871. Nem pensávamos em levar nosso negócio para os Estados Unidos neste momento, mas o trabalho foi fantástico .”

Segundo o Reginaldo, o selo de vencedora da competição trouxe o reconhecimento de pessoas do ecossistema que facilitarão seu estabelecimento na região de Chicago. “ Somos abordados por completos desconhecidos, para nos parabenizar pela nossa iniciativa em um mercado conservador como o de chão-defábrica. Esperamos ter grandes novidades para o futuro ”, finaliza.

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As válvulas proporcionais ASCO Série 209 oferecem precisão, vazão e consumo de energia superiores, para dispositivos médicos, bombas de combustível de hidrogênio, equipamentos alimentícios, e muito mais.

A Emerson apresentou as válvulas de controle de vazão proporcional ASCO Série 209, que oferecem os mais altos padrões de precisão, classificações de pressão, características de vazão e eficiência energética, disponíveis em uma arquitetura compacta construída especificamente. Com essa combinação de tamanho e desempenho, as válvulas da Série 209 permitem que os usuários regulem, com precisão, a vazão de fluido em uma ampla gama de dispositivos, que exigem desempenho preciso, como os encontrados em equipamentos médicos, alimentos e bebidas, aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC).

Precisão, tempo de resposta e repetibilidade são críticos, em aplicações de controle de vazão de alta precisão, como controle de velocidade de ferramentas em cadeiras odontológicas, vazão de vapor em cafeteiras, de água em sistemas de resfriamento, e de hidrogênio em células de combustível. As válvulas da Série 209 possuem baixa histerese (menor ou igual a 5%), excelente repetibilidade (menor ou igual a 1%), e alta sensibilidade (menor ou igual a 0,2%), que contribuem para sua precisão.

A Neutrik Americas lançou novos conectores de cabo powerCON azul/cinza, da série XX, e speakON de 2 e 4 polos, que contam com nova funcionalidade, montagem mais fácil, recursos aprimorados de manuseio de energia, certificações atualizadas para todos os padrões de segurança modernos, e um design de última geração.

O baixo consumo de energia e o rápido tempo de resposta (menor ou igual a 15 milissegundos) da Série 209 podem prolongar a vida útil da bateria em dispositivos alimentados por ela, e otimizar o desempenho e a eficiência do sistema. Um design interno aprimorado evita o contato de metal com metal que causa estalos, o que permite que as válvulas operem em níveis de ruído extremamente baixos, cruciais para o conforto e bem-estar dos ocupantes em ambientes médicos, comerciais, alimentícios e hoteleiros.

As válvulas da Série 209 atendem aprovações globais, incluindo Underwriters’ Laboratories (UL), United Kingdom Conformity Assessed (UKCA) e European Conformity (CE), e incluem uma variedade de opções que adaptam as válvulas para aplicações específicas. Por exemplo, as válvulas da Série 209 podem ser limpas para aplicações críticas, como dispositivos de oxigenoterapia, e vêm em diferentes configurações de bobina, que adicionam flexibilidade e simplificam a instalação. Uma seleção de elastômeros garante compatibilidade com vários meios, incluindo elastômeros livres de silicone, que podem suportar álcool e enxofre em aplicações exigentes, como pintura e revestimento em pó, bem como elastômeros aprovados pela Food and Drug Association (FDA) dos Estados Unidos, para aplicações de alimentos e bebidas.

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UL817 e IEC/UL 62368-1. Exclusividade da Neutrik, eles contam com uma capacidade de ruptura de circuito (circuit breaking capacity – CBC) quando acoplados aos recipientes da série powerCON XX NAC3FXXA(B). Esta capacidade CBC é um avanço para os conectores azul/cinza powerCON, que nunca tiveram esta certificação.

Os conectores da série powerCON e speakON XX são fáceis de reconhecer, por conta do design moderno e da exclusiva carcaça/caixa moldada de dois compostos, feita com material antiderrapante, para maior ergonomia. Os códigos de cores na carcaça e na bucha são claramente visíveis. Internamente, os conectores apresentam montagem aprimorada, com alívio de tensão, que trava mecanicamente com a inserção, e se alinha com a carcaça. Além disso, as novas buchas traseiras de dois componentes trazem proteção contra dobras e torções para o cabo associado.

As atualizações internas garantem a conformidade com os regulamentos de segurança modernos. Os conectores da série powerCON XX possuem certificações IEC EN 60320-1/ UL 60320-1/CSA C22.2 No. 60320-1, adequadas para conjuntos de cabos e dispositivos certificados para EC 60799,

Os conectores speakON da série XX são certificados para IEC 61984, UL 1977 e CSA C22.2 No.182.3, com corrente nominal de 37 A RMS. Além disso, a nova cor marrom nos conectores indica 2 polos speakON, enquanto a verde indica speakON de 4 polos.

Os padrões modernos de segurança do conector de energia exigem que sejam certificados em combinação com cabos específicos. Como resultado, esses novos conectores estão disponíveis nas variantes -S, para cabos menores (6-12 mm), e -L, para cabos maiores (10-16 mm OD). As combinações de cabo de alimentação certificadas (SJOOW 16/3, SOOW 12/3 etc.) estão disponíveis no site da Neutrik para cada novo modelo.

A inclusão da capacidade de interrupção dos conectores de cabo powerCON, em conjunto com os conectores de chassi atuais da Neutrik, é um grande desenvolvimento.

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A solução baseada em software protege o tempo de atividade da planta, através da operação de controle redundante. A disponibilidade da planta desempenha um papel crucial na indústria de processos em particular, portanto, construir redundância em projetos de tecnologia de automação é vital. É por isso que a Beckhoff expandiu sua gama de soluções nesta área para também incluir uma solução de software para operação de controle redundante: TwinCAT Controller Redundancy. Embora o design robusto dos PCs Industriais, por si só, já garanta um alto nível de disponibilidade, a Beckhoff está expandindo seu portfólio de produtos com o TwinCAT Controller Redundancy (TF1100). Esta solução, totalmente baseada em software, permite que dois PCs industriais padrão que executam o mesmo programa PLC operem como controladores redundantes em apenas alguns passos fáceis. Uma conexão de rede adicional de alto desempenho entre os dois controladores fornece a sincronização necessária. A Ethernet padrão é usada aqui, portanto, nenhum componente de hardware dedicado é necessário. Com o mínimo de esforço, isso garante que apenas um dos dois PCs industriais trate dos componentes do barramento a qualquer momento, e que os programas de controle sejam executados simultaneamente em ambos os computadores. Esta sincronicidade é o pré-requisito básico para mudar o PC industrial primário, no caso de uma falha,

sem perder qualquer informação.

Além da redundância do controlador, o bem estabelecido software de Redundância EtherCAT (TF6220) protege contra falhas causadas por conexões de cabo defeituosas. Os módulos de E/S são conectados por dois cabos separados, que idealmente devem ser colocados em locais diferentes. Enquanto a Redundância EtherCAT aborda a comunicação do controlador para o barramento de campo, o Protocolo de Redundância Paralela TwinCAT (PRP, TF6230) agora também fornece redundância de cabo para comunicação Ethernet, de acordo com a IEC 62439-3 para sistemas de nível superior, como MES ou sistemas HMI desacoplados. O protocolo define uma conexão de rede redundante e transparente, que pode ser monitorada e diagnosticada no TwinCAT.

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Take Charge

Para assumir o controle e garantir que suas operações e sistemas estejam sincronizados com a capacidade ideal, você precisa estar no topo da autonomia. E para chegar lá, a Yokogawa oferece soluções resilientes para você, derivadas de nossa fabricação inteligente e IA2IA (Automação Industrial para Autonomia Industrial), implementando OpreX como nosso verdadeiro capacitador para garantir qualidade, rendimento, economia de energia e muito mais. Integrando sistemas na sociedade, avançamos com você para realizar uma otimização total em direção a um sistema de sistemas em que tudo está intrinsecamente conectado. Yokogawa. No topo da autonomia para o planeta.

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