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Curitiba Binocular

FESTIVAL “GIRLS ON DRUMS” TRAZ SURPRESAS PARA CURITIBA

Projeto pioneiro apresentou a revelação mirim do ano para o cenário feminino da percussão

Na última sexta-feira (06), Curitiba prestigiou, pela quinta vez, o festival “Girls on Drums”. Os shows de mulheres na percussão aconteceram no Teatro Paiol, às 20h, e contaram com a presença de quatro bateristas profissionais, a paranaense Clau Sweet Zombie e as paulistas Mariana Sanchez, Pitchu Ferraz e Vera Figueiredo, além da revelação de 2014, a também curitibana Raquel Varella, de 19 anos.

A surpresa da noite ficou por conta da pequena Eduarda Henklein, de apenas quatro anos, conhecida como Duda, que roubou a cena encantando a todos, tocando e cantando, desde Jackson 5 à AC/ DC. A mãe da prodígio, Mel Plens, conta que faz apenas três meses que a menina começou a tocar, e que aprende muito rapidamente o que o pai, e agora a escola de música, a ensinam.

O festival, que já teve edições especiais em São Paulo e Salvador, é um projeto idealizado por Joel Júnior — baterista e professor na escola de percussão Drum Time —, e visa abrir espaço para as mulheres em um cenário, até então, totalmente masculino. “Eu tinha várias alunas muito talentosas, e percebi que havia muito mais por todo o Brasil, então, na época me ocorreu a ideia de fazer um workshop apenas de mulheres bateristas”, explica Joel.

VISIBILIDADE

Entre as meninas que se apresentaram na noite, é unânime a visão positiva sobre o festival: “Eu acho demais! A maioria dos festivais são para bateristas homens, e esse festival dá espaço para todas as meninas que sabem tocar”, como diz Mariana Sanchez. Já Pitchu Ferraz, da banda Nervosa, dá um incentivo para que o festival continue acontecendo, “O Joel está de parabéns. O Girls on Drum está aí para ter várias outras edições”. Segundo a curitibana Clau — da banda As Diabatz, que segue o estilo Psychobilly —, a ideia de fazer com que as mulheres cresçam no cenário da bateria é primordial para o Brasil, já que na Europa isto já ocorre com muito mais frequência e naturalidade.

Na plateia, pessoas de diferentes idades e estilos, músicos ou não, assistiram de perto as mulheres descendo a força num instrumento considerado masculino. Luciano Zulow, aluno de Joel, conta que foi ao evento, não apenas pelo convite do professor, mas também por gostar da

“A MAIORIA DOS FESTIVAIS SÃO PARA

BATERISTAS HOMENS, Vera Figueiredo, baterista da banda do

E ESSE FESTIVAL DÁ programa Altas Horas, da Rede Globo, e pela ESPAÇO PARA TODAS curiosidade de ver mulheres na percussão

AS MENINAS QUE e aprender mais com elas. Já o pequeno

SABEM TOCAR” Richard, 12 anos, que foi acompanhado pelo pai Luiz Neves, explica que curte rock, e que sua intenção é ser músico, e sonha um dia estar se apresentando nos palcos.

Em noite agitada festival trouxe a Curitiba quatro bateiristas profissionais

Adriana Duarte e Gabriela Jahn / 1º Período

QUATRO OLHOS, DUAS VISÕES E UMA CIDADE

Mostra “Curitiba Binocular”, traz duas visões da cidade para tentar esmiuçar a alma curitibana

Desde o dia 30 de maio até 27 de julho, os transeuntes da Rodoferroviária de Curitiba serão instigados a olhar a cidade sob duas perspectivas diferentes na amostra fotográfica “Curitiba Binocular”, idealizada pela brasileira Teresa Bonfim e pelo suíço Eric Mathyer, ambos fotógrafos. São cerca de 60 fotos colocadas em duplas nas vigas aéreas de sustentação do andar superior do local, que visam justamente contrapor a visão europeia que os curitibanos enxergam na cidade, com o jeito brasileiro de viver que os europeus enxergam na população brasileira.

PONTOS DE VISTA

De acordo com Teresa, a ideia surgiu de uma conversa entre ela e o fotógrafo suíço sobre os seus pontos de vista divergentes na hora de aplicar o olhar fotográfico ao clicar pela cidade. “Eu vejo uma Curitiba mais bem estruturada e organizada e uma maneira de viver mais próxima dos padrões europeus. Gosto de fotografar a arquitetura da cidade. O Eric, como cidadão suíço, percebe a cidade de uma forma diferente, observando mais os hábitos e costumes de nós brasileiros. O projeto foi pensado e planejado durante as nossas conversas e foi desenvolvido durante um ano”, afirma.

Sobre a escolha da Rodoferroviária para a exposição, a fotógrafa diz que a intenção era escolher um local onde houvesse um grande fluxo de pessoas diferentes, culturalmente e socialmente falando. “A Rodoferroviária era o lugar perfeito. Temos pessoas de vários lugares do Brasil e do exterior e de todas as classes sociais e culturais passando por ali. Muitas destas pessoas raramente iriam à uma galeria. A Copa está chegando e acredito que muitos estrangeiros terão a oportunidade de apreciar uma Curitiba cheia de contrastes mas com alma própria”, comenta Teresa.

DE DENTRO

O representante comercial Eduardo Campello conta que as fotografias o inspiraram a parar e observar melhor a cidade nas próximas vezes. “Às vezes por morar muito tempo aqui, as visões que temos da cidade se tornam comuns demais. Eu vejo essas fotos e me impressiono por saber onde cada lugar é e nunca ter parado pra observar. É muito interessante, pois isso nos leva a pensar nos caminhos que tomamos hoje”, avalia.

DE FORA

Brendon Kennedy, irlandês e professor de inglês, mora em Curitiba há quatro anos e diz que a visão colocada na exposição é interessante, pois encontra todos os elementos observados por ele desde quando se mudou para cá. “Escolhi Curitiba pra viver justamente por todos dizerem que era a cidade que mais se assemelhava à minha terra natal, o que tornaria mais fácil o processo de adaptação. E as fotos mostram realmente isso, a mistura das coisas belas que tinha em casa com a nova cultura que já esperava vindo pra cá”, comenta. Pedro Giulliano / 3oPeríodo

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