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Mobilidade urbana
UM ENSAIO SOBRE MULHERES, MOBILIDADE URBANA E BICICLETAS
Ciclodebate coloca em pauta a aproximação do poder público com o ciclo ativismo e a saúde da mulher
Neste último sábado (07), o Mercado Municipal de Curitiba se tornou o ponto de encontro de ciclistas e ciclo ativistas de todas as partes da cidade, que compareceram ao evento “Ciclodebate: Um diálogo sobre a mulher e a bicicleta”.
Realizado pelo coletivo cicloativista “Saia de Bici” em conjunto com a Secretaria Municipal da Mulher, o evento teve como enfoque a discussão em torno do espaço da bicicleta na mobilidade urbana, a abertura no diálogo entre o ciclo ativismo e o poder público, além de abordar os vários aspectos que tangem à saúde e à vivência da mulher na sociedade. O evento teve boa participação, mesmo com as chuvas torrenciais que atingiram a cidade no fim de semana, que forçaram o cancelamento de alguns eventos ao ar livre, marcados para a parte da manhã de sábado.
LINGUAGEM
Para Amanda Galego, cicloativista do movimento “Saia de Bici”, o diálogo menos ríspido e uma linguagem mais lúdica ajudam na adesão ao movimento. ”Curitiba precisa de mais iniciativas como essa, com um apelo mais convidativo. É preciso deixar claro que não somos contra os carros, mas sim, a favor das bicicletas. Partindo deste pressuposto, nós apenas convidamos as pessoas a andarem de bicicleta, e não impomos isso”, afirma.
Para Aline Cavalcante, cicloativista de São Paulo e palestrante convidada, essa mudança de linguagem é importante para que as ações e o diálogo com o poder público sejam mais efetivos. “Em São Paulo, durante muito tempo, fomos ríspidos com esse assunto, porque durante décadas os investimentos do ramo automobilístico e do petróleo na cidade foram pesados, e mudar isso de uma hora para outra é praticamente impossível. Mas, com uma linguagem diferente, igual esta que é abordada aqui em Curitiba, vejo
que a aproximação e o pensamento urbano se tornou mais inteligente, em conjunto com a sociedade civil”, completa.
DIÁLOGO
De acordo Roseli Isidoro, secretária municipal da Mulher, os planejamentos da atual gestão focam no fortalecimento do diálogo, para depois começar a ampliar a discussão para outros lugares. “A discussão da prática da bicicleta é algo fundamental, pois os planejamentos como “É PRECISO DEIXAR ciclofaixas e bicicletários
CLARO QUE NÃO não seriam nem iniciados
SOMOS CONTRA se a Prefeitura e o governo OS CARROS, MAS não fossem provocados e SIM, A FAVOR DAS pressionados a dialogar,
BICICLETAS” assim como aconteceu em São Paulo, e posteriormente aqui. Sendo assim, a aproximação é de vital importância para que possamos saber a realidade, discutir as dificuldades, e assim, disseminar a ideia para outros locais”, afirma. Pedro Giulliano / 3o Período
Após diálogo Curitiba recebeu ciclofaixas
MTE AUMENTA PRAZO DE CONTRATOS TEMPORÁRIOS
Limite passa de seis para nove meses e medida entra em vigor a partir de julho
Decisão favorece empresários mas trabalhadores têm direito à benefícios

Bruna Carvalho/ 3 o Período
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) anunciou na última sexta-feira (06) o aumento na duração máxima dos contratos de trabalho temporário. O limite foi estendido para nove meses, três a mais do que era anteriormente. A medida começa a valer a partir de 1º de julho deste ano.
Segundo a assessoria de imprensa do MTE, a contratação temporária é válida apenas nos casos de substituição de empregados permanentes e regulares de uma empresa, como por exemplo, acréscimo momentâneo de trabalho ou pessoal para cobertura de férias.
A nova regra publicada no Diário Oficial da União, na terça-feira (03), pelo MTE, determina que as empresas devem fazer uma solicitação de autorização para a contratação de trabalho temporário superior a três “A DETERMINAÇÃO meses, que pode ser feita FAVORECE OS pelo site do órgão. No EMPRESÁRIOS, POIS caso de contratação de um DE CERTA MANEIRA funcionário temporário ou a REDUZ O CUSTO DE prorrogação de um contrato, MÃO-DE-OBRA” as empresas devem fazer o pedido com no mínimo, cinco dias de antecedência. Devem informar também, até o dia 07 de cada mês, os dados sobre as contratações feitas no mês anterior.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Para o economista Daniel Poit, a medida como positiva, mas alerta para possíveis desequilíbrios nas relações trabalhistas. “A determinação favorece os empresários, pois de certa maneira reduz o custo Rafaela Moreira Rosa / 3oPeríodo
de mão-de-obra, mas isso pode trazer também mais investimentos e a criação de mais empregos, mas não sejamos ingênuos, achando que os empresários não vão usar esta medida para aumentar a exploração do trabalho, já que vai existir uma prorrogação na contratação”, explica o economista. Os trabalhadores temporários não são contemplados pelas normas da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), mas mesmo assim, como trabalhadores de fato, eles também têm direito aos mesmos benefícios de um contratado coberto pela CLT, tais como um salário igual ao de um empregado efetivo, registro, benefícios, indenização na demissão ou rescisão do contrato, caso outra empresa queria contratar o funcionário temporário.
AÇÕES DO CONSELHO TUTELAR SÃO DISCUTIDAS NA CÂMARA
Audiência possibilitou debate sobre problemas e possíveis soluções no órgão
Na tarde da última sexta-feira (06), a Câmara Municipal de Curitiba realizou uma audiência pública sobre o tema “Conselho Tutelar de Curitiba: Perspectivas e Mudanças”, de iniciativa do vereador Jorge Bernardi (PDT).
Contando com a presença de várias autoridades do assunto na bancada, incluindo a deputada federal Rosane Ferreira (PV), a pedagoga Cynthia Werpachowski e o próprio vereador Bernardi, o seminário tratou sobre a atual situação dos conselhos tutelares da capital paranaense.
O desconhecimento das pessoas a respeito do papel de um conselho tutelar foi um dos temas citados durante a audiência. “[O conselho tutelar] É um órgão fiscalizador”, diz Luiz Juvêncio Pereira, exconselheiro tutelar em Curitiba e educador social da Fundação de Ação Social (FAS). Pereira afirma que grande parte da população acredita que o órgão é um programa, quando na verdade ele fiscaliza e cobra os programas do governo para as crianças e adolescentes.
Já a pedagoga Cynthia Werpachowski afirmou que apenas 5% da comunidade participa das votações para conselheiros tutelares, e que um de seus objetivos é mudar a o artigo 7 da lei 11831/2006, que trata sobre requisitos de candidatura para o conselho tutelar, tornando com a mudança os candidatos mais aptos ao cargo.
O vereador Bernardi citou dois pontos que considera positivos na audiência. “Duas ideias surgiram aqui [no seminário], uma sendo uma capacitação maior para o conselheiro e a outra é ampliar o número de conselhos para que se tenha uma abrangência de 100 mil habitantes, ou seja, nós vamos dobrar o número de conselhos tutelares em Curitiba”.
Em contrapartida, o conselheiro tutelar do conselho do Cajuru, Roger Abade, afirmou que grande parte do que foi discutido durante a audiência já estava sendo contemplado, e que se isso tivesse sido apurado antes o debate poderia estar mais avançado.

Breno Soares / 1oPeríodo
Vereador Betinardi considerou a audiência importante para a discussão de novas ideias
POLÍCIA INVESTIGA ATENTADO À MORADOR DE RUA
DHPP assume o caso e espera datiloscopia para identificar vítima queimada e prosseguir com o caso
Período Pedro Giulliano / 3 o

Segundo o delegado Dirceu Schactae ainda é cedo para que conclusões sejam tiradas sobre o caso
Em coletiva realizada na tarde da última sexta-feira (06) na sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os responsáveis pelas investigações do caso do morador de rua incendiado na noite de quinta-feira (05) no centro de Curitiba prestaram esclarecimentos acerca das investigações do crime.
De acordo com as autoridades, o homem incendiado - que possivelmente chama-se Nilson Barbosa – encontra-se internado em estado de coma induzido no Hospital Evangélico, com 35% do corpo queimado, e as hipóteses de vingança e acerto de contas não estão descartadas.
INDEFINIÇÕES
De acordo com o delegado Dirceu Schactae, responsável pelo inquérito, todas as imagens possíveis do local foram requisitadas, e testemunhas já estão sendo ouvidas para a composição do caso, mas acredita que é muito cedo para tirar conclusões. “Pelos testemunhos que ouvimos até agora, nos foi relatado que duas pessoas, de aproximadamente 25 anos, chegaram próximo da vítima com o líquido dentro de um galão, e após jogar o conteúdo no morador, atearam fogo e saíram correndo do local. Um cidadão que estava passando com seu carro nas proximidades utilizou seu extintor para apagar as chamas, e acionou o Siate para posterior resgate”, afirma.
Segundo a delegada titular da DHPP, Maritza Haisi, a falta de informações sobre a vítima dificulta na investigação. O rapaz teria se identificado como Nilson Barbosa no atendimento do Siate, após o ocorrido. “Precisamos aguardar a identificação positiva da datiloscopia [processo de identificação humana por meio de digitais], para sabermos o real nome dele. Após isso, vamos levantar informações do sujeito e descobrir se ele já teve passagens pela polícia e qual a situação dele hoje, para daí sim prosseguir com o caso”, conclui a delegada.
MOTIVAÇÕES
Para o delegado Schactae, tendo como base a roupa dos dois acusados, visíveis nas primeiras imagens recebidas para a investigação, é possível afirmar que os suspeitos também sejam moradores de rua. “Dá pra ver que são jovens, e ambos aparentavam ser moradores de rua ou guardadores de carro da região, o que nos leva à hipótese de que a motivação do crime possa ser dívida de drogas, ou desavenças entre os próprios moradores”, frisa.
Já a delegada Maritza aponta evidências de que os envolvidos se conheciam previamente, mas discorda de Schactae. “Pelo o que levantamos até o momento, temos a percepção de que os envolvidos tinham conhecimento um do outro, o que nos leva a crer que a motivação pode ter sido vingança, ou acerto de dívidas. O que nós conseguimos ver nas imagens iniciais é que os dois rapazes envolvidos não têm características de moradores de rua”, comenta.
ESTADO DE SAÚDE
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Evangélico, o morador de rua, que corre risco de morte, tem queimaduras de 2º e 3º graus na face, abdômen, braços e tórax e o seu estado de saúde se agravou porque utilizaram o extintor de incêndio para socorrê-lo, o que não é apropriado para o tecido humano. Em casos similares ao que ocorreu com o morador de rua, deve-se utilizar água ou tecidos para apagar o fogo.