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A fragmentação do império e o início do feudalismo Luís, o Piedoso, sucedeu Carlos Magno como imperador cristão do Ocidente. Seu governo caracterizou-se pela interrupção das conquistas territoriais, pelo reforço da cristianização e por novas disputas familiares pelo poder. Com a morte de Luís, seus filhos Lotário, Carlos, o Calvo, e Luís, o Germânico, disputaram os territórios e o título imperial. Depois de muitas guerras, assinaram o Tratado de Verdun (843), que estabeleceu a divisão do império: para Lotário coube a região da Lotaríngia e o título imperial; para Carlos, o Calvo, a região da Francia Ocidentalis, que originou a França moderna; e para Luís, o Germânico, foram garantidos os territórios da Francia Orientalis (veja mapa). As disputas por territórios e poder enfraqueceram os reis e fortaleceram os senhores locais. Além disso, durante o século IX, várias regiões da Europa Ocidental foram saqueadas pelos vikings (ler texto da seção Personagem, na página 21), o que também contribuiu para reforçar os poderes locais e esvaziar o poder real.
a diVisÃo do império carolíngio (século ix) MAR DO NORTE
Territórios Carlos, o Calvo Lotário Luís, o Germânico
Verdun FRANCIA ORIENTALIS
FRANCIA OCIDENTALIS
LOTARÍNGIA
280 km
MAR
ESTADOS DA IGREJA MEDITERRÂNEO
Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse/Vuef, 2003. p. 36.
Um problema
A coroação de Carlos Magno Texto 1 Assim o evento foi registrado pelos clérigos romanos: “Naquele dia santíssimo da Natividade do Senhor, quando o rei se ergueu depois de orar na missa em frente do túmulo do bem-aventurado Pedro apóstolo, o papa Leão colocou-lhe uma coroa na cabeça e todo o povo dos romanos o aclamou: ‘Vida e vitória para Carlos Augusto, coroado por Deus grande e pacífico imperador dos romanos!’. E depois desse louvor foi adorado pelo apostólico à maneira dos príncipes e, posta de parte a denominação de patrício, foi chamado imperador e augusto.” Annales Laurissenses. Citado em PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Editora Unesp, 2000. p. 70-71.
Ilustração de um manuscrito do século XIV representando a coroação de Carlos Magno, um acontecimento do final do século VIII. Biblioteca Britânica, Londres.
Texto 2 A visão do historiador franco Eginhardo, principal biógrafo do imperador, foi diferente: “[Carlos Magno] foi a Roma a fim de restaurar a ordem nos negócios muito perturbados da Igreja e aí permaneceu durante todo o inverno. Nessa altura, recebeu os títulos de imperador e augusto. Mas a princípio desagradou-lhe tanto este ato que declarou que se acaso tivesse podido conhecer com antecedência a intenção do pontífice, não teria entrado na igreja naquele dia [...], embora fosse um dia muito festivo.” EGINHARDO [séc. IX]. Citado em ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá Costa, 1981. p. 63.
Questões
1. Sintetize, pelas leituras, a visão dos clérigos e a do biógrafo do imperador sobre a coroação de Carlos Magno.
2. Identifique a data festiva da coroação de Carlos Magno. Por que, na sua opinião, o evento ocorreu nessa data?
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