O calendário mais usado no mundo atual é o gregoriano, também conhecido como calendário cristão. Ele é inteiramente solar, isto é, baseado na rotação da Terra em torno do Sol. Esse calendário tem a sua origem no Império Romano, no chamado calendário juliano, que tinha 365,25 dias. A reforma do calendário juliano foi encomendada pelo papa Gregório XIII (1502-1585), procurando aproximar o ano definido no calendário com o ano solar, que é de 365 dias, 5 horas e 49 minutos. O novo calendário instituiu o ano bissexto a cada quatro anos, começando a partir de 1600, e definiu o dia 1o de janeiro como início do ano para toda a cristandade.
Não existe um único calendário para todos os povos. Cada povo tem a sua forma de marcar o tempo, que geralmente se relaciona a um acontecimento importante para a sua cultura. Os povos cristãos, por exemplo, baseiam o calendário que adotam no ano do nascimento de Cristo (leia boxe ao lado). Esse acontecimento marca o primeiro ano do calendário cristão. Os anos anteriores ao do nascimento de Cristo são contados de forma decrescente e vêm acompanhados da sigla a.C. (antes de Cristo). Os anos posteriores ao nascimento de Cristo são identificados com a sigla d.C. (depois de Cristo). Nesse caso, no entanto, não é necessário colocar a sigla após o ano. No judaísmo, o calendário se inicia na data em que, para os judeus, Deus criou o universo. Esse fato teria ocorrido no ano 3760 a.C. do calendário cristão. Para os muçulmanos, o marco inicial do calendário é a fuga do profeta Maomé de Meca para Medina, ocorrida no ano 622 do calendário cristão. Outros calendários
Outros povos também criaram seus calendários. Os maias, que habitavam o sul do México e parte da América Central, por exemplo, usavam dois calendários. Um era religioso e tinha 260 dias. Outro era solar, com 365 dias. Muitos povos indígenas que vivem na Amazônia brasileira também desenvolveram seus próprios calendários. Alguns grupos marcam o tempo observando as constelações, as fases da Lua e os fenômenos naturais, como as cheias dos rios e as secas. Com base, então, nos ciclos da natureza, essas comunidades planejam as épocas do plantio, da colheita, da pesca e dos rituais religiosos. Os incas, que habitavam a parte oeste da América do Sul, tinham um calendário que era ao mesmo tempo solar e lunar. O ano era solar e se dividia em doze meses lunares. Como não há uma correspondência entre o tempo solar e o lunar, muitas vezes os incas enfrentavam dificuldades para prever as épocas de semeadura e de colheita.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Arrumando o calendário
O calendário gregoriano
comparando calendários
Observe que os três calendários, o judaico, o cristão e o islâmico, têm como base acontecimentos importantes da história dessas religiões. É importante notar, no entanto, que as datas indicadas nesse calendário muçulmano são aproximadas. Por ser um calendário totalmente lunar, é difícil estabelecer uma correspondência exata entre ele e o calendário cristão, que é solar.
Calendário judaico
Calendário cristão
Calendário islâmico
Criação do mundo para os hebreus 1
Dias atuais 3761
Antes de Cristo 3760
4382
Nascimento de Cristo 1
Depois de Cristo 622
640
2011
Fuga de Maomé para Medina
Antes da fuga de Maomé 4517
5771
1
1432
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