Comunicare 281 - 27.06.2016 (segunda)

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Refeição mais salgada Fenômeno do El Niño causa aumento no preço do feijão

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Combate às drogas

Conferência municipal promoveu discussão sobre o tema.

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Entre manobras e palestras Semana do skate uniu diversão e conscientização.

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Curitiba, 27 de Junho de 2015 - Ano 19 - Número 281 - Curso de Jornalismo da PUCPR
Salsicha não, é Vina! Vinada cultural chega a sua 4ª edição Página 03
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Cidades

Projeto

Proposta idealizada por alunos de administração da UTFPR superou as expectativas

Ana Clara Braga

P ara a matéria eletiva de “Elaboração de projetos”, da área de comunição, os alu nos de administração Fabio Caldeira, Amanda Andreatta, Márcio Tamura, Gessica Neli e Kathy Michtal tiveram a ideia de montar uma ação de doa ção de livros com o objetivo de incentivar a leitura. Porém com um diferencial, ao doar dois livros, você ganhava um.

O projeto foi bem aceito e contou com doação de sebos, professores e servidores da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), da Univer sidade Federal do Paraná (UFPR) e alunos. Segundo o idealizador e responsável pelo evento, Marcio Tamura, a recepção na universidade foi surpreendente. “Muitos alunos vieram trazer doações e perguntaram se não pode ríamos estender o projeto”, disse, completando que só ele já havia contribuído com 20 exemplares.

Tamura também contou que os livros jurídicos serão levados para a biblioteca de direito da UFPR, os livros infantis e infanto-juvenis para o

hospital pequeno príncipe e as demais doações serão destina das às Tubotecas de Curiti ba.O aluno se mostrou otimista e espera que próximas turmas deem continuidade ao projeto quando cursarem a mesma matéria. “A pró-reito ra elogiou muito e se mos trou bastante interessada no projeto”, disse Tamura, que tem esperanças que o evento seja acatado pela reitoria e entre para o calendário oficial da UTFPR.

O projeto contou com volun tários, como Dimas Oliveira e Caprici Baptista para orga nizar, catalogar e separar os livros. “Acho uma iniciativa muito interessante, o incenti vo à leitura é muito importan te”, disse Oliveira. A ajuda do Executivo municipal também foi essencial para o sucesso da iniciativa. “O facebook da Pre feitura compartilhou a inicia tiva, o que ajudou a espalhar a ideia”, explicou Tamura.

O projeto foi realizado nos dias 23 e 24 e contou com mais de 500 doações que ultrapas saram todas as expectativas do grupo.

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O
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Talita Souza 1º período PAUTEIROS Erika Lemes 5º perído Gilmar Montargil 5º perído Giully Regina 4º período Ivo Tragueto 3º período Letícia Oliveira 1º período Talita Souza 1º período SECRETÁRIAS DE REDAÇÃO Angélica Klisievicz Lubas 3º período Nicolle Heep 3º período EDITORES Caroline Farias 3º período Débora Macedo 3º período Gabriel Witiuk 3º período REVISORES Carolina Pizzaroli 3º período Yuri Bascopé 3º período
Expediente Edição 281 - 2016
Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br
(PUCPR)
incentiva
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doação de
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Cada livro doado foi destinado para um local específico Divulgação

Vinada Cultural anima o sábado curitibano

A Praça Afonso Botelho, em Curitba, recebeu, no último sábado (25) a quarta edição da “Vinada Cultural”. O evento contou com dez es tabelecimentos que venderam cachorros-quentes pelo preço fixo de R$10,00 e proporcio nou diversas atividades como escalada, pena de pau, tabu leiros gigantes, rampas de skate, programação musical com bandas da capital e coleta de agasalhos para a campanha “Doe Calor”.

O evento é uma realização do Bom Gourmet/Gazeta do Povo com o apoio da Prefeitu ra de Curitiba e tem o objetivo de promover a gastronomia popular. Segundo a editora executiva da Gazeta e geren te do Núcleo Estilo de Vida, Andréa Sorgenfrei, esse é um projeto alinhado à curitibani ce. “A ideia da Vinada surgiu durante uma conversa com um grupo de chefs em um momento próximo à Virada Cultural. Fizemos uma brin cadeira com o fato da salsicha aqui ser chamada de vina e com a campanha “Ocupe o Passeio” [revitalização do Passeio Público], surgiu a de manda de um evento. Assim, aliamos as duas propostas. ”, conta. Nas duas primeiras edições, a Vinada Cultural aconteceu no Passeio Público e no ano passado na Pedreira Paulo Leminski, reunindo 15 mil pessoas. Ainda de acordo com a organizadora, a mu dança para a Praça do Atlético pode provocar uma mudança de comportamento.

A Afonso Botelho só foi libe rada para uso da população em abril desse ano, depois da implementação da academia ao ar livre, piso repaginado,

deck de madeira, iluminação e complementação da ciclovia e da pista de caminhada.

A inclusão é uma característi ca importante do evento. O lu gar destinado para a festivida de teve essa proposta em sua projeção: a praça representa a inclusão com entradas por to

rio do Yracema, participa do festival desde o primeiro ano e ganhou prêmio de melhor cachorro-quente em 2014. Esse ano ele trouxe o “Prensado Calabresa” como concorrente. O sanduíche foi criado especialmente para o evento. O proprietário disse que o preço de R$10,00

uma

dos os lados e diversas rampas de acesso. Deficientes con taram com banheiros adap tados e cardápios em braile. Crianças especiais puderam se divertir em rampas de skate apropriadas. Por volta das 11h, foi realizada a doação de uma bicicleta especial para o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC).

Para os estabelecimentos par ticipantes, essa é uma ótima oportunidade para a divulgar suas marcas e produtos. Al guns comerciantes desenvol veram sabores especiais para a Vinada, enquanto outros escolheram opções já dispo níveis nos cardápios. Horácio Coutinho Junior, dono do Senhor Garibaldi, afirmou a importância desse momento para a exposição dos dogs artesanais, especialidade da marca. Ele estima atrair entre mil e quinhentas e duas mil pessoas com o pão recheado com vina, maionese de bacon, relish de pepino, creme de mostarda e mel, batata palha e queijo gratinado. Cristiano Batista de Jesus, proprietá

estabelecido é inferior aos oito outros tipos vendidos por ele. No entanto, os dois mil consumidores esperados com pensam a redução de preço. Vinicius Antunes Tambara, que comanda a produção do Cachorro Loko, é otimista. Ele prevê vender duas vezes mais do que no ano passado. Para tanto, escolheu o campeão de vendas do trailer que possuí há quatro anos: o Hot Dog Mad Max que é inspirado no filme ganhador do Oscar de 2016, “Mad Max”.

O público estava presente desde as primeiras horas para aproveitar todas as dinâmicas. Bernardo Luis Tuleski definiu o festival como sensacional, especialmente por favorecer a cultura paranaense. O dog pre ferido na primeira vez de Tu leski na Vinada foi o Nhãopi Padano, do Green Dog, que leva pinhão conservado no azeite de oliva na composição. Laís Vaz, que mora na capital paranaense há menos de um ano, ficou sabendo da Vinada pelo Facebook da prefeitura de Curitiba. William Neo crê que o preço é justo, apesar de se decepcionar com a quanti dade de barracas. Ele esperava um maior número de opções: “Para ser sincero, eu imaginei que iriam ter mais barracas. ”, explica. Marcio Ravazzani, vizinho da Praça, acredita que vale a pena gastar um pouco mais em ocasiões como essa. Ele costuma pagar R$ 7,50 em cachorros-quentes tradicio nais, mas acha que o festival é uma chance para degustar novos sabores.

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Cidades
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Fizemos
brincadeira com o fato da salsicha aqui ser chamada de vina ”
Talita Souza
Um dos cachorros quentes à venda na Vinada Cultural

Economia

El Niño faz preço do feijão disparar

O fenômeno foi mais in tenso no Brasil em 2016, o que fez com que os agricultores plantassem menos, causando alta no preço do alimento

S endo um item básico da alimentação do brasileiro, o aumento no preço do feijão tem preocupado a população. No Paraná os valores variam entre R$7,00 e R$16,00, de pendendo da marca e do tipo de feijão. As principais razões desse aumento foram a falta de investimento do governo em novos inseticidas e a forte influência do El Niño no clima das regiões produtoras.

Jonathas Davi dos Santos, comerciante do Mercado Mu nicipal, reclama que as vendas caíram com o aumento do preço. “O povo não tá dei xando de comprar, mas está comprando em quantidade reduzida”. Já a feirante Tereza do Nascimento Graneros está tendo prejuízo na hora de negociar o produto com seus fornecedores. “Alguns dos tipos de feijão, como o carioca e os de cores, estão faltando, pois o preço está muito alto. O preto e o vermelho estão com um preço razoável e da para comprar”.

Segundo o presidente do Instituto do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lurdes, a ocorrência do El Niño levou produtores a não plantar ou plantar em menor quantidade esse ano. “O fenômeno foi mais intenso esse ano, e o clima não ajudou na época da colheita”, afirmou o presidente.

Outro fator que tem atrasado e dificultado a produção desse produto é a lentidão da justiça brasileira em autorizar o uso de inseticidas que atenuam as pragas que atacam os feijo eiros. Lurdes nos conta que esses produtos foram pedidos há 10 anos e ainda não foram

liberados, enquanto em ou tros países já são usados com frequência e não fazem mal à plantação.

A previsão de colheita do fei jão seria de 608 mil toneladas, mas com os obstáculos encon trados, a safra diminuiu 19%, totalizando 143 mil toneladas

ato, comenta Salvador. Ele completa dizendo que “o feijão carioca, que é o mais consumido, só é produzido no Brasil e os brasileiros terão que se acostumar com novos tipos de feijão, já que o grão desse país é preto e provavel mente será o mais importado a partir de agora”.

importação de países fora do Mercosul, com o intui to de diminuir o preço do feijão importado.

Será realizado em Foz do Iguaçu, nos dias 13, 14 e 15 de julho, o Fórum Brasileiro do Feijão 2016. Será um debate entre a cadeia produtiva do

No Paraná os valores variam entre R$7,00 e R$16,00

a menos do que o previsto, de acordo com Carlos Alber to Salvador (SEAB). “Com o ocorrido, a quantidade e a qualidade do feijão dimi nuíram muito, mas os mais caros acredito que sejam de boa qualidade”, acrescenta o engenheiro agrônomo.

O Brasil importa 13% de seu feijão da China, que será a maior beneficiada com esse

Salvador prevê que, se a próxi ma colheita for produtiva e a safra for boa, os preços podem abaixar no final do ano. Por isso, ele aconselha a popula ção a diversificar os tipos de feijão consumidos.

Devido ao aumento do preço do produto, o presidente interino Michel Temer anunciou nesta quarta-feira (22), um ato que diminuirá a taxa de

alimento e o governo, e um dos objetivos é discutir sobre a comercialização do feijão, para que tal situação não volte a ocorrer.

Esse aumento preocupa ainda mais ao saber que o feijão faz parte dos alimentos presentes na cesta básica, e o aumento de um, alavanca o de outro, causando grande impacto na vida da população.

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quer economizar, terá que consumir novos tipos
feijão
O brasileiro que
de
Maria Gusso
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Política

Reinserção, cuidado e prevenção são palavras de ordem

Conferência abriu debate com sociedade para melhores políticas sobre drogas

Letícia Oliveira

Na última sexta e sába do (24 e 25) a quarta Conferência Municipal de Políticas Sobre Drogas esteve na Universidade Federal do Paraná, no Campus do Jardim Botânico. A confe rência reuniu representantes de diversos segmentos da sociedade e, ainda, o Ex-mi nistro da Saúde, Dr. Arthur Chioro. O evento foi organi zado pelo Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas de Curitiba (COMPED). Segundo a conselheira representante governamental, Vera Lucia da Silva, o objetivo do evento é desenvolver e propor medidas legislativas quanto ao uso abusivo de drogas ilícitas e álcool, além de promover a votação para novos membros das Entidades Civis, habilita das pela Comissão Eleitoral, para a nova composição do COMPED que coloca essas propostas no executivo.

De acordo com Vera, as medi das aprovadas serão confir madas em agosto pelos novos candidatos do COMPED. Nove civis e nove políticos.

No primeiro dia teve um dis curso de abertura do Ex-Mi nistro Chioro e uma mesa de debates sobre controle social e políticas sobre drogas realiza do pela Promotora do Minis tério público Cristina Ruaro, Léo Pinho da Economia Solidaria e o Psiquiatra Luiz Fernando Tófoli. Os três con textualizaram e fomentaram as discussões dos grupos em torno do tema “Perspectivas e Desafios ” da Conferência. Os grupos eram formados por até trinta pessoas, represen tantes civis participantes de entidades como “Um Passo a Frente”, “ Portais do Futuro” e

a “Marcha da Maconha”. Eles decidiram por uma média de 15 propostas legislativas que vão passar para a Plenária Final formada pelos novos membros do COMPED.

As medidas eram voltadas para os principais eixos temáticos da Política de Drogas: Reinserção, Cuidado e Prevenção. Gilmar Rodri guez,50 anos, ex-dependente, apontou os eixos como de extrema importância. Ele mesmo declarou que foi ‘salvo’ por uma entidade religiosa que os segue. Participante ativa do debate de Prevenção, a representante do grupo de assistência social, Wladimir Machado, defendeu que a prevenção de drogas é impos sível, no entanto, a prevenção da dependência deve aconte cer por meio da boa qualidade de vida. Nesse, um dos eixos considerados mais importan tes, a escola, foi inserida como um veículo da mensagem de Prevenção.

Opiniões divergentes

No grupo de reinserção uma professora de escola muni cipal criticou os debates da conferência. “Foram defen didas propostas públicas de reinserção, não foi dada uma abertura para conversar [...] só foram viabilizadas as políti cas públicas das CAPS (Centro de Atenção Psicossocial)”.

Contrariando o discurso de Vera, de que a conferência tem o objetivo de propagar um debate democrático entre pessoas, entidades, depen dentes e poder público.

Três participantes do “Um Passo a Frente”, caracteriza ram o diálogo como construti

Em sua quarta edição, conferência dividiu opiniões

vo. “Abordamos temáticas do município nas mais diversas ordens, tanto na rede de assis tência social, rede de geração de trabalho e renda e a área da saúde”, contou Luiz Felipe Ferro, membro do grupo de Terapia Ocupacional da Uni versidade Federal do Paraná. A diversidade na opinião de assistentes sociais e até de de pendentes, foi um dos pontos positivos que Thiago Bagatin do Sindicato dos Psicólogos notou na quarta Conferên cia Municipal de Políticas Sobre Drogas.

Transparência e democracia

Durante a votação de novas propostas municipais de Prevenção, Wladimir afirmou que não haverá uma Confe rência Estadual sobre Drogas, mas apenas um Congresso, como no ano passado.

“Na Conferência há repre sentantes de usuários, de trabalhadores, os quais fazem

propostas. No Congresso não. Eles discutem, mas o governo não precisa ouvir as propos tas do Congresso”, explicou a representante do grupo de assistência social. A decisão foi tomada pelo Departamen to de Políticas sobre Drogas, da Secretaria de Segurança Pública, que implantou uma consulta pública online.

A crítica é quanto a falta de vi sibilidade e representatividade dos membros da sociedade civil. “ Eu fiz propostas que não apareceram no Programa do Congresso”, denunciou Wladimir, que pede por mais transparência e democracia, como nas Conferências mu nicipais. Quando informados sobre o problema que irá se repetir neste ano de 2016, os participantes do grupo de Prevenção colocaram como proposta um Congresso Estadual mais democráti co. Eles só receberão uma resposta em agosto, de acordo com Wladmir.

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Letícia Oliveira

Polícia Quadrilhas de receptadores são desarticuladas

Policiais da Delegacia de Furtos e Roubos realiza ram as prisões

Ivo Tragueto

A Polícia Civil realizou na tarde de sexta-feira (24) na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) a apresentação de cinco suspeitos de integrar quadrilhas especializadas em receptação. Três rapazes foram detidos acusados de integrar um bando especiali zado em roubo de residências no Alto Boqueirão e mais dois suspeitos de uma segunda quadrilha foram acusados de roubar baterias de ante nas de telefonia móvel para revenda em grupos de vendas no Facebook.

Roubo de residências

Na tarde de quinta-feira (23), três homens com idade entre 21 e 25 anos foram presos em flagrante durante o momento em que descarregavam obje tos furtados em residências, em um apartamento no Alto Boqueirão. De acordo com Emmanoel David, delegado da DFR, os policiais recebe ram denúncias de assaltos em casas do bairro. A equipe de investigação iniciou há algu mas semanas o monitoramen to de casas que foram arrom badas na região e realizou o flagrante de Maycon Enderli, Eduardo Casagrande Pedroso e Halan Forville, de 21, 22 e 25 anos, respectivamente. A quadrilha realizava roubos de bens como bijuterias, relógios de pulso, televisores e roupas dos moradores e transporta va os itens roubados em um Renault Sandero de placa AWC-5636 que foi clonado pela quadrilha.

Em coletiva, David explicou os desdobramentos da investiga ção que levou a prisão dos ra pazes. “Obtivemos a informa ção de que um dos suspeitos seria um morador novo em

um condomínio e que a cada dia ele aparecia com um carro diferente. Ontem, os policiais detectaram uma movimenta ção estranha na casa e viram que eles chegaram com um veículo suspeito e, ao invés de entrarem pela frente da casa, como todo mundo faz, passa ram produtos pela janela”. O delegado da DFR con tou que a equipe fez uma abordagem e realizou uma verificação do veículo clonado que eles estavam usando, o carro foi apreendido e dentro da casa foram encontrados diversos objetos furtados como televisores e joias, algo que não condiz para pessoas da idade dos acusados. David acrescenta que os suspeitos estavam iniciando no mundo do crime, já que o trio não havia antecedentes criminais e são maiores de idade, apesar da idade baixa.

Os três homens foram detidos no setor de carceragem da Delegacia de Furtos e Rou bos, dois deles responderão apenas pelo crime de recepta ção, enquanto um permanece preso para responder além da receptação dos itens rouba dos, a receptação do veículo que teve sua identificação adulterada pelo grupo. O trio ficará à disposição do Judici ário e para o reconhecimento das vítimas que tiveram seus objetos roubados.

Furto em antenas de telefonia

A equipe da Delegacia de Furtos e Roubos prendeu uma dupla acusada de receptar ba terias de antenas de telefonia na tarde de quinta-feira (23). A equipe de investigação da DFR obteve a informação de

Bens das residências encontrados com os suspeitos

que um suspeito estava rea lizando a comercialização de baterias que foram furtadas de torres de antenas de celu lar. Os policiais se deslocaram até o local, confirmaram a procedência da informação e fizeram a presença do fla grante de Bruno de Almeida, 21 anos, que estava com a pos se de quatro baterias. Almeida confessou que iria comerciali za-las por R$ 300 cada uma e repassou o nome de Douglas Martins Machado, 26 anos, que estaria adquirindo as baterias. A equipe se deslocou até o outro local e encontrou mais cinco baterias em posse do Machado.

De acordo com André Feltes, Delegado Operacional de DFR, os acusados foram autu ados pelo crime de receptação qualificada, em razão de ofe

recer estes produtos em um grupo de vendas de produtos no Facebook. “Nenhum dos suspeitos tinha passagem pela polícia. Eles estavam comer cializando estas baterias que seriam utilizadas no fornecimento de energia para sons automotivos”. Feltes explica que os rapazes não tinham muito o que falar, pois na pró pria bateria havia uma indi cação da propriedade de cada operadora destas baterias e estas também continham a in dicação de que eram produtos são de venda restrita.

Almeida e Machado foram autuados por receptação e permanecem presos na car ceragem da DFR à disposição da Justiça. Caso condenados, a dupla poderá pegar até oito anos de prisão.

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Ivo Tragueto

Semana do Skate de Curitiba leva o esporte para crianças

Parede de escalada e skate adaptado foram atrações do evento

Breno Soares

N o último sábado (25) aconteceu o encerra mento da primeira Semana de Skate de Curitiba. O evento aconteceu na praça Afonso Botelho, e dividiu o espaço com a Vinada Cultural.

Celso “Guto”, organizador do evento, conta que essa é a primeira semana do skate promovida pela prefeitura e que no decorrer da semana, 10 escolas municipais foram visitadas. Alunos do quinto ano participaram de palestras sobre skate, conversas com skatistas profissionais e aulas do esporte para iniciantes. O organizador explica que as conversas eram voltadas para o skate profissional, mas traziam mensagens importantes para as crianças além do esporte. “As pales

semana. No entanto, o evento era aberto ao público e quem quisesse poderia praticar e participar. A pista de skate da Praça Afonso Botelho foi dividida entre as crianças, skatistas profissionais e amadores, além dos diversos pais assistindo seus filhos. Foi montada também a rampa “Meu Primeiro Drop”, onde aulas de skate estavam sendo aplicadas, ensinando crianças a descer na pequena rampa.

O presidente da Associação dos Skatistas da Praça, Luiz Felippe, conta que no evento foram distribuídos objetos relacionados ao esporte. “Estávamos pegando as crian ças com menos condições, e entregamos coisas pra elas. Demos camisetas, bonés, shapes, até skates montados”.

O evento contou com a pista de skate, além de uma parede de escalada, uma pista de ska te de dedo, além da atração Skate Adaptado, criado com parceria entre a Secretaria

que essa mesma união é o que mais gosta na comunidade do esporte. “Mesmo se você não é muito bom, sempre tem alguém que pode te ensinar e ajudar a melhorar”.

Pedro Francisco tem 10 anos de idade e anda de skate desde os oito. “Eu me divirto muito”, relata ele. Seu pai, Luís Silva, diz que tem medo de que o filho se machuque, mas gosta de saber que o filho gosta de esportes.

Vinada Cultural

tras foram sobre história do skate, o que é o skate, uso de equipamentos de segurança. Sobre a importância de você não apenas pensar no skate, continuar estudando, não se envolver com drogas. Você tem responsabilidades quan do começa a se envolver mais com o skate e ele passa a ser parte da sua vida”.

No dia do encerramento, todas as crianças foram convidadas a participar e elas puderam usar aquilo que aprenderam durante a

Luiz afirma que o objetivo do evento é trazer as crianças para o esporte, mesmo as que não podem pagar pelo equipamento. “Na verdade não rolou competição porque nós da Associação de Skatistas da Praça achamos desneces sário isso de ficar compe tindo com as crianças, o que queremos é trazer eles pro skate”. Ele diz que o esporte é importante na infância, e que o evento incentiva o ingresso infantil, além de servir para se evitar drogas ou a saída da escola por parte das crianças.

Municipal do Esporte, Lazer e Juventude e a Loja Anjuss. O Skate Adaptado é voltado para crianças portadoras de defi ciência física, e permite que crianças impossibilitadas de andar de skate normalmente se divirtam com o esporte em uma rampa adaptada.

Entre os participantes do en cerramento está Ruan Felipe, 17 anos. Ele pratica skate há dois anos e apoia o evento. “As crianças podem conhecer a união, muito conhecida pelos skatistas”, diz ele, afirmando

Junto do encerramento da semana do skate, aconteceu a Vinada Cultural. O evento trouxe diversas variedades de cachorro quente, todos ao preço de R$ 10,00, além de um palco onde apresentações musicais aconteceram para o público presente na praça, tanto para a Vinada quan to para o encerramento da Semana do Skate. As apresen tações contavam com músicas autorais, como a dos rappers curitibanos do grupo Santa Rima e com covers de bandas.

07 Curitiba, 27 de Junho de 2016 Esporte
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Crianças se divertem em miniatura de pista de skate Breno Soares
“Você tem responsabilidades quando passa a se envolver mais com o skate”

Cultura Espelho d’água do sertão

Migrantes se identificam com a peça Nordestinos, sobre êxodo rural

Beatriz Peccin

O Festival de Teatro de Curitiba trouxe, mais uma vez, uma variedade de peças e mostras de diversos estilos. A última peça a ser apresentada pela mostra principal foi a montagem Nordestinos que, em duas sessões, lotou o Serviço Social do Comércio (Sesc) da Esquina. O público ovacionou a apresentação com uma salva de palmas nada tímida.

A montagem premiada faz parte de um projeto transmí dia que conta histórias reais enviadas por cartas, e-mails e entrevistas de pessoas que deixaram suas cidades natais em busca da realização de um sonho nas grandes capitais do Sudeste. O idealizador do projeto e ator de peça, Alexan dre Lino, explica “O livro é um compilado das cartas origi nais. A peça é a montagem dos relatos das entrevistas. E o filme traz novas histórias que não estão no livro e nem na peça”.

O diretor Tuca Andrada conta que “nada que está na peça foi criado por um dramaturgo. As histórias retratadas são um grande quebra-cabeça de tudo que recebemos”. Ao final, o público conhece oito histó rias: quatro histórias trazidas nos depoimentos se mistu

ram às narrativas reais dos atores (que são nordestinos). O diretor ressalta que “refor çamos a ideia de que milhões de pessoas passam por essa situação de migração”.

Realidade histórica

A situação do êxodo rural é histórica no Brasil. A migra ção de nordestinos foi intensa entre as décadas de 1950 e o início do novo milênio, para a Região Sudeste, devido ao desenvolvimento socioeco nômico de São Paulo e Rio de Janeiro e das mineradoras em Minas Gerais.

Contudo, o ritmo de migração vem diminuindo gradativa mente. Conforme índices do Censo 2010, o número de migrantes nordestinos –sobretudo baianos, cearenses e paraibanos – regride nas regiões sudeste e sul. Em contrapartida, aumenta o número de quem volta às suas regiões-natais.

Migração

Há dois anos Joelma Salgado veio com o marido e com as duas filhas de 4 e 7 anos para Curitiba. “No Nordeste, nós temos a visão de aqui é um oá sis, não pela questão da água em si, mas pela qualidade de

vida”, comenta. Com 35 anos, a cearense, por iniciativa do marido, buscou na capital paranaense segurança e tranquilidade para criar as filhas, “porque conforto, eu já tinha lá em Fortaleza”, confessa.

Semelhante à de Joelma é a história de Rafisa Arruda. Também bancária, a natural de Valença – localizada no sul da Bahia –, mudou-se para Curitiba por causa do marido. A mudança aconteceu há 20 anos, depois do casal – que se conheceu, na morou, casou e depois de sete anos teve a primeira filha em Valença.

As mudanças que sempre ge ram alguns incômodos foram enfrentadas com bom humor por elas. O clima com as altas variações e o frio que parece extremo nas manhãs geladas do outono comparada àquelas brisas quentes e húmidas do litoral incomodaram Rafisa, que até hoje não se acostu mou completamente. Joelma confessou que, “às vezes, as minhas filhas voltam da escola com roupas que não são delas. Pergunto de quem são essas roupas, mas elas me dizem que são da professora que emprestou, pois estavam com muito frio”.

O jeito introspectivo do curi tibano aflora a saudade e re mete à nostalgia. “Sinto falta da intimidade com as pessoas, das brincadeiras e dos encon tros de família. Eu tinha um contato muito grande com os vizinhos e as pessoas do bairro”, revela Joelma.

Preconceito

A imagem “dos retirantes” de Portinari está no inconsciente popular. Rafisa acredita que seja, em parte, por este moti vo que o nordestino seja tão subjugado. “o povo nordestino é inteligente e que com muita vontade e determinação supera os problemas sociais e climáticos”, fala. Os atores trazem à cena diversas situa ções preceituosas. A questão do nome do, a eficiência no trabalho do baiano, da apa rência do cearense, são alguns exemplos. Joelma se identifi cou com todas elas.

“Na porta da maternidade, meu pai colocou a placa: Nasceu Joelma, filha de João e Telma”, diz. A bancária conta que ouviu do colega de trabalho “Você é loira e alta. Nem parece nordestina”. Mas o sotaque não deixa dúvidas e, por esse motivo, ela foi coi bida por clientes no trabalho “Mandaram eu voltar para minha terra”, relata.

A intolerância de alguns não muda o sentimento de orgu lho que ambas têm de suas cidades-natais. Emocionada, Rafisa e Joelma ressaltam que de tempos em tempos elas sentem a necessidade de regressar e que ser nordestina é motivo de orgulho para elas.

08 Curitiba, 27 de Junho de 2016
“O livro é um compilado das cartas originais. A peça é a montagem dos relatos das entrevistas. E o filme traz novas histórias

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