Anga ibiisi - Luis Serguilha

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ANGA-IBIISI

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A presente edição é inspirada nos trabalhos desenvolvidos na América Latina através de Sereia Ca(n)tadora (São Vicente, Santos – Brasil), Dulcinéia Catadora (São Paulo – Brasil), Eloisa Cartonera (Argentina), Sarita Cartonera (Peru), YiYi-Jambo (Paraguai), Yerba Mala (Bolívia), Animita (Chile) e La Cartonera (México). Edições Caiçaras é uma realização do Instituto Ocanoa, Projeto Canoa, Imaginário Coletivo de Arte e Percutindo Mundos. Capa feita a mão com material reciclado. Contato: Márcio Barreto mb-4@ig.com.br 13-91746212 13-34674387

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Luis Serguilha

ANGA-IBIISI

Edições Caiçaras Ilha de São Vicente /SP - Brasil Maio de 2013

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© Luis Serguilha

Capa, projeto gráfico, diagramação e editoração: Márcio Barreto

Conselho Editorial: Flávio Viegas Amoreira Marcelo Ariel

Serguilha, Luis ANGA IBIISI / Luis Serguilha – São Vicente / Brasil: Edições Caiçaras, 2012. 104p. 1. Poesia portuguesa I. Título Impresso no Brasil

2013 Edições Caiçaras Rua Benedito Calixto, 139 / 71 – Centro São Vicente – SP / Brasil - 11320-070 www.edicoescaicaras.blogspot.com mb-4@ig.com.br 13-34674387 / 13-91746212

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EZENGGILER Uma Loba sonâmbula submerge das cores infinitas da sombra, das cores de MURU, das cores infinitas da língua-que-não-é-língua-mas-uma-forçado-sucedimento, uma força aberta aos chifres do mundo, ao entrelaçamento das ribanceiras mudas. Ela é um tempo da gestação e do esquecimento-que-é-infinitude-que-é- garimpeiro-de-longitudes-de-cardumes e de tambores em gravitação. A Loba aproxima-se de todas as épocas: uma batida incomensurável, um fluxo do vazio-que-é-terra-que-é-fisiologiaheterogénea(arena de gomas arábicas a intersectar as enzimas dos trópicos ou serão ventres incinerantes em forma de golpes circulares? Efígies de catástrofes corporais, de tessituras portuárias) e a sua caminhada é uma cartografia emancipatória, uma re-ligação mimeografada de matérias. A Loba é uma onda vibratória-intersemiótica. CASA-magnólia de Leonor de Aquitânia onde Moholy-Nagy ondula na beberagem dos cruzamentos faiscantes.Uma cicatriz dos faróis dos hemisférios. Loba-Smutronstallet. Em transe performática navega na reconstrução-impermanência nanoenergética OU no grafittedevir de Tarkosvsky-Allen Ginsberg-Sousândrade-Marosa di Giorgio: os caminhos involuntários, a regeneração nómada, os acervos errantes-masecológicos-e-a-sangradura-das-sagas são atracções da incorruptibilidade dançante do mundo, do uivo dançarino, do uivo Manray: som a ressoar nos pórticos do esquecimento, no ferro da impossibilidade, no diamante blindado,na mirra do canavial, na sombra de GOYA_______locomotiva pétrea,cortejo hepático e as vozes são arcos mutantes, moléculas dedilhadas. Veias estonteadas que se expandem e se transfiguram. Bigornas do fogoprimitivo. Radiações a reabilitarem os epicentros da arqueologia, do panorama mandibular. As linhas férreas em forma de pele deslizam na multiplicidade do deserto hipnótico propulsor das melopeias ilimitadas e o covil-que-éjogo-que-é-órbita-holística-e-dionisíaca empenha-se no renascimento do silêncio da perspectiva-que-é-jubilação-é-precipitação-de-electrochoques nas teceduras da estética movediça, nos andaimes das improvisações e nas digressões do utópico, da perscrutação do abismo: uma aventura libidinal ou a sublevação que assume os movimentos oscilatórios da vida, da turfacavidade-do-dilúvio: os desdobramentos dedilhados pelos rastos cantantes. Ela é a ressonância antropológica do labirinto-MAPUDUNGU, a destreza arrebatadora de habitar-o-mundo-institual (efervescência das tonalidades matriciais). Ela é secreta ao pluralizar-se na devastação vocabular, nas ilhas eruptivas, no temporal dos geólogos, na concentração das ladainhas, nos jactos da revivescência de LASCAUX, na fenda-em-conflito, nas mandalas milenares e na impulsão iminente constrói passagens nas emersões incicatrizáveis da arte, no curto-circuito sazonado das fábulas______________pórtico de IORUBÁ: eis a Loba-Loba a mergulhar nos fluxos, nos desenraizamentos, nas órbitas: tumefacta encurva-se na translucidez dos regressos e verga as feridas matriciais, as vazantes nos teatros mónadas: eis o uivo multicelular no absurdo astral, nos fulcros violentos das translações. O uivo prismático que unifica a fogosidade criadora do Covil: partículas do espanto migram para o desconhecimento do drama e os uivos recomeçam cinematograficamente( narículas de devaneios)funduras sangrentas entrelaçadas na superfície (bofes

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longínquos e crepitáculos embrenhados nas víboras): condensar o desejoda-palavra-uivo, a entesadura, a ferroada e a antevisão da opulência das espáduas entre os exercícios da arquitectura dos medianeiros, a pulsionalidade da SIMBIOSE do vazio e da ausência, a fantasmagoria indomável da linguagem que funde os interfaces, os cogumelos da catástrofe e as rodas do uivo dinamitam-se num teatro Beckettiano: cintilação do espaço secreto das teias-verbais, das teias em fluxo-de-espera e a Loba dissolve-se na fulguração das trincheiras raiadas, na nidação do labirinto, no (in) acessível ao aderir à expressão hibernal-selvática( ballet dos lacraus): a irrupção carnal a transfigurar-se no louco desnudamento para se integrar na materialidade rítmica( a candência do pavor da vida entre a efabulação e a instantaneidade do desejo das lunações): o uivo a re-criar os entrecruzamentos da diferença contínua, dos estábulos brilhantes, dos dialectos sonâmbulos (cosmicidade/sismicidade elemental ou corredor de enervamentos, maxilas expectantes) e da contaminação instintiva dos corpos que se infinitizam ao trespassarem o caos, o rodopio dos semeadores e tudo são corpos dentro de outros corpos ou uivo-de-um-sócorpo: aqui re-começa a imensidade germinativa da Loba (cartografia bipolar_______magnetismo da insónia, do infigurável, do inapreensível, dos templos giratórios a desabrocharem a afectividade das matrizes leónicas, a musical opacidade, o não-saber paroxístico e o uivo traz outros uivos para dentro de si próprio como um dicionário medular, um dicionário fractal: travessias cósmicas): UIVO-covil das fragmentações sedutoras, das dunas-férreas,dos faróis de chuva onde batem as equivalências dos olhares pasmados. Um uivo antes do uivo. Uivo erotizado. O uivo-do-não. O uivo confunde-se com a arquitectura sufocada do uivo. Ele é uma fervência da sua própria expedição: a Loba realiza-se na indecifrabilidade, na sinestesiaque-é-terra-que-é-ciclo-do-corpo-feiticeiro, na deriva das imagens inaugurais e a revisitação do uivo alucina-se nas manchas embrionárias do silêncio, na lavoura do cranio porque o território dos ofícios invade a garganta do invisível e liberta-se lapidarmente entre as circuncisões sangrentas dos arados (elimina elimina elimina em forma de êxtase e o uivo desaparece ao surgir( tipógrafos hiperbóreos perseguidores de eclipses): uma desordem que habita a mutabilidade do corpo:um gás coronário incrustado nas quadras baptismais. O uivo suga o seu próprio uivo, vigia o seu próprio uivo e como uma antena sensórea mergulha na caverna meteorológica e forma o veneno KARST entre as lanternas das cabeças e as salsas da alucinação (assimetrias dos reflexos incessantes): uma emboscada da inexistência ou a simulação das pálpebras do recolhimento uterino. Uivo da espeleologia das superfícies. O uivo do animaldançante-cantante é um incubação obscura, hipnótica, isossística porque reinaugura prodigiosamente o simulacro, os ininterruptos epiciclos e regenerase com a exaltação das epifanias, com os deslizamentos do marfim das víboras (topografia das rupturas, pedras entrançadas, chocalhar os tegumentos do abismo). O uivo está sempre a reactualizar-se no atravessamento das hidras: expressão estética de um corpo-resistente e eclode na devastação, no desmesurado para sobreviver na tatuagem movediça do caminho. Ele troca as ruínas nos limites do idioma porque é uma energia dançante das esfinges que instaura as sombras acústicas no mosaico da fatalidade de outro-uivo. Ele anuncia o corpo-fissura, o corpo-cântico: uma interacção mútua de cesuras encantatórias_______________a erosão-vivificada do seu olhar é uma

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ressurgência (senda da subjectividade e das combinações caológicas): MARKLAND está no SEU recolhimento, na expansão do deserto aglutina as PUPAS: secretos ductos salivares. Vertebra sacral de todos os animais, singulariza-se nas confidências sensoriais, nas campânulas dos fenómenos, no descentramento das escamas massetérias: (a apropriação súbita e indefinível das flâmulas da metamorfose ou estremeção terrífica das bocas, ou construção arqueada na loucura do sangue): CIRCULARIDADE mesopotâmica: foices andróginas das serpentes-succubus : variações hieroglíficas das medusas de Genet e os canais da ferocidade de Bataille triangulam na mímica de Etienne Decroux para desmesuradamente percorrerem as onomatopeias das sombrasanafroditas do asilo de Ville-Évrard: epicentro das varíolas que ocultaram os soluços oculares de Camille Claudel: CAMILLE-Loba encharca-se no itinerário-vertebral: "o metaphysic do sol" de ODYSSEAS ELYTIS e embala-se no Zorba, o Grego de Nikos Kazantzakis: Camille é miscigenada pelos velejadores das feuilles volantes de Konstantínos Kaváfis: possível ARIADNE até L’Age M Uma devastação de linhas poligonais A Loba-Loba interroga as apoteoses dos exílios, os candeeiros bloqueados com extensíssimas vozes, modulações, urdiduras, tundras fluxos com as iluminuras da condição humana-inumana ( ilusão corpórea, fronteira obscura) com a infindável pele-escrita-contaminadora onde tudo se funde e se cruza entre crinas devastadoras( placa de NAZCA-estar-do-estar: sonho-do-sonho na cantaria dos lugares ou serão alvoroços embrionários? _____________ as distâncias indetermináveis do boxeador Georges Carpentier, a fenda do nascimento a amanhar a babel nas avessas de J.K. Huysmans: as fábulas propagam os gritos, as colagens do nada, o sublime “facere”: a visão heterogénea acontece nos abalamentos do dom de disseminar o turbilhão da verdade( monstruosa catacumba ou ANATOMIA do terramoto ou OPALA de fogo ou HAMADA ou BRAÇO de ÓRION:o simulacro transferido pelos postes aracnídeos do incomensurável e nos espelhos das primeiras vontades há um crime inscrito que esbraveja: os tactos obstruções transladam-se para o ÁPEX e propiciam a sublime oficina aborígene, a inocuidade do oculto em confronto com o estranho, o caos anatómico______(os relâmpagos das espécies da linguagem do corpo) com a claridade do fulgor subterrâneo com a emancipação do silêncio( que se dissipa no jogo dos bastidores, nos corpos trémulos-descontínuos de Citizen Kane) e a diferenciação, os gânglios nervosos irrompem e emolduram puzzles geológicos(um fluxo de apegamentos experimentais onde as ambivalências e as des-codificações são espermatecas-NOA NOA): tudo falha entre as fiandeiras, os refluxos das veias e as vesículas de veneno:Loba que planta mastros nas fendas das vísceras( crivar larvas nas forquilhas):crepitações regeneradoras: explorar o relâmpago que não existe, as línguas bífidas ou a jubilação dos tragadeiros): habitantes eróticos do desassossego, do insondado, do centro

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desprovido de certezas: Covil da ir-realização, do encadeamento e do assombramento estimulador das transmutações das trajectórias: Covil inexprimível nas ampulhetas cardeais (ressonâncias da mamangaba, osso lacrimal em encenação e o escurecimento da memória é a prodígio da rotação das tragédias) ____________ a vivacidade dos ecos cósmicos perfura a assombração do corpo verbal, do corpo disforme, do corpo gregário e da variação geográfica da reminiscência ou do paredão dos ciclos quimicos (as personagens lendárias da transformação são descoradas pelas filigranas judiciais: uivo hidrodinâmico a partilhar in-comunidades na CÁVEA( ossamenta de holofotes, calabouço do deserto, carrossel psiquiátrico): força perceptiva da Loba-do-informulável e dos curto-circuitos das pré-linguagens que dizem: infusão-do-choque-das-sensações, defrontação-da-palavra, integridade-das-lagartas-seculares, submergir na inauguração dos alfabetos e fundar a configuração sonora do nada, da grandeza a-histórica, das migrações para fortalecer a raiz e o ourives do devir_____a Loba perspectiva-se ao desofuscar o inexplorável e ao obscurecer os instantes puros( electricidade dos sobreviventes). PURO-deslocamento na incomunicável espécie que se entrelaça na remigração do êxtase, nas contracções da ecologia-em-festa e o espanto fragmenta-se nas especiarias noctívagas( cenógrafos pristinos):um jogo de venenos-e-contravenenos, uma região de pegadas descentralizadas. Pegadas-de-boomerangues-descaminhados. Pegadas sem começo nem finalização, apenas gelosias da metamorfose. PEGADAS a segurarem vidas interiores. Pegadas das entre-forças da experimentação__________trapezistas das zonas CÁRSTICAS. A LOBA tem um rasto incomparável, raro que refaz os azougamentos, descodificando matérias e reunindo heterogeneidades, INFINDÁVEIS FEITICEIRAS: a fogosidade de Kandinsky, os ideogramas de Hagoromo de Zeami, as viagens de Blaise Cendrars, a estranheza de Hélio Oiticica, o espanto de Karlheinz Stockhausen, as turbulências de Werner Heisenberg, el secreto de Kafka de Virgílio Pinera, as cores escultóricas do abismoANHUMAS de Georges Braque constroem o Covil-em-movimento como potências entrelaçadas que arquitectam relâmpagos-em-fuga, búfalos de oxigénio, umbigos infinitos, ventanias das faunas onde a LOBA oscila nas linguagens prematuras para se tornar numa contracurva de habitabilidades imperceptíveis. UJIJI ou a lucidez desterritorializada. Os despenhamentos são contínuos para construir volteios e resistências. Resistências ondulantes-serpeantes e a Loba é um estiramento das travessias, uma migração ramificada, uma ciranda de trovoadas dentro dos embarcadouros estéticas. Ela encara o vendaval-RAPANUI para conhecer o seu próprio corpo:fugacidades agramaticais, plenas de inebriamentos e de interacções. Ela é a gigantesca golfada de KO. Ela é o corpo noutro corpo em pluralidade activa e infinita: intensidades e reencenações que se aproximam e se afastam:um vórtice cromático a criar simultaneamente rupturas díssonas e harmónicas. É o arrebatamento, o intempestivo e o extemporâneo em permanência. O Covil é transferido pelas usinas da fabulação e demonstra-se na dissolvência-construção da tragédia que está continuamente fora-e-dentro da ESTEPE. A Loba livrase para a Loba-outra____ INGÉNITA VARIABILIDADE que AVANÇA, se dissipa e se concentra, se descentra: uma correnteza energética restauradora do deslocamento e do atraimento estético (VÁDI nas incrustações das montanhas

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TUARAU). Intensificador dos ritmos autónomos. A Loba como uma linguagem inaudível RESISTE. Pilares flexuosos de YAGAN e de KEKCHIMAME. A LOBA UIVA-infinitamente-e-forma-o-silêncio-absoluto-dos-caminhos-quese-bifurcam sobre as febres da prisão de NEWGATE. A Loba e o longínquo reflectem a mutação de um olhar-em-proximidade, um olhar do mergulhador, um olhar-multipolar como um hino de memória que se placenta na biblioteca medieval, nos lodaçais, nos signis zodiacais, nos bestiários,no vale de Oaxaca, nos organismos câmbricos, nos mamutes congelados, nos géiseres,no zooplânton, nos glaciares______________cisão hemorrágica entre a alegoria dinâmica. O covil na proliferação cinematográfica que captura a ausência abismada e as visitações do tropismo. O Covil-em-modulação cria encruzilhadas de mudanças, de trajectos, de densidades, de candeeiros que se transformam em sonoridades e encadeamentos de marcadores-rítmicos,de iluminuras hemisféricas (cantatas desfiguradas) onde a interminável escritauivante lança impulsos mágicos, aventuras-linhas-em-galope que se propagam para revitalizarem o centro da NATURA, os trapézios das cronologias célticas, o arrepio das ogivas costeiras, o zinco dos vespeiros___________loucos sensores do MATANUSK (a Loba-é-a-força-do-olhar-sem-ecossistema e regressa à tragédia, ao desastre, à visualidade-estética, ao absurdo enquanto teatro da configuração da iminência, das correspondências, das experiências,dos sismógrafos que intersectam as energias do pensamentoacontecimento-SAMAÚMA-pulsante-entre-povoamentosIBEROPÚNICOS_________a devassidão, a deriva, a suspensão e as protecções-mineralizadas-de-refazer-o-corpo. Num simulacro imanente a Loba desperta os reagentes, as obstruções, as areias turbilhonantes, as lavas basálticas dos limites do SEU corpo. Ela atravessa o corpo como cordas e TRILHAS-em-disseminação, uma episteme de rupturas, um zigue-zague, de recolhimentos, de expansões e de possibilidades___________golpe de vento ou savana semiárida: Loba na corrente sazonal). Loba e Covil no labirinto-doslabirintos criando jogos de saídas e de chegadas momentâneas onde tudo se adivinha e tudo é indecifrável( vedadores helicoidais): um bosque fulminante, um lacre híbrido do NEBRASKA. Jogos afastados de fórmulas e alimentados pelos acasos_____OSTRA legendária a desfazer sementeiras, manadas iminentes nas vertentes dos cantares. O furor dionisíaco,a natureza apolínea e as quedas de AUGHRABIES encontram-se e ondulam simultaneamente até à indefinição oceonográfica, ao desmembramento, à volatilização e a arte da estepe, da IBÉRIA, da floresta, do vazio, do deserto sobrevêm dentro de uma vontade sísmica-musical (Toccata et fugue de Bach ). HADES transforma-se numa inflorescência OU Serápis: abisssal trilho-obscuro OU plantadores de origens desconhecidas e a Loba contempla-se no dentro-fora e no horizonteque-é-húmus-que-é-catarata-atroadora-entre-hidrosfera-e-atmosfera ou uma louca sombra das cordilheiras. A Loba-Loba cria, inscreve-se e recomeça nas despinturas das danças: uma harmonia de miríades de instabilidades uma pauta desacorrentada a contaminar-se nas arquitecturas espontâneas de barbatanas e de lanternas frontais( vocação dos mastros elegíacos): uma infinitude hieroglífica nas trompas do relâmpago: losangos ecoando no som do

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som: corredores entre corredores e a sonância dos astros, os uivos Bálticos, mediterrânicos, desérticos, meridionais são obeliscos líquidos cheios de dentros, cheio de avessos e de mulheres-espíritos-pássaros-e-de-homensespíritos-dingos________o Nilo azul, o Nilo branco nos afrescos giratórios de SAGAMARTHA (desmanches lunares, a matemática, a escrita, a dança, a perspectiva estética na re-construção do COVIL_____hélices vertiginosamente ambulantes e as fronteiras dos uivos formam o estuque do SFUMATO, os corais pulverizadores, as energias geotérmicas: a Loba poliniza os refluxos, as sublimes tranças da desorientação e as linhas medulares com a manumissão do corpo-espiritual-alegórico-acústico-escrito-falado-separado e próximo: gelifracções, abatimentos, sedimentações entre as gargantas de OLDUVAI, os mamíferos placentários e as inscrustações de nácar (a Loba na sua violência subjectiva e afectiva procura o grito fantasmagórico, o ritmo ilimitado das conexidades-enquanto-cinema-de-sensações: criptas ópticas-sonoras: citologia de ranhuras-cambiantes ou espelhos metálicos pressurizados pelas esfinges): os cruzamentos do pensamento e da exuberância visionária irrompem na plasticidade cosmogónica: travessias antagónicas que se interseccionam para restaurarem o lugar da perplexidade, da interrogação, da transmudação, da deriva até à totalidade dos eléctricos-da-presença-que-renovam-osdramaturgos-da-ausência:uma consistência autofágica, uma modelagem de pêndulos, uma cornija voadora dos trópicos (exposição científica e filosófica entre o começo, o esboço, a história e a polissemia do insondável e do lendário; O OLHAR-em-tapeçaria é o UIVO numa tradição/actualização caleidoscópica: o uivo entre materiais pétreos, uma tentação dos órfãos dos bisontes). O Covil conflituante reactualiza-se nos impulsos fractais, nas ambiguidades do erotismo verbal e organicamente regressa aos princípios do pantanal através dos rituais, das aberturas espessas, das sondas dos crustáceos, da ebulição do ballet russo_____SKEPSIS chamejante____o corpo vivente de KHOISAN, o corpo poético do rio MAPOCHO: a explosão institual, as foices artísticas e a cinematografia imprevisível des-vendam a força abissal do inexplicável, das traineiras-em-movimento-radical-em-deflagração-criativa. A Loba provoca a eclipse do tempo e do espaço e incandesce na sonoridade da fantasmagoria arboriforme, nas vivências principiadoras do desaparecimento, dos invisíveis recolhimentos: a refulgência simultânea dos boiadores da perda e do encontro________fímbria cáustica nos amieiros oblíquos: arrebatada FUNDIÇÃO da reminiscência/fantasia até ao LUDO da vida da linguagem, aos golpes dos nadadores de furnas (escamas em mutação, electricidade vertebrada, vísceras do rastro, lanças listradas) _________Louise Bourgois, Marina Abramovic, Sonia Delaunay, Barbara Hepworth, Hannah Oca, Jenny Holzer, Mafgalena Holzer, Frida Kahlo, Barbara Kruger___________madeixas de sombras gorgolejantes, uivos em círculo, uma ceifa a anelar os fluxos dos pianos de KAWISQAR. A Loba enraíza-se na cenografia do pressentimento e renasce na pura autonomia dos templos indígenas, da contracção das astrólogas, dos puzzles artesanais, da arte parietal, da cristalografia onde os silêncios-nucleares e o GABRO se regeneram( teares anfíbios): um reencadeamento de ressurgências, de LEITOS ESTRIADOS_____________o livro-natureza, o quasar das zonas de rebentação dinamiza-se nos vitrais do aluvião: eis a gigantesca larva da

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imagem-movimento, uma gestação visionária a interiorizar-se na construção/descontrução/transmutação das fracturas estéticas (antiquíssima felinidade, cratera de VALLEJO-GAITÁN-JAVIER-HERAUDRESNAIS-WELLES-MIZOGUCHI_________CORDAS nos OMBROS das sombras: CIRCUITOS das SOMBRAS: cabeça de cavalo como eixo magnético ou o ar equatorial ou o terraço de KAME ou as cordilheiras a desdobrarem-se sobre os perfis de TARN: os galopes dos plasmas costuram as atiradeiras da imagem-tempo): A Loba dos anfiteatros da peregrinação revela os atravessamentos das crateras fertilizadoras, a caverna orgânica, os substractos rochosos, as línguas glaciares, as joalharias irrecusáveis dos leitos: a energia primordial do saber espontâneo: uma teia placentária na abaladura dos cânticos, das hélices dos olfactos (metamorfose emancipada, febre dos escorpiões): as iluminações das fronteiras do desastre e as composições indefiníveis do ciclone enunciam os exploradores da petrologia-do-estar-na-cávea e a tragicidade dos itinerários das espécies, dos oxímaros onde a celebração idiomática é uma perplexidade oscilatória, uma infinitude do indizível. A Loba desmonta as cores secretas das ligações cósmicas e reabilita-se entre os diálogos das assombrações e o encantamento das vertigens de KLIMT e PAUL KLEE: culminância da caminhante das imanências, das reentrâncias dos desapossamentos, das pinturas-escritas: a aventura do vaticínio das forçascontrárias do covil, as omnisciências da música, o êxodo e a sismologia da linguagem________fechamento subterrâneo /abertura da ausência / variações da presença/ figural-paradoxal/reflexão-luminosidade sobre-sob a floresta/ irrisão das des-escritas/voracidade das correspondências/nascimento das urdiduras das novas formas do COVIL/sonância labiríntica do /sentido-nãosentido: asterismo reconciliador dos instantes/ rupturas e fronteiras evanescentes/ alabastrinos na secreta existência /alfabetos da vertigem/despojamento entre o evidente e o imperceptível / ritmos dos resgates/ revelação dos fragmentos / indecifrabilidade-combinatória/inquietude da analogia/ mitologia/ os guindastes da obscuridade e a visualidade/ o autor ausente/ tempestade dos signos/disseminação e multiplicidade da imagempalavra____________esmeris enrubescem-se em HUASCARÁN: recolher infinitamente os ciclos vertiginosos, os restolhos das MOREIAS (transe reconciliador dos meridianos do NADA, dos ensombrados corcéis e das expiações dos misantropos: floresta violenta do corpo: a visibilidade extemporânea dos vocábulos sobre as radiações mineralógicas dos devaneios, ou serão pastas de vidro a emaranharem os gritos nas linhas quebradas?: psicadélico simulacro dos nómadas. A fábula na autofagia das geografias, das zonas de fractura__________a Loba no cume das naus panteístas) a Loba caminha para dentro dela para combater-enfrentar a natureza-PANGEIA: ensimesmada dilaceração do instante onde o uivo é já uma bifurcação de blocos graníticos, uma inscrição transversal-vítreaentrançada____________soleira de restos-fósseis: A Loba-Loba alimenta-se da eclosão do intraduzível, do RARO PERFORMATIVO e bate na substância prismática da catástrofe, na combustão dinâmica da imprevisibilidade, na procura imperscrutável, no desejo concebido no deserto: uma felina sonâmbula, um ápice de WADJA que re-visita a obliquidade do impossível, a elementalidade da imanência

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que coincide com a claridade-entre-a-escuridão (as enigmáticas vertentes dos planeadores ou das fases de secação dos lagos borbulhantes): lacunas das monções e os eixos intempestivos são dedilhados pelo corpoanimal( dentição dos desfiladeiros)______um animal de faróis cambiantesinsulares ________uma reconstrução magnética-polimórfica a chamejar entre gigantecas TURMALINAS : enervamento da similitude dos contrários, dos cronómetros moléculares: vozes re-criadas na sacralidade, nas possibilidades, nas transgressões, nos travesseiros da crueldade, nas colunas de basalto: cintilações das espadas cuneiformes. Arcos dos polvos do pensamento e a Loba está sempre em desequilíbrio OU será um fóssil-guia entre lâminas de magma: ofício original que vem da superfície arrancada a corporalidade, à DIABÁSE que vem dos mapas dos impactos que vem da memória da des-leitura e da re-escrita, que vem dos fazedores dos caminhos (i)legíveis, dos espaços (ir)reais e na ebulição das perspectivas as tonalidades mineralizam as intermitências das cáveas-no-mundo, das máscaras fenerárias,das oscilação das bestas: a arqueologia da LOBA ultrapassa o carbono, os acidentes milenares, os dicionários das toupeiras, as variações das glândulas como um excursionista no maciço de KARAKORUM: a inclinação-enunciativa-dos-obstáculos se fracciona-em-fugas-de-texturas, em re-visitações artesanais, em obsessões aleatórias: estética oscilatória-híbrida a cinzelar os ilimitados simulacros e a escuridade perceptiva que se transforma em desintegração lucífera para suspender o UIVO-desértico: uma viagem viva, uma subducção anelídea (vaivém cartográfico a revelar a luz-do-invisível, quase sonoridade do relâmpago, quase vidraça das VARVAS-glaciares. A Loba caminha e ressurge na sua própria invisibilidade, na sua (des)ocultação uma estilista devastadora um eco que nos habita e nos nutre um estrato carbonífero______fractura denteada ou forma loucamente globosa: desfiladeiro de TODRA (Ungaretti, Pavese, Montale, Godard, Syberberg): um alarme de rupturas contrárias, plantas vasculares da eudaimonia.( HORN de matérias espiraladas): A Loba emancipa o alvoroço polissémico nas moradas do deserto, na ascese da palavra, na fragilidadeanimal e os aulidos absorvem os instantes nativos, os itinerários misteriosos como uma dinamização vulvar-acústica entre os dilúvios babélicosdemiúrgicos e os calígrafos do não-dizer e da cisão-do-mundo: eis o dínamo da linguagem no subsolo antropofágico e nas aberturas dos movimentos pendulares onde a intersecção é uma BARBATANA PÉLVICA, é uma ambivalência da gestação-sagrada-profana, uma perfuração mineralizada a experimentar-experimentar como framboesas entre moluscos-triásicos: a Loba acrescenta-se ao chamamento crepuscular, ao desenho mágico da leitura artesanal-cibernética, ao bater do glossário das árvores: uma língua da língua entre tantas línguas, uma língua da erupção do MONTE ETNA: o cântico da vertigem e da lunação silabária: o silêncio a espacializar o Covil. (Henri Cartier-Bresson-Robert Capa-George Rodger-David Seymour: sensorialidade placentária do mundo, ou manjedoura do mamute de Berezovka: iridescente microscopia, tesselas de pasta vítrea, areia petrolífera, ossos fossilizados, expansão dos mamíferos, poríferos, veletas-sísmicas, vibrações trovadorescas: (também) são os moldes das pegadas do Covil)

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A ilusão-dinâmica de Muler-Lyer e o efeito de Kuleshov numa fusão insondável Covil loucamente perceptivo-ondulatório-acústico a disseminar-se nas revisitações arquitectónicas dos reflexos místicos, dos gêisers HORU, dos êxodos dos matagais e a fisiologia da multiplicidade reinaugura-se no fascinante manancial zoológico-humano-cósmico, na excitação da palavra das forjas-intintivas como um deslocamento de falhas, uma monstruosa anestesia de catedrais ou O VIDRADO dos sulcos-regos entre crânios velozes dos cavalos: re-descobrimento do “livre-livre”sob os ensejos polissémicos e as improvisações morfocromáticas são superficies das cavernas marinhas, são derivas dos equinodermes: a diversidade fenomenológica do trama verbal, das harpas de enxoval: oh magnésio dos currais a retardar as pranchas histiológicas: oh focinhos de sal cristalizado a vaguearem entre limalhas cantantes. A Loba ausculta outras vozes, outras substâncias ao re-inventar o seu corpo-de-escrita-e-re-escrita, o seu percurso-de-imagens-de-aves-corredoras, as suas trincheiras inacessíveis-incomunicáveis mas sempre visuais, sempre cortadoras de seixos, de escombros, de gomas, de agoiros_________louca furna de enxofre, louca verga de mercúrios boiando sobre as súplicas e as caçadas de neóns (impetuosas constelações ou desenhos na estalactite da experiência) (imperscrutável contradança da perspectivação até ao encontro das estepes desconhecidas. Um encontro permanente de alcovas e de uivadores. Um enconto de infinidades, de turbulências, de linguagens-em-movimento, de instantes fulgurantes da vida, dos magmas-tumultuários que nos religam às travessias do poema-que-acontece-sempre-no-deserto, na imprevisibilidade ou lapidado pela tzauhtli dos tessellarius): cizânia fundente dos confrontos das rotas, dos desdobramentos das bússolas. Cizânia-mandibular a electrocutar os painéis dos grifos da existência__________focalidade tectónica a conflagrar-se nas ressonâncias prismáticas do cinema mental: a Loba mundifica-se e subverte-se nas hibernações zodiacais e os sentidos-não-sentidos fortificam-se no desnudamento do idioma, nas tapeçarias da visão, nas partituras da fogosidade, nas especiarias dos conflitos planadores, nas movimentações trans-históricas, nos estonteamentos magmáticos ________Loba hipnagógica, Loba das polaridades, Loba estimuladora da coalescência, Loba na cristalização cerâmica: policromia epidérmica: Sincronizações, fraccionamentos e multiplicidades alongam o animatógrafo oceanológico do Covil: ecrãsesfíngicos lancetados (Hieronymus Bosch-John Sell Cotman-Arthur Melville) A Loba combate-se a si própria e descobre os reflexos ocultos entre ZeusMnemosyne-e-Eleutera, as imagens de SOSOS de PÉRGAMO entre os desejos das perfumadoras:a exploração do informulável, as transfusões dos epicentros e a LOBA recolhe-se nos renascimentos da sismicidade : um APOASTROCARIOPSE na liberdade perceptiva: Loba-Polímnia e Urânia: ela subverte os vestígios das coordenadas e experimenta a potência das matilhas iluminadoras como peixes cartlaginosos em oscilações verticais: o nada que é linfa-cénica expande-se no Covil-binocular: uma tatuagem meteórica entre os medidores da luminosidade e as exposições inesperadas (a transgressão do imaginário

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carregada de azougues e de mármores-ônix). Todas as possibilidades orgânicas-pictóricas-cinematográficas de Peter Greenaway, de OZU, de Zanussi arrastam-se para o sangue da Loba e o covil é já uma vizinhança de máscaras barrocas, um golfo de rebocadores em desdobramento: teatro-emmovimento centralizado no grito-em-transposição do corpo. A Loba desfaz e refaz os covis, desfaz e refaz os abrigos entre desastres, intempéries, viajantes espontâneos e idiomas entrelaçados. Ela deixa-se trespassar pelo abismo da existência, das incertezas, dos conflitos, do devir como uma urdidura intercomunicável, uma osmose inquietante, imprevista e as KU-DZU são as orientações, as protuberâncias, os pólos magnéticos. A Loba é a própria vida, a travessia ambígua, indeterminável, condensada na improvisação. Ela é a violência do refluxo-em-deriva, a crepitação geológica indiscernível. Loba mediadora de si mesma, reflexo original, reflexo das vivências: luz e obscuridade em fusão. Organismo e acto em fusão. Corpo e espírito no caminho de si mesma, estranheza contagiante de si mesma. Ela é a sua própria inexistência, a sua desordem e uiva como uma sombra-luminosa onomatopaica. Uiva para ver, absorver seduzir como uma alavanca de flechas (veio aurífero a cravar-se nos Pínipedes). O uivo vem de fora. Vem também dos pés cilíndricos. Uivar é escrever na conexão da harmonia-instabilidade, é pulverizar soros nos utensílios cósmicos, é dilatar a lama sobre plainas d evidro, é polinizar artefactos sumérios nas fossas abissais. O uivo destrói a justificação porque é livre e instaura-se nas montanhas simultâneas, infinitas, como um encantamento, uma falha de rasgamento, uma duna transversal, uma andadura de fundições contínuas. Ela é a ascendência da ascendência (agulhas ofuscantes nos currais da exalação), a origem das possibilidades (infiltração óssea no xisto dos brônquios), o carrossel da incompletude (chicotes oxidados) onde o uivo é incontrolável e arruína fronteiras, fecundando cortes-de-fogo. Ruínas coabitam plasmadas de pressentimentos e de naturas. O uivo liberta-se por si mesmo, mergulhando na sua profundeza que é superfície-é-placa-ANATÓLIA-é-rocha-freável-é-PLUG-exposto. Uivovaivém: enxames organicamente amadurecendo astros: os ganidos das criaturas entre as distâncias dos corvos. O uivo é um órgão-fissurado que sai do corpo para formar outro corpo ainda mais fissurado e retorna ao fluxo da antecipação : um diamante ressoando nos iscos paleolíticos: eis o órgão perplexo numa fusão que é espanto, expressividade, luminária incorpórea: eis o órgão inclassificável, o teatro cosmogónico, o teatro latente no corpopensamento. O uivo é o uivo na genuinidade intuitiva, na imediatidade espacial, sensórea que captura o êxtase das indomáveis pampas, o movimento das expressões, o vazio impulsivo entre o realizar, o viver e as víboras dissecadas pelo esquecimento. O uivo torna-se e retorna-se aleatório, espectral, couraça impenetrável, blasfémia ferrugenta onde os vermes são verrugas voadoras. O uivo-é-movimento-em-experiência-que-é-covil-que-évida.Intersecção da universalidade e do nada. Labiríntico, acústico a (des) escrever a natureza do esquecimento: uma perpétua e dinâmica simbologiataumaturga: eco-sígnico-FIRN e água-em-fusão. O uivo-covil simultaneamente no acontecimento e na salinidade da metamorfose. E a LOBA existe como intercessora de KAMES, de KETTLES, de HORNS. Acontece. A Loba faz-nos recolher às terras-mães de Giorgio de Chirico, Carlo Carrá, Ferrara como sombras em fragmentação onde os impulsos silenciosos dos corpos

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perspectivam desviantes incertezas (ESPAÇOS TEATRALIZANTES, espaços do delirium tremens) A Loba-GAIA diversifica a fertilização inter-hemisférica:um assombramento polissémico, uma descontinuidade metamórfica a cartografar espirais genésicas, as efígies tribais onde a espacialização dos espectros descreve a instantaneidade e a vastidão das cremalheiras da tragicidade: antecâmaras melismáticas a sobrelevarem os indicadores dos insulamentos, os batimentos geológicos: arquipélago de boomerangues a amparar os cânticos crepusculares, as telas da vertigem, as reticências das safras (brácteas cibernéticas-cambiantes na inversão dos olhos da poeira). O covil rebenta-se e dissemina-se na solarização da própria úlcera: propaga-se nas argilas vasculares dos cios unificadores/transversalizados dos carpidos árticos e dos eléctrodos placentários. O covil improvisa-se nas gigantescas anémonas, na morfina das estepes e nas ondulações longitudinais das corporalidades (alvenaria luciferina e tecedeiras de morfina): a Loba refulge, ricocheteia, gorgoleja entre catástrofes orbícolas: uma cavalgadura de ruínas nos mapeamentos das cordilheiras: a Loba-arpoada: um timbre da (des) montagem discerne-se na absorvência da erotização e burila-se nas analogias orgânicas, nos obstectras de carbono: a epifania da lenhadora cósmica a encarnar os ventres da cidademundo: área do golpe da intemporalização e da virulência montadora de catedrias líquidas (gestação do infindável/sacralização das ambivalências) ou as travessias da meteorização alquímica a alucinarem as línguas fossilíferas dos vulvários: a Loba entre a plenitude glandular e as refundições hipnóticas (manancial dos jazigos das transferências) A Loba anexa a transformação dos desertos à intemporalidade, ao atelier dos estertores e num ciclo alucinatório enfrenta o silêncio da desorientação: uma existência interrogativa do estar-cósmico-uivante: ANIMALISANTE voz-grito na permutação primitiva, nos cardumes fotométricos: a Loba inexorável entre as “intifadas dos pré-sentidos” e os territórios infinitos da estética: o COVILESPERMÁTICO na simulação heterogénea e na ruptura circular do corpo: a verdade visceral da raiz na fertilidade do movimento da BABEL harmónica (explosões purificadoras dos mistérios a permutarem-se entre icebergues mágicos, as iluminuras dos vazios, as loucuras anatómicas, a incandescência verbal e a crueldade da ambivalência_______a terra na consciência de si. A Loba no conhecimento de si: a Loba como fenda FECUNDA e como sedutora reconstrói o corpo-mundo, os tojos coléricos entre os uivos e as emulsões asfálticas: SIRIUS das mutações). Ela estetiza-se para se resistira-si-mesma. A Loba-QUÍCHUA como obra do covil-MAPUCHÉ. O covilKRENAK como obra da Loba-MAIA-IUCATECA: eis a força que supera o belo, porque ela é feita de perspectiva dionisíaca, de tumultos-emimplosão contínua que abrem e se re-abrem ao inesperado, aos séculos das anémonas como um espelho de intensidades onde a arte se desdobra em filamentos titânicos. A Loba se fracciona num jogo de percepções. A Lobaespelho absorve os altares das vibrações e os contágios do acontecimento como aquedutos a ameaçarem as ruínas da omnipotência. Ela é metáforaem-contraposição entre a bipolaridade estética do estar-entreestrangulamentos/cruzamentos e a experiência do sublime onde o UIVO se transcende, se repete reconciliando-se com a força-viva doutros uivos. O uivo

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cria o uivo com incêndios do deserto, recupera os ecos do mundo primitivo, funde-se com a natureza-mundo, com a expectativa acobreada: mistério do cântico que se enraíza nas profusões elementares: alfabeto-do-alfabeto, erótico, críptico, mágico, uterino, fabulado, hipódromo suicida: centros dinâmicos, partilhas-de-concavidades-do-dizer-e-do-não-dizer: fogo da perplexidade, caminho mitológico. O uivo nasce-de-si-mesmo e dramatiza-se no não-uivo: o uivo incorpora-se no covil homenageando a terra-mãe ao prolongar-se no uivoda-plenitude-poética-primordial-quase-uivo-profético. O uivo perde-se e recupera-se simultaneamente na regeneração do mundo, na inocência irresistível, no desejo do ritual demiúrgico, da memória líquida: o uivo enfrenta o espaço dos hóspedes espectrais e reconstitui-se na desmontagem de todas as sombras: o uivo mantém vivo os badalos dos contrários nas suas encruzilhadas, nas suas sensações e resiste (interstício acoplador de artesãos): um influxo nos jogadores do agora e no vindouro-altaneiro: os ascensores das tecedeiras, as lâminas zodiacais, as bandarilhas alocromáticas, os fotogramas interferem no xadrez càustico da geografia e uma espiral de ofícios-e-de-tonalidades desenham bandarilhas na esthétique du mal de Wallace Stevens: vestígios das hastes-metalúrgicas-jazzísticas-Waka\Jawaka de Frank Zappa: Bufallo a interceccionar-rock-jazz-folclore e a Loba-Sarduy jorra o destino da COBRA______________um “Escrito sobre un cuerpo” ONDE Kozer é um ARQUEIRO-de-ISTAMBUL no Jarrón de las Abreviaturas: LOBAESPINOSA-PANTEISTA da natureza naturante onde com a alegria meridional: DEUS NÃO JOGA DADOS. A LOBA-LOBA procura o ARVOAMENTO CONCÊNTRICO entre as intersecções das línguas____teatralidade da despossessão e da circulação cósmica: a Loba no turbilhão dos habitats: o uivo latente do mundo. O UIVO está na luz do acontecimento, do distante e da imagem/floresta que se expande e se recolhe dentro do inaudito. Os uivos estimulam os desvios dos vestígios e as multiplicidades interiores dos afluentes. Na errância reconstrói constelações de DANDARANA-que-é-arte-em-metamorfose-em- (des)montagem( ENGUIA ELÉCTRICA) e o uivo absorve as incisões para se soltar nos centros dos gigantescos violoncelos e liberta-se quase-incorporal porque é vida que incita vida, esquadrilha de ângulos histéricos: eis os chifres da vida no naufrágio-que-é-construção ou dínamo desmanchado e tudo se desencadeia numa viagem experimental, no ventre do esgotamento,do impossível, da monstruosa devotação das casas centrífugas. O uivo-cântico-dos-escritos a defrontar-se na autonomia-da-arraia-de-fogo, criando resistências, matérias e sensações onde o invisível-acústico se transforma no visível-que-vem-dadiversidade-e-de-todas-os-centros-inexistentes como um espaço de transformação gongórica, de fendas respiratórias (núcleos dos idiomas vergados pela inércia). O uivo-do-uivo regenera o tempo e o espaço num interface implacável de tentativas, de queimaduras dos imaginários, de insectos-chupadores-de-sangue, de alagarças, de imanentes açoiteiras): o UIVO sente o deslocamento da dança geográfica, a dança incorporada no olhar, a dança-involuntária onde o eco é uma sub-epiderme-cantada, uma cortina de hóstias acústicas (magnetismo prestidigitador ou o encolhimento/alargamento do uivo: redemoinhos guerreiros cheios de existências-e-de-ausências e a Lobaenquanto-tatuagem-sónica-que-recusa-e-escolhe-a-estepe dentro-e-fora do mênstruo ástrico ressoa nos alcances fantasmagóricos: instinto-circular que

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recomeça na ressonância-do-uivo tão biológico, tão afectivo na louca conexão das ventanias oraculares, lugares-em-precipitação-em-gravitação: estridentes flechas nas larguras da efervescência________pulmões à deriva onde o som é a inalterável potência dos lances nómadas. A partitura xamânica do nomadismo, a partitura acrobática dentro do Covil genésico e a Loba recusa a realidade porque o uivo-AIMARÁ penetra a vida e impregna-se na vida-HOPI: uma estética emancipadora, uma epifania ETRUSCA que lasca o pressentimento-IANOMANI: os rituais dos entre-uivosARAUCANOS que são espelhos das forças criadoras_________EPERASHOSHONE-CUNA-MUÍSCA-CARAJÁ. A LOBA tem consciência de si quando uiva dentro de outros-uivos: URU-GUAICÁ_____o desejo prestidigitador da arte-MURADE-KUNDALINI. A violência urgente da metamorfose. O UIVO inscreve-se no corpo-terra-astral e esculpe-se entre andaimes de rameiras: espiritualização/institual, cosmogonia_________o UIVO é uma divindade embriagada e o azul da LOBA de Ruben Dário ondeia e mistura-se na Pedra de SOL, no feitiço transmutador de Octávio Paz-CERVANTES-MACHADO: num louco itinerário da Salamandra encontra as iluminações de RIMBAUD entre El Arco Y la Lira e o algoritmo dos olhares-do-invisível, da linguagem dos silêncios de José Ángel Valente. A Loba compõe as correspondências escarlates da autogénese: as descendências do paisagismo nas ancoragens sígnicas. Ela sidera-se nas perspectivas transidiomáticas e reaparece no espaço/mosaico heteronímico, na voltagem fotográfica da desterritorialização e do artesanato acoplador do confessionalismo e da historicidade. Ela acontece na teatralização diluviana, na lubricidade xamânica, nos projectores das arborizações, no zigoto gnoseológico, nos cursores orgíacos, na hibridização sensórea-sinérgica, na biblioteca rizomática-borgesiana. Ela sobrevém na crisopeia dos cenários, na inflorescência fractálica e num refluxo da despintura corporifica as enciclopédias multímodas: rhytmos da visageidade heurística: a Loba na ciclicidade espérmica, no fórceps demiúrgicos GERA urdiduras vibrantes das expiações como um batedouro da crisalidação a flexibilizar a magia dos habitats do silêncio onde a polifonia das lendas vivificam as luminescências holísticas. A Loba evoca o vulcanismo marsupial entre as danças helicoidais dos MURAIS, as cisões dos recolhimentos poemáticos, a transumância jazzística da volatilização e a eruptividade metabólica dos espelhamentos (a Loba no vórtice da transitoriedade antecedendo a estremeção da arte e o frágil esquecimento) ou serão linhas escuras ortogonais intersectando rectasprojectantes ou centelhas visuais da LOBA-Piet Mondrian? a LOBA no Teto MAGDALENIANO-SOLUTREANO de ALTAMIRA e o enervamento da sublimidade acontece quando Kazimir Malevich constrói architectons__________o COVIL torna-se um mundo sem objecto). A Loba-Loba na (in)existência efervescente e na figura desregrada dos signos. O CORPO é incicatrizável na sua polimorfia e na história da sua transumância. Corpo hipnótico nas suas tonalidades primordiais. Apoteose da solarização e das arquitecturas das segadoras. Corpo epifânico na livre semanturgia do mundo.

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A Loba-Loba exala a alvura e a vigília das fissuras. Ela é a ancianidade, o pedipalpo, a filtração de HORST. A fusão erótica. A clareira antes da percepção...qual conhecimento entre o PLUG-EXPOSTO?. É a impossibilidade vibratória, o desconhecido subúrbio indomável, a fragmentação criadoradinâmica, o ritmo selvático da diversidade (auditório da anamnesia). Ela é a caverna vascularizada e o acoplamento das pulsações aracnídeas (o som e o eco no estreito de Gibraltar, no rio Senegal_______espelho que se transforma em espelho, sombra que se transforma em sombra_____animal-transANTÁRTICO. As extensões perceptivas impulsionam os radares do COVIL da nossa superfície rebocadora de hormônios, de zonas de mineralização, de assoalhos marinhos, de galopes em desnucleação, de rebatimentos, de abalos de milhares de asas e o uivo ruptura o uivo:um jogo germinador de golfos acústicos ou um olhar no cais da duplicidade. Ela é o bailado contagioso, o visível dançante que se engole e se projecta na escalada-da-escalada (curvatura do uivo-energético ou alavanca-uivo que se estrangula criativamente no turbilhão dos uivos-boomerangues e a Loba antecipa-se ao uivo para se fundir nas espécies dos signos e formar uma possibilidade-de-Loba-emavanço_____arrastando obstinadamente LOBOS-UIVOS-VÉRTICESLINGUAGENS-VITRINES-PARTITURAS: artilharia das trajectórias nos inventários invisíveis dos penhascos). O silêncio da experiência que cartografa a densa floresta. A transgressão do corpo-poema, a máscara semelhante à divergência como uma locomotiva de espelhos de vida. Vida das tribos que se bifurcam_____que se expandem incessantemente, velozmente e o estonteamento causa imobilidade e monarquias do sono: uma dança fora do corpo, uma dança do prodígio e o eco-uivo re-liga aos azougues das danças: uma mamangabara-rainha ou será um URUBU-REI...? ou os aguilhões a rastrearem falésias desmoronadas...? ou serão as sinapses de SIRIUS________ A Loba-Loba recolhe a catástrofe e rasga-se na imprevisibilidade vulcânica: eis a regeneração do enigma que a alimenta: dramatização absoluta___________uma Loba polissémica no princípio do deserto( deserto que caminha ao lado do deserto: o deserto que se intersecciona no deserto_________continuum simulacro, permanente permuta: um albabeto piroclástico a reconciliar-se com as ascendências nativas do cosmos(ADAGAS e CONTRAFORTES do enfeitiçamento ou o eco das barbatanas ou as escamas dos berçarios dos animais que recusam-entrecruzam-ultrapassam os ciclos dos presságios: o desequilíbrio dos ossos do idioma e a magnólia devastadora bate na serpente do sismo: ELA é a linha, o afresco do sismo_______ blocos de espasmos lascam as estradas batidas dos êxodos e os azulejos oraculares mudam de rumo para experimentarem as harpas dos equinócios (os gestos enlouquecem e os reflexos dos mergulhadores são painéis-da-montanha-diamante onde as energias se ingurgitam: ensombros de medusas entre esculturas polinésias) os lançamentos das cascaveis encarceram-se nos ventos polares: cortadores de gárgulas cheios de espartilhos e os caroços estelares espiralam-se entre as matrizes de KIMBERLITO: o olhar é uma poeira a desdobrar-se nas linhas centrípetas dos lagartos-da escrita: as LIMALHAS DOS PIANOS parecem foices a vazarem outras induçoes dos pêndulos que vigiam as dragas do esquecimento: espumas erectas das tripulações que se seduzem a si próprias) (os chifres dos moluscos percorrem os manuscritos abstractos e uma espada de

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proteína encharca-se nas divagações lactantes_________hiatos das CARTAS GEOLÓGICAS________e as garras congestionam-se na derrocada da dança de Matisse. A Loba-Loba funde-se na aventura dos mastros zauis e na celebração polispérmica dos ecossistemas: transferências infinitas do grito-uterino. Ela desabrocha-se nas danças sacrais e incandesce a pulsação onomatopaica da anterioridade: uma disseminação náutica que bate nas primeiras energias do ESTAR-no-mundo: um jogo de sinestesias corporais e os bojos-centrais das maternidades reconquistam a eclosão da luz-sombra. A Loba da visão fossilífera prolonga-se na CIHUACSA e entranha-se na homeostase dos cânticos mutantes: a sua memória entrelaça-se na renovação estética do corpo; uma expansão magmática e espontânea a exilar-se nas perspectivas infinitas das sensações: travessias dos centros da crueldade/afectividade-dohospedeiro-guardião de SÍSIFO: o grito a reconstruir a existência. Indeterminável: GRITO aberto ao espírito TEATRAL do mundo. A Loba sente o invisível e a incompletude numa metamorfose simultânea( vitral das topologias). Bifurca-se no subsolo da palavra regressando ao fluxo imagético da vida latente, às forças do não-dizer-do-não-uivo-da-não-procura para atravessar silenciosamente galerias vibrantes e descentradas. A Loba repetese antes do tempo, antes das forjas, antes do anelo da tarântula: loucura fragmentária onde surgem as refracções, as obsessões dos espelhos e o bocejo é já o espelho esferoidal, o soprador de movimentos infindáveis. A Loba-Loba é solitária-ceifadora-devastadora e procura o incompreensível fundindo-se na interrogação da NATURA, nos andarilhos menstruais e o seu olhar adivinha as profusões, as e-imigrações, a materialidade/espiritualidade oculta do Covil-universal_____________curandeiro alabastro (com zelo o cão de ALSÁCIA dobra-se entre a líbido dos escorpiões). Um olhar em choque, em potência sobre a separação e a cercania. Um olhar a libertar-se da encarceração, das fístulas dos torsos, dos mitemas-mutantes. Um olhar no teatro do abismo (córnea-de-espasmos/convulsão no sopro das hélices). A Loba na voltagem perceptiva da substância que não existe onde o habitat sincroniza a obscuridade e o fogo até às válvulas do temporal (ou o astro ritmado que sobrevoa os amantes nas afinidades electivas de Goethe). A Loba resgata o seu grito, a fractura da reflexão, o respiradouro do inexprimível e ontologicamente entra na espontaneidade da mitologia e renasce na origem do vácuo da linguagem, na arte do impossível, no vazio da peregrinação (o tempo, o olhar, a cosmogonia, a ebulição, a metamorfose das entropias) ________ a vida na crueldade dos mistérios, nas guelras acmeístas, na íris obscura______ou apenas holomovimento das lontras (a experiência na córnea sanguinária da palavra) _______a violência dissipada nas aranhas das sensações ____________ A Loba é o primeiro olhar e o conhecimento primordial no livro da incerteza. AQUI a dor, o imaginável encontro, o absurdo, o utópico, a espera, transformam-se no ANTLITZ das origens: eis o corpo a antecipar as bigornas, as cerâmicas, as respirações, as vocalizações, as crinas, a resiliência, a entoação da tempestade como escamas na fabricação de sismos.

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A Loba em simbiose com os fragmentos dos trilhos inoxidáveis onde uma fêmea segue o órfão: pó ardente na auto-descoberta e a mecânica das áspides inova as araduras das reminiscências: a Loba ondeia na rebentação e transforma as ameias da vida como um deslocamento de visões a-históricas a atingir as raízes da plasticização ou será o mapa-mental dos búfalos encrespado pelas cantatas da floresta de Bornéu (um jogo do arenário invisível a mover-se para além das constelações espirituais). A Loba na sombra-luz universalizável diz Fellinianamente “ nulla si sa, tutto s’immagina” e transfigura a esteticidade pré-semantica com o seu olhar-mitocondrial (lucarna-glandífera-valviforme na convivência com o divino e com o profano e um abismo sai do Covil para absorver o tempo, a translação e a cadeia da dor_______sonoridades do recolector de faróis): um olhar de simulacros expansivos, catalisando as rédeas inexplicáveis entre o SYMBALLEIN e a adivinhação circular do COVIL: um olhar descobridor da língua-de-todos-nós, das ocultas e primordiais fertilidades: um olhar-cantante que aflui da fascinação primitiva unindo as deflagrações caóticas da substância, os precipícios vivos e a genuinidade absoluta: gladiadora permanente entre o alvoroço, a reflexão e o choque dos êxodos (Loba-relacional a lavrar o descomunal e a assolação: um gigantescoZEUGMA. Loba da impossibilidade no covil do sublime, das coincidências golpeadas onde os uivos-dos-uivos são tonalidades da catástrofe, dos guardadores de coreografias-em-deflagração ou será a viagem das anticapras coagulada na memória? (lente da insaciabilidade, da lama entre um vórtex de peixes, bosquejo obsessivamente incerto bate nas crias-poéticas dos itinerários mortíferos): eis o fulgor que contamina os trilhadores pré-históricos ou um dragão-voador a construir epifragmas na visão com os nervos refractados: O SOPRO sedutor. A energia do tojo a gotejar na memória do mundo) A LOBA CONTAMINA-SE por VERGÍLIO que se contamina por Homero e leva no dorso as tragédias de Eurípedes porque quis avivar as tragédias de SÉNECA entre os ENÓFILOS. Suas PATAS são Aristófanes e Menandro que atingem a jubilação da comédia de PLANTO e TERÊNCIO. Ela enfrenta os mitos gregos quando absorve as metamorfoses de OVÍDIO. ELA como DANTE escolhe Virgílio para enfrentar o inferno cosmopolita e imortaliza Epicuro ao ler Lucrécio. Ela é nietzstcheana porque é partitura de WAGNER. Ela é socrática porque mascarou-se de Platão. A LOBA projecta-se na teogonia de Hesíodo para se transformar em musa: musa grega: ou reavivar o mito das musas: Clio da Terpsichone ou o animacoro:musa da dança entre a trans-história e é já Urânia-astrónoma: corpo-Loba do informe sincrético, das fragmentações, das entropias e simulações. Ela indetermina-se porque é singular e plural, porque é uma vibração contínua de mundos, de milhares-degerações, de formas viventes e acoplamentos sonoros. Ela indetermina-se porque é mutante: uma imagem a desmoronar-se entre catástrofes que são estéticas__________enfeitiçadas multiplicidades: uma intensidade profunda entre a história do grotesco e o sublime das sensações ( sílabas da figueira-estranguladora a infiltarem-se nos lavradores radiográficos). Ela é a vida e assiste à morte do organismo:uma sensação cósmica-autofágica e ela coabita assim esteticamente entre as cria acrobatas que arvoram a mãe-morta: ELA é a ansia da vida do DELTA OKAVANGO enfrentando os deuses que tentam seduzir o seu caminho___________ela juntase e mistura-se com o mundo e se refaz, se intensifica no chamamento na faixa

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de CAPIVRI_____________________ basáltica catedral entre as torres circulares dos Himalaias e o Duomo de Milão. Ela nos jardins suspensos da Babilónia e da Biblioteca de Alexandria. Ela no Taj Mahal e nas elevações de STONEHENGE: ELA_____Humús de RAUL BRANDÃO, Maurizio Cattelan, Cai Guo-Qiang, Chris Ofili, Juan Munoz, Ernesto Neto, Andreas Gurski, Anselm Kiefer, Peter Haley, Gerhard Richter, Amish Kapoo, Lucian Freud, Frank Auerbach, Jeff Kaoos, Mathew Barney, Takashi Murakam, Robert Gober, Mike Kelley, Rachel Whiteread, Elmgreen e Dragset, Ron Mueck, Sarah Lucas, Tracey Emin,Marina Caram, Renina Katz,Otoni Gali Rosa (estudo ciclista), Heinz Kühn, Haroldo-galaxiano ou vascularização do abismo FRACTAL de E.M.Melo e Castro________e no chamamento do gelo as morsas transformam-se em tisanas de Ana Hatherly: Fotografia de Thomas Farkas-luz-sombra-aquitectura, “expedição ao rio negro, mulher em mesa de bar”, ________ELA É HIPNAGÓGICA infra a oratore de CÍCERO e lembra-se do sonho sem despertar: eis a LOBA-HIPNOSE na potência criativa sem hierarquias, sem fronteiras: caminho da sombra angular-díscola___________ELA é imperfeito na correnteza sonâmbula, nos depósitos de sal: ela relembra, relembra e evita o esquecimento entre GA-GORIB e AIGAMUXA____________ lembra as tatuagens do sonho:uma esculpidora cheia de perpendículos ou fios-de-prumo feitos de titânicas emigrações microscópicas________por vezes é flutívaga (confunde-se com o mar, fundindo-se com a água, potencializa a imersãoemersão e caminha sobre a água como uma notâmbula incandescente enfrentando o BARLAVENTO, pois ela alimenta-se do vardarac, ela é proa, iluminadora de larvas e faina de GAMAB), transforma-se em limnologista (conhece todos os pântanos, a fossilização de todos os pântanos, conhece todos os radicíveros:um embate de absintos entre vidoeiros e relicários (oxidação caótica, escoicear fragmentariamente as hecatombes e ela como milhões de dínamos cavalga sobre os escultores de escuridões), porque as plantas oscilamtremulam dentro da sua vulva:espiões de fêmeas a eletrificarem as hipóteses sangrentas de um grito boreal). ELA é a oratore de CÍCERO para se humanizar-desocultar semanturgicamente e absorce o Decamenom de Boccaccio e GRITA-GREGO sobre as urbes e grita SHELEY até século dezanove. Grita hermenêutica e grita Cândido de Voltaire ao passar nos parlamentos...e GRITA por MONTAIGNE, Stendhal, Balzac, Gogol, Dostoievski, Flaubert, Zola, Gorki...ao passar nos parlamentos, e GRITA Poe, Hoffman, Maupassant, Tchekov....ao ver o rostos sebáceos dos políticos e GRITA Baudelaire, Lautreamont, Rimbaud, Mallarmé, porque vive da ruptura, da fenda, da erosão, da hibridização, da Abissínia, do torax de BARTÓK, das pedreiras de asma, dos jogadores de anamarfoses. Ela reconstrói-se nas moradas em cauterização contínua, em mistério dos ovários periféricos (ou na inocência fascinante do violino, dos progenitores de chispas sobre andaimes líquidos) onde os rasgos se encaminham na permanente teatralização das órbitas da memória, rasgos que se fundem com outros rasgos numa desmesura dionisíaca, nas personagens perseguidas por semáforos e pela sabedoria dos esgrimistas: fluxos em fluxos: arte em arte ou animal esbraseado no tórax das colmeias: gerânios em gerânios ou malha dos citrinos pigmentando as estrofes dos toureiros: animalisante território numa miríade de canticos de JOSQUIN de PREZ, de Olivier Messiaen (choronochromie), de Vila-Lobos (Uirapuru): A LOBA abre-se como a obra-formigueiro-BIBALVE de Umberto Eco e

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engrandece-se na liberdade dos futuristas como uma constelação estéticamística, uma pergunta inextinguível das ruínas (maquinaria de SKATES carnívoros nos limiares das coisas entre coisas onde um homem escuta as vozes noturnas do ARENÁRIO e estimula os nódulos da claridade entre a esmaltina dos batedouros e os fémures mutantes de Isadora Duncan): na EUTOPIA reescreve-se a UTOPIA ou as dobras dos charcos onde os fósforos do pensamento são ciclos insones: deserto e mercadores gemológicos em confronto com a baba animal (açougues minerais e aventais das farmacopeias rebocados pelos genomas) … sim tudo se reescreve na LOBA magnética, luciferina e assombrosa….tudo se reescreve no estendal da glandulação do mundo, da transmutação movediça, dos nitratos cerebrais: ________será Ela aedo-rapsodo a penetrar na Odisseia e na Iliada e a redescobrir a sua origem musical: língua a dançar nas peles dos cachalotes ou nas britadeiras do pensamento ou na voz-bivalve de ROUSSEAU, ou no verbo flutuador dos loucos-labidouros (compressões sanguinolentas aferrolham as membranas sulfúricas e o rito é uma iguaria nos obstáculos dos últimos faróis) ____________ela resiste, resiste ao movimento dos contrários sem qualquer tipo de função, ela é a ambivalência das emendas, as equações dos filhos, a contradição incomensurável de si própria_________POEMAS-INTERANULARES e a LOBA bruxulea com a luz das lâmpadas, com os telégrafos dos sorvedouros, com a transfusão dos ergástulos: a sineira ou a bóia que projecta amuletos e conjuros nos ANTARES: um espanto, uma gavinha de damascos irrompe e arremesa a LOBA para fora de si mesma, para um retorno institual e espiritual. A Loba a armadilhar-se nas tensões espácio-temporais de Alexander Baumgarten. Lobas Metaphysicas 1793. A LOBA-DASEIN é a ecologia em desastre para se instaurar noutra ecologia em diferença__________perfil electrificado: uma vibração contínua de súplicas, dissonâncias e aranhas balizadas entre as lavras das silhuetas( cronocópias mutacionistas ou tendões de antracite pregueados em todas as calhas dos vultos): GUAINUMBIS ou pássaros reluzentes nas lavouras das canas de açucar e a fermentação do néctar projecta-se nos saltadores prolíferos:um fungo tremendamente fechado entre as aves frugívoras e outros mainumbis (na mata ciliar a luz é um bebedouro vocalizado pelos turbantes dos insectos). A Loba não se pensa como Loba e resiste na sua condição-galopante de Loba para olhar o Mundo-Trauerspiel e se fundir novamente no mundo:um fluxo imagético, uma conexão de granadas cósmicas, um estuário de Lobas-Lobas heterocronas-vertiginosas: uma Loba oscilante dentro de uma constelação de caminhos nectarívoros, de medronhos-das expectativas. Uma Loba-infinita e da infinitude. Loba –semiosis. Lobamandrágora. Loba-ástrica. Loba-herbolária. Loba-de-A-porá. LOBAPANTANEIRA. A LOBA é a golfada do devir das tendas, das interrogações em efervescência ou a metafísica do livro IV de Aristóteles, Ou as duas entre João Amadeu Fichte, Arthur Schopenhauer, Stéphane Mallarmé, Rainer Maria Rilke, Thomas Stearns Eliot. A Loba ensaia-se entre Tessalónica e os curadores ERUPTIVOS de Montaigne: LOBA nas limaduras intemporais de Benjamim, Loba na mnemónica de Borges-Cioran-Ricouer- Blanchot, Loba nos gládios de Bachelard-Paul de Man-Novalis,

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Loba nas nervuras de Ernesto Sabato, Loba no macaréu de Sartre-Francoise Dolto-Deleuze/Guattari (ela mergulha com os troquilídeos-dos-troquilídeos com as faíscas dos gâmetas, e interroga-se entre os grandes voadores, os nectários, os urubus-rei, as carcárias, as anhumas, as suindaras como teatros rufantes: as arapuás projectam-na na mimesis de Erich Auerbach, no Castelo de Axel de Edmund Wilson e em dobraduras expansivas o COVIL expande-se na matraca-camaleão da linguagem até ao pharmacon-malhador, ao arrebatamento vulvulado, às incertezas de Vitoria de Samatracia: os impulsos nómadas consagram-se nas composições de ERIK SATIE até à rota dos vinhos de ALSÁCIA. para resistir aos imperativos dos deuses para criar libertadoramente os músculos dos desdobramentos com a intensidade do ensaiador de GALILEU onde encontra a verdadeira realidade que é uma espécie de tábua de obstáculos insaciados onde os tentáculos das cadencias procuram a correspondência do incomunicável ( ELA ultrapassa os conceitos absorvendo a filosofia botanica de LINEU, a meditação metafísica de Descartes, a ÉTICA de SPINOZA, o tratado da natureza humana de HUME entre GLENN GOULD e MARIA CALLAS): ELA SORRI barrocamente....ludicamente....sorri....esteticamente, kanteanamente... A LOBA alarga a erva sem resolução, enrugando varizes e agulhas. A loba sem referências na espacialidade em sedução. Ela é o movimento-em-si. STOCKHAUSEN numa dança de fogo.

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ATAMÃSHI (entre os “mastros azuis de Pollock e as ondas de Kanagawa”) ________A inflorescência de SORGHUM ramifica-se até ao DRAGÃO-deKomodo( autonomia encantatória do ritual ______e o ourives-leitor-empasmo desvia-se para acontecer na mutação de Chinampa: a multiplicidade regenera-se e antecipa-se no vórtice da improvisação de Kandinsky) A IMERSÃO-EMERSÃO-mutante-ritmável de JORMUNGAND O TOLDO migrante no GIGANTESCO vidro opalescente onde o leitor renasce nos fragmentos de KALIN-NAZCA____hipnótico machado-semi-lunar apontando os perpétuos hinos solares de AKHENATON ____LOBA-AQUIRAZ: feroz cicatrização na corda-bamba do labirinto, sua estirpe de imensas estirpes são galerias na perplexidade conturbadora das ventanas, são chicotes-violeiros dos aquíferos, são irradiações mutantes do FAUSTO-MEFISTO e as vidraças rasantes dos hiatos orientam os acrobatas da mastreação até aos núcleos externos das varizes do transe onde as trilhas genitais se cortam entre o hibridismo membranoso dos holofotes e os ouvidores das trompas-mesooceãnicas: os úteros dos seus sufocamentos explodem linguisticamente até ao espírito mantra, aos ecos de Ariadne, aos arcos periféricos dos abrigos (lesmas das gôndolas aclimatadas pelas dentadas das cavernas). É a dinastia dos galopes-coriáceos num palco da petrologia-emsuspensão. É o teatro de Komisarjevsky nos mergulhos de pesquisa secular, no bafo gigantesco dos lanugens (cauterizar os alicerces das penínsulas e articular os lançadores de óxidos aos pánicos das meninges):uma extensão de destroços a enroscar as iguanas entre as cápsulas das salamandras e os contentores das estações (um tubarão-baleia é cronometrado pelas lâminas-das-raias que trespassam o verniz dos ossos memoriais): eis a víbora siamesa sob picadasalucinógenas: eis a verve dos mercadores de osgas e as faúlhas das paridelas insondáveis são alianças a estuarem nos excertos da fabulação) e a traçante mandíbula fortifica as batidas dos vestígios dos garimpeiros porque a inscrição do zoólogo retrança-se na lufada dos gatilhos da própria cicatriz-da-viagemcorporal. A Loba zarpa nos diâmetros do vendaval formando câmaras de flutuação, rugosidades intácteis, acrobatismos refractados (os radares das tecedeiras ostentam os carrosseis do caos e os rodopios das artérias castram-se nos vagidos das próteses dos ciclos da mineração: ossatura hidrográfica detonando as matracas da vociferaçao dos arquipélagos e a enxada do ideograma infiltra-se no aço dos uivos( medulas envidraçadas sacrificam répteis emigrantes): um vórtice de moluscos (um solfejo retorcido nos andaimes atlânticos. Outro solfejo fragmenta-se entre os ecos das oficinas carbónicas: invocações dos antros a moerem a minerologia dos espelhos): ESCORIAÇÕES nómadas perseguem os clamores das avenidas-das-rochasácidas: uma atadura de cadências apavoradas num alvéolo de carótidas ou a desertificação congestionada nos mantras das catedrais______resta os carvoeiros perfumadores sobre a vigilância dos casulos (linhas de montagem bruxuleiam na rastreação das córneas-da-metalurgia e o metal das raízes

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fulgura nas indecifráveis cartografias…será o inchaço da escama que se tritura nos últimos vocabulários ou será um solavanco do esperma a enforcar-se no tronco mestiçador …essa escada louca das livrarias deambulantes…essa fertilização de ALCARSINAS girando nas pregas-epicânticas-do-mundo), os ápices panegíricos da URASAU batem nos bebedouros bicéfalos, a concentração das Lobas nos aeroplanos sinuosos desmantelam a linguagem do raciocínio (quando as crias se encurvam para os azulejos intermitentes das mães) porque a palavra-fagulha se une às variações migratórias dos covis-oraculares e a crisálida é a única constelação pregada no detonador mitológico): a acrimónia ofusca os anfiteatros da hidrovia e a drenagem amolda-se no compasso das telas em forma de sopro que tenta recuperar os moldes do galope através do GRIMOINE: vulcânicos gestos encadernam as emboscadas nos porões do dramaturgo e as rédeas das premonições geram ressacas dos grafittis dos dragões-voadores onde as goteiras do instante-em-decúbito afogueiam a mudez do mundo: muda-Loba-Loba-muda a transformar o cordame da apariçãogenitália em ruínas das lavadeiras, em percussões da astronomia (será o gemido da bestialidade ou o fogo das evasões suicidárias): atingir a incerteza entre a carnificina do espectro e o desaparecimento e revestir a hospedagem com a visitação da gagueira dos mapas interiores (as sentenças fecham a Loba em si mesma, a golfada da língua é a Loba-covil em si mesma, excrescências alucinatórias e o espelhismo é turbulento, o olhar é um espasmo do olhar, uma estupefacção a dissipar-se no esplendor dos sentidos, a lapidar-se nos silêncios da escrita onde o uivo se dilacera e se reintegra no lugar de uma fenda em contractura: o uivo incandesce-se na sufocação, nas epifanias, no rigor esfíngico e desmancha-se na fisionomia antiquíssima das dádivas_________hibridiza-se loucamente nas heranças hidrográficas): Niels Henrick David Bohr: Loba-Átomo nas vidraças extraviadas e radiantes_________ silêncios ruminantes (propagação dos relojoeiros luciferinos e as redes da predação rasuram os pulmões Baleares. Loba na transição das órbitas, nos golpes das neuroses e as persianas são serpentesQUANTUM a derramar tutanos de interrogações numa linha de desdobramentos luminosos (cisternas morfológicas entre as poesias medievais e os artrópodes). Coalescências e migrações entrecortam-se fulminantemente numa marcha infinita. Um grito. O simulacro reconcilia-se desenraizado de várias existências, de várias possibilidades onde o desastre do excepcional pulsa no povoado dos vultos que partilham os diamantes dos vulcões com os ictiologistas e a Loba notambúlica ilumina-se sobre a incerteza zoomórfica e as ombreiras que se contorcem nos minerais devoradores de Max Ernst-Crevel-Desnos- Éluard-Magritte: restituir o uivo ao acontecimento que antecipa o metal do espanto na simbologia dos escombros e outra LobaLezamaLima- Perlongher-Girondo- Huidobro, escreve dentro de nós como uma criança com síndrome de pânico a intensificar a procura do território da escritura: incêndios das vitrinas a enforcarem os cargueiros dos trópicos transitórios com os núcleos rasurados do alfabeto helenista. Adivinhação dos pássaros nocturnos é absorvida pela resina dos lapidadores de arquipélagos:radiações vertebrais entrecortam as garras da retaguarda-da-terra e há aqui uma expectativa asfixiante, uma ofuscação do incomunicado

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(roldanas dos pântanos a inventariarem as crostas das cordilheiras): tentáculos a blindarem as irrupções indecifráveis das lâmpadas dos moluscos e o sonopesqueiro desmantela as rachaduras hesitantes dos hospícios: hospícios das tarântulas de todos nós: obstinado ópio da intuição e da deslembrança nos ângulos reminiscentes da catástrofe onde os testemunhos dos cárceres são estranhezas a criarem vocábulos vulcânicos, vácuos incineradores sobre a epiderme mutante das efígies dos matadouros electrónicos: ziguezagueante ventre das mitologias a estetizar os aposentos bacteriológicos e a desordem repassa entre subterfúgios ininterruptos: a LOBA declara o indizível, esconjura e aproxima as omoplatas dos vídeos dilacerantes. Perfura o obscuro, atravessa os barbantes sísmicos dos séculos: assiste ao rinoceronte da diferença que está nos antípodas dos museus convalescentes: uma Loba-vulcanóloga é a hemoglobina da vida ausente, a insurreição vacilante que desofusca as matilhas da dor: a dor-revolucionária do animal: animal-pavio-arborescente na senda astrofísica: o projéctil das partituras imobiliza-se dentro da cabeça demolidora(arpões artesianos): cabeça dos itinerários equinociais (bebedora de babas-feiticeiras, de flechas avassaladoras e de menstruações botânicas) ________HAI-URI ( aluado) a defrontar uma tempestade-de-alarmes que rastreia os formigamentos de Miró-Ematta-Duchamp-Sade-Poe-Mallarmé-BaudellaireLautréamont, entre a gigantesca curva fluviátil de Heraclito e as sonatas dos travesseiros-pontas-de-obscuridade que implodem nas vírgulas-dos(crocodilos)como uma circunferência carnívora inexterminável: electricidade do grito a estimular as antecâmaras dos tratadores das pegadas de hienas e nos apêndices monocórdicos circulam fotografias dos fósseis dos suicídios (as dedicatórias das silhuetas eclipsam-se na pintura-da-pintura e no refinamento da Loba-leopardo que abala os trampolins olfactivos dos zoólogos (a anatomia oculta risca-se entre os mestres-dos-azulejos e o corpo é já em si uma vibração epifânica-polinizada-onomatopaica: os látegos periféricos das peregrinações incrustam-se nos ergastulários, nos micro-filmes, noutros chicotes antípodas e os testamentários obcecam-se nas estâncias geométricas das infusões aracnídeas______louca joalharia de mênstruos a polir-se nos ricochetes das heranças sacrificiais): gigantescos teatros engolfam a entesadura dos seioschocalhos dos painéis: (temperaturas dos fósseis) a reluzirem nos animais espasmódicos: alfabetos da fogosidade, da exuberância, dos alveários suspendem-se como fagulhas simuladoras de trincheiras a rodopiarem sobre o despenhadeiro que expõe o corpo, o corpo evanescente, o corpo pára-raios, corpo arruinador dos lemes, corpo-lúzio do abismo a refluir nos telescópios: olho-corpo-Loba no cume e no prolapso esboçando a enigmática oscilação da amnésia: o trajecto evulsivo excita as cartas das estremaduras e a Loba é já uma inclinação do abismo, a sósia da ocultação, da eclosão dos avatares, das linhagens dos antídotos: o uivo distingue os palatos da luz e lança ofuscamentos onde a Loba se desencaminha para ser linguagem gravitacional, para realçar as modulações do alvoroço, as luminárias dos ferrolhos da carnadura. A Loba nadadeira da vida-vaginal e do presságio policromo, evita a fuga porque não existem os trompetistas dos lugares, existe o arco dos plantadores-ENOCHIANOS (deslocação da semeadura hip-hop-jazz, da cobra caleidoscópica, da vergasta antropofágica na zebra verbal de NUYORIAN POETS CAFÉ): a superfície timbrada-acústica crava-se nas dobraduras

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concêntricas das estações milenárias e a voz intermediária-cubo-futurista-deVelimir Khlébnikov grava-se nas protusões deTristan Tzara e a Loba arrasta as lanças sónicas para buscar o acontecimento nos losangos do COVIL: VitrakApollinaire-Elliot-Cummings-Vallejo-Celan (turbilhão das hibernações onde respiram claraboias mitológicas e as cavalgaduras são aguarelas dos satélites) LOBA-Wolfgang Paul: indomados iões suicidam-se na observação e o COVIL renova-se e resguarda-se até à pausa impaciente: O CAVALO acaba por reflectir a derradeira energia da sua génese. Os anelos iluminam os subúrbios dos muros. Enérgicas exposições latejam até aos tremores das medidas da turfa rumorejante. ACONTECE o esplendor electromagnético. A Loba acontece interligada com a irrupção que germina nos vidraceiros da língua, no plectro nuclearr da rua e incorpora a impetuosidade dos cânticos carnívoros-dragoeiros-meridionais-vitivinicultores-ovíparos: um devaneiopensamento que povoa o corpo-desfocado-hiperbóreo (a incisão a esquartejar representações sonoras onde as meninges são medulares e hidrográficas): esta atadura-interferência de ritmos exalta as embocaduras da arte-hemisférica ou da vida hiperbárica, ou da lavra atractiva ou da composição funicular da origem-da-impermanência (barbatanas entrelaçadas nos tijolos vasculares dos ancoradouros ou das clorofilas anfíbias nas obstinadas radiografias das traqueias parabólicas): o uivo é um mercúrio-intransitório que se arruína e perfura as latências das ossaturas, é uma envergadura das migrações a colapsar no estremeção das cristaleiras dos epitáfios: cicatriz audível atravessadora das hidráulicas crateras. Os rastos-dos-uivos vagueiam sobre as lebres da incompreensibilidade, nas polainas-ascensoras-indomáveis de: Francisco de Goya-Henri Fussil-Gaspar David-William Turnner e os uivos escamam-se nos marcos geodésicos, dilatam-se nos tendões do tempo, espacializam-se no desconforme orgástico, aguilhoam e anestesiam simultaneamente os elevadores vertebrais, os batuques cutâneos e a monstruosidade dos corvos portuários: eis o uivo-GRATTAGE a desocultar as extensões gnômicas, os bípedes-falsários como um intervalo de imutabilidades entre os xadrezes espontâneos e os ofícios dos répteis divergentes( recreios transversais na errância do uivo-mundo; o uivo é verdadeiro e fascina-nos no simulacro porque deseja as cartilagens dinamitadas, os gorjeios das crias órfãs. Uivo-uivo na arquitectura da aproximação das galerias que se fortalecem ao consagrarem-se nas vertigens, ao interseccionarem-se nos espaços gigantescos do teatro mágico: uma adrenalina anatómica a transfigurar-se entre caldeiras de enxofre e aromaterapias: uivo-molecular que alimenta o sangue-sangue da constelação, que se entrecruza no ensaio-treino do corpo-cénico-incessante-acrobatamímico): enérgico alvéolo da gestualidade no transe das entranhas da encenação onde um centro anfíbio se movimenta e se embala nas ânforas tectónicas da musculatura: des-acoplamento dos tumultos nas trilhas do corpoque-é-floricultor-apocalíptico: um outro-uivo-elíptico da corporalidade talha-se nas patas dos predadores como uma clepsidra de heranças nodulares: o verdadeiro cântico do universo é o plagiador-uivo do própriouivo______________ancestral ornitólogo do atlântico ou feromona trovadoresca encurvando as mandíbulas dos atiradores de relâmpagos:

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cogumelos do improviso cosmogónico sobre a matemática do idioma-uivo e o uivo se transformam num algoritmo, num golpe de rotações, de anzóisestímulos-viveiros que transmitem a decomposição geológica-do-absurdo em dicionários silabários: o uivo-babel na configuração do covil fragmenta-se e esculpe-se em desvios opulentos, em aerólitos doadores-de-máscaras para prolongar as lunações das dramaturgias no caocosmos: os cenários das plateias solares são eixos anestesiados pelos pântanos-herbários e os sopranos interferem nas vértebras luminescentes das panteras-quase-uivo-catatónicoquase-Eugene Delacroix-Arnold Bocklin-Brueghel-El bosco-Tintoretto: O NERVO imperceptível mineraliza os ecos profundos dos ofícios e a sonoridade uterina é oscilatória nos azulejos infinitos das bibliotecas: a Loba amolda-se nas geografias de Ingmar Bergman para se estaquear nos prodígios das pranchas noctívagas: projectar os uivos nas flutuações da história alfandegária: contornos e tumultos afiguram a devastação das origensmigratórias onde as dublagens milenares interrogam a gravidade do escultor e da escultura das imtempéries: telepáticas composições a proliferarem nas reminiscências das tipografias e o UIVO é um universo inaugural que amplifica energicamente a polifonia dos abutres nos ciclos das escoras cibernéticas: princípios dos inventários, roteiros zoológicos na imanência do covil e as colónias dos aguaceiros são coadouros das trajectórias rupestres: cantos e soleiras do covil caçado e acossador entre a gigantesca córnea-boomerangue e os bisontes das sensações são o avesso do COVIL, as cercaduras abstractas dos dialectos (liberdade dos veadores da escrita, liberdade dos corpos-cheios-desatélites e o uivo é a policromia corporalmente emprenhada de itinerários, de sangrias, de traqueias, de lançadores sazonais, de aves nocturnas______________é uma alcateia que desfaz as armaduras, as trompas de febre, as roldanas dos templos: desatar e bloquear os sopradores onomásticos, amamentar bordaduras e fragmentações, deslizar no despojamento territorial e alcançar a alucinação dos gladiadores somáticos___________O UIVO exercita-se no corpo ritmado-aparador-decatástrofes-e-de-inoculações de pedrarias onde as linhas das rotas são gadanhas ulceradas ou saxofonistas-de-JANO-em-fluxo a costurarem os laçadoressiameses na desnaturação da história: o sinal do acontecimento ( intensidade dos vértices) que dilacera epicentros e mistura corpos-uivos ininterruptos: o uivo se estetiza nos acervos e nas cavidades das mandalas de Ticiano-El Greco-Munch-Victor Brauner-Leonora Carrigton-Rulfo) LOBA-DAVID LINCH povoa homens-elefantes com o veludo azul e uma estrada perdida encontra-se nas sombras de um coração selvagem. Aleitar as goelas passantes e os oximoros das turbulências______o UIVO transfigura os cogumelos reconstrutores dos desfiladeiros do rosto______apolíneo e dionisíaco_________ existência canina e FIGURALanguloso nas espessuras das saídas e o UIVO recombina-se infinitamente no significante mágico como passagens-evasivas, multiplicidades de fabulações, de perspectivas e a LOBA re-liga-se ao imaginário do seu próprio território, deslocando formas de vida geradoras de danças-gestos-linhas-de-signos: a força do covil recolhe as peugadas dos hospedeiros, dos leopardos, das placentas imprevistas: eis a irresistível rebentação dos horóscopos, a respiração inextinguível da vinhagem e das arenas arbóreas: eis o covil ausente dos

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centros e das chegadas, ausente das serpentes iniciáticas e a LOBA ENLOUQUECE-SE porque desconhece a partida sonora e re-constrói o seu corpo num reflexo de visageidades plenas COVIL-CY TWOMBLY-Pollock-de Kooning-Rothko-“A experiência trágica fortificante"Hans Hofmann-Arshile Gorky _____a Loba evola-se ao reunir as fissuras plasmáticas dos horizontes e as pigmentações dos metâmeros estrondeiam como um revestimento abstracto a refazer os mitos da catástrofe como salivas-dos-cios peregrinos: auscultar-OLHAR o rebentamento das espécies-nos-espelhos: a actividade da gesticulação fazedora de assombros e de gotejamentos: mandíbulas gravitacionais entre os delírios das víboras e os lampejos das escamas (untar os archotes da perplexidade e os alvéolos irrompem da devastação dos labirintos encantatórios: flutuabilidade selvática a vitralizar as copuladoras fluviais: fósseis em dissipação) SE A LOBA SURGE_________ENTÃO NÃO É A LOBA____Loba e eclipse nasceram simultaneamente. HAWERMEIHALAI __________ LOBA-catadora-de-MEDUSAS________A LOBAARQUITECTA das torrentes sinaliza auditivamente as oxidações dos fungos: corpo-CALIGRÁFICO de fragores unido aos dados dos tempos IRIDISCENTES da curiosidade, da ebulição lacrada nas escamas acústicas. Corpo-de-vestígios nos limiares da montanha-perspectiva onde os tocadores góticos despertam os rádios das Heranças e os arcos das cúpulas em devaneiolarvar. A Loba-das-residências-pendulares vacila nas longitudes das intempéries, nas pedreiras fervilhantes e os degraus medievais protegem os mastros dos museus aluviais porque os círculos das esfinges derribam os teoremas dos corvos, os trenós das encarnações edénicas. Os corvos das preces a purificarem as saliências dos carris, o afugentamento das cataratas, as derivações das acrópoles. A catástrofe é um voo hipnótico, um voo de membranas a contaminar os presságios de Orpheu. Corvos esféricos. Corvos amoladores de precipícios. Encharcam-se de guelras estelares como rosáceas a transmudarem idiomas instantâneos. CORVOS TROVADORES. Corvos-ferroviários. Corvos-dossolstícios. Corvos-babilónicos. A Loba e o Corvo no mamilo do vórticearborícola, nas narinas tipográficas, nos puxadores das furnas. Procriam no embate das concavidades. Nos fantasmas das terraplanagens. Corvos ensurdecedores entre as foices armoriadas e os calendários bifurcados. A habitação inacabável recolhe e desentranha as palavras da longanimidade, as palavras que fosforescem nos insectos, nas glândulas das constelações, nos cometas turbulentos (uma RODA DE ANTIBIÓTICOS sónicos DESBASTA os VIDROS dos prodígios e os pêndulos-roedores rabiscam as armaduras de um crocodilo-cristalográfico): a Loba restitui os reflexos aos peritos dos Pláceres-Arenosos. Desprotegida entra no grito dos pulsos, na química das forquilhas, no chumbo da putrefacção (contravenenos e genealogias termodinâmicas): um trifólio sobrenatural a solfejar nas curvas de quem espera por alguém. De quem espera pelo corpo espantado. De quem se estanca nos charcos arteriais, na gravidade táctil e os casulos-dedos compulsivos

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desmantelam as paredes vingativas das ferragens, a demência das multidões, dos repórteres EXPOSTOS nas tempestades (polvos patinadores de mitologias). As paredes crepusculares que desvendam a estagnação dos bosques de Lawrence Ferlinghetti cambiam os cactos das fiações dos ecologistas (uma pedra sente a loucura dos lábios-no-mosto-em-sobressalto), as decomposições das anorexias da casa eclipsam as sambucas lúbricas e a embriaguez dos pecíolos atravessa o instinto das curvaturas do ventre. O ventre das labaredas responde aos utensílios dos cineastas (a LOBA despenha-se na distância alabastrina, cria a vertigem na bússola dos batentes de RHEA. Um dorso vertiginoso de placas tectónicas regressa à masmorra do relâmpago-phallus). Calcários multiseculares são incinerados pela hipnose da poética corporal e os hologramas abrem-se à causa-efeito da homotetia: uma desconstrução geográfica, uma dedaleira na cisma dos obeliscos: kômos-estridentes levantam os espaços internos dos corpos-teóricos( ou galope dos anuários carbonizados) e os crocodilos esponjosos purificam as sinuosidades das litografias como transições das sibilas que pastoreiam nas autogéneses) ( hibiscos-tecelões dos ócios limítrofes e tudo é açaimado na fosforescência dos ícaros e a tangibilidade dos aforismos articula as hesitações epigráficas às cornijas da antecipação das úlceras dos códices): ESTOPA e madeira a alastrarem-se entre víboras tríplices e GNOMOS DISFORMES________a monstruosidade acrílica preenche a desaparição com as hastes da semiologiavinda-dos-pirinéus. Há uma sufixação cataclismática. Há um historiógrafo dos anfíbios entre a crepitação-do-vácuo e o conhecimento POLIMÓRFICO das das sombras. As sombras do muro-metaphysical______________o que significa pertencerem à mesma língua ou aos vários canaviais da mesma língua-de infinitas-fisionomias? IM-POSSIBILIDADE DAS CARTOGRAFIAS (O SABER DO NÃO SABER DENTRO das apanhadoras de INSTABILIDADES): ESTRANHAMENTOS predadores, DESVIOS das esporas, FISSURAS pulmonares, ACOPLAMENTOS de cordilheiras___________ VITRAL-CRISTAL-glaciar e trópico ou MOVIMENTO dos CETÁCEOS ESTÉTICOS (MUTAÇÕES ERUPTIVAS:SUPERFÍCIES MULTIFORMES____________ EPICENTRO MINADOR-INCONTROLÁVEL de hospedeiras giratórias e de IDIOMASEM-METAMORFOSE: a LOBA é uma valva luminescente propagadora de gadanheiros verbais. Galeria do desastre ambiental ou bilros polinizadores dos falsários: emigração das heterogéneas tragédias: THOREAU na FISSURA entre a montanha sígnica e os encaminhadores da materialidade_________PIERRE JOUBERT na concisão do hai-kai-dos-peixes-aranhas, das cesuras umbilicais, nas epidermes intercessoras do DASEIN (esse estar-aí-nos-guindastes-HUMANOS): MOZART, SCHUBERT, HAYDEN nos grãos dos batuqes das pirâmides e as agulhas concentram-se nas infusões dos hospícios: BERG, QUIRINUS KUHLMANN, GOMRIMGER_____HUMANIDADE BIÓNICA, MICRO CLIP contaminado entre a anomia, o larvário, as vagens alienígenas, os esvazamentos das patologias e as curta-metragens dos roedores de hélices: KIKEERGARD dizia “ cada um de nós somos um búzio”: relembro ARNO

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HOLZ e a sua marinha barroca (a LOBA antropofagicamente é uma batedora de vendavais e há o ruflar dos esconjuros e das espécies orbiculares ou o espectral arrastão:________________ PROSCÉNIOMEREDITH MONRARNAUT DANIELOVÍDIOÉRIC BORDARMAX BLACKBRANCUSIMONDRIANJACQUELINEDU PRÉAGOSTINHODEHIPONAPERCISHIAVONMAYTANTGALLOSTORN PETER HANDKERUBAAIYATDEUMAR-I KHYYAMHAUSER COHNTODOROVGREIMASABBAUKRISTEVAMARIAANGELA ALVIM FRINKBRZESCANOGUCHIJACKKEROUACBOB DYLANJOHN DONNEJULES RENARDMKURT HOFMANND.H. LAWRENCEOSSIPMANDELSTAMGARCILASODELAVEGADANIL HARMSFRANKO’HARATHOMAS BERNHARDGEORGETRAKL MOSHENKOSHAMASHVERTOVPULECHOVLOUISE BOGANCURTIUS,MIRCEA ELIADECLARAANDERMATETIENE DECROUXMAYER HOLDHEISENBERGLUCTUYMANSLUCIEN FREUDANSELM KIEFERMAURIZIOCATTELANPETER HALLEY,_________ lodaçal-de-tonalidades, de luzes exteriores, de frémitos inexplorados a perseguir as contracções prodigiosas dos espelhos onde os extravios das luminárias tónicas anunciam as pregoeiras das trilhas ocultas, as abluções regurgitadoras: vazantes da neve-do-asfalto a proporcionarem os círculos-da-vertigem, dos puzzles polares e os embarques das veias terrestres rascunham as trepidações da distância do “ciclope”: efervescências das habitações a simularem os ângulos dos pássaros: a superstição das viagens realça-se nas métricas das ágapes fotográficas e a lucidez pressente o diadema dos escapulários férteis(jorrar entre navalhas de antídotos):as iguarias do impossível a criar simetrias na sombra das loucas bicicletas, no silêncio dos pontilhistas, no ácido rasante dos lagartos: epígrafes ortografadas nas rédeas das pronúncias onde as retinas se engrenam na perturbação do córtex dum alfabeto de incertezas, de hálitos oceânicos: profiláctica superstição a proteger os rasgos na caixa-forte do nada onde um dinossauro transfere as bibliotecas, a cumeeira das prolações até aos planos dos excertos dos asfaltos que se tresmalham nos corpos sequiosos da GIGANTESCA PÁGINA dos areeiros. Rotações à deriva perfuram os alicerces asfixiantes das biografias das plataformas onde as marcas histéricas dos começos devoram as comemorações eclipsadas das metrópoles-das-vozes e os bofes da estampagem devolvem a circulação da genealogia aos percursos das caudas das serenatas-das-ínsulas (roldanas a embaterem entre a ductilidade instintiva de Benjamin Péret-André Breton-César Moro e os espaços ilustrados pelos abalos do isolamento onde as direcções das retinas pulsam como linguagens ressuscitadas das arcaicas siderurgias): o olho nutricional da fronteira decifra o contorcionismo das serpentes (entranhas tectónicas): atiradores-de-vespas na vasectomia dos helicópteros-de-cobalto e o deslizamento frenético das falanges entrelaça as trompetas milenares nos fascículos do cataclismo inventados pelas bússolas das proas-purpurinas onde as circunferências das lebres são incrustadas nas envergaduras das tensões dos bazares que filtram as ferrugens das cápsulas, os arames sísmicos (conectar coriárias aos tronos das bestas): uma fiação sugadora de abdómenes farmacêuticos________ um heraldista em descompasso.

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A sombra arde longamente nos tambores do covil. A sombra é uma interrogação do covil, move a estranheza, os teares do covil. É a clarabóia-dasencruzilhadas do tigre de Blake que se desfaz no esquecimento emparedado de anarquias: uma superstição infindável, um rodopio do horóscopo, uma espiral de tegumentos: eis o espasmo a comprimir a letargia, a crueldade teatral das semanas da eternidade, do obelisco azul das cordilheiras: eis um enxame cinematográfico varado pela metalurgia do desregramento (as batidas de Serguei Mikhailovitch Eisenstein no levantamento das inclinações entre os descendentes da “commedia dell’arte” e os anteparos da sonoplastia:___________ os escombros da armação proliferam nos ecos dos chãos irascíveis onde os vocábulos, os atalhos, as oscilações se interconectam como uma antropofagia do “ Outubro-couraçado potemkine” a projectar a ancianidade dos pigmentos teatrais e ecos intermináveis das medusas opiáceas . O alvoroço dos semblantes acelera-se num aeródromo de fenómenos e a corpulência dos compromissos focaliza-se nos chocalhos aleatórios como uma endentação-de-casas nos balanços das carnaduras que pronunciam andarilhoscom-impactos-insuperáveis( ruínas ancestrais depositam-se nas hipóteses dos gigantescos moluscos: espessura argêntea a dissimular os epitáfios das árvores, os chocalhos dos animais que se escapam nas fendas imprevisíveis e a transmutação é curativa quando bate nas estações dos electrochoques: uma mandíbula-vertical nos antípodas que protegem a repetição das bromélias entre os estilhaços das azagaias). Transfiguram as pupilas da opulência em animalidades anelantes para lacerarem a magnitude das criaturas pendulares e uma mandíbula em contracção descobre as pontilhações da cobra-coral: uma vergasta-do-olhar nas nervuras do instrumento das congeminações onde a violência suspende o mistério cavernoso do lampadário e a LOBA é uma área da origem sugada pelos símbolos-sonâmbulos, pelo cartólogo da perpetuidade (imprevisto dardo vegetal a gorgolejar nos cornos do arabescos, nos roteiros dos argonautas). Dentro da árvore o idioma solicita os órgãos luminosos: um alvoroço de TETHYS onde as caldeiras infinitas e as escadas globulares depuram as aspirações das matilhas. O ápice salino é um trompete dinâmico no azul-indigo entre o alfarrábio e o heliporto-châsak: vértebras-de-vidraças a circularem na península dos fazedores de ÚRSULAS. O incêndio de víborasantimatéria atravessa as copas das sístoles-fotosféricas e o lodo das catedrais dobra o metal das melopeias astrológicas. As térmitas tremem ao filtrarem os percursos das molduras-hipotéticas entre os resguardos dos mênstruos das espécies e as fissuras das louças que regurgitam nos jugos do semeador. O Gene de Imunidade-Heráclito encarna nos visores das óperas da catatonia, um guincho da matéria agiganta vagarosamente o acolhimento das lucernas de HELENE. Susana-NÁRNIA-Rabadash germina entre as Lanças interestelares que rebentam entre os tendões adversários da cravagem. Haikais-zoom da novelle vague a talharem as oxitocinas da arqueologia de Kenneth Rexroth. Aracnídeo na inscrição da inércia e um horto cognoscível esboça-se nas insistências farenogâmicas: uma cadência de arqueólogos sobre os diamantes botânicos dos equadores: um grão fabricador de cruzamentos-de-latidos caminha nos planos da gravidade e um astro está no seu interior a soletrar entre as pleuras-das-ausências( lâminas densificadas no ostracismo): o esquecimento

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das epígrafes a infiltrar-se nos reflexos da matéria (viagem eléctrica do precipício a compactar-se no último hipopótamo líquido). As patas das lobas-de-CASPIAN pressagiam os polvos da homeostasia: as TRANÇAS dos dínamos a atravessarem o seguimento dos retratos da lavouraem-espanto e o balouço da refrigeração das lâmpadas hifeniza os coros das vértebras(quilhas do pensamento afastam-se e aproximam-se das fracturas, parecem escultores de hieróglifos circunscritos pelo vento BARUCA): batucada das sanguessugas no néon das sentenças dos anzóis da APNEIA, turbulência dos cenários placentários onde os gadanhos boreais pespontam as sondas sonoras dos nascimentos ARACNÍDEOS. Formigamento da interinidade idiomática. Bebedouro rolante a fragmentar-se par excellence e a anatomia-polar do jogo das válvulas harmoniza-se na crueldade erecta das medusas: cercam-se de alarmes os náuticos-alfabetos e um albatroz astrológico galopa sobre as ignições das medulas do sequestro das metáforas (paisagens de combustões penetrantes espaçam a insulamento das mandíbulas ou das mastreações da LOBA-de-Hart Crane: HISTEROTOMIA ANTECIPADORA dos trilhos, das têmporas, do exílio, das garatujas dos canais, dos telegramas dos abismos da borboleta-alfa e um caçador de exposições-do-vácuo é uma escala da NEBULOSA-ANEL): estimular as picadas das ciladas, os interfaces das montagens e os besouros das miscigenações-das-vertigens (faringes espessas de limalhas métricas): mutações das ressacas e moldar acontecimentos nas alvíssaras arqueológicas (observatórios inexplicáveis): um deslizamento fragmentário onde o claviculário-dador de Elida Tessler é safenado pelo contorcionismo da Loba-palavra: os estojos da tripulação detonam-se nos fósseis dos charcos e os mantos da via-férrea inovam os organismos jurássicos como vendavais no olfacto das mutações e um coyote da rodovia esquadrinha os reservatórios geodésicos onde os partos das migrações dinamizam os alicerces das antenas para retornarem à saúde dos faróis que perfuram os óleos dos tutanos dos escorpiões: os repertórios das vespas são as medulas dos mapas, parecem fagulhas estratificadas pelos ganchos-microfones dos expositores de circunsições (os excrementos do ecossistema circulam nas narinas estelares e as sandálias pélvicas escabulham-se como argolas-de-uivos entre os revestimentos dos peixes-voadores e as traqueias dos tintureiros das sementeiras: linhagens de abrunhos e desbastadoras de cobras geram raízes rolantes onde os Lobos estruturam os VAPORES das manobras seminais: limpadores de borralhos estaqueiam as tensões das gralhas, as seculares álgebras para enfeixarem os calcários eléctricos na fluxão dos milhafres que mascaram as enxertias dos estorvos (vertiginoso ofício dos rastos das artérias) filigranas de amiantos entre os monólogos dos lodos que abotoam os instrumentos colaterais dos colapsos ou serão narinas radiculares em riste sobre os grânulos-hipocondríacos das ravinas? SOMBRAS dos pêndulos nos coleccionadores de incubações e de cédulas aborígenes plagiadas ). As malhas do hipnotismo escoa-se geometricamente nos ecrãs petrificados e um cogumelo labiríntico sustenta os diques do serendipismo onde um carvoeiro se arboriza ao albergar as convulsões das dinastias ORBICULARES. Resta a crispação das meninges-vazantes, os dicionários dos prostíbulos, os anúncios dos CARRILHÕES, as polifonias dos desembarcadouros e a oscilação das ostras à tona de LETHE( esquecimento). Bachelard é colhido pelo transe dos

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touros-léxikon e a matéria dos desfiladeiros cerra-se para desemaranhar as pólvoras dos bichos onde as metrópoles se projectam como gruas-labaredas a beberem as épocas do BURACO-NEGRO. A Loba inala a rebentação do cadafalso e germina-se sobre os perónios dos relâmpagos(sente a alfaiataria infindável do zodíaco: uma constelação rectilínea): POMBA invernal empalhando a claridade e o sono experimental dos viveiros atinge a soberania dos gafanhotos dos caudais. O bicho é já uma vertente-de-virilhas dos azulejos. Uma fibra das abelhas-apressadas-nos-espelhos. A LOBA está visível na estaca do fogo verbal. É molecular e incandesce num chocalho aritmético. É uma estratégia da resistência genética onde a estância conubial se manifesta perpendicularmente na odisseia das glândulas (um arado da colina forja-se entre os violinos planetários onde os leopardos são anestesias a transferirem lanternas para as ancoras do escurecimento para os sorvedouros das insónias vasculares (quartzo panorâmico na zona zoológica onde tudo crepita até à ceifa das funduras): dinâmica do assombro a escorar a perscrutação dos uivos que polarizam as plenitudes dos ganadeiros (o esgotamento, a infixidez e a indeterminação agenciam as analogias do indizível, das blindagens telescópicas onde a Loba se constitui ao atravessar a aventura da gravação dos espamos, ao dinamitar os remorsos sibilantes: infazível espécie impulsionada pelas batidas da palavra-que-é-uma-cicatriz-de-silêncios. Uma palavra de polimorfas-Lobas a balancear-se nas latências do assopro-do-precipício para reiniciar-se na performance da audição-da-noite: a palavra que se desdobra, se estorcega: eis a alienígena a abrir-se ao vespeiro-astral, aos alarmes dos ferradores dos mastros e ao mundo faunístico-botanikós de Giuseppe Arcimboldo). Os claustros de forquilhas são fermentados pelos hemisférios da prestidigitação e uma herança de catástrofes é incrustada nos sebos dos centauros, nas nebulosas dos satélites DEIMOS-PHOBUS (cavalgadura do babadouro AURICULAR: os electrões dos chifres encalham nas tecedeiras da vacuidade, nos centros dos puzzles uterinos e um vedador fraseado malha, traqueja, focaliza-se nas luminosidades dos corpos, nas emergências edênicas, nos maxilares do espanto). Que renascimento é este a construir elefantes centrípetos nas sombras arrebatadas das traduções criativas? As ondas-sónicas formam um BÚZIO de lâminas e de contorções de músculos-vaginais: Telesto e Pandora pululam (asas avançam destroçadas sobre as profecias): deflagrações das clareiras-poliédricas: magnésios vigiadores de pirâmides-de-lúpulo são extraviados pelas ciladas-em-potência da DIAFONIA. As ROCAS de alvéolos do subsolo aromatizam a decomposição das audiências caninas com os termómetros fecundos da catástrofe e a permanência monstruosa das incisões psicodélicas cai nos excertos anónimos da plenitude do mau-olhado onde as pestanas da morfologia-dos-sacrifícios hesitam para levitarem nos eczemascósmicos: um içamento de luras hidrossolúveis a pigmentarem o arsénico entre as mandalas dos vitrais. Um pássaro-silenciador de parques-seculares bate nas profundas gorjas da demência, bate nas sentinelas das viseiras e decepa um arcabouço de pressentimentos porque ele é já um pressentimento, uma translação de caçadores biológicos: imensidade dos andarilhos das luminárias numa

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gigantesca fechadura de simulacros e os circuitos das LOBAS observam a ininterrupção das escalas musculares, as maxilas imortais onde pulsam os ímanes dos úteros, os turbilhões dos poros, as curvas do vazio e a treva nutre as abóbadas do além-mundo, dos archotes das torres-rapinas, dos golpes dos trópicos: ferrolhos no incubamento das catadupas do ostracismo (garras soníferas cobrem as dobraduras flutuantes dos jaguares) __________ o FUSOR da heterogeneidade é já uma vertigem da imprevisível historiadora que colapsa na lisura da transfiguração sobre os alabastros do sangramento das MIGRAÇÕES de Aimé Césaire. Hino da obscuridade, dor intensamente coalhada, dilatação salina do tubarão da gravidade: há um estendal de subsistências, há uma serpente-de-hipérboles e ANAHUAC estilhaça as medulas-dos-écrans como escoadas lávicas de JEAN LUC GODARD a sitiarem as aguadilhas dos germes, a alastrarem os sôfregos das extremidades das escadarias, as áscuas submersas das paragens ovíparas. A Nebulosa-Anel inclina-se nos ofícios dos telhados, nas procedências das elevadas bateduras, nas circunferências das muralhas. Diz, golfo fantasmagórico: diz, gânglios nos trapézios das sonatas porque há uma projecção dos enxames arbóreos sob os editais da asa-delta SAFO-TEÓGINA. Um colo nos contornos da casa, a excentricidade sonorizada da lumieira, a invasão dos esboços das cítaras, a eternidade do peixe-na-palavra e as exclamações corporais convergem na miscigenação-das-ANTAS onde as respirações das emboscadas são batidas pelos gatilhos da memória-vazante___________: bandarilha das embarcações entre a fleuma de AQUILES e as armaduras dos nadadores laceram-se nas alucinações dos espólios das mandíbulas invasoras de sinos geográficos (o astrolábio descaído é um hemisfério residencial abocanhado pela besta sísmica): abalroamento dos tóraxes da HOSPEDAGEM e um rinoceronte desvaira-se entre a ourivesaria barroca e as ligaduras cromáticas dos ideogramas: crinas periféricas em alta-tensão cruzam o verão dos camaleões prismáticos e o látex de SÓFOCLES oxida as latitudes das imensidades esporádicas como tratados sonantes de cereais num temporal de legiões cantantes, de búzios nítricos, de ilustrações envidraçadas, de líquenes sob a circunspecção do horóscopo e as cegueiras das ofídias-saqueadoras de cicatrizes ressurgem ensanguentando os mutismos dos equídeos: uma cor de gargantas expansivas a vacilar nos vestígios das bóias das esfinges. A cordoaria duplica-se na sofreguidão dos hidratos e a presença heptagonal dos utensílios trespassa o desaparecimento da respiração lexical como vísceras-mímicas a incinerarem as madeixas da enunciação dos embates-das-linhasférreas( evaporação dos fios condutores a incrustar-se nos fragmentos das premonições). A LOBA DESDOBRA-SE nos ALFARRÁBIOS dos TRIOS ELÉCTRICOS O domicílio do cataclismo coordena os vocabulários dos vultos e transfigura os sinos-voadores da antiguidade em lanças da ciência milenar: as aranhas giratórias explodem nos sumidouros das virilhas andróginas porque existem graduações pré-fotográficas na evanescência dos morcegos dos pergaminhos, nas estações das centúrias, nos espelhos operísticos de Joana Sutherland: o porão das escrituras plasma-se nas empunhaduras dos tigres nodis-nirmal como geografias das têmporas espaciais a incrustarem as cristaleiras das orfandades na asma-inercial. A natureza de MASAI MARA nos inter-rails passeriformes e os violinos universais enxertam a estranheza da existência dos copistas-

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epifânicos (mostradores dos esmeriles delirantes alcançam os pastos de MONTE HERMOSO) onde as rasuras das cosmogonias atam as pegadas velocípedes e os alaúdes sazonados aos trilhos dos embates luminosos das alfaias africanas (cadência hiemal a eriçar-se nas pulsações das galáxias de Léopold Sédar Senghor: lançadores de câmaras entre garupas-cerâmicasaborígenes onde se bordam as golfadas inauguradoras de pianos mediterrânicos): sopros-chrónos-AION-RADIAL nos lenhos dos testamentos sonoros e os cardumes-LÉGHO injectam-se na ventilação da astralidade de TOULOUSE-LAUTREC para digladiarem as febres das esporas das trepadeiras (hemoglobinas adubam as cartografias das antas vivificantes das órbitas de NIÁGARA e os ócios aracnídeos são glossários-candelábricos dos planeadores): gigantesco filamento entranhado na deslembrança dos embalos das fainas maternas e uma flecha colossal hipnotiza os intermediários do fogo, a mente do isolamento, a evocação dos fotogramas: hospedeiros árticos açoitados pelas estirpes lunares (LUZ LARVAR a ciciar nos cronómetros dos painéis: e o sangue das raias engendra-se como albatrozes a purificarem-se na adrenalina dos cristais). Encontraram o alimento órfão do gelo. O lugar-global das pedras do sono. As inscrições flamejantes da encruzilhada dos reagentes das arquitecturas. O exercício da habitação abre-se nos colapsos da insónia: uma rosa na sonância primordial. Niágara luzente no pavão do poema e outra pássara da refulgência entoa-se íngreme ( desenho-batente-dasmasturbações):um pântano vocálico a estiolar na velocidade da aguarela. Refluxo na cidade do assombro, do zadrez deslizante das esculturas apologéticas ou assombração dos vermes que balbuciam nos dialectos das trombeteiras_______________enceraduras cambiantes a cauterizarem as agulhas indicadoras do enxofre-historiógrafo ) Crânios moventes tracejam violentamente as ruminações patológicas dos milénios e os fragmentos das sístoles-dos-arabescos inflamam as gadanhas dos anfiteatros com as pistas progenitoras dos pirilampos-alcalóides: a beligerância-rapina é uma correspondência de alvéolos-atmosféricos a esgotarse nos soluços carregadores do rizoma-Anacreonte (os objectos faíscam nos traficante de planícies: trenós de esponjas ininterruptas entre os bastidores dos ecos e as soldaduras inesgotáveis da areia curvam-se na pressão das bandarilhas hipotéticas para baterem no telhal alucinado dos meteorologistas_________calcário da Loba, polaridades da Loba, medulas da Loba: oh louca ardósia podadora da visageidade e dos lacraus ciclópicos). A erupção fosfórea da barbatana é ordenhada pelo exercício caleidoscópico dos serradores camuflados de hipnoses e a Loba-Huracán é uma potência craniana a transluzir nos obstáculos dos cinematógrafos. Cérebro estelar sobre os laços das águias mondadoras de desertos e a fenda das vigiadoras de gôndolas-dosmeridianos ferve( escaldadura da cólera das testemunhas): molusco sangrento, uma agulha invasora, um cântico alucinado, um rebento anfíbio. A Loba abisma-se centralmente nos azuis das laringes dos espelhos e devaneia entre as sombras dos espaldares petrolíferos. Águas insondáveis racham a profundidade das estâncias, as sinistras revelações das estátuas e as correntezas dos holofotes esgotam-se nas extremidades do grito. O grito lactante. Exaustivo. O grito da hecticidade. Primitiva catedral a tremer no barro de TELESTO e o estoma lapida a dança dos óvulos do isolamento com as campânulas do auspício, com

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a alucinação das crisálidas onde a constelação é já uma placenta do precipício, uma armadura hiperbórea: o sono dos vultos explode nos fulcros espaciais: (quartzo da transformação: eis a fractura lunar no vértice pasmado dos cenários carbónicos: crateras ópticas salientam os planos implacáveis da precipitação). O corpo cega-se numa rosácea de espaços, num cata-vento mímico. Uma esfera de guias-de-arquivos veda as encenações desvairadas dos vaticínios: uma mancha móvel ressuscita os signos do sazonamento. É a linguagem da perspectiva da menstruação envidraçada pelos biógrafos marsupiais (o asselvajamento audível das grutas-da-labareda, o visor da maturação da morfologia enlouquece: retiradas da MELATONINA a tactearem os sabres pendulares da celebração da HOMEOSTASIA, das gargantas brilhantes das epidemias que desatolam a linguagem temporal ou será um lanho-de-traqueias numa rotação de acrobáticas geografias, uma mancha de pautas eruptivas embrenhada nos alarmes pedestres? Ou serão bafos cavernosos na inteligência dos asteriscos, nos vapores caligráficos: uma gigantesca entranha sonda a circunvolução ancestral___________o homem das estepes coroa-se de roldanas, de ferrolhos esféricos, de despojos planetários, de papos dos bois radioactivos (as sonoridades hasteiam-se nos espectros dos cavalos-de-urânio e um arcabouço-de-serpentes irrompe retorcido: transpiração galáctica: ilharga do sangramento tipográfico (alabastros noctâmbulos grafam ervas arrastadas, ecos beligerantes e desorientados, biopsias dos canais seráficos, fórmulas das mutações esfíngicas, aos polarizadores de enguias-mentais e os ramais corvídeos engessam os puzzles cambiantes, a insânia do próprio espelho, para preencherem o sono dos golpes-dos-archotes-do-patafísico: o silêncio da flutuação abissal é absorvido pelos detalhes do bocal venenoso: um idioma dinamitado pelas emigrações (os interrogatórios das árvores abatem os vaticínios): chocalhos da célula-tronco a espremerem as vestes das iguarias dos cenógrafos e o cérebro roda nos sinais bloqueados pelas raízes púrpuras) ___________ a Loba perspectiva-se na intercorrência visceral. O chamamento do fulgor acena às espessuras das reservas celulares. O estendal é uma ofídia de iluminações e de enxofres a inaugurar os ganchos das cicatrizes dos relâmpagos (carburante fôlego da história das onomatopeias e dos urdumes baptismais dos arquipélagos). O homem chumba-se com as olarias soberbas dos astros arteriais onde as lanças da temperatura decifram as voragens dos hortos entre os “campos magnéticos” de Philippe Soupault: recomeço das dissonâncias da clandestinidade, a poeira rumina na perplexidade das geografias extirpadas e recicladas pelos ricochetes da “rosa dos ventos”). O hortohomem desentranha-se do arbitrário, evapora-se nos destroços sanguíneos e a embarcação do horror estrutura-se num bebedouro de levitações. A trave do nevoeiro detona-se entre os poços expansivos e as cortinas das parábolas e conflagração fertilizadora de CALDÉRON: um vaso sacraliza-se na citologia dos uivos. A LOBA resguarda-se numa túnica de colmeias, nas ampliações do sal fálico e os gerânios do aguaceiro tacteiam-se nos simulacros hermafroditas onde o covil-arfante prolonga as operâncias das clepsidras: um crustáceo dos Himalaias. O covil untuoso a desovar-se nos refugos dos êxodos e a voltagem é cunhada pelas aias dos mamíferos: ombros agrários a rebentarem nas escoras das trombas dos insectos_______________ uma vagina ciclónica ungida pelo parteiro indecifrável. Sonoro escorpião a mastrear-se entres as estirpes da

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cicatrização dos calendários. A Loba é o bólide. A textura vigilante da hospedagem glandular. O utensílio do desvario, o arpão enfeitiçado enforca-se nas inaugurações dos covis. O esfolamento do rasto ciclópico sussurra nas antíteses dos auto-retratos e uma teia do improvável desmancha-se nas alergias dos vídeo-musicais. E...FREYA sobre a tumba-dos-leopardos: re-escreve: ________O TOLDO migrante no GIGANTESCO vidro opalescente onde o leitor-LOKI renasce nos fragmentos de KALIN-NAZCA____hipnótico machado-semi-lunar apontando os perpétuos hinos solares de AKHENA

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CORVOS-PAVESEANOS As navalhas da densidade metafórica arrancadas ao sangue primitivo-estelar das esfinges sobrevivem às desassossegadas ancas das víboras (cavalgada irremissivelmente escoada na respiração vivaz das coincidências das baleeirasfiliais-da-semanturgia onde o geografismo de PAVESE leva os equinócios dos fluxos corporais, a nutrição dos asteróides até ao ÓREKSIS de LANGHE): rotas feiticeiras dos gadanhos-dos-pilotos farejadores das cabeleiras-vegetaisdos-elefantes-paradisíacos OU dos TARAHUMARA de ARTAUD ou das flechas giratórias-iluminadas pela imobilidade das escutas-das-faúlhasarteriais: embriaguez das desflorações oculares/angulares a elevar a pulsação do Alasca-poético quando a ciência abismada dos látegos-dos-refúgios se inclina na exposição do minucioso bicho descobridor da rosa-embrionária-dosfuracões e do AIÔN da vastidão LAVORARE STANCA: flexível ascensão dos bichos-das-filigranas-das-crateras como bandos concêntricos e sazonados a descerrarem as vozes das campânulas nas probabilidades-da-gravitação da astralidade que reúne as arquitecturas luminosas das cesuras “Gaudíacrobático” para embalarem e lapidarem os compromissos das gargantas migratórias nos últimos chamamentos das onomatopeias matinais:_________ as pistas desmesuradas das bicicletas GOLPEIAM as vagas-dos-baluartes embutidas numa margem-de-alvéolos-soturnos surpreendentemente contagiantes e o estriamento da carruagem-de-parteiras-solares acolhe a sublimidade-circular do pássaro-dos-desvairamentos sobre a o esguicho da baleia transatlântica ( ressonância dos cruzamentos dos relâmpagos a ressuscitar as pistas do alabastro de MOBY DICK: furtiva lantejoula do PHARMACON oceânico a desarranjar o frontispício das quadrilhas da florescência de Hylaia: as camadas da escrita a evaporarem-se ensanguentadas dentro das espáduasdevastadoras-de-Barcaleone porque anestesiam os repuxos das vísceras do abismo e atravessam uma via-férrea-de-enxofres-eléctricos( loucura das células das guilhotinas a fulminarem as arcadas das vinhas levitantes entre gigantescas estátuas de espelhos): os caçadores de cataratas sangram nos sobressaltos dos ofícios do nevoeiro e as efervescências subterrâneas sugam as procissões herbívoras dos cavalos-em-chamamento-evocativo do OFÍCIO de VIVER como mandíbulas das geografias abstractas a desfazerem-se inebriadas entre os rodopios coalhados-dos-leopardos-maternais e a musicalidade dos hemisférios míticos: CRÁNIOS de ELECTRICIDADE a diluírem as equivalências-extremas dos azulejos carregados de coros-peregrinos-dassementes preciosamente contaminadas pelos raios inextinguíveis que alimentam os búzios-das-chuvas e as voltagens tectónicas de Hemingway : as tochas batem nas forjas do SACRARE e nos orifícios do afogamento onde os violinos-do-êxtase entoam fábulas seculares como mergulhadorescontorcionistas-do-silêncio a abrasarem os touros das constelações (os esófagos armadilhados de arrebatamentos encalham propositadamente nas cordas dos diques-projécteis: saudações dos vértices dos animais sob a sanguinidade dos cachos metalizados: baloiços nos servidores das clareiras do gérmen e o ANTLITZ de PAVESE liga-se aos tremendos lemes de Daniel Dafoe ):

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as CICATRIZES dos camarotes-dos-incêndios pronunciam as perspectivas das poses na lixiviação dos tentáculos suburbanos : anzol electrocutado nos alimentos dos insectos dianteiros e um pórtico de julgamentos-de-pescoços é reenviado obsessivamente até às nódoas-das-hélices das atiradeiras criptogâmicas (arqueiros da vertigem a chichorrobiarem sobre as negações das cicatrizes dos caminhos sombrios): os trompetes-dos-pássaros recompensam os gatilhos das putrefacções dos ladrilhos-barbitúricos como ricochetes pegajosos a perfurarem os veios das lucernas: matéria-prima dos últimos embates das gavetas do icebergue entrelinhado nos almanaques boreais do relâmpago( “vendrá la muerte y tendrá tu ojos”):_____________os estabilizadores das aberturas da salamandra pélvica gerem os impacientes núcleos aborígenes e a voracidade das vulvas homeopáticas transparece na unidade infinita dos IMPETUOSOS idiomas como a presença das ressonâncias-aos-tropeções na fagulhação das radiografias/mitologias reunidas pela profundidade dos arcos-aquáticos que apavoram a plenitude da cidademental:___________ insolação das trincheiras a içar a ferrugem das serpentes dos sarcófagos : ou serão as ondulações das cúpulas na venerabilidade da espada-rapina ou será a escaldadura das costureiras da sede a sussurrarem entre os cavalos-bebedores-de-sândalo(ocultas laranjeiras-de-candeeiros pousam no retorno-das-catástrofes): (ESPELHAMENTOS da armadilha nos tabuleiros da INTERROGAÇÃO): ARTAUD! PAVESE! na floresta de JOYCE e no vácuo umbilical de Steinbeck Por que a noite assoalha os cofres interlocutores dos esquálidos cativeiros da crueldade e as rupturas da corda bamba são utensílios das levadas indizíveis? Por que, Artaud, Pavese: será uma gengiva central das luzes a amadurecer selvaticamente os detalhes das audiências dos ilimitados arabescos com a interpretação sibilante dos falcões entre as elevações dos materiais magmáticos-lávicos? E esses desafios misteriosíssimos nas colunas-das-moradas, Artaud, Pavese com os redemoinhos-das-guelras a penetrarem nos espaços vazios das olhaduras, dos pilares cinematográficos, das monstruosas pautas da cantariados-satélites? os assombros dos vendavais unificam-se nas encruzilhadas dos astronómicos pirilampos de Pavese-Whitman:________ os vigamentos ou as vírgulas das águias desabrocham na instabilização das encostas(estrumes metálicos, alfabetos de topázios, ácido auricular na inércia das raízes, musicalidade das bigornas. Savanas-embrionárias ecoam nos néons da catástrofe) (as persianas microscópicas resguardam-se nos sustentáculos órfãos do alabastro): ventocentrífugo enclausurado nas averiguações dos chilreios do cometa-sanguesimbiótico onde as transmissões lunares reinventam as tangerineiras fantasmagóricas do fogo (sinuoso muro visivelmente aberto à aceleração dos lóbulos-de-órbitas-adamantinas): um instante-em-circuito do animal-magnético abisma-se na tonelagem das braçadas dos tubérculos-das-fronteiras que evocam

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a loucura bífida da sombra-escorpião como um utensílio desabotoado a lavrar devagarinho as escrituras da água (arestas da sementeira sobre as pancadas envidraçadas da noite-polidora-de-tímpanos-terrestres): os olhares dos crocodilos de PAVESE embebedam-se de iluminadas úlceras-salamandras para distinguirem os ritmos antigos dos vulcões (manobras dos degraus das fendas: cólera do vazio arpoado infra os pulmões-inumeráveis de Jonh Dos Passos): __________ os fôlegos das antenas dos astros sentenciam as passageiras íntimas das cataratas-demoníacas: agitações dos fulcros dos espelhos a desatarem as soberbas gargantas dos mastros-em-queimadura e os estábulos-das-gerações transluzem nos golpes zoológicos: lumes jugulares a gretarem os alpendres rotativos do hipopótamo da astronomia: _____________ carvão-de-navalhas rebatido pela quadratura dos hussardosda-visualidade onde os ressaltos odoríferos das coxas-clorofilas arrepanham os obsessivos faróis dos aconchegos-das-fisionomias fixadas no esplendor do teatro: sorvedouro rítmico da substância anatómica sob as cúpulas de Charles Dichens a responder intensamente às máquinas-metereológicas dos beirais-dasgavinhas, dos êxodos rurais e dos intacteis polvos dos pontos cardeais: posição apurada dos golpes-dos-cães-em-transfiguração reservados às mirras-tensasdas-artérias-sonâmbulas: as celas dos exílios-BRECHT-Pavese expandem a direcção profundíssima do húmus-gestual onde as vespas das axilas das maçãs oscilam num carreiro de ecos-de-ninfas-da-cidade-fundida: transversalmente os crepúsculos das radicais-larvas são consumidos pelos limiares dos formigueiros-fúngicos e pelas temperaturas-dos-lóbulos-dasbibliotecas: as resistências milenares dos interstícios das trinca-nectares constroem oblíquas viagens sobre os refluxos geométricos das gangrenas da gigantesca TRAQUEIA para interceptarem DIAGONALMENTE a primeira concessão das colmeias dos mapas hidrográficos (sarampo-das-bagas nas entranhas baloiçadoras dos ecrãs indomáveis: luta da digitalidade dos ocos sob as sombras-dos-delírios): ____________as aves-matracas desdobramse em chusmas menstruadas entre os altares das giestas das ruas-dasconfissões-industriais como um aperto zumbidor inspirado nas portarias dos intercessores de aguaceiros: as coruscações dos seios lactescentes distorcem o verão dos comboios-dos-insectos (irresgatável densidade das campânulas dos hipocampos): desunir o frenesi dos ligamentos dos faisões sobre os leques intermináveis das gravações das transferências climáticas (proas de fuligem nos vigamentos anteparados ENTRE as sopas das minhocas-literárias e o escadório fálico da explosão antropófaga): as docas ritmadas-dos-lábios centralizam as polainas de vento nas curvas do fluido-vaginal-electricamente-planetário e os gomos-lenhadores de minérios-de-uránio despenham-se nas ampolas transparentes das dormideiras como tufos acrobatas da cirúrgica adivinhação a entardecer a urina-niquel das autobiografias e das crisálidas espalhadas pelos polvos da existência: varas-de-substâncias-escarpadas e bisontes-de-silênciosvingativos a coreografarem os duetos dos fósseis-das-medulas-faiscantes (bombazina corporal das galerias carbonizada entre os seixos da decifração dos poços transitórios onde um rebanho de células degenerativas arrepanha o absinto/relógio da mercearia geotectónica (a flutuação das placas dos utensílios assinala no ombro da folha venenosa a desobstrução da plaina-de-ar): os chupadores de plúmulas-de-ressaltos assoalham as caligrafias das boleias cessantes da nuvem-do-torso-bailarino

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e a dilatação dos sucos das ofídias deposita a insistência dos casulos-dasatalaias no voo da colossal lâmpada-da-fertilidade (cronologicamente as roldanas dos pastos hospedam-se nos chocalhos dionisíacos: flecheiro com o sangue do íman-do-pavor ao colo): a antecipação das estufas das valsas fractura o solo-do-bacanal-das-vespas e os sustos da pradaria concebem os recortes das pinças dos ciclones de PAVESESTEIN (leitos-lenhos-marfins-dardos-dos-gérmenes num turbilhão de silêncios-rotadores que assombra as transfusões solares no fundo das insculturas: CORVO do suicídio COSMOPOLIZADOR e das profundezas anatómicas): os glóbulos das lagartas-das-estacarias-saturninas incham nos sentidos prismáticos dos minérios que iluminam a magnólia-plasma das tribunas-das-alucinações tatuadas pelos inexplicáveis/ininterruptos desmoronamentos das farmácias da astronomia________________________: (aqui as canas celestiais dos pescadores de caravelas-sinistras envolvem-se no rasto das castanholas universais onde a sedução dos fulcros-das-dentadurasbáquicas argamassam os desfiles das chaves dos bastidores dos CLARÕES) Ilustração de VÁLVULAS mineralógicas a deslizar inabalavelmente entre as expressões dos cachimbos-de-ameixas-solares e o turbilhão das claridades sazonadas: marés de trevas viscosas sobre os tesouros-dos-gafanhotos e as braçadas ossificadas pelas sibilas dos incêndios( banquete da sincronização das tatuagens convulsas das lagunas): a folha-da-pinha-do-abismo banha em arcozodiacal as vedações das merendas terrestres e a encubação das feridastransitivas-helicoidais como se afagasse um equídeo de astros para nascer de novo nas cerâmicas FERROMAGNESIANAS (castanholas de sílabas Máficas): escorrências das assinaturas da plenitude a vergastarem os estuques das carpinteiras do asfalto (tetas debulhadoras da manducação dos umbrais: sistemas de transmissão de pêssegos sonoros, de diamantes-de-tétanoatmosférico): __________ a acentuação-das-acendalhas dos caminhos-de-barro expele as nozes de porcelana sobre os órgãos dos precipícios que escolhem as amarras-dos-reflectores das devastações das dunas para se escoarem nas espáduas das eclipses: brincos clínicos das translações a capturarem a velocidade matricial dos herbanários das fronteiras-vocabulares (o odor das garras da girândola distingue os vultos enlouquecidos das cópias piscícolascarnais-lunares entre as transfusões-cegas dos idiomas e os pasmos das mulheres que encurvam a eternidade): a germinação das cestas-energéticas distende-se-contorce-se nos indícios-dos-sopranos recolhidos nas bóiasatlânticas-dos-cataclismos para deflagrar nas flutuações do largo das meninges da Gronelândia: as suturas do forro do horizonte são magicamente armadilhadas pelos bailados dos animais-polares que metamorfoseiam a dessalinização vegetal sobre as arquitecturas-das-navegações-maternais e a fundura das embocaduras das luzes crava o perfume eufórico do uísque escocês de 15 anos nos fôlegos das luas realinhadas pelos lances da Tundra Sibesarina onde Pavese se propaga ao atravessar as membranas do relâmpago de Joyce. Montanhas a fixarem os cânticos abruptos do tigre entre os sopros dos sacrifícios das iluminações

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VULCÃNICA-MAUNA LOA Um sinal incessante a rodar o amadurecimento dos crivos da planície: segadores dos baloiços costeiros a recuperarem os troncos das aterragens dos meteoritos – sobreviventes imagens nos infra-vermelhos das catacumbas: detectores dos baixios das improvisações do leite meteorológico onde os desfiladeiros rectangulares das aves perscrutam os borbotões do refúgio dos limpa-neves, os anélitos-entrevistadores dos choques petrolíferos desidratam as cornucópias dos patíbulos dos cercados, os gatilhos dos tornados a engrenarem nos museus da história e as palpitações dos esteios fotocopiam os portageiros do combustível entre os salvamentos das carlingas telefónicas: bois-entre-libélulas CONGELADOS na possessão das imagens de satélite: as serventias dos polegares arbóreos estimulam as lanternas nacaradas a tresmalharem os cardumes da conspicuidade sobre as fotos angulares do Alaska, o mostruário estival das fêmeas zela pela firmeza das tapeçarias dos portos-de-emprego-sazonal, o aparamento infindável das rádios orienta os portões fechados da substância excêntrica: ALERTA dos tectos da catástrofe: as arestas da poeira alargam repetidamente a exigência da louçania das ambulâncias geográficas truncadas nos trampolins diluvianos dos olharesnavios encalhados nas leituras dos satélites, as marionetas dos aeroportos discocráficos lançam tambores-radiações UVA nas ciladas dos carros eléctricos:_______ é a arte da alternância dos radares das brigadas de trânsito a projectar o insulamento dos óvulos dos sapos retardadores, navalhadas ambígenas na vigilância das esferas-pugilistas infabuladas na extremidade incandescente dos rios-dos-laboratórios, vendedores de peças-de-teatro na metalurgia do alicerce ELEMENTAR da vida e a fugacidade das correntes dos nadadores-salvadores forma entre a drenagem das buganvílias uma égide-sushi antioxidante: a mascarilha cromática das abelhas-dos-crisântemos desembarca na ostentação das urnas dos presságios: peregrinações inauditas das folhinhas vulcânicas na fundura das variações dos mapas: heras dos metais incorporadas nos fachos conventuais, os microfones-dasdramaturgias esbracejam exclusivamente nos indicadores das turistas dos legumes odoríferos, o amontoamento autobiográfico dos marceneirosASTROLÓGICOS rebocam os bagos trigonométricos das ruminações (radiografias dos hotéis-ergastulários) e as trajectórias superviventes dos vendedores de cômoros vocifera entre os realizadores das bigornas das tempestades (os rebentos dos acampamentos sem fôlego agarram-se às figurações das coxas/íris dos fenómenos de vibrações) ______ as lantejoulas da composição citadina garganteiam na ascensão oracular das bancas-de-pólipos como a pulsação das clínicas-do-alumínio a inflamarem a simetria barrenta do pânico das espingardas-dos-automóveis, os míscaros silenciadores dos entroncamentos-celulóides exortam a condecoração das fisgas da cristalografia: divisibilidade engatilhada nos eléctrodos das patas dianteiras_____________

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interrogatório da vertigem-cicatriz sobre os fenos das soleiras e o carvalhonegral inunda-se de panteras diáfanas para revestir as alavancas dos ricochetesdos-relógios-urbanos com a sanha da luz-felina (bateria-de-glandes nos alongamentos dos fechos das pegadas). STRAVINSKY-BARTOK-SCHÕNBERG entre os faróis do mediterrânico Uma pomba de lâmpadas sai das ardósias-das-peças-de-teatro para pernoitar na magnificência da cintura espontânea/indecifrável impressa num estandarte de membranas náuticas-abissais______ outra pomba de armadilhas convulsas é alumiada pelo reentrante ervado das variantes leoninas (pétala desconhecida nos joelhos das pessoas-aos-soluços como uma garganta fantástica de heras embarcadiças a adelgaçar o interior dorido da montanha): os pássaros-doscolares-nocturnos extraem as roupagens olorosas dos náufragos para fustigarem os mergulhadores-de-janelas-vertiginosas e uma nuvem de vasos intermináveis trespassa o avesso da atadura da polinização: harpa dos biógrafos-alfaiates-matinais a dissolver-se nos arredores da árvore-dorelâmpago onde uma fronteira de contemplações é talhada pelos sacrificadores das nervuras das moradas: iluminados fórceps das minas dos cinematógrafos (topázio na cachoeira-das-Ápis: princípio de sombras impetuosas no consentimento dos calabouços do cineclubismo: vértebras de navalhas resplandecentes: convulsão na cratera-de-pálpebras: uma cabeceira de terra na jubilação das esteiras do arbusto (a ave procura o desfiladeiro infernal): frescura conquistadora da arte tumularia e a irreparável luxação das esquinas da fuligem deserta no macadame da serrania para formar uma boca-etrusca no estanho do comboio metafórico: livre baforada (efeitos sonoros) a convocar o vigor confiante dos seios-das-guerreiras para percorrer a opulência bailarina das amoras-papoilas-lavradoras das longitudes e das atmosferas-dos-espelhoscilíndricos: o arco negro das boxeadoras-viajantes-dos-cinemas desencadeia as enxadas febris dos oleiros-de-ostras adulterinas: as superfícies hipocondríacas das habitações dissipam os itinerários das magnólias onde um pássaro-de-iodo perfura os auditórios dos sulcos geológicos: os rumores esquipáticos dissolvem-se nas flechas queimadoras dos tegumentos das minerações (cerâmicas voadoras): sonetos aritméticos dos instrumentos-petrolíferos das éguas-dos-ancensores a incharem as pérolas/borrachas dos damasqueiros (granulação das gargantas do firmamento): ______ A urgência das ardósias enfileira as lapidificações dos lemesalmanaques nos licores dos cortiços solares: hiatos insondáveis das amásias copiadoras dos breviários terrestres onde as pias recíprocas das enseadas reelegem demoradamente a inexpugnável fascinação dos voos rasos (anamnesias-sentinelas das cinzas ácidas das ferraduras): ___________ as bicicletas das cerimónias derivam da astuciosa camisola das laranjas-galgos como caixilhos intermináveis-dos-gritos a metalizarem os meridianos-dosvinhedos entre os exercícios da inutilidade da cobiça dos mares: os alicerces do álcool-dos-dentes-celestes escoltam a grafia desértica dos helicópteros e a oscilação convertida em areais balaustrados vinga-se nos bafos dos afluentes migratórios dos musgos: pata-sorvo-da-linfa das estrelas a maçar o interior hospitalar da água para deslindar as travessias dos peixes-vidraceiros dos

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penhascos: as lâmpadas-beringelas emolduraram as cartografias das vozes nas contaminações vinícolas dos alpendres (extasiado arco-de-telegramas a montar/atravessar as moelas/couraças da germinação dos rabiscadores de escaleiras como as palpitações dos guitarristas ilegíveis a separarem as alfaias da ardência na ironia-dos-molhes da folhagem): as camisolas sonolentas do horizonte-ferrugíneo emaranham as eléctricas pombas: as poeiras dos ritmos tribais-das-constelações tentam explicar ininterruptamente os bastidores dos sobressaltos das seivas que alteram a arrancada das flores/fogueiras nos lugares do gado ingovernável (cartilagens a infiltrarem-se no espólio dos caminhos) LAVA-BILLIE HOLIDAY fronteiras a encostarem-se enlouquecidas aos olhos seráficos das águias que trespassam a infinidade dos tigres (matérias do clarão aos tropeções no esquecimento dos uivos das barcas): ancas/medulas-magnéticas a definirem o desenlace da sede dos aspiradores vegetais: _____________ a fecundidade do sustentáculo procura os rudimentos coléricos das sombras porque a percepção táctil eleva-se entre os becos onde pouco se vê - da mesma forma os colares de fogo despenham-se no silencioso vento-da-lama, um seixo de indefinidos neons exibe os batimentos assanhados da calçada, mas com os gráficos do sol nascerá a perspectiva tipográfica de uma manhã de adubos brancos - ao enaltecer a diversidade dos aparos-dasortigas sobre as cisternas iniciais da incandescência, o capinador camuflado deixa-se atingir pelas flechas aquecidas das origens que saem pelas frestas dos territórios-em-potência: estâncias de sono-sulforoso ensopam as engrenagens das laranjeiras translúcidas e os progenitores-das-tribos pousam nas lufadas hemisféricas como lâmpadas a ressoarem extasiadas na sede poliédrica dos animais os miolos da estopada dos espelhos tentam estagnar a combustão-da-cerejeira que bombeia com os epicentros das babas nas madeixas reprodutoras dos falcões: degraus-de-cones tacteados pelas fechaduras dos hortos-do-enxofre: (vestiduras-bodas-labiais do relâmpago) e os parasitas dos tufos-dos-portos renascem anónimos nas venenosas esteiras rabiscadas pelas advertências dos gafanhotos vaporizadores de bandarilhas-de-argila (manadas embutidas nas campainhas dos laranjais milenários): a subjectividade dos bolsos dos cereais navega entre as intersecções autocéfalas dos pássaros e um piano de cortiçosglaciares distorce o idioma central das pálpebras como uma bandeira imaginária da linguagem a tecer o sol das masturbações (albergue de sal/metal nas dedicatórias/badaladas que arquitectam a matriz das rédeas das aparições): ____________________ persistir no desequilíbrio da armação caligráfica onde a úlcera disforme das encostas subverte os átrios minerais do crocodilo, eterna guarnição réptil a elaborar cornos de bálsamo nos vértices do pântano: embarcação com arquejos embaladores de orgias/dejectos/silvos

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chicotes de carvão/cartas de areia/giz das medusas nas paredes de pedra onde o tempo é contado com os prazeres e tormentas de Sade ___________ as ferragens das habitações fluviáteis vacilam ao penetrarem nos subterfúgios dos CAVALOS dos BOSQUES-em-COMBUSTÃO (fisionomia das partituras ameaçadoras da falésia-sonora e um junco-de-assobios-emaspiral bate nos bojos dos dialectos-das-alfaiatarias-das-ROCHAS INTRUSIVAS para desaguar vagarosamente no suor raro da gigantesca concha da câmara magmática (cintilações sulfúricas-petrológicas entre as gosmas dos ângulos fungadeiros: filamentos das rotundas climáticas a soluçarem nos recebedores das origens da fazenda oceânica) (antigamente as dimensões cépticas da meseta/dormideira crepuscular determinavam a mica exploradora do esmalte: arcos fleumáticos a dominarem o acesso das habitações dos insectos): delirante continência da disposição histórica predestinada aos recursos das aves germinais: os traços comemorativos dos escombros intensificam os timbres das roupagens e os mercadores de argila ondulam maternalmente na púbis agrícola (orientação em marcha das nascentes eruptivas): galope alucinante nas vestimentas dos charcos que esperam as passagens respiratórias dos úteros-das-colónias-de-iodo como a tumescênciade-fibras-penetrantes a levantar os venenos dos asilos: petrificação transviada pelos coros dos dedos das embarcações nocturnas e as redes hirtas do espelho chamam ao tacto-do-sabão-das-lâmpadas formigas de petróleo (comboios da astronomia na mitologia grega): as estradas de nácar deflagram nos servidores imaginários da raiz-espinhaço (estalajadeiro dos capitéis sonoros) e uma embocadura de luzes-lascaux se modifica ao regressar continuamente à sombra rigorosa dos pés-mateiros (excrecências a pulsarem nas adagas de cobraglaciar): mistério embriagado a massacrar o bolor das combustões onde as fotografias dos carcereiros dos voos-nos-cais estendem os estilhaços dos ventres-da-cidade nos trepa-pinheiros-das-trovoadas LAVA-SARA VAUGHAN (interminável rocha dos percursos): a água implacável da fronteira estende a íris-das-munições nos galhos-do-vendaval: as estátuas dos diques começam a tecer os esgrimistas de promessas na arfagem extrema das bocas-zodiacais (alicerce-de-quilhas assombrado pela jubilosa mobilização dos barbantes das gravuras bailarinas): ____________a decisão trepidante das gárgulas/artérias dos engenhos recebe os olhares-gritos da geografia (patamares teatrais onde um pássaro-de-lâminas-circulares atravessa incompreendido o dormitório patriarcal da luz): a circunscrição esfuziada dos alguidares-diagonais lança-se às saias da praia-das-sementes: o vestuário-das-espadas traslada a mordedura dos tubarões-malhados no bafejo das minas solares: domadores dos alguidares gigantescos nos nítidos espaços da estupefacção (CENTÚRIA: azulejoscarbónicos estribados nos territórios-de-outros-pólos): o pássaro-do-guincho abandona o fosso das inclinações magnéticas (teia de estrume animada nas lonas cranianas do arquipélago): as silhuetas dos areeiros incendeiam-se no interno cântico das refundições dos voos vimes/pulseiras/modulações/películas-de-chávenas/aguilhões/maçãs cintas-de-pedra/cascas-de-ferro/mantos/halos/medulas/calhandras

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espadas/candelabros/têmporas/horóscopos/canteiros/baba dos cães miríades-de-minerais a cicatrizarem febrilmente a côdea-de-sílabas dos MOCHOS-CASTORES conquistados aos hemisférios degolados pelos juncos da chuva): o COAXAR universal_____________perturbação dos QUARTZOS: a eternidade das entranhas reencontra-se nas lembranças inexplicáveis das mãos-súbitas-dos-tanques-dos-metais: devolver a consumação das luzes ao lençol perturbado das rãs/veias-das-escritas (turva margem das vozes-dos-barcos na abertura vulnerável dos aprendizes da floresta: cicatriz dos caules-em-redoma a eclodir friamente na devastação inteligente da claridade-das-vogais-da-matéria: circunferência-dasazeitoneiras a debruçar-se no alinhamento das agulhas petrificadas da Cassiopeia (tudo é confundido na histeria impenetrável das alfombras orbitais e o momento da baforada da opacidade está nas espigas lúbricas das fossas abissais (as partículas dos estiletes desabotoam estrategicamente as bigornas anfíbias da geologia: facas lamacentas à roda do escaravelho esmagador): fabricação das mimosas a gangrenar as bolotas das concavidades: as fechaduras dos últimos autocarros caçam ardósias luminescentes: ___________________o andamento vinculado aos ancinhos dos lampejos diversifica o alargamento da crucificação das papoilas-serpentes e as rosas-dascoxas-de-dama ardem nos ruídos da aceitação das bocas-de-canela (clavículas esquecidas no azeite-das-éguas: eis um segredo a sangrar nas persianas dos baldios): cevadeiras-de-linho revolvidas ao amanuense inadiável dos mostradores dos esconderijos dos rouxinóis-toureiros da metrópole: os compositores das lanternas das laranjeiras alistam as forjas da percepção sobre as escadas/tesouras-de-cedros-transitórios (cóleras-dos-pastores-de-superfíceis nos divãs da fragmentação) riscos oceanográficos serpeados pelas frases-doscubos das avalanches: as bandejas verbais aspiram rudemente as ferramentas da sonoplastia dos telhados (LAVA inter-planetária): os espelhos das celas encamisam um trombone de ervilhas-de-vinagre e os lugares dos pássaros-dasromãs dispensam a nicotina intensíssima das madeixas ministeriais: as fulminações dos frutos/chacais-das-barbearias financeiras cismam cirurgicamente em equilibrar os agradecimentos-jactanciosos nos nós das faúlhas-dos-adufes-da-vedações (HÁLITO na brancura das gabardinas): DERIVAÇÕES dos bares das montanhas: refúgios freáticos a empilharem os tripés dos perfumes voltaicos (crostas fulminantes a forrarem as tensões nervosas das espáduas): fraldas/calhaus dos horizontes a recolherem as centenárias gangrenas (superfícies dos painéis/arados-cruzadores-dascastanholas-das-respirações) ovos perseguidores a serpentearem as certezas dos combatentes indolores (as blandícias das profundidades consentem as lacas vestigiais nas écharpes dos colos clandestinos): repuxos- (acentos) das trajectórias interiores a asfixiar as rãs-do-zénite na cal dos relógios: _____________ escalar as provocações das cortinas dos intercambios entre as minas das virilhas e as badaladas cegas do pólen do petróleo-de-casa: integridade do raciocínio rítmico abertamente disseminado pelas omoplatas da luz (flexuosos guindastes nos ladrilhos primogénitos): ______________ cornos das andanças matutinas faustosamente aveludadas pelas triangulações uterinas do inverno (luas rastejantes a

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desprenderem as traças/tangerinas dos lençõis (ganadarias citadinas paradas nas moedas do orvalho): contracções dos dinamites vegetais contempladas pela soleníssimo toureiro das fráguas (serpente-de-enxofre): espasmo giratório dos gadanhos/formigueiros a esgotarem os cristais dos pescoços dos lacraus (indicadores das fitotomias das universidades proverbiais):_____________ LAVA- ELLA FITZGERALD uma rosa graffiteira concentra a enxurrada das talas das luzes no silêncio-dascafeteiras-pulmonares que habitam a pedra-das-cerrações-dos-aligátores (microcosmos no bafo das herbáceas): bovinos na espinha das embarcações onde os tractores das feridas arrancam as estremeções das aldeias vidradas pelo lavradio da insónia: armadilha das estampas das bicicletas encharcadas de baterias (paletas zumbidoras a estenderem os violoncelos nos documentos dos marinheiros): ______uma golfada anelante pontilha os cubos das inovações nos marfins das pausas livres (colos do sangue híspido a derramarem-se nos artelhos do hipopótamo vegetal): as nódoas dos badalos borboloteiam nas afinações dos lábios-nucleares e os PÍFAROS dos caudais recortam o manómetro da memória jazzistica/vasculhadora da evolução do mar-periférico (a janela-dos-perfis adjectiva/craveja perdidamente as línguas/laminas das pirâmides do matagal: firmeza das queimadas sobre os fósseis da ânsia das palmas-dos-pergamenhos-das-metrópoles): _________ os alvos ardentes da terra divididos pelo saibro dos matemáticos (os tactos das bases aéreas são varados pela experiência dos ritmos do xisto-do-sistema-climático): __________ dissipação de energia entre as gigantescas cortinas das tabaqueiras: girassol a fender os códigos dos trovões: os olhares-das-comborças rodopiam nos búzios mais dedicados da efervescência (petróleo no granito podador de ambulâncias): caracóis a relampejarem nos instrumentos das telhas: as vertigens da carabina de caça emparedam as respirações do aguaceiro e as vacinas-ópticas-dos-mirantes cegam as velocidades das árvores nas fronteiras definitivas da demonstração das iguanas-juízas das mamas do deserto (um sinal de répteis incansáveis cobre as exclamações dos gumes dos andaimes longamente ressuscitados pelos hussardos do cinema documental-dacacimba): animal-de-anfiteatros vigilantes a escorar a fugitiva plasticidade das assinaturas da mezzo-soprano(ARTES PERFORMATIVAS das imaginárias lagartasvoadoras-dos-pombais) ou será a a VOZ da actividade sísmica (LABAREDASESPIGAS na gelatina dos cardos): ____________________as culminações dos gérmens em consonância com as alianças das gargantas caninas transaccionam os tinteiros das biografias sobre os sacrifícios dos moluscos/enxames da dentadura terrestre e os peixes de alumínio farejam ansiosamente os selos ímpetos dos esquilos (passaportes dos mamíferos nas dunas das digestões didácticas): as CARTILAGENS da cólera completam as combustões dos anzóis dos passadiços (os ralos disseminam-se pelas esquinas dos nadadores das antigas algas e os nódulos vermelhos das talhas desafiam os gestos minerais: xilofone das cabras protegido pelas setas esbranquiçadas dos coágulos-da-inviolabilidade): manequins a estalarem no testamento torturador

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das exclamações da pele (olho da sonda onde a brevidade transatlântica é desligada pelos observadores pluriformes das sebes: formação da MURALHA): circunferência ancorada no estilhaço-dentado (maxilares dos barcos orbitais a pormenorizarem os cruzadores das garupas fluviais): o rodopio irreversível dos lábios à cabeceira dos arsénicos-da-areias: as carpasdo-horto oferecem as aparências das pétalas-febris ao banquete das tapeçariasdas-docas (termómetros na azáfama das filigranas dos corais): __________as cartas transitáveis das arquitecturas entre as hemorragias dos juncosinventores do grito-das-pupilas noctívagas: ostentação dos nichos da claridade a morder as secretíssimas posições das veias onde os alvos dos azougues epidérmicos incentivam os diafragmas das tartarugas-leoninas a eclipsarem-se na adolescência das águias (bilhetes-de-avião para as cordas alucinadas das estátuas planetárias): vaivém das cascatas nas zonas despedaçadas da cidade penumbrosas e as lareiras proféticas enunciam as errâncias das mutações das matracas fisiológicas (capitéis implantados pela borras incomensurável dos répteis: halos-das-rosáceas acolhedoras da evidência das ressacas dos diques): soldados da quimica-das-caligrafias: corrente ascendente dos bramidos das polinizações: uma ululação de esquecimentos na amplitude dos marcos: ponteiros a pestanejarem na evolução dos inquiridores dos ângulos dos autocarros (eremitérios a penetrarem nos sustentáculos dos diamantes): os arcos de algodão-voador guilhotinam a estatura das marchas arqueológicas onde as folhas-dos-frémitos perdem altitude ao metamorfosearem os motores-dasraspaduras (uma almofada harpista cresce no centro dos lagos): ___________o florejar vermelhejante da pelagem dos lavradores de molhes (crinas desapertadas pela trepidação do bosque e o desdobramento das lufadas dos vértices listra os espectadores da ultima armadura) rectângulo ainda febril a varrer as rodas da falência dos líquidos-dospalatos: detritos a despedaçarem as pausas dos destinos nocturnos.

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RHINOCEROS SONDAICUS Existenz!__TECTONISMO (Crash!) Abrigar os lanços dos comboios estáticos nas iluminações rurais(reflectores dos equinodermos devastam as clarabóias com as gravitações dos videos onomatopaicos: fossilização das crinas galácticas) Proeminências / revelações geofísicas TRANSE das sismologias experimentais. TÍMPANOS DAS BARCAS-dos-mausoléus perpassam os cránios dos horizontes-orfanatos: resistências fibrosas nos limiares das visões dos historiadores-dos-pastos_____________latitudes dos coreógrafosdançarinos a pique: lanugem olipsógrafa acumulado nos escultores das estações e as varandas da cidade inventam-se no pânico dos morcegos como fainas do deserto na dentição da tempestade e no travesseiro dos delírios-das-tatuagens. MAS a protecção dos ângulos assobia nos pisos do pavor das hortas-da-brancura e as espáduas rebobinam as gravidades das evidências milenares como semeadores-alfaiates de fervedouros-degeografias. Na maleabilidade comparável aos velocípedes das falhas das encruzilhadas, os utensílios arbóreos sufocam a espessura das titilações-esquizofrénicas do arcoíris das estepes e a espuma minuciosa das unhas do Megásporo-de-morfina embrulha as escadas-escombros das ondas perseguidoras de vestígios sísmicos (telegrama de canaviais Interplanetários a sincronizar as marchas dos brônquios dos sítios luminescentes sobre os baluartes esfomeados das oscilações dos sismógrafos-compositores-de-uivos): as hodiernas dissipações dos simbiontes, a deflagração dos organismos fotossintetizantes num rito de exaltações estéticas ONDE os elementos líticos dos amoladores das saídas orbitais embainham os rebocos das necrologias do RHINOCEROS SONDAICUS Os cristais de rocha nas marcas de oleiros sufocam as febres das germinações epígeas, os órgãos da fase secretora amarfanham os cadáveres dos ventos-dodeserto, as cidades das abelhas gráficas prenunciam os pêndulos da evanescência, da gestação dos tubarões, das muralhas dos cervídeos incontrolados e a tinta das lâminas milenares rebola nas laringesULISSIANAS: ecrã de objectos-signos a incorporar as impenetrabilidades platonistas/estóicas no JORRO-piramidal-portuário reconduzido instantaneamente pelo sublime matemático de Kant: o pensamento incomensurável(desmedida-lupa) nas trevas ruminantes, nos pulsos das auroras polares, no video-polvo das colheitas planetárias, na degustação dos polaróides dos estúdios Florentinos, na incubação dos hematomas dos espelhismos, na colisão dos seixos do encantamento-dasgutíferas e dos ricochetes das fechaduras claras: helicóptero da imaginação a condensar-se numa estrutura-fúngica (topázio quadrúpede a ouvir o flamenco

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das fendas entre os chifres dos moradores profilácticos e os respiradouros acrobatas das sopranos): aqui, o interruptor arvorado das ruas-soporíferas abre-se às merendas angulares-pubianas do simultaneismo zoosemiótico/pansemiótico como um rastro de partituras no areal precário do incêndio-tempestade, morcego-arbícola nos relâmpagos a sobrevoar dilúvios enquanto a rosa-do-deserto-deATACAMA derrama horizontalmente-verticalmente-obliquamente o itinerário do ferro-divisor-das-águas e das leveduras sulcadas da estação-das-habitações: as singularidades das espumas-lâmpadas-câmaras-armaduras dos menires MICÉNICOS estradam as disseminações dos afectos-protectores-das-vozesancestrais, alternâncias rítmicas nas configurações da dança do retorno petrológico (as telas caçadoras de nervos ópticos esplendem nas incineradoras de guilhotina, o canavial das sílabas lacra as parturientes de antídotos mímicos e os formigueiros recomeçam nas meninges 0 KELVIN onde o sono das cobras não fecha a vinificação dos olhos): ____CONTÁGIO pluriforme dos guisos-sépia-marrom das serpentes: phascolartos cinerum-navegadores no transe da bacia-amazônica: cintilam lavras e a arte de IFÉ e BENIN CRIA tímpanos nos outros animais nocturnos: Carambina-mineral___________ruídoradioactivo nas películas das refinarias da antevisão___________ metamorfose das combinações das âncoras pulsionais e Cronenberg se hospeda nas obscuridades/tapeçarias ondulantes da elevação/devastação sensorial germinando o confronto da tecnicidade-dialógica-sanguínea Crash! o corpo apressa o alvoroço das coxas-de-damas-científicas entre as ambiguidades dos eirados cromáticos Existenz! cordão umbilical noutra dimensão, historicização do caminho no duelo dinâmico/estático do antiquíssimo rumor do sangue, tectonismo a atravessar os corpos( mobilização do incenso permutador de cães-altaneiros e de acórdeons-entre-os-viveiros-dosdromedários __________um trenó de corvos-vinhateiros nas palavras-doastrónomo: Rasga-te no quadro implacável do estremecimento, na radiação permanente dos coreógrafos-das-fracturas onde a expressão/interioridade do nervo emocional emaranha a cosmopolita dramaticidade do impossível para o total desbloqueio-dos-vírus-oncogénicos-do-violoncelo humano. E as proposições compactas gravam os troncos fundados na crina da sede mitológica porque a infinitude dos alisamentos das carnificinas esmerilam os cânticos bissectados dos guardadores de milhafres. CUBAS DE FERMENTAÇÃO: Um pavimento: olhos de sirenes-boémias avançam nos rituais milenares e amordaçam-se na puríssima resina da sementeira solar (circunvalações-glorificações das perspectivas-resistências das esfinges respiratórias, a voz-visão é maciça e imediata na germinação dos sons nas vias férreas manejadas pelos estames-salitreiros dos domadores de mistérios (AMBULÂNCIAS-VULCÕEs em zonas de subdução):______os testemunhos das mandíbulas navegadoras dos cavalos dionisíacos/apolíneos de Henry Fuseli integram-se nas celebrações dos biógrafos ocultos, linhas

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acerejadas dos frontispícios a subirem entre os fragmentos tutelares das águas da maturação do corpo-multicalítico-morto como quem dança nos questionamentos, tonalidades da herança contagiante dos alpendres silenciosos, fogueiras intracelulares-solares-abstémias-intratáveis-catadoras de desnivelados voos (e de precários brilhos da cosmovisão) nos cabelos das rebentações-proféticas, gume cardiotoráxico-das-labaredas-das-tendas a conjugar o ventre-em-transfusão, os guardiões-dos-laranjais-dos-precipícios vestem a armadura anunciadora de gestos solitários formando, inexplicavelmente, uma colmeia de imersões de gatilhos-de-ar nas clavículas incandescentes-de-losangos-furtivos e as hastes acinzentadas dos contrabandistas-de-clarões fragmentam os painéis perplexos das entubações mediterrânicas para entrelaçar a calma nas paragens-cónicas dos pequenos demônios_____ na crosta-do-túnel-dos-ecos internos, um arco de formigas estáticas assinala as repercussões sedativas no centro da boca subterrânea, brancos e hemáticos territórios a cobrirem as cadeias dos pára-choquesinutilizados nos gritos das frontarias, nas onomatopeias das lobas, no palco das vaginas esquecidas(afonias-epifanias dos óvulos), cumplicidades/âncoras de imperturbáveis partidas a alisarem os tempos saturados de nascentes vertiginosas, onde agora a luz apaziguadora de logísticas termais triunfa sobre as badaladas dos caminhos ígneos dos haustos das idades reprodutivas: Porém, muitas dopaminas-tripulações que vêm para apaziguar, acabam por ressaltar o que sucede as urtigas da tranquilidade________GÁRGULAS na ventilação do contraste Narinas da Intempérie: óleo de cártamo dos turbilhões-do-cais de William Turner a avançar entre as lacunas irrecuperáveis da seda crua das coincidências dos olhares abarcados: correntes frias/correntes quentes a locupletarem as carumas das personagens das hélices e das vertigens nas expansões das têmporas lunares, onde o relento das forjas milenares é agitado pelas ondas das migrações, o animal cego estimula o cata-vento das luvas da ovulação e os adubos-da-traquéia são raios no papo-do-cataclismo como a lama mecânica do nevoeiro caligráfico a hibernar nos eléctrodos da horticultura, aparador de lanternas-húmus a seduzir os casulos pulverizadores de guindastes-de-redemoinhos e o vidro-do-fermento das abóbodas-celestes-migradoras embala as ascensões do caos em cores dos órgãos-de-bordel porque o albatroz-espelho reflete os aparos do mar convulsivamente: os tubarões-tipográficos confundem-se na crença dos lugares possíveis, gazes explodem nas paredes-mestras onde as vertebras UIVAM para desequilibrarem os ninhos-de-sombras nas árvores da memória – as lembranças tremem nos galhos, as cabeças injectam luz nos espasmos da escrita, as contracções do sangue são abatidas pelos redemoinhos dos corvos: arabescos nas peregrinações dos corpos e as rãs do esperma regressam às vidraças da sombra como feridas costeiras a deflagrarem nos itinerários das últimas arqueologias e os repuxos das roldanas-exiladas correm na antropofagia dos abismosplacentários, os chifres do rigor desenvolvem o xadrez-vigilante de Bergman

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no sétimo selo do firmamento( coágulo milenar no ritual do ferro e na ardência das marchas devoradoras de alucinações)______fertilização sempiterna-invitro entre os legítimos pressentimentos das fronteiras-tectónicas-cerebrais ______as linhas perpendiculares dos pássaros suicidários trituram os tabuleiros até às tensões cronológicas da queda livre ______________ checkmate Os ofícios insondáveis da chuva-vitamina D são emplumados pelas tonalidades incompletas do verbo-tracto-genital-urinário e os indícios das clareirasestrogénicas enroscam-se, provavelmente, nas lamelas irreflectidas do escarpado calor das rosas-andróginas seguidoras das rochas-em-ornamentos da descontinuidade (as hélices da sismicidade desenvolvem os disfarces do pólenfoto protector dos repuxos-da-claridade para escoar a compactação dos bebedouros da tarde nos odres descendentes dos atoleiros-Ulissianos): inalterável itinerário dos cães-de-mica no cabelame fulminante dos líquenes (alfabeto do estrume ogival entre os devaneios dos timoneiros das catedrais): estuque a ganir nos clarões do gado metropolitano, bandeiras dramáticas enlaçadas no odor do espelho circular, exposição da vertigem a venerar o pugilista geodésico: ____________________________ e os cavalos-deincenso electrificam os hímenes crepusculares como braços de plâncton polvilhados pela hemorragia das vertigens As correspondências híbridas cultivam as fortíssimas cores das cobras-telhas de Wong Kar-Wai (dedos geometricamente indicadores de luzes pulsadas pelos guindastes indomáveis) e os bois-peninsulares são concebidos na invulnerabilidade dos golpes mais intrínsecos das insónias onde os cruzeiros das pétalas-ecográficas-vasculares alimentam delicadamente a transcrição da hecatombe dos fósseis (ciclo-arrebatamento da transcendência nas órbitasceifas que vigiam os prodígios-adufes-intermináveis da vida: vitrais incandescentes regressam a casa, ao fundo das árvores impenetráveis onde as mandalas das epidemias crescem como ossos de explosões secretas): ________________os pedais indeclináveis das dimensões-perseguidoras dos pirilampos-sulfúreos revelam os cios desfocados dos piões do subsolo: ____ extremo setentrional do minúsculo turismo científico a desaguar nos artelhos das nutritivas penumbras dos monumentos medievais_________________ sondagens dos cafés efervescentes sobre as espáduas da vocação comprometida dos epitáfios das lâmpadas tresmalhadas:_____________outras lanternas/impermeáveis a ladearem os arrepios ameaçadores das funduras das lunações (alcateias a desordenarem as úlceras do clarão-do-chamamento nas colheitas dos habitantes do MEDO: trombetas dos vindimadores de relâmpagos a repararem as circunferências embrionárias dos bacanais-de-agriõesplanetários (sedução das forquilhas bronzeadas pelos línguas incendiárias dos astrónomos-SOLARIS):____________________ Um ancoradouro de lantejoulas precursoras de leões nebulosos lateja na recriação infinita das moradas-fainas (cremalheiras-aranhas de magnésio

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desbravando a pausa ilusória/enlanguescida da sublimação-habitat que decompõe o dilúvio cronológico-efabulado da voz-telegrafista____ (cânhamo nos cabogramas-das-gabardinas aéreas: línguas inextinguíveis dos submarinosmendigos a centrar a memória definidora do estonteamento do gérmenindustrial) As bainhas-carpinteiras interpolam o bazar-de-abdómens sobre as vozes dos mapas (nódoas dos espelhos inchadas de silêncio-das-vitrinas) e de anémonas vencidas pelas estopadas impolutas dos polaróides-gerâneos: __________reminiscências intocáveis a seduzirem o nomadismo-grafitte das silabarias______________: cauterização das celas das iscas terminativas das carótidas (entropia do incenso nas ranhuras subcutâneas onde os filamentosdas-enseadas embaciam os remadores das indolências) _____ o insecto carmesim dos instantes obsessores do desejo das cósmicas e da floraclandestina-cortadora-de-janelas colide nas ejaculações das imperecíves raízesdos-crimes para ampliarem prodigiosamente os apeamentos dos diamantes das iguanas hemisféricas: esta bifurcação < da plaina-satélite-das-gôndolas monitoriza as intersecções das vadiagens suburbanas codificadoras dos esmeris fílmicos: _______________________Os bandos magistrais desordenam os cogumelos frenéticos da anatomia das caçadoras de gárgulas-em-peregrinação: ____________________as infecções pulmonares-tacteis e sonoras anunciam as extremidades da imigração remordida/chocalhada pelos agrónomos coreográficos do leque olfactivovegetal (pernas-sexo-fechaduras-das-bóias-assanhadas: golfo alçado na espalda de toalhas de blocos musicais) e as sementeiras galácticas perseguem o rufar das guelras-centopeias das parteiras dos arredores museológicos =======Tubagens de leguminosas a encalharem os abdómens dos catálogostimbres-dos-besouros anunciadores da camada/corola de ozono-cor das casas de câmbio____: desabrochamento pictórico de Salvador Dalí nos solos desérticos dos tiquetaques esvaziados: ____ Buñuel nos baques dos óvulos na espiral do transe polispérmico e o busto de arrebatamentos surreais anavalha a simultaneidade melodramática das migrações (ecoturismo-das-espécies) detalhistas nos remoinhos das estacas fosforescentes dos molhes-genesíacos que identificam os prepúcios polinervados das sombras: __________tensão/adulteração climática absorvida entre as acessibilidades das espadanas azuladas-escultoras dos canais intermitentes da catástrofe (léxico próprio dos punhos inesperados da bicheza flutuante_____betume das vedações dentadas a elevar o repouso dos abutres-das-mesetas) As engrenagens das línguas-aquedutos relincham nas avulsas origens vitivinicolas para calcorrearem o assentimento dos escorpiões-calendários no tango mágico das ínsulas: ______________panteras das dentadas obcecantes que batem no ópio aracnídeo-irrefutável onde um travesseiro de águas-pianistas-fálicas separa os ovários-das-francas-atiradoras e fixa uma praça-de-arados/berlindes nas enxertias dos ciclones: _______ climas-hotéis libertadores dos ócios dos guisos-púbis que se afeiçoam aos colares/fósseis dos damascos dos cicloturistas generosamente clonados pelos rebatimentos das endorfinas: (dedáleo nas montras de roupa-tarântula»»»»»» insanável reclamo de brácteas originárias do vertebrado ardil: engenhos no ímpeto tentacular das

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silhuetas carnívoras) _______velocidade dos amendoais-bisturis do sonambulismo a esporear as ondulações propiciatórias das antigas bijuterias: ________ tabacarias dos galeristas-das-assombrações: socalcos a danificarem os interstícios-de-carvão da casa animalmente geometrizante: _____________a medianeira electrónica interrompe o GPS dos pinguins-modulares: colapso dos sprays dos tanoeiros ameaçadores dos soluços sulfúricos (escadaria de Odessa incessante nas comissões de utentes-Eisenstein: O encouraçado potemkin) ______ uma ampola-psicotrópica nos anteparos das mochilas renascentistas: tudo no odor das coincidências submersas por estendais das faíscas (bruxuleantes-labirínticas) A bulimia-do-trafego contagioso das mutações-gravações infinitesimais é arrepanhado pelas voltagens-rebarbadeiras das resinas retroactivas: anteprojectos da fuselagem a manipularem as pontes levadiças-tricolores que condecoram instintivamente as maquinarias raras das abduções do vaporsilêncio das mangas da enunciação-do-minério (trópicos fotovoltaicos na translacção dos pântanos (comprimidos na erupção da palavra, no opiáceo rumo da palavra: JAGUAR-BOTâNICO-SIBILINO de venenos invisíveis) Nos palmos/aros viscosos das sílabas outras junturas-patinadoras-solares deferem a sede das arquitecturas telescópicias que designam o rumor infatigável do corpo-herbicida e a ocupação anárquica das alfarrobeiras retorna obstinadamente à fractura escura das tenras vagas-sentinelas dos desertores dos úteros: florescência das clavículas-dos-ecos no embate sanguíneo de TARANTINO:______________os subúrbios das óperas-dos-cães-de-aluguer desabrocham a febre industrial soletrada nos pórticos espelhados das abortadeiras-dos-observatórios-dos-uivos das glândulas pultâceas: __________________insubsistentes resquícios perfomáticos nas microcirculações das valsas espalmadas pela suplementação dos lábiosponteiros-dos-relatos-dos-caçadores-de-lontras-aeroportuárias (turbilhão de estames por trás das linhas ascensionais dos incineradores de crateras vegetais): __________as agulhas dos quiosques imobilizam o vórtice periódico dos malmequeres-em-ebulição das cigarras-aranhas sobre a igualdade mandibular do orvalho que drena os disfarces ensurdecedores dos insectos: __________________as enfermarias de latitudes colocam canas-de-açúcar nas aventuras dos ditongos das colmeias (cabazes alimentares + massagens de designers a empunharem o lodo dos coros das contracurvas da obscuridade: um batente nos mantimentos dos saltadores-de-charcos e dos lavatórios das lâminas dos itinerários______as línguas-acordeonistas hasteiam os pára-raios das caranguejeiras sobre os antibióticos da criminalidade matinal(abutres enegrecem os epicentros das persianas)_________cimemateca nimbada de métodos contraceptivos, de iridiscências dos animais debelados pelas legendas dos abismos: os animais sulcam as peças de xadrez que desenham campinas/hiperpigmentações na era da existência-da-trombose-venosa paramentada nas livrarias perplexas da reprodutibilidade__________sexo tauromáquico na resistência-dos-tubarões-dos-corais filmados pelos cordelistas das locomotivas que desejam as manufacturas das abelhas mais interiores do coração (museu de artes decorativas a recuperar as guarnições dos solos-audiovisuais: trilhos arenosos das partituras inchadas entre as câmaras das possessões saturninas__________(os trajes de enxofre injectam-se nas lamas-

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das-ervas-daninhas dos quartos-de-hotel como uma plataforma de bolsas de gás estiradas pelas traduções das arquitecturas dos milhafres)____campainhas das purificações tracejadas pelos fungos das rotas alveolares_____cíclicas perfurações geológicas______ancestrais-perfuradores das condições gravitacionais entre as rotações/colapsos das colinas sonâmbulas e os manómetros das toupeiras de titânio:_________urgência do repovoamento/revestimento arbóreo sob as aves estepárias que embaciam o trajecto da percussão das resinas-analogias dos biombos cortantes dos espelhos: meteoros insaciáveis das tarântulas a anunciarem as escotilhas transatlânticas nos cios das galáxias _____química-iluminura das orquídeas, efeito-paladar no caricaturista tensional (vem aí uma epidemia de navalhas-de-gripe sobre os orçamentos domésticos-pasteurizados que engatilham os delírios carbonizados na incomunicabilidade dos verdureiros) Ambiciosa espessura do celofane-atoleiro a inventar a conjugação das imarcescíveis forquilhas dos casarios (baterias-de-chuva à boleia do boibarrosão): ________ morenos arquivos dos fungos alucinógenos nas correspondências das quenturas genomáticas onde preliminarmente os batuques milagrosos dos mênstruos-oblongos-cónicos absorvem as circunvoluções dos azulejos das farmácias-celestes inchadas pelos heliportos lunáticos que patrocinam a suada cor pululante do incesto-das-zebras-voadoras: _________precipitação do colmeal (absolescência) nos foles das monocromias da eclosão das sombras onde as pistas das merendas destroçam os interrogatórios do bolor dos candeeiros: __________paramédicos electrocutados pelas cervejas das entranhas, das tipografias carnívoras e as gigantescas goteiras dos musgos convertem-se no cauteloso refúgio dos decibéis das cadelas-pampas que duplicam X duplicam os azotados das pastagens: _________substracto da roca rochosa amarrado à iluminação fragmetária das árvores: ________ salinização desinfectante dos solos( girafas em anos de criação glaciar inalam o transe das convexidades dos esporozoários-do-ornitólogo) (sementes ordenhadoras das transições dos obstáculos): ___________ biodiversidade/medicina-embriónica-das-enguias: calibre cumulativo do recife-fagulha dos herbários onde os pólipos da espreguiçadeira desentranham a mecânica dos fluidos : levadas e confidências entre os lançadores de radares de microcréditos onde a permanência das mandíbulas condensa a morfina-Trainspotting das crenças e as estampas das casas centenárias são desgrenhadas pelos telegramas afixados na semi-fusão das escavadoras de currais: crachás-mosquitos das trombas na cessação tabágica ________é urgente o argumentista das encarnações dos oleiros (cinemas nas oficinas de reciclagem importam ectoplasmas através das aves de arribação): os espelhamentos dos alpinistas e do festival de salszburgo deslocam os tambores das células-mãe para os vértices da cegueira meteorológica das locomotivas__________estridentes cobres-genitais das profundidades (em prestidigitação):____________________ As descendências das bandeiras homeopáticas alteram as naves cruzadoras de decotes geográficos: os pára-raios dos mineiros decifram as espadilhas das transcendentes línguas numa germinação epígea: prismas seriamente devastados pelos arredores dos mapas-musguentos dos viadutos que devoram a centelha incompleta das paredes divisórias-Dogville através da água auditiva

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(enxofres da intempérie: pianos-estertores acorrentados aos tímpanos latentes das florestas onde as agitações das crateras glorificam o esforço das aves (cremação dos socalcos dos pastos):________________o perfume inominado das ranhuras retroactivas estampa os percevejos dos holofotes escarlates das penínsulas: coroas imaginárias a explodirem nos sorvedouros patogénicos das ostraculturas_____os combustíveis-arrepios dos telescópios auscultam os vestígios-lianas supremos do galope dos cachês-das-biofarmácias onde as configurações entreabertas das pedras vibram noutras estilhas farmacológicas (trapézios de incenso a contorcerem-se nas varandas das premeditações) ____:assimilação da biopoxia arbórea e um rouxinol negro repousa longamente na cabeleira pugilista-do-silêncio para alinhar a caravela das substâncias à borboleta-da-rotação-mais-habilidosa-do-dia como um estremecimento do lume-palaciano a transviar-se nas contracapas dos glóbulos anónimos que definem as tensões da navegação das minúsculas cadeias alimentares: (voltagem atractiva dos satélites respiratórios):_____________ um mastro de parênteses inomináveis fertiliza-se entre as víboras despertas-do-moscatel: as lâminas centrais da atmosfera formam debilmente a sinuosidade dos poços das sequências-dos-animais onde as mandíbulas da reversão do sémen evidenciam o frenesi da impossibilidade (os protozoários dos relâmpagos e as babas do estábulo enunciam a alacridade nocturna do extravasamento na muralhanucleotídica da procriação-dos-pastadores):___________________________ As veias preciosíssimas dos telhados indecifráveis embarcam nas pontas enganadoras dos horários das úlceras da brancura para inventarem a translação gangrenada duma sombra astral: ______as bocas-tapeçarias-de-nêsperas são arroteadas/volatilizadas pela estirpe dos insectos-da-colisão-das-placas que desenvolvem na regularidade abstracta dos pormenores dos depósitos sedimentares as íngremes catadupas: forragem em putrefacção (argilificada) onde as armadas minúsculas das figurações dos britadores-de-heterotróficos pestanejam desaglomeradas sobre a simplicidade protectora das folhasdobadouras: __________________________os resíduos-subversores dos ângulos da claridade sobressaltam-se predominantemente nas transformações dos suores-dos-buracos-das-larvas que guarnecem as bobines da árvore (interstícios das triangulares luminescências a rolarem nos cotovelos reprodutores das ultimas desavenças das telas-solares): _____________________as as maconheiras-da-consciência são arrebanhadas incorruptivelmente na loucura das insígnias vegetais, as garras das formigas fazem contracções no soro da biologia molecular, os desígnios das bandarilhasromãs encharcam-se de rupturas solares para naufragarem na desaparição dos tamborileiros das residências: perfil-do-instante dissimétrico a interrogar as vértebras-de-pérolas interrompidas na insaciedade do buraco das molduras da antecipação que dissolve e consagra o traço-diadema do fogo dos animaisferidos e os mercúrios adicionam as cartilagens das bacias às glicínias do abandono___________ (fracturas das circunferências da retaguarda: unidade da bicicleta-dos-arrepiosincontaminados onde se vislumbra o enxurro da combustão dos ecos cingidos de batidas de sementes-luminárias-cilíndricas)

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A maturidade/virgindade do diâmetro das luzes é abstractamente preparada para a mordedura sôfrega dos coros dos istmos recurvados pela velocidade das pálpebras dos búzios-dos-historiadores: azulejos num galope venenoso precursores dos coitos das sopranos-uterinas: _________________a fragilidade das gargantas tropeça nas cartografias filiais como a ansiedade das porcelanas entre os lampejos-viadutos-anestésicos-Murnau e os ricochetes pulmonares que amamentam longamente os simulacros dos moluscos-Gaidarow: são pulsos de trevas conquistadoras das linhas do projéctil-nupcial na Terra em chamas____________o recolhimento dos resíduos das geometrias sentencia os estratagemas das cintilações dos ombros geológicos: a lactescência das mutações reúne gradualmente a contemplação dos procuradores da omnisciência: impenetrabilidade/frontaria das ceifeiras das estepes: interromper os compêndios túmidos das alucinações das margens-dopatrimónio-dos-estames onde as enseadas antecipadas dos voos nascem insubordinadas sobre o paciente guerreiro das sombras vulcaniformes:______( é aqui que se desnuda rapidamente a temporalidade dos gladiadores ubíquos dos canaviais)_____os ventos vitaminados dos pássaros-Hitchcock devoram a enumeração dos refúgios e ameaçam os arados dos cosmonautas exemplarmente empoleirados nas alíneas anónimas dos pedúnculos-roedores:________ os condores-ganadeiros debulham os canais de estrume até à adjacência ininterrupta do sol/sombra-seminal e o fundo excepcional do seixo (visão/ocultação = palavra do magma infinito) ainda bate semitransparente/indesvendável sobre as deslocações oblíquas/premeditadas das andorinhas-leitoras da (IN) visibilidade que inabalavelmente aumentam a espessura da casa-escritura-branca-calcinada pelos atravancamentos abruptos: cortiço de interstícios de luz-em-luz (disseminação/circulação das árvores de argila que constituem as abóbadas do espelhamento das magnólias dos aviadores inexplicáveis).

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VARDARAC-HIKARIDO Éris procura a homenagem solar escancarada no centro incerto do pêssego das CHUVAS OROGRÁFICAS e sobre a assinatura do olhar-VARDARAC os eléctrons-volt dos PANTERINOS procura a inauguração resplandecente dos sacos coriónicos: as copas de KAIYA avançam no desdobradamento das tapeçarias-Moritake onde as aguarelas-lávicas rebentam o lençol de gêlo para enunciarem as folhas mais íntimas da Annona Squamosa como um simulacro de gumes-dos-salinos-hemisférios_______________as campânulas dos minúsculos sorvedouros povoam os pânicos dos atiradores-de-larvas que insistem permanecer na plenitude das margens das Vagens-Geodésias e VARDARAC desloca-se nas arranhaduras do deserto, na colisão das placas terrestres redescobrindo as palavras-dos-estromatólitos: as palavras-da-cineasta capturam a pasta relampejante da ameixa-agónica, a baía dos tubarões, a alcalinidade do FAGO para se enxugarem nas garras das veias-cíclicas como estacas-mágicas das longitudes a fecundarem os hinos-clitoríanos das criaturasdetectoras-de-minas: VARDARAC rodopia nos hímens bélicos dos boxeadores-de-idiomas torcendo as fluências-arfantes da penugem das luminárias onde os centros das vozes-SULFOROSAS-da PANGEIA colidem sincronizados com o desejo das blusas-entre-vespeiros: as ávidas-aberturas das cubomedusas são dedilhadas como um sopro-do-equadorceleste a sorver as mandíbulas dos presságios no chão dos peitos-universais e os antídotos-estimuladores-dos-núcelos-da-terra-VARDARAC asseguram as feras da seiva-Basquiat no guarda-trapézios da trepidação-dos-semenes: a plumagem salteadora dos anfíbios-da-rocha-do-icebergue incinera os síndromes dos colapsos antárticos como uma enchente de córneas-de-pássaros a cobrir loucamente a singularidade das Sâmaras: uma cavalgada de luzesofídeas ergue as geografias amnióticas escondidas/rebobinadas num caminho permanente de ondas nómadas e a pátria-andrógina do musgo-das-trombasdos-bois marca a sazonalidade das chuvas-das-tarântulas ao pronunciar o gorjeio da flecha-Genográfica onde a Ezra Ale de VARDARAC exorciza as forquilhas guturais no albedo terrestre como um frémito-das-bactériasradioactivas a espionar a matraca-canina-sinfónica do menarca-dasmergulhadoras-de-crateras___________os rádios-ambulantes das órbitas são rejuvenescidos pelas sílabas escuras dos hóspedes-búfalos-de-lavas-activas que pormenorizam os hipódromos das convecções do relâmpago: VARDARACdos-cutelos-alucinatórios e dos desastres da existência-das-fronteiras pigmenta as rotas migratórias com as palavras-elefantes-de-Botswana e uma entrada de cardos-de-morfina defende os atalhos das arquitecturas-insulares para compreender o regresso bicéfalo das abelhas-dos-ferimentos sobre as audiências dos enxovais babilónicos: o poeta-do-Atlântico concentra os alívios das cavilhas na estremeção das represas-cósmicas que representam os travejamentos da obscura atmosfera (cânticos-hermafroditas na iminência dos tubarões-brancos de Harpócrates, eis o devir-bicho no fóssil de ROSACEAE): espectros-de-Vénus engatilhados no burburinho dos resgates da ilha-deBotticeli onde os perímetros das mãos-VARDARAC se transmudam antecipadamente ao penetrarem na polpa dos Estomas-da-orfandade: o implacável rumor do semáforo replanta-se na púbis das arenas onde os Epicarpos medem as reservas do fluido terrestre: a papoila da claridade-de-

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Nártex converte-se numa enxada de baba-megalítica onde o acampamento dos proto-planetas reivindica a gestação das pássaras-VARDARAC: os espaços eléctricos das danças insinuam a declinação no baluarte dos Glumos porque reconhecem as reviravoltas dos DISCÓBOLOS-MÍRON nas extremidades das bagas da Vulva: o soro lácteo das pálpebras-de-ATACAMA é perseguido pelas raízes bruxuleantes dos sorvedouros dos LINCES-VARDARAC radiografados pela acrobacia dos dorsos-MONERAS porque os ciclos esplendorosos da ilhadas-estufas-cibernéticas anunciam a superfície das colheitas-HIKARIDO e uma rotação de moléculas orgânicas adivinha a continuidade dos arrepios das cenas urbanas nas rochas ditríticas onde os animais primitivos improvisam as rupturas-mestras das impressões-espectrais: o eixo-dos-planetas transforma as fissuras-occipitais do trovão em coxas-de-sinais-hidrológicos e VARDARAC precipita os sulcos dos transístores-marcianos na integridade dos rastros dos peixes-transparentes que articulam os despertadores aromáticos das Arqueirasdos-oleiros ao casulo mais dilacerado das palavras(enxada-transnepturiana a ornar silenciosamente de Phanteras Uncias um equador-de-Madagascar) e das águias-mutantes sai a clarividência do AFÉLIO-MINEIRO como uma coroa de ANCHOVAS-pandeiretas sobre uma tarântula-gravitacional: AH louca golfada das serpentes confiante no incêndio da penetração dos flavonóides onde as aurículas-da-inseminação-dos-precipícios cerram as gomas geográficas da anatomia insectívora (aparador de polaroides na acupunctura matemática dos dosséis das leguminosas-ceramistas: escultores-insaciados de formas tubulares sobre as cortaduras profundas dos Camaleões) e VARDARAC embalsama a resina das éguas nos latidos dos epitáfios-das-oficinas__________os escorpiões-mosaicos desenrolam-se nas tatuagens dos esófagos da terra onde as ondas das línguas-Ostíolos galgam enrijecidas entre os brincos da panspermia: pétala-do-robot geológico a desvelar o metano dos espasmos do Artaud-dasnavalhas-fractais sobre as taças dos nervos da neurulação-sígnica (pecíolos das profundezas nas cadeias-dos-anéis-marinhos como velas medievais-magnéticas a flectirem com magnanimidade na confidência utópica do verão-taninoocultador-das-caveiras-de-elefantes): AH barítonos paleozóicos num orfanato de anémonas-trágicas e de jugos-de-aligátores vigilantes da vinha-de-jade como radares da copulação mitológica a desfocarem as fulgurantes Gutaçõesdos-Afrescos-do-Deambulatório e eis uma tecedeira-de-gastrodermes a reabilitar as órbitas das parturientes-de-fogo cheia de sinalizações dos divisores-de-águas (a luminescência nocturna e a geleira-num-forno forma a HEMIPENES-da-arte-da-vida sob a dança pyrrhiaca): a biologia da AtlatlVARDARC varre com precisão as vértebras do silabário da claridade-violenta e um calendário da penumbra intensifica o curto-circuito das capturas dos dilúvios: experimentar as formas das centelhas nos saltos d'el ANGEL com as visões-estereocóspicas de VARDARAC que povoam o rasgão topográfico das veias-do-cosmos e conquistam a cavitação das curvaturas dos suoresgravadores-das-Antígonas que enclausuram a verbosidade das guilhotinas-doscarpelos definindo o firmamento dos poços dos sabres originais: oh louca hemoglobina-do-albatroz no trevo panorâmico dos dramaturgos oh louca que estampas as febres dos Poetas Gregos nos sigilos dos invasores dos hospícios e nas rosáceas dos uivos-cranianos que dissolvem as medulas dos oráculos como as corujas-mesozóicas nas condecorações das aboiadeiras (esta pirâmides zoológicas circulam nas falanges das flautas-costeiras onde a entrevista das

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lavouras dos exílios desmembram a condição das lâminas vegetais das museólogas sobre os asmáticos jactos das alvenarias): os analgésicos-das-medusas sobem desembainhados entre a assiduidade das sílabas-dos-Dólmens e a auscultação das minúsculas naus que renovam as aberturas das pulsações nos lóculos do SER-do-círculo-da-água e a carótidacónica-Micénica da palavra derrama-se nas potencialidades da figuração dos rebentos-microbianos (vulcões-em-zonas-de-subducção) onde eclodem os impressores da respiração dos Ediacaramos: espessura/multiforma do anzol-dacantata-cénica sobre as algas KELP no acasalamento dos apelos-dasprofundezas e a fisionomia do insecto-solista-em-deflagração inventa os sinos misteriosos dos nómadas-Komi_________________o aguaceiro-forceps dos jaguares lapida os painéis solares dos remadores: ENTRE miríades de pupilas VARDARAC reconhece as traças-caveiras-em-rotação no APOASTRO e a desordem dos azulejos é uma águia-de-lúcumas que se alteia sobre as evasões dos percursos-trovadorescos-provençais para construir novos campos gravíticos na gongórica terra (Insucções no sono das cascaveis): VARDARAC na casa multidimensional dos lagomorfos a projectar CARIOPSESconstrutores do sol e de NIJIMI até às Ampolas de Lorenzini: o choro do elefante, os cavalos da idade média fazem acoplamentos-néons nas vaginas das Grevíleas onde se enlevam as articulações violentas do silêncio________as batidas-cervicais das palavras no Canõn de Colca. VARDARAC e o homem do atlântico alimentam milhóes de organismos vivos nas fendas infinitashidrotermais: as palavras fundem-se entre a pluma-mantélica e o KORSO.

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ALCARSINAS-KHEI-ÁT( Laharsismo) POETAS-CAVALOS-SONÂMBULOS DAS ESCRITURASPYROCLASTIC: LAHARS DOS POETAS-SURFISTAS. O grito/traço-cromático-pyroclastic circula (sem pausa) no centro da matéria, nas tonalidades cósmicas, nas transfusões dos magmas secretos, interligando a dramaticidade da adivinhação, os abalos das topologias-coalescentes, os animais-vegetais imprevisíveis com as oficinas-dos-relâmpagos-das-dançasdas-escritas onde os cavalos-sonâmbulos-poetas e os poetas-surfistas celebram a reconquista resplandecente da onda-dos-recomeços, numa superfície-náutica de forças, de evasões indiscerníveis, de velocidades misturadas e as inferências do vazio são já uma faixa de áreas arrepanhadas pela exaltação vitrificada do inacessível, pelos golpes das desleituras (os despenhadeiros das expressões em rodeio absorvem o jogo fluxível, os ritmos vindos da onda mais interior expandindo-se até à onda mais exterior constituindo as vizinhanças-orbitais do poeta-surfista que se retransmite, se espelha numa parábola-cónica: o poema em queda-aquática arrasta a salinidade do infinito na complexidão crepuscular da onda tecida pela onda destruidora de fronteiras (apenas uma só onda de transversalidades-multiplicidades que se intersere em si própria escoando e captando, fundindo, aquecendo, arrefecendo singularidades, itinerários indefinidos sob-sobre os ritmos-picturais das forças atmosféricas, forças pulverizadoras-nebulizadoras): cartografia de torceduras, de matérias ondulatórias-intraduzíveis: as articulações voláteis, intermináveis e a multiplicação das pranchas-sígnicas mudam e ameaçam os mapas energéticos dos sismogramas(arrebatamento dos limites, contextura mutante do desconhecido acústico): vejam uma zona de sombra em ziguezaguecristalográfico-mineralógico-glandular, vejam as emboscadas animalizantesdisformes: manto de ondas-sísmicas-poéticas-pluripotentes a ressurgirem entre os campos-moleculares-ultravioletas-gravitacionais-vectoriais, as medulasespinhais e as vias ascendentes-descendentes do poeta-surfista ou serão as ondas-“quebrantes”, os trilhos intensos-expansivos que rebocam a massa volúmica do surfista-poeta, levando-o até aos reflectores-de-interpolaçãoprosseguimento, às sinuosidades das superfícies infinitas-intangíveis onde se perlongam os uivos náuticos?___________o poema-raiado gira loucamente nas órbitas de captura-prolongamento, nos revezamentos intempestivosdevoradores e o olhar do surfista-poeta atravessa estremaduras estonteado pela refracção da luzência doadora de movimentos/olhares-mitológicos: electrochoque da proximidade-lonjura-deslizamento-vascular da origemsem-origem(arrolamentos cravados nas bordas) onde o potencial das intersecções das superfícies-cónicas forma um policristal-de-sensações, de perspectivas sibilantes, de esfinges hospedadoras de lavras medulares, de trópicos nucleares e outras labaredas-do-instante, outros fôlegosacrobáticos, outros arquipélagos sensoriais incitam-se, transcolam-se e exortam as flutuações corporais, a energia gravitacional-sígnica-térmicasonora-cinética dos poetas-surfistas: oscilação dos chocalhos líquidos, das antenas em combustão sobre as tecelagens espiriformes que retornam às perpétuas emigrações glandulares (ritual submerso por acção vulcânicatectónica): desvios-dos-desvios-ilhargas-das-ilhargas que enunciam os andaços, as espadanas, os contágios ameaçativos dos assombros nómadas,

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das rebentações hipnotizadoras, das galopadas dos cosmolábios (cobrejar simultaneamente nos interiores-exteriores-engenhos-noctambulismosimperecíveis da onda-trans-histórica: feixes energéticos, cursores-fonemas, polinizações suicidas reapropriam-se, das hélices lúdicas, das guilhotinastochas, das escaleiras, das bateduras, desvendadoras das saramântigas, dos dialectos corporais que circunfluam insculpidos na sonoplastia marítima: vastíssima teia de superfícies ondeantes-meteorológicas que miscigenam as topografias, as minerografias, os vestíbulos, os alcatrazes, os surgidouros sobre estendais indiscerníveis e o poeta-surfista é já o funicular perseguidor e perseguido entre clepsidras, alfarrabistas, pêndulos, mapas anfíbios decompositores( na extremidade do alabastro o surfista-poeta é o golpe milenar nas emboscadas dos holofotes intercessores de mandíbulas azuladamente incendiárias): incarnar os avanços da ressonância da ondulação(ASTOR-PIAZZOLLA-BISONTE-em-FUGA-SURFISTA) que se abre, se cruza, se fecha enfeitiçando pensamentos-olhares-corpos-em-golfada-tracejada (leitores-subatómicos) e a voltagem-fluvial-geológica do grito-poético actualiza-se nas energias não-mensuráveis, nas possibilidades do holomovimento das áspides tântricas, das habitações solsticiais, das garatujas pedunculares ao penetrar na musicalidade-esgrimista, que se alonga desmedidamente no oceano-das-expressões(aeroplanos da desorientação vibratória): o poeta-surfista-sonâmbulo vive no fluxo contínuo do insulamento, das cartógrafas transumantes que o multiplica e o faz agitadamente extrair vidraças-marsupiais das pirâmides entre as oscilações das voragens-de-outros corpos-ondeantes: adivinhação pugilista dos mondadores de fendas enlouquecidas): a intensidade do imemoriável anterioriza as danças dos fluxos de outros imemoriais para precipitar os intervalos da ondeação-cavalgadapoética numa expansão de possibilidades topográficas-líquidas, prosseguindo sobre vórtices, transmovendo arvoamentos, resvalando nos inesperados, nas sirenes das concavidades-desvairadas, nos descentramentos onde o surfistapoeta se torna a própria extensão de toda a onda ao trespassá-la em forma de onda-coreografada, convergindo, divergindo, tracejando harmoniosamente, desabaladamente até aos fulcros do acaso, do estremecimento que unificadispersa e transforma de uma forma consecutiva o fluxo-dançante-da-palavracorpo-do-jogo-da-escrita: assim a poesia se re-liga biologicamente, cosmicamente, fisiologicamente aos portadores acústicos das prossecuções, das malhas de instabilidade, das configurações-moventes: redobramentomovimento diferenciado, dilacerando as forqueaduras que expandem as expressões para todas as saídas errantes ou para as ausências-migratórias (o surfista-poeta torna-se numa transfronteira de anonimatos em potência, raias de contágios ciclópicos____________ PELÁSGICOS): superfícies-teares-dasprofundidades-rapinadoras onde as palavras, as residências metalúrgicas se antepõem para mediarem contexturas, vestígios, sazonamentos, remadas, remoras, dilatações transmarinas, alimentando-se de si mesmas, esvaziando-se a si mesmas (múltiplas transferências sígnicas habitam a dança-aquáticasonâmbula-poética: as percepções andarilham nos arabescos líquidos da imanência): alfabeto da interioridade primígena-futurível a fundir-se e a regenerar-se nas correspondências edénicas, na energia rupestre-HIPOLITA, nas combustões das polaridades, e tudo se volta numa atmosfera orgânica-doesquecimento-e-da-MNOMOSINE, sequenciando os hiatos dos corpos impensados: eis a linguagem da anfibologia do deserto erótico-meteórico-

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musical-isossístico e integrador da visão do absoluto (atraimento e retracção a transferirem-se na loucura da forja-plasmática): eis a reflexividade dos eixos da metamorfose desfocada (a urgência de reformular as voltagens que interseccionam corpos-espectros a-significantes, e tudo sobrevém na revivescência activa do pensamento náutico-surfista: transversão, volutear de espelhos que ab-rogam, cancelam o vértice onde o poeta penetra-na-expressãoda babel-decentralizada infinitamente: tudo se torna indizível entre golpes heterogéneos e entrecruzamentos migratórios). Cavalos-poetas-surfistassonâmbulos a hibridizarem-se na dramatização transformadora do mundo, da imersão e da emersão das olarias das fissuras e dos estranhamentos cantantes: (incomensuráveis visões intersticiais desembaúlam e saciam o mundo-sombraem-transferências, divaricando, constituindo espasmodicamente até à heterogeneidade dos deslizes interrogadores, ao cromatismo das coexistências dos equinócios). As cavalgadas, os deslocamentos corporais, as derivações inesgotáveis, os ramais, as flutuações reinauguram o simulacro-dosimulacro-segmentarizado: o espectro da tentativa da devastação que se cruza, se transpõe-diferencia (a vida diferentemente nómada como teatro excêntrico do desvio infinito; vida em dissimulação desmesurada absorvendo as auscultações do mundo, os jogos das vozes das esfinges, das perspectivas; vidas de diversidades em exaltação que se derramam entre ápices estéticos, transviando rotas, visões, inscrições para se desobstruir e emancipar: olhar policromático, extravasante onde batem as aberturas da desorientação, as órbitras octangulares dos reflexos): respiram sem rumo a obscuridade e os escombros para se revelarem no traçado, nos golpes plurívocos, nas fragmentações entre afastamentos, renascimentos e vivências dos lugares irrealizáveis: construção da mutabilidade rítmica, das geografias corporais e o silêncio é já em si a vigília do bumerangue, o rastro do desaparecimento que liquefaz as fronteiras: parturientes de meridianos sedutores, de mastros obumbrados, de aguaceiros acrobáticos, de batedores geográficos misturadores de sensações-percepções: eis a cosmicidade feiticeira, eis os zigotos intermináveis das hibernações: irrupção que vira a onda-palavra para si própria, para opor-se, acontecer, desviar-se e interagir entre arpoeiras itinerantes, polifonias hiemais: tudo se persuade, se contamina ao re-descobrir as energias cinestésicas do torna-viagem: reinício das afluências das expressões do cavalo-poetasurfista_______perpétuo renascimento; a força que vem dos vários fragmentos que se avançam no caos da vida: a demudança eruptiva do poema-vitral-náutico: plâncton em desabrochamento fractal (criação de afluências): a iluminação do impossível diante das infravisualidades, das mesclas, das série de fendas condensadas, das cirandas indefinidas, dos avantesmas em transe da Mãe-Natureza( retornamos à sombra-que-abre-asombra, ao despojamento-que-abre-o-despojamento: princípio-em-golpeadura da dança-surfista: curvatura escavadora da fantasmagoria, do vórtice da catástrofe e do desabitado: aqui o epicentro do corpo-poético se desenlaça em corpo-poético-descentrado sobre a experiência estética do mundo). As arquitecturas da efabulação deflagram-se nas teias das incubações da espontaneidade, nas superfícies violentas da árvore do corpo, na tensão do desapossamento, na ciclicidade subversiva( corpos em intermitência): estas inseparabilidades entrepõem-se na eclosão dos espelhos, nas fissões atómicas para anteciparem a obscuridade in-orgânica das escrituras-pyroclastic: jogo

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crepuscular de forças regeneradoras de espaços em dilataçãoprotraimento constantes (desertificar, oscilar, transfigurar e desvelar simultaneamente as bordas da onda cavalgada-surfada e no sangramento do instante arquitecta-se novas coreografias de ondulações vibráteis: o surfista-poeta-em-rodopio aplaca-se e tenciona-se repetidamente no sobressalto das mutações (o saber do não saber): influxo do túnel da expressão que se inviscera no interior dos movimentos do poeta, remadorarquitectural, flutuador de palavras, de signos híbridos, de gestos análogos ao olhar-respirar do cetáceo) Os poetas-cavalos-sonâmbulos mergulham no abismo-mutante-inacabadoalanceado, embrincam-se nas unidades ciclónicas, no desmesurado da interrogação iniciática-que-recomeça-continuamente, no labirinto da conquista dramática( fissuras-cataclísmicas entrelaçam o pensamento com o inacessível e tudo se descondensa na vigília da voz: territórios de musicalidades vivas que aguardam e escutam deuses desconhecidos em fuga permanente): a destreza de várias línguas e a reflexividade de várias vozes proliferam-se no sagrado cosmoficador, nos princípios medulares da devastação, na espiral obstinada da reinvenção, actualizando os exílios das constelações, nas energiasmigradoras-corporais, nos desdobramentos do imperceptível, no movimento sincrético entre a espiritualidade, a suspensão e as alfaias do prosaísmo(gestos semânticos, gestos-cegos, memórias-desorientadas ligam-se nimiamente aos espólios da estranheza do pensamento insaciável_____vórtice de sensações a bater nos obeliscos árcticos-alegóricos: fisionomias das possibilidades, a vida desliza para a falha, para o despenhadeiro, devastando rotas: deslocamentos labirínticos voltam aos livros espectrais-satíricos trazendo os mundos para dentro de outros mundos ): sequencialidades sensoriais, na erotização original do grito do livro-da-Natureza-Mãe( extrair o tempo sonoro ao pensamento circulante). Os poetas-cavalos-sonâmbulos submergem, galopam, flutuam libertadoramente para criarem nas escrituras-pyroclastic, dinâmicas topológicas, écrans-da-Natura, tempestades prismáticas, memórias alargadas que residem na desaparição, nas ressonâncias da babel performativa, nos curtocircuitos-multicelulares: assim os corpos-poéticos-surfistas delineiam-se nos interfaces simultâneos das alegorias, das infinitas fundições dos simulacros do próprio deserto que nos aterroriza, nos segmenta, nos simula e nos corporifica numa só onda-libertadora-de-ondas-de-itinerários-de-lugaresinexistentes: ondulação que se encurta, se desvia, se desbanda, se alarga, se envolve, se afecta, se plasma, se nucleariza, se perfura, se vaza na vastidão contraditória, contaminadora de êxtases, de gritos, de epifanias, de forças tribais, de palavras fantasmagóricas: sequência de corpos-vividos na palavra-descentrada-faiscando lunarmente: sucessão-de-incidentescriativos: o poeta-surfista acontece surfando poeticamente dentro de si próprio, dentro da onda-mundo que é sinuosidade perfurada, tatuagem liquida-dançante, efeito heterogéneo do desabamento-criativo). Os hemisférios e as espáduas das escrituras reconstroem as dobragens evasivas para resgatarem as danças espontâneas das palavras, a estremeção astronómica

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dos poetas-surfistas (a quase-comunicação insufla-se noutro alfabeto do corpo movente): lavas-correntezas espiraladas a fragmentarem-se entre o AZOUGUE do DEVIR e as sombras selvagens da metamorfose meteórica onde a fisiologia polinizadora dos fluxos-da-entropia-e-da-negaentropia é já o relâmpago da corporalidade a fertilizar-se com as homeostasias do próprio enigma de revestimentos antepostos que concebem zonas energéticas enquanto se balança, se acolhe no poema que é devorado pela obscuridade (as forças das expressõesmúltiplas activam as inscrições da singularidade do vazio, das quebras, do choque com o imprevisto, com as repercussões de outros embates, de outros lugares indeterminados): uma navegação das visões mágicas-idiomáticas, das iluminuras do conhecimento afectivo, das expressões das origens emigradoras que se descerram, re-inauguram e se obstroem tentando esboçarem-se nos recomeços-das-matilhas exuberantes (enlaces-captações-cetáceas), onde os cavalos-poetas-surfistas, cromaticamente, respiram debaixo de água enfrentando os fluxos, os refluxos do silêncio do pensamento e a dimensão trágica da presença-inexistência-espargimento-caleidoscópico (excitação estética do corpo-que-arremessa-e-articula-imanentemente-outros-corposdentro-do-silêncio-oceânico). Dir-se-ia que estes animais sintácticosvocabulares-sinestésicos empenham-se na totalidade do pensamentolinguagem-mundo ao criarem variabilidades perceptivas-experimentais nos teatros dos princípios mais violentos/fluídicos, nos espaços dos desdobramentos dramáticos, dançantes (a lubricidade poética-aquática emana e fecunda-se na evulsão heterogénea da onda-expressão-desejante onde o ziguezague-da-prancha é o próprio surfista-poeta-flutuante que se encruza e se devasta criativamente entre os intervalos-microscópicos dos afectos-caóticos da prodigalidade e as coreografias da ruptura que nos obumbra e nos faz povoar os mantras, as visões mágicas, os arquipélagos da confrontação: pele-interface-água-relação-ancoragem-periferiasdissolvidas e os corpos lêem e rondam os esquecimentos de si próprios: as despinturas das experiências selváticas, as vozes da ancianidade ao encontro de icebergues sísmicos-insolúveis constituem o deserto, as aberturas infinitas, a intensidade das histórias humanas-animalizantes, a potência da desmemória, a imagem do indizível (incomensuráveis oscilações da a-temporalidade e as sensações-percepções percorrem mutuamente divergências ao esculpirem-se in-visivelmente nos metamorfismos das formas de vida). Os poetas-surfistas-cineastas instauram infinitudes ritmáveis nas águas inacessíveis. Eles não se reconhecem a si próprios: vejam interiormente o actoescrita a desestruturar-se, na dissipação cartográfica, nos espasmos, nos golpes, nos riscos, na projecção das esfinges, nas capturas dos contrastes polinizadores: louca mobilidade do desejo, da voz-de-muitas-vozes que nada nomeiam (dança simultânea do tempo, do espaço, da materialidade, da espiritualidade: dança do inexplicável, dança em fuga, dança das palavras que nada dizem, apenas reflectem como rastos em desastre), revelando as submersões-rotações vertiginosas da expressão ( thaumadzein): a palavra-acrobática-sucessiva que abala e emancipa as seduções da metamorfose (a voz, o murmúrio, o corpodançante-surfista, a catástrofe, a regeneração e o poema renascem mutuamente: fracturas, linhas, profusões, i-emersões, estatuárias, desorientações, fábulas, espelhismos, fragmentos, mutabibilidades, xadrez, oscilações, fulgores,

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voltagens, incertezas, forças-eléctricas, engolfamentos, misturas, transmigrações, erotização, fendas, des-montagens, gritos…,… caos do experimentado_______apoastro-cariopse de Vardarac): reavivar os diferentes rituais encantatórios, as arqueologias labirínticas, a exaltação do pensamento em fenda-peregrina (movimentos infinitos da atracção, das sombras incicatrizáveis em ciranda): Estranhamentos geográficos, desvios prébabélicos, fissuras ciclópicas, resistências dinâmicas, acoplamentos-sisífico, magnetismos polimórficos que transformam, incorporam, re-absorvem o corpo do poeta-surfista-cineasta num golpeamento de vários fragmentos estéticos, num silabário que se transforma em visão, em visageidade regeneradora e sacralizadora dos olhares perdidos (epicentros dos alfabetos dos rituais dramáticos, do extravasamento das vozes, das secretas instantaneidades): um dançarino-cantante-cósmico-compositor de forças migratórias, um mónadaanimal-desvairado-musical que se projecta na experiência polissémica de outras artes navegadoras da percepção-memória-imaginação (entrecruzamentos semantúrgicos das NAUS animalizantes-divinatórias-encadeadas-de-vontadesfeiticeiras). As escrituras-pyroclastic-surfistas-sonâmbulas precedem as profundidades das nidações do indizível e descobrem as tensões hieroglíficas, linfáticas, mitológicas, antropofágicas, dentro das apoteoses secretasdissipativas, das catástrofes e dos renascimentos: vejam o cineasta-cetáceo que se prolonga nos alicerces líquidos da heterogeneidade poética, na cavalgadura da transmigração do imaginário-das-quiromancias-dançarinas (malhas de intersecções entoando os distanciamentos circunjacentes traçadores de infinidades semânticas): enlaces dos rasgos navegantes, turbilhão da dramaticidade-imanente entre os jogos ilimitados dos espelhos destruidores de fronteiras-num-só-corpo-que-se-interfere-na-multiplicidade-dos-corposnavegantes): as danças proféticas-turbulentas-intermitentes das ondasmigradoras potencializam, rompem, fundem os sentidos divergentes da volubilidade-das-expressões-que-se-protegem-nos-esmeris-da-esfinge: (sonoridade dos lapsos do universo, vozes longínquas-fractais que retornam e se voltam sobre as moradas em convulsão e em usufruto): o fantasma do eterno teatro-ziguezagueante dos poetas-das-câmerascataclismáticas que negam e constroem o mundo entre as vascularizações mágicas, as sanguinidades violentas e aventura do criptógrafo-mundo (surfista-poeta-em-acção sem capturar os gestos, a precipitação, a velocidade do oceano-expressão, apenas balanceamento das alavancas subcutâneas: sublime da transição-do-inexplicável): a forqueadura do informulável e de expansividades mutantes a entrelaçar a germinalidade do deserto de infinitas epifanias: teias de lugar-nenhum, perscrutação do abismo, montagens e desmontagens dos véus translúcidos da escrita: louca reactualização dos deslizamentos cosmogónicos: holomovimento das interrogações libertadoras da vida: exílio cromático, hibridizador da NATURA-MÃE Os poetas-cavalos-sonâmbulos criam LAHARS contra os sistemas explicativos, teoréticos porque reconciliam a luminosidade, as flechas remotas, as gargantas informuladas, a escuridão, os cruzamentos da agramaticalidade, as mutações da plasticização, as perspectivas abissais, as correspondências metamórficas com as cavalgadas-flutuações radicais constituídas pela força das expressividades-de-núcleos-dançantes, que adensam o poema no desassombro

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selvático, na metamorfose contínua da navegabilidade labiríntica, nos espelhos do desabrochamento da vida, nas mestiçagens infinitas, nas rodas loucas da devastação criadora (a ondulação lucente se expande, se permeia, se redobra, se circunda, se espalha e provoca lapidarmente outros movimentos asignificantes, outros batentes sazonados, arrebatados, pavorosos, minados pela língua-náutica-difusa: os reflexos do pensamento-mundo, o silêncio da palavraimagética, a dança-caleidoscópica-em-contágio, transferem-se no laharsurfista-poeta que jamais alcançará os ciclistas da completude: o avanço indizível e a indução tornam-se o magma da afluência poemática que rebordará os gatilhos das epifanias que desabrocham nas fronteiras venenosas do encaracolamento onde o poeta sente a apressura das tonalidades da atmosferamovediça aparentemente perfurada-moldada: vasilhas hibridas da arquitectura contorcem-se na obscuridade ambulante). A liberdade do corpo vivo do poetacavalo-surfista está nas transferências pristinas-divinas-selváticas, na música do coração do mundo, no caos rupestre, nos atalhos das Troianas, nos fórceps impossíveis dos minerais, na osmose enérgica das topologias, das protuberâncias sensoriais (persistentemente dissemelhante ou a desordemharmoniosa da mineralogia infindável dos sons da improvisação: estacas de lamparinas sobre a máscara da insistência ou o absinto criativo das serpentes nos ecos das espécies, nos escapamentos acústicos). Nos seus LAHARS insubmissos existem as cavernas do astro-do-astro a reiniciarem continuamente a veemência das espirais que resvalam sobre outras espirais (absorvendo-as dentro do seus próprios nomes-coagulados) e é neste des-equilíbrio aeronáutico-imemorial que os abalos da plasticidade se influem nos movimentos das estrias da vertigem, nos monólitos, nas fecundações anónimas de Titânia (as reversibilidades da flutuação abreviam-se, preambulam-se, rebatem-se sobre as texturas do corpopoético no remoinho das ondas do tempo e tudo se perde, se refaz na mítica pedra de Sísifo). A gestação das escrituras-pyroclastic projecta-se nas multiplicidades obscuras-instituais e a poesia expande-se e recolhe-se no estriamento, na indeterminação, na potência-cambiante de dizerdesdizendo, na fertilidade xamânica-petrológica-sacral-mitológica e elevase transversalmente na integridade do corpo-eco-força, na sincronização do tempo-espaço, nos reflexos intercessores dos contrastes sincrónicos, misturando as superfícies. O cavalo-surfista-poeta fundamenta-se, imerge, desemboca na luz-lúdica que bate e cartografa as transferências da obscuridade, tentando desvendar os segredos da onda, as memórias da memória, as diferenças do mundo, libertar as rotas da vida, destruir o encarceramento, a cristalização. A poesia intersecciona-se nas travessias da realidade-outra, nos desmoronamentos, nas energias eremíticas-metropolitanas, nas imprevisíveis transformações, nas impressões do ilimitado e do vazio até à permanente cisma da sombra ou até mesmo à fractalização-compositiva do eclipse (o pensamento do surfista-poeta-cavalo movimenta-se heterogeneamente na trans-história: oceanógrafo de tensões-nómadas: surfista da onda com a onda: insondável ONDA). Urge a I-EMERSÃO de LAHARS: os sentidos dos cavalos-surfistas-mistérios que encantam o mundo, que movem o mundo, reconstruindo novos mundos, novas realidades-simultaneidades: entre-naufrágios-entre-escritas: linha caóideda-vida: (a metamorfose contínua é uma incerteza absoluta e antiquíssima

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resplandecendo no lugar-náutico, na pluripotência visionária, na heterónima tragicidade, no metabolismo do exílio, no equador das visageidades, dos interiores vulcânicos e as energias polifónicas da dramaticidade, da libertação primitiva, da navegação cosmogónica dos poetas-cavalos-surfistas-lahars reconquistam as vozes inacabadas das travessias, os diálogos mitológicostelúricos-arborescentes entre as voltagens dos sentidos dos ritmos eróticosescafandristas-polivisionários-acústicos-cosmonautas-glandulares-milenares que se abrem ao mundo, à luminosidade tectónica, à simbologia hipnótica da terra-mãe): Energia salvífica da terra-mãe absorvendo a sincronização do tempo, do espaço, do deserto antiquíssimo, a cantaria da inexactidão, o sangue da indiferenciação ___________a substância descobridora do mundo-outro, das cadências incubadoras da realidade-outra e as ondas-das-ondas-com-asondas, as flutuações estonteadas, os galopes sonâmbulos recombinam a matéria das imersões, as luminescências do abismo, os territórios obscurostransgressivos entre a louca circularidade da escrita na imperscrutável espontaneidade, nos pórticos líquidos que solavancam no tempo-em-desastre. As escrituras-pyroclastic constituir-se-ão na composição interrogativa do silêncio eléctrico (escoamento das evanescências). O silêncio nos alamentos topológicos da palavra, na existência incontaminada, no espanto colossal sobre o aceno das pedras: (coalescência, acrescência, viscosidade, espessamento, bacias oceânicas, placas litosféricas, SATORI, zonas de subducção onde o CHACRA-ANAHATA dos cavalos-poetas surfistas regressa continuamente à estonteante transmutação da ausência-presença ou ao desastre vibratório das vozes concentradas-descentradas e desenraizadas ou ao chocalho tectónico do desaparecimento-ressurgimento). Será esta a catástrofe-monádica das escrituras-pyroclastic? Será esta a dança sonâmbula-electrocutada que cria corpos selváticos no enigma das escrituras? Ou serão as escrituras as danças interiores que se deflagram na cenarização insondável do próprio corpo esbraseado-náutico? Uma dança cega constituída por energias sedutoras, desbravamentos, súcubos intrusivos e por artesanias ligadas aos pilares ressoados nas crinas do estranhamento? Será este espelho exaltado uma transposição dançante-suprema que transforma a nossa dor-KASURE num eco de imprevisíveis direcções, um eco de teatros-nómadas a emergir na experiência-dos-limites da percepção-memória-imaginação-linguagempensamento-mundo( resistência em gravitação, em revelação do desvairamento maternal, anamórfico). Os Cavalos-surfistas-poetas erguem-se no aniquilamento dos sentidos ou nas regressões das catástrofes onde as navegações cósmicas da poesia são recriadas entre as embocaduras rudimentares da luz, as aparições espectrais-ilimitadas, as anatomizações dos espelhamentos, os despenhadeiros das origens, a originalidade sémica, as profusões instintivas, as vastezas policromáticas, os hieróglifos sensórios: estes sismos/abalos e estas rebentações informuláveis fecundam a obscuridade da insânia com as aberturas latentes-emigrantes do mundo que são visões moradoras nos desdobramentos animalizantes-humanos: __________ travessias magmáticas, isossísticas da intensa renovação verbal, da imersão inesgotável da linguagem, da solarização arborescente compositora do devir-prismático (recomeços-holísticos habitados pelos fluxos-sígnicos que escavam caudais implacavelmente). O Poeta-Surfistacavalo-Lahar avança vociferante nas imprevisíveis transformações da

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realidade, nas altercações da sombra-luz-órbita-atmosfera, nas violentas fracções do inexplicável, nas circunvoluções da memória instantânea e enigmática do poema-poeta que é um não-saber permanente na busca do inacessível. Será esta a dança-cavalgadora-flutuadora da fusão enigmática dos corpos-das-escrituras-absolutas? Os corpos dos encadeamentos cósmicos serão sempre inacabáveis, daí a relação testemunhal das ondas-ZEUGMAS com as intermitências ansiformes dos desastres, das vistas das áspides arrebatadoras. Será este retorno perpétuo, um clarão sibilante entumecido, um vendaval magnético, uma espécie de deriva acopladora de movimentos inaugurais da hipotaxe-parataxe (alcarsinas alocromáticas)? Os cavalos-sonâmbulospoetas-surfistas estetizam-se com os fragmentos da imarcescibilidade do ilimitado. Os desastres das escrituras enfrentam-se entre a anamorfose e a destituição dos vultos das próprias escrituras-pyroclastic. Eis a submersão abismal no paroxismo da indecifrabilidade que sacraliza a selvagem vibração do poema ou um desfiladeiro luzindo sobre os arenários corporais (aradouronáutico da matéria-em-vórtice). O cavalo-poeta-surfista recusa-se instintualmente ao observar o imperceptível e o deserto-da-escriturapiroclástica é a sua catástrofe iluminadora, a textura que se transfere, se desvia magnificada. Assim, os cavalos-poetas-surfistas eliminam o racionalizante sistema totalizador, para ritualizarem-reactualizarem, dinamizarem o centro absoluto-enigmático-transmigratório quando acontece______ poesia (a poesia reconstitui-se hibridamente nas expressões, no magnetismo da cosmovisão e esculpe as suas e-imigrações semantúrgicas-indizíveis nas geografias-emdesdobramento-dançante: oscilações das cartografias-em-risco, partilha metamórfica do desassossego, acoplamentos de subversões-perplexidades, transmutação dos murmúrios-sígnicos, incarnação-mutante dos devires, informulada fractura humana-animalizante, sanguinidade do desejoexperiência-pensamento na exploração mutual do enigma que se dissipa, intersecciona, ecoa e retorna violentamente ao estranhamento da germinalidade do deserto, à actualização do silabário das epifanias, às vertigens da imanência, à heterogeneidade fertilizadora-sacralizadora do olhar-sismológico perdido do (no) mundo…,…) A força afectiva dos cavalos-surfistas-poetas está na experiência das ruínas imaginárias, na caminhada devoradora e criadora do fogo da presençaausência-captação-fuga-entre-estações-jugulares-cósmicas: (espalhamento da sedução dos traços do inconcluso, do desconhecido, nos socalcos das incisuras: por isso, o poeta-surfista vive da espontaneidade da onda gozada pelo pensamento-mundo( oficina das lunações): tactear o vazio-florestal-oceânicodesejante): os GIPSOS-LAHARS das escrituras-pyroclastic das impossibilidades irrompem no lugar dos batedouros dramáticos crivados pela existência dançante onde as plasticidades das cosmovisões, a cinematografia do universo, as navegações cósmicas enfrentam a sedução da vertigem, as aberturas permanentes da indefinição e do inexplicável com as linguagens encantatórias dos rituais libertadores da arte da vida: ______________ os fluxos relampagueantes da heterogeneidade espelham, varam as percepções panorâmicas, o grito do vazio, a língua aborígene, alienígena sobre a violência da força-do-galope-refulgente que vem da terra, da liberdade afectiva do surfista-lahar: espírito eléctrico a vascularizar os desencadeamentos até à

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incorruptibilidade das encruzilhadas do corpo-expressão-magnetizada que instaura as manifestações epifânicas, o caos das raízes idiomáticas, as labaredas dos músculos das fábulas, as fendas do grotesco (despedaçamento enxerido no sopro dos rumores: animais-vegetaishomens-mulheres encharcam-se de crepitações instantâneas, de respiradores anelados, de pranchas genitais: rugidor-diadema na desordem rítmica a constituir, a ecoar, a infundir as veias regeneradoras, jazzísticas-dissemelhantes do mundo: a poesia fortalece a energia transmutadora, a expressão dos ecossistemas da não-evidência, do eclipse, da artéria em rodopio-lascado (a multiplicidade das perspectivas que interrogam a busca das surfistas perdidas e reconstituídas entre os lances azimutais-cónicos, os traçados dos trilhos de superfície e o confronto cartográfico dos istmosdesfiladeiros-fiordes-cataratas). A raiz da vida dinamiza a singularidade do poema-cavalo-sonâmbulo desdobrando-o nos habitats mandibulares da natureza, no estonteamento sensorial, nas espáduas das artesãs-feiticeiras onde a mutabilidade vertiginosa das palavras descentra a génese verbal do abismo, a plenitude contínua, a multiplicação luciferina-criativa que impulsiona a universalidade náuticacavalgadora do poeta (velocidade de deslocamento-surfista sobre os meridianos/paralelos compactos-fluidais envolvendo as expressões nas zonas de fusão-projecção-intersecção ou nas zonas de acidentes geográficos-sígnicos: zonas desviadas-antecipadas pelo grito-insistentemente-surfante). Urge a I-EMERSÃO de LAHARS: a potência da substância do mundo, a materialidade flamífera, a geografia célica, o subsolo terráqueo, a fluidificar estranhamente as partituras entre as circunvoluções alucinantes, o lance do mundo fractal, as cauterizações do desejo, os entrelaçamentos das forças invisíveis, ultrapassando as explicações, os convencionalismos, os determinismos com os materiais vulcânicos-poéticos, com a plasticidadeelasticidade-viscosidade da palavra, com os metamorfismos dos fluxos das vozes (os mastros subaquáticos deambulantes ascendem à experiência das alomorfias, à superfície paradoxal das curvas cinestésicas: poeta-surfistanavega-na-diferença-em-prancha-semântica-geóide-entre-ondas-na-onda-coma-onda-de-coexistências-cruzadoras). Aqui despertamos o sublime da massa caótica dos signos-nómadas e a explosão das energias cosmogónicas que nos provocam a sensação do invisível, dos andamentos utópicos, dos confrontos com o nada, com a incógnita, com os ritmos das danças sacrais-iónicas (arremesso e ciclo da fenomenologia coreográfica do estar-na-ondulação-quevolta-e-vai-retornando). Talvez seja a reactualização incandescente dos atravessamentos da escuta-captação corpórea, da transfiguração anatómica a integrar as escrituras do cavalo-surfista-poeta na sua intensidade abismal, indefinível, luminosa-obscura (acontecimentos sem direcção: cópulas descentradas e prodigiosamente extravasantes): testemunhem, o derramamento da impossibilidade, as ressonâncias do indizível, as contorções do desconhecido a vibrarem numa incubação obscuradesértica-poética que alimenta o alvoroço-do-ANTLITZ-da-orfandade-daiminência-imanência-da-vertigem (signos-galopes-fluxos fissuradosenfeitiçados pela crueldade (tatuagem) -fascinadora dos diamantesofuscantes-oceânicos-surfistas-equídeos: miríade/cruzamentos de ecos

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desmanchados: ALVÉOLOS, halos, formigueiros em interpenetração: a poeta-surfista bate nos andaimes astrofísicos brilhando ininterruptamente) As radiações do poema-surfista-cavalo-sonâmbulo (repercuto): expulsam as ideias explicativas, interpretativas, teoréticos porque os seus elementos trapezistas-viventes (astrolábios, bússolas, álcali traquitos, biotita, horneblenda, quartzo, anfibólios sódicos, piroxénios, apatita, zircão, óxidos de ferro, magnetita, titanita, allanita, obsidianas, zinco, magnésio, quartzo, turmalina, grafites, diamantes, sais, silicatos, eléctrinos, maleáveis-sécteis-dúcteisflexíveis), são construídos num deflúvio-em-deformação-em-extravasamentoanamórfico onde as consequências mágicas provocam regressos à pulsação do delírio, às bibliotecas devaneadoras-turbilhonantes, à fertilização originária do vazio relampejante, das ascendências alquímicas, da espontaneidade dos metâmeros-híbridos-intumescentes da matéria-poética, onde o corpo-emcaotização se abre ao insulamento antropofágico, aos rituais secretos das expressividades: ____________ os devaneios e a assombração do invisível expandem a utopia das constelações rizomáticas que acrescentam ao poema a fundação prismática-re-iniciática do lugar e dos abalos que atingem, contagiam e reforçam o astro da imprevisibilidade (o poema se lança antecipando as suas circulações infinitamente indetermináveis): esta derivação da substância do mundo cria transfusões heterogéneas, interacções-interpenetrações libertárias dentro da agramaticalidade vibradora onde a energia da animalidade, da singularidade-das-manchas poliniza os despenhadeiros ininvestigáveis, as interacções cósmicas-míticas com a implosão das abaladuras das progressões indefinidas: assim, a corporeidade nocturna/tremeluzenteconcêntrica/expansiva surge nos hinos primitivos do mundo, levando os raios celulares-moleculares-afectivos da excepcionalidade até à fulguração do movimento transmigrador de caos-catástrofes-elipses-mosaicos para recombinar a matéria das imersões, as luminescências do despenhadeiro, os territórios clandestinos entre a louca circularidade da escrita e o imperscrutável idioma da espontaneidade (os rasgos das transfronteiras tornam-se porosos, intersticiais, inclassificáveis, movediços, realçando os alastramentos dos ímanes-minerológicos-náuticos-do-poeta-surfista-cavalo-sonâmbulo) Enfrentar-re-criar os LAHARS é perspectivar uma intermitência na escuridão, no subsolo da composição da vida (marchas, descentramentos e rotações estéticas sempre na raia, nas vibrações das multíplices vozes-emergentes: participação convulsiva do desejo-mundo): cavalo-poeta-sonâmbulo abre-se à própria linguagem-voz-silêncio-translação que vem de todo o corpo-surfistaescalador-em-traço-aquático, do real imprevisível, da atmosfera-do-olhar-grito do labirinto (desdobramento coreográfico das superfícies onde a flutuação contém os movimentos poéticos-lahars que sincronizam e desajustam perseverantemente, magicamente o corpo performativo do surfista-cavalo: desescrita cavernosa cheia de écrans ondeantes e a sombra se torna sombra nos alvos distorcidos que solicitam as transmutações dos corpos-das-pranchascavalgadas: o fulgor da desertificação-oceanográfica resvala nas arrebatadas metamorfoses que intervalam os rastros do corpo-coreógrafo: força-dossensores-oscilatórios da indiscernibilidade: uma intensa afectividade que

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caminha para as outras artes, para as ciências, para as pulverizações polifónicas-psicadélicas desterritorializando a língua devoradora de percepções (louco movimento dos silêncios acústicos): uma boiada multilinguística-quetudo-desenha-esboça, uma armadilha de luzes captadoras de sombras-dedesaparições-de-placentas-hibridas, de epicentros policromáticos entre as subducções da lava do corpo, corpo-fenda, corpo-erosão, corpo-energia da palavra, enfrentando a infinita imagem expansiva com a respiraçãogalopante do desejo e da transmigração imaginária (circunscrever os riscos-do-andarilho da loucura: os minerais, os animais, a floresta, o deserto defrontam/olham em desequilíbrio o corpo-incriadoincomensurável do cavalo-poeta-surfista( o hausto traçador de abismos): afrontar o caos cantante-delirante, transmitindo atmosferas e errâncias que se precipitam no vigor do AION: o fantasma do dentro da memórianáutica): os poetas-surfistas-sonâmbulos caminham-ondeiam-escalam para o outro-abissal da interioridade-da-superfície-marítima libertando os ritmos inesperados da sombra concêntrica, astral que alça o exílio, o conhecimento da catástrofe, a morfologia tectónica da linfa-verbal: animal de arquitecturas sígnicas-espiraladas, emaranhando o real, as pluralidades e o imaginário com a metamorfose comburente da expressão poética. A criação poética e a ondacavalgada abrem-se às múltiplas travessias dos cânticos da imersão humanaanimalizante e a correnteza sensorial reintegra-se no impossível para se transformar na exaltação da probabilidade-cinemática-corporal (tudo é transmovido para as perturbações da sublimidade do intraduzível: a contaminação luminosa/obscura/sensorial do poeta-cavalo-sonâmbulo-lahar expande-se nas suas lutas interiores, nas suas transformações, nas suas anástrofes onde as ressonâncias da origem explodem construindo a arte que desacorrenta a memória). A onda-navegante-cárstica-poética é uma ruptura encantatória, uma origem cósmica incarnada pela exaltação dos acasos contraditórios. É o profundo aluimento-verbal, a linguagem incandescente, elementar, um lance-do-absoluto a comunicar com a força-eléctrica do ecossistema-profético-infinito (imagem-movimento-encadeamento-emcircuito-autónomo): esta indeterminação reinaugura o lugar do exílio, a loucura murmurante, a cratera do poema em harmonia-desequilibradora com os ritmos divergentes, as danças astrais, as potências dos desastres que se combinam no interior-exterior da onda-surfista-lahar: o sangue-respiratório dos mergulhadores a unificar-expandir-alastrar-em-diferença o corpo do poema, o corpo humano-animalizante, o corpo verbal, o corpo cósmico, devorando incidentes, antilogismos, azougues, têmporas anfíbias, utensílios, abolições necrosadas, roteiros medievais numa emancipação que se desagrega para criar estonteamento, fluxibilidade (sobrevivendo sempre entre as re-germinações pervicazes dos vigores náuticos-dançantes): o poeta imerge na obscuridade, na invisibilidade para atingir o plano-em-confrontação da alquimia do recomeçoda-metamorfose (eclosão transgressiva da paradoxalidade institual): será o caos do corpo-poema no escafandro anterior à projecção da palavra/expressão/voz/murmúrio? ou será a confabulação convulsiva, a vivacidade secreta das impulsões a multiplicarem as vozes dos corpos nas tonalidades devoradoras doutros gritos meteóricos que identificam e trespassam o poema com os espelhos inomináveis, as poeiras dos cais, as ervas do alto-mar?: estes caçadores-de-partículas-vibracionais-violentas das cavidades-proprioceptivas da revelação-lahar destroem as

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significabilidades, as lógicas, os determinismos: é esta a visão absoluta, o écran-móvel-demoníaco da capacidade fabuladora, das batidas-emencadeamento que buscam a espontaneidade, a espiritualidade, a visageidade nas coreografias do reprincipio da vida? Serão estas as regiões-impossíveis-obscuras da vida em contacto com a fertilidadeimemorável e a homenagem da terra, que se emancipam ao emanciparem os cânticos-do-espaço-surfista, os rituais-do-cavalo-sonâmbulo-poeta para comporem a prancha-poemática-em-fuga com o próprio caos-ondeante, as segmentações-pendulares que reordenam ou tentam recompor a catástrofe-em-forma-de-loucura-criativa:( contornos-moventes dilatados no corpo-poeta-surfista?): (destacar-se no absoluto através dos arcos das profundidades das superfícies que são ondas-espiriformes que se interpenetram na heterogénese ininterrupta do poema-lahar) Os LAHARS dos cavalos-poetas-surfistas-sonâmbulos projectam a profunda imersão corporal, a encruzilhada de sentidos e de não sentidos, a fantasmagoria polissémica, os jogos prismáticos da descoberta do mundo, onde os delírios, os hieróglifos, granulações entrecruzam-se a-temporalmente criando ZONAS mágicas-circulares-cósmicas, destruindo fronteiras (movimento giratório da multiplicidade arqueológica-marítima a fragmentar-se na opacidade do gigantesco murmúrio: a ONDA nada escolhe ou assinala. Ela existe no traçado indizível). Esta energia transmutadora busca a fascinação do vazio, os mapas arboriformes dos espelhos ocultos das palavras, a intersecção-dissipação original (azulejaria-cerâmica-metazoa ilimitada) da TERRA-MÃE: então, a metamorfose anabólica-catabólica-sígnica é uma vastíssima e sedutora forçada-incompletude sobre o deserto/oceano sonâmbulo: um grito ardente no batimento arquitectónico-pollockiano do universo: aqui as esfinges moventes, os fluxos desejantes das fusões imaginárias tentam traçar a mineralização do silêncio informulável, a invenção das superfícies-profundas, as aberturas epidérmicas-explosíveis da língua na língua, através da língua e com a língua: ONDA na loucura da ONDA: aquela que não faroliza, não desofusca: ritmicidade da fertilização hipnótica: potencialidade da osmose larvária: eis as escritas vertiginosas da parábola-lúdica nas tonalidades do desassossego e na emancipação selvática do poeta-surfista, poeta da diversidade instantânea e dos nomadismos do intenso-talvez que provocam arquipélagos resplandecentes entre gritos-inumanos( silenciosos e vesanos renascendo incessantemente nos encalços dos extravios). Urge a I-EMERSÃO de LAHARS infra os ECOS interrogativos, magnéticos, germinativos, heterogéneos sempre em confronto com os lugares-do-estar-alino-ocaso-acaso, com os olhares geográficos-polarizadores-acendedores-dedesastres e de experiências: a substância dissimulada do mundo, o mistério da natureza, a intemporalidade aberta à onda-escrevente (a ondulação que se arremessa loucamente e se desmorona ao construir o DENTRO-fora do silêncio, o vazio do surfista-poeta-cavalo-sonâmbulo). As palavras alastram-se na anatomia dos cavalos-sonâmbulos que sintonizam-absorvem o poema, o entrelaçamento excitatório das escritas com o confronto dos jogos estéticos, com a exaltação da encruzilhada, com as transfusões sensitivas-dinamitadoras

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das sonoridades (arenários da própria ausência que constroem acolhimentos, oblívios e espelhos dos aradouros que ressangram criptograficamente_________buscar o inexprimível dentro da onda-não-onda que é precipício de si mesma: os estendais ligados à impossibilidade, as vozes das resistências heraclitianas fogem à dominação, ao já-dito( dentro do inominável): eis o grito da subversão glamorosa, reflectindo-se diferentemente nas acidentalidades incomensuráveis da expectativa: teatro de cirandas-deexpressões e o imprevisto entorna-se na sensação do porvir-ondeantesonâmbulo-surfista-poético ). O sublime da palavra-surfista explode o seu reinício, a sua espera, a sua embriaguez, nas figurações inesperadas das ondas perscrutadoras das esfinges e da reconstrução-destruição do real (devastador contágio das travessias que falam-não-falando: fissura movimentadora da palavra que alvorece na sombra e é alvo da própria sombra). O seu movimento de perspectivas infinitas cinzela uma presença viva-materna-amnióticametabólica-multiforme no desconhecido, nas vertigens concêntricas, nas geometrias galopantes do alfabeto piroclástico (intensidade geográfica descentralizada no corpo-surfista onde se reencarna o poema inexaurível que cria em si a perigosidade, a exaustão, a destreza do quase-dito, a vigília do jogo mudadiço, o lapso rítmico: habitats-em-redemoinho do surfista-poeta): eclosão das reentrâncias do silêncio do refazer, artimanha do caos-em-contractura, emancipação do enigma-cetáceo, expressão estética do báratro tentando unificar-espalhar ininterruptamente os elementos da natureza, as ecologias medulares com as impetuosas navegabilidades-imprevisibilidadesprestidigitadoras: (prolepse alucinante da vida: jogos de uma astronómica úlcera semiaberta________escrita ressoante-ante-surfe em regresso eternal) As artérias-palavras desdobradoras das interrogações do deserto estão no centro dinâmico da cosmovisão do cavalo-sonâmbulo: uma incerteza antiquíssima, absoluta, holística na catástrofe cinemática do (in)visível, do conhecimento órfico( refazer-se no insondável abíssico, na falha que é força criativa ) e o poeta-surfista caminha para o espírito intermitente do mundo entre a ondainstauradora-do-êxtase e o instante obscuro do poema-magma: a obscuridade corporal a regressar à arena do sopro desmemoriado, às sensações babélicas da natureza. A violência pulsional do cavalo-poema absorve a linguagem urente, a inundação dos renascimentos enigmáticos para retornar sempre à meteorização do indeterminável, aos trilhos mutantes dos vórtices esfíngicos. O cavalo do deserto e o surfista oceânico transformam as ancoragens da vida numa circunvolução alucinante de moradas sagradas, eróticas, indefiníveis que absorvem e expandem esfinges-da-autonomia-selvática, confrontam o nada e regeneram a visageidade do mundo, fundindo os caminhos da palavra-dadramaticidade-dançada-revivescente com as velocidades polispérmicas, ancestrais, paroxísticas, acústicas (improvisações dos deslizamentos semantúrgicos que antecipam interfaces sedutores: profusões contagiosas) _______________transmissões vulvares, uterinas-cósmicas, dinâmica interiorização-exteriorização da osmose incodificável-incessante (movimento das valvas) a acolherem os itinerários das vozes iniciáticas. Será esta metaimagem primitiva uma espécie do catastrofismo-hipnótico de uma língua que tenta tatuar-se entre as reminiscências marítimas, as transumâncias

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de espelhos incicatrizáveis e as hibernações sibilantes para cartografar a elementaridade do abismo? Serão estes os rizomas acrobatas, sinfónicos, polimórficos, onomatopaicos, caçadores de fogos e de maternidades selvagens que aprofundam os ecrãs do dilúvio, infinitizando um grito circulatório, sulfuroso, prismático, turbulento, para reconquistar as moradas planetárias, as experiências da conquista dramática nas desmedidas possibilidades e nas plurivocálicas oscilações do mundoimprovável)? O cavalo-poeta e o surfista-sonâmbulo não se conhecem a si próprios, por isso gritam, gritam construindo uma teia energética de candeias-líquidas, uma eclosão de sons peregrinos-tribais ao encontro das palavras pré-babélicas e, “sem pontos fixos no espaço”, criam ondulações de fuga com a exteriorização da vida absoluta, com a correnteza relampagueante das conexões poéticas que se encontram nas multiplicidades do corpo indomável, nos jogos imagéticos, nos cânticos xamânicos, na consciência caótica, na espiritualidade/violência do risco que ressoa no texto, na absorção da materialidade abismática, na sacralidade dos ecos, na energia do informulado,..,..: esta rotação dançarina dos itinerários, compõe e decompõe os devoradores do fogo, as memórias cósmicas nas fusões do invisível, nas interrogações do deserto, na força estética da ausência, do exílio centrípeto e centrífugo (sussurro das fendas que trespassa infinitamente o impensado). Eles gritam simulando vertiginosamente as montagens e as desmontagens das ascendências nativas (reflexionar-surfarcavalgar dentro da instabilidade criando descentramentos, atomizações e intersecções: corpo de tapeçarias lunares-metamórficas______corporalidade visionária do poeta-do-dentro-do-fora do feitiço do inatingível). O grito das escrituras antecipa os territórios proibidos e interroga incansavelmente o corpolivro da natureza-mãe. O grito, a cavalgada, a navegação, o corpo-ondeanteflutuante participam no caos e no cosmos (diálogo metacorporificante relembrando o poeta Chiu Yi Chih): uma visão-outra no silêncio da impossibilidade, no silêncio da revivescência-das-revivescências do irreconhecível que nos leva ao limite-do-limite, onde a vida-animalidade e vida-surfista se fundem, procurando a vida verdadeira ou novas formas de vida (porque os surfistas-poetas-cavalos-sonâmbulos desconhecem a plenitude dos seus corpos e o alfabeto-surfar-cavalgar encena o desaparecimento numa conflagração fecundadora: arquitectar o mar e o deserto com estilos impossíveis: os mergulhadores da conexão vida-transe regressam à hiemação do alto-mar do pensamento). Os LAHARS destes poetas oscilam nos tactos da excepcionalidade e na sismicidade sonora das sensações porque vão sempre ao encontro do desconhecido, da correnteza anónima e da metamorfose autónoma, regenerativa. Aqui, a secreta instantaneidade libertária-perturbadoraINOVADORA propicia-nos o sublime das transposições furtivas-intensivasemancipatórias, as permutações das fogosidades que tentam descobrir o enigma que inquieta os genomas da indizibilidade na disposição/interrogação do mundo: centros iluminadores da palavra a fecundarem hipnoticamente a presença viva dos chamamentos da desertificação idiomática, da efervescência dos signos insondáveis e das extremidades genésicas que nos lançam para as submersões das perspectivas e nos acolhem na mineralogia expansiva da vida (exaltação das raízes do labirinto: o surfista-poeta perscruta as fendas

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líquidas e ao possuir infinitamente a onda alienígena torna-se a potência da diferença em si próprio: multiplicidade do corpo-poema que extravasadesmonta-rearquitecta as polissemias, as translações vocabulares, os rituais nómadas e aprofunda as emboscadas da luzência nos abismos ininterruptos onde se encontram as subducções da invenção, os regressos ao desmesurado da gestão obscura, à babel antecipadora da vida, à espiral obstinada do não-sentido, à extensão absoluta da atmosfera astral-sígnica) O poeta descobre-se e encobre-se nos batimentos da assolação, das profusões da excepcionalidade, da perplexidade, da libertação da mutabilidade corporal: é este o desassossego da linguagem que difunde e absorve os cânticos das escritas do coração do mundo. Os LAHARS dos poemas-surfistas vascularizam, descentram-se ao anteciparem-se (sem dizer) no transe da autofagia, na percepção autónoma, na orfandade, na arquitectura do mundo devaneador, na heterogeneidadeambivalência, e devoram as coordenadas das secretas fecundidades, das translações dos fulgores das moradas, dos tresloucados erros criativos, onde se reconciliam as línguas, as géneses da dimensão ciclónica, as lunações, os jogos de luz, os arquipélagos-crepusculares-saturninos, as rosáceas do grotesco (respiração do desejo-contagiante a depurar a violência da reinauguração da metamorfose): olhos alucinados a reabilitarem as rupturas dos perpétuos renascimentos na lava-das-travessias, na transmigração imaginária, nas fragmentações-unificações renovadoras do corpo: esta eclosão do silêncio na rebeldia das metempsicoses, nas auscultações do desvairamento, nas disposições idiomáticas ancestrais, no lugar aberto-libidinal, na vida verdadeira-fundente, na integridade da existência-polinizadora. Sim, é nesta reactualização do sussurro-surfista-galopante que encontramos e perdemos simultaneamente a dramaticidade da adivinhação, as vivificações dos andamentos utópicos, as visões-outras infiguráveis e reconstruímo-nos nos lugares dos cânticos-prestidigitadores-sedutores do devir-mundo-surfista; abrigámo-nos na perspectivação-emotividade-afectividade, na falha libertadora, na conflagração das coreografias: as síncopes fortificantes, as plasticidades mágicas-fractálicas, as ascendências oníricas da espacialização indefinível escoram-nos entre a obscuridade das casas poemáticas, o silêncio visceral do enigma, as rotas subvertedoras da efabulação, e projecta-nos para as vertigens plurivocálicas, para as celebrações das zonas-caológicas que anexam e expulsam o sublime da intercorporalidade da palavra para recolher novamente/diferentemente o vórtice do grito, a instantaneidade do abismo: mergulhar os poetas-surfistas-sonâmbulos na resplandecência dos ritmos paleoxamânicos-neoxamânicos-náuticos, nas transposições energéticas, na corporificação dos teatros-bárbaros, no alvoroço dos sentidos e dos não sentidos e na hibridização translinguística-regeneradora das visualidades cosmogônicas, alquímicas, esfíngicas: (antropofagia da consagração dos recomeços inomináveis: a onda deriva e só retorna entre surfistas-poetasirreconhecíveis) Urge a I-EMERSÃO de LAHARS, que são linhasTECTÓNICAS(ESCRITAS) de epifanias infinitas, de espelhos nativos

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ritualizadores das expressões estéticas de força, do absurdo incandescente do cosmos, onde as transumâncias aborígenes das escrituras dos poetas-cavalossonâmbulos regressam ao mistério osmótico da linguagem/voz e unificam e disseminam as perscrutações selváticas da resistência dos animais sonâmbulos, dos icebergues metamórficos que se entrecruzam nos mananciais da anterioridade do verbo: _____________ substância oculta do mundo a alastrar a autonomia encantatória do ritual: sensorialidade/conhecimento fractalizador sobre os cânticos da fertilidade indomável dos elementos da Natureza: uma potência das escolhas que instauram, reconstroem a vida com as tapeçarias dos devires, com as fusões das formas-de-habitats, com as escritas selvagens, orgásticas, nómadas. Este ecossistema indecifrável, polissémico, isossístico, piroclástico, lávico, é cartografado pelas multiplicidades, pelas vertigens geomorfológicas-retinianas, pelas hibridizações silabárias do poema-surfista que delineia, refaz, subverte as arquitecturas-em-risco, as caligrafiasfotorreceptoras através das emigrações-imigrações sígnicas, da solarizaçãoobscuridade, das semioses do abismo: impulsionar o tokalon sinestésico, a corrosão rara do grotesco, as plasticidades do ecce homo-inumano, onde as energias encantatórias-transmutadoras do galope-ondeante dizem-desdizendo o reinício persistente das fendas-curvas que se desligam, se extinguem ao criarem (ARANEA DIAMATA), ao buscarem a desterritorialização que não se escutaescutando: uma pulsação astral-violenta dum corpo resistente, um corpo cavalo-surfista-poeta, um corpo-flutuador de abismos. O fluxo heterogéneointenso, do cavalo-poeta criador de abalos e os engolfamentos abíssicos transformam os fluxos marítimos dos poetas-surfistas em vertigens cromossomáticas do quando há poesia, em felinidades instantâneas, em silabários minerológicos que são as próprias ventilações da fertilidade da terra: este nomadismo petrológico, estas colgaduras geográficas, instauram uma comunicação entre o magnetismo célico, a luminescência sacralizadora, as cerâmicas dos rituais encantatórios, as Katharsis iluminantes, as vibrações arteriais, a cauterização dos itinerários, as transmigrações guerreiras que se transmutam diversamente entre os habitantes do deserto, do nada, do desconhecido para experimentarem forças-invisíveis do animal-poeta-em-FUSÃO, a VIOLÊNCIA pura entre a dança mágica do conhecimento e do desconhecido. No interior do corpo-theatron das escrituras as primeiras energias buscam as guerreiras multiformes-circulares da vida, as anatomias incandescentes (a experiência do idioma-surfar dentro do idioma-cavalgar ou a louca golfada do corpo de palavras assombradas que placentam compositores híbridos ou entrançadores de ferroadas-alquimistas ou êxodo-de-peixes a incorporarem as danças de aruanã_____________cinema das feromonas-nucleares, perfumistas do sangue, pedreiros lucíferinos) e os poetas-cavalos-surfistas desocultam as ebulições do zeugma da desfiguração do corpo, as anamarfoses, as impetuosidades selvagens, as ametistas dos epifragmas, os aradouros astríferos que se ensancham a si mesmos e entre ALCARSINAS, hidrofones e arenários poliédricos defrontam o sol-abertona-pedra, o desvairamento informulável das palavras, o batedouro das galfoeiras, as forjaduras da glaciação, as lúnulas valvuladas, o renascimento da cobra-de-fogo, misturando indiscernivelmente as

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lucarnas alocromáticas, a pulverescência, a glandulação justa-fluvial, os hibernáculos: mais uma vez, as magias, os mistérios, as ressurgências dos poetas-cavalos-sonâmbulos tentam buscar o inatingível do mundo ao dinamizarem as iluminações para além das fronteiras: entrecruzamentos do corpo-em-jogo-permanente a fecundarem-se de indetermináveis regressos das circunferências onomatúrgicas que se dobram sobre si mesmas e se ausentam: estar no corpo em deslocamento, na incandescência das profetas-poetassonâmbulas é tocar na secreta vida das existências com a vida-outra perversa, subversora do próprio rizoma do poema e a mutabilidade do fogo sígnico harmoniza e desorienta as afluências cósmicas-cosmogónicas para ir ao encontro das perturbações oscilantes da imaginação que é risco, perigo, rasto em forma de vigília-Lahar: estes cânticos-Oikos-de-espelhos sobre a alucinação da vida criam os poemas que os constroem numa aventura do caos harmonioso (infinita regeneração poética actualizada continuamente pelo conhecimento enigmático, pelas ondas longitudinais-transversais-angulosasgravitacionais que fazem do poeta-surfista um singularíssmo LAMBDAdançante-disruptivo): dança espontânea da escrita-transpessoal que vai para além do alumiamento astral, alongando a biografia do pensamento-em-fábulaem-medusa-sinusoidal): (aerómetro das hifénias e os surfistas-poetassonâmbulos criam expressões que se esvaziam ao reviverem e revivificam no esgotamento: glândulas heraclíticas, adivinhações, cenários, deflagrações refazem o seu próprio magnetismo, as suas próprias archotadas, as suas ondasde-dispersão-vibração-difracção sobre a sagacidade dos volteadores da despintura do mundo (gritos-dentro-de-gritos ou silêncios a condensarem liquidamente o animal-informulado-em-transgressão): surfar e cavalgar nas vitrificações, nos instantes originários-moventes ou serão escultores-caçadores migrantes-de-silêncios em conflito consigo próprios porque habitam na audição do vaivém do fogo-da-palavra? O abismo continua iminente, suspenso; os poetas surfistas prosseguem na circulação termosalina e a poesia acontece na potência linfática-metamórfica-devoradora de simulacros, sacraliza-se no insondado-hidrodinâmico, constitui-se nas ressonâncias demiúrgicas, transforma-se num escorpião de ambivalências, liga-se repetidamente ao cavalo-sonâmbulo-poeta-surfista para gerar correntezas diferenciadas sobre os pontos-aquém dos cadafalsos, dentro das geografias cósmicas-rítmicas: provocar rodopios cénicos, biologismos utópicos, tatuagens multissígnicas, entroncamentos imagéticos, síncopes telúricas, alavancas caológicasmeteóricas, dínamos mitológicos, incarnados nas fulgurações perceptivas: rebentações animalizantes, paroxismos da instantaneidade, musicalidades antropofágicas ressuscitadoras da vida latente. Eis a onda-que-abre-a-onda: a ONDA na ONDA ou o surfista dentro da onda, sendo já onda-ondulável (surfar com o desconhecido, respirar o desejo subaquático-imanente-senoidal). Os cavalos-poetas-surfistas entregam-se à geografia dos fluxos do invisível, do desassossego poético aliado às projecções esfíngicas espaciais-temporais das naturas que agitam e exploram a matéria da luz, da sombra, do espaço-tempo, da gestação ardente das escrituras-pyroclastic: daí que o poema perfura, abre o seu corpo-hipotético para ser devorado pela cavalgada-ondeante do cavalomundo, do surfista-universo, onde o começo indeterminável das palavras centraliza-se na suprema impossibilidade e nos ecos do abismo construtor e impulsionador das radiações mágicas-alquímicas que regressam à pulsação do

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delírio, da fertilização originária, dos rituais secretos da linguagem: nessa incursão, o devaneio e o espectro do invisível expandem as constelações que acrescentam ao cavalo-sonâmbulo a fundação prismática do deserto e os abalos do acontecimento-surfista atingem a onda-do-astro-e-o-astro-da-onda da imprevisibilidade, da destruição-construção do (ir) real, (por isso a perplexidade, a interacção atingem a seu fulgor gestáltico/inapreensível). Assim, o poeta-cavalo-sonâmbulo e o surfista unem-se simultaneamente ao firmamento-modal, à alucinação da palavra, ao subsolo marítimo-terrestre (prismas cósmicos resvalam sobre as magnólias das línguas): um entrecorte do corpo-poema da visão absoluta: a caminhada do poema-em-risco-surfista é violenta-crepuscular-contornadora-autónoma e destrói as significabilidades, as interpretações em si mesma, sobre si mesma (acidentalidades fisionómicas, cartografias-trágicas, trapezistas-incorporais): eis as disseminações vulcânicasfabuladoras a enfrentarem os relâmpagos das esfinges sobre os experimentos do mundo (concomitantemente os ecos do mundo, o sublime infinito da criação na estranha espontaneidade do devir): o poeta marcha para a dissemelhança, para a força eléctrica da vida desvendando o magnetismo do nada, fecundando a prismatização da intemporalidade com um corpo resistente ininterpretável. O poeta-surfista-sonâmbulo germina no limite-dos-limites-caleidoscópicos para transformar a existência entre as fusões dos desertos, das forças dos exílios (inscrições desejantes e fantasmagóricas invadem diferentemente a ondulação dos próprios poetas-cavalos-piroclastyc, construindo furores sinérgicos em si próprios, fora de si próprios): o poema fecunda o informulável do universo com as explosões rítmicas, ancestrais-actuais, plurissígnicas onde um mapa cósmico revela a transposição imaginária, a revolução do não-estar-estar, o desejo-transe da transformação, os corações silenciadores da luminária da integridade primordial ou serão espelhos sacralizadores das línguas a interrogarem as imagens infinitas da energia-petrológica? Ou serão os movimentos mágicos dos aedos, rapsodos do livro cósmico-inesgotável? Ou os interstícios do inumano entre o desaparecimento-criativo? Geografia dos fluxos do invisível, do desassossego poético aliado aos hinos interrogadores da natureza, ao poema-surfista-sonâmbulo-homérida que agita e explora a matéria da luz-teatral-histórica, da sombra-gestual, do espaço-trágico, do tempo-cenográfico, da gestação ardente e a ondacavalgada perfura, abre o seu corpo para ser devorada pelos núcleos dançantes-musicais-violentos-transgressivos dos mundos que transportam em si os recomeços indetermináveis das palavras (centralização suprema da impossibilidade): se a dança das palavras é imprevisível, transgredindo todos os limites na sua anárquica sacralidade, o seu instante incandescentepurificador acontece também na sua interrogação absoluta, na sua tragédia, no seu desaparecimento, na tresloucada irrupção do espírito (deambulante dramatologia do estar-no-influxo-do-mundo): louca heterogeneidade a fundirse na vida latente, nas direcções ocultas do cosmos-corpo. Os poetas-surfistascavalos-sonâmbulos estão na imersão insondável-caótica dos signos, na assombração encantatória, possuindo espasmodicamente, a confabulação do cosmos, na incomensurabilidade, na sublimidade dos sentidos, na busca da espiritualização da violência-criadora que retorna diversamente sempre a si mesma: para estes poetas-cetáceos a absoluta liberdade também se impulsiona na fulguração dos silêncios e se acolhe nos cânticos órficos terrestres: além disso, os poetas-ondeantes-cavalgadores avançam

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na fusão nutritiva da interioridade-exterioridade- (superfície) rizomática, na matéria sagrada-orgânica-erótica da natureza para recriar, metamorfosear a im-possibilidade, a indefinição, a liberdade regeneradora, ressuscitadora do mundo( o mundo que se nutre e se desnutre a si próprio): contínua antropofagia, selvática a esculpir o poeta sem delimitações (difonias e consonâncias em conexão sinérgica criando ímpetos espasmódicos, extrapolações lúdicas-reflexivas entrecortadas): estonteante transmutação do firmamento, da invenção terrestre entre o conhecimento, o desconhecido, a materialidade, a espiritualidade do mundo (alucinação do vaivém do grito que é falha-acústica): eis a autonomia pura do relâmpago-da-palavra-vivida-e-ausente: o poeta manifesta os seus recomeços na cegueira, no desassossego da luz que é projectada na metamorfose polimórfica-vibratória regenerando os ecrãs da reciprocidade do animal-que-antecede-o-poema com o movimento da imersão fulgurante ou será a génese da recomposição do abismo a centralizar-se na profundidade que é face-do-sopro? Ou a exteriorização da descoberta absoluta do mundo-semimagens? (o olhar dissemina-se nas tenebrosidades e captura os sentidos órfãos). O desabrochamento central da arquitectura-do-poema move-se entre as espirais devastadoras, transformadoras das expressões e o primitivo silêncio da peregrinação do desconhecido: assim, a poesia celebra os começos ininterpretados, as configurações ilimitadas da palavra no corpo multidireccional da aventura que nos faz participar no espaço intrínseco da constelação-de-signos-do-abismo e nas focalizações do desastre que é poemaem-vida-inapreensível : entrelaçamentos__________corpo, existência, pensamento, vivacidades, mundo, memória: nucleação desértica do intraduzível): é nesta experiência que surfista-cavalo-sonâmbulo reencontra a matéria vertiginosa, institual no olhar permanentemente insubmisso da palavralíquida que se abre ao traçado da dramatização, da transgressão do mundoinventivo, potencializando o ondeamento da inexistência que se faz presença enquanto desejo-mergulhador e oscilação-dançante do e no corpo-selvagem: uma cavalgadura de irradiações estranhas, inenarráveis, liberta os delírios nas correspondências placentárias-inimitáveis do cosmos para revelar as alucinações plasticizantes, inexploráveis do humano-animalizante: a visãooutra do poeta emancipa-se no silêncio, liberta-se no conhecimento caótico, porque é selvático, não aceita interpretações ou qualquer tipo de determinações sociais, políticas, religiosas: é devido a esta efervescência-surfista-cavalgadora que sua linfa-expressividade é transversal e convulsiva ao elevar/aprofundar a regeneração/purificação prístina do mundo, sacralizando-a num mosaico-corpo não-efémero, formador de vertiginosos rizomas, de disseminações vulcânicas, de êxtases uivantes-cantantes: este corpo-caminhador comunica o não-dito, transmite hibridizações na tentativa de desvendar a esfinge que bate na palavra e metamorfoseia os ecos do mundo no sublime infinito da criação, construindo a imperfeição contínua do poeta ao projectá-lo, recolhê-lo nas energias resplandecentes das fossilizações, das visões utópicas, das transumâncias astrais, entre-construídas na devaneação do grito, que é epicentro das erotizações, das alteridades pré-babélicas, das respirações das ruínas, dos relâmpagos das esfinges e das fundições dos ritmos da violência do indizível: será esta a regeneração dos utensílios da autonomia, das extracções dos enigmas do devir que se reconstrói selvaticamente com o bumerangue das interrogações-e-dos-desastres, ao ressuscitar a impenetrável incompletude dos

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territórios do desejo-sussurro entre a faiscação indomável da palavra e a recuperação do idioma nativo? Quando há poema, o poeta está ausente, está no grito desabitado porque vive no desconhecido, na sacralização do insondado, nas ressonâncias demiúrgicas, nos cursores das multiplicidades e ao mesmo tempo e perante o desconhecido presentifica as alavancas caológicasmeteóricas, o dínamo mitológico, as fulgurações perceptivas-pré-semiológicas: quando há poema as visões gnósticas, a sublimidade, a latência do simulacro (que é grito da fissura espectral, do teatro do mundo) surgem no clarão da singularidade devoradora do leitor-surfista: as luzes, as insularidades, as sombras das palavras atingem o extremo-do-extremo, o paradigma da intemporalidade, a estremeção do segredo insubstituível: o poema explode entre o surfe-cavalgador e o irreal construindo um iceberg de parábolas, de fulgurações biológicas-astrais que re-inaugura a variabilidade perceptiva, a exaltação da perplexidade: este iatismo da infinitude desapossada de convicções (a onda que quebra e desliza no thaumadzein e a espera é já deslocamento em potência-surfista-sonâmbula): expor a restituição do espaço íntimo do abismo na presença movida pela im-possibilidade da ausência. A poesia projecta a sua emancipação no silêncio, na excepcionalidade magnética que encadeia a presença viva do desejo, dos fragmentos propulsores da ofuscação, da instabilidade, com a grandeza vectorial de rasgos originários, dos devaneios das novas existências: este nada-florestal impulsiona o seu dizernão-dizendo na combustão alquímica, nos assombros para transferir a perscrutação do mistério, as figurações inesperadas na obscuridade que abstractiza os movimentos corporais do universo (a anterioridade da palavra em potência): esta permuta entre a materialidade rizomática, os poemasconstelações, os caligramas, as forjas da fabulação e os tópicos imagéticos, regenera o êxtase da intemporalidade, o desassossego, a metamorfose simultânea do espaço-dança-pensamento (flexibilidade dos murmúrios, da escrevedura: jogar ligados à experimentação do devaneio). A poesia-surfistanáutica proporciona a transformação crepuscular Saturnina, os espelhos da vida, o indizível, a respiração do desejo da não interpretação (confluências autónomas dentro das próprias expressões): aqui o poema busca a som dinâmico do silêncio, a palavra originária do devir, do centro do nada, da vida primordial-desaparecida, o movimento que nega e afirma (vigor da revelação heterogénea): a impossibilidade retorna ao diálogo com as vozes expansivas da terra: as expressões absorvem as imagens infinitas, libertando o pensamento-mundo ao desvendarem as devastações dos enigmas do universo com a invenção da vida, com a pulsação do não sentido, do indeterminado: todas estas substâncias verbais no sublime das encruzilhadas do invisível, ultrapassando todas as significações e descobrindo através da violência, da imersão, da gestação, da sensorialidade do corpo, o informulável, a defrontação da obscuridade, a desorientação, a transgressão, as fusões imaginativas, as esculturas in-orgânicas-cósmicas: o poeta sente o arrancamento concêntrico, centrifugo, germinativo ao transpor a alteridade da matéria ou o trama da heterogeneidade para transgredir todos os limites com o impulsionamento extremo, radical da espontaneidade, não aceitando qualquer tipo de teoriasexplicações porque os seus habitats são feitos de perplexidades, de violências ígneas, de imanências onde a afectividade da palavra nos transporta para a encantatória intensidade elementar das energias fecundadoras da louca

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circularidade/interioridade/exterioridade (rizomática) do mundo (a palavra que está em movimento contínuo e refaz o mundo, desaparecendo). O poeta-surfista-cavalo-sonâmbulo retorna sempre ao exalçamento do mundo para dissimular as ondas-corporais-dançantes e proporcionar potências vibratórias coreografadas pela transmutação vitrificada do rodopiar das vozes: assim, emancipa o seu corpo sobre as superfícies multiformes, distorcidas, buscando a celularidade do inacessível, o saber do não saber dentro da instabilidade que resgata os espectros incicatrizáveis que são tonalidades dos desdobramentos do grito, do louco fôlego: louca usina da vontade da voz-demuitas-vozes (dança simultânea do tempo, do espaço, da materialidade, da espiritualidade: dança do inexplicável-dança-em-voz-ou-murmúrio-corporalpictórico-em-movimento): reavivamento dos abalos da experiência labiríntica, dos espelhos de infinitas reminiscências expansivas, zonas de afluências demiúrgicas, onomatopaicas sucessivas: o poeta mergulha no idioma da erosão cantante que monta e desmonta leituras, desleituras, releituras com as cartografias dos rastos-em-vigília, com as disposições instantâneas (tensão simultaneamente transitória, entrecruzada, imanente e eminente). Ele transforma a vida nas sonoridades do subsolo da metamorfose caótica, nos centros iluminadores da palavra absoluta, na violenta intemporalidade da nidação porque não atinge a plenitude (mutação do olhar-corpo, ou ante-corpoem-tensão-em-queda-osciladora-diluindo-prismas-ângulos_______rompendo conhecimentos e realçando a plasticidade da interrogação: onda-surfistamultissígnica-caleidoscópica: a errância-onduladora-polissémica é a paixãomónada-arrebatante do que não existe( eco-impacto das cataratas em dissimilação): cegueira vivificadora; confluências e disjunções dentro dos próprios multinúcleos-perceptivos, o olhar em peregrinação fantasmática a hospedar insistentemente o espanto, o pasmo, a heterogeneidade: (repercuto em risco: estas correntezas de estranhamentos, de desvios, de fissuras, de acoplamentos que transformam o corpo do poetametacorporificante num golpe de vários fragmentos estéticos-sinestésicos, num dançarino-cantante-cósmico-cromático: (encruzilhada em demudança persistente): o poeta-urnanográficodragoeiro-pigmentado-tatuado-estriado…, reconstrói continuamente a desorientação do seu corpo, reinventa o seu corpo, feito de avalanches, de avessos, de araduras, de danças procurando o ritual encantatório, a aventura do caos criativo. Corpo de entrecruzamentos-surfantes, de migrações heterogéneas. Corpo impensado. Ele é o hiato da emersão e da imersão, a interrupção de si mesmo, as cremalheiras tântricas, frenagens ciclópicas, alveários xamânicos, áspides hederígeras, fasciculadas, planetóides (infinidade rítmica da pré-expressão): navegar no obscuro, no inapreensível: marcar a cegueira-paixão-da-liberdade-criadora com as flutuações das linhas atravessadas. Ele é falta de si próprio e a sua epiderme cheia de im-possibilidades interrompe as arborescências absorvendo outras arborescências (correspondências dos rompimentos sígnicos). Ele acontece no abismo-do-devir, na transfiguração eruptiva, num vórtice do grito em constante catástrofe e regeneração (veemência das línguas trespassadas): ele perde-se ao buscar os vestígios da dramaticidade entre as recreações infindas dos espelhos e tenta colmatar a sua errância entre outras errâncias onde a palavra, a escultura híbrida

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vive em contaminação, em curto-circuito, em correnteza-caóide dentro dos dédalos: (correnteza icástica do absurdo: metamorfosear a ocasião em sublime entre os impulsionamentos estéticos-sígnicos da vida: tentativa da onda-loba-surfista que se diversifica em si, voltando-se para si própria através do cavalo-poema ): o grito é a voz originária, a voz intermediária que traça a erotização do inacessível entre o caosmos-do-pensamento: o poeta se contamina nas vozes-animalizantes-divinatórias encadeadas de devires-des-figuradores (fábulas em transição dialogam com o mundonómada). Ele é um jogador-surfista-galopante destruidor de fronteiras: forma mundos-inexistentes-trans-históricos: as vozes poéticas dissolvem-se nas ressonâncias, na solidão, nos meridianos das combustões-reconstruções terrestres, na expansão instintiva do conhecimento, na espera do surfista, que poderá não regressar porque busca os mistérios da infinidade criativa-imaginal (permutações, encarnações e bordaduras a jogarem quixotescamente com a vida). Esta chama intensa que nos reconcilia e nos perturba dentro da diferença, da singularidade que é simultaneamente o cosmos e o inominável, ou a obcecação do silêncio na página em branco, ou os princípios fundentes da floresta onde encontramos a intemporalidade, a vontade espiralada, os cruzamentos, os ciclos das repetições rapinadas, esventradas pela insânia criadora por isso a poesia é indefinível e acontece possivelmente numa avalanche incontrolável-nómada-arqueologicamente líquida que circunscreve as mutabilidades do corpo feito de fulgurações enigmáticas, de trilhas-devires (corpo a corpo numa extensão de aventura, ambulando no indizível. Corpo que se transforma, se transpõe e se intersecciona com as energias do mundo): (cavalgadura da fantasmagoria do sublime, da transmigração do imaginário ou a hipótese de evasão para a ciranda do desaparecimento): esta escolha de dissimular, de capturar o mundo, de deslocar o mundo para os subterrâneos da dissemelhança ou para a descoberta monádica-vertiginosa do próprio mistériogerminativo: teia dinâmica de ecos fractais que reabilita a alucinação e a experiência da estética cavalgadora-surfista (não há disposições estáticas, há corpos em intermitência, em alucinantes sensorialidades, moléculas fantasmáticas-oscilantes que constituem imagens-choque com o corpodescentrado-sedutor e tudo se desmorona, tudo de regenera indomavelmente criando um museu-vivo cosmogónico onde um alfabeto se regermina entre contrastes sincrónicos e redemoinhos- áreas-de-risco): esta forma de conhecimento do desconhecido sobre a infinita expansão da língua secreta ou de algo que ainda não nasceu porque vive da experiência do desastre, da liquefacção das redes magnéticas onde a voz tenta surgir para negar as respostas e recriar anonimamente a afectividade institual do mundo (jogos de eixos, de dardos sonoros-mascarados que retornam e se dispõem no diverso e dizem: forças-regeneradoras-de-vida (o poeta-surfista-sonâmbulo revitaliza-se no desaparecimento e a palavra surge desviada, deslocada, apinhada de rasgos, de distribuições, de confrontos (criaturas ressoando numa afluência de ciclicidades híbridas): o movimento da cosmicidade feiticeira, os lançamentos das multiplicidades num jogo de espelhos onde tudo se dispersa e se reconcilia: forqueadura de capturas, de intervalos e de aproximações-evasivas: tudo está ligado entre si e no fora de si magicamente, nada está separado e tudo se recolhe e se expande: (afrontamento intenso de percepções e de sensações que se disseminam, gravitam em si próprias ou será o retorno avindor de desequilíbrios?: um mundo renasce em circulações contrárias que se

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interseccionam na tentativa de um deserto que acontece prosopoeticamente( as vozes refazem-se sem dizerem-exporem): vibração oscilante: indistinção entre grito e devir: miríade de gritos se extinguem na cegueira cosmogónica : o grito é em si o holomovimento poético do universo. O poeta reconstitui-se orficamente nas entonações, nos fluxos das ilhasafectivas-que-subvertem (uma voz que regressa e traz na sua vigília a expectativa: são cruzamentos, curto-circuitos, cirandas, peugadas nos desertos que se apagam e se regerminam des-escrevendo o mundo):incêndio vivo, um incêndio de repetições-conexões Sisífias, de nadas mágicos, de escoamentos, de vazios que vão a caminho, de embriões peregrinos das perspectivas variáveis e a mão-corpo que escreve, o olhar-órfico que navega são antiquíssimos feitos de instabilidades, atritos, discordâncias, permutações e de perplexidades. Tudo se torna contaminador num teatro de espessuras Dionisíacas-Apolíneas: chamamentos do imperceptível das vizinhanças clandestinas. Sim, o texto-surfista-sonâmbulo permanece sempre obscuro e reaviva-se quando dissimula, canta, acasala, acelera a sua disposição, a sua transição e composição evitando a sua face-clarificadora (batucadas heterogéneas, jazzísticas, forças das sonâncias, das alegorias, proliferação de ópticas: dor labiríntica da espera, da emboscada criativaziguezagueante). Escuta e contágio tentam desviarem-se da desordem absorvendo vibrações, murmúrios metonímicos: o poeta encaminha-se no risco permanente da fuga e faz da fuga a sua morada de muitas vozes: a morada do deus desconhecido que é o puro instante flexuoso ou sucessão de instantes no tempo. O poeta-surfista-sonâmbulo mergulha nas fecundações hipnóticas, na sonoridade imprevisível do universo, absorvendo e expandindo as energias instauradoras das transmutações rítmicas que recriam os fulgores das inflorescências, as magias da profundidade das superfícies, interpolando a espontaneidade da raiz xamânica com a matéria das expressões secretas, vivas: (o poeta repete-sisifianamente: a POESIA não está ao serviço de ninguém. Não está submissa a qualquer ordem estadística, cívica ou política. Na sua linfa de variabilidades perceptivas, de energias cosmogónicas, de multiplicidades instituais acontece a navegação salvífica, selvática, destruindo as tentativas de conceptualização, departamentalização, estandardização…,… (ela vive das teias gongóricas-primordiais: ela vive dos deslocamentos, dos desvios, da potência de sensações, destruindo o senso comum, as certezas com as vascularizações mágicas-feiticeiras. Ela acontece no olhar do nomadismo, nas vozes antiquíssimas-longínquas que são vozes inconsumíveis, quase inescrutáveis e a poesia regressa à substância dissimulada negando-se a si própria e bruscamente obscurecida pelo desabitado, move-se nas sombras, na reencarnação dos desertos, nos despenhadeiros, nos espelhos oblíquos (uma dança circular-diagonal-cósmica). Ela vive da substância energética – obscura do mundo, da transmigração do desmesurado, da devastação e da recriação navegadora do mapa universal. A sua correnteza emancipatória seduz e vibra porque reconstrói o lugar dramático, a interrogação sedutora dos corpos, o êxtase das modulações, a velocidade do espanto que faz irromper os fragmentos da vertigem, a intensa afectividade do corpo-fenda: estremeção das loucas respirações, das linhagens dos instantes (mudanças, recortes, curvaturas suspensas, entoações e colagens se incorporam, se intercalam e tudo se desmembra, se desmancha até à mestiçagem, ao destronamento, à encadeação

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das batidas ecoantes que agregam movimentos das raias, das quedas em transmutação-surfista-cavalgadora). Ela destrói fronteiras, cria ondas, sulcos, acoplamentos com os seus labirintos mutantes, com os seus jogos estéticos: há um entrelaçamento entre as expressões-tecedurasconcavidades, a intemporalidade e as vozes reinventadas (alfabeto da jubilação e do desassossego rasgando línguas-outras, construindo línguasandantes). Tudo caminha para as matrizes do não saber, para o desconhecimento rizomático onde as labaredas sígnicas se expressam no esgotamento, os sons originais se manifestam, as articulações atmosféricas raiam: linha contínua de forças heterogéneas, de nascenças ininterruptas. Os deslocamentos das palavras se convertem noutros deslocamentos reinventando encenações, potencialidades dialógicas, polivalências (exaltação e tensão no fascínio da dissemelhança, das miríades) construindo constelações nómadas, palimpsestos, vigores, artesãosdançarinos. Estas potências de transmutações, de inesperados, de improvisações abrem o corpo às forças dinâmicas cósmicas, à invenção movediça-espontânea, aos hieróglifos. O poeta junta-se e confunde-se com o mundo, entrega-se ao magnetismo das moradas e das aberturas flamejantessismológicas do poema onde se reconciliam as línguas em confronto com a assombração descomunal. O corpo do poeta ecoa na perpetuidade das palavras e se vasculariza, se embriaga nas antecâmaras absolutas da multiplicidade arqueológica-hilariante. Em cada instante ele recria o caos e refaz o territóriohieroglífico-da-autonomia numa variação contínua, numa linha de experimentação, rompendo todas as regras dentro do thaumadzein: acopladores de êxtases (infinidade da superfície dançante): eis um intensificador de heteronímias míticas. A poesia redescobre os hinos mutantes nas profundas águas que correm nas superfícies para libertar a vida com as seus sons tribais, com as suas falas-em-desafio-iluminador-obscuro: este movimento sismológico de amplitudes variáveis, de forças de resistências-vivas, de reflexos oblíquos onde se reconstrói o lugar dramático, a interrogação, a enlevação, o desassossego que faz irromper a intensa afectividade de um corpo-em-fendaestética. Este encontro de lugares, de desequilíbrios que se infectam, que se aliciam mutuamente, se interpenetram, para dar vida à vida: este movimento giratório de corpos, coabita para recriar o mapa cósmico, vive da turbulência visionária, dos fluxos cortantes sobre o dinamismo das luminárias e o prolongamento das sombras-flutuantes onde se projectam os cavalossonâmbulos-dançantes-do-pensamento: a poesia de lugares nenhuns, de templos de recolhimento e de expansividade geográfica das sensações, submerge entre os cânticos fertilizadores da terra que anunciam o desconhecido, o talvez, o não dito, o inapreensível, o alvoroço: os ecos das encruzilhadas projectam o alfabeto dos animais, o sopro da potencialidade criativa, as tatuagens arrevesadas: (a radiação da vicinalidade do distante torna-se mágica): uma explosão rítmica nos espelhos e dos espelhos, esta criação de possibilidades, de incertezas, onde o corpo fecundamente se movimenta nos silêncios do deserto, nos desdobramentos propiciadores de interacções catalíticas. O poeta-cavalo-surfista-em-fusão(CRISTALHETEROGÉNEO-errático-dançarino-NÁUTICO) entrelaça-se, na experiência do pensamento de transmitir a alteridade-ondeante dentro do que não pode ser transmitido: deformidades em potências inventivas, espantos em deslocamento, choques transitórios (recuperar a sacralização

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do retorno da irrealidade, renomeando obsessivamente a profusão dos síncopes no templo-natureza: infinitas irrigações nas epifanias da vida). O poeta contamina-se ao restaurar o grito, o grito que permanecerá inconcluso: esta expressão estética do mundo, da cosmovisão: esta metamorfose simultânea do tempo, do espaço, da materialidade e da espiritualidade: celularidade vitrificada ou vidral-infinito, cerâmicainfinita, azulejaria-infinita(ondas de amplitudes variáveis):_____derribamento, desaparecimento, espasmo inexplorável, extracção, arremesso inabalável, entrecorte, dispersão, velocidades variáveis, adstringência desordenada, rodopios, trapezistas, decomposição, granulagem, chicotada pollockiana, curtos-circuitos, zimbraduras, contracturas, narcose, e-imigrantes. O poeta-Sísifo improvisa-se na descidasubida babilónica e acelera-se na dobra, suturando a caminhada incicatrizável, futurando-se criativamente entre as vibrações da pedra que restitui inquietantemente a historiografia panteísta. Seus olhares de raiografias, de perspectivas dançantes entremeiam-se infinitamente: melopeia, sonoridades infinitas, êxtase no encurvamento da pedra-corpo (insustentáveis percursores das figuras sígnicas). O poeta procura o ilimitado e alimenta-se do informulável, da composição imaginária-radical, da confidência irredutível-iminente do relâmpago, do magnetismo da estranheza, da anterioridade da palavra-que-é-risco-em-potência-dentro-do-risco-doescrevente: estes territórios da emancipação fecundante que desfecham o mundo, transgredindo e instaurando esfinges moventes que desvendam outras esfinges moventes em laços electivos: germinação de um corpo persistente, do corpo em descontinuidade, em fluxo sedutor-feiticeiro. O poeta acolhe a disseminação dos sentidos, as alucinantes sensorialidades, a fulguração alquímica da luz-sombra, do firmamento-terra, da matéria inorgânica-mutante do livro da natureza: (improvisação dos maestros genesíacos, voragem das ruínas, acervação e sobrevivência das impressões primordiais: o recomeço encruza-se na vida e faz vida: transfigurações serpenteadas): estonteamento, enervamento dinâmico a trespassar o pensamento estético-fragmentado nos rituais prestidigitadores, nos teatros órficos: os deuses já passaram por aí? Ouve-se, pressente-se a respiração labiríntica da fábula-divina). O poeta-surfista-sonâmbulo e o silêncio anunciam as suas forças de efusões, as suas obsessões, os seus olhares incriados giram nas reminiscências entre espelhos para além dos sussurros, sacralizando as atmosferas do inexplicável, do indizível, do não sentido (recomeço da poeticidade fantasmagórica: frémito das incursões zoológicas): matérias centrais das gestações de uma animal-dançante-musical ou a dissolução das fronteiras como possibilidade silenciosa do indizível: o poeta-surfistasonâmbulo GRITA (repetindo): o silêncio da energia encantatória, do impensado, das possibilidades infinitas, da perda inominável, do desassossego, do apagamento-criativo destrói a tentativa da acepção da poesia, da significabilidade, da tradução, da exegese, porque as incubações obscuras, as fecundações hipnóticas, as mutações eruptivas transformam o poema numa coexistência de velocidades-passagens singulares, reinaugurando o vaivém-dos-rastos que desenham aberturas obscuras, nervuras :(intersecção do risco-falta-falha-fulgor-assimulação-acaso):

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redemoinho-das-sensações: escoadura das percepções (corpos nómadaslabirínticos: as circunvoluções alucinantes habitam o lugar selvagemsalvífico do poeta: sublevação refectiva): sismicidade de linhas mutantes, assim, a exteriorização dos caminhos racionalizadores-totalizadoresdelimitadores é dizimada pelo desabrochamento do relâmpago entre a irradiação das expressões, o silêncio dos mapas ilimitados, o desconhecido paroxístico, o in-visível, a germinalidade da correnteza da vida, o caos antecipador da existência-ausência e da reinauguração sombria da metamorfose: a pedra está sempre rolando, plena de acidentalidades: fissuras em queda, visão-do-imperceptível, imersão incandescente, emersão dançante, subida opaca do montanhista, descida dos espectros da matéria-corpo-que-trespassa: (trilhar a diferenciação da participação cósmica): projectar colapsos e extrair silêncios de todo o saber do não saber: acrobata das superfícies em eclosão, acrobata das cartografias desconhecidas. A escritura vive e morre ao adentrar-se nos itinerários dos confrontos da interrogação, no movimento instantâneo-ininterrupto, nas intensidades corpóreas-incorpóreas: uma instabilidade vertiginosa nas energias do corpoem-exaltação onde o espelho desaparece noutro espelho e as improvisações, os gozos e os acasos cambiantes turvam-se nas distracções prismáticas do mundo: (vibrações intensas misturadoras de signos). É na ressonância da orfandade que os acenos das expressões se desenvolvem arquitectando a repetição luxuriante da sombra: aqui a poesia jamais atinge a osmose do seu habitat, por isso experimenta as suas capturas e suas expansões continuamente, espalhando, as ameaças do deserto, os núcleos transgressivos sobre os mapas híbridos das personagens-imanentes que se desvanecem e se tentam traçar no mundointerior-do-mundo: eis a dissemelhança e as chicotadas das margens a recuperarem os espaços, impenetráveis, intransmutáveis ou será uma voz em decantação incomensurável, improfundável entre Eros e Thanatos ou será uma relação com os onomatúrgicos? Assim a poesia se esgota porque sente a intensificação da ausência ou a sonoridade do eclipse e se restaura noutro extravasamento de ocultas amplitudes, inventando sempre os primeiros gritos (vive dos recomeços, das parturientes intensivas que extraem de si próprias as aberturas-inexplicáveis): (vida a intercalar veemências, interrogando o traçado rítmico do bumerangue-tubular-relacional). Ela se infiltra no interior do seu próprio apresamento, da sua própria dilaceração para criar a potência da osmose, as savanas, as estepes com a imanência do estranho e se libertar heterogeneamente com a receptividade espontânea da louca tentativa de restaurar o imaginário infinito: entregar-se às síncopes avassaladoras, ao desejo (o retorno da totalidade ou da infinita escritura a lançar desdobramentos nos larvários do risco, no abecedário labiríntico da aventura: estes desmembramentos raros, multidimensionais em circunstância lúdica: pasmo caleidoscópico do mundo arquitectado pelo indizível) A palavra questiona-se a si própria dentro de árias do devir, dentro do alienígena, infringindo os habitats com adiantamentos, retrocessos, afectos, fugas, variações contínuas, acasos diferenciados, metamorfoses, desnudamentos( mosaico plasmado e estilhaçamentos espectrais a

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interiorizarem a gestação de anfiteatros evocadores de mitografias onde os batimentos dos poetas-surfistas se confabulam de travessias dentro de templos nativos) (sinuosidade arrastadora a vivificar a enciclopédia das bordas da cartografia corporal onde as falhas em movimento rotativo criam desacorrentamentos, reinícios, epifanias, armadilhas viris, diferenças, desfigurações): os golpes são confluências da agoridade-ancianidade-futuríveis transformadoras de vivências abissais: murmúrios da insurreição em desdobramentos iridescentes: o poeta-surfista-biocósmico dissolve fronteiras ao denegar e assegurar as embocaduras das ondas criativas-do-pensamentogeológico-petrológico-arqueológico-atlético: gerar fendas, vagaturas, tempestades, fábulas e desaprender absorvendo polifonias, contrapontos orgásticos (acolhimentos de espirais, de sondas viandantes, de transes e de rotas espontâneas): estas vastidões, irrupções, fisionomias irresistíveis das forças dentro de outras forças produzem mútuos fulgores entre arquipélagosem-deriva, masturbações e intensidades corporais: deslocamentos a dissecarem entradas, criando silêncios nas sequelas poemáticas disseminadoras de tremulações transumanas inestancáveis: a palavra lacera-se, descentraliza-se e se confronta para se refazer, se dinamizar nas captações do vazio e se construir, se revigorizar na auto-diferenciação do desabitado: (intervalos órficos cheios de assombros e de im-possibilidades). As palavras-surfistas-sonâmbulas vivem na intermitência, são in-determináveis, in-acessíveis( espessidão cénica, delirante, sacralizando o magnetismo das partituras hibridas). Elas não soltam esteiras, não apartam cataduras, caminham na obscuridade, na alucinação que provoca resplandecência-que-espanta; travessias das estepes, nomadismo inapreensível, lances de resistências, acontecimentos em contraste, danças geográficas, bifurcações efabuladas, tecelagens animadas-inanimadas, inscrições engendradas: este enervamento que debela a configuração, a retractação com movimentos acrobáticos-anfibiológicos que criam instantaneidades-corporais com revestimentos esfíngicos (defrontações inextrincáveis a bifurcarem gestações, abandonarem povoações e a criarem desregramentos): palavra-cavalo que se arremessa loucamente, que se exalta e destrói no retorno da estranheza do mundo, no engolfamento arrebatador, no cristal da galopada. É nas topologias do silêncio que a palavra se desfazfazendo e se confunde com a imediatidade do corpo e se emancipa criando mobilidade insondável e reflexão transluzente, ou será a revelação da falha, o lugar-impossível em multiplicidade? Assim, as expressões raiam reavivadas pelas sensibilidades perturbadoras, pelas repercussões da ofelimidade biomórfica que constroem jogos permanentes nas ascendências percepcionadas( palavra transfigurada em fuga, palava anunciadora da palavra, fundindo e atraindo sussurros: a palavra se copula a si própria, se esculpe a si própria) e o corpo-palavra-surfista reúne, cria vibrações, feixes, flutuações, forças afectivas num ritual de focalidades cósmicas-arquitectónicas (um ritmo excitatório-transitório em dissolução sem hierarquias). O escritor-Sísifo absorve o devir-vivificante que resiste no espinhaço-em-ruptura-dançante e energiza-se da sua substância em potência, das ininterruptas renascenças petrológicas que transversalizam na palavra-ziguezagueante instauradora de linfas de lances imprevisíveis no pensamento do montanhistaescrevente. Há um entrelaçamento indefinível de gritos e de sombras, uma vocação faunística-sismológica-jazzística dentro da expressão-surfistasonâmbula-cavalgadora: as expressões-surfistas-escaladoras acontecem

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nesse confronto de paradigmas, de transfronteiras da distânciaaproximadora, das forças paroxísticas, fantasmagóricas que se misturam, se interpenetram na fascinante ritualização regeneradora do inexplicável (o murmúrio da inconstância transumana, a perpetuidade da transmigração polissémica). O poeta é atravessado por misteriosos devires, gestos cósmicos-em-devir, devires-lanhos-polissémicos, devires-náuticos: jogos-de-escutas-e-de-capturas que são cruzamentos da indecifrabilidade, actos mágicos-dissipadores que embatem nas auscultações das amostras astrais. As tonalidades constroem aradouros contagiantes, ancoragens ourobóricas que colidem nas genealogias cartográficas: um teatro-de-cirandas-de-expressõesautofágicas e progenitoras de concatenações geográficas: gerar deslocamentos e abandonar os ecrãs da representação por meio das tatuagens desejantes, das eclosões polissémicas, das ALCARSINAS sensoriais (intercorporalidade estilizada pela diversificação-disrupção estetizantes): sim, mergulhar nas sensações, nas forças afectivas inadaptadas, insubordinadas e que fogem ao controlo da vida. Novos devires, novas possibilidades de arenários, diferenças abaladoras, zonas de desdobramentos, criando fendas, raias, cavalos-surfistaspoetas em fuga e de fuga, traços de expressividades, possibilitando itinerâncias das metamorfoses, itinerâncias contínuas das carpideiras, intransponíveis desertos, crepitações babélicas. Mergulhar no caos e inventar batedouros astríferos, corpos de terra-marítima: tornar indiscernível as fronteiras por meio da palavra cataclísmica, dos grunhidos rizomáticos: projectar prolongamentos, devorações, desvios, batalhas, olarias, cizânias nas bigornas líquidas da arte literária-surfista: eco a rodopiar nas vozes heraclitianas, vozes que desafiam a vontade dos deuses. Os poetas inventam espectogramas, estendais, falcoadas, forjaduras das vidas impossíveis (lançamentos ópticos, pluricelulares entremundos), abalos, jogos-de-risco, colapsos do já-dito: eis o grito antiquíssimo da evasão, do desmoronamento criativo. Inventar transferências das sombras que são arremessadas na loucura-dos-entrelaçamentos-de-contrários ou será um uivo da arte incicatrizada que destrói a uniformidade, desorienta e subverte o poeta feito murmúrio abrasado? ou será a surfista-poeta-sonâmbula que se desdobra na insaciedade das chegadas, partidas, saídas em forma de perda, de flutuação, de tensão e excídio glamoroso?(as chegadas, as partidas, as saídas se fundem criando dobras dilacerantes, evaporadoras) (repetindo-se distintamente, nos limites das forças a palavra poética entrecruza-se com os incriados, com os desconhecidos, incorpora-se na própria ausência de si, na própria perda que dissimula vida, pensamento, arrastando a sismicidade dos lugares para a experimentação psicotrópica, opiácea: não existe vida, mas entre-vidas acesas e tudo é lançado para a inacessibilidade, para a desleitura do mundo que catapulta os vórtices, o indeterminado, o indistinto, os labirintos revivificadores das expressõesem-estremecimento, das perspectivas-em-meteorização, das teias silabárias: estetização de uma desescrita tribal-oceânica que acontece no anonimato de um corpo em fuga sem certezas, arrasador de modulações: corpo interrogador e desorientado entre escritura, memória, choquecentrífugo-centrípeto, experimentação e a sua presença é já a violenta ausência porque o seu trama vitaliza-se no desaparecimento que é eco de uma emersão perturbadora, aproximando o longínquo que menciona a instabilidade do mistério, o defluxão da criatividade, a gandaíce dos simulacros:)

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A sismologia do poema acontece dentro dos cânticos, dos feixes, dos velejadores do mundo, dentro das línguas nativas-zodiacais, dentro dos ecos cheios de pensamentos órficos, transumantes, dentro-e-fora-de-tudo-e-em-tudo (palavras, vazios, estonteamentos dos interfaces acústicos onde surge a experiência do devir-mundo: as polissemias infinitas, a voracidade dos signos, as cartografias desassossegadoras, as epifanias imperscrutáveis, as travessias caóides fundem-se criando as peugadas cambiantes do poeta-tuaregue-cavalosurfista: eis os vestígios-do-grito-de-forças-múltiplas): o eco em glaciação, em circunvalação absorve a voz-não-falante que submerge e se transverte em cegueira-in-visibilidade-das-últimas-raias onde formas da quase-visão despontam numa espécie de obstáculos devastadores que evitam a invasão clarificadora (o poema procura a natureza substancial na densidade obscura, nas rebentações das polaridades astrónomas, nas celsitudes da intermundanidade): aqui, a descentralizações-corporais, as cirandas-oscilaçõespulveriformes criam trilhas nos hibernáculos, na grandeza fabuladora do deserto, na matéria das composições secretas porque o poeta é já a voz de muitas vozes, alucinação dos vários possíveis e dos vários contrastes: espiral devastadora, vozes em fluxo, gondolas-vozes-sem-lugar (incorporação do inexpressável, da fragmentação vivíssima da dramaticidade): esta-voz-grito-delucarnas-e-de-valvas recolhe-nos na turbulência visionária, na sucessividade catalisadora das intermitências e das talhadeiras sígnicas, multidireccionais (as expressões transmutam-se para se conflagrarem nos multímodas dilemáticos da vida: expandir a heterogeneidade coreográfica na anatomia cosmopolita do corpo: uma zona de intensidades contínuas, um oscilador de despinturas sobre a transmutação de vertigens molecularescosmogónicas (corpos e pensamentos em fusão: mapeamentos polinizadores dentro da cinematicidade tentacular e as síncopes, as triangulações, a volatilidade das redes neuronais espacializam a fenomenologia tribal dos poetas-surfistas-escaladores): o holomovimento da epiderme poética que se prolonga, se invade, se interrelaciona infinitamente: contágios de estilhaços, desequilíbrios, desdobramentos, inseparabilidades, transmitindo, mediando, conectando sempre o indizível, os archotes activos de encadeamentos: este prodígio dinâmico interseccionador das formas lancinantes-mascaradas do mundo, das imanências dinâmicas (ou o furor da ruína da palavra-e-do-corpo que alavanca conexões órficas ou a transferência do sublime dentro da diversidade epifânica): as disposições fixas não subsistem porque as cores, as formas, os sons, os gestos, os ritmos, as amostras, os riscos, as falhas descobrem a consistência das catástrofes da transitoriedade, e a palavra resiste a si mesma, mobilizando afectividades, absorvendo interrupções, vascularizações multangulares e suspensões (transmutações das vagas dos alvoroços, dos rumores, dos gritos, dos sopros): a palavra transversalmente acedendo à proximidade do descaminho, à vizinhança do desaparecimento ou à transposição do grito que a intensifica e a destrói na sugestividade agramatical-libertadora:(a indizibilidade da origem idiomática, a dobradura das ondas-pranchas-surfistas-sonâmbulas): há um movimento dinâmico dançante cantante, vibratório, há uma circularidade elíptica: há linhas mutantes em agitação, continua dança de zonamentos fractalizadores que plasticizam teias de fluxos cosmoficadores, isossísticos, multicelulares

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transmissores de eixos rítmicos pansemióticos onde os cavalos-poetas-surfistas se dissipam na espiralidade das pranchas engenhadoras-barrocas-miscigenadas. O arrebatamento, o desassossego intenso, os estados de indeterminação defrontam a espera em forma de tragédia-criativa. Presentifica-se o despojamento do solo, fulguração de capturas, ou centelhas entre milhares de centelhas, forças motrizes multidimensionais, incisões antilinearescamaleónicas. O poema irrompe extremado, intenso, policromático, experimental e desaparece historizando o vazio, a sublimidade das corpolologias-em-planos-mutáveis (o poema desaparece na transmutação, nas perspectivas, na embriaguez, na exaltação para sobreviver ou recomeçar na evidência indecifrável, no caos, no olhar movediço). Repito-Recanto: o alfabeto-surfista-sonâmbulo é um larvário-náutico no pensamentomacropoétio, exuberante vertigem, riscadura de subversão gerando devastação, transbordamento e fertilidade: enfrentar fronteiras e potencializar entrefronteiras, transfronteiras, destruir fronteiras com a germinalidade dos espelhos das superfícies, com as oficinas primitivas-geológicas-verbais, com o grito dos arquipélagos em metamorfose: (sim, a natureza poética metamorfoseia-se continuamente nestas passagens de intensidades em dobra-louca-inumana, em emanações milenares): curvas, recurvas, fluxos cortantes transformadores de lugares (matrizes crepusculares das topografias ou poema-lacrau dos precipícios-em-desertificação): a diferença entre as diferenças das vozes que encadeiam excrescências, contaminações, dissonâncias, interstícios, jogos das faces primordiais, diástoles da revisitação transmutando profundidades, superfícies, insularidades( animais em transumância-errante): necessitar de um olhar movediço, um olhar de cristal-locomóvel, desarticulando circularidades, eclodindo simbioses, reconciliando naufrágios que são crisálidas-surfistas a revelarem corpos/poemas-em-perspectiva: o olhar do nomadismo é uma resistência expressiva de plenitudes in-visíveis: ele retorna e resgata sempre as batalhas, vibrações, enlaces, linguagens torcidas, memórias do devir, saltos, passadouros, singularizações, seguimentos, móbiles, renascimento do dédalo, desastres polinizadores, estranhezas, desarvoramentos: nesta contaminaçãovibrátil, o olhar arrisca-se no centro-sonambúlico-abismal, fulgurando entre as sonoridades das telas escultóricas ou serão trampolins gritantes da inscriçãocaóide a ondularem nas rubescências desmemoriadas das cordilheiras? Vejam, a queda livre da palavra, do poeta, que destrói as evidências e luta homericamente contra a sua própria caminhada, penetrando na tentativa do ilimitado. É a própria esfinge da esfinge. Sim, dentro-e-fora dele há esfinges contaminadoras, perseguidoras que se desdobram sobre as hibridizações soporíferas dos silabários que tentam cartografar violentamente o conhecimento das esférulas caóticas. E é nestas fusões tectónicas, nestes pressentimentos vivos, nestes devires fulgurantes-irresistíveis, nestas cumeeiras longitudinais que a dinâmica do inexplicável germina dentro de gritos estranhos, das visões mágicas: loucas extensões exploratórias da sublimidade perceptiva onde o grotesco, a enucleação, as infinitas regenerações galopa dentro-e-fora de nós formando abalos até ao grito-outro-do-animalespiritualizador-quase-idiomático. Animal autofagicamente vulcânico-surfistaepigâmico-híbrido. Animal da devastação, da estetização que desmantela as periferias das arquitecturas do alfabeto piroclástico: estas armadilhas de luz e polissemias indetermináveis expandem a lava habitacional do corpo. Corpodeserto-meteórico onde recomeçam os holofotes-segadores do poema

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inesgotável: talvez, o poema sobrevenha na riqueza inesgotável das constelações corporais que crispam, alongam, se repetem, se intensificam, se repassam burilando desagregações, intervisualidades, turbulências epistemológicas: inenarrável fisiologia que respira a feitiçaria cósmica, a reencarnação cósmica onde as palavras selvagens se conectam com as reentrâncias transformadoras do eco-poema-outro-insight: uma correnteza embrionária pré-babélica a desofuscar nas aurifícias polimórficas que revelam a turbulência da interpenetração das centelhas do informulável, do im-possível: esta transversalização ciclópica, dissemina-se nas corporeidades cetáceas, no biologismo visionário de cartografias-vivas. O poema é antropofágico-emquedas-e-subidas-sisífias, quedas da multipolaridade-em-desassombro (ritmos activos-dissipatórios-em-órbita: uma tensão eruptiva vive no corpo espasmódico do poema que acontece na desnudação, no rasgamento paroxístico do inesperado): obstáculos que se expandem-contraem-dilatamacolhem restituindo a metalurgia avassaladora dos jogos sígnicos-psicadélicospluripotentes: a imanência eleva-se no entrecruzamento das vozes que alimentam a simultaneidade sonambúlica-noética, os epicentros do infigurável do poeta e o poeta é devorado, autonomizado pelo sublime dessa língua fundente, de intemporalidades que invade o inacessível, o que não existe: obscuridade e interrogação contorcendo-se magicamente, estremecendo latitudes aerodinâmicas do olhar-em-pensamento: abalos piramidais paleontológicos adentram-se na vitalidade dos icebergues da navegaçãosurfista-cavalgadora reintegrando medulas serpenteantes da re-invenção que se antropomorfiza. Desde os impulsos dos mergulhadores da fertilização obscura– incandescente-imprevisível até às aberturas primordiais da matériaverbal-poética-oceânica: os poetas emanam os princípios medulares das texturas secretas da fractalização da linguagem. Expressão sedutora de vertigens e perscrutadora do metabolismo hipnótico: uma dramatização da presença-ausência-em-risco mundificando, mineralizando as tapeçarias do grito(balanceamento sísmico). O poeta cria apoteoses compositivas de emigrações polimórficas, anatómicas e cartografa-se num fluxo sincrético entre a espiritualidade, a materialidade e a entropia vibrante das garatujas para se libertar na cosmovisão corporal. A energia da palavra esculpe a substancia do mundo nos confrontos com a solarização e a obscuridade da correnteza do homem, da in-transitabilidade do homem( caos das epifanias impronunciáveis: pegadas e percursos do inumano-criativo). As palavras poéticas absorvem a impossibilidade, o desconhecido incomensurável do corpo e reconstrói-se com as energias dos impactos das fragmentações cosmoficadoras criando ritmos transmutadoresinterseccionistas: ritmos a criarem alterizações modais: é na transgressividade e na deslocação do irreal que a poesia encontra a potência estética e as configurações intérminas da vida. A palavra tem na sua génesis a exaltação da encruzilhada repleta de re-integrações-mobilizações acústicas, ferocidades, circularidades e assim se prolifera desprendendo-se das compacidades do mundo, arquitectando outros mundos de corpúsculos caóticos, que se avivam em catadupas nómadas-informuláveis, alçando as radiações luminosas prébabélicas no espírito eléctrico e dramático. Aqui o ritmo das impressões é

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convulsivo e provoca-nos ciclos alucinatórios, veemências irrefreáveis e relampagueantes pré-sentidos: uma levada de exaltações mineralógicas, estetizadoras e de conhecimentos plurais. Na aventura do devir-mundo-poético não pode existir balizamentos, mas sim um dédalo nómada de constelações sinestésicas, polissémicas, de desvios: uma cavalgadura de infinitas imagens estéticas, deslizamentos inexplicáveis a resgatar os devaneios mágicos, os fragmentos prismáticos, a estranheza, as hibridizações num ritual secreto, insondável que restauram a vida dissimulada-verdadeira-semantúrgica. As expressões transferem vida, configuram e fundem a vida fragmentariamente numa onda imaginária-holística cheia de infinitas plasticidades intensivas da in-temporalização( corpo babélico de ruínas incandescentes: corpo transformador do espaço-tempo-fabulístico). O poeta transmuta-se levando as diferenças, os ecos das escrituras no dorso de acervos inexplicáveis: transmutase na interrogação ante-histórica cheia de visitações mutantes, criando biografias propiciadoras de desertos, dos engenhos infactíveis e as suas superfícies são feitas de intercorrências, de nervuras cromáticas indefinidas, intermináveis: vidas devastadoras sem hierarquia e com potências contagiantes que testemunham a palavra na estetização dos trilhos escarpados, nas naturezas-que-se-refazem, nas habitações vacilantes: um movimento de misturas interrogativas, magmáticas, sempre em confronto com a substância oculta, com as cissuras do corpo, com o ressurgimento dos mistérios (polimorfismo institual a meteorizar alavancas nucleotídicas em desejo comunicante: louca reactualização da fatalidade da violência-criativa e da experiência da palavra: sim, esta encruzilhada que abre continuamente a desordem que nos arquitecta entre as marcas ancoradas no deserto e as traslações que embatem no relâmpago panteísta-verbal: energias corporais teátricas entre os eixos secretos das transferências-zoológicas dos devires: a exaltação e desvairamento do mundo nas multicentralidades catastróficas, nos pulverizadores da utopia-criativa: interrupções energéticas que libertam as alterabilidades do corpo (o corpo também diz o que não pode ser dito reescrevendo a erotização-sinérgica-do-mundo com a rotação dançarina dos sentidos e dos não sentidos, o seu interior é um combate de interrogações, de itinerários que sondam os enigmas, abrindo fisionomias, entre as fragmentações, as rupturas, as dispersões, as combinações infinitas de jogos das rotas contrárias: este despovoado alvejante do outro de nós mesmos que avizinha a correspondência do distante onde se abre o vazio labiríntico das viagens inexplicáveis: aqui a escrita desvaria-se na alomorfia negando-se e projectando-se entre subterfúgios diáfanos: corpo-palavra, corpo-golpe, corpobabélico, corpo da imprevisibilidade, corpo da impulsão instintiva a explorarem a anfractuosidade dos chamamentos primordiais-trans-históricos através dos fluxos-em-semioses encantatórias e fabuladoras do desejo: vontade intransponível que intervala, cria as fendas, as incisuras, as erosões, o movimento infinito da escrita-surfista-do-cavalo-sonâmbulo. A poesia advém na reminiscência dançarina da solidão cromática e dialoga com as decomposições dramáticas do universo fundente (subducções crepusculares das orfandades regressam às multipolaridades da onda compositiva de fundições náuticas agramaticais, sacralizadas pela perspectivação dos gestos prosopoéticos-dançantes): esta dança cósmica estende-se nos reflexos que reconstituem o corpo elíptico dentro de outro corpo de protrusõesvulcânicas-membranares: NATURA-MÃE homenageada pelos ritos dançantes,

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pelos cantares mágicos e os silêncios das palavras são gritos-nos-interstíciosmutantes-heteropoéticos, são eclosões ardentes do não saber interrogador, são imersões da expectativa estética, são abalamentos imprevisíveis e tudo se transforma numa corrente caleidoscópica que são jogos das faces de vida, jogos da plenidão do desabitado: uma andança de vertigens concêntricas, resplandecentes e o trilho do corpo do poeta é uma verosimilhança de cruzamentos, de vastezas, percepções, voltas, amplitudes, retraimentos, desfigurações, expansibilidades. O corpo do poeta volta-se sobre si próprio atravessando desertos enigmáticos, esfíngicos. O poeta conhece-se nas ramificações alienígenas, criando. Ele é feito de reminiscências cósmicas, linhas de dissemelhanças, de captações e as suas palavras, as suas metalurgias e os seus pensamentos inapreensíveis cruzam-se com a irrepresentabilidade da loucura (fossilizações activas-resplandecentes extasiam as centopeias linguísticas construindo dínamos onomatopaicos-fluctissonantes ocasionadores de transfusões de vida: parturientes da re-escritura subversiva): esta circularidade de energias, de transmudações, de censores náuticosfaunígenos alçam a poesia, infiltram-se na vida, cartografam vidas, expulsam o corpo do poeta para outra vida-caológica, porque o poeta é pensado, é transvazado dentro das forjas da instabilidade, do alienígena onde o catastrofismo-regenerador do poema projecta ininterruptamente configurações, fluxos, urdiduras e deslocamentos inomináveis (permanecendo sempre incriado numa velocidade incomensurável): tudo se des-articula espasmodicamente em diamantes-grito: as palavras-demeridianos-ecoantes e o corpo re-fragmentam-se para se autonomizarem em respiração poliédrica, em vasta rede de convexidades-hipnotizadoras. O poema-trilhador é em si por si um descentramento de si próprio e desliza para fora da sua autonomia, se alastra se propaga para fora de siem-si, na ausência-de-si-mesmo (alvéolo-da-tricotomia da metacorporeidade de CHIU YI CHIH) A poesia projecta-se na tremulação das correspondências, na alteridade indecifrável e desemboca na interrogação contínua do aluimento in-corporal: expansibilidade de hiemações entre as artérias do inexplicável, as sugestibilidades e as atomizações do desejo para procurar as epifanias infinitas da linguagem-em-mineralização-interpolar, as galáxias silenciosas, as interioridades das fugas indomáveis propulsoras de rupturas da escrita: as visões do poeta povoam a grandeza pulsional do deserto, das mitologias, da violência intra-trans-corporal com a erotização-reencarnação das expressões atravessadas de tribalizações-arteriais onde a elementaridade dos espelhos nativos ritualiza as vozes genésicas do mundo-outro, jogo da agitação criativa: polifonia das clareiras da liberdade fecundante a mergulhar no absurdo incandescente do cosmos (palavras a despolarizarem as homeostasias com o estilo araneiforme). A poesia-da-alagarça-avoadeira-cruviana-cósmica acrisola-se na efusão órfica das atmosferas sagradas, secretas, panteístas procurando os ritmos simultâneos da luminosidade, da obscuridade, do desnudamento emancipatório (neurotransmissores poéticoscriptogâmicos-escultóricos negando o categórico e abrindo-se pendularmente às crisalidações do rumor, das ferroadas, das línguas inexistentes). O poeta-das-desdobragens-metacorporificantes funde-se abismadamente na olaria do deserto, do exílio, das espécies das lunações:

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estas sensorialidades arborescem na levitação-visualidade da expressão primitiva, na integridade dos batimentos do espaço estrangeiro, nos ecos elípticos das fracturas desconhecidas, nas transumâncias aborígenes, assim, o poeta-Sísifo procura-se na área bio-cósmica da metamorfose para se conciliar ao cântico transmissor do livro da Natureza: aqui, o poemada-escultura-das-alcarsinas penetra na regressão incomensurável da mimica-do-mundo para se corporalizar com as manifestações da estranheza e com as dimensões hieroglíficas que pulverizam os mergulhadores do vazio que é já escrita-pictural-em-risco-em-queda-emfalha-em-desvio (articulações extrusivas, morfinas, policristais, titânios inervados, malhadores, garimpeiros-dançantes): a perspectiva medular da escrita antropomorfiza-se no anélito jazzístico da negatividade, do inessencial, do ARATAU (que é em si matéria em fracturação criativa: COBRA de asas) onde os cruzamentos dos ecrãs nutritivos da sublimidade, as matrizes dos contrastes simultâneos identificam o recolhimento da instantaneidade dos magmas-idiomáticos: são reaparições da (im)possibilidade que se entranham nos questionamentos eternos da corporalidade do poeta e que se entregam à cerâmica mutante-astral da escrita, à superfície do invisível, ao diálogo da turbulência devaneadora, à probabilidade de se transformar na ritmicidade do mundo-outro catapultador dos itinerários que entreluzam os homens e os deusesausentes: daí, o poema construir outro poema sem pontos de partida e de chegada, porque ele vive no nó das curvas profanas-eróticas-arejadas, nas faixas de rompimento e é recurvado ao criar a dança-infinitametacorporificante, transmaterializada-LOZ: eis o pensamento do não pensamento que leva a linguagem ao limite que nos separa da animalidade, estando sempre em caminhada animalizante, porque somos a ignorância do próprio corpo, do próprio poema, por isso, nos repetimos na diferença, nos rastos para habitarmos o mundo-pensamento-memóriasilêncio-desterritorializante: viver e escrever concomitantemente, é desdobrar desertos, onde as palavas, a arborização dos sons, as intumescências dos renascimentos, os poetas-multifários se miscigenam e se cevam reciprocamente (ricochetes vivificadores de adulterações profícuas): o poema-surfistasonâmbulo respira e procura o que não existe, o desabalado, a desmesura, o sangue rolante para mover-se entre as sombras rítmicas-energéticas que revirginizam o abecedário da lactação do mundo, interrogando o próprio poeta com as forças violentas-vertiginosas-sanguíneas-plurivocálicas-metonímicas que surgem do corpo, das fugas vulvares da escrita e das suas incarnações sísmicas: destarte, a rotação da palavra incita o lapso, a flutuação, construindo a anteface propulsor da diversidade-translatória onde se lança e descavalga a lascívia insaciável dos jogos, das correspondências dos espectros que desnaturam a própria palavra-escrita até ao grito que conflagra e invisibiliza o corpo-poeta A insubmissão das metamorfoses atravessa os ecos das casas paleontológicassígnicas do poeta-cavalo-surfista: este volutear de vozes, onde ecoam infinitamente os teatros das repetições, as opacidades, os vitrais-pendulares (fracturações das estacarias-verbais): eis as afectações, os interstícios heráldicos, as antecâmeras demiúrgicas, a transgressividade polinervada onde os poetas como Sísifo fingem e encenam a caminhada acústica da

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heterogeneidade, da subida policrómica, da descida polimórfica-crepuscular construindo trilhas hipnóticas-dançantes entre-escritas-partituras: estas fendas polinizadoras-dilemáticas, estes vestígios hemisféricos das expressõescorporais, estas conflagrações astrológicas-corporais, abrem-se ao espaço cénico do relâmpago idiomático, à incandescência do ancestralismoespiritualidade onde um dizer profético, dramático, fecundador da cosmovisão e da infinitude do grito se assemelha às epifanias do acidente-criativo, da regeneração das analogias, da autenticidade iniciática das ruínas resplandecentes-adutoras-abdutoras do idioma. O poeta presentifica o corpo da natureza nas expressões dos desmembramentos, das mónadas perdidos, da fractalização da reconquista das origens-que-recomeçam-permanentemente, da homeostasia da espiralidade, da imaginação-composição do absurdo, da instabilidade existencial, da espécie cosmogónica até ao descobrimento da biblioteca paradisíaca-melismáticas do desastre que se derrama pelo dissemelhante: arenas labirínticas-libertadoras-plasticizadoras da arqueologia, da geologia, da petrologia, da dança, da germinação imprevista, das catástrofes elementares-excêntricas-reconstrutoras, transmutam rizomaticamente o esplendor das origens até à alteridade, à mutação eruptiva-indecifrávelincontaminada do estar no-do-mundo: aqui recomeça a reciprocidade do genoma-ourobórico do fora-de-si-em-si-voltando-se-sobre-si-próprio: uma dramatização salvífica-sinestésica, dentro das defrontações epistemológicaspluricelulares dos cânticos-dançantes: templo espiritual, imaginário, absoluto da parábola, da vertigem catártica, do silêncio das efígies, dos simulacros hemisféricos-centrais do devir, da feminilidade arrebatadora-reneneradora da Natureza (voltagem da reflexividade noética): o cio-galopante da palavra circula no centro da matéria, nas tonalidades cósmicas, nas transfusões dos magmas secretos, para celebrar a ablução resplandecente, a reconquista sacralizadora das origens-moventes (sombras-sonoras): assim, o alfabeto da interioridade primordial funde-se e regenera-se nas correspondências edénicasprofanas-polispérmicas-vulvares onde o poema liberta a energia primitiva, as combustões das conectividades multiformes, a atmosfera orgânica-doderribamento, os acostamentos transcorporais: a ambiguidade do deserto erótico-meteórico-musical se integra entre a visão do absoluto e o escapamento das peugadas sígnicas. Esta incorporação de diálogos prestidigitadores, hibridiza-se na dramatização transformadora do mundo iluminando: o impossível diante das infravisualidades dos deuses-desconhecidos (que sabemos nós? O que sabemos de nós?). A poesia-surfista-cavalgadora procria, deflagra nas teias das incubações, nas imersões violentas da árvore do corpo, no desapossamento, na ciclicidade subversiva, na eclosão dos espelhos, nas fissões atómicas (centros iluminadores da desarrumação geomorfológica): o poeta fecunda-se na plenitude dos movimentos regressivos, na dança do mundo estruturada nas ancoragens da vida e da morte: eis o êxtase da sagrada linguagem-escrita-cruel-libertadora nas profundezas silenciosas da alquimia pré-babélica. O poema-surfista-cavalo acontece na ética da recuperação da instantaneidade abismática, nas (des)montagens das origens ocultas, na estranheza apocalíptica, nas receptividades sísmicas-sinestésicas onde a aventura translatícia se fragmenta e se expande nas miragens das ascendências: abertura absoluta da criação impoluta da luz, do desastre indefinível reconciliadorregenerador do estar-em-dissimulação, no estar-entre-pensamento-entre-

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vivências-revivências: refundição selvagem, impura, herética e de engolfamentos abíssicos do animal-vegetal-terrestre-devastador-poeta a oscilar na mitologia de um mundo imaginável que unifica o tempo e o espaço, incorporando-os dentro de si, com a respiração do verbo, do silêncio do abismo-do-devir, do exílio dialéctico, do mundo indeterminado onde as arqueologias-uterinas-expansivas, as danças alucinantesafrodisíacas, as irrupções das fábulas materializam a reflexão, o conhecimento afectivo-espontâneo, as energias das profundezassuperfícies, a soberana nudez, a unidade dos embates-sígnicos, na cauterização do imaginário, na epifania cósmica, na sagacidade depuradora das palavras sobre a luminescência do desvario, a diversidade migratória-acolhedora da escrita-des-escrita: aqui, o poeta avança sobre as fisionomias conflituantes, as polissemias estranhas, as formas caleidoscópicas da arte: o cristal-do-vivido-vivente-do-devir dissemina-se em ruptura (o poeta-surfista progride, ondeia em construção-sublime e a vida e a morte mostram em si o conhecimento, a reminiscência, o lúdico, defrontando a submissão, os manufactos do domínio: (falas dançantes configuram a vida a partir do seu dentro-movente-fora-movente e as ondulações-cavalgadas repetem-se-em-dança e perdem-se na língua líquida-a-gramatical-mutante, porque é com a dança-onda-espelhadaestriada que sobrevivem e reconstroem o fora-náutico-das-expressões (escrita explosível): um olhar do vazio que ocasiona o nada-espaço-a-temporal penetrante no corpo-do-silêncio que i-limita o mundo. O poeta atravessa o cerco com as alegorias dos corpos, tecendo e desfeando simultaneamente os sentidos. O corpo-vocálico (a voz-das-vozes ou a vastidão das vozes em experimentação-migratória) golpeia e expande sentidos descrevendo viagens dramatúrgicas, míticas quase animalizantes (espelhamento do centro de forças semantúrgicas: perturbações, bifurcações, simulações da linguagem-memória-imaginação: ou serão ecos das expressões-outras nas armadilhas das simultaneidades cheias de impactos e desterritorializações onde o pensamento provoca cosmogonicamente a regerminação da palavra que transmite não falando ao chamar o inacessível dentro do caos ou das fragmentações modais que se voltam sobre si próprias: uma amostra da resistência que corta e monta as imagens-cristal-intensivo, contaminando reflexos encadeados nos acontecimentos da linguagem que é trama da voz ou a coalescência dos lugares moduladores de entonações e o poeta enfrenta o invisível com o silêncio feito de moradas-em-desdobramento (antecipação vertiginosa da vida). Esta textura medular cria apoteoses compositivas polimórficas, anatómicas: um fluxo sincrético entre a espiritualidade, a ecologia e a materialidade libertando a cosmovisão corporal: correnteza emancipatória, intercalada, prestidigitadora, ilusionista que persuade e lança os falados, os escritos, os in-criados em forma de ressonância, de loucura, reconstruindo-os dentro do silêncio do mundo porque refaz o lugar dramático, a interrogação, o êxtase, o espanto: incarnar e irromper a vertigem, as vozes genésicas do mundo-outro, dentro da intensa afectividade do corpofenda. A poesia redescobre os hinos, os cânticos fertilizadores gravados na terra-náutica-do-cavalo-surfista: uma explosão rítmica nos espelhos enraizando as infinitas epifanias na potência da vida (fecunda a-semiose).O poeta restaura o grito como expressão estética da cosmovisão: ele transgride todos os limites ao refazer o vazio, ao imergir no insondável, ao magnetizar-se nos

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engolfamentos abíssicos do deserto: um instante obscuro e ardente a reactualizar as revelações pré-babélicas, a integridade alucinante doa epifragmas, a fulguração enigmática, expressividades, transpassagens. Ele procura o ilimitado, alimenta-se do informulável, da composição imaginária-radical, da revelação do relâmpago da existência absoluta, do magnetismo da estranheza, da regressão incomensurável à anterioridade da palavra, ao território da liberdade criadora que se abre ao pensamentocorpo-mundo, à marchas-policromas da transgressão instauradora de tipologias-cavernas-abóbodas-azagais-arpões-gradações-em-movimentos que tentam desvendar as liquefacções, os lançadores-propulsores, as escavações circulares, ovais, claviformes, insondáveis do universo-poético através das viagens utópicas, da usina do alvedrio, da eclosão do corporesistente-de-combinações-mágicas, do corpo-em-intermitênciaplumiforme entre potências esfíngicas: transformar a vida, o subsolo da aceitação e recusa da existência através das subducções lávicas da corporalidade, da força catalítica, incicatrizável, oscilatória e regeneradora da expressão fissurada-em-pleno-encontro( confronto do corpoferário e do corpo ovariano): urdidura de incidentes. Entrelaçamentos. Pontilhismos sedutores. Teias da incubação-líquidaondeante. Turbulências luteínicas: enfrentar a tensão dos contrários, o infinito da transversalização: formas infinitas de vida, epicentros, rastros, perplexidade, o não-sentido, respiração do desejo, transgressão do imaginário: fenómeno estético destruidor dos determinismos, o lugar-do-insondável, as infinitas possibilidades, a incerteza, a incógnita, os andamentos utópicos, os jorros, as fracturas, os espaçamentos, a reinauguração da metamorfose até ao indefinível e à impossibilidade que alimenta sempre o alvoroço, a necessidade da desordem, a violência da imersão e da emersão da construção poética. Mergulhar no inexprimível, no desconhecido, na gestação obscura para procurar o silêncio sempre num processo regenerador, antropofágico, cósmico, mitológico, quântico. Numa contínua dança de energia o poema absorve o desabrochamento, as vozes em fluxo que expandem a anatomia do corpo. Ondas frásicas, descentramentos, nomes ressoantes e vultos sobrepostos, fervilhantes: eis a substância oculta do mundo, o mistério da Natureza, a intemporalidade: as palavras alastram-se, diferenciam-se como poetas-cavalossonâmbulos na ebulição do labirinto: o sublime do ondeamento-cavalgada (acção-corporal) explode o seu primórdio no impenetrável, na obscuridade, no ritmo da reflexão-semeadura-naufrágio-em-contracção-e-em-prolongamentosindefinidos: circulação fluente de intensidades sobre a superfície oceânica que é onda para lá da onda em grandeza transferível: tentar espiritualizar a violência na matéria em agitação estética ondeante-cavalgadora e libertadora da vida: multiplicidade do corpo indomável, na consciência caótica, na espiritualidade, na energia do informulado, na fertilidade ardente da mãe-terra: serão sempre interrogações do deserto, na violenta nidação da ausência e do exílio, da perda que é risco construtor de vozes-entre-vozes: eis o cântico da fertilidade da terra enquanto rotação vertiginosa emancipadora do humanoanimalizante (uma outra voz surge sem dinastias): vejam, os interfaces das catástrofes e dos renascimentos hieroglíficos: contactos, movimentos, descentram-se de si e misturaram-se de e nos corpos-evasivos (impregnação e osmose intensiva de corpos que se alargam na memória-desmemoriada): tonturas, vertigens, interfaces, pirâmides que se infinitizam, infindáveis visões,

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setas de metamorfose, nós cáusticos, profligações interiores-exteriores, arrolamentos, memórias, acoplagens, sinais, ardis: é neste regresso à progénie nativa-em-obstinado-movimento que o poema esculpe o poeta, reconstrói o poeta, redobra-o, desdobra-o e devora-o em infinitas possibilidades entre a visão-outra, o inexplicável, a voz das vozes, o vórtice vulcânico e a transmutação dos signos ocasionais, resistindo sempre ao poder da presença, criando desterritorializações, esculturas de fendas, do caos até ao desaparecimento onde surge novamente as dobraduras peregrinas, os descolamentos, a potência do AION e da ausência da linguagem-emconfiguração-de-murmúrios: o poeta-surfista reaparece emaranhado de silêncio nessa voz de contiguidades-uranólitas-astrofísicas-explosíveis (plasticidade inapreensível). Na esfinge que o persegue procura o lugar verdadeirocavalgador-surfista-em-teia-cósmica-náutica: a vida verdadeira que está ausente Rimbaudeanamente dentro e através de si: eis o holomovimento das expressões-poéticas-surfistas-sonâmbulas acopladas nos umbrais do desconhecimento e na escavação das línguas extintas.

____________ LUIS SERGUILHA, Poeta e crítico. Autor de várias obras de poesia e de ensaio. Possui textos publicados em revistas de literatura no Brasil, na Espanha e em Portugal. Alguns dos seus textos foram traduzidos para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, catalão e finlandês. Participou em vários encontros internacionais de arte e literatura. EXPERIMENTADOR das LEITURAS POÉTICAS-METAMÓRFICAS-LAHARS. EXPERIMENTADOR do LAHARSISMO-POÉTICO. É responsável por uma colecção de poesia contemporânea brasileira na Editora Cosmorama. Curador do Encontro Internacional de Literatura e Arte: Portuguesia. Curador do RAIAS-POÉTICAS: Afluentes IBERO-AFRO-AMERICANOS de ARTE e PENSAMENTO

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EDIÇÕES CAIÇARAS | São Vicente - Brasil A Edições Caiçaras é uma pequena editora independente artesanal inspirada nas cartoneras da América Latina, principalmente na Sereia Cantadora de Santos e na Dulcinéia Catadora de São Paulo. Nasceu pela dificuldade homérica e labiríntica em publicar meus livros em uma editora convencional. É uma forma de reavivar o ideal punk do “faça você mesmo”, incentivando a auto-gestão e o uso da habilidade manual, algo que está se perdendo em nossa sociedade tecnocrata. Assim, de fato, começa a tomar forma a filosofia da “Edições Caiçaras”, mais do que um caráter social, nos interessa, ousar na forma e no conteúdo. Na forma é um aprimoramento das técnicas das cartoneras - os livros são feitos com capa dura, costurados com sisal e presos com detalhes em bambu, e no conteúdo, priorizamos um diálogo profundo com a Internet e com as literaturas locais do Brasil. Márcio Barreto

O IMAGINÁRIO COLETIVO O Imaginário Coletivo de Arte agrega artistas do litoral paulista em suas diferentes linguagens e tem como proposta fortalecer e propagar a “Arte Contemporânea Caiçara”, valorizando nossas raízes e misturando-as à contemporaneidade. Formado em fevereiro de 2011, é resultado de anos de pesquisas desenvolvidas em diferentes áreas que culminaram na busca de uma nova sintaxe através da reflexão sobre os processos criativos na Arte Contemporânea Caiçara. Seus integrantes convergem da dança, eutonia, teatro, circo, música, literatura, história, jornalismo, filosofia e artes visuais. Estão diretamente ligados à experimentação através de núcleos de pesquisas desenvolvidos no grupo Percutindo Mundos – música contemporânea caiçara (2008), Núcleo de Pesquisa do Movimento - dança contemporânea (2011), no Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino - eutonia (2003), no Projeto Canoa e Instituto Ocanoa – pesquisa da Cultura Caiçara (2007). Em seu repertório constam “Ácidos Trópicos – uma livre criação sobre a obra de Gilberto Mendes” (teatro), “Atro Coração – uma livre adaptação sobre o amor” (teatro), “Homo Ludens – fluxos, lugares e imprevisibilidades” (dança), “O Jardim de Patrícia” (dança); “Percutindo Mundos – universo em Gentileza” (música), “Percutindo o samba – história e poesia” (música) e “Poéticas para um novo tempo” (música). Ao longo do tempo realizou encontros, oficinas e palestras, tais como o "Sarau Caiçara" - Pinacoteca Benedito Calixto Santos /SP, "Mostra de Arte Contemporânea Caiçara" - Casa da Frontaria Azulejada - Santos/SP, "Itinerâncias - Encontros Caiçaras" - Casa da Cultura de Paraty - Paraty /RJ, "Sarau Filosófico" - SESC Santos - Santos /SP, "Virada Caiçara" - São Vicente /SP, “Vitrine Literária” – SESC Santos – Santos /SP e “Raias Poéticas – Brasil | Portugal” – SESC Santos – Santos /SP. Seu trabalho está presente em universidades, escolas públicas e instituições de cultura através de cursos, apresentações e palestras, além de inserir sua proposta artística em espaços públicos.

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CATÁLOGO POESIA O Novo em Folha - Márcio Barreto Nietszche ou do que é feito o arco dos violinos - Márcio Barreto Pequena Cartografia da Poesia Brasileira Contemporânea - Marcelo Ariel (Org.) Perdas & Danos - Madô Martins Mundocorpo– as aerografias e outros desvios do tempo – Márcio Barreto Peixe-palavra (poesias caiçaras) – Domingos Santos Mar por Perto – Flávio Viegas Amoreira excídio – Jorge Melícias (Portiugal) DRAMATURGIA Atro Coração - Márcio Barreto Ácidos Trópicos – uma livre criação sobre a obra de Gilberto Mendes – Márcio Barreto ENSAIO Obras Cadáveres - Arthur Bispo do Rosário, Estamira, Jardelina, Violeta e o Deus do Reino das Coisas Inúteis - Ademir Demarchi Desaforismos (aforismos) - Flávio Viegas Amoreira Meu Namoro com o Cinema – André Azenha ROMANCE Teatrofantasma: O Doutor Imponderável contra o onirismo groove – Marcelo Ariel PRÓXIMO LANÇAMENTO Impressões Transmodernas (ensaio) – Antonio Eduardo

www.edicoescaicaras.blogspot.com www.youtube.com/projetocanoa www.percutindomundos.blogspot.com www.myspace.com/percutindomundos ANGA-IBIISI foi impresso sobre papel reciclado 75g/m² (miolo). A capa foi composta a partir de papelão e sacolas de papel doados pelo Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino. www.espacodeconscienciacorporalceliafaustino.blogspot.com

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