Comunicare 273 - 03.12.2015 (quinta)

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Que a força esteja com você Autor de Star Wars vem a Curitiba para sessão de autógrafos.

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Menores dirigindo Mesmo conscientes dos riscos pais e filhos infringem a lei.

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Curitiba também tem gingado Dia Nacional do Samba reúne curiti banos na Boca Maldita.

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Curitiba, 03 de Dezembro de 2015 - Ano 18 - Número 273 - Curso de Jornalismo da PUCPR
Sala de aula para todos A partir de janeiro escolas serão obrigadas a aceitar alunos com deficiências
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
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Cidades

Mais do que uma série de filmes, a Saga Stars Wars é um universo fantástico, cheio de estórias, vida própria e personagens

N a noite da última terça feira (01) o autor da trilogia Thrawn, Timothy Zahn, veio à Curitiba para uma noite especial para os fãs do universo de Stars Wars. Originalmente lançados entre 1991 e 1993, os livros da trilogia contam alguns acontecimen tos que sucedem o último episódio dos filmes da saga, O Retorno do Jedi (1983). “Her deiro do Império”, “Ascensão da Força Sombria” e “O Últi mo Comando” são os livros publicados até agora, com tradução de Fabio Fernandes, que esteve presente interme diando a conversa entre Zahn e os fãs.

O evento começou as 19h30 e se encerrou perto das 23h. Durante este período rolou o bate-papo com o escritor e

teve o momento de autógrafos e fotos. Nos dias anteriores ao evento foram distribuídas 300 senhas para os autógrafos.

No bate-papo o autor respon deu perguntas como “dentre todos os personagens, qual é o seu preferido? ” e “qual foi a primeira coisa que passou pela sua cabeça quando foi escolhido para escrever os livros?”. Com muito bom humor e demostrando o amor pelo que faz e pelos fãs, Zahn respondeu que não possui um personagem favorito, que não poderia escolher apenas um e deixar todos os outros de lado; e que quando soube que foi o escolhido, ficou com muito medo de fazer/ escrever algo muito ruim e acabar com a saga, mas que com sorte tudo deu muito certo.

02 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015
Edição
2015 O Comunicare é o
laboratório do
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Beatriz Mira 1º período PAUTEIROS Beatriz Mira 1º período Caroline Paulart 5º período Fernanda Maldonado 6º período Sophia Cabral 2º perído Yuri Braule 3º perído SECRETÁRIAS DE REDAÇÃO Ana Lucy Fantin 2º período Angélica Klisievicz Lubas 3º período EDITORES Andréa Ross 4º período Renata Martins 3º período REVISORES Luiza Romani 4º período Letícia Garib 1º período
noite com a estrela
Expediente
273 -
jornal
Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br
Uma
Maria Victória Lima 4‘ período Maria Victória Lima Vários fãs de Star Wars foram ao encontro de Timothy Zahn

Mercados retrô e vintage ganham força em Curitiba

Lojas apostam no marketing emocional para atrair clientes apai xonados por produtos antigos ou que remetem ao passado

M esmo em meio à crise econômica, um obstá culo para a criação de novos negócios, pequenos e médios empresários apostam em antiquários, brechós e lojas de produtos vintage, exemplos de empreendimentos cada vez mais comuns em Curitiba.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre sas (Sebrae) não possui dados sobre quantas pessoas empre endem nesta área atualmente, porém, Marielle Rieping, consultora do Sebrae, ressalta que as grandes marcas não investem em mercado de nicho até que ele se consolide, o que gera oportunidade para pequenos empresários, que não precisam competir com companhias conceituadas.

Segundo Marielle, no Paraná, existe espaço para quem quer apostar nessa tendência, mas requer bastante planejamento em comparação com quem investe em produtos de mas sa. A consultora ressalta que é essencial fazer uma análise do comportamento do consumi dor e da concorrência antes de abrir o negócio. Depois, ter capital de giro de seis a 12 meses, já que os produtos não saem com tanta frequência. “O primeiro passo é caminhar para o digital, como investir em ferramentas de divulgação online e lançar um e-com merce para vender além dos limites da sua região e depois, o caminho é apostar em fran quias”, pontua a consultora.

Há meio ano, Felippe Assun ção, 31 anos, abandonou seu emprego de segurança para fazer o que realmente gosta, mexer com peças vintage e

retrô. Ele já possui uma gran de coleção de objetos antigos, porém sua meta é até o ano que vem montar uma loja e começar a vender antigui dades como roupas e objetos para os amantes do passado. “Acredito que é um mercado promissor, aos poucos as pes soas estão optando pelas relí quias para decorar suas casas ou simplesmente guardarem peças únicas de um tempo que não volta mais”, relata.

Marcelo Ricciardi é coleciona dor de peças retrô e vintage desde sua adolescência. Hoje, proprietário da Nova Gara gem Brechó e Antiguidades e também de uma padaria no Bacacheri, conta que sua loja é uma mistura de decoração, brechó e roupas vintage. Para ele a crise não chegou, pois seu público é restrito, normal mente são colecionadores que buscam peças antigas que tem um valor agregado e os clien tes estão sempre dispostos a pagar pelos produtos.

Em 2013, Ricciardi recebeu o prêmio do Sebrae como exemplo de inovação no ramo e segundo ele, os jovens são os que mais procuram o estabe lecimento para decorar suas casas ou apenas viajar pelos objetos do antiquário. “Em uma padaria há movimento o dia todo, o que resulta em pequenas compras, já aqui na loja retrô se fizermos uma boa venda de alguma peça única na cidade ou no país, garanti mos o mês inteiro”, pontua.

Já o proprietário do Antiquá rio Caçadores de Relíquias, Adriano José Viana, afirma ter cerca de 40 mil peças retrô em um estabelecimento na Cidade Industrial de Curitiba e conta que o investimento ao longo dos cincos anos de existência do local foi de R$ 300 mil e seu faturamento mensal de R$ 30 mil, resultado da venda de cerca de 300 itens por mês. Ele também comercializa os itens em uma loja na internet que recebe

pelo menos 150 visitas por dia e pedidos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Aqui no antiquário não contamos a história de nenhum objeto para os clientes, porque sa bemos que cada pessoa pega a peça e lembra alguma coisa particular de seu passado”, completa Viana.

Para a designer de moda Helena Gutin, cliente árdua de lojas vintage e retrô, não há crise para esse tipo de estabelecimento, pois tudo o que é antigo normalmente foi produzido com uma quali dade especial, para durar de geração em geração, de avó para a mãe, de mãe para a filha e assim por diante. “Eu mobiliei minha casa toda com peças deste tipo e sempre que tenho tempo venho comprar roupas, biquínis, sapatos, ou alguns presentes para meus familiares. É uma loja que dá dinheiro e atrai muita aten ção”, diz Helena.

03 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015 Economia
Natália Filipin Coloridas e chamativas, as lojas vintages oferencem uma grande diversidade de produtos

Polícia Responsável um tanto irresponsável

Crianças e adolescentes quebram as regras legais de trânsito, com ou sem o consentimento de seus pais

C hegar aos 18 anos é um momento aguardado an siosamente por muitos jovens, é nessa idade que eles passam a ter acesso livre em alguns locais, criam certa “indepen dência” ao responder pelos seus próprios atos e também podem tirar a Carteira Na cional de Habilitação (CNH), concedida pelo Departamento de Trânsito (Detran). Porém, alguns adolescentes não aguardam o tempo correto e insistem em infringir a lei ao dirigir sem os documentos e autorizações corretas.

Gabriel Weber, que trabalha em um lava car, é um exemplo de que a falta de paciência pode gerar consequências negativas. Aos 17 anos ele foi pego pela polícia, levado para a delegacia e teve o carro apreendido. Ele afirmou que já recebeu autorização de seus pais, mas que em outros momentos dirigiu o veículo sem permissão. De acordo com o rapaz, a abordagem foi correta, o que serviu como aprendizagem para que ele não dirija mais enquanto não tirar a carteira de motorista.

Com relação aos procedi mentos realizados nessas operações, o soldado Gerson Teixeira, que é auxiliar da co municação social do Batalhão de Polícia de Trânsito (BP TRAN), relata a existência de duas notificações. A primeira é realizada no momento em que a viatura policial aborda o veículo sendo conduzido por um menor. Já a segunda cabe ao responsável ou dono do ve ículo, que permitiu a infração. Posteriormente, será aplicada uma multa no valor de R$ 540,00 emitida e enviada na hora pelo Detran, e ambos

terão que responder pelo crime de trânsito, segundo o soldado. Teixeira acrescenta que a partir do momento em que o agente abordou o veícu lo e percebeu que o motorista não é habilitado, a notificação deve ser feita, caso contrário, a responsabilidade sobre o crime fica para o policial.

Outra história relatada é a do estudante Rafael Gomes, 17 anos, que foi surpreendido no ano passado por policiais militares enquanto dirigia. Ele mencionou que, ao abor da-lo, o agente pediu a sua habilitação. No momento em que o oficial percebeu que se tratava de um menor de idade ele questionou o estudante sobre a consciência de seu responsável e cobrou propina em troca da liberação. “Mes mo falando que estava sem dinheiro ele insistiu e pediu para que eu entregasse algo de valor. Depois ele viu meu moletom, que estava no banco de trás e chegou a perguntar o tamanho. Então ele falou que se eu entregasse o moletom,

eu poderia ir embora naquele momento”. Gomes também já presenciou irregularidades em outras áreas. “Trabalhei em empresas em que eles nem perguntam se você tem habili tação. Eles só me entregaram a chave do carro e mandaram eu ir entregar uns documen tos”. Mesmo entendendo o risco, o menor nunca parou de dirigir, pois levava em conta a autorização de seus responsáveis.

que o administrador recebeu do seu pai. “Desde muito cedo ele me ensinou a dirigir. Eu pilotava sozinho, com muito cuidado e nunca me envolvi em nenhum incidente”.

O Detran informou, por meio da assessora Emily Kravetz, que no ano de 2013, 64.168 habitantes do Paraná foram punidos por estarem diri gindo sem habilitação. Uma queda foi registrada em 2014,

Mesmo entendendo os riscos, o administrador Carlos Lima permite que seus filhos, 13 e 17 anos, dirijam. Por medo de ser apanhado pelas autoridades, ele procura locais alternativos, como fazendas e proprieda des particulares, para ensinar os adolescentes, a fim de que recebam a mesma experiência

com 62.735 pessoas. Desde ja neiro de 2015 até o mês atual, cerca de 43.600 paranaenses já foram notificados. Com relação à pena, eles afirmam que o responsável pelo menor poderá sofrer uma detenção de seis meses a um ano. Caso o delito seja repetido, o proce dimento será o mesmo.

04 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015
Mesmo entendendo os riscos, Carlos Lima permite que seus filhos, 13 e 17 anos, dirijam
Jovens sem carteira de habilitação utilizam veículos sem autorização do responsáveis Sophia Cabral

Caixas eletrônicos devem receber reforço na segurança

Apesar da iniciativa da Secretaria de Seguran ça Pública do Paraná, bancários tem reinvindi cações maiores pedindo segurança e população não tem confiança ao ir em caixas eletrônicos

O número de ataques à cai xas eletrônicos aumenta ano após ano no Paraná. Em 2013, foram realizados 210 roubos, no ano seguinte, 352, o que significa um crescen te de 67,7%. Esse fato levou a Secretaria de Segurança Pública a repensar os mé todos de segurança e, com isso, os bancos terão até o final do ano para instalar dispositivos de segurança em caixas eletrônicos.

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, reiterou a impor tância desse dispositivo e também comentou sobre a ajuda que os bancos têm fornecido para aumentar a segurança. “Os bancos têm de ajudar no combate a esta atividade criminosa, uma vez que a grande maioria dos caixas eletrônicos não dispõe de qualquer dispositivo de segurança – tornando-se alvos fáceis de organizações crimi nosas”, disse o secretário.

Nós tentamos acompanhar

Até o mês de setembro, cerca de 178 estabelecimentos ha viam sido atacados, sendo que 79 foram na capital Curitiba. O estudante Guilherme Gor ges afirma que na maioria das vezes tem medo de ir até os caixas eletrônicos. “A confian ça e principalmente a segu rança que você tinha de ir até um caixa eletrônico acabou. Eu só vou em casos extremos e de muita necessidade, pois já tive diversos colegas que fo ram assaltados após sacarem dinheiro”, completou Gorges.

Via assessoria de imprensa, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, afirmou que a reclamação por parte dos bancários com os segui dos assaltos é muito grande e que diversas manutenções na segurança são necessá rias para todos trabalharem com tranquilidade.

Segundo o sindicato, “as reclamações são incontáveis. Nós tentamos acompanhar todos os casos de assaltos, e o sentimento atualmente é de

medo generalizado. Um plano de segurança deveria prever instalação de iluminação externa, vidros blindados nas fachadas dos bancos, câmeras de filmagens camufladas, entre outros”.

Porém, o sindicato também avalia como positiva a inicia tiva da Secretaria Estadual de Segurança Pública, mas acredita que é necessário um plano mais elaborado e com pleto por parte da secretaria para ser realmente eficiente.

“A iniciativa é positiva, aliás, já deveria ter acontecido há muito tempo. Porém consi deramos como limitada essa exigência de instalação de dispositivos de segurança apenas em caixas eletrônicos. Os ataques a bancos não são apenas nos caixas eletrônicos, mas também assaltos a mão armada a agências e postos de atendimentos, crimes de “saidinha de banco” e etc.”.

A reportagem do Comunicare também entrou em contato com a Federação Brasileira de Bancos (Febran) e não obteve respostas até o fechamento dessa edição.

05 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015
Polícia
aumento de assaltos gera medo ao usuários de caixas eletrônicos
Renata Martins
O
todos os casos de assaltos, e o sentimento atualmente é de medo generalizado”

Política Deficientes ganharão espaço em salas de aula comuns

A necessidade de que os professores estejam capacitados para atender os novos alunos diverge opiniões entre especialis tas e é motivo de preocu pação para pais

A partir de 2016 nenhuma escola, seja pública ou pri vada, poderá negar matrícula ou cobrar taxas adicionais para alunos com deficiência. A lei da Inclusão, segundo o Plano Nacional da Educação (PNE), irá incluir alunos de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desen volvimento ou superdotação em salas de aula comuns.

A coordenadora de atendi mento às necessidades espe ciais da Secretaria Municipal, Elda Cristine Bussi, afirma que o município está prepa rado para orientar os pro fessores que precisarem de ajuda, mas a preocupação dos pais com a capacitação desses profissionais ainda existe.

Segundo Elda, o número de alunos em inclusão cres ceu nos últimos anos, hoje existem cerca de 800 estu dantes em turmas comuns. Professores que não têm especialização em educação especial devem procurar a Co ordenadoria de Atendimento às Necessidades Especiais (Cane) para receber orientações. A coordenadora conta que a rede municipal possui oito centros especializados com salas multifuncionais, e também oferece cursos, palestras e assessoria peda gógica. Ela acredita que a lei dará visibilidade aos direitos das crianças.

Entretanto, o professor Mano el Santos, da escola estadual Papa João Paulo I de Almiran te Tamandaré, já teve diversos alunos especiais e revela que o governo nunca o ofereceu assistência e nem cobrou do corpo docente um cuidado com educação especial. San

Atenção especial aos alunos com deficiência é um passo para inclusão

tos conta ainda que um aluno cadeirante e com dificuldades na fala se desenvolveu em sala e se formou, mas teve muitas dificuldades com a estrutura da escola e com a falta de ca pacitação dos professores.

Ana Paula Costa, mãe de Pedro Henrique que tem seis anos e possui Síndro me de Down, afirma que a experiência do filho estudan do em uma classe comum influenciou positivamente no seu desenvolvimento, mas, apenas porque teve o encaminhamento de um profissio nal adequado. Para Ana, ter alunos especiais em salas de aula comuns é um passo para diminuir o preconceito e faz com que a criança se sinta parte do grupo. A mãe conta que Pedro Henrique era se parado da turma em diversas ocasiões, mas bastou uma conversa com a equipe peda

gógica da escola para mudar a atitude dos professores.

Identificar as necessidades específicas de cada aluno é o melhor caminho, de acordo com a psicóloga especiali zada em educação especial, Rejeane Karam. “A escola comum deve ter condições de atender e promover condições adequadas às necessidades de cada aluno”, explicou. Porém, Rejeane acredita que a grande maioria dos professores não está bem preparada, mas que isto não pode ser um empecilho para que a pessoa com deficiência possa desfrutar de uma educação de qualidade. “Cabe ao professor estar pre parado ou preparar-se para atender necessidades educa cionais”, defende a psicóloga.

Assessoras Educacionais do Sindicato Dos Trabalhadores em Educação Pública do Para

ná (APP), Maria Rosa Chaves e Juliana Costa afirmam que o sindicato é favorável à inclu são, porém que é fundamental a construção de escolas espe ciais, para casos mais severos. Explicam que esses centros devem ser interdisciplinares, combinando saúde, lazer, tra balho e esporte. “Professores fazem esforços redobrados para atender os alunos, uma vez que o Estado não oferece condições ideias”.

Existe uma grande diferen ça na estrutura dos colégios públicos para os particulares. Segundo a coordenadora da Educação Especial do Sindi cato das Escolas Particulares (Sinepe), Fátima Chueire, as escolas estão se adaptando gradativamente ao novo sis tema de inclusão e diz que a iniciativa de procurar assis tência deve vir da instituição, seja pública ou particular.

06 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015
Beatriz Mira

Coritiba Crocodiles faz “vaquinha” virtual

Clube paranaense precisa de recursos para conse guir disputar Brasil Bowl em João Pessoa

J unto com a alegria de ter vencido o Cuiabá Arsenal e ter se classificado para a disputa do Brasil Bowl 2015, veio a preocupação para o Co ritiba Crocodiles. O time está em busca de recursos para conseguir ir até João Pessoa, na Paraíba.

Para enfrentar o João Pessoa Espectros, no dia 13, o clube iniciou uma campanha virtual com o intuito de conseguir R$ 10 mil em doações de pessoas que não são próximas aos jogadores, pois estes já estão fazendo ações como rifas para captar recursos.

Segundo a mensagem do “Croco” em sua arrecadação, cada jogador custará R$ 775 apenas com as passagens, um total de R$ 35 mil, sem contar hospedagem e alimentação.

Fundador e presidente do Coritiba Crocodiles, Vicente Brasil, acredita que o time conseguirá captar o dinheiro necessário por já ter consegui do outras vezes, mas espera que não precise desse tipo de recurso no futuro. Brasil ainda dá um recado para quem quiser ajudar: “todos que nos apoiam são tão campeões como nós, afinal participam diretamente da nossa cami nhada. Iremos honrar com muita raça a contribuição de cada um”.

Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), Gustavo Sousa, para evitar que os times tivessem gastos mais elevados, o campeonato tem uma primeira fase regio nalizada. Ainda conta que, para que as viagens pudessem ser arcadas pela confedera

Qualquer pessoa pode colaborar com a equipe curitibana ção, ela teria que possuir um “grande patrocinador”, o que não ocorre atualmente.

“É importante deixar claro que nas mais importantes competições nacionais, in clusive em esportes profissio nais, as despesas com viagens são de responsabilidade dos próprios times. A situação não poderia ser diferente no caso do futebol americano, que é um esporte amador no nosso país. Nenhum atleta, técnico ou dirigente recebe para atu ar”, complementa Souza.

Delmer Zoschke, Right Defen sive End do time e do Brasil Onças - nome dado a seleção brasileira de futebol america no - conta que, desde quando começou no futebol ameri cano, a situação já melhorou muito, mas, ainda assim, os jogadores precisam equilibrar trabalho e/ou estudos com o

esporte, uma vez que a moda lidade é amadora no país.

“A gente não tem apoio finan ceiro de nenhum lugar, então a gente precisa realmente dar um jeito de conseguir o di nheiro, amamos demais esse esporte para deixar uma final passar”, afirma Zoschke.

“Croco” participou de todos Brasil Bowl

Organizado pela Confedera ção Brasileira de Futebol Ame ricano (CBFA), o Brasil Bowl é disputado desde 2010 e é a fi nal do Campeonato Brasileiro de Futebol Americano. Desde então, o Coritiba Crocodiles não ficou de fora de nenhuma final, foram 5 disputas, sendo 3 derrotas e duas conquistas, em 2013 e 2014.

Para disputar o troféu, o time encarou algo inédito na his

tória: um estádio com 14 mil torcedores. O segundo maior público da Arena Pantanal no ano, sendo que o local recebeu três jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol.

O jogo contra o Cuiabá Ar senal, válido pela Superliga Centro-Sul, foi vencido nos acréscimos, por 13x7. Dia 13, o time paranaense joga contra o João Pessoa Espectros pelo terceiro Brasil Bowl seguido.

Delmer Zoschke acredita que a equipe está bem preparada para o jogo contra o Espectros e que o último jogo foi deter minante para essa confiança. “Depois do jogo contra o Cuia bá, o time deu uma melhorada a nível motivacional, porque o jogo de lá foi fora de série, 15 mil pessoas e ganhar na prorrogação foi totalmente diferente para nós”.

07 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015 Esporte
Yuri Braule

Cultura

Dia Nacional do Samba é comemorado embaixo de chuva

O evento contou com apresentções com mú sicos da cidade e escolas de samba

Na última sexta feira (27) com O Dia Nacional do Samba foi criado em homena gem ao sambista Ary Barroso. O dia 2 de dezembro, marca o dia em que o compositor visi tou a Bahia pela primeira vez. Para os que pensam que Curi tiba não comemora, ontem foi dia de festa na cidade, com cavaquinho, violão e todos os elementos que caracterizam o samba, em um palco mon tado no Calçadão da Rua XV de Novembro.

O Presidente da Associação Cultural dos Sambistas e Ritmistas do Paraná, Ciro Moraes, um dos responsáveis pela organização do evento, conta como foi a preparação para o dia. “Temos uma base de músicos que tocam a noite e alguns deles vão estar pre sentes. Nós já temos um palco montado, daí conforme os músicos vão chegando, vamos anunciando para tocarem ou cantarem. Também terá a presença de alguns elementos de escolas de samba. Como o

tempo é muito curto e não dá para levar todas, nós escolhe mos uma. Esse ano a Leões da Mocidade estará lá”. O presidente ainda diz que esperam um grande público nessa edi ção, já que ano passado, cerca de 5 mil pessoas comparece ram, segundo informações da Polícia Civil.

O jornalista Lucas Grabo vski, destaca a importância

uma coisa nacional, tem que ser diversificado mesmo, tem que ser tocado”. Para Grabo vski, deveriam existir ainda mais eventos relacionados ao samba, não somente em datas especiais.

Músico curitibano, Lúcio Nas cimento toca em grupos de samba há 17 anos, e também reitera a relevância da festa para “acostumar Curitiba”

uma galera nova também que está começando a tocar com a gente. Mas o legal mesmo é ver que as pessoas estão começando a ouvir mais”.

Mesmo com as chuvas duran te o período de apresentações, a aposentada Irene Mage roski, não deixou de presti giar a festa. Irene acompanha o samba desde pequena e já frequentou várias vezes o

do evento como forma de divulgar o estilo de música. “Curitiba não está acostuma da a ouvir samba tão popularmente. Não se ouve se não for em uma casa de shows, que são poucas na cidade também. Mas eu acho que o samba é

com outros gêneros que não o sertanejo. “Queremos divul gar mais o samba aqui de Curitiba, porque nós aqui no sul não temos muito o costu me de ouvir. Então estamos tentando unir o pessoal, tocar mais, para divulgar mais. Tem

sambódromo da cidade do Rio de Janeiro. Como uma verdadeira apaixonada pelo carnaval, destaca que, apesar de algumas dificuldades, Curitiba vem sim crescendo nesse cenário.

Apesar da interação do públi co quanto ao assunto, ainda há quem desconheça data comemorativa. O alfaiate Luiz Gonzaga, não estava ciente do evento ocorrido mas apro veitou a oportunidade para conferir a programação. “Eu estava passando por aqui e vi que estava tocando samba. Isso me chamou a atenção, porque não é um ritmo que estamos acostumados a ouvir aqui na XV. Somente depois de perguntar, descobri que dia era hoje”. Gonzaga tam bém acentua a importância de incentivar a população com outros estilos, já que, segun do ele, o rock predomina na cidade.

08 Curitiba, 03 de Dezembro de 2015
Sophia Cabral Músicos se reunem para festejar o dia do Samba em Curitiba
Eu estava passando por aqui e vi que estava tocando samba. Isso me chamou atenção, porque não é um ritmo que estamos acostumados a ouvir aqui na XV”

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