Parada certa Projeto de lei prevê regulamentação do valet
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Lixo eletrônico na mira
Lei obriga descarte correto de resíduos eletrônicos .
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Leitura inclusiva
Biblioteca Pública tem seção para deficientes visuais.
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Curitiba, 28 de Junho de 2016 - Ano 20 - Número 282 - Curso de Jornalismo da PUCPR
Táxi vs. Uber De que lado você está? Páginas 02 e 03
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Cidades Expediente
Táxi e Uber em guerra
Confrontos na noite de sexta para sábado e protestos nesta segunda acendem o debate sobre o aplicativo em Curitiba
Yuri Braule
A pós os casos ocorridos na noite de sexta-feira (24) para sábado (25), quando três ocorrências foram registradas envolvendo confrontos entre motoristas de táxis e de Uber, o debate entre Táxi X Uber reacendeu na capital paranaense.
Na manhã desta segunda-fei ra (27), motoristas de táxi de Curitiba e região metropolita na realizaram um ato contra as atividades do Uber em Curitiba, protestando contra a “pirataria” do aplicativo de transportes de pessoas e com a “marginalização” dos taxistas após os confrontos de sexta-feira envolvendo moto ristas dos dois serviços.
“Nós não somos bandidos, infelizmente o transporte irregular chega na cidade da forma que ele quer infringin do as leis municipais, estadu ais e federais, aí em qualquer ação que aconteça, indiferen te de que lado ocorra, o taxista é sempre marginalizado”, afirma Fábio Taborda, presi dente da União dos Taxistas de Curitiba (UTC).
O protesto teve início em São José dos Pinhais, no Aeropor to Afonso Pena, e partiu para a Câmara de Vereadores de Curitiba, por fim, o grupo de taxistas dirigiu para a Sede da Justiça Federal, encerrando o protesto por volta das 12h30.
Na Câmara, ao mesmo tempo que os taxistas protestavam do lado de fora, um grupo de motoristas do Uber estava dentro do local realizando um manifesto contra as hostili zações recebidas e pedindo a regularização do aplicativo.
A polícia cercou o portão de entrada e não houve registros de incidentes envolvendo os dois grupos.
Por meio de sua assessoria, o Uber explica que, no Brasil, o serviço é completamente legal, já que os motoristas parceiros prestam o serviço de transporte individual privado, que tem respaldo na Consti tuição Federal e é previsto em lei federal pela Política Nacio nal de Mobilidade Urbana.
02 Curitiba, 28 de Junho de 2016
Waldemiro Gremski DECANA
ARTES Eliane
COORDENADOR
Julius
COORDENADOR
Julius
COORDENADOR
Miguel
COORDENADOR
Rafael
MONITORIA Luciana
FUNDADOR
Zanei Ramos Barcellos FOTO
Yuri Braule 4º período PAUTEIROS Adriana Barquilha 5º perído Ivo Tragueto 3º período Mateus Bossoni 3º período Vinicius Scott 3º perído Vitória Gabardo 3º período SECRETÁRIAS
REDAÇÃO Angélica Klisievicz Lubas 4º período Nicolle Heep 3º período EDITORES Caroline Farias 3º período Heloisa Masetto 2º período REVISORES Yuri Bascopé 3º período
Edição 282 - 2016 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR REITOR
DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E
C. Francisco Maffezzolli
DO CURSO DE JORNALISMO
Nunes
EDITORIAL
Nunes
DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL
Manasses (DRT-PR 5855)
DE PROJETO GRÁFICO
Andrade
Prieto
DO JORNAL
DA CAPA
DE
4º
período
Yuri Braule
Taxistas realizaram ato contra o Uber pela manhã
Cidades
A lojista Emilia Simões, conhecida como Emilia da XV, é contra a presença do Uber em Curitiba. Ela estava nos protestos na Câmara de Vereadores, e acredita que o serviço é ilegal. “Nós cida dãos brasileiros temos que defender as leis brasileiras, eu jamais colocaria uma criança em um carro preto para ir le var em uma escola. Os nossos taxistas do laranja e preto são cadastrados, credenciados, pagam seus impostos e são trabalhadores honestos”
Entre os usuários do Uber, está Yasmin Graeml que já foi hostilizada na última sexta-feira (24) na região do Batel, quando taxistas fecharam a rua e obrigaram que a estudante descesse do veículo. Com a ajuda de
pessoas nas filas dos bares, a rua foi aberta, e Yasmin conseguiu voltar para casa. “Depois de pedir um Uber e ser abordada por taxistas que me xingaram e me mandaram descer do carro, não entro mais em um táxi. Cheguei em casa tremendo, imagina se chamo um táxi e vem aquele taxista que queria me tirar do carro a força?”
O Uber na Câmara
de Vereadores
O Uber, serviço de transporte de pessoas via aplicativo de celular, foi proibido em Curi tiba em abril, com um projeto de lei que prevê uma multa de R$ 1,7 mil para transportes irregulares de passageiros em veículos automotores
Entre os favoráveis ao apli cativo, está Pier Petruzziello, que foi um dos três vereado res que votou contra a pro posta que proibia o Uber em Curitiba, e lista uma série de razões para que o serviço seja regulamentado, entre eles, o Plano Diretor de Curitiba, emprego, geração de renda e a modernidade.
Rodrigo Dória é motorista do Uber desde março deste ano, quando o aplicativo começou em Curitiba, e afirma que os confrontos começaram com os taxistas.
“Eu acho que o que eles fize ram é terrorismo, eu não vejo nenhuma outra palavra que defina o que aconteceu, em momento nenhum os mo
Braule
leves de categoria particular e o dobro do valor em caso de recorrência.
No início deste mês, foi apre sentado um projeto, unificado de outros três, visando regu larizar o serviço de transporte privado e individual de passa geiros, como o Uber.
O texto já foi aprovado pela Comissão de Legislação, Justiça e Redenção da Câmara de Curitiba e agora vai para a aprovação de outras comis sões para então ser apresenta da para o plenário da Câmara.
Jairo Marcelino é um dos autores da proposta que proibia o Uber em Curitiba, o vereador não acredita que o aplicativo seja aprovado da Câmara de Vereadores.
“Se este projeto vier a plenário, eu tenho certeza absoluta que os vereadores não vão votar contra uma coisa que esteja irregular, se eles se regularizarem, o pensamento será de todos, agora, da ma neira como ele está, a Câmara Municipal não pode aprovar porque ela estaria indo contra a legislação brasileira”.
“Então por esses motivos, ainda mais num momento em que o país atravessa uma crise tão grande, você proibir que o aplicativo como esse que está gerando emprego e renda, seja proibido na cidade de Curitiba.
Sexta-feira é marcada por confrontos
Na noite de sexta-feira (24) para sábado (25), três casos envolvendo confrontos entre taxistas e motoristas do Uber ocorreram em São José dos Pinhais e Curitiba.
Os registros começaram às 17h de sexta, no Aeroporto Afonso Pena, quando uma discussão entre um condutor de cada serviço causou um tumulto e envolveu mais mo toristas, gerando agressões e carros danificados.
Após isso, os taxistas fizeram um “buzinaço” na Rodoferro viária, e houve mais registros de discussões e agressões em motoristas do Uber. Por fim, no Batel, um carro do serviço mobile foi capotado por con dutores de táxis.
toristas do Uber foram para cima deles, somos pacíficos. O pessoal estava estacionado, aí foram 30 carros e, além das pessoas, quebraram os carros.
Os táxis de São José se uniram com os de Curitiba, o que eu acredito que seja análogo a uma formação de quadrilha”.
Para Djalma Rodrigues, dire tor da União dos Taxistas de Curitiba (UTC) e taxista há 20 anos, os condutores do Uber começaram a confusão.
“O motorista do Uber sabe que é o táxi, e o taxista não sabe quem é o motorista do Uber, então ele começa a fazer provocação e a mostrar o dedo para o taxista, aí tem muita gente que está com problema em casa, problemas financei ros, e o cara se exalta”.
O Uber considera inaceitável o uso de violência. A empresa estima que mais de 70 boletins de ocorrência foram feitos pelos motoris tas do serviço, desde março deste ano, quando o aplica tivo começou a funcionar na capital paranaense.
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Junho de 2016
Curitiba,
de
Lojista participa ato a favor dos taxistas
Yuri
“
Se este projeto vier a plenário, eu tenho certeza absoluta que os vereadores não vão votar contra uma coisa que esteja irregular, se eles se regularizarem, o pensamento será de todos”
Política Projeto de lei para regulamentar o valet
Se aprovada, a lei obri gará o estabelecimento a emitir um documento ao cliente, que prioriza o acesso das informações do consumidor
Giully Regina 4º período
O correu nesta segunda -feira (27) na Assembleia Legislativa do Paraná, a 3ª dis cussão sobre o projeto de lei que prevê a regulamentação do serviço de estacionamento valet. Os valets são diferentes de estacionamentos conven cionais, porque contam com manobristas além da guarda dos carros. Esse tipo de servi ço é comum em restaurantes, bares e casas noturnas.
O valet foi regulamentado na capital paranaense por meio de decreto em 2014, quando as empresas começaram a ser fiscalizadas. Segundo o decre to, as empresas estão proibi das de estacionar os veículos em vias públicas e também estão proibidas de reservar vagas em ruas ou sinalizar com cones ou outro material. Para ter acesso a licença de funcionamento, as empresas devem apresentar contratos de seguro para cobertura de incêndio, furto, roubo e coli são, e os manobristas devem ser cadastrados e possuir carteira de habilitação.
Em 2012, a Câmara de Curiti ba aprovou uma lei, exigindo que os valets, coloquem no recibo entregue ao cliente a quilometragem do veículo, para que o consumidor possa certificar-se da distância per corrida pelos manobristas.
O projeto de lei atual obriga o estabelecimento a emitir um documento ao cliente, infor mando o modelo do veículo (placa e marca) e o local onde foi estacionado, constando também o CNPJ da empresa e o horário de serviço, além de manter um comprovante de serviço por 120 dias em
O valet foi regulamentado na capital paranaense por meio
das empresas”
arquivos. Se a lei entrar em vigor, as empresas terão 120 dias para se adaptar.
Autor do projeto, deputado Felipe Francischini (SD) destaca que a lei pretende reafirmar o direito de acesso a informação do consumi dor. “Porque é um bem dele, o mínimo é ter informações básicas, como o CNPJ da em presa”, afirma o deputado.
Alguns consumidores re clamaram do serviço dos valets, pois encontraram seus veículos estacionados em vias públicas e segundo a legisla ção vigente, os valets são proi bidos de utilizar vias públicas para estacionamento. A partir dessas reclamações, o depu tado Francischini apresentou um projeto de lei para regulamentar a questão.
Caso a lei seja aprovada, o De partamento Estadual de Pro teção e Defesa ao Consumidor (PROCON) será responsável pela fiscalização nos estabe lecimentos que oferecem esse tipo de serviço.
Para dúvidas e reclamações, o consumidor pode ligar para 0800 41 1512 ou acessar o site http://www.procon.pr.gov.br/ .
04 Curitiba, 28 de Junho de 2016
“
de decreto em 2014, com a fiscalização
oferece serviço de valet
Breno Soares
Estacionamento
Polícia/Cidades
Cope apreende maconha e explosivos em Piraquara
Três homens foram pre sos em flagrante com os produtos ilegais
Gabrielle Cordovi
1º período
O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) juntamente com a Polícia Civil do Paraná apreenderam, na sexta (24), 80 quilos de maco nha e explosivos para resgate de detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara.
A polícia civil, em entrevista coletiva nesta segunda (27), apresentou três suspeitos de
planejar plano de fuga presos em uma operação realizada na cidade de Piraquara. Fo ram detidos Johny da Silva, 31; Marcelo Gramella Bueno, 31 e Wagner José Vital, 35 que de clararam não ter conhecimen to da droga e dos explosivos.
Os três foram abordados em uma chácara de São José dos Pinhais, de acordo as infor
mações divulgadas pelo Cope. Segundo o delegado do Cope Guilherme Maurício Wall Fa cundes os suspeitos responde rão pelo crime de associação criminosa, posse de explosivo e tráfico de drogas.
Facundes finaliza: “a polícia trabalha para identificar os outros responsáveis pelo pla no de fuga”.
Paraná se destaca na produção de lixo eletrônico
Estado é o quarto maior produtor de resíduos tecnológicos do Brasil, empatado com o Rio Grande do Sul
Marina Darie
1º período
C om 86,8 mil toneladas por ano, o Paraná é o quarto maior produtor de e-lixo do Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre). O estado fica somente atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A Lei do Lixo (n°12.305), decretada em 2010, afirma que órgãos públicos e priva dos, assim como os próprios consumidores, possuem a responsabilidade de descar tar corretamente resíduos, principalmente os tecnológi cos que possuem substâncias tóxicas, como o mercúrio, cobre e chumbo. Esses mate riais são classificados como qualquer objeto derivado de equipamentos eletroeletrôni cos e eletrodomésticos, como computadores, celulares, micro-ondas e geladeiras. Pi lhas e baterias também estão inclusas nesse ramo.
A Prefeitura de Curitiba disponibiliza um serviço de descarte, em que cami nhões especializados ficam estacionamos próximos aos terminais de ônibus das 7h30 às 15h para que a população possa jogar os eletrônicos fora. Em uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente, o Instituto Pró-Cidadania e o Sindicato da Industria da Construção Civil do Paraná, grandes ações de recolhi mento também tomam conta da capital.
Além desse serviço público, existem diversas empresas que fazem essa coleta. Uma delas é a ReciclaTech, que realiza essa ação sem nenhum custo, somente com a neces sidade de um agendamento para a entrega. Depois de recolher os resíduos eletrô nicos, é feita a separação dos produtos, classificados em plásticos, ferro, fios, placas, entre outros e eles então são mandados para indústrias transformadoras, que reuti
lizam o lixo. A diretora desse empreendimento, Adriana Galvão, reforça que a prin cipal vantagem de fazer uso desse serviço é o comprome timento com a preservação do meio ambiente.
Os brasileiros guardam em suas casas cerca de 500 mi lhões de eletrônicos sem uso. Essa grande quantidade é ori ginada pela democratização da tecnologia e principalmen te por algo chamado obsolên cia planejada. Essa estratégia baseia-se nas empresas esti pularem uma vida útil curta para seus produtos, assim o consumidor terá que os subs tituir mais rapidamente. A falta de educação relacionada ao assunto também contribui para que não haja informação sobre o descarte adequado.
A engenheira ambiental, Fabiana Nadai Andreoli, enfa tiza que jogar lixo eletrônico em locais errados é extrema mente prejudicial, pois além de sujar rios, os componentes
O secretário da Segurança Pública declarou que só foi possível prender os suspeitos graças o trabalho conjunto dos setores de inteligência, Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen) e o Cope que auxiliou na prisão dos envolvidos e prendeu os três suspeitos.
tóxicos dos resíduos também podem se infiltrar nos solos e chegar aos humanos pela in gestão de alimentos. Essa con taminação pode desencadear dores de cabeça e até mesmo o comprometimento do siste ma nervoso. De acordo com Fabiana, o método mais eficaz para evitar esses problemas é a Logística Reversa. Esse sistema prevê que empresas restituam os materiais previamente vendidos, para que seja feito sua reutilização.
Outra forma de se desfazer do lixo tecnológico foi proposta pelos alunos de Engenharia Eletrônica, da UTFPR em Campo Mourão. Os estudan tes implantaram um centro de recolhimento e utilizam as peças para a prática do curso. Caso os objetos não possam ser reusados, eles são descartados de forma ambientalmente correta. Essa entrega pode ser feita na Coordenação de Engenharia Eletrônica (COELE).
05 Curitiba, 28 de Junho de 2016
Esportes Curitiba: a capital do poker
Modalidade ganha cada vez mais adeptos
Kevin Cruz 3º período
R econhecido como esporte pela Associação Interna cional de Esportes da Mente (Imsa) em 2010 e pelo Ministério do Esporte do Brasil em 2012, o poker está, cada vez mais, ganhando novos atletas. Devido ao EPO Fest, evento de poker que reuniu mais de 5 mil pessoas em seus oito dias de torneio em abril deste ano, Curitiba se tornou a capital nacional da modalidade.
Segundo Daniel Farias, sócio proprietário do Espaço Poker Curitiba, no Água Verde, o grande crescimento no número de adeptos se deve à quebra do paradigma de que o poker é um “jogo de azar” e principalmente pela difusão da modalidade online. “Este aumento começa pela inter net, com o PokerStars, por exemplo, e acaba chegando até nós. Muitas pessoas vêm para o clube disputar uma partida presencial”, explica.
Porque poker?
Para o atleta amador, com três anos de experiência, Vinicius Doca, o desejo de conhecer mais profundamente o espor te sempre esteve presente. Ele esclarece que começou a com petir online pela facilidade do acesso. “É muito simples de entrar na disputa, podendo apostar dinheiro ou não”.
Gabriel Bulle, atleta amador, conta que começou a parti cipar pelo Facebook aos 10 anos de idade. Hoje, com 26, comenta que o atrativo do
Royal Flush
esporte é a possibilidade de, conforme a partida for se de senvolvendo, o atleta elaborar suas estratégias. “Você pode crescer na mesa e ganhar mesmo não estando bem”.
Apesar de competirem, Doca e Bulle não pensam na possibi lidade de serem profissionais. Doca lembra que o poker é um esporte de sedução e que cada momento conta.
É esporte!
Quando os atletas são pro fissionais a sorte no poker é reduzida a 13%, comenta Farias. O poker é um esporte democrático, um campeão e um amador podem estar sentados na mesma mesa. É acessível, basta você ir até um clube ou baixar o aplicativo pela internet. E além de tudo, gratuito, é só realizar inscri ções em torneios freerolls, os quais possuem entrada livre e prêmios em dinheiro para o vencedor.
Ao longo do tempo os com petidores vão aprendendo mais estratégias. São diversos fatores que podem influenciar em uma partida. “No poker você traça uma estratégia durante o torneio ou evento, conforme seus adversários, conforme o número que você tem de fichas e vários outros elementos”, complementa Farias. Neste esporte há muita intuição, bastante preparo mental, e a exigência de várias habilidades da pessoa ao mesmo momento.
A mão mais famosa do Poker, um royal flush não pode ser batido. Ela é composta pelo as, rei, dama, valete e dez do mesmo naipe.
Marco Regulatório dos Jogos no Brasil
Instalado na Câmara dos Deputados no dia 28 de outubro de 2015, o marco re gulatório dos jogos no Brasil surgiu da comissão especial presidida pelo deputado Elmar Nascimento (DEM/ BA) para tratar do projeto de lei que revoga os dispo sitivos legais que menciona, referentes à prática do “jogo do bicho”. Ainda em processo de deliberação o marco visa implementação da legislação para o setor de jogos a curto, médio e longo prazo.
As reuniões dissecarão cada modalidade por capítulos, incluindo as particularidades de cada uma, desde o reque rimento das operações até os limites para funcionamento.
As categorias são: bicho; cas sino; bingo; loterias estadu ais; jogos de apostas online; jogos de campeonatos, que podem vir a ser considerados, após discussão na comissão, como esporte: poker, gamão, sinuca, xadrez.
O plano de trabalho, que de fine o roteiro e cronograma das atividades, foi estrutu
rado em cinco eixos, a saber: 1 – das modalidades; 2 – da autorização e fiscalização; 3 – da destinação das receitas auferidas; 4 – das infrações penais e administrativas; e 5 – definições e normas. É importante lembrar que o cronograma é preliminar e pode sofrer alterações conforme o desenvolvimento dos trabalhos.
Voz contrária
Na última reunião da co missão especial na Câmara, realizada no dia 27 de abril, o deputado Luiz Carlos Hauly afirmou que uma voz contrária sempre é necessá ria. “Vejo assim: a discussão está como se fosse uma porta da esperança. O jogo é um item pequeno dentro de uma economia de qualquer país”, explica. Na opinião dele, os outros deputados estão muito animados achando que algo que está na ilega lidade se tornará a tábua de salvação de municípios empobrecidos, enfatizando que jamais os jogos gerarão riquezas.
06 Curitiba, 28 de Junho de 2016
Seção braille da BPP é destaque nacional
Doações
de iniciativa pri vada são as que susten tam o trabalho
Carolina Piazzaroli 3º período
F undada em 1974, a seção braille da Biblioteca Pú blica do Paraná (BPP) possui um dos maiores acervos para deficientes visuais do Brasil. No fim do ano passado, a instituição recebeu diver sos materiais, chamados de equipamentos de Tecnologia Assistiva (TA), recursos utili zados para ampliar habilida des de pessoas com alguma deficiência. O processo se deu por meio do projeto Aces sibilidade em Bibliotecas Públicas, em parceria com a Biblioteca Nacional.
No início do mês de maio, a BPP recebeu, para a Se ção Braille, 26 unidades do chamado soroban, um instrumento milenar japonês que utiliza contas de madeira para auxiliar em problemas matemáticos. A doação foi feita pela empresa curitibana Método Educacional Super Cérebro, especializada em tecnologias para o desenvol vimento cognitivo e social de estudantes. O material será usado por alunos de um curso de capacitação para deficien tes visuais, oferecido pela própria biblioteca. De acordo com a coordenadora do méto do soroban na empresa Super Cérebro, Patrícia Duarte, o soroban é utilizado por defi cientes visuais para aprender toda a parte aritmética.
A coordenadora da seção braille na BPP, Cleumira Burdzinskn, afirma que esses equipamentos estão fazendo a diferença e permitindo que os deficientes visuais desen volvam capacidades. Segun do ela, dentre os materiais disponíveis estão: impres soras braille; linhas braille, que transforma, em tempo
real, texto do computador em braille; lupa eletrônica, que amplia e projeta textos para pessoas com deficiência visual parcial; teclados adaptados; filmes com áudio-descrição e scanner com voz, que trans forma a voz em texto.
Cleumira comenta que a BPP tem parcerias com várias instituições, como a Fundação Dorina Nowill, com sede em São Paulo. Ela diz que essa parceria rende a maior parte das doações de materiais específicos. “Não podemos depender do Estado, por isso temos essas parcerias. Recebemos muita coisa, mas existem diversas tecnologias que poderiam ser aproveita das para deficientes visuais. Seria ótimo se pudéssemos dispor de melhores tecnolo gias na seção”.
A BPP é a única do Paraná com uma seção específica para deficientes visuais, segundo a coordenadora. Por isso, recebe visitas escolares de todo o Estado. O atendi mento é feito por professores capacitados a auxiliar pessoas que tenham qualquer nível de deficiência visual. Além disso, esses professores minis tram cursos de capacitação voltados para profissionais da educação no intuito de prepará-los para lidar com a forma de aprendizagem do deficiente visual.
Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística (IBGE), cerca de 3,6% da população brasileira tem algum tipo de deficiência visual. Cerca de 16% dessas pessoas tem a limitação de forma intensa ou muito intensa.
Pequenos grandes obstáculos
O professor Anastácio Braga é deficiente visual. Ele conta que perdeu a visão aos 25 anos, quando iniciava a faculdade de Ciências Con tábeis. Braga relata que foi um choque, mas que pensou que não poderia se deixar abalar, teria que conquistar as coisas de um jeito diferen te. E, segundo ele, o que ele mais queria era a sua inde pendência de volta. “Lembro que minha mãe queria me ajudar o tempo todo. Ela me esperava no ponto de ônibus na volta da faculdade, e isso me deixava louco. Acabava descendo em outro ponto só para poder ir sozinho”.
Segundo Braga, o mais importante para os deficien tes visuais é a autoaceitação. “Não tem sentido em se revoltar. Aconteceu comigo, mas podia ser com qualquer um. O principal é não deixar que isso atrapalhe a vida. Continue vivendo”.
Braga é professor da rede municipal de ensino, leciona aulas de matemática e realiza oficinas de xadrez no Santa Quitéria. Ele diz que tem cerca de 400 alunos, nenhum com deficiência visual. Na BPP, ele ministra cursos de capacitação de professores e ensina o braille.
07 Curitiba, 28 de Junho de 2016 Cultura
Carolina Piazzaroli
BPP também oferece cursos de capacitação e braille
Cultura A primeira vez no teatro
A expectativa de estre ar no Festival de Teatro de Curitiba
Aryane Monteiro 7° período
E m dia de estreia, o clima era de descontração nos bastidores. Eram 15 atores, em sua maioria jovens de 20 e poucos anos. Entre eles, seis “primeiras vezes”. Em meio a conversas, risadas e trocas de roupa, a estreante Ana Lucy, 18 anos, fazia sua maquiagem tranquilamente. Apesar de estar familiarizada com o Lala Schneider, teatro onde faz curso há quatro anos, nun ca havia se apresentado em um festival.
Assim como Ana, a peça de título sugestivo, “Procura -se um ator para desnudar a minha alma”, também era estreante do dia no Festival de Teatro de Curitiba. Trazendo à tona questões existenciais, conflitos internos, problemas familiares, vícios e incertezas, em uma busca de atores que os entendam e ajudem.
Para Nalu - como Ana Lucy é carinhosamente conhecidaincerteza não fez parte de seu vocabulário. Ao ser pergunta da desde quando manifestou vontade de atuar, ela respon de sem pestanejar:
- Eu sempre quis ser atriz! Desde criança não falava em outra coisa.
É por isso que dava pra repa rar um brilho constante em seus olhos. Mesmo dizendo -se tranquila, a expectativa reluzia no olhar. A menina considera importante para a carreira assistir a peças de diferentes estilos e estar sempre ligada nas produções. O festival tem um lugarzinho especial no coração dela.
- Eu adoro o festival. Quando eu estava no ensino médio, resolvei entrar para o curso de teatro, e comecei a assistir ao maior número de peças que conseguia. Fui a teatros que nem sabia que existiam aqui na cidade. Vi tanta gente atuando de formas diferentes, dando sua personalidade aos personagens. Agora vou estar do mesmo lado que eles.
Enquanto Nalu e os outros atores se dirigiam para o camarim atrás do palco, via-se uma movimentação intensa pelos corredores do teatro. Pessoas aguardando o inicio da peça, atores de outras produções indo embora, até mesmo atores da peça que acontecia no momento, espe rando a sua hora para voltar à cena. Mayara Bonde, assis tente de direção, não errou ao dizer:
- O Festival de Teatro é uma loucura!
Quando faltavam exatos 10 minutos para as 22 horas, o diretor Rogério Bozza entrou no camarim e alertou que faltava pouco para entrarem no palco:
- A partir de agora, co mecem a focar em seus textos. Tentem não con versar coisas paralelas e mantenham-se concentrados.
O burburinho diminuiu, mas não sossegou. Era difícil conter a energia e ansiedade. Ana não parava de andar para lá e pra cá, ainda terminava os últimos detalhes da maquia gem quando a assistente de direção entrou no ambiente carregando uma escada. Faltavam cinco minutos para a peça começar e ela ainda ajustava os detalhes da luz.
Posicionou a escada para mexer em um refletor, justamente em cima de Ana, que brincou:
- Você quer me dar azar justo hoje Mayara? Estou bem em baixo da escada.
Entretanto, o que ela teve foi sorte. Às 22 horas, todos estavam em cima do palco, que mais se parece um solo sagrado, pois conseguiu transformar toda a agitação em concentração, além de ou vidos atentos aos incentivos e orientações de Marcela.
Depois de rezarem um Pai-Nosso de mãos dadas, a cortina se fechou para aguar dar o público. E então já não se sabia mais quem estava estreando, ou não. Todos en caravam como se aquela fosse sua primeira vez para dar o melhor de si.
08 Curitiba, 28 de Junho de 2016
Camila Beatriz
Ana Lucy momentos antes de subir ao palco