Projeto Araribá História

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Personagem

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Maria Bonita A história de Maria Gomes de Oliveira, ou simplesmente Maria Bonita, companheira de Lampião no cangaço, ainda é formada por muitas lacunas. Nascida em 8 de março de 1911, no povoado de Malhada da Caiçara, na Bahia, ela foi a primeira mulher a fazer parte de um grupo de cangaceiros. Também conhecida como Maria Déia, ela se casou muito cedo, aos 15 anos. Em 1929, ela conheceu Lampião, o líder dos cangaceiros. O grupo tinha se estabelecido próximo ao povoado onde vivia Maria Bonita, às margens do Rio São Francisco, mantendo contato frequente com a população local. No ano seguinte, Maria Bonita abandonou o marido e resolveu seguir Lampião e seus homens. Depois de Maria Bonita, muitas outras mulheres entraram para o bando de Lampião, como Dadá, Sila, Lídia, Neném, Maria, Lili, Cristina, Inhacinha, Durvinha, Adília e Rosinha. A literatura de cordel descrevia Maria Bonita como uma mulher muito bela, dura, corajosa e determinada. A imprensa passou a ressaltar sua notável beleza depois da foto-reportagem feita por Benjamin Abrahão, no começo de 1937. No dia 28 de julho de 1938, tropas policiais, conhecidas como volantes, cercaram o grupo de Lampião e Maria Bonita, que se escondia na Grota de Angicos, no estado de Sergipe. Além do casal, outros nove cangaceiros foram mortos e degolados. Maria Bonita ultrapassou o papel destinado às mulheres de seu tempo, tornando-se uma lenda popular em versos e canções do sertão nordestino.

Maria Bonita, 1936. A participação feminina no cangaço começou, de fato, depois que Maria Bonita entrou para o grupo de Lampião. Da união com Lampião nasceu Expedita.

1. Por que Maria Bonita foi tão importante na história do cangaço? 2. O que levou Maria Bonita a tornar-se bastante conhecida em todo o Nordeste brasileiro?

3. Quais foram as condições que possibilitaram a incorporação das mulheres no cangaço?

4. O poema a seguir faz parte da literatura de cordel do Nordeste. Leia-o e responda às questões.

Maria Déia é um anjo Uma lindeza, um amô Uma princesa encantada Que Lampião encontrô.”

Citado em CAMELO FILHO, José Vieira. Lampião, o sertão e sua gente. Campo Grande: Editora UFMS, 2001. p. 146.

a) Como Maria Bonita foi descrita nesse poema? b) Sublinhe, no poema, os termos que indicam tratar-se de uma literatura popular e justifique sua resposta.

Artesanato em cerâmica, de Pernambuco, representando Lampião e Maria Bonita, 2006. Glossário

“Tem a noite as pestanas Tem a luz dos oios o dia Na boniteza do corpo Tem maió maravia

Literatura de cordel Criação popular típica do Nordeste brasileiro. A literatura de cordel tem esse nome porque os poemas, impressos precariamente, são expostos em feiras e mercados, pendurados em cordéis (barbantes).

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