Rio Sem Margem – Poesia da Tradição Oral Africana

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Aprende a andar, pequena gazela, aprende a andar:

Poemas elaborados com base em jogos de adivinha, em provérbios, motejos ou poemas e canções da tradição oral de alguns dos dezoito povos que formam o riquíssimo e vasto mosaico étnico, linguístico e cultural de Angola. Uma coletânea curiosa e prazerosa, que traz momentos especiais, emocionantes e intrigantes.

Zetho Cunha Gonçalves

RIO SEM MARGEM Poesia da Tradição Oral Africana

RIO SEM MARGEM

− um dia, encontrarás rio sem margem!...

Zetho Cunha Gonçalves

Zetho Cunha Gonçalves nasceu na cidade de Huambo, Angola, em 1960. Passou a infância e a adolescência no Cutato, pequeno povoado na província do Kuando-Kubango. É poeta, ficcionista, autor de literatura infantojuvenil, antologista, tradutor de poesia e organizador de edições. Publicou, desde 1979, cerca de trinta livros, entre poesia, literatura infantil e juvenil, antologias e coleções, em Angola, Brasil, Moçambique, Portugal, Itália, Espanha e Alemanha. Vive hoje em Lisboa e dedica-se inteiramente à literatura..

Ilustrações de

Thais Beltrame

Os poemas deste livro são elaborados (recorrendo-se ao método da sobreposição e colagem; da retradução e do acrescento de versos ao material original) com base em jogos de adivinha, em provérbios, motejos ou poemas e canções da tradição oral de alguns dos dezoito povos (cada qual com a sua língua, os seus rituais, a sua gastronomia, a sua literatura oral, a sua música, as suas danças e a sua identidade social e humana) que formam o riquíssimo e vasto mosaico étnico, linguístico e cultural de Angola. Angola foi colônia portuguesa até 11 de novembro de 1975, data da sua independência nacional, tendo sido o Brasil o primeiro país no mundo a reconhecer a então República Popular de Angola como novo Estado soberano. Por essa razão, muitas das traduções para o português dessas recolhas da literatura da tradição oral eram forçadas e desvirtuavam ou traíam os originais, de maneira a se tornar epopeias do colonizador, e não uma forma de resistência e de preservação das suas culturas por parte dos angolanos. Foi, pois, para devolver à angolanidade, em forma de poema, a verdadeira poesia da sua tradição oral que este livro foi escrito. Zetho Cunha Gonçalves


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