Comunicare 268

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Bici-táxis interbares no Largo Veículos puxados por bicicletas fizeram sucesso no Centro histórico.

Páginas 02 e 03

Feiras são alternativas econômicas Curitibanos fogem dos supermercados quando o assunto são os itens básicos.

Página 05

Arrastões no transporte público População reclama da falta de segurança dentro dos ônibus.

Páginas 10 e 11

(Des)armando o Estatuto

Projeto de Lei pretende facilitar acesso às armas de fogo por parte da população.

Páginas 06 e 07

Curitiba, 06 de Outubro de 2015 - Ano 18 - Número 268 - Curso de Jornalismo da PUCPR O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Cidades

Projeto disponibilizou passeios com charretes para frequentadores da noite boêmia curitibana

Ana Lucy Fantin Gabriel Callegari

O mês de setembro foi dedicado à bicicleta em Curitiba e aproveitando as comemorações, entusiastas da bike tiveram a iniciativa de promover o uso deste meio de transporte de um modo dife rente dos quais os curitibanos estão acostumados a ver.

Idealizado pela Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu), o projeto piloto intitulado São Fran Ciclo, consistiu em passeios através do uso de charretes puxa das por bicicletas, também chamadas de riquixás ou bici-táxis. Era preciso con sumir o valor de R$ 15,00 em algum dos estabelecimentos associados para participar do passeio e poder desfrutar da noite curitibana num trajeto que conectava as ruas Tra jano Reis e São Francisco. O

objetivo principal do projeto foi conscientizar a população para o uso da bicicleta, além de incentivar os motoristas a não beber e dirigir, propor cionar uma ligação entre os bares da região e um passeio pelo centro histórico.

De acordo com o coordenador da CicloIguaçú, Luís Patrí cio, o projeto foi idealizado em parceria com associa dos, entre eles a Bicicletaria Cultural e a Bike Fácil, que em conjunto, chegaram à ideia de oferecer um passeio por meio de bicicletas. Segundo o sócio da Bicicletaria Cultu ral, Fernando Rosenbaum, o retorno esperado é de “que seja desenvolvida a cultura da ciclomobilidade e das práticas alternativas de transporte e que iniciativas populares tenham força e ampliem a au

02 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Expediente Edição 268- 2015 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Melvin Quaresma 8º período PAUTEIROS Angélica Klisievicz Lubas 3º Período Ariane Ramos 3º Período Fabíola Junghans 2º Período Giovanna Rell 2º Período Lívia Mattos 2º Período Renata Souza 3º Período Vinicius Scott 2º Período EDITORES Isabella Fernandes 2º Período Karoline Mokfianski 3º Período Maria Carolina Oliveira 3º Período Michel Moreira 2º Período Nicole Heep 2º Período Renata Martins 3º Período Thaise Borges 3º Período Yasmin Soares 2º Período
no centro histórico
Bici-táxis
Ana Lucy Fantin Bici-táxis transitam pelas ruas do centro da cidade

Cidades

tonomia do cidadão”. Já para o diretor da empresa Bike Fácil, Yuri Reck, esse modelo de transporte que já existe em várias outras cidades do mundo como Buenos Aires e

riquixás em parceria com os nossos fornecedores e junto com os bares e restaurantes da região da Rua São Fran cisco nós viabilizamos este projeto”. Já Rosenbaum diz

disponibilidade de cada um, investimento usado poste riormente na construção das charretes. Para a manutenção destas, um acordo entre os organizadores estipulou que o

da sustentabilidade é muito boa. Ainda segundo funcio nários dos bares, o público, empolgado, aceitou bem a iniciativa e vê nisso um meio de atrair novos clientes. Segundo a atendente do bar Pizza, Flora Alves, há pesso as que consumiram o valor do voucher somente para conseguí-lo e dar uma volta de charrete. “Eu fiz o passeio e é muito divertido, me senti em um filme”.

motorista conta que ele e seus colegas de trabalho deveriam ter recebido R$ 80,00 por noite, porém, como também são organizadores do projeto, concordaram em trabalhar voluntariamente. Pedro Rosa enfatizou também que o traje to foi seguro e nunca presen ciou roubos, furtos ou sofreu desrespeito dos motoristas de outros veículos.

Londres, atende pessoas que têm uma vida noturna agitada e que preferem se divertir com segurança.

Tendo essa premissa como base, a ideia foi entrando em prática. Cada ONG e empresa dispôs de uma função para que a realização do projeto São Fran Ciclo tivesse quali dade e atendesse as expecta tivas. De acordo com Reck, a Bike Fácil ofereceu o suporte e criou a gerência do projeto. “Também produzimos os

que a Bicicletaria Cultural, sede de honra da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçú, foi responsável pela contri buição midiática, mecânica e logística.

Para viabilizar o projeto, Ro senbaum contatou os estabe lecimentos, já associados da CicloIguaçú, a fim de conse guir uma parceria. Ao todo, 17 bares e restaurantes aceita ram fazer parte da iniciativa, contribuindo com valores variados de acordo com a

Menos carros, mais bikes

total arrecadado com os vou chers era suficiente e que sen do assim, o valor de R$ 15,00 era viável e estava ao alcance dos clientes. Os comerciantes se mostraram satisfeitos com o projeto e encaram a inicia tiva de forma positiva, pois acreditam que toda ação que possa aumentar o movimento é bem-vinda.

Para o gerente do bar Negrita, Denis Nunes, a ideia de juntar as ruas mais movimentadas da região atrelada à questão

Outra cliente que comentou adorar a iniciativa é a marce neira Bruna Maniotti, cliente assídua dos riquixás. Ela contou que andou quase todos os dias e que achou muito prático e seguro.

Um dos ciclistas que guiaram as charretes foi o professor Cristiano Pedro Rosa. Ele é atuante na CicloIguaçú e afirmou que a grande maioria de seus passageiros estavam alcoolizados, apontando esta como uma boa razão sobre os benefícios do São Fran Ciclo. Para dirigirem as charretes, o

Luís Patrício informou que a segurança é de responsa bilidade do cliente e que não há nenhuma medida para evitar ou impedir assaltos. O coordenador da CicloIguaçú também afirma que para ser realizada a atividade não foi necessária autorização da Prefeitura, já que se tratou de um projeto promocional sem fins lucrativos.

Em nota, a Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) informou que não houve um comunicado formal sobre o projeto e que não pode se posicionar sobre o mesmo.

Contra trânsito caótico e busca por um estilo de vida saudável, curitibanos fazem da bicicleta a protagonista na hora de se locomover pela cidade

Curitiba é a capital brasileira com o maior número de carros por habitante, segun do pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2014. Por outro lado, há pessoas escolhendo a bicicleta como principal meio de trasporte para fugir do trânsito caótico e economizar. O farmacêutico Rangel Ray Godoy conta que fez essa escolha há dois anos e que foi o melhor investimento de sua vida. Ele explicou que a bicicleta poupa tempo e alivia o estresse enquanto o carro faz o oposto. “A bike simboliza um novo concei to de circulação urbana, mais eficiente, econômico, ecológico, estético e saudável”. Godoy ainda relata que as pessoas devem aderir mais a esse meio de transporte diariamente, sendo à lazer, para ir ao trabalho ou faculdade. “A bicicleta é uma al ternativa mais equilibrada. Optar pela bike é uma atitude que faz bem para você, sua cidade e seu planeta”, diz.

Na capital paranaense existem projetos com o objetivo de promover o uso da bicicleta como meio de transporte. A campanha mundial “Bike to Work” visa incentivar o uso de bikes para ir ao trabalho. O arquiteto e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), André Turbay, é o responsável por trazer a campanha a Curitiba. Em maio deste ano, alunos e professores do grupo de mobilidade urbana, também da PUCPR, fizeram o trajeto de suas casas até a universidade pedalando. Essa foi a maneira que eles encontraram para disseminar a iniciativa. Para potencializar cada vez mais o uso da bicicleta em Curitiba, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), em nota, afirmou que a Prefeitura Municipal tem o objetivo de reformar a malha ciloviária atual e aumen tar a quilometragem das ciclovias de 127km para 300km até o final de 2016.

03 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Os comerciantes se mostram satisfeitos com o projeto e encaram a iniciativa de forma positiva, pois acreditam que toda ação que possa aumentar o movimento é bem-vinda”

Cidades

Tubotecas apresentam dilemas após dois anos de funcionamento

Apesar do grande volume de doações, a devolução dos livros emprestados é baixa

O projeto Tuboteca foi implementado em março de 2013 em homenagem aos 320 anos da capital paranaen se. Idealizado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Instituto de Pesquisa e Plane jamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e Urbanização de Curitiba S/A (URBS), a ação tinha por objetivo ser uma ferramenta facilitadora de empréstimo de livros pouco burocrática e gratuita. Nesses dois anos de realização, a sua gestão e o impacto para os leitores e população em geral podem ser observados.

Maria Lúcia Farias, coorde nadora do projeto, avalia a trajetória das Tubotecas como satisfatória, ao afirmar que a procura por parte da popu lação é grande e os livros são todos levados em até quatro horas após cada reposição. Além disso, Maria Lúcia garante que a mobilização popular na arrecadação dos livros é notável.

Sobre a conservação do proje to, a coordenadora reconhece que a manutenção das instala ções passa por alguns dile mas, como a pequena equipe que está à frente do trabalho, ocorrências de veiculação de materiais impróprios, baixa devolutiva dos volumes e a doação/devolução dos livros em locais inadequados que prejudicam a circulação.

Maria Lúcia situa que muitas pessoas tendem a devolver os livros não nas Tubotecas, como se recomenda, mas em outros locais, como nas 17 Casas de Leitura espa lhadas pela cidade, “talvez pela praticidade geográfica”.

Quinzenalmente, malotes correspondentes aos livros das Tubotecas são reentre gues à coordenação por parte desses postos.

Inicialmente, não havia reco mendações sobre os locais de entrega, entretanto, a falta de registro deu margem para a atuação de pessoas mal-inten cionadas que pegam os livros para vendê-los em sebos, disse Maria Lúcia.

Outro aspecto citado que altera o curso do projeto é o desequilíbrio no fluxo de entrada e saída de obras, em que se disponibilizam mais livros nas prateleiras do que se devolvem. Frente a isso, a coordenadora informa que a realização de uma campanha midiática acerca das devolu ções está sendo discutida.

Ela relata também que a equipe que supervisiona o projeto tem buscado coibir a circulação de obras religiosas e panfletos comerciais que são depositados nas prateleiras e destoam da proposta temáti ca, ligando para os responsá veis e conversando a respeito.

Quando questionada sobre as instalações localizadas nos dois tubos da Estação Central (Linha Expressa Santa Cândi da – Capão Raso), que foram vistas vazias pela reportagem do Comunicare, a coordena dora explicou que desde o dia 21 de agosto, uma nova licita ção da URBS está em proces so, que cede gratuitamente o veículo de transporte para o deslocamento do acervo de livros e segundo Maria Lúcia, a situação se regularizará a partir das próximas semanas.

De acordo com a coordenadora do projeto, a ação contabiliza até agora cerca de 136 mil livros arrecadados, num acréscimo de 45% sob a média do ano de 2013, que foi de 55 mil. Maria Lúcia explica que esse contingente se dá principalmente à base de doa ções, tanto de pessoas físicas, quanto de pessoas jurídicas como empresas e, sobretudo, do apoio da comunidade.

Ao receber os livros, há uma tiragem, em que se pode cons tatar, conforme cita a coorde nadora, a presença marcante de livros de literatura, antro pologia e biografias. Após a

seleção, uma equipe de quatro pessoas realiza os reparos, a higienização e a reposição dessas obras diariamente. Sendo que nas segundas, quartas e sextas-feiras esse trabalho acontece às 14 horas, e nas terças e quintas-feiras, ele ocorre às 10 horas da manhã pela equipe de quatro pessoas atuantes.

A partir do aumento das doações, o futuro do projeto seria sua ampliação para outras estações-tubos, além do aumento das reposições para duas vezes por dia, conta Maria Lúcia.

Por sua vez, usuários das Tubotecas tecem suas conclu sões sobre o projeto. Rafael Castro, estudante de Enge nharia Civil, reitera a necessi dade de maior expansão das Tubotecas. “O projeto precisa de mais espaço disponível e, assim, de mais livros”. Da mesma forma, Roseana da Costa, cozinheira, reflete sobre o alcance do projeto. “As Tubotecas deveriam ser conhecidas por todos. Eu vejo que muitos nem sabe o que é (o projeto), até mesmo os estudantes”, conclui.

04 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Rebeca Franco As Tubotecas encontram-se em 10 estações-tubo de Curitiba

Crise econômica faz surgir novos hábitos

Queda nas vendas em supermercados mostra que os cortes chegaram aos itens básicos

A atual crise econômica fez com que supermercados registrassem uma queda de 0,2% no acumulado nas vendas até julho de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Su permercados (Abras). Pedro Joanir Zonta, diretor da rede de supermercados Condor e presidente da Associação Pa ranaense de Supermercados (Apras), prevê que este índice chegue a mais de 1% até o final deste ano.

Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a estimativa é que a inflação feche o ano em 9,32%, a maior taxa em 13 anos. Além disso, a renda do brasileiro enco lheu: em maio desde ano, foi registrada uma diminuição de 5% em relação a maio de 2014, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A dona de casa Ilse Zubler diz ter percebido um aumento considerável de preço dos produtos mais básicos, mas não deixa de comprar artigos realmente necessários. Por outro lado, Ilse afirma que está deixando cada vez mais de comprar produtos que não são de primeira necessida de, e que apesar da crise ter piorado esse ano, já faz muito tempo que ela percebe os pro dutos encarecerem. “Com R$ 100,00 se comprava tanta coisa. Hoje em dia não se compra quase nada”, ressalta.

Luciane Zilo, proprietária do supermercado Castanha, em Palotina, no Oeste do Paraná, dá o exemplo do aumento do preço do botijão de gás, de R$

55,00 para R$ 65,00 conside rado um item básico. A alta chegou a cerca de 15% este ano. Luciane estima que o movimento no seu estabelecimento caiu em torno de 30%, e as expectativas não são nada animadoras com o cenário de aumento de preços. “Uma das alternativas que encontramos para estimular a venda de produtos que estragam rapidamente como frutas, verduras e legumes, é diminuir ao máximo que podemos os preços, criando promoções. Ainda assim, os consumi dores se queixam de valores altos”, afirma.

Afonso Lenartovicz, representante comercial das marcas Tashibra (lâmpadas) e Jimo (inseticidas), estima que as vendas de produtos básicos diminuíram cerca de 20% em relação ao ano passado. Ele afirma que a demanda caiu bastante devido ao aumento do valor de matérias-primas, principalmente aquelas importadas, devido à alta do dólar. “Indústrias que não estão negociando seus produtos mais baratos não vendem bem na situação atual”, ressalta. O representante ainda destaca que a demanda por lâmpadas de LED se manteve estável, já que o produto gera economia, apesar de ser mais caro.

Saudável alternativa

O programa Nossa Feira, criado pela Prefeitura de Curitiba em parceria com agricultores familiares, tem sido uma alternativa para quem quer economizar. O valor dos produtos é mais baixo justamente por ser vendido direto pelos produtores, segundo a assessoria de comunicação da

Prefeitura. Com o preço único de R$ 1,79 o quilo, o consumidor tem várias opções de frutas, verduras e legumes.

O funcionário de caixa, Vitor Fante, que trabalha na Nossa Feira do Pilarzinho, diz que o movimento é crescente desde que o programa chegou na região, em abril deste ano.

O casal Augusto e Lourdes frequentam a feira no Pilarzi nho desde que ela foi criada, e Lourdes diz que a diferença de preços ajuda muito no orçamento doméstico. Eles observaram que de manei ra geral, os preços são bem inferiores aos encontrados em supermercados. Já Jéssica, moradora do Bigorrilho, estava na feira pela primeira vez e disse que valeu a pena vir de longe pela variedade de produtos e pelo preço mais baixo.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB), responsável pelo programa, cada município tem

metas a cumprir dentro de uma política de segurança ali mentar e nutricional. O Nossa Feira foi inaugurado no início de 2014 em cinco bairros, e atualmente conta com 10 pontos espalhados pela cidade de Curitiba. A SMAB afirma que a previsão é aumentar o programa para mais 10 feiras até o final da gestão atual.

“O sistema é o mesmo utilizado no programa Sacolão, que vende produtos com preço único por quilo e não por uni dade”, comenta a assessora de comunicação da SMAB, Maria Tereza Bocardi. As cooperati vas de agricultores familiares devem vender os alimentos a R$ 1,79 o quilo. “O intuito é permitir o acesso da popu lação a alimentos saudáveis com economia”, afirma.

Os bairros beneficiados pelo programa são: Cajuru, Bairro Alto, Pilarzinho, Uberaba, Capão da Imbuia, Sítio Cercado, Caiuá, Alto Boqueirão, Tatuquara e Cidade Industrial de Curitiba.

05 Curitiba, 06 de Outubro de 2015 Economia
R$ 5,58 R$ 1,79 R$ 1,79 R$ 1,79 R$ 1,79 R$ 1,79 R$ 3,44 R$ 4,28 R$ 3,98 R$ 2,98 Preços pesquisados no supermercado Mercadorama (Centro) no dia 10/09/2015 Preços por quilo no programa Nossa Feira Abacaxi Cebola Batata Inglesa Tomate
Banana Caturra

Política Armas de fogo: defesa ou violência?

Em discussão na Câmara, o projeto de lei do depu tado Peninha quer tornar mais fácil a posse de armas de fogo

M ais um assunto polêmi co toma conta da Câma ra dos Deputados. Desta vez é um substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 3722/2012, de autoria do deputado Rogério Peninha (PMDB-SC), apresentado pelo também deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG), que pretende revogar o o estatuto do desarmamento e cria novas regras com relação à aquisi ção, posse, porte e circulação de armas de fogo no Brasil.

A proposta tem como objetivo facilitar a obtenção de armas e ampliar o grupo de indivíduos que estão autorizados a com prá-las. Dentre as alterações previstas no projeto estão: a mudança do prazo do porte de

O substitutivo foi apresenta do no dia 10 de setembro, na Câmara dos Deputados, mas ainda não foi votado.

O projeto divide opiniões. Há quem diga que legislações res tritivas ao armamento tornam um país mais pacífico. Por outro lado, há também quem afirme que a violência de um país está ligada à desigualda de social, e não ao armamento que cada cidadão possui. Allan José da Silva, economista, 25 anos, acredita que o problema caso o estatuto seja revogado, será a fiscalização. “O estado não tem capacidade adminis trativa de controlar a aptidão técnica e psicológica de toda uma população interessada

arma para essas pessoas é aumentar mais a letalidade”, completa o economista.

Já o estudante Brunno Cunha, 26 anos, discorda da opinião de Silva e quer ter o direito de comprar uma arma sem tanta burocracia. “As situ ações de risco existem com ou sem arma. É por isso que existe um teste psicológico para obter o de porte de arma, para que apenas pessoas de bem possam ter a arma para a auto defesa. Em um problema de violência doméstica por exemplo, a agressão pode ser feita com um arma, mas tam bém pode ser feita com uma faca ou até mesmo as próprias mãos”, diz o estudante, que

é levada em consideração. “As pessoas falam muito em democracia, mas não respeitam aquilo que o povo falou e quis”, disse o deputado sobre o referendo de 2005 que colo cou em votação a pergunta “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”. Os eleitores podiam votar em sim ou não, e o resultado foi de 63% não. No Paraná, 73% votaram não.

Porém, entre as críticas feitas ao projeto de Peninha está a do site jornalístico Congresso em Foco, que acusa o depu tado e seu partido de terem recebido apoio financeiro da indústria armamentista, justificando sua vontade pela revogação do desarmamento. No entanto, o parlamentar nega. “Eu não recebi e nem quero nenhum tostão da indústria armamentista. Eu quero que tenha uma explica ção de por que não se respeita a democracia”, diz.

Mapa da Violência

armas de cinco para 10 anos; tornar o registro da arma um documento definitivo sem a necessidade de renová-lo a cada três anos; fazer com que o cadastramento para a com pra de uma arma legalmente seja de graça, na lei atual é necessário pagar R$ 60,00; diminuir a idade mínima para se solicitar uma arma de 25 para 21 anos. Também está no projeto a ampliação de pro fissões que podem usar armas no trabalho, como taxistas e caminhoneiros.

no uso não-profissional”. De 1979 a 2003, ano em que o Estatuto do Desarmamento entrou em vigor, foram cerca de 500 mil mortes por arma de fogo no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. “Ainda somos uma sociedade em que policiais, devidamente treinados, atiram em brigas de baladas. Ainda somos uma sociedade em que o carro já é uma arma, com até 18% de motoristas sofrendo algum transtorno psiquiátrico. Fornecer uma

também criticou a compra de armas de forma ilegal, que para ele é muito mais peri goso. “O problema das armas compradas clandestinamente acaba recaindo sobre quem quer ter uma arma apenas para se defender em situações de risco. Pessoas que não deveriam ter uma arma, com pram ilegalmente e acabam usando-as indevidamente”.

Em defesa de seu projeto, Peninha alega que por vezes a vontade dos cidadãos não

De acordo com dados do Mapa da Violência, em 2002, um ano antes de entrar em vigor o Estatuto do Desarma mento, o número de mortes por arma de fogo no Brasil foi de 37.979, sendo 1.653 no Paraná. Em 2012, 10 anos depois, o número subiu para 42.416, sendo 2.567 no Paraná, a unidade federativa com maior crescimento de mortes no período pesquisado. Se gundo a pesquisa, para tornar os números mais próximos da realidade, o mapa apresenta a taxa de óbito por 100 mil habi tantes. Dessa forma, são 21,7 mortes por 100 mil habitantes no Brasil em 2002, e 21,9 em

06 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
“Existe um teste psicológico para que apenas pessoas de bem possam ter a arma”

Política

2012. No Paraná o compara tivo ficou em 16,9 em 2002 e 24,3 em 2012.

Quanto à população jovem, os processos são semelhantes, porém mais intensos. Em 2002 foram 22.486 mortes de jovens por arma de fogo no Brasil. Em 2012 esse número subiu para 24.882 e, usando a proporção, foram 45,6 mortes a cada 100 mil habitantes em 2002, e 47,6 em 2012. No Paraná esse número foi de 36,5 a cada 100 mil habitantes em 2002 e 55,4 em 2012.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) analisou 90 países para apresentar um panorama de mortes por arma de fogo. Dentre os países analisados, o Brasil aparece em 11º lugar, com 21,9 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. Em

estável) caso esteja em nome do cônjuge ou companheiro; declaração escrita da efetiva necessidade, expondo fatos e circunstâncias que justifi quem o pedido; comprovação de idoneidade, com a apre sentação de certidões nega tivas de antecedentes crimi nais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual (incluindo Juizados Especiais Criminais), Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo crimi nal, que poderão ser forne cidas por meios eletrônicos; apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita; comprovação de capa cidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, realizado em prazo não superior a um ano, que deverá ser atestado por instrutor de armamento

primeiro lugar fica a Venezue la, com 55,4 mortes a cada 100 mil habitantes.

Como obter uma arma legalmente no Brasil?

Atualmente para se obter uma arma legalmente no Brasil é necessário seguir alguns requisitos: ter no mínimo 25 anos; cópias autenticadas ou original e cópia do RG, CPF e comprovante de residência (água, luz, telefone, declara ção com firma reconhecida do titular da conta ou do proprie tário do imóvel; certidão de casamento ou de comunhão

e tiro e psicólogo credenciado pela Polícia Federal; uma foto 3x4 recente.

Depois de reunir toda a docu mentação, o indivíduo deve seguir à Polícia Federal para requerer o porte de arma. Se a aquisição for realizada, o cidadão deverá requerer a emissão do certificado de registro de arma de fogo, estando sujeito ao pagamento de taxa no valor de R$ 60,00, conforme estabelecido no artigo 11 da Lei 10.826/03.

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“As pessoas falam muito em democracia, mas não respeitam aquilo que o povo falou e quis”
Número de mortes por arma de fogo 2002 2002 2012 2012 Brasil Paraná 37,9 mil 42,4 mil 2,5 mil 1,6 mil 2002 21,7 mortes - 100 mil habitantes 2012 21,9 mortes - 100 mil habitantes 2002 16,9 mortes - 100 mil habitantes 2012 24,3 mortes - 100 mil habitantes

Política Começa o prazo de recadastramento biométrico

No Paraná, 55% dos eleitores já atualizaram o cadastro eleitoral

Várias cidades do Para ná estão ou iniciarão o processo de recadastramento biométrico pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Nas próximas eleições a expecta tiva é que todos os eleitores do Estado votem apenas utilizando impressão digital como identificação. O Paraná já conta com quatro milhões de eleitores recadastrados biometricamente, o que corresponde a 55% do total de pessoas que já possuem título de eleitor.

O recadastramento biométri co é um projeto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a criação de um sistema que integre todos os documentos necessários para um cidadão brasileiro, como o Registro Geral, o Cadastro de Pessoa Física e o título eleitoral. Para o assessor de comunicação do TRE-PR, Marden Machado, essa também é uma maneira de tornar o processo eleitoral mais prático e seguro. O prazo para que este novo documen to seja instaurado é até 2022.

Para algumas cidades da Região Metropolitana de Curitiba, como São José dos Pinhais, Araucária e Fazenda Rio Grande, o período para

Como fazer?

os eleitores atualizarem o seu cadastro no TRE inicia em outubro e vai até o dia 30 de março de 2016.

Até o início do ano que vem, o Tribunal pretende fechar o cadastramento biométrico de todos os municípios da Região Metropolitana, o que vai permitir que os eleito res possam votar usando as impressões digitais, como já acontece em Curitiba. O TRE considera ainda a possibilida de de alterar as datas, sempre com o objetivo de cumprir o cadastramento de todos os eleitores até o início de 2016.

Para o cientista político e pro fessor Másimo Dirksen Della Justina, o recadastramento biométrico é de extrema im portância para que o cidadão sinta-se mais seguro na hora de votar. “A garantia do voto único dá mais tranquilidade ao eleitor, que passa a ter somente a preocupação em escolher seus candidatos. O brasileiro se preocupa mais com o mandato do que com a forma de eleger. Na Europa, o método de votação até poucos anos atrás ainda era por cédu las, e nem por isso os eleitores de lá deixavam de votar. A urna eletrônica foi primeira

mente implantada no nosso país, algo de se orgulhar”, finaliza o professor.

Acreditando que até o último dia do prazo estipulado para o recadastramento biométrico todos ou grande maioria dos eleitores compareça ao TRE para atualizar o seu cadas tro, o cientista político diz que o dia de eleição sempre é tratado como grande festa pelos eleitores brasileiros. “É celebrado sempre com alegria o exercer do direito. A cultura do brasileiro faz com que deixemos para a última hora qualquer decisão. Não há com o que se preocupar”, afirma.

A eleitora Francielle de Góis Teixeira, que pesquisou sobre

o assunto antes de fazer a atualização do seu cadastro, acredita que o recadastramen to irá facilitar a conexão entre os documentos do eleitor. “Fazendo o cadastramento, os órgãos públicos ficam com os dados ligados uns com os outros. Por exemplo, tirando a segunda via de algum docu mento, não será necessário tirar fotos, apenas confirmar dados que já foram no pri meiro documento cadastrado com a biometria. Pela digital, há conexão, o que facilita para todos. Isso é importan te para a segurança contra fraudes, além de ser uma nova assinatura, sendo que a escrita pode ser facilmente copiada”, conclui.

Para o recadastramento biométrico é necessário comparecer ao Tribunal Regional Eleitoral ou ao Fórum Eleitoral de sua cidade com o título de eleitor, um comprovante de endereço e um documento contendo foto e filiação. É possível também realizar o agendamento a fim de evitar filas pelo site do TRE, fornecendo alguns dados básicos e conferindo a disponibilidade de datas para cada posto de atendimento. O telefone da central de atendimento em Curitiba é (41) 3330-8673 e é possível entrar em contato também pelo endere ço virtual do TRE (tre-pr.jus.br)

08 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Michel Moreira Recadastramento começou em algumas cidades da RMC

Falta segurança no Largo da Ordem

A criminalidade da região preocupa comer ciantes e frequentadores

Amanda Mann

O Largo Coronel Enéas, mais conhecido como Largo da Ordem, é um dos pontos principais do centro histórico da capital paranaen se. Apesar de ser um espaço turístico bastante popular, sua fama de violência é alta. Em entrevista feita pelo Co municare com 23 pessoas no dia 04 de setembro, sendo três comerciantes e 20 frequen tadores, 11 delas se dizem insatisfeitas com a segurança da região. Entre estes, cinco já sofreram algum tipo de assalto e os entrevistados conhecem outras 29 vítimas de crimes similares.

Diego Teixeira Sfredo, técnico em contabilidade, conta que já foi ameaçado com uma seringa cheia de sangue supostamente contaminado pelo vírus da AIDS, o HIV. O assaltante roubou seu relógio.

A multiplicação de relatos continua: Jorge Carvalho, comerciante, diz que já foi abordado de uma forma inu sitada, por um assaltante que portava um “pau-de-selfie’’; já o profissional de segurança, Roberto Padilha, afirma que não há um perfil dos assaltan tes. “É mendigo, é drogado, é tudo. Está difícil a situação.’’

Crimes assim afligem, tam bém, os estabelecimentos co merciais. Rosana Martins teve seu negócio, a panificadora Pão de Trigo’s, na mira de assaltantes duas vezes, além de ter sido roubada, também, duas vezes nas ruas do Largo da Ordem. Em contrapartida, Salete Caldas, uma turista que veio do Maranhão, afirmou que em sua cidade a seguran ça não é reforçada como aqui.

Com o intuito de preservar as redondezas do local, o Conse lho Comunitário de Seguran ça (Conseg) foi criado no ano de 2006. “Segurança pública não é coisa de polícia.

Ricardo. O comerciante diz que já foi vítima de assalto nas proximidades e tem medo de que o acontecimento se repita. Ainda afirma que conhece a fisionomia de alguns

Segurança pública não é coisa de polícia”

Segurança pública são políti cas públicas que os gestores deixam de implementar e, os moradores, empresários e comerciantes se uniram para trabalhar em parceria com as polícias para amenizar a situação e trazer propostas para a melhoria da segurança pública. Essa é a proposta do Conseg da área central’’, diz Malu Gomes, vice-presidente da Conseg (Centro).

Entre os trabalhadores da região, encontra-se Marcos

traficantes, “e se eu conheço e moro aqui, a polícia não tem por que não conhecer”. A imagem perigosa do local atrapalha também o comér cio. Ricardo alega que nunca ouviu falar nem recebeu convites da Conseg.

O delegado da Polícia Civil, Danilo Zarlenga mencionou que sua equipe faz policia mento à paisana no local. Ele ainda afere que os crimes estão interligados com o uso de drogas, desde maconha

até o crack, e não apenas por traficantes, mas também usuários de classes sociais mais favorecidas, muitas vezes, os próprios frequenta dores dos bares que abrem ao longo da semana.

Ainda de acordo com Zar lenga, muitos crimes que assolam o Largo da Ordem acontecem mesmo em horá rios de grande movimento e as vítimas são, na maioria das vezes, mulheres e estudantes que portam bolsas e celulares de forma indevida.

Vinicius Doca, estudante que já foi assaltado sete vezes, uma delas no Largo, diz que até existe policiamento, mas essa não é a solução. A disso lução dos crimes acontecerá a partir do momento em que a educação do país ascender.

‘’O que resolve mesmo é escola para a piazada, acabar com o tráfico é alternativa para os moleques assaltantes’’, atesta.

09 Curitiba, 06 de Outubro de 2015 Polícia
2º Período
Policiais militares revistam transeuntes no Largo Vinicius Scott

Polícia Transporte coletivo é alvo de arrastões

Aumentam as incidên cias de assaltos à mão armada em diversos ônibus em Curitiba

Nos últimos meses, usuá rios do transporte cole tivo das linhas que atendem Curitiba e Região Metropolitana vêm se intimidando com o aumento dos casos de arrastões dentro de ônibus na capital. Homens, geralmente em grupos, entram nos trans portes coletivos com o intuito de assaltar passageiros, in cluindo cobradores e motoris tas, obrigando-os a entregar seus pertences durante as viagens. O alvo dos bandidos não é apenas roubar o caixa com o cobrador, mas tam bém joias, relógios, dinheiro e equipamentos eletrônicos dos passageiros.

De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Re gião Metropolitana (Sindi moc) e a Guarda Municipal (GM), as linhas mais visadas pelos assaltantes são as dos bairros Pinheirinho, Fazen dinha e Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Contudo, as

linhas madrugueiras também estão sendo alvos dos assaltos.

A GM afirma que tem sido fei tas operações presenças, que consistem em ações coorde nadas em um módulo móvel itinerante com dois guardas realizando rondas preventi

vas em estações selecionadas antecipadamente. Além disso, existe o telefone 153 para contato direto com algum guarda municipal e operações de congelamento, que são abordagens nos ônibus por equipes fardadas e viaturas caracterizadas, como também

o acompanhamento por pro fissionais à paisana e veículos descaracterizados.

Funcionária doméstica e usuária do transporte público, Cristiane Ferreira revela preocupação em utilizar os ônibus na cidade. “Não me sinto tranquila, devido à falta de fiscalização e segurança, acredito que os resultados seriam mais efetivos se existisse uma vistoria nos pontos mais ‘‘desertos’’ da cidade, inclusive terminais em horários de pico”. Cristia ne ainda expõe uma possível solução para os arrastões. ‘’Acredito que se houvesse mais abordagens preventivas por parte da Guarda Muni cipal no transporte coletivo, diminuiria os índices deste crime, junto com a integra ção da Guarda com a PM em terminais e pontos de ônibus menos frequentados’’, finaliza Cristiane.

Segundo Daniel Andreatta, diretor de transporte da

10 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Passageiros contam que o medo é maior quando o ônibus leva poucas pessoas Número de ocorrências por hora 00h 01h 03h 04h 08h 12 3 1 2 1
Renata Martins

URBS, empresa que adminis tra o transporte público em Curitiba, as medidas preven tivas em relação à melhoria da segurança nas linhas de ônibus estão sendo tomadas desde o ano passado. ‘’Em 2013 lançamos uma campanha de incentivo ao uso do cartão transporte. Naquele período a compra de crédito transporte por pessoa física cresceu 65%, o que significou que em dois

não vi nenhuma mudança efetiva que resultasse numa melhoria destes arrastões, é preocupante tanto para os trabalhadores quanto para a população’’, assegurou.

Cláudia Cordeiro, vítima de um arrastão, explicou que os bandidos entraram de repente, um rapaz pulou a catraca do ônibus dando a voz de assalto. “Como minha filha

e imediatamente acionam uma equipe.

Nos terminais de ônibus é comum a presença de fiscais que podem ser informados do que está ocorrendo, os quais podem, como qualquer outro usuário de ônibus, acionar tanto a PM, quanto à GM, que a partir destes últimos inci dentes, agora também deve fazer patrulhamentos.

Entramos no ônibus e não sabemos se chegaremos ao nosso destino seguros”

meses deixaram de circular R$ 600 milhões em dinheiro vivo nos ônibus, estações e terminais’’. Andreatta ressalta a diminuição dos assaltos na capital. ‘’De janeiro a abril do ano passado tivemos 1.157 assaltos e, neste ano de 2015 tivemos, no mesmo período, 825 assaltos. Isso representa uma redução de quase 30%’’.

Francisco Jair Ribeiro, cobrador de ônibus, conta que nunca presenciou um arrastão, porém já foi assalta do quatro vezes. ‘’Acredito que faltam viaturas espalhadas pelos terminais em horários de pouca movimentação, como também policiais a paisana nos ônibus. Até agora

Como agir?

Diante dos casos de arrastões que estão ocorrendo em linhas e terminais do transporte público da cidade, a orientação que a GM passa à população é estar atenta a qualquer tipo de movimentação estranha tanto nos transportes coletivos quanto nos terminais.

estava na mira dos bandidos, tive que ficar calma para ela também ficar. Nunca sabemos quem está ao nosso lado, en tramos no ônibus e não sabe mos se chegaremos ao nosso destino seguros’’, encerra.

Em abril deste ano, a Prefei tura unificou as centrais de monitoramento e operação da GM e da URBS, que já reunia o trânsito e trans porte. A Guarda tem acesso às imagens nos terminais e estações e está junto com os operadores do transpor te fazendo monitoramento pela internet ao vivo, ou seja, quando acontece algo já não é preciso avisar, porque os agentes estão acompanhando

Responsável pelas estatísticas da URBS, Anderson Cardoso sugere que tanto as empre sas do transporte coletivo, quanto os passageiros que testemunharam os arrastões, registrem o boletim de ocor rência (B.O.) e ajudem com as investigações. O cidadão que passar por este tipo de situa ção ou suspeita deve recorrer ao B.O., pois neste caso o fato de relatar o acontecido ajuda a combater à criminalidade. A Delegacia de Furtos e Roubos fica na Avenida Presidente Af fonso Camargo, 2239, no Jar dim Botânico. O telefone para contato é o (41) 3218-6100.

Em questão de horários de pico (6h-8h30), à tarde (17h às 18h), e à noite (entre às 19h e 22h), nos ônibus que não possuem grande volume de passageiros.

A primeira medida da GM é o encaminhamento de viaturas ao local para verificar a situa ção. Confirmada a ocorrência,

são repassadas, via rede de rádio, as características dos envolvidos, bem como o local onde ocorreu o problema. Segundo Andreatta, diretor de transporte da URBS, a GM tem tido uma participação muito eficiente, com presença nos terminais, rondas nos eixos

e viaturas exclusivas para o transporte coletivo que permi tem o deslocamento rápido no atendimento dos chamados. De acordo com Cardoso, a recomendação para as vítimas é não reagir. ‘’Não tentem enfrentar nem tentem dar uma de herói, porque normalmente

(os bandidos) não estão sozi nhos”, encerra.

A população também pode au xiliar no processo de informa ções com o B.O eletrônico, que pode ser feito no site oficial da Polícia Civil do Paraná, ou ligar no número 190 para um conta to direto com a Polícia Militar.

11 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Polícia
Angélica Klisievicz Lubas As estações-tubo também já foram alvo de assaltantes

Esportes Curitiba nas Olimpíadas

Atletas da capital pa ranaense se destacam nas novas modalidades olímpicas de 2016

F altando menos de um ano para a 31º edição dos Jogos Olímpicos, atletas de todo o mundo já se preparam para participar do maior evento esportivo do planeta, no Rio de Janeiro. Em 2016, a cidade receberá atletas de 206 países que competirão em 42 espor tes, dois a mais que na última edição. Entre as novidades, estão o rugby e o golfe, que já estiveram nos jogos em edi ções anteriores, mas que não participavam do programa olímpico havia muito tempo.

Nos últimos anos, atletas paranaenses se preparam para representar o país nos jogos. É o caso da curitiba na Haline Leme Scatrut, 23 anos, que há um ano e meio integra a seleção brasileira de rugby. Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, ela treina junto com 36 meninas em São Paulo, onde mora atualmente.

Apesar da rotina, a atleta afirma que é incrível quando se percebe a felicidade que o jogo proporciona à torcida. A história dela no esporte começou em Florianópolis, quando jogou pelo Desterro Rugby Clube. Entretanto, foi apenas há um ano, quando passou a jogar pelo Curitiba Rugby Clube, que começou a competir profissionalmente. Desde então, participou do grupo de desenvolvimento do esporte, uma espécie de pré-seleção brasileira, no qual as atletas que se destacam nacionalmente são convoca das para treinar e hoje integra o grupo de elite, que disputará as olimpíadas com a seleção brasileira na modalidade.

O segredo, segundo ela, é ter força de vontade, disciplina e dedicação. A atleta ainda afirma que o esporte não se limita ao campo, pois possui princípios que podem ser aplicados em toda a vida. “O rugby é um esporte baseado em valores como respeito, integridade e trabalho em equipe. Ele transforma as pes soas em seres melhores para o mundo”, afirma.

Na capital paranaense o esporte é recente. Apenas em 2009 a Federação Paranaen se de Rugby passou a existir formalmente, promovendo o esporte por meio de campe onatos e projetos. De acordo com o vice-presidente da federação, Juarez Villela Filho, a volta do esporte às Olimpía das depois de 92 anos modi ficou a qualidade dos atletas brasileiros, além de permitir um aumento no patrocínio dos clubes. É o que também defende o secretário munici pal de Esportes de Curitiba, Aluísio Dutra Júnior. Segundo

ele, já é perceptível a melhora no nível técnico dos times da região, o que atrai público para o esporte. Além disso, o Curitiba Rugby Clube possui um projeto social chamado Vivendo o Rugby (VOR), que permite aos alunos de escolas públicas praticarem o esporte, tendo aulas com atletas do próprio clube.

Outra nova modalidade presente em 2016 será o golfe, que voltará após 112 anos. Somente a Federação Paranaense e Catarinense de Golfe possui 1.400 jogadores filiados, além de 18 clubes que disponibilizam locais para a prática do esporte. Um desses espaços é o Clube Curitibano, que conta com cerca de 400 jogadores, incluindo o atleta de elite Daniel Stapff, 25 anos, que hoje reside em Miami. Praticante do esporte desde os 11 anos, ele conheceu a moda lidade em um resort com o pai e demonstrou talento desde cedo. Hoje, o curitibano treina cerca de seis horas por dia

durante seis dias da semana para atingir um objetivo: estar nas Olimpíadas, o que dependerá do resultado de seus próximos jogos. Segundo ele, a principal dificuldade que o golfe enfrenta hoje é a falta de interesse por parte da popula ção. “Grande parte da atenção da mídia e dos patrocinadores são destinados ao futebol. Outros esportes sofrem mui to, pois não há espaço para se desenvolverem”, diz. Ele ainda acredita que os jogos proporcionarão uma maior visibilidade ao esporte.

No entanto, o professor de golfe, Edione Nogueira, acre dita que mesmo com todos os benefícios, a Olimpíada não será suficiente para incentivar a prática do esporte. “Precisa mos a cada dia buscar formas de facilitar o acesso ao espor te, mostrando os benefícios para a vida do cidadão que, devido ao fato de não conhe cer, possui muito preconcei to”, afirma.

12 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
4ª Etapa do Campeonato Feminino Super Sevens realizado na Secretaria do Esporte e Turismo, em Curitiba Fabíola Junghans

O homem que trabalhava

De porteiro a pedreiro, Seu Valmir já fez de tudo e acredita que a vida de volve o que ela recebe

Não há um dia, indepen dentemente da estação do ano ou do tom de azul do céu, que Seu Valmir não vá ao serviço vestido com esmero, trajando terno, gravata e cha péu. Também não tem dia em que não receba os moradores do condomínio onde trabalha, na região central de Curitiba, com seu bom humor habitual, assobiando alguma musiqui nha e abrindo as portas e por tões na velocidade quase que da luz – frustra-se quando é preciso fazer alguém esperar.

Seu Valmir é Valmir Carnei ro, nascido há quase 54 anos na pequena Lobato, cidade de pouco mais de quatro mil habitantes na região Norte do Paraná. Porteiro há três, concluiu apenas o ensino primário e já fez de tudo na vida. Define-se como uma “pessoa sanguínea”.

- Aquela que não consegue ficar parada, explica.

Trabalhou como confeiteiro, padeiro, fazendo queijo, de guarda e na roça, colhendo milho. Já foi recepcionista, pedreiro e mexeu com constru ção de asfalto. Diz que nada o deixa de mau humor. Mas quem vê seu Valmir assim, sempre feliz e cantando, não imagina que a vida já lhe foi muito cruel.

Quando tinha sete anos de idade, seu pai morreu, “provavelmente de cirrose”, deixando a mulher com nove crianças para criar sozi nha. Seu Valmir e os irmãos precisaram se separar. Os mais velhos foram morar com parentes e os mais novos, seu caso, acompanharam a mãe até um orfanato, onde

ela conseguiu um trabalho como zeladora.

- Era um lugar desorganizado demais e a gente sofria muito. Tínhamos que estudar e trabalhar numa lavoura. Um dos meus irmãos não gostava, então apanhava bastante.

Aos 15 anos conseguiu um emprego como ajudante de padeiro e por influência de seu patrão, membro da As sembleia de Deus e com quem passava a maior parte dos dias, tornou-se evangélico.

Aí foi a vez de perder a mãe, ainda que por um tempo, em sua vida.

- Ela não aceitava filho crente, não, então me expulsou de casa.

Seu Valmir se casou aos “19 e pouquinho” com uma namo rada e assim permanecem até hoje. Com alguns anos de casamento, um amigo lhes mostrou em Apucarana uma oportunidade de melhorar a vida e na cidade montaram uma barraca de lanches no Centro. O negócio ia bem, com trabalho dia e noite, sem hora para acabar, até que a barraca foi assaltada.

- Fiquei tão desgostoso que re solvi não mexer mais com isso e comecei a trabalhar como pedreiro, conta, aos suspiros.

Foi também em Apucarana que Seu Valmir passou pelo momento que considera o mais difícil de sua vida, pior do que ter passado fome na infância. Seu desconforto ao falar do assunto é visível. Pais de quatro filhos, ele e a esposa perderam o primogênito, ainda criança, num acidente

de bicicleta em frente de casa. A mulher quase sucumbiu.

- Tivemos que nos mudar porque ela não suportava passar pelo lugar do acidente todos os dias.

No terreno que conseguiu para atender a vontade da esposa, ergueu uma casa com as próprias mãos, aos poucos e com ajuda. Apesar de tudo pelo o que passou, segue a vida com alegria, de forma leve, e conta que, até onde saiba, não tem inimigos.

Veio para a região da capital paranaense a convite de um pastor, para ajudar na cons trução de uma Assembleia de Deus, em Colombo, na Região Metropolitana, mas afirma não ter entrado na igreja um dia sequer. Arranjou tanto trabalho por fora que ficou na correria.

Não gosta de ter tempo livre, de sentar-se ao sofá e assistir à televisão. Nos dias de folga

do condomínio, exerce os dotes dos tempos de padaria e faz pão para vender, além de arranjar bicos como pedreiro e “o que mais aparecer”. Avisa que sua casa é o melhor esconderijo para alguém que dele quiser fugir, pois rara mente está lá. Sobre quem reclama que a vida está difícil, é categórico.

- Eu não admito uma pessoa dizer que não consegue fazer nada, porque basta querer trabalhar e se esforçar.

Diz ser exemplo para muita gente, de familiares a ami gos da igreja. Foi o irmão que mais batalhou. Com o tempo, a mãe compreendeu sua escolha por uma nova religião e hoje mantêm uma boa relação. Seus filhos são todos casados e ele já tem dois netinhos. Seu Valmir acredita não ter do que reclamar.

- Já sofri demais nessa vida, mas sou feliz, finaliza, com um sorriso por trás do bigode.

13 Curitiba, 06 de Outubro de 2015 Literário
Para Seu Valmir, “não adianta plantar arroz e querer colher feijão”

Cultura

Efigênia Rolim faz arte com material reciclável

Artista teve obras expos tas na Feira do Poeta, no Largo da Ordem

E m parceria com a Funda ção Cultura de Curitiba (FCC), a Feira do Poeta, no Largo da Ordem, exibiu, todos os domingos, entre os dias 13 de setembro e 04 de outubro, a exposição da artista popu lar Efigênia Ramos Rolim, a Rainha do Papel. E em outu bro, a artista fará oficinas de reciclagem de papel todas às quintas-feiras das 14h às 16h, também na Feira do Poeta.

A escritora, poeta, artista, estilista e contadora de his tórias Efigênia Ramos Rolim completou seus 84 anos de idade dia 21 de setembro, em Curitiba. A artista ficou conhecida como a rainha do Papel, pois faz a maior parte de suas obras com papéis de balas e materiais recicláveis que encontra na rua. Onde muitos veem lixo ela de senvolve sua imaginação e transforma a matéria-prima em bonecos, cavalinhos e objetos fantasiosos.

Nascida em Abre Campos, Mi nas Gerais, Efigênia veio para Curitiba em 1971 com o marido enfermo e nove filhos. Teve um começo de vida difícil até que andando pela Rua XV de Novembro perto do bondinho, se deparou com uma rajada de vento que lhe trouxe papéis de bala jogados na calçada. Um deles lhe chamou aten ção, verde e brilhante, achou que podia ser uma joia. “Meu consciente me alertou que se fosse uma joia eu a daria para alguém, que usaria e perderia o valor. Mas eu vou dar vida a esse pedaço de papel caído no chão”. Foi então que Efigênia descobriu seu talento e criou sua primeira façanha que logo mudaria o seu destino dando

início a uma história repleta de arte popular.

Sempre com uma música, uma história pronta na ponta da língua, Efigênia encanta

Em um mundo onde se fala muito sobre meio ambiente e ecologia, Efigênia dá uma aula de preservação à nature za e faz um alerta para a nova geração: “se nós não cuidar

acompanhadas de histórias de quando as criou. Primeiro fala do médico Penenem, médico guardião da floresta sempre em defesa do planeta. Depois conta a sua criação predileta,

Mas eu vou dar vida a esse pedaço de papel caído no chão”

todos os tipos de público. Por onde passa, a idosa deixa mensagens que traz algum significado e quem sabe uma lição da vida. Além de ser um exemplo de ser humano para qualquer geração, aos 84 anos exala saúde e faz questão de deixar sua marca registrada, uma cambalhota.

mos do meio ambiente, ama nhã não teremos vida. Vamos acabar morrendo sufocados. Porque o homem desmata as florestas. Então é essa a men sagem que eu quero passar para essa geração nova”.

Para não fugir do costume a poetisa cita suas obras sempre

a Tibúrcia, uma boneca feita com caixas de Kinder Ovo, arame e pano e que era usada para ganhar dinheiro na fren te da igreja da catedral. Logo se orgulha em dizer a nova história, A grande viagem dos Biopaz, Patrícios e Naifus rumo ao planeta Marte fugin do das Olimpíadas de 2016,

14 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Virgínia Freitas
A rainha do papel completou 84 anos em setembro

Cultura

um conto que ela própria con tou nos dia de sua exposição na Feira do Poeta.

A rainha do papel possui um atelier de reciclagem chamado Um sopro de vida ao raio do sol, papel de bala, localizado no Cajuru e trabalha também na Feira do Poeta expondo suas realizações.

Para o coordenador da FCC e chefe da Feira do Poeta, Luiz Carlos Brizola, Efigênia é como um ícone da cultura para a cidade de Curitiba e

uma das mais velhas artistas da rua. “Ela é muito respei tada por nós, artistas, ela é sem dúvidas de uma extrema grandeza para todos nós”, diz Brizola.

A Feira do Poeta acolhe di versos artistas de Curitiba. É um ponto de encontro desses talentos e Efigênia já é um nome consagrado para atrair um bom público para suas ex posições. “Tudo que ela fizer aqui na feira vai atrair gente”, relata o coordenador.

O escritor e poeta Amauri Nogueira, da Feira do Poeta, é um admirador de Efigênia e conta que já perdeu as contas de quantos anos a conhece e acompanha seu trabalho. “Ela guardava tudo na cabeça, pois não dominava a escrita foi aí que começamos a auxilia-la”. Ele afirma que o primeiro livro que Efigênia leu foi a Bíblia e que ela sempre deu muita ajuda para os artistas que estavam começando.

História de Efigênia Rolim vira biografia

Parece uma obra recém-saída do realismo ou uma daquelas histórias que se conta para as crianças, mas o que a jorna lista e biógrafa Dinah Ribas Pinheiro fez, não foi só uma homenagem, pois trans formou em livro a história de vida da artista popular Efigênia Ramos Rolim. O livro A Viagem de Efigênia Rolim nas Asas do Peixe Voador foi lançado em 2008 e já foram vendidos dois terços dos 1.500 exemplares. Os livros são co mercializados por Dinah, pela própria Efigênia, em livrarias de Curitiba e no Museu Oscar Niemeyer (MON).

Os motivos que levaram Di nah a escrever essa biografia foram os mais simples na vi são da autora, a amizade que se construiu entre as duas. “Ela é uma artista nata, uma autodidata, um ser humano raro”, relata Dinah. A admira ção pelo trabalho da Efigê nia Rainha do Papel deu-se quando a própria procurou na década de 1970 a FCC para sua primeira exposição. Desde en tão, o seu trabalho e a sua vida têm sido acompanhados de perto pela jornalista que não economiza nos elogios a essa artista popular de Curitiba.

Dinah finaliza dizendo que pessoas que admiram esse tipo de arte nativa, simples e espontânea são as que mais a procuraram quando o livro foi lançado.

O que é ser poeta?

Ser Poeta não é falar de poesia;

Ser Poeta é viver com alegria;

Ser Poeta não é chamar a atenção; Ser Poeta é ter amor no coração; Ser Poeta não é fazer caridade;

Ser Poeta é viver com simplicidade; Ser Poeta não é ser reconhecida; Ser Poeta é ter amor pela vida; Ser Poeta não é ter dinheiro;

Ser Poeta é ser livre do cativeiro; Ser Poeta não é rezar tanto; Ser Poeta é viver a vida de um santo; Ser Poeta não precisa de pão; Ser Poeta é viver em comunhão; Ser Poeta não é saber escalar; Ser Poeta é ter força para no alto chegar; Ser Poeta não precisa nada saber; Ser Poeta é sempre lutar e vencer; Ser Poeta é saber levar a cruz; Ser Poeta é vencer com Jesus; Ser Poeta é quando a morte chegar; Ser Poeta é morrer e descansar; Ser Poeta não é viver entre glória; Ser Poeta é ter sempre na memória; Ser Poeta em todos os caminhos da vida;

Ser Poeta é uma vitória vencida; Ser Poeta é viver em Curitiba; Ser Poeta e uma cidade colorida. (Efigênia Rolim)

15
Curitiba, 06 de Outubro de 2015 Virgínia Freitas Obra feita com materias recicláveis

Ensaio Sobre solidão, desapego e saudade

A casa já não era mais a mesma. Os cômodos que antes viviam repletos de tumulto e alvoroço estavam agora vazios, mergulhados no silêncio e banhados pela tênue luz que findava mais um dia quase inexistente

16 Curitiba, 06 de Outubro de 2015
Tudo passara agora ao plano do sensível, sublime angústia que, por infor túnio do destino, apoderou-se do âmago da existência. E como resquício de toda essa história, o tempo deixou apenas as marcas do amor, uma promessa de companheirismo a qual a vida se deu ao trabalho de construir e o tempo, por ele mesmo, tomou as medidas para dispersar A perda preenchia cada canto que tentava ao máximo se ausentar de suas garras. E como se fosse quase impossível escapar, a solidão apoderava-se de toda boa lembrança, pesando no peito como as águas profundas ao corpo de um mergulhador

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