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Energies

Atlas Renewable Energy recebe Prêmios por ESG

@Divulgação

A Atlas Renewable Energy recebeu, da IJGlobal, os prêmios Acordo de Energia ESG do Ano 2020 (Américas) e Social ESG, devido ao seu compromisso com a diversidade e inclusão, implementando um programa social que visa a eliminar a lacuna de gênero, no setor de energia renovável.

O Prêmio ESG Social foi concedido ao programa da Atlas “Somos todos parte da mesma energia”, uma iniciativa social que foi lançada no Brasil, Chile e México, e implementada durante a fase de construção dos projetos de energia solar da empresa, atualmente em desenvolvimento nesses países.

O programa visa a capacitar a força de trabalho feminina local, com treinamentos que lhes permitirão optar por empregos mais técnicos na construção dos empreendimentos. Ao mesmo tempo, a Atlas mobilizou suas contratadas para priorizar os trainees em seu processo de contratação. Esta iniciativa se tornou no principal programa social da Atlas, e está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU nº 5 – Igualdade de Gênero, nº 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico, nº 10 – Reduzir Desigualdades e nº12 – Consumo e Produção Responsáveis).

Cerca de mil mulheres foram capacitadas, em diferentes áreas, como construção civil, carpintaria, saúde e segurança, montagem de módulos, eletricidade, entre outras – o que permitiu à empresa aumentar a participação feminina na construção, de 2%, para 15%.

“Somos Todos Parte da Mesma Energia” deve ser implementado em novos projetos, para que mais mulheres possam se beneficiar destes treinamentos, e encontrar novas oportunidades de carreira.

A Usina Solar Jacarandá, no Brasil, foi homenageada com o Prêmio “Solar Deal of the Year” (Américas), pelo sucesso da implementação do programa “Somos todos parte da mesma energia”, durante a construção do projeto. Durante esse período, mais de 214 mulheres foram treinadas em habilidades técnicas; das mulheres capacitadas, 123 foram contratadas para fazer parte da construção de Jacarandá; no total, 159 mulheres foram contratadas, o que representou 17% do total de mão-de-obra contratada, em Jacarandá, no pico das obras. O projeto também teve como foco a contratação de grupos sub-representados, como a população afrodescendente do estado da Bahia, que formou a maior parte da força de trabalho total, 85% de homens afrodescendentes e 83% de mulheres afrodescendentes.

“É uma honra ter nosso programa de força de trabalho feminina “Somos Todos Parte da Mesma Energia”, e sua implementação no Projeto Jacaranda Solar, homenageado pela IJGlobal”, disse Maria José Cortes, Chefe de ESG da Atlas Energia Renovável. “Criar e implementar este programa tem sido uma experiência incrível para todos nós da Atlas, nos tem ajudado a abrir uma porta para novas oportunidades para as mulheres das áreas rurais da América Latina e mudar paradigmas. Temos muito orgulho disso, mas sabemos que ainda há muito a fazer em termos de diversidade e inclusão. Esperamos que este programa plante a semente para práticas mais inclusivas, em nossa indústria e nas comunidades onde operamos.”

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Hidrogênio verde com turbinas eólicas

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A Lhyfe inaugurou sua primeira unidade de produção em Bouin (Vendée), considerada a primeira do mundo a produzir hidrogênio verde renovável usando a energia eólica em escala industrial. A empresa já confirmou cerca de 60 projetos em toda a Europa.

Para apoiar a expansão, a Lhyfe garantiu € 50 milhões em uma rodada de financiamento da Série A e recebeu a SWEN Capital Partners e o Banque des Territoires junto com seus investidores originais. Os recursos serão destinados a apoiar o desenvolvimento da Lhyfe, na França e no exterior, fortalecer suas equipes, financiar P&D, e em novos projetos.

A Lhyfe está produzindo agora hidrogênio verde, feito com um eletrolisador, movido diretamente por turbinas eólicas, e em quantidades industriais (até uma tonelada, por dia) – o que representa uma grande conquista técnica. O local atualmente produz 300kg, por dia, mas deve aumentar para uma tonelada, por dia, nos próximos meses.

O hidrogênio da Lhyfe abastecerá quatro postos, no oeste da França; cerca de 50 veículos pesados, ônibus e coletores de lixo serão movidos por hidrogênio verde renovável, em Loire-Atlantique, Sarthe e Vendée, primeiro, e depois em outros departamentos franceses, sob o projeto VHyGO.

“Um ano após o lançamento da pedra fundamental, estamos ex- @Divulgação tremamente orgulhosos de lançar este site, que é um símbolo, claro, para nós, mas também pelo que representa para a transição energética. Nossos agradecimentos aos nossos cinco parceiros iniciais, que tornaram possível este projeto, de mudar nosso modelo de energia. Agora, que alcançamos este primeiro passo, estamos prontos para avançar mais rápido”, disse Matthieu Guesné , CEO e fundador da Lhyfe.

EDP desenvolve usina solar de larga escala

A EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, investirá no desenvolvimento de sua primeira usina fotovoltaica de larga escala, em parceria com a EDP Renováveis. O empreendimento, chamado de Monte Verde Solar, terá capacidade instalada de 209 MWac, e ficará localizado no estado do Rio Grande do Norte, nas cidades de Pedro Avelino, Lajes e Jandaíra.

Ambas as empresas, controladas pelo grupo EDP, terão participação igualitária no negócio. O empreendimento já está outorgado e com garantia de conexão ao sistema de transmissão, e possui PPA (power purchase agreement) de 15 anos com a EDP Comercializadora, que por sua vez já alocou esta energia em contratos com a mesma duração. A previsão é de que a usina entre em operação em 2024.

Com o investimento neste projeto, avançamos em nossa meta, anunciada no Plano Estratégico 2021-2025, de elevar o tamanho de nosso parque solar, no Brasil, em mais de 25 vezes, em relação a 2020. “É um passo importante em nossa proposta de substituir a geração hídrica por solar, mitigando o efeito do risco hidrológico em nosso portfólio”, afirma João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil. “Trata-se de um empreendimento que cria valor para a Companhia e seus acionistas, ao mesmo tempo que reforça nosso propósito de liderar a transição energética, agindo hoje para construir um amanhã mais sustentável”, acrescenta.

Investimento em energia solar

A geração solar está entre os eixos estratégicos para o crescimento da EDP no Brasil, até 2025, quando a Companhia pretende atingir a marca de 1 GWp em capacidade instalada nessa modalidade. Com o anúncio do projeto Monte Verde Solar, o portfólio da EDP neste segmento chega a cerca de 310 MWp.

De acordo com a Absolar, em 2021, o Brasil ultrapas@Divulgação sou a marca de 10,8 gigawatts (GW) de potência instalada na fonte solar fotovoltaica, sendo 3,8 GW em geração centralizada, e pouco mais de 7 GW na geração distribuída. Desde 2012, já foram investidos mais de R$ 56,4 bilhões no segmento, que gerou 325 mil empregos, e arrecadação de R$ 15,1 bilhões em tributos. De lá para cá, a utilização da energia solar evitou a emissão de mais de 12,4 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

Enel X e Bradesco vão construir nove usinas solares

A Enel X e o Bradesco firmaram contrato para o desenvolvimento e construção de nove usinas fotovoltaicas de geração distribuída, nos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. Com capacidade instalada total de 11 MWpm, as plantas serão responsáveis por gerar energia limpa para mais de 300 agências do Bradesco, nos três estados. O acordo foi estabelecido pelo prazo de 10 anos, com possibilidade de prorrogação do prazo contratual.

O projeto de geração distribuída da Enel X para o Bradesco reafirma o compromisso sustentável de ambas as empresas, uma vez que vai evitar a emissão anual de cerca de 12 mil toneladas de CO2, o que corresponde à neutralização que seria obtida a partir do plantio de cerca de 86 mil árvores. As plantas estão sendo instaladas nos municípios de Quixeré, no Ceará; Buriti Alegre, em Goiás; e Seropédica e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Ao todo, serão 18.550 painéis solares, distribuídos em uma área total de 246.431 metros quadrados. A previsão é que as usinas iniciem as operações em junho de 2022.

“O acordo com o Bradesco demonstra a competitividade deste modelo de negócio. A construção de usinas solares de geração distribuída é um dos focos da Enel X no Brasil, e nos ajuda em nossa missão de auxiliar empresas, de todos os portes e segmentos, a atingirem suas metas de descarbonização, em linha com a relevância e a urgência da agenda ESG”, afirma Francisco Scroffa, Responsável da Enel X no Brasil. “Oferecemos, aos nossos clientes, soluções tecnológicas que garantem uma gestão inteligente e sustentável do consumo energético, com foco no controle de custos, previsibilidade e redução de riscos”.

A Enel X, por meio da linha de negócios e-Industries, oferece o serviço de geração distribuída para empresas, permitindo que geradores privados realizem a troca da energia produzida com a rede elétrica. Por meio desta e de outras soluções integradas em energia, é possível reduzir a conta de energia de forma significativa, e contribuir para a sustentabilidade do sistema elétrico, ao utilizar uma fonte renovável de energia, auxiliando clientes comerciais e industriais na jornada da transição energética. Após a instalação, a economia é imediata, e os painéis duram por mais de 25 anos. Ao todo, a Enel X possui cerca de 13,2 MWp em sistemas de geração distribuída solar, instalados no Brasil.

O Brasil está na lista dos dez países que mais instalaram sistemas de energia solar no mundo, em 2020, e em @Divulgação primeiro lugar na América Latina, com 3,15 gigawatts em novos empreendimentos, no ano passado. Dessas instalações, 80% são consideradas de pequeno porte, com placas solares em telhados para o atendimento da demanda de clientes residenciais e pequenas empresas. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nos próximos dez anos, a mini e a microgeração distribuídas podem ultrapassar 40 gigawatts (GW) no Brasil.

R$ 16 milhões para ampliação de usina solar

A Sun Mobi, enertech especializada no modelo inovador de energia solar via assinatura, acaba de viabilizar um investimento da ordem de R$ 16 milhões no país, para ampliação da usina fotovoltaica instalada na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo. A aposta da companhia é democratizar ainda mais o acesso à tecnologia fotovoltaica para consumidores de 27 municípios do estado paulista, dentro da área de concessão da CPFL Piratininga, incluindo Sorocaba, Santos e Jundiaí, e, ao mesmo tempo, ajudar no alívio das altas na conta de luz, em tempo de crise hídrica e reajustes tarifários.

O empreendimento, que atende consumidores residenciais e comerciais no modelo remoto por assinatura, vai saltar, do atual 1 megawatt (MW) de potência instalada, para 5 MW, com início da nova capacidade prevista para janeiro do próximo ano. Cerca de 20% do montante aportado (R$ 3,2 milhões) deve ficar na própria região, e aquecer a economia local com contratações de empresas de limpeza de terreno, de engenharia civil, de segurança e de alimentação, entre outros setores beneficiados.

“Além dos benefícios econômicos, a ampliação da usina trará grandes ganhos ambientais para a região. Num horizonte de operação de 30 anos, e com uma geração de 191 mil megawatts/hora, serão evitadas as emissões de 64,8 mil toneladas de CO2, o que equivale a cerca de 410 mil árvores plantadas”, explica Guilherme Susteras, sócio da Sun Mobi.

A usina de Porto Feliz, batizada de Wanda Maria Bueno, fornece energia limpa e renovável, para edificações de todos os portes, entre casas, apartamentos, imóveis alugados, comércios e indústrias. “Temos dobrado nossa base de clientes, a cada dois anos, e esperamos chegar a 6 mil consumidores atendidos, nos próximos três anos”, comenta Alexandre Bueno, sócio da Sun Mobi.

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O assinante da Sun Mobi também recebe sem custos um aparelho de monitoramento do consumo de energia elétrica, que avisa, em tempo real, o status de gasto de eletricidade, seja de uma empresa ou de uma residência.

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O serviço de assinatura de energia solar tem crescido exponencialmente no País, impulsionado pela ausência de necessidade de investimento próprio num sistema próprio de geração de eletricidade, no telhado ou num pequeno terreno, além do baixo custo do serviço, e redução nas despesas com tarifas da conta de luz.

“É uma opção para consumidores que se encontram em imóveis alugados, apartamentos, ou ainda que não tenham condições de fazer investimentos num sistema fotovoltaico. Os consumidores têm alívio na conta de luz por dois motivos: primeiro, fazem gestão ativa do seu consumo com os sensores e informações disponibilizadas pela Sun Mobi e, depois, pela não incidência das famigeradas bandeiras tarifárias nas contas de energia dos clientes da empresa. A combinação dos dois fatores pode dar uma economia de 10% ou mais para nossos assinantes”, conclui Bueno.

O investimento na ampliação da usina em Porto Feliz será feito pela Comercializadora Get Energy Trading, e por demais investidores privados, e a usina entrará em operação em janeiro de 2022.

Ducati começa sua era elétrica

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A Ducati anunciou o início de sua era elétrica: a partir da temporada de 2023, será o único fornecedor oficial de motocicletas para a FIM Enel MotoE World Cup, a classe elétrica do Campeonato Mundial de MotoGP. O acordo, assinado com a Dorna Sports, organizadora e promotora dos mais importantes campeonatos internacionais de corridas de duas rodas, dura até 2026, e, portanto, abrangerá quatro edições do Mundial de MotoE.

Este é um passo histórico para a fabricante de motos Borgo Panigale que, seguindo o seu costume de utilizar a competição automóvel como laboratório de tecnologias e soluções que se tornam realidade para todos os motociclistas, entra no mundo das motos elétricas a partir do setor mais esportivo, o da classe elétrica do Campeonato Mundial de MotoGP.

O objetivo é desenvolver expertise e tecnologias em um mundo em constante evolução, como o elétrico, por meio de uma experiência familiar à empresa, como a das competições automobilísticas. Esta tem sido uma tradição consolidada para a empresa de Borgo Panigale, a partir da Ducati 851, que inaugurou a tendência Ducati das motos esportivas de estrada, revolucionando o conceito, com seu inovador motor de dois cilindros, refrigerado a água, injeção eletrônica de combustível, e o novo eixo duplo, cabeçotes de quatro válvulas, derivados da moto Ducati 748 IE, que fez sua estreia em corridas de resistência em Le Castellet, em 1986.

Desde então, esta transferência interminável de experiência sempre ocorreu, desde o Campeonato Mundial de Superbike, no qual a Ducati participou, desde a primeira edição, em 1988, e do MotoGP, no qual a Ducati é a única fabricante de motocicletas não japonesa a ter vencido um Campeonato Mundial. O cruzamento também é evidente nos produtos mais recentes e prestigiosos da fabricante Borgo Panigale: o motor V4 do Panigale é, na verdade, estritamente derivado de toda a sua filosofia de construção – desde as medidas de furo e curso, até o virabrequim contra-rotativo – do motor que estreou na Desmosedici GP, em 2015. O V4 Granturismo, que equipa a nova Multistrada V4, foi então derivado do motor Panigale. Todo o software de controle do veículo também é derivado diretamente daqueles desenvolvidos no mundo das corridas. Sem falar no campo da aerodinâmica.

As soluções tecnológicas desenvolvidas no mundo das corridas, transferidas para os produtos que compõem a gama, permitem à Ducati oferecer, aos seus entusiastas, motos de altíssima performance, e diversão de conduzir. O FIM Enel MotoE World Cup também não será exceção a este respeito, e permitirá à Empresa desenvolver as melhores tecnologias e metodologias de teste, aplicadas a motociclos elétricos desportivos, leves e potentes.

Ao mesmo tempo, o fato de a Ducati fazer parte do Grupo Volkswagen, que fez da mobilidade elétrica um elemento essencial de sua estratégia “New Auto” para 2030, representa o melhor pré-requisito para um extraordinário intercâmbio de experiências, no campo dos motores elétricos.

O anúncio do acordo foi feito na véspera do Grande Prêmio Made in Italy e Emilia-Romagna, da terceira à última etapa do Campeonato Mundial de Moto GP 2021.

“Estamos orgulhosos deste acordo porque, como nas primeiras vezes, representa um momento histórico para a nossa empresa. A Ducati está sempre projetada para o futuro, e cada vez que entra em um novo mundo, ela faz isso para criar o produto com o melhor desempenho possível. Este acordo chega na hora certa para a Ducati, que, há anos, estuda a situação dos grupos motopropulsores elétricos, porque nos permitirá fazer experiências em um campo bem conhecido e controlado, como o de Competição de corrida. Trabalharemos para colocar, à disposição de todos os participantes da FIM Enel MotoE World Cup, motos elétricas de alto desempenho, e caracterizadas pela leveza. É justamente no peso, elemento fundamental das motos esportivas, que

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será o maior desafio. A leveza sempre esteve no DNA da Ducati e, graças à tecnologia e química das baterias, que estão evoluindo rapidamente, estamos convencidos de que podemos obter um excelente resultado. Testamos nossas inovações e nossas soluções tecnológicas futurísticas em circuitos em todo o mundo e, em seguida, disponibilizamos produtos interessantes e desejáveis para Ducatisti. Estou convencido de que, mais uma vez, vamos aproveitar as experiências que tivemos no mundo das competições de corrida, para transferi-las e aplicálas também em motos de produção," disse Claudio Domenicali, CEO da Ducati Motor Holding.

“Estamos muito orgulhosos de anunciar a Ducati como o novo e único fabricante da FIM Enel MotoE World Cup. Com sua incrível história de corrida, é uma honra receber este compromisso de um dos mais conhecidos fabricantes no paddock e, para enfrentar este novo desafio em conjunto.

Estamos ansiosos para ver o que o futuro nos reserva, e continuar vendo esta tecnologia se desenvolver e crescer, com o paddock de MotoGP e o MotoE a continuarem impulsionando a inovação e a evolução na indústria do motociclismo – ao mesmo tempo que cria um incrível espetáculo na pista,” afirmou Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna Sports. Este primeiro passo da Ducati, no mundo das motocicletas elétricas, também terá influência na evolução da gama de produtos. Agora, os desafios mais importantes neste campo continuam a ser os do tamanho, peso, autonomia das baterias e disponibilidade de redes de carregamento. A experiência da Ducati na FIM Enel MotoE World Cup será um suporte fundamental para P&D de produtos, junto com a evolução fisiológica da tecnologia e da química. O objetivo é estudar como produzir, assim que a tecnologia permitir, um veículo elétrico Ducati esportivo, leve, emocionante e capaz de satisfazer a todos os entusiastas.

“Salvador Solar” é avanço para desenvolvimento sustentável

O Programa “Salvador Solar”, lançado pela prefeitura da capital baiana, representa importante avanço para o desenvolvimento sustentável, a partir da geração própria de energia solar na região. A proposta da Minuta de Lei de Incentivo é posicionar Salvador na vanguarda de políticas públicas, acelerando a geração fotovoltaica na cidade. O programa possui meta de aumentar em 50% o uso da tecnologia, até 2024, além de gerar postos de trabalho e novos negócios, no mercado solar. @Divulgação Salvador já recebeu mais de R$ 118,8 milhões de investimentos do setor solar, que trouxeram mais de 654 empregos à região. Isso é apenas o começo, os números devem acelerar ainda mais, a partir de agora”, celebra Sauaia.

O Programa “Salvador Solar”, coordenado pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (SECIS), abrange a criação de uma legislação municipal específica, a capacitação de mão-de-obra local, a geração de empregos qualificados, o mapeamento do potencial solar na cidade, em sinergia aos descontos no IPTU implementados, desde 2019, pela iniciativa “IPTU Amarelo”. A medida combina economia e sustentabilidade, reduzindo o IPTU sobre imóveis que gerem energia solar, em residências e condomínios de casas.

A Prefeitura de Salvador trabalha na construção de uma Lei de Incentivo ao uso de energia solar na capital baiana, desburocratizando e desonerando o setor, como forma de alavancar o setor na região. Em parceria com o C40, contou com o apoio de especialistas para a elaboração de minuta do Projeto de Lei, que será entregue pelo Prefeito Bruno Reis, ainda este mês, à Câmara Municipal de Salvador, para apreciação e votação.

Também faz parte do Programa, o lançamento de um Mapa Solar. A ferramenta traz um banco de dados público, com mapeamento do potencial solar dos telhados de toda a cidade.

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Para o presidente executivo da Absolar – Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica –, Rodrigo Sauaia, durante lançamento da iniciativa soteropolitana, a cidade de Salvador possui um enorme potencial para a tecnologia solar, e o programa pode servir de referência para a elaboração de outras políticas públicas municipais no país.

“Salvador ocupa atualmente a 35ª posição, no ranking municipal da geração própria de energia solar, em telhados e pequenos terrenos. São 21,8 megawatts (MW) em potência instalada, distribuídos em 2,4 mil sistemas de geração, atendendo, com uma fonte limpa, renovável, acessível e barata, 2,6 mil consumidores na cidade. Com este novo programa, o município dá um passo adiante para galgar novas posições no ranking, e ampliar o seu protagonismo na energia solar.

Enel Green Power inicia operação comercial do parque eólico Cumaru

A subsidiária brasileira de energia renovável do Grupo Enel, Enel Green Power Brasil Participações Ltda. (EGPB), iniciou a operação comercial do parque eólico Cumaru, localizado no município de São Miguel do Gostoso, no Estado do Rio Grande do Norte. O Grupo Enel investiu ao todo cerca de R$ 948 milhões, o equivalente a cerca de US$184 milhões na construção do empreendimento, que possui capacidade instalada total de 206 MW.

“A atual crise hídrica reforça a importância da diversificação da matriz energética no Brasil e as vantagens das fontes eólica e solar. Iniciamos a construção do projeto Cumaru no segundo semestre do ano passado. A entrada em operação comercial do parque num curto espaço de tempo é uma demonstração da nossa capacidade de entregar projetos relevantes para ampliar sistematicamente a geração verde no país e contribuir para um sistema cada vez mais seguro, em que a complementariedade das fontes beneficia toda a sociedade. Cumaru é o primeiro de cinco projetos atualmente em construção pela Enel no país a produzir energia. Até o início de 2022, teremos @Divulgação colocado em operação ao todo cerca de 1,3 GW de nova capacidade instalada, contribuindo para o nosso crescimento sustentável na região”, ressalta Roberta Bonomi, responsável da Enel Green Power no Brasil.

O parque eólico Cumaru é composto por 49 aerogeradores e será capaz de gerar mais de 966 GWh por ano, evitando a emissão de mais de 543 mil de toneladas de CO2 na atmosfera anualmente. A produção de energia do parque será integralmente fornecida ao mercado livre para venda a clientes comerciais, alavancando a presença integrada da Enel no país. Além de Cumaru, que acaba de entrar em operação comercial, a Enel Green Power está concluindo a construção de outros três parques eólicos e um parque solar, todos localizados no Nordeste e que somam cerca de 1,1 GW de capacidade instalada.

Durante a construção de Cumaru, primeira obra da

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Enel Green Power iniciada durante a pandemia no Brasil, foram adotados rigorosos protocolos de segurança, em função da pandemia e em linha com as indicações das autoridades sanitárias, com o objetivo de garantir a proteção necessária aos trabalhadores envolvidos na construção bem como às comunidades onde o parque está instalado. A empresa estabeleceu diretrizes rígidas para viagens, que incluíram quarentena preventiva quando os trabalhadores se deslocavam para cidades fora da região do canteiro de obras; maior higienização das instalações, veículos e ambientes nos canteiros de obras; bem como medidas para garantir práticas de trabalho seguras. Nos canteiros, a rotina das equipes e operações foram estruturadas para manter o distanciamento social. A Enel Green Power também realizou campanhas de testes massivas envolvendo todos os funcionários nos canteiros de obras.

Além do foco na saúde e segurança de colaboradores e das comunidades locais na região do empreendimento, a Enel Green Power também desenvolveu ações de Sustentabilidade, envolvendo a comunidade local, em linha com a estratégia de Criação de Valor Compartilhado (CSV) do Grupo Enel. Em Cumaru, foram realizadas ações de educação ambiental com crianças e jovens e um projeto de assistência técnica rural para famílias que vivem da agricultura de subsistência. As famílias beneficiadas receberam orientações técnicas para aumentar e diversificar a produção de alimentos, garantindo a segurança alimentar e, eventualmente, a geração de renda.

No Brasil, o Grupo Enel, por meio de suas subsidiárias EGPB e Enel Brasil, tem uma capacidade total instalada renovável de cerca de 4 GW, dos quais mais de 1,6 GW são de fonte eólica, cerca de 1,1 GW são de fonte solar e cerca de 1,3 GW de hidro.

Refl exos da crise hídrica e energética agravam cenário prolongado de alta de preços para micro e pequenas indústrias

A crise hídrica e energética provocada pela falta de chuvas tem agravado o prejuízo financeiro de empresas em todos os segmentos, especialmente entre as micro e pequenas indústrias, cujo repasse das sucessivas altas de preços muitas vezes é inviável. Segundo a pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizada pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi), os reflexos da seca ameaçam os negócios e o crescimento econômico do país será muito prejudicado, é o que afirma 51% das micro e pequenas indústrias ouvidas. Em relação ao fornecimento de energia para a empresa, 40% dos entrevistados avaliam que haverá muito prejuízo, e uma parcela de 27% acredita que a falta de chuvas irá prejudicar muito os negócios da empresa de maneira geral

Acreditando numa alternativa para minimizar a crise de energia, quando perguntados sobre uma possível volta do horário de verão, a maioria das micro e pequenas indústrias (56%) se posiciona a favor. Outras 36% são contra e para 7%, seria indiferente.

De acordo com a pesquisa, subiu de 68% para 74% o índice de empresas com alta significativa na conta de energia em relação ao mês anterior.

Quando perguntadas sobre o impacto do aumento da conta de energia nos negócios, o percentual de micro e pequenas indústrias que consideram grande o prejuízo para a empresa subiu de 21% para 33% entre agosto e setembro. Para 33%, os aumentos na conta prejudicam um pouco e para 34% não há prejuízos

O Índice de Custos das Micro e Pequenas Indústrias recuou de 66 para 61 pontos entre agosto e setembro, dentro de uma escala que vai de 0 a 200, sendo 200 o resultado ótimo, ou seja, em que nenhuma empresa é impactada por alta significativa em seus custos de produção. O gráfico a seguir demonstra um cenário prolongado de alta de preços, com resultados abaixo de 100 pontos pelo nono mês seguido:

Sete em cada dez (70%) micro e pequenas indústrias relataram alta significativa de custos, espelhando o cenário de fevereiro último. Há seis anos, não eram registrados números tão elevados, nem por tempo prolongado como agora.

Quando consultados sobre as dificuldades enfrentadas nos últimos 15 dias, os principais entraves para as micro e pequenas indústrias são a alta nos preços de matérias primas e insumos (80%), atraso na entrega de matérias primas e insumos (50%), falta de matéria prima e insumos nos fornecedores (48%) e baixa qualidade dos materiais entregues (26%).

Os resultados de setembro trazem ainda um cenário pessimista em relação ao futuro e a expectativa de melhora nos negócios recua pelo terceiro mês seguido. No mês de julho, 59% das micro e pequenas indústrias projetavam um cenário de melhora para os negócios, índice que recuou para 54% em agosto e em setembro chegou a 51%.

Na avaliação do presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria no Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, a pesquisa aponta para um agravamento da crise, puxado pela contínua alta de preços, que somados, acentuam a curva de elevação no índice de custos das empresas. “Estes fortes aumentos de custos representam um possível repasse de preços e consequente aumento da inflação, além da perda de poder aquisitivo. Isto porque os aumentos salariais não acompanham as sucessivas elevações de custos sofridas pelas empresas. Todos perdem com a inflação, especialmente quem trabalha na produção. A pesquisa aponta ainda queda no otimismo do empresário pelo terceiro mês seguido”, alerta. Para Couri, a pressão sobre os custos tende a se manter, principalmente por conta do aumento da energia elétrica e dos derivados do petróleo, impactando no custo de produção e no aprofundamento da crise de consumo e perda do poder aquisitivo.

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como antecipador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em São Paulo. A coleta de dados ocorreu de 20 a 30 setembro de 2021.

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Metrologia 4.0 caminha na direção da ciência de dados

AFundação CERTI é uma organização de pesquisa, desenvolvimento e serviços tecnológicos especializados, privada, independente, e sem fins lucrativos, dedicada a desenvolver soluções inovadoras para a iniciativa privada, governo e terceiro setor. A Fundação é dividida em Unidades de Negócios, chamadas Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras, nas áreas de transformação digital, metrologia e instrumentação, processos produtivos, empreendedorismo inovador, economia verde, energia sustentável, e ainda, incubação de empresas.

Em 2020, a CERTI manteve suporte em metrologia e instrumentação às empresas, na consolidação do seu avanço tecnológico, atuando na transformação digital dos processos relativos à melhoria da qualidade de produtos, e conservação da integridade dos ativos de produção – destaque-se sua participação em projetos de P&D de Petróleo & Gás, Aeroespacial & Defesa, entre outros setores da economia. A instituição consolidou uma nova estrutura que, homologada, facilita a visualização de novas oportunidades, e aumenta o potencial de sinergia com as demais áreas da CERTI.

A fim de atender os requisitos de uma indústria 4.0, que demanda sistemas de produção eficientes, flexíveis, globais e inovadores, a metrologia deve ser rápida, precisa, confiável, flexível e holística. Nesse escopo, muitos desafios estão presentes, como a redução do tempo de medição, o processamento automático dos dados, a verificação da incerteza de medição, a sua redução, o aumento da integração, da densidade de informação e das técnicas de medição disponíveis.

“Na Fundação CERTI, entendemos que a transformação digital da produção consiste na aplicação racional de modernas tecnologias, visando a alcançar novos e mais elevados patamares de eficiência e flexibilidade” conta Dr.Miguel Burg Demay, pesquisador e coordenador de projetos. Doutor em Engenharia Mecânica, pela Universidade Federal de Santa Catarina, com ênfase em Metrologia e Instrumentação, atua nas áreas de ciência, análise e confiabilidade de dados, sistemas automatizados de medição e sensores. No contexto industrial, o Labfaber – LaboratórioFábrica de referência para o desenvolvimento, o domínio, a prática e a difusão de tecnologias digitais na manufatura competitiva de produtos tecnologicamente avançados, bem como para a capacitação e a disseminação de soluções em Indústria 4.0 –, representa o que há de mais moderno na indústria, no que diz respeito à transformação digital, com foco em eficiência e flexibilidade.

No contexto da metrologia com foco na eficiência da indústria brasileira, a Certi trabalha com uma abordagem intensiva em dados, os quais podem ser gerados por sistemas de medição, ou provenientes de fontes diversas, como a internet. Ainda, promove a utilização de sistemas ciberfísicos, para constituir unidades inteligentes, com capacidades de análise diferenciadas, que podem se estender ao longo de todo o ciclo de vida de um equipamento ou produto.

Miguel conta que a utilização dos dados gerados por medição em níveis mais elevados de análise, como diagnósticos, predições e prescrições, promove a projeção da metrologia na direção da ciência de dados. “Conceitos oriundos de áreas, como estatística e inteligência artificial, passam a pertencer ao escopo de análises de dados de medição. Assim, a reflexão sobre a qualidade metrológica dos resultados adquire especial valor, uma vez que es-

tes são utilizados para embasar decisões de elevado impacto e responsabilidade. A metrologia ganha ainda mais importância, pois, é ela que transforma dados de medições em informação confiável, agregando contexto. A informação, por sua vez, pode transformar-se em conhecimento, quando combinada com experiência e entendimento”, pondera Miguel.

Na CERTI, a metrologia é abordada por três perspectivas diferentes, que trabalham juntas para o desenvolvimento e implementação da metrologia 4.0 na indústria: serviços tecnológicos, cursos e assessorias, e projetos.

“Para a prestação de serviços tecnológicos, possuímos laboratórios com infraestrutura de ponta, para realização de medições e calibrações dimensionais, superficiais e geométricas. Com máquinas de medição por coordenadas, tomógrafo industrial e equipe altamente especializada, prestamos serviços de medição e calibração para peças e produtos de diferentes complexidades.”

“Oferecemos também cursos e assessorias para laboratórios e indústrias. Como instituição referência em metrologia, acreditamos na necessidade de difundir e incutir o tema na cultura organizacional de empresas. Oferecemos cursos de formação em metrologia, estatística aplicada, tolerâncias geométricas, qualidade laboratorial, gestão da metrologia, inovação e tecnologia, entre outros”, diz o Dr.Gustavo Daniel Donatelli, diretor do Centro de Metrologia e Instrumentação (CMI). Doutor em Engenharia Mecânica, pela Universidade Federal de Santa Catarina, com ênfase em Metrologia e Instrumentação, desenvolve pesquisas em metrologia dimensional e geométrica, e em métodos estatísticos para garantia da qualidade.

A CERTI promove, ainda, um conjunto de ações integradas, visando a apoiar empresas e laboratórios nas mais diversas áreas em que há o envolvimento da Metrologia e a Garantia da Qualidade.

Entre os temas mais abordados com laboratórios, pode-se citar a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025; sistemas, ambientes e incerteza de medição, gestão de laboratórios, inteligência de mercado, e estratégia de dados.

“Com as indústrias, trabalhamos com gestão de sistemas de medição, MSA, CEP, GD&T (Tolerância Dimensional e Geométrica), tecnologia de medição por coordenadas, desenvolvimento de instrumentação e sensoriamento para tarefas especiais. Mais recentemente, temos dado apoio à implantação de sistemas ciberfísicos e à transformação digital em indústrias. Sobre este assunto, é importante mencionar que é muito relevante identificar claramente o que é possível e faz sentido desenvolver, pois, nem todas as tecnologias estão maduras o suficiente para operar com confiabilidade. As expectativas das empresas em relação à transformação digital são muitas vezes inflacionadas por mensagens de cunho comercial, mesmo em ambientes que não estão preparados para a mudança”, afirma o Dr. Gustavo. A equipe CERTI/CMI desenvolve ainda projetos de sistemas voltados à automação, instrumentação e gestão da integridade em diversos setores da economia, onde a metrologia está presente desde as primeiras etapas do projeto, com a definição confiável dos requisitos normativos e do cliente, passando pela comprovação experimental da evolução do nível de maturidade tecnológica e comercial do produto (TRL/CRL), até que o produto esteja desenvolvido e comprovadamente atenda a necessidade desejada. Miguel ressalta que todas essas perspectivas convergem para o desenvolvimento de meios e métodos para a inclusão da metrologia na indústria 4.0. Essa é a evolução natural dos sistemas produtivos, e sim, a metrologia possui papel preponderante no assunto. “Entendemos que a qualidade, nesse contexto em ascensão, será pautada em dados dos mais diversos processos produtivos. O uso dos dados será uma atividade tipicamente indutiva, compreendendo análises descritivas, diagnósticas, preditivas e prescritivas. Neste cenário, a informação e a sua partilha serão fatores diferenciadores para as empresas. Muitos afirmam que os dados serão o petróleo de futuros negócios, assim, a sua análise em tempo real e aprendizagem de máquina criarão valor comercial adicional.”

“A partir dos dados que diariamente são inseridos nas bases de dados da metrologia (fruto de nossos serviços laboratoriais), pode-se fazer diferentes análises, deixando a simples garantia da qualidade da medição de lado, e partindo para um viés voltado à inteligência de dados, com o alinhamento das informações adquiridas aos objetivos da organização, com foco em sua competitividade”, diz Miguel.

Por mais simples que pareça, muitas empresas não fazem uso dos dados disponíveis, e poucas os estruturam

de maneira adequada para a extração de informações, como intenções, periodicidade, hábitos de consumo, recorrência de compra, ou mesmo primeiro canal de interação do cliente com a empresa. Esses entendimentos fornecem uma base para ações que direcionem esforços em função de maior valor.

Analisando por um outro prisma, no processo de transformação digital, há uma mudança em curso, que impactará na forma habitual de se olhar para as medições. O grande interesse de quem deseja medir algo deixa de ser o mensurando em si, e passa a ser a informação que pode ser obtida a partir do sinal adquirido. A atividade de medição passa a ser então motivada pelo desejo de se conhecer o comportamento de processos e sistemas, e não apenas para verificar o estado de certa variável ou a adequação a normas.

Entretanto, é importante que se reflita um pouco sobre a qualidade das decisões baseadas em dados. Sua assertividade depende diretamente da qualidade dos resultados obtidos por algoritmos de processamento de dados. A confiabilidade da saída de tais algoritmos depende da qualidade dos dados adquiridos, e de sua representatividade frente ao fenômeno que se deseja observar. Nesse contexto, o papel de quem lida com metrologia pode mudar de enfoque. É importante tomar consciência de que o papel demandado do profissional de instrumentação e metrologia não se limita a gerar dados; ele irá garantir que os mesmos sejam adquiridos, de forma confiável e adequada, para uma análise de dados conseguinte. Em última instância, ele será um dos responsáveis pela qualidade das decisões tomadas em nível gerencial.

Entender como a incerteza de medição se propaga por meio dos algoritmos de processamento, e como minimizar sua influência, trará confiabilidade à tomada de decisão. E é atividade em que profissionais de instrumentação e de metrologia podem ser fundamentais, como parte do processo de análise de dados, trabalhando em equipes multidisciplinares, com especialistas cientistas de dados.

A CERTI tem direcionado suas pesquisas para fornecer fundamentos aos profissionais, e ajudar na evolução conjunta das empresas e cadeias produtivas. Cada cliente tem suas necessidades; por isso, a discussão deve ser direcionada e exclusiva à realidade de cada organização em seu contexto. Afinal de contas, o mundo virtual estará cada vez mais presente, com seus gêmeos digitais, modelos computacionais e simulações. Porém, os parâmetros de entrada consistem em traduções de variáveis reais, como temperatura, vibração, corrente e pressão, por meio de sensores e sistemas de medição. Caso as medições não forem confiáveis, também não o serão os modelos estatísticos, empíricos ou de inteligência artificial desenvolvidos, bem como os resultados de simulações, avaliações de estado, diagnósticos, predições e prescrições realizadas. Dessa forma, as conclusões tomadas a partir de dados de baixa confiabilidade passam a ter validade questionada, e podem levar a decisões errôneas ou infrutíferas.

Assim, a CERTI entende o enorme potencial da Metrologia para a transformação digital de processos produtivos, e está, em diferentes níveis, no processo de implementação desse conceito em serviços e projetos; por exemplo, com o desenvolvimento de sensores e de sistemas de medição para processos produtivos de setores, como óleo e gás, e aeronáutico, bem como gêmeos digitais, para analisar a integridade de equipamentos.

Também no LabFaber, os temas Indústria e Metrologia 4.0 vêm sendo trabalhados por meio do Sensoriamento da Produção e Digitalização da informação, sistemas IIoT alimentando dashboards, em tempo real, predições de manutenção e capacidade de simulação com dados prescritos dos sistemas produtivos.

É fato que a Metrologia 4.0 torna os processos industriais mais eficientes, e a possibilidade de melhoria no controle de qualidade reduz a necessidade de retrabalho. Além disso, sistemas de medição mais ágeis e de melhor exatidão permitem a realização de um maior número de medições.

Mas, talvez o olhar mais correto seja que a necessidade de aumento de eficiência, demandada pela indústria 4.0, exige da metrologia um novo perfil. O conceito de salas climatizadas, com máquinas medindo pequenos lotes, deixa de ser viável nesse novo paradigma industrial. Portanto, novos meios e métodos devem ser desenvolvidos para permitir a evolução do parque fabril para a quarta revolução industrial. Nesse contexto, surge a possibilidade de medições automatizadas, em linhas de produção, bem como análises estatísticas mais profundas, a fim de que o processo de medição não se torne o gargalo do sistema produtivo.

Porque Metrologia 4.0 é um tema muito mais amplo. Envolve identificar o que realmente é pertinente medir, como medir, em que ponto do processo produtivo medir, e quais incerteza e velocidade de medição adequadas. Por um lado, sistemas com alto nível de confiabilidade podem custar muito caro, enquanto vários sensores de baixa qualidade podem compensar o erro, a partir de uma tendência no sistema e, ao mesmo tempo, verificar inconsistências pela simples comparação entre pares.

O balanço entre qualidade e quantidade de dados deve ser criticamente analisado, incluindo a análise entre o que é necessário, e quanto isso custará. Na mesma linha, aspectos como a não consideração dos erros envolvidos no ambiente e no operador, e a estratégia de medição utilizada poderão gerar dados equivocados. Dados esses que, quando misturados com a base principal, trarão resultados errados, e consequentes ajustes desnecessários – possíveis lotes comprometidos, indecisões quanto à produção, atrasos, problemas com o produto, e o pior: problemas com os clientes.

“A estratégia de medição é tão importante quanto o parque de equipamentos disponível. E ainda, após a realização das medições, é necessário zelar pela integridade dos dados medidos, e prover apoio ao desenvolvimento de modelos computacionais que considerem a incerteza de medição em suas análises e previsões”, explica M. Sc. André Luiz Meira de Oliveira, arquiteto de soluções. Mestre em Metrologia e Instrumentação, pela Universidade Federal de Santa Catarina, atua no planejamento estratégico de soluções e projetos.

“Portanto, não se trata apenas de desenvolver algoritmos a partir de dados existentes. A indústria 4.0 demanda uma metrologia 4.0, capaz de fornecer a confiabilidade necessária, para processos produtivos ágeis e assertivos. É uma ampliação da atuação do metrologista para dentro da linha de produção, não mais restrita a laboratórios. A metrologia 4.0 necessita de um metrologista 4.0 que atue na garantia da qualidade dos dados medidos, e na assertividade de sua análise. As vantagens advindas são muito claras, como a redução de custos, aumento da produtividade, eliminação do operador humano, rapidez, etc.”, relata Miguel.

Como exemplo, podem citar-se as calibrações. Calibrações são procedimentos complexos, morosos e detalhados. É óbvia a vantagem que o uso de sistemas automatizados possui, com capacidade de realizar os procedimentos, de forma ágil e padronizada, reduzindo assim custos e a influência do processo no resultado da calibração. E os dados de calibração podem ser diretamente armazenados em nuvem, permitindo a rápida apresentação de resultados e análise dos dados, agregando valor ao cliente.

Miguel lembra que “calibrações automáticas se baseiam

@Labfaber Daphne Blaese De Amorim em métodos de otimização matemáticos, estatísticos ou por IA, para reduzir a diferença entre o valor medido e o simulado. Também demandam experiência e conhecimento de seu operador, além de modelos altamente eficazes para o processo em questão. Têm ainda a questão do custo envolvido, não apenas com o equipamento, mas com manutenção e treinamento. O produto da calibração para a Indústria 4.0 não será somente a emissão de um certificado, mas sim um input de conhecimento ao sistema produtivo, o qual ancora processos de decisão. Para isso, os laboratórios de calibração devem se adaptar, e as empresas devem assumir que esse conhecimento é essencial para o sucesso de suas produções”.

Dentro dos novos padrões de manufatura, alinhada aos conceitos da Indústria 4.0, a garantia da conformidade é necessária e mais exigida, a partir da necessidade de processos de customização em massa, ou seja, produtos com diferentes requisitos sendo gerados em série. Neste caso, a capacidade de controle depende diretamente da flexibilidade de atendimento a estes novos requisitos, além da capacidade dos sistemas de medição. Nesta visão, novas faixas de medição podem ser exigidas, e devem ser garantidas em nossos sistemas, além da rastreabilidade e a análise da propagação de incertezas de medição dentro da fábrica, que se tornam fatores críticos para a qualidade final dos produtos. Uma curva de calibração pode demonstrar maiores incertezas em seus limites de faixa de medição; porém, esses limites de faixa podem ser a demanda de produção daquela personalização. Isso propagaria as incertezas de medição de processos primários, criando resultados imprevisíveis, e comprometendo a qualidade final do produto como um todo.

Determinar claramente a estratégia de rastreabilidade, calibrando os instrumentos de forma correta e em intervalos definidos com base em risco e criticidade, demanda inteligência metrológica na fábrica do futuro, relata André.

Vale lembrar que a Metrologia 4.0 inclui a integridade dos dados coletados, ainda que “jogados” na nuvem – tema de grande apelo atualmente. É importante que se diga que a integridade dos dados sempre foi questão pertinente. Convencionalmente, a resposta de medidores é anotada por um usuário em planilhas, que, depois, são transcritas para um

@Labfaber Daphne Blaese De Amorim

sistema de armazenamento, seja este um sistema de arquivos em papel, em computador ou, em dias atuais, em nuvem.

@Labfaber Daphne Blaese De Amorim

Interessante também mencionar que é praticamente impossível garantir a integridade dos dados armazenados onde quer que seja – ninguém está livre de invasões de hackers. Então, como reduzir a exposição ao risco de dados não-íntegros? Primeiramente, garantindo a correta transcrição dos dados ao sistema de armazenamento; depois, mantendo um sistema de banco de dados capaz de organizar e garantir esse armazenamento. Idealmente, tal sistema deve ser redundante, para que se possam recuperar informações, em caso de defeitos em discos rígidos e memórias. E é com base nessa premissa que vemos o surgimento de empresas especializadas em armazenar dados em nuvem, pois, o custo associado à manutenção e segurança de tal sistema não é desprezível.

A evolução tecnológica acontece, e as pessoas se adaptam a ela. É um processo acontecendo nesse momento, e todos os agentes envolvidos devem preparar-se. A questão é que ainda não se tem a dimensão exata do que é possível fazer com a tecnologia de hoje, ou mesmo com a que teremos disponível, em anos próximos. O usuário entende a mudança, e se adapta. Obviamente que mudanças na legislação são necessárias, e irão ocorrer com o natural amadurecimento tecnológico da sociedade – nem sempre na velocidade ideal. Então, como trabalhar o gap entre possibilidades tecnológicas e práticas legais?

“Existem, nesse escopo, três agentes – a tecnologia, a ética e a legislação – que interagem, se limitam e evoluem. A tecnologia se instala, e altera a sociedade, que passa a demandar mudanças em sua organização. O mercado vai propor mudanças, que serão recebidas e limitadas pela sociedade ou legislação. Mas, esse é um processo moroso e que pode trazer desgastes. Portanto, a melhor forma de lidar com a questão é com a aproximação entre universidades, centros de pesquisa e órgãos governamentais. Propostas de alterações em normas, regulamentações e leis devem ser desenvolvidas em parceria. Esse processo já está ocorrendo, e deve intensificar–se, nos próximos anos. Com uma legislação clara, empresas passam a conhecer as regras do jogo, e podem adaptar-se e evoluir rapidamente para competir por fatias de mercado. Então, a inovação e o empreendedorismo encontram seu espaço”, finaliza Dr. Miguel Burg Demay. Em um contexto em que a Metrologia assume um papel cada vez mais importante dentro das organizações, a qualidade das medições pode elevar significativamente o valor e a eficiência dos processos e a qualidade de produtos. Newton Bastos, Gerente de Contas da Presys, levou a Controle & Instrumentação para percorrer com ele diversas regiões do Brasil, diversas indústrias de diferentes segmentos, além de prestadores de serviços, para entender como a metrologia apoia o que já existe, e os novos desenvolvimentos. A ideia era entender como os profissionais estão lidando com estas implementações, quais os bônus – e os ônus – nesta jornada metrológica; era mostrar as experiências práticas dos usuários com a Transformação Digital nos processos de metrologia, utilizando recursos à disposição; observar como a Transformação Digital está acontecendo, como a metrologia incorpora as tecnologias para solucionar problemas tradicionais. Entendendo que a Transformação Digital não se relaciona apenas com tecnologia, mas também com Estratégia, Cultura e novas maneiras de pensar, demandando mudanças e quebrando paradigmas.

“De acordo com a ISA – Instrument Society of América –, um instrumento industrial é todo dispositivo utilizado para medir, direta ou indiretamente, ou controlar uma variável. Incluem-se aí os elementos e sensores primários, elementos finais de controle, dispositivos computacionais, elétricos de alarme, chaves e botoeiras. A gente precisa ter em mente que a eficiência dos processos industriais depende da qualidade da instrumentação, da confiabilidade metrológica. Porque a instrumentação, quando utilizada de forma criteriosa e planejada, reduz custos e aumenta produtividade,

As experiências dos usuários com a Transformação Digital nos processos de Metrologia

contribuindo com a qualidade e a segurança da operação. Cada instrumento utilizado em um processo é de suma importância, e, para garantir a qualidade e competitividade de seus produtos, segurança na operação de seus equipamentos, é preciso adotar serviços de calibração”, diz Rogério O. da Costa, da Fernandez Indústria de Papel, que pauta o trabalho diário unindo padrões, normas e experiência:“Calibração é o conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição, ou sistema de medição, ou valores, representados por uma medida materializada, ou um material de referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões, de acordo com o VIM – Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia.”

Rogério destaca que o mercado está cada vez mais competitivo, em busca de melhoria contínua nos processos industriais, internalizando novas tecnologias. “Com aplicação da automação na produção, e com a chegada de novos instrumentos para controle de processo, sentimos a necessidade de uma melhor performance de nossa equipe, na prontidão de atendimento à produção, de maneira geral. Então, a empresa comprou calibradores de malha LC 505, padrões de pressão PC 507, manômetros padrões, bomba comparativa, configurador Hart FCY-15, e o software de Gestão de Calibração, o Isoplan. Demos início aos tagueamentos dos Instrumentos dos setores, cadastramentos, padrões, definições de criticidade, através do TAC (time de análise crítica), envolvendo a equipe de Instrumentação, PCM, qualidade, engenharia de processo, segurança do trabalho e meio ambiente. E o software Isoplan nos deu total confiabilidade, segurança, conformidade, produtividade, gestão do plano, com alarme de vencimento das calibrações dos instrumentos e padrões. Com a gestão do Plano de Calibração, enviamos nossos instrumentos de processo para prestadores de serviços de Calibração pertencentes à RBC (Rede Brasileira de Calibração) / Inmetro. Essa prestação do serviço é acompanhada pela nossa equipe interna de instrumentação – que apresenta, aos prestadores, as estratégicas de calibração de cada instrumento a ser calibrado. Após a calibração, nossa equipe realiza uma análise dos certificados emitidos externamente – análise criteriosa para aprovação ou reprovação dos instrumentos. Hoje, com os equipamentos adquiridos, já realizamos algumas calibrações internamente, com nossa equipe de instrumentação. Através da gestão do Plano de Calibração, temos o maior controle do tempo de vida e performance dos instrumentos de processos”, finaliza Rogério.

@bayer

Jorge Sampaio, Marcelo Chagas, Luis Aru – da equipe de calibração da Schering – com a linha Advanced, da Presys

“Em virtude da crescente tendência de implementação da indústria 4.0, cada vez mais o setor de metrologia se tor-

na mais dinâmico, em buscas de resultados precisos, e com maior eficiência. Para isso, temos de ter, em mãos, equipamentos modernos, que nos auxiliem e que possam executar várias atividades, com menor intervenção humana. Então, nós da equipe de Calibração da Schering do Brasil Química e Farmacêutica LTDA, estamos sempre buscando novas tecnologias para reduzir tempo e ganhar praticidade em nossos processos. Desde o início deste, com a troca de nossos padrões pela linha Advanced, foi perceptível a redução do tempo na execução de nossas atividades, com a comunicação direta entre os padrões e sistema Isoplan. A redução de tempo das calibrações executados pelos instrumentos e o preenchimento de certificados pelo próprio sistema, através de programação automática, nos dá a liberdade para executar outras tarefas”, conta Jorge Sampaio.

Em algumas indústrias, os custos envolvidos nos processos de medição giram em torno de 10% a 15% do custo de produção, e a metrologia se tornou uma parte natural – e vital – do dia-a-dia dessas organizações. E o reconhecimento de que uma gestão metrológica eficaz gera redução do uso de insumos e do desperdício de matérias-primas, além de uma diminuição dos retrabalhos e devoluções, elevando a integridade nas medições, o que gera um aumento efetivo da produtividade.

Muitos usuários e gestores estão investindo em metrologia avançada, dentro dos projetos de inovação. Ao direcionar recursos financeiros em metrologia avançada, a empresa enxerga seus processos e descobre gaps, que podem ser origem de falhas, prejuízos, custos e retrabalho. Com a transformação digital nos processos de calibração, infraestrutura de TI, e automatizando processos de calibração, as indústrias estão reinventando sua missão, produtos e serviços.

Nas indústrias de alimentos, incluir a metrologia na totalidade da cadeia produtiva garante que a empresa tenha elevada previsibilidade, de acordo com os dados de medições confiáveis que ela gera.

E os usuários entendem como a metrologia deve ser adaptada a esses desafios, mantendo o seu histórico no fornecimento de confiança e segurança: com a previsibilidade de falha, as tomadas de decisões se tornam mais eficazes e assertivas, e os custos com correções são reduzidos.

Um time de Metrologia e Qualidade destacou o foco em medir, com confiabilidade e qualidade, manter a precisão e exatidão dos instrumentos de medição, para assegurar a qualidade da incerteza de medição. Alguns usuários destacaram a importância de garantir que os instrumentos e equipamentos utilizados na medição também sejam calibrados, verificados e, se necessário, substituídos por modelos mais modernos e robustos.

Nas instituições que formam profissionais, fica cada vez mais claro que a importância de não ser somente eficiente, mas conseguir executar mais calibrações com qualidade, em menos tempo, e com mais assertividade. Alunos e professores focam nas Tecnologias Digitais, que possibilitam a experimentação contínua, protótipos e ideias testadas, implementadas e rapidamente ao alcance dos usuários. E o trabalho em equipe multidisciplinar é

valorizado desde a formação, sempre envolvendo profissionais de outros departamentos (TI – Qualidade – Engenharia – Manutenção – Produção) para o sucesso da implementação da Metrologia Avançada.

Uma observação feita, principalmente por professores e gestores, é a atitude positiva, com olhar crítico e mais analítico. Durante a formação dos profissionais da área, se aprende que calibração requer Paciência, Confiança e Conhecimento; é preciso entender que a tecnologia tem um papel importante na mudança, mas os profissionais precisam aceitar essas mudanças – e se preparar para lidar com elas.

Ficou claro que, para que haja segurança e assertividade nos processos de calibração, será necessário também que seja comprovada a competência das pessoas e organizações. Então, é importante estimular a formação continuada, para que se entenda a calibração dos diversos instrumentos ao longo do tempo e, então, de acordo com os resultados, evidências e determinações legais, sugerir melhorias e/ou alterações na frequência das calibrações.

Também é necessário demonstrar que as indústrias se comportam de acordo com princípios éticos, no atendimento das necessidades do mercado e da sociedade. O que pode indicar a necessidade de atualização da infraestrutura de metrologia, entre outras coisas, desenvolvendo procedimentos validados para manutenção e calibração; uma infraestrutura digital de qualidade, para gerar certificados de calibração digitalmente, e promover uma efetiva harmonização entre quem gera e faz serviços metrológicos internos ou externos, e quem recebe toda esta documentação eletrônica.

Alguns usuários estudam e implementam uma estrutura de informações digitais segura e padronizada, para uso em calibração e metrologia, bem como atualização digital de toda a documentação de calibração, em uma infraestrutura de qualidade.

A digitalização deve encaminhar dúvidas relativas à distribuição das calibrações, ao longo dos meses, e a necessidade de quantificar as calibrações, por mês; quando ocorrerão picos de serviços, e quando serão necessários mais bons prestadores de serviços; e ainda, quando haverá possibilidade de enviar os padrões para calibração.

Os Prestadores de Serviços estão atentos às demandas e dúvidas do setor, e estão organizando-se para este processo de transformação digital. Todos são unânimes na importância da utilização e entendimento dos documentos orientativos e normas, como ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, Guia ISO / IEC 98-4: 2012, Incerteza de medição e V.I.M – Vocabulário Internacional de Metrologia, etc. Eles têm em mente que sempre se deve treinar, ter zelo pelos padrões, e comprometimento com a atividade.

Todos os envolvidos – tanto prestadores de serviços internos ou externos, e usuários de serviços metrológicos – estão atentos à questão de segurança e validação metrológica de comunicação de dados confiável, segura e eficiente, mesmo em cenários complexos.

Todos os usuários enxergam os calibradores como

dispositivos portáteis totalmente conectados, gerando dados, direta e totalmente dentro das normas, e integrados aos softwares, focando no Gerenciamento das Calibrações e na Gestão Metrológica, com realização de Estudo de Frequência de Calibração (Método Schumacher) / Gráfico Tendência, e na Elaboração de Plano de Calibração, Análise Crítica, Calibração em Malha e Audit Trail (Trilhas de Auditoria).

@Cenibra

Nas indústrias em geral, as informações sobre incerteza na avaliação de conformidade estão sendo analisadas como critério de aceitação das calibrações. A norma ISO 9001:2015, no item 7.1.5.1 (que aborda as Generalidades), estabelece que “A organização deve monitorar e prover recursos necessários para assegurar resultados válidos e confiáveis, quando monitoramento ou medição for usado para verificar a conformidade de produtos e serviços com requisitos. (...) Quando a rastreabilidade de medição for um requisito, ou for considerada, pela organização, parte essencial da provisão da confiança (7.1.5.2 parte sobre Rastreabilidade da medição).”

A experiência demonstra que as equipes executam as calibrações para garantir a qualidade dos produtos, e não somente atender normas e requisitos. Cada instrumento calibrado tem uma função no processo. Então, vale a pena perguntar: por que calibrar este instrumento? Qual norma atender? Quais os critérios de aceitação para aprovação dos certificados obtidos nas calibrações?

Todas as equipes entrevistadas foram categóricas, ao afirmar que não existe uma fórmula mágica para definir critério de aceitação. Não existe uma norma específica. A ISO 10.012 menciona “Conhecimento do processo em que o instrumento é utilizado” e limites de Erro Admissível, então, cada organização deve definir seu próprio Critério de Aceitação para os processos. Lembrando de que ele não deve ser estabelecido uma única vez, e utilizado por toda a vida útil do instrumento; rever as definições faz parte do processo de melhoria contínua.

Destacou-se a necessidade de se entenderem os fundamentos da metrologia, como SI, medidas, erros, incertezas de medição, tratamento de números e resultados, análise de certificados, elaboração de documentos, etc. Ao dominar os conceitos e a prática, se percebe que a calibração pode ser feita de forma individual, ou em um conjunto de indicador mais sensor, mas, quando se calibra em separado, podem ser gerados dois ou mais certificados, com erros e incertezas individuais de cada um.

Então, os usuários estão percebendo que, ao calibrar em malha, unificam o certificado, obtendo um único erro e uma única incerteza.

O que os usuários encontram no mercado, hoje, O que os usuários encontram no mercado, hoje, para garantir seus processos metrológicos –Dados de medição sem unidades são perigosos

Afabricação moderna é um esforço baseado em dados – eles vêm de toda a planta, e seu volume tem aumentado como uma evolução natural, uma vez que os sistemas atuais permitem uma economia considerável de tempo, e têm conectividade para permitir o monitoramento contínuo e remoto da saúde de todo o processo. Combinando todas as tecnologias disponíveis, seja na manufatura, seja em processos contínuos, as equipes de gerenciamento, agora, dispõem de dados, em tempo real, para tomar decisões mais acertadas.

Os fabricantes que optam por uma medição e calibração automatizados descobrem que podem controlar melhor os limites dos instrumentos, melhorando a repetibilidade dos processos e a qualidade da produção.

O maior obstáculo, muitas vezes, é o investimento inicial, não apenas em equipamento, mas também em pessoal. É importante ter em mente que a automação da calibração pode significar algo diferente para cada usuário. Por exemplo, a metrologia automatizada pode ser tão básica quanto instalar um acessório numa solução de medição já existente; ou tão complexo quanto uma revisão completa do processo de fabricação.

Na indústria farmacêutica, por exemplo, o gerenciamento de risco de qualidade é um requisito regulatório obrigatório, e os fabricantes estão atentos às diretrizes para a instrumentação de seus processos, tais como “Validação de Processo: Princípios e Práticas Gerais”, pelo FDA, e o Anexo 15, emitido pela EMA, oferecem informações para ajudar os fabricantes de medicamentos a gerenciar a instrumentação corretamente. A indústria química tem requisitos para testes de prova, de acordo com IEC 61508 e IEC 61511, enquanto a indústria de petróleo e gás, além das normas, deve ater-se aos acordos contratuais, ao mesmo tempo que cumpre as diretrizes das agências governamentais. E muitas indústrias, onde a metrologia automatizada já está avançando, ainda mantêm nichos de métodos tradicionais. Vale lembrar que a metrologia automatizada não reduzirá o erro de inspeção para zero – nenhuma tecnologia pode fazer isso, porque sempre surgirão situações não previstas. Mas, a medição automatizada pode ajudar significativamente os fabricantes a se aproximarem de zero, versus processos manuais – e a chave está nos dados que os sistemas automatizados podem coletar.

Redes neurais artificiais também já são métodos de calibração bem estabelecidos, com grandes vantagens na modelagem de bancos de dados grandes e complexos; a inovação é a utilização de técnicas estatísticas, que auxi-

liaram na busca do melhor algoritmo. A calibração ajusta os modelos matemáticos, e otimiza diversas variáveis internas e, isto é fundamental para que nossos produtos possam identificar o comportamento das medições, das operações e proporcionar melhores resultados e aumentar a disponibilidade. As redes neurais artificiais são muito eficientes, para a extração de informações quantitativas de grandes bancos de dados, onde a não linearidade está presente, e ainda as medições são afetadas por variações ambientais e instrumentais. Ao se utilizarem modelos de previsão baseados em redes neurais artificiais, abre-se a possibilidade de lidar com problemas não lineares, e também utilizar o sistema de agrupamentos de padrões para prever, com maior acurácia, as medições: a combinação da inteligência artificial e um banco de dados bem estruturado oferece maior robustez, estabilidade e exatidão. E a excelência no processo de calibração é a base deste benefício. É a calibração com inteligência. O que tem de mais moderno com o potencial de ajudar as empresas da indústria de processos a alcançar transformações disruptivas, tanto em desempenho quanto na geração de valor.

Todas essas ideias se juntam, quando, depois do levantamento e categorização dos instrumentos, é preciso definir a frequência de calibração – que vai depender, entre outros, da natureza do que está sendo medido, da gravidade dos impactos do processo, do tipo de instrumento, da possibilidade em se acessar um instrumento sem desligamento completo, das normas... Considerando o custo de cada calibração, os avanços tecnológicos facilitam, tanto a configuração, quanto a execução de um plano de calibração. E contar com bons parceiros é sempre importante.

Um especialista em tecnologia de medição desenvolveu uma solução de automação universal flexível, para o ambiente heterogêneo de teste de resistência do fabricante mundial de ferramentas elétricas STIHL. A solução permite a implementação rápida de planos de teste de variáveis e de alta qualidade. A interação eficiente entre o software de automação Beckhoff TwinCAT e o LabVIEW desempenha um papel crucial no sucesso da solução.

A Metroval oferece bancada móvel, para calibrações de medidores de vazão diretamente nas instalações do cliente, com diâmetros de 1/2” até 6”, e vazão máxima de 90 m³/h. Essa Bancada é indicada para calibração de medidores mássicos, eletromagnéticos, ultrassônicos, deslocamento positivo, turbinas, hidrômetros, entre outros. E o serviço de calibração de medidores de vazão pode ser realizado em qualquer lugar do Brasil, e possibilita calibrações com diversos líquidos. Os instrumentos são calibrados no local de operação, permitindo uma medição com menor tempo de execução e, consequentemente, a diminuição de custos.

A empresa oferece calibração on-shore/off-shore, com capacidade nominal de 2 L a 2000 L, com uma capacidade de medição e calibração de 0,02% (menor incerteza oferecida). A Metroval disponibiliza 3 métodos de calibração de provadores de volume. Seus métodos de calibração estão baseados nas normas internacionais API MPMS e ISO. Os laboratórios da empresa são acreditados pela Cgcre, de acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, sob os números 0247 e 0582, para serviços de calibração nos próprios endereços, nas instalações dos clientes, ou através de instalações móveis. Esses laboratórios pertencem à Rede Brasileira de Calibração (RBC), desde 2003, e estão capacitados para calibrar medido-

res de vazão de várias tecnologias de medição, tais como deslocamento positivo, turbinas, mássicos, magnéticos, ultrassônicos, tipo cone, além de medidores de temperatura, pressão e densidade, provadores de volume e medição dimensional, em peças diversas, como placas de orifício e trechos retos de medição.

A Nova Smar investiu no desenvolvimento de um dispositivo para calibração e verificação do transdutor de pressão do posicionador de válvulas. É um dispositivo para calibração e verificação do transdutor de pressão, aqui referido como base do piezo, utilizado na fabricação do posicionador eletropneumático de posicionadores. O FYCAL foi projetado para realizar a calibração da base do piezo em bancada, no ambiente da oficina de instrumentação. É uma ferramenta indispensável para os usuários de posicionadores FY da Smar, que tenham, como política da empresa, programas de manutenção corretiva, preditiva, preventiva ou proativa. O FYCAL é o resultado da extensa experiência dos profissionais da Smar, em suporte e assistência aos seus clientes. Este produto é, sem dúvida, mais uma ferramenta para tornar o usuário autossuficiente na manutenção dos produtos Smar.

A Presys é uma fabricante brasileira, então não são calibrados apenas equipamentos recebidos eventualmente, também é feita a calibração de equipamentos novos, que estão sendo adquiridos. A empresa destaca que é muito importante entender a questão do recebimento dos calibradores, inspeção e testes. Todos os instrumentos recebidos, com a devida nota fiscal, são identificados com o nome do cliente, então, ao enviar o calibrador ao laboratório, é necessário mandar junto com o equipamento um papel com a descrição dos pontos de calibração, nome, e-mail, telefone, e eventual dano. Após toda a identificação, são feitos os testes no equipamento, para garantir a confiabilidade no processo de calibração. Os técnicos avaliam o instrumento, verificam se a membrana está danificada, as faixas e escalas, para saber se o equipamento está condizente com a condição do manual. Para fazer os testes e a pré–calibração, os técnicos trabalham em uma bancada com vários padrões, isso levanta a questão da confiabilidade para executar uma boa calibração.

De acordo com o Laboratório de sinais, a questão de identificação também vale para o de Pressão. Lembrando de que não é indicado desmontar o calibrador da chapa, que vai na bancada, para enviar ao laboratório, apenas solte os quatro parafusos, e mande a chapa como um todo, no Laboratório de Calibração, os técnicos fazem esse trabalho de separação da chapa com o calibrador, o que garante a qualidade no processo de calibração e no retorno para a empresa. Os equipamentos passam por uma área técnica apropriada, para avaliar se existe a necessidade de manutenção e reparos, após isso, começa a etapa de testes e pré-calibração, onde são feitos os testes de performance, reduzindo o tempo na calibração final, em que será emitido o certificado de calibração.

Na calibração final, é utilizado um padrão de altíssima exatidão de baixa pressão, até 1.000 psi, garantindo a confiabilidade.

Na Presys, os instrumentos são recebidos e colocados em bancadas com super termômetros, que são utilizados para calibração, por isso, é garantida a questão da homogeneidade axial, radial e estabilidade térmica dos banhos. No caso do banho térmico, quando recebido, é testada a potência das resistências e, depois, é feita uma expedição dos equipamentos, onde vai ser emitida a nota fiscal e os cuidados com a embalagem, para chegar em perfeito estado de funcionamento.

Em termos práticos, a calibração é uma ferramenta básica, que busca assegurar a confiabilidade de um instrumento de medição, por meio da comparação do valor medido com um padrão rastreado. Hoje, nos processos e controles industriais, veem-se os avanços tecnológicos com o advento dos microprocessadores, componentes eletrônicos, da tecnologia de redes digitais, o uso da internet, o advento e benefícios propostos pela Indústria 4.0. etc., tudo facilitando as operações, garantindo otimização e performance dos processos, e segurança operacional. Este avanço permite que transmissores de pressão, transmissores de temperatura, densidade, assim como os de outras variáveis, e mesmo posicionadores de válvulas, possam ser projetados para garantir alto desempenho em medições e controle. As tecnologias digitais também trouxeram simplicidade de uso.

Na Vivace, todo o processo produtivo e de calibração segue os mais rigorosos controles para garantir a qualidade, validade das medições, incluindo calibração de equipamentos, monitoramento do ambiente, validação técnica de nossas metodologias, além de ter equipe treinada e capacitada para tais atividades. A Vivace segue e aplica internamente as normas ISO 9001:2015 e ISO/IEC 17025. E trata seus processos de calibrações com critérios rigorosos, investindo continuamente em suas melhorias, porque seus produtos estão inseridos no chamado mercado High End, ou seja, de alta performance, e com características diferenciadas. A Vivace vem, ao longo destes dois últimos anos, desenvolvendo novos processos, metodologias de calibração, assim como uma nova série de Equipamentos de Campo, e encarando a execução de suas operações, não mais de forma linear ou isolada e, com isso, vem passando por uma transformação tecnológica, rumo ao próximo salto de produtividade e performance na indústria de processos. E desenvolveu poderosos algoritmos de software com Inteligência Artificial, aliados ao nosso processo produtivo e de calibração, tudo desenvolvido com o conceito de Automação Inteligente de Processos, aplicando a Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, para ampliar o poder de nossa tecnologia, e trazer benefícios aos nossos clientes, garantindo altos níveis de qualidade, segurança e performance aos produtos. Desta forma os processos de caracterização e calibração de transmissores de pressão, nível, vazão, densidade, concentração, temperatura e posicionadores permitem o próximo passo, na melhoria de performance da instrumentação com alta confiabilidade, e rumo à excelência operacional: habilidades preditivas e cálculos complexos, que proporcionam melhorias significativas de performance nos processos de ajustes e calibração.

A Vivace investiu para que os equipamentos aprendam, a partir de dados, sem a necessidade de programação explícita do usuário, e onde permitem detecção segura, automatizada e autônoma, no tratamento de dados dos sensores, facilitando os processos de ajustes, calibração, tratamento de falhas, etc. Possui instrumentos com algoritmos, para facilitar a manutenção preditiva, antecipando falhas, e criando condições aprendidas quando em operação, para maximizar o tempo de operação, aumentando a disponibilidade até a parada programada. E, ao prevenir uma falha com um algoritmo de aprendizado, o instrumento pode continuar a funcionar, sem interrupções desnecessárias, já que aprendeu com excelência durante seu processo de calibração, e mesmo em operação. Algoritmos de aprendizado de máquina e inteligência artificial garantem a excelência da calibração. Sua performance é maximizada com segurança, utilizando de uma análise multivariável contínua, com algoritmos de Aprendizado Supervisionado, exclusivamente para entender intimamente o processo de medição do sensor capacitivo, identificando tendências e padrões nos dados coletados, e garantindo o sucesso das calibrações e, consequentemente, das medições de alta performance.

A Vivace também inovou nos posicionadores de válvulas que possuem algoritmos poderosos, que são aplicados em sua calibração, teste de performance de fábrica, em seus métodos de autocalibração, autossintonia, assim como no controle de posição, garantindo alta performance com confiabilidade e vários diagnósticos.

A Yokogawa fornece soluções em instrumentos de campo e também para calibração, ressaltando que a escolha do instrumento depende do segmento industrial, da variável e do produto a ser medido. A empresa tem seu Laboratório de Calibração acreditado pelo Inmetro e trabalha com as variáveis pressão, eletricidade, tempo, frequência e temperatura também na forma de contratos de prestação de serviço

Uma falha na calibração pode afetar negativamente o desempenho de todo o negócio, enquanto a calibração muito frequente pode aumentar desnecessariamente os custos então, manter um sistema automatizado de gerenciamento de calibração é crítico e ao mesmo tempo, depende das particularidades de cada setor.