Comunicare 240 - 06.06.2014

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06 de junho de 2014 - Ano 17-
Curitiba,
Número 240 - Curso de Jornalismo - PUCPR
O Jornalismo da PUCPR no papel da notícia

O evento deu tão certo que a terceira edição vai acontecer ainda este ano, no segundo semestre.

CWBURGUER FEST FOI SUCESSO EM CURITIBA

Hamburguerias receberam público estimado de 35 mil pessoas

disse. Ainda segundo a organizadora mais de 35 mil pessoas passaram pelo evento.

Guilherme Requião, gerente do restaurante Guiolla Hamburgueria Gourmet, afirmou que realmente muita gente passou pelo restaurante nos dias do evento. “Tivemos um movimento altíssimo, muita gente procurou devido ao festival”. Para ele participar de um festival como esse é muito bom para o estabelecimento, pois faz com que as pessoas conheçam o restaurante.

EXPEDIENTE

O Comunicare é o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Pontifícia

Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

06 de junho de 2014

Edição 237

REITOR

Waldemiro Gremski

DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

Eliane C. Francisco Maffezzolli

COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO

Julius Nunes

COMUNICARE

COORDENADOR EDITORIAL

Julius Nunes

COORDENADOR DE REDAÇÃO JORNALISTA RESPONSÁVEL

Miguel Manassés (DRT-PR5855)

Entre os dias 15 e 18 de maio, Curitiba recebeu a segunda edição do CWBurguer Fest, um festival que reuniu 36 hamburguerias, restaurantes, lanchonetes e bistrôs da cidade que ofereceram uma opção de prato (hambúrguer + acompanhamento) pelo preço único de R$ 24,90. O evento teve como finalidade promover o que a capital paranaense tem de melhor nesse prato e também fazer com que os amantes de hambúguer conheçam lugares e modalidades distintas do lanche.

O evento foi organizado e desenvolvido pela empresa DP9, a mesma organizadora do festival Curitiba Restaurant Week com a promoção do Grupo RIC. O festival promoveu uma ação social voltada à Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece). Ao pagar a conta o público foi convidado a doar a quantia de R$ 1,00, valor destinado à associação.

Segundo o responsável pela organizadora do evento, Philip Khouri, todas as lanchonetes e hamburguerias gourmet que possuíam o prato hambúrguer em seu cardápio foram convidadas a participar do evento, que teve sua primeira edição no ano de 2013. “O sucesso foi tanto que decidimos realizar a segunda edição”, contou Khouri.

A ideia do festival partiu da organizadora, devido ao fato de que o hambúrger é o sanduíche mais famoso do mundo, e a partir de pesquisas a DP9 pode perceber que este tipo de festival já estava

e criamos um totalmente novo em Curitiba”, disse Khouri.

Sobre a escolha da instituição beneficiada, Khouri afirmou que todo evento que desenvolvem tem um convênio social e para selecionar a associação a organizadora realiza uma pesquisa de idoneidade, história da instituição, se os investimentos realmente serão aplicados em melhorias, e só então decidem qual será escolhida.

Segundo Jheniffer das Neves, responsável pelo marketing da Afece, a oportunidade de participar do evento foi muito positiva e não trouxe apenas a arrecadação. “Participar desse evento como entidade benefeciada traz também olhos voltados para a nossa causa. O marketing gratuito que o evento traz é muito importante, pois muitas pessoas podem procurar a nossa casa para saber mais sobre nosso trabalho”, contou. A Afece é uma associação que realiza há mais de 45 anos um trabalho direcionado a cidadãos especiais com deficiência intelectual de alta especificidade.

O EVENTO

Segundo Khouri, o evento deu tão certo que a terceira edição vai acontecer ainda este ano, no segundo semestre. “Foram vendidos em média 50 mil sanduíches”,

No Guiolla, o prato servido no festival foi o sanduíche Gourmand 33, feito com hambúrguer de costela grelhado, e a vantagem foi que em dias normais eles produzem apenas 33 unidades desse hambúrger, e para o festival o prato foi liberado.

Já Adilson Mangialardo, gerente do Madero, afirmou que o evento poderia ser melhor divulgado. “Os clientes gostaram de saber do festival, acharam interessante, mas creio que poderia ser melhor divulgado”, disse.

EXPECTATIVA ATENDIDA

Segundo Khouri não faltou divulgação para o festival tanto que atingiu a expectativa de público. “Foi divulgado em todos os meios, TV, rádio, redes sociais, a parceria com o Grupo RIC ajudou muito, tanto que nos finais de semana o volume de pessoas nos estabelecimentos foi acima do normal”, relatou.

Jonatan Preisner estava em um dos restaurantes participantes do evento, e gostou da ideia, pois consome muito esse tipo de comida. “Sempre como hambúrgueres no mesmo lugar, e sempre peço o mesmo lanche. Assim temos a opção de variar e experimentar lanches diferentes”, contou.

Kelin Carvalho, apesar de não consumir hambúrgueres frequentemente, estava presente em outro restaurante participante do festival e achou o hambúrguer saboroso e o preço acessível. “A ideia do festival é muito boa, cria oportunidades de conhecer outros lugares, acho que essa ideia deveria se difundir para outros tipos de comida também, além do hambúrguer”, afirmou.

COORDENADORA DE PROJETO GRÁFICO

Juliana P. Sousa

MONITORIA

Luciana Prieto

COLABORADOR

Eduardo Souza

FOTO DE CAPA

Guilherme Becker

EDITORES

Aryane Monteiro

Beatriz Peccin

Bruna Martins

Gabriel Snak

Gabriela Bevilaqua

Gabriele Russi

Gilherme Becker

Laís Holzmann

Luciano Galvão Simão

Monique Benoski

Renata Helena

Renata Valente

Virgínia de Moraes

PAUTEIROS

Ana Paula Rusycki

Beatriz Lima

Debora Dutra Ferreira

Izabela Weber

Jonatan Lavor

Jéssica Mirely

Júlia Baggio

Letícia Zan

Mariana Benevides

Patrícia dos Martyres

Samantha Mahara

Stephanie Morais

Victor Hugo Mendes dos Santos

Vithor Allan Marques

jornalcomunicare.pucpr@gmail.com www.youtube.com/jornalcomunicare

02 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Sâmela Rodrigues/3oPeríodo
fazendo sucesso em muitas outras cidades no Brasil. “Unimos ideias de outros festivais relacionados a esse prato tão famoso Hambúrguer e acompanhamento da hamburgueria Guiolla, no Batel

BARES E RESTAURANTES INVESTEM PARA RECEBER TURISTAS

Comércio próximo a Arena da Baixada terá restrições de vendas de produtos, segundo a lei geral da Copa

Com a chegada da Copa do Mundo, proprietários de bares e restaurantes de Curitiba vêm aprimorando suas estruturas, cardápios e treinando seus funcionários para atender os turistas. Pontos turísticos como o Largo da Ordem abrigam diversos locais que investiram em melhorias para receber os torcedores no Mundial. Porém, os comércios próximos à Arena da Baixada terão restrições em suas vendas.

Com a proximidade da Copa do Mundo, o Solar do Rosário, localizado no Largo da Ordem, investiu na estrutura do local para atrair os turistas. “Antes era apenas uma livraria, mas com a chegada da Copa resolvemos abrir um café, onde os turistas podem tomar café e ler”, relata a proprietária Lucia Casillo.

Mas segundo a lei geral da Copa, o comércio em volta da Arena da Baixada téra restrições nas vendas. Só poderão fazer associação ao Mundial se for por meio dos patrocinadores oficias. Eles foram orientados de que não poderão fazer menção à Copa se não fecharem

contrato com a Companhia de bebidas das Américas (Ambev), pois só os parceiros e quem tiver autorização da Fifa poderá ter exclusividade na divulgação. A proprietária do restaurante Rabo de Peixe, Odete Machado, diz que não se preocupa com a lei, pois seu estabelecimento está em ordem e com o alvará, pronto para receber qualquer cliente. “Estou aqui há 27 anos, nunca dependi de Copa e não tenho que seguir normas da Fifa”, relata. Já Micaela

Miron, gerente do restaurante Folha Seca diz que não houve muita exigência da Fifa e que o restaurante tem exclusividade com a Ambev. “Trabalhamos com as cervejas da empresa, houve um boato de que só poderia vender Budweiser, mas até agora não foi dito nada que é proibido vender skol, por exemplo”, informa Micaela. Segundo ela, o único empecilho foi que todos os funcionários tiveram que se cadastrar, pois só poderá entrar na região quem

SERVIÇOS DE SAÚDE OFERTADOS PELA PUCPR

A Universidade busca prestar serviços à comunidade através de clínicas especializadas

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) é uma instituição que, entre suas atividades, auxilia a população através de trabalhos voluntários e projetos sociais. Entre tais serviços, destacamse as clínicas internas onde trabalham alunos e professores que atendem os pacientes de forma gratuita durante alguns dias da semana.

Um desses projetos é a Clínica de Orientação e Prescrição de Atividades Físicas, que surgiu em 2010. “A construção do espaço aconteceu graças à meta de internacionalização da universidade“, conforme conta o professor supervisor da clínica e mestre em Tecnologia em Saúde, Christiano Francisco dos Santos.

O objetivo do local de consultas é realizar avaliações físicas e verificar porcentagem de gordura, massa magra, flexibilidade, entre outros exames, para prescrever uma atividade compatível com o resultado da análise.

No mesmo espaço, funcionam também

as clínicas de Psicologia, Psicopedagogia e Nutrição Esportiva. O professor explica que grande parte dos atendimentos necessita da interdisciplinaridade entre as áreas, como por exemplo, uma pessoa que está acima do peso deve procurar primeiramente a Nutrição e em seguida ser examinado por alguém que faça parte do núcleo de Atividades Físicas.

Os idosos vão às clínicas com mais

frequência, muitas vezes acompanhados por seus netos, afirma Santos. Normalmente, em busca de um melhor desempenho esportivo e de tratamentos contra a obesidade, o diabetes e a hipertensão.

Outro projeto que faz parte das ações sociais da PUCPR é a clínica de Odontologia, que também realiza atendimentos gratuitos para a população, com exceção de próteses

tiver ingresso ou credencial. “Todos estão cadastrados, não apenas os funcionários, mas os entregadores também, até eles têm que cadastrar se não, não entram pra entregar”, explica.

INVESTIMENTOS E RESTRIÇÕES

O diretor-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Luciano Bartolomeu conta que os bares e restaurantes vêm investindo para melhorar seu atendimento. “Acreditamos que só durante esses sete meses, de janeiro até o mês de agosto, a gente vai ter uma movimentação de R$ 240 milhões, por causa da Copa e também um crescimento em torno de 3 a 5%”, explica. Ele aponta que houve uma confusão sobre a Lei Geral da Copa. “Um restaurante, bar, que está perto do estádio, não será obrigado a vender produtos da Fifa. Mas um que for trabalhar para a Copa e que se inscrever na Fifa é obrigado a trabalhar com o produto deles”, finaliza Bartolomeu.

e implantes. “A clínica funciona de segunda a sábado e são realizados em torno de 350 a 400 atendimentos todos os dias. Ela é a única que faz atendimento ao trauma dentário, tem uma disciplina específica para isto e um pronto socorro no Hospital Cajuru que faz este atendimento”, declara a diretora Vânia Portela Ditzel Westphalen.

ATENDIMENTO SUPERVISIONADO

Os procedimentos médicos são todos feitos por alunos, constantemente observados e auxiliados por seus professores do curso. A estudante Amanda Royer diz que comparece à clínica todos os dias de aula desde o quarto período da faculdade. “A maioria dos pacientes saem de lá satisfeitos. Gosto bastante de prestar serviços na clínica, porque é aonde eu aprendo e ao mesmo tempo faço uso desse conhecimento para ajudar quem precisa de tratamento odontológico”, completa.

03 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Aline Bonn / 3ºPeríodo
Os atendimentos ocorrem nas terças e quintas-feiras, basta ligar e marcar a consulta Solar do Rosário inclui café dentro de livraria para receber turistas Rafaela Moreira/3oPeríodo
“Um restaurante, bar, que está perto do estádio, não será obrigado a vender produtos da Fifa. Mas um que for trabalhar para a Copa e que se inscrever na Fifa é obrigado a trabalhar com o produto deles”

FEIRÃO DA CASA PRÓPRIA CHEGA À 10ª EDIÇÃO

Evento da Caixa mais uma vez bate recordes de vendas

O 10º Feirão Caixa da Casa Própria, que foi realizado nos dias 16, 17 e 18 de maio, na arena Expotrade Convention Center, em Pinhais, superou as expectativas dos organizadores do evento.

Durante os três dias mais de 31 mil pessoas passaram pelo local, com um movimento de 12,2% maior que o registrado no ano anterior, e foram negociados mais de R$ 1,6 bilhão, entre contratos assinados e encaminhados, correspondendo a 10.647 unidades, com destaque para imóveis enquadrados no Programa Minha Casa Minha Vida.

EVENTO

“ESTA É A PROVA DE QUE FAZEMOS O MAIOR EVENTO IMOBILIÁRIO DO PAÍS”

O superintendente regional em exercício da Caixa Econômica Federal, em Curitiba, Vilmar José Smidarle, avalia que o Feirão foi um sucesso. “Mais um ano o Feirão da Caixa foi um sucesso, batendo a marca de R$ 1,6 bilhão em negócios. Esta é a prova de que fazemos o maior evento imobiliário do país, movimentando o mercado e realizando o sonho da casa própria”, concluiu. Karin de Oliveira, assessora de imprensa e marketing da Caixa, também concorda com o fenômeno desta edição. “Primeira vez que mudamos o local do evento. Acredito que com a melhoria da infraestrutura e com a divulgação houve um maior interesse da população em financiar a casa própria”.

No evento, foram oferecidos mais de 25 mil imóveis, distribuídos por Curitiba e região metropolitana. Participaram dessa edição 44 construtoras, 35 imobiliárias e parceiros institucionais que ocuparam uma área de 6 mil m². Mais de 400 empregados da Caixa trabalharam para atender o público visitante. Hanna Martins, uma das gerentes de atendimentos responsáveis pelo evento também compartilha a mesma opinião da visitante Muriel e completa, “com a mudança do pavilhão e aumento de pessoas trabalhando nesta edição, é possível atender todo mundo, ainda mais no sábado que teve 11 mil pessoas”, concluiu.

FEIRÃO NAS AGÊNCIAS

A rede de agências da Caixa continua a atender as pessoas interessadas em financiar a casa própria, com as mesmas condições do Feirão. Este ano quem contratar o financiamento imobiliário durante o período do Feirão, até dia 25 de maio, poderá começar a pagar a primeira prestação em janeiro de 2015. A condição é válida para financiamentos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

HOME OFFICE: VALE A PENA?

Saiba o que é preciso para trabalhar em casa

Longos deslocamentos diários, engarrafamentos e outros problemas da vida moderna: esses são apenas alguns dos motivos que impulsionam cada vez mais pessoas a buscarem alternativas ao ambiente de trabalho fixo e tradicional. Especialmente para os profissionais mais jovens que estão iniciando uma carreira no mercado, a escolha pelo chamado “home office”, modalidade de trabalho desenvolvida em ambiente doméstico, é cada vez mais comum.

CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO

“Home office” significa escritório em casa. É possível trabalhar a partir de três tipos de arranjo: sendo funcionário de uma empresa (teletrabalho), freelancer (trabalhando com projetos avulsos) ou empresário de uma empresa que possui sua sede em uma residência. Com a expansão das redes de comunicação e as facilidades proporcionadas pela popularização de dispositivos portáteis, como tablets, notebooks e smartphones, esse tipo de trabalho rompeu fronteiras físicas e vem combatendo a crença de que é necessário haver um espaço empresarial dissociado do espaço doméstico para que as tarefas profissionais sejam cumpridas.

Para Daniela Hendler, estagiária de uma empresa de comunicação com sede no Rio de Janeiro, é necessário muito autocontrole, disciplina e responsabilidade com o trabalho, mesmo que ele seja realizado dentro do quarto. Daniela, que vive em Curitiba, conta que conheceu sua chefe apenas no final do ano passado, após quase um ano de trabalho juntas. “Nossa relação é ótima. Estabelecemos contato

principalmente através de Skype, e-mail e telefone. Posso trabalhar como eu quiser, especialmente no frio. Apenas quando temos reuniões via Skype é preciso vestirse adequadamente, como uma reunião em um escritório normal. Acho que o rendimento não é muito diferente de um trabalho tradicional, mas a vantagem é que tenho mais tempo de sono, pois não preciso acordar mais cedo para me deslocar até a empresa, e trabalho no conforto da minha casa”, finaliza.

Segundo o ex-professor universitário da área de negócios Antônio Monteiro, ter equipamentos e estrutura, tanto física quanto tecnológica, é muito importante.

“O profissional que deseja seguir o modelo deve se fazer duas perguntas básicas: ‘Gosto de trabalhar sozinho?’ e ‘Sou organizado?’. Caso sim, não existem grandes problemas, apenas benefícios”. Para Monteiro, também é bom estabelecer regras com os familiares para que eles não interfiram na sua rotina de trabalho.

Verônica Pacheco, chefe de Daniela, conta que “é possível economizar com aluguel de escritório ou infraestrutura básica e com o benefício do vale transporte”. Antônio Monteiro lembra, porém, que a legislação trabalhista e a relação do empregador e do empregado home officer não difere da relação estabelecida em ambiente de trabalho não-domiciliar. “Os direitos de quem trabalha em casa são os mesmos dos demais profissionais. Recebese vale-alimentação e há contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), assim como Fundo de Garantia do Tempo por Serviço (FGTS), além do direito ao 13º salário e a 30 dias de férias “.

04 Curitiba, 27 de junho de 2013 COMUNICARE
Feirão da Caixa bate recorde de público em 2014
Anna Caroline / 2º Período

PLANEJAMENTO DE VIAGENS FAZ BEM AO BOLSO

Além de evitar transtornos, pacotes turísticos geram economia aos viajantes

Os pacotes de viagens podem trazer benefícios ao bolso e também evitar uma futura dor de cabeça aos viajantes. Através de planejamentos e pesquisas, o turista pode economizar com viagens nacionais e internacionais, podendo gastar mais pagando menos, durante férias e feriados prolongados, quando o custo fica elevado.

A turismológa Hannah Nascimento dá dicas importantes que podem evitar transtornos financeiros após a viagem e até arrependimento. “O importante é embarcar sem pendências, com todas as reservas, passagens, documentos e comprovantes às mãos para evitar imprevistos. Outra dica interessante é planejar-se conforme as parcelas de pagamento, ou seja, embarcar já com todas as prestações pagas dos serviços que já tenham sido contratados para aproveitar a viagem e voltar sem tais dívidas”, aconselha.

Quanto a isso, o economista Filinto Jorge Eisenbach Neto acredita que cartões de crédito podem ser uma ótima forma de pagamento, porém alerta para as altas taxas quando não são pagos em dia. “O cartão de crédito é bom quando pago em dia. Ele gera pontuações que podem ser trocadas por outros produtos ou descontos, mas a taxa de juros é bem salgada. Tem que saber usar”. Ele ainda aponta o melhor momento para viagens internacionais. “A melhor hora para viajar é durante a valorização do Real”.

Além disso, Hannah diz ainda que aqueles que não possuem experiências em viagens devem contratar o serviço de agências. “A consultoria de um profissional especializado para qualquer dúvida sobre a viagem, sobre o ponto de destino da viagem, passagens aéreas, reservas do meio de hospedagem, questões burocráticas como necessidade de vistos, vacinas, atrativos turísticos, dá segurança ao viajante, que ainda tem a garantia de uma empresa nos serviços contratados, como um todo, na decisão de compra”, orienta.

David Maziteli, representante da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), conta que algumas agências

de viagens possuem vínculos com companhias aéreas, que ofertam passagens mais em conta, principalmente em feriados prolongados, o que pode evitar gastos maiores nesta etapa da viagem. “As companhias aéreas possuem vínculos com grandes agências de viagens, que podem chegar a ter voos fretados em feriados prolongados ou férias. Elas também podem fazer bloqueio de porcentagem dos acentos dos aviões, já garantindo poltronas para os futuros turistas”, relata.

Porém, aqueles que gostam de planejar suas viagens sozinhos, devem ser cautelosos e atentos durante todas as etapas. A turismóloga acredita que essa prática é arriscada. “O planejamento de uma viagem sem a ajuda de um agente de viagens pode ser um grande risco, pois a pessoa que irá planejar a viagem sozinha precisará decidir, reservar e contratar os serviços turísticos sozinha, estar por

dentro de questões burocráticas, decidir o roteiro, o que pode resultar em decisões precipitadas e em má decisões, maior gasto de dinheiro, por não saber que existiam melhores opções, entre outros”, conta.

Enrico Maschio, 19 anos, foi um dos viajantes que se arriscou e fez o planejamento sozinho, mas conseguiu um bom resultado. “Na minha última viagem, planejei sozinho hostel, passagens, transporte, lugares, eu mesmo fiz meu roteiro e, apesar de todo mundo me falar que o seguro viagem era obrigatório para onde eu estava indo, eu decidi arriscar e não aconteceu nada, o seguro ficou caro, pois eu ia passar um bom tempo viajando”.

Para essa prática, é importante a reserva de bilhetes com bastante antecedência, evitando gastos maiores nessa parte do planejamento, é o que aconselha Maziteli. “O bilhete pode ser adquirido até um ano antes da viagem. Quando comprado em regime de tarifa cheia, ele dá maior flexibilidade ao cliente, sem pagar mais nada por cancelamentos ou trocas”, explica. Para empresas aéreas, a compra de

passagem em cima da hora atende à lei da oferta e procura, dando maior liberdade para cobrança de valores elevados. Geralmente, este é o comportamento de empresários que realizam viagens sem planejamento. Yan Dimitri, técnico em segurança do trabalho, viaja sempre para todas as regiões do país para realizar palestras. Ele conta que fica sabendo da data da viagem com pouca antecedência, mas é a empresa quem fica responsável pela organização da viagem. “Geralmente ficamos sabendo com uma semana de antecedência devido a compromissos que possamos ter, para assim nos programarmos. Nunca tive problemas, porem já tive vários colegas que tiveram, como voos atrasados, cancelados, diárias de hotel que já haviam sido pagas e foram recobradas, por exemplo”, diz.

SURPRESAS DESAGRADÁVEIS

Muitas vezes, mesmo com o planejamento prévio, o viajante pode se encontrar em uma situação bastante desconfortável durante a viagem. Hoje, é possível agendar datas em pousadas de várias regiões do Brasil ou em resorts no exterior, tendo apenas em mãos o cartão de crédito, porém é uma atitude arriscada, já que nem sempre o serviço ofertado atinge as expectativas.

Entre janeiro de 2013 e maio de 2014 foram registrados 946 reclamações e processos administrativos por cobrança indevida ou abusiva, serviço não fornecido, publicidade enganosa ou recusa injustificada de prestação de serviço, conta Gustavo Godke, advogado do Órgão do Defesa e Proteção do Consumidor (Procon). “No Procon há audiências de reconciliação, mas quando é insuficiente podem haver multas variáveis de R$ 480,00 a R$ 8 milhões, tudo feito dentro de uma fórmula de cálculo”, diz.

Godke ainda orienta aos consumidores que realizem pesquisa prévia sobre a agência a ser contratada, podendo ser feita pela internet ou até mesmo no próprio órgão de defesa. “O consumidor deve verificar o status da empresa na internet ou no próprio Procon, através do 0800”, finaliza.

05 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
”O IMPORTANTE É EMBARCAR SEM PENDÊNCIAS, COM TODAS AS RESERVAS, PASSAGENS, DOCUMENTOS E COMPROVANTES ÀS MÃOS PARA EVITAR IMPREVISTOS ”
e
Stori Jr. / 3º Período
Caroline Paulart Gilberto
do Real”
Viajantes que planejam podem curtir a viagem com menos dor de cabeça
A melhor hora para viajar é durante a valorização
Bruna Martins / 3º Período

ESTACIONAMENTOS DEVEM ASSUMIR RESPONSABILIDADE

Projeto quer adequar lei que fala sobre os deveres de estacionamentos particulares

Foi apresentado na Câmara Municipal de Curitiba um projeto que pretende adequar uma lei municipal que regulamenta os estacionamentos na capital. Ela não deixa clara a responsabilidade dos estacionamentos privados por danos, furtos ou roubos que possam ocorrer enquanto o veículo estiver na área do estabelecimento. O autor da ideia, vereador Colpani, pretende ajustar uma lei já existente, sem a necessidade de criar mais uma.

Segundo a lei número 7551/90 em seu artigo segundo, os estacionamentos em Curitiba são obrigados a fixarem em suas entradas uma placa que diz se eles são responsáveis ou não por danos causados aos veículos como furtos, roubos ou acidentes, e se possuem seguro para a cobertura caso seja necessário. O projeto do vereador Colpani quer retirar esse artigo que é contraditório com a súmula 130 do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo o STJ, a empresa responde

HOMOLOGADO

pela reparação de danos ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento, enquanto a lei municipal da margem a uma interpretação que poderia retirar a culpa dos estabelecimento em casos como esses.

A confeiteira Juliana Camargo conta que já teve alguns problemas com estacionamentos particulares. Segundo ela, eles nunca querem assumir a responsabilidade nessas situações. Juliana diz que passou por ocasiões em que o estacionamento não se dizia responsável por danos que pudessem acontecer. “Uma vez fui retirar o meu carro e ele veio com a roda raspada, reclamei com o gerente e o máximo que ele fez foi não me cobrar pelo tempo que deixei meu carro estacionado”.

Sobre isso o Procon, que atua na defesa dos direitos dos consumidores, diz que os estacionamentos são sim responsáveis por eventuais danos ao veículo. Segundo Cila Santos, advogada do Procon, mesmo que os estacionamentos coloquem essas placas, eles são obrigados a indenizarem os

clientes. “Em relação aos danos já existe uma determinação do STJ, dizendo que mesmo que o estabelecimento coloque alguma placa, ela não o exime da responsabilidade pelos veículos”, afirma a advogada.

De janeiro a maio desse ano foram realizados em torno de 250 atendimentos pelo Procon que envolviam os estacionamentos privados. Em 2013 foram pouco mais de 300 durante o ano

todo, o que mostra que deve ocorrer um crescimento no número de casos desse tipo em Curitiba em 2014.

A reportagem do Comunicare entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Garagens, Estacionamentos e de Limpeza e Conservação de Veículos do Estado do Paraná (Sindepark-PR), mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição.

CONTRA A POLUIÇÃO VISUAL

No dia 29 de março deste ano foi regulamentada a lei municipal n° 8.471, de 13 de junho de 1994 que dispõe sobre publicidade ao ar livre. O decreto n° 402 foi assinado pelo prefeito Gustavo Fruet no dia 08 de maio, e visa coibir que anúncios, propagandas e banners que ficam em vias públicas sejam pintados ou colados. Outra medida regulamentada no decreto é sobre os painéis de LED. Será permitida a instalação desde que se respeite a distância entre mil metros um do outro e serão proibidos em áreas residenciais. Até então, era exigida uma distância de 150 metros entre as placas e outdoors do mesmo lado da via.

Atualmente, é permitida a colocação dessas propagandas desde que tenha o brasão da Prefeitura, porém, existe fraude na colocação do brasão. A fiscalização será de responsabilidade da Secretária Municipal de Urbanismo (SMU), como diz o diretor do departamento de fiscalização da secretaria, Marcelo de Souza Bremer.

“A SMU atuará no sentido de identificar, atuar ou recrutar órgãos para apoio na fiscalização”.

Outra preocupação assinalada no decreto é sobre a poluição visual. Segundo Reginaldo Cordeiro, secretário municipal de Urbanismo, essa nova medida busca descarregar a imagem pesada que a publicidade dá a Curitiba. “Será um avanço na restrição da poluição visual na cidade”. Exemplo de poluição visual, a Rua Izaac Ferreira da Cruz, localizada no Sítio Cercado, é conhecida por ter um comércio bastante agitado, que recorre à divulgação para atrair mais consumidores. A comerciante Sandra Rodrigues tem uma pequena loja de ervas medicinais, temperos e grãos nessa região. Ela concorda que existe a poluição visual, mas discorda quanto à proibição. “Lojas pequenas iguais a minha, que precisam de uma divulgação para facilitar que o cliente identifique e entre na loja, vão sofrer com a proibição”.

EMPRESAS ENTENDEM NOVA LEI

Empresas de mídias visuais externas vão ter que se adaptar às novas leis. Com a diminuição no espaço entre os painéis de divulgação, as empresas terão que usar da criatividade para destacar os seus anúncios, como ressalta Halisson Pontarolla, diretor superintendente do Grupo Outdoormidia. Pontarolla diz que o impacto sofrido será positivo, tanto para empresas que fornecem serviços de divulgação quanto para os comerciantes que contratam os serviços. Ele diz que a nova lei foi discutida e aprovada pelo Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Paraná (Sepex), no qual também é diretor. “A legislação foi desenhada sobre reinvindicações do próprio meio. A parceria entre sindicato e Prefeitura buscou regulamentar o que achávamos ser nocivo para a cidade, a parte da poluição visual”, comenta.

A nova lei já está em vigor e as fiscalizações começarão a serem feitas em vias carregadas de propaganda, como é o caso da Rua Izaac Ferreira da Cruz.

06 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Lei de 1994 sobre publicidade ao ar livre tem agora novas regras em Curitiba
proíbe colagens
DECRETO
Decreto
Alan
Silva / 3oPeríodo
“SERÁ UM AVANÇO NA RESTRIÇÃO DA POLUIÇÃO VISUAL NA CIDADE”
O tamanho das vagas também é uma das reclamações dos clientes dos estacionamentos
“Em relação aos danos já existe uma determinação do STJ, dizendo que mesmo que o estabelecimento coloque alguma placa, ela não o exime da responsabilidade pelos veículos”
Victor Victor Waiss / 4 o Período

VOZ DO BRASIL PODE TER HORÁRIO FLEXIBILIZADO

à

TRADIÇÃO

A Voz do Brasil, programa de rádio que está no ar há mais de 70 anos e é de difusão obrigatória em todas as emissoras de rádio, sofrerá mudança de horário durante os jogos da Copa do Mundo. O programa que visa levar informações dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para todo o país terá que se adaptar a alteração no horário de transmissão. Este projeto de lei da Câmara dos Deputados foi aprovado no Senado, porém, houve modificações, tendo que voltar à Câmara para, além da aprovação, ser colocado em prática.

A pergunta ‘Qual a voz que você quer ouvir no rádio às 19h?’ está sendo feita pela Associação Brasileira de Emissora de Rádio (Abert) desde o dia 27 de março. A campanha “A Voz que eu Quero Ouvir” é uma votação em que a população deixa sua opinião pela flexibilização no horário do programa A Voz do Brasil. Mais de 13 mil pessoas já contribuíram com o abaixoassinado digital, no qual o cadastro é feito no site ‘www.avozqueeuqueroouvir.com. br’ e para participar basta preencher nome, e-mail e cidade.

VONTADE POPULAR

Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha ouviu mais de duas mil pessoas e apontou que a flexibilização no horário do programa é aprovada por 68% dos brasileiros e 22% dos entrevistados afirmaram ainda que ouviriam mais a Voz do Brasil caso houvesse a mudança.

Jota Mateus, narrador esportivo da Paiquerê, rádio londrinense, diz que a emissora já pensou em possibilidades para transmitir os jogos e A Voz do Brasil. ”Se confirmada a flexibilização do horário, vamos transmitir os jogos do horário e por A Voz do Brasil no ar mais tarde. Caso contrário faremos a transmissão do jogo do horário somente depois da A Voz do Brasil. Transmissão de parte do jogo, apenas”. O narrador também acredita que aumentará a audiência devido ao evento da Fifa. “A audiência, durante a Copa, sem A Voz do Brasil, aumentará sim. Não haverá aquela interrupção de sempre”.

MAIOR FATURAMENTO

Márcio Souza Vilela, presidente da

Associação de Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP), diz de que maneira as rádios estão observando a flexibilização da A Voz do Brasil. “As rádios vêm um faturamento maior graças a audiência e publicidade que a mudança de horário trará”. Vilela afirma que, no entanto, as rádios educativas deverão continuar transmitindo a programação como de costume, às 19h, enquanto as outras poderão fazer a transmissão a partir das 22h.

William Fernando Guimarães Matucheski, auxiliar de triagens, confessa que não escuta o programa. “Na verdade, nunca fui muito de ouvir A Voz do Brasil, mas acho digno eles darem essa flexibilidade ao horário para a Copa”. Para Vilela, é lamentável que as pessoas não ouçam a programação. “É em horário nobre, é tradicional e busca informar a sociedade sobre o governo. Infelizmente a audiência não é tão grande”.

A reportagem do Comunicare entrou em contato com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

A Voz do Brasil, com o nome inicial de “Programa Nacional” está no ar desde 1935, graças ao ex-presidente Getúlio Vargas que junto com seu amigo de infância Armando Campos, decidiram criar um programa em que seu conteúdo favorecesse o governo e que a população gostasse. Em 1938, já com o nome de “Hora do Brasil”, a veiculação passou a ser obrigatória, somente com a divulgação dos atos do Poder Executivo, sempre das 19h às 20h. Em 1962, o Código Brasileiro de Telecomunicações entrou em vigor e o Poder Legislativo passou a fazer parte de meia hora do noticiário. Atualmente, os primeiros 25 minutos da A Voz do Brasil são produzidos pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC Serviços). Já os 35 minutos seguintes são pré-gravados, pela própria EBC Serviços.

RECORD

O programa que entrou no Guiness Book como programa de rádio mais antigo do Brasil, sendo também do hemisfério Sul, está prestes a ser consagrado no Congresso como “patrimônio cultural imaterial do Brasil”.

07 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
O programa de rádio poderá estar pela primeira vez em 70 anos em outro horário devido
Copa “Na verdade, nunca fui muito de ouvir A Voz do Brasil, mas acho digno eles darem essa flexibilidade ao horário para a Copa”
Beatriz Peccin / 3º Período
Giulie Carvalho / 3º Período
Campanha online quer expressar a opinião da população sobre a flexibilização do horário do programa

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS REALIZA I FESTIVAL DE BONECOS

Com o tema “Mundo das Copas”,

espetáculo relembra

a história dos Mundiais

Foi realizado em São José dos Pinhais, o I Festival de Bonecos gigantes da cidade. Organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, o evento ocorreu nos dias 09 e 10 de maio, no ginásio de esportes Ney Braga, no centro da cidade.

DEZEMBRO A EQUIPE TRABALHOU PARA A CONFECÇÃO DOS BONECOS PARA ESTE ESPETÁCULO”

O tema do Festival de Bonecos foi “Mundo das Copas”, no qual foi relatada a história de todos os Mundiais por meio de mascotes gigantes de cada país que sediou os jogos. Além disso, no espetáculo também foi mostrado como ocorreu a evolução da mídia na transmissão das Copas do Mundo e como começou a chegar as notícias sobre ela no Brasil.

Para o secretário municipal de Cultura, Amarildo Ramos da Rosa, escolher outro tema no ano em que o Brasil vai sediar a Copa do Mundo estava fora de cogitação. “Não tinha como não escolher o tema Mundo das Copas, afinal está todo mundo falando disso”, disse Rosa.

No primeiro dia do evento, aproximadamente mil crianças compareceram ao ginásio para acompanhar as apresentações. Para elas, além da exposição de bonecos gigantes, foram realizadas peças de teatro e contações de história. No segundo dia, ocorreu o evento principal que era o espetáculo dos bonecos gigantes. Aproximadamente 200 pessoas compareceram para prestigiar o Festival de Bonecos e interar-se ainda mais com a arte bonequeira da cidade.

O apresentador do evento e bonequeiro há muitos anos, Nei Mendes, estava emocionado antes mesmo de entrar e apresentar o espetáculo para o público. “Eu estava aqui chorando agora pouco, porque é tão complicado ser artista no nosso convívio. Eu sempre quis fazer isto, mesmo com todas as dificuldades da profissão”, relatou. Mendes também disse que um espetáculo com o tema das Copas do Mundo é uma responsabilidade enorme por se tratar do país do futebol, em que todos acompanham, opinam e vibram com o esporte.

Além de falar da história dos Mundiais, o evento também fez o público relembrar de jogadores que marcaram época em suas respectivas seleções. Da seleção brasileira, Pelé, Garrincha, Rivelino, Sócrates e muitos outros foram lembrados no espetáculo. A professora aposentada Maria Clarice Guimarães acompanhou o espetáculo completo e achou tudo muito bonito e surpreendente. “Acho interessante esse projeto com bonecos gigantes que temos na nossa cidade. Foi muito bonito de ver este espetáculo, ainda mais quando o tema escolhido foi as Copas do Mundo, que marcou época na minha vida e de muitas outras pessoas aqui presentes”, terminou a espectadora.

PLANEJAMENTO

A coordenadora da oficina de bonecos, Sandra Cristina de Souza, estava feliz com o resultado do Festival de Bonecos. “Desde dezembro a equipe trabalhou para a confecção dos bonecos para este espetáculo e ver que deu tudo certo, onde o público prestigiou e o trabalho foi reconhecido é o que nos motiva para continuar com a arte bonequeira em São José dos Pinhais”, comentou.

Antes de ser criado o Festival de Bonecos, a Secretaria Municipal de Cultura realizava desde o ano 2000 o famoso Carnaval de Bonecos da cidade. Neste ano a Prefeitura decidiu cancelar o evento devido ao alto custo. Segundo o secretário de Cultura do município, com a economia puderam realizar um evento mais organizado e com melhor estrutura.

“O carnaval estava com um custo muito alto, de aproximadamente R$ 1 milhão entre confecção, mão de obra, e estrutura do evento. Então, por uma questão de economia, a gente criou esse festival de bonecos, trazendo para um lugar fechado e que traz uma maior comodidade para o público”, enfatizou.

Uma das autoridades presente no evento era o prefeito da cidade, Luiz Carlos

08 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Guilherme Becker / 3º Período
Bonecos gigantes surpreenderam público presente no ginásio Ney Braga
“DESDE

Setim, que achou incrível o novo espetáculo de bonecos que substituiu o antigo evento realizado na cidade. “O Festival de Bonecos vem coroar o que era o nosso carnaval de bonecos. Como o carnaval era apenas um dia, com duração de duas horas, o investimento era muito grande para pouco aproveitamento e esse nosso Festival de Bonecos é permanente, algo que fica para o ano todo”, declarou o prefeito.

Além disso, o prefeito ressaltou que terá o II Festival de Bonecos na cidade, pois é um evento não só para o público adulto, mas também para todas as crianças que têm o interesse em assistir. “Logicamente que para o próximo ano teremos o festival, pois assim aproveitamos os bonecos para dar a oportunidade para que nossas crianças tenham uma visão cultural, geográfica e histórica daquilo que é o mundo”, encerrou.

Aliny Gohenski/ 3º Período

FUTUROS PROJETOS

A coordenadora da oficina de bonecos também relatou que serão desenvolvidos outros projetos além do festival, para valorizar ainda mais a cultura dos bonecos na cidade. “Nós temos a intenção de levar a arte bonequeira para todo o município e por isso criamos três projetos que têm o intuito de fazer isto. Assim como foi o festival, esperamos que essas outras propostas também sejam um sucesso”, concluiu Sandra.

MOSTRA DE TEATRO DE BONECOS: esta mostra ocorrerá no mês da criança, de 08 a 11 de outubro no Teatro Sesi São José dos Pinhais. Serão ofertadas às escolas do município a oportunidade de assistir e desenvolver o trabalho na área dos bonecos.

GUIA CULTURAL: este projeto trata-se de um ator com vestimentas especiais, que conta com o apoio de bonecos, e que acompanhará as crianças em um “tour” pelos espaços culturais da cidade, relatando a história de cada um.

CARAVANA DA CULTURA: projeto que se dará por intermédio de um caminhão palco que levará aos mais diversos bairros de São José dos Pinhais apresentações artístico-culturais e trabalhos envolvendo a temática do boneco, como é o caso do teatro de bonecos e da contação de história com bonecos.

09 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Fuleco, mascote da Copa do Mundo 2014 “Aproveitamos os bonecos para dar a oportunidade para que nossas crianças tenham uma visão cultural, geográfica e histórica daquilo que é o mundo” Neymar e Pelé foram representados
Guilherme Becker / 3º Período Guilherme Becker / 3º Período Guilherme Becker / 3º Período Guilherme Becker / 3º Período Guilherme Becker / 3º Período Guilherme Becker / 3º Período
Mascotes de todas as edições das Copas do Mundo ocuparam o ginásio no final da apresentação

MAUS TRATOS SÃO OS CASOS MAIS DENUNCIADOS

Animais são as vítimas na maioria dos casos relatados na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente

VIOLÊNCIA EM CURITIBA NA PAUTA DOS DEBATES

Com base em relatórios estatísticos dos últimos cinco anos publicados pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP), houve acréscimo de 55% nos crimes de ameaça, 58% em roubos, 28% em furtos e decréscimo de 16% nos homicídios dolosos - com intenção de matar, em Curitiba. Segundo a SESP, o aumento dos índices é devido à confiança na força policial por parte da população que tem feito o boletim de ocorrência (B.O).

discordam

De 88 denúncias realizadas no primeiro semestre de 2014 à Delegacia de Polícia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), órgão da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP), 70 são referentes a maus tratos a animais. As denúncias podem ser feitas à delegacia anonimamente por telefone, e-mail, ou pessoalmente, pela realização de um boletim de ocorrência (B.O). Além das feitas ao Ministério Público (MP) e posteriormente encaminhadas à DPMA.

“NUNCA VI UM CASO DE MAUS TRATOS SER LEVADO ADIANTE”

Simon, veterinária e responsável voluntária da Sociedade Protetora de Animais de Curitiba (SPAC), o mau trato existe mesmo e as denúncias têm fundamento, mas “faltam estruturas políticas necessárias para sustentá-las”. Já para a advogada e professora de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Patrícia Regina Piasecki Custódio, falta empenho do poder público.

Entretanto, para o delegado da Polícia Federal e professor de direito penal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Solon Linhares, as estatísticas não correspondem à realidade. Segundo Solon, “a violência está aumentando porque a segurança pública não tem tido efetividade”.

De acordo com Linhares, geralmente os infratores nos casos de furto e roubo são pessoas de classes mais baixas, sem o ensino médio completo e “sem a educação, a racionalidade é diferente, a pessoa age por impulso”, comenta. Ele ainda ressalta que não adianta agravar a pena para diminuir a criminalidade. “Tem que ter reforço do direito penal, tem que diminuir a impunidade”.

do poder público com a divulgação dos resultados positivos no setor de segurança pública. “Nenhum policial ou secretário vai dizer que não, que sua atividade não tem contribuído para a pacificação da sociedade”. Ele ainda ressalta que a violência não está necessariamente associada à desigualdade. “A violência pode ser um fator social”, pois, segundo o sociólogo, a sociedade opta cada vez mais por excluir aquele que pratica o crime, não para ressocializa-lo.

Lima diz que, no ponto de vista sociológico, todos possuem uma escolha. “Você tem opções na vida, as pessoas escolhem fazer um curso técnico, universidade, outras escolheram fazer do crime sua profissão” e cita como exemplo, o crime de colarinho branco. “O crime não é uma prerrogativa da classe operária. É um equívoco pensar dessa maneira”.

TRÁFICO DE DROGAS

CRIMES, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

Abandono e falta de alimentação são os casos averiguados pela Polícia Civil em Curitiba e região metropolitana envolvendo o assunto. De acordo com Ivan José de Souza, superintende da DPMA, a fiscalização está mais atuante. “Aumentou o número de denúncias de três anos para cá, o que fez com que aumentasse o nosso efetivo, Hoje, são 12 policiais trabalhando na investigação somente na área de maus tratos”. Apesar disso, dos 70 casos referidos, 27 já foram arquivados por não serem termos circunstanciados, quando a delegacia avalia de fato a caracterização de maus tratos. Mas, segundo Soraya

“As leis são rigorosas, mas falta eficácia na fiscalização, poderiam ter ‘batidas’, em locais com suspeita. Existe um certo desdém do poder público em relação aos animais. Nunca vi um caso de maus tratos ser levado adiante, a não ser em casos de tráfico de animais resultando em prisão”. O superintendente da DPMA afirma que sem a denúncia nada pode ser feito. “Somente em casos de suspeita de tráficos de animais é que podemos fazer a investigação, em outros casos temos de esperar que a denúncia seja aprovada pelo MP”, conclui.

TIPIFICAÇÃO DAS LEIS

Maus tratos é crime pela lei nº 9605/98, do código penal e pode resultar em reclusão de três meses a um ano de prisão, multa ou pena alternativa.

OLHAR SOCIOLÓGICO

Conforme Cézar Bueno de Lima, Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), existe sim, maior preocupação

O professor da PUCSP afirma que a polícia não tem estrutura para atender a todas as ocorrências criminais e que a população não é otimista quanto às respostas das instituições de poder e controle do Estado. “Com a disputa pelo tráfico, inevitavelmente tivemos o aumento no número de homicídios, mas a partir do momento que houve a pacificação, você consequentemente reduziu o homicídio”, conclui.

10 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Vinícius Costa Pinto/2oPeríodo
Cão vítima de maus tratos na Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC)
Em análise sobre o assunto, nos últimos cinco anos, SESP se mostra otimista, mas especialistas
Loraine Mendes/2º Período
“A violência está aumentando porque a segurança pública não tem tido efetividade”
Segurança pública na cidade provoca discussões

ESTADO PSICOLÓGICO DE POLICIAIS É QUESTIONADO

Após assassinato de estudante, por policial civil, colocou-se em cheque a falta de amparo psicológico nos batalhões

“Parte da corporação realiza o seu teste psicológico ao entrar na instituição, mediante a isto outros testes devem ser feitos pelos agentes durante seu tempo de trabalho quando a ação é necessária, o que não ocorre com frequência, pois o número de policias é muito grande’’, afirma.

AMPARO PSICOLÓGICO NECESSÁRIO

Após o assassinato da estudante Paola Cardoso, 23 anos, cometido em Curitiba no dia 24 de abril pelo seu namorado, o policial Napoleão Seki Junior, foram levantados questionamentos sobre o estado psicológico dos agentes da polícia. De acordo com a lei estadual 15.448, de janeiro de 2007, todo policial civil ou militar deve, obrigatoriamente, passar por exames psiquiátricos ao menos uma vez por ano. Segundo o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), a lei estadual

que exige avaliações psicológicas anuais para os agentes de segurança pública não estaria sendo cumprida a rigor.

O delegado Luiz Alberto Cartaxo revelou que Seki Junior estava fora das ruas por mau comportamento. Ele respondia a um processo administrativo por disparar a arma de trabalho em uma casa noturna no interior de São Paulo e outro por abuso de autoridade. Mesmo assim, o policial não passou por qualquer avaliação psicológica nos últimos três anos, conta o delegado.

O diretor do Centro de Atendimento Psicossocial da Polícia Civil, Menyr Zaiter, contradiz a explicação do delegado. Segundo ele, o ingresso de novos policiais na corporação não passa por testes psicológicos, por conta de uma questão legal. ‘’Não existe um teste quando você entra na carreira policial. Anteriormente, em média há 10 anos, existia o que se chamava de psicodiagnóstico, que por lei foi extinto. Hoje, você pode dentro da carreira policial ou dentro da Escola Superior da Polícia, no caso da Polícia Civil, aplicar um teste onde no decorrer do processo se pode encontrar e solucionar problemas decorrentes”.

A RESPOSTA

EXAUSTÃO,

Para o psicólogo Naim Akel Filho, que coordena o curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica Paraná (PUCPR), o crime poderia ter sido evitado e é necessário, segundo ele, o acompanhamento periódico com um profissional especializado que ajudará a identificar os sinais de descontrole emocional por parte dos policias. “Quando a resposta ao stress vai ao extremo e termina em uma etapa chamada exaustão, o sujeito perde o controle sobre os seus atos e é comum ele ter comportamentos desorganizados. Ocorre uma explosão de agressividade em todas as suas ações até a si mesmo. Quando a gente identifica que aquela pessoa está caminhando para uma situação de exaustão, a polícia deveria agir preventivamente para que isso seja evitado”, diz.

POLICIAIS BILÍNGUES ATENDERÃO OCORRÊNCIAS NA COPA

Os números 911 e 112 usados no exterior já estão em funcionamento

Faltando pouco menos de um mês para a Copa do Mundo, a Polícia Militar do Paraná já se prepara para atender com mais eficiência os estrangeiros que estão chegando. Os turistas que vierem para Curitiba durante os jogos do Mundial contarão com o auxÍlio de policiais bilíngues, fluentes em inglês e espanhol e

com uma delegacia móvel. Os números 911 (EUA) e 112 (Europa), quando acionados darão acesso aos números usados pelos brasileiros, o 190 da Polícia Militar (PM) e 193 do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) e do Corpo de Bombeiros, que funciona junto com a PM. “O turista vai receber folders

com a informação sobre os números de emergência 911 e 112 assim que chegar ao aeroporto”, conta a tenente da Polícia Militar Caroline Costa.

De acordo com a francesa Laura Sas, que há um ano mora em Curitiba, a ação é bem vinda. “Seria muito bom se continuasse após acabar a Copa, quando cheguei aqui não conhecia ninguém e em momentos de emergência o número do meu país iria me ajudar muito”.

LOCAIS

e mais de 70 atrações culturais farão parte da programação.

IDENTIFICAÇÃO

São 115 PMs, dos quais 100 falam o idioma inglês e 15 o espanhol. Eles usarão boinas na cor azul e uma faixa para o braço com a bandeira do país referente ao idioma em que são fluentes. Se o turista não falar nenhum dos dois idiomas, outro policial será acionado.

OCORRÊNCIA

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, que também aderiu à ação, caso o turista precise registrar ocorrências deverá ir à Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), inaugurada no dia 14 de maio no jogo-teste entre Atlético e Corinthians. O ônibus em que funcionará o serviço ficará na Arena da Baixada e na Pedreira Paulo Leminski. Policiais bilíngues disponíveis para

Além dos policiais responsáveis pelas chamadas internacionais, outros estarão concentrados no aeroporto internacional Afonso Pena; na Arena da Baixada, onde serão realizados os jogos e se prevê uma maior concentração de estrangeiros; na rodoferroviária; e na Fifa Fan Fest, evento que ocorrerá na Pedreira Paulo Leminski, onde serão transmitidos os jogos da Copa

11 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Crislaine Franco / 4º Período
turistas em posições estratégicas
teste quando você entra na
”Não existe um
carreira policial”
Crislaine Franco / 4º Período
“QUANDO
AO STRESS VAI AO EXTREMO E TERMINA EM UMA ETAPA CHAMADA
O SUJEITO PERDE O CONTROLE SOBRE OS SEUS ATOS E É COMUM ELE TER COMPORTAMENTOS DESORGANIZADOS”

AUTÓDROMO INTERNACIONAL DE CURITIBA PODE SER VENDIDO

Por ser uma propriedade privada, o AIC passa por estratégias e conceitos empresariais

Em junho de 2013, o blog do jornalista Rodrigo Mattar, do canal de televisão Fox Sports, noticiou a venda da área do Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) e surpreendeu a todos no cenário do automobilismo paranaense e brasileiro. E apesar de nos últimos meses o assunto não estar sendo muito comentado, ainda há muitas chances de ser consumada a construção de um empreendimento imobiliário no lugar.

O contrato do Grupo Inepar, responsável pelo terreno de em torno de 657 mil metros quadrados onde fica localizado o autódromo em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, acaba no final de 2014 e Rubens Gatti, presidente da Federação Paranaense de Automobilismo (FPRA), confirmou que o local pode ser desativado. “Não tenho acesso preciso, mas é uma área particular e está à venda. Houve umas ofertas, mas ainda não foi vendido”.

Gatti ainda declarou que caso aconteça a venda, a federação tentará conseguir apoio junto a um grupo de empresários para construir um novo autódromo na região de Curitiba. “A gente vai tentar manter um autódromo em Curitiba. Ainda não tem nada decidido, estamos vendo. Existe um projeto de tentarmos manter um autódromo em Curitiba, mas ainda não tem nada. Fazer um autódromo é um investimento alto, então, não é fácil”, comentou o presidente da FPRA.

Fábio Valério, fã de automobilismo, conta que já esteve duas vezes no autódromo para acompanhar a Stock Car e lamenta que possa realmente ser desativado.

“Não pode ser fechado, pois é um local que atrai muita gente quando tem corrida. Além disso, fico preocupado com a qualidade de corrida que a gente pode perder”.

O funcionário público Celso Sawaf frequentou o AIC em mais de 10 oportunidades e acredita que dificilmente a cidade possa achar um novo local. “Vejo com muita tristeza porque a

cidade sempre fez um uso do autódromo em várias categorias do automobilismo. É uma preocupação porque vai ser muito difícil encontrar um local, um terreno, recursos para viabilizar um outro equipamento deste porte”.

E Sawaf se lembra da vez que teve a oportunidade de ir de carro na pista com o ex-piloto Ingo Hoffmann, que já participou de seis corridas da Fórmula 1. “Uma certa ocasião fui como representante da Secretaria de Esportes e teve um churrasco e o piloto nacional consagrado, Ingo Hoffman, estava lá como piloto para divulgar a pista e convidando quem queria dar uma volta com ele pilotando uma BMW e fui com mais dois amigos e ele já no entrar do carro perguntou se queria com ou sem emoção. Como já estávamos lá mesmo, pedimos com emoção e presenciamos ele entrar a 200 por hora nas curvas e dominar um carro plenamente. Fiquei um pouco assustado quando ele parou, mas ele saiu rindo da gente. Foi uma sensação única”.

O AIC foi inaugurado em 1967 e ao lado da pista de Interlagos, em São Paulo, é o local que pode receber provas da Federação Internacional de Automobilismo e já sediou eventos internacionais como o WTCC; Campeonato Mundial de Carros de Turismo; e Auto GP World Series; Campeonato Europeu de Carros; e nacionais como a Stock Car e Fórmula Truck.

REPRESENTANTE DO AUTÓDROMO NEGA

Mesmo com o presidente da Federação Paranaense de Automobilismo considerando que existe boas possibilidades da venda, Jauneval de Oms, presidente do autódromo, afirma que ainda não há nenhum outro plano para a área onde fica o complexo automobilístico.

“Sabemos que a área do AIC sofreu uma valorização muito grande nos últimos anos e que possíveis interessados do setor imobiliário teriam interesse em outros projetos naquele local. O AIC é de propriedade privada e portanto passa por estratégias e conceitos empresariais. Se eventualmente acontecer uma proposta

concreta, seremos os primeiros a divulgar a notícia”, assegurou o presidente.

JACARÉPAGUÁ JÁ FOI DESATIVADO

Caso seja confirmada a venda, o autódromo de Curitiba não será o primeiro a ser desativado. Recentemente, o principal palco de automobilismo no Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, foi completamente desmontado.

Em 2007, para os Jogos PanAmericanos, a pista já teve seu traçado reduzido, mas em novembro de 2012 foi totalmente demolido para a construção do Parque Olímpico que abrigará várias arenas construídas para os Jogos Olímpicos de 2016.

Um projeto para erguer um novo autódromo na capital Fluminense já foi aprovado e ficará numa região cedida pelo Exército, no bairro Deodoro. Mas, por enquanto, a segunda maior cidade do Brasil está sem um lugar para receber competições de automobilismo e Curitiba poderá ter o mesmo destino.

12 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Vista área do Autódromo Internacional de Curitiba
3
Pedro Melo e Roberto Rohden/
Período
”A gente vai tentar manter um autódromo em Curitiba. Ainda não tem nada decidido, estamos vendo”
Divulgação
“EXISTE UM PROJETO DE TENTARMOS MANTER UM AUTÓDROMO EM CURITIBA”

CICLISMO CURITIBANO DEVE SOBREVIDA AO VELÓDROMO

Pista do Jardim Botânico garante

Localizado no Jardim Botânico, o velódromo de Curitiba é o espaço na cidade que sustenta, hoje, a prática do ciclismo. O velódromo faz parte do projeto que tenta recolocar a capital paranaense no cenário nacional do esporte. É o que esperam os profissionais da área, pessoas que respiram bicicleta 24 horas por dia.

SITUAÇÃO DO VELÓDROMO

O velódromo existe desde 1979 e, desde então, é a casa e símbolo do ciclismo paranaense e curitibano. “Existe ali uma tentativa de trabalho, mas não há estrutura suficiente para potencializar nossos atletas aos níveis mundiais. O seu estado está sofrível”, atesta o professor Adir Romeo, coordenador do velódromo e presidente da Federação Paranaense de Ciclismo (FPC).

Seguindo o mesmo rigor crítico, Iverson Ladewig, professor de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), não esconde a insatisfação com a falta de manutenção de estrutura. “A última reforma de verdade aconteceu para os Jogos Sul Americanos de 2002. Hoje, o nosso velódromo está cheio de trincas e buracos, dificultando a prática do ciclismo

à bicicleta competitiva em meio ao avanço de seu uso

de pista. Há questão de duas semanas, começou a circular no Facebook um abaixo assinado para reformar o nosso velódromo, mas não sei o que irá acontecer”, relata.

Bruno Garcia, ciclista profissional da categoria elite, já teve problemas com seu material de trabalho por conta do estado da pista. “Devido à condição precária da pista, várias vezes furei o pneu da bicicleta e tive problemas mecânicos”, revela o atleta.

Segundo Romeo, a bicicleta esportiva em Curitiba só existe por causa do velódromo. “A Secretaria de Esporte e Lazer organizou conosco um calendário esportivo voltado para a bicicleta”, conta. Ladewig ainda acrescenta a importância desse espaço para o Brasil. “Não tem no Brasil um velódromo tão utilizado como este de Curitiba. Justamente por isso, acredito que uma reforma sej de extrema importância”, conclui.

POTÊNCIA NACIONAL

1982 é o grande momento da história do ciclismo brasileiro. “Neste ano, Mauro Ribeiro, curitibano, foi campeão mundial júnior de pista”, aponta Romeo. Ribeiro é o principal nome de uma cidade que

é referência nacional no esporte. Título alcançado graças ao desempenho dos atletas que a metrópole revelou. “Apesar disso, os clubes formadores de atletas não se consolidaram”, lamenta.

Para Ladewig, Curitiba perdeu força, mas mantém a alcunha de celeiro nacional do esporte. “Sempre revelamos diversos ciclistas, que vieram a competir pelas equipes Caloi e Pirelli, de São Paulo, que até a década de 90 eram as grandes equipes do Brasil”. Depois de uma década de má gestão da FPC, o professor acredita na volta da cidade ao topo do cenário nacional. “Depois de anos ao descaso, hoje posso dizer que a FPC está dando sinais de vida, saindo do coma, e tendo um calendário de competições como não víamos há tempos”, finaliza.

CICLISTA X CIDADÃO

De acordo com o professor Romeo, atualmente, a bicicleta está mais próxima do cidadão do que do atleta. “A bicicleta entrou num período de glamour”, acredita. Segundo ele, há um equilíbrio no uso das “magrelas”. “Historicamente, a bicicleta sempre esteve mais próxima do povo do

que da alta sociedade. Porém, hoje, com bicicletas custando R$ 30 mil, pessoas de maior poder aquisitivo se aproximaram dela”, revela.

O velódromo é tão usado por atletas quanto pelos praticantes comuns. “Pode-se dizer que existem os ‘peladeiros’ da bicicleta. São as pessoas que estão entre o uso cidadão e o uso esportivo e competitivo”, afirma Romeo. Garcia também percebe um uso diversificado dessa área. “Com toda a certeza, o uso do velódromo se resume a tenistas, vândalos, crianças e apenas depois, nós, atletas, que fazemos parte da minoria”, descreve o profissional.

A personal trainer Eliane Moraes, formada em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), percebe nas academias um aumento na procura pela prática do ciclismo. “As pessoas procuram cada vez mais atividades que fujam dos exercícios tradicionais como a musculação, procurando alternativas como as atividades ao ar livre. Em academias, há uma tentativa em simular estas atividades, a fim de não perder seu público, adequando-as para dentro da sala de ginástica”, explica. Caio Liberal / 3oPeríodo

13 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
existência
Caio Liberal / 3 Periodo
Apesar de problemas em sua estrutura, velódromo ainda é o símbolo do ciclismo na cidade
“Hoje, o nosso velódromo está cheio de trincas e buracos, dificultando a prática do ciclismo de pista”

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA RETRATA CURITIBA NA DÉCADA DE 1920

Além da capital, as imagens apresentam o litoral e o interior do Paraná

foi feito em viagens pelo Paraná ou pelo simples prazer de fotografar.

A responsável pela exposição, Maria Luiza Gonçalves Baracho, explicou que a iniciativa surgiu do centro de pesquisas que integra o patrimônio cultural. “Tratando-se de uma exposição de acervo, o que se pretende é divulgar coleções que se encontram sob a guarda do centro de documentação Casa da Memória”, contou.

tem interesse em conhecer o passado de Curitiba. “A exposição é ótima. Venho muito na Casa, pois eles retratam o passado. Costumo dizer que nasci na época errada,” comenta.

INÍCIO DA CARREIRA

A exposição “Viagens Fotográficas” apresenta o cotidiano de Curitiba entre as décadas de 1920 a 1950, pelo olhar dos fotógrafos Arthur Júlio Wischral e João Baptista Groff. A mostra acontece entre os dias 29 de março e 22 de junho, na Casa Romário Martins, de terça a domingo, e usa coleções que integram o acervo

da diretoria do patrimônio cultural da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

As fotos começaram a ser feitas ainda na juventude dos fotógrafos, ocasionando a perda de algumas informações e a despreocupação em registrar referências, razão de algumas fotos não terem legenda. O trabalho realizado por Wischral e Groff

A mostra “Viagens Fotográficas” recebe esse nome, pois a maioria das fotos selecionadas para apresentação é do litoral ou interior do Estado. “Para a exposição selecionamos as viagens pelo litoral e interior do Paraná, até a região de Foz do Iguaçu, além de fotos de pessoas, especialmente as do Wischral, que se dedicou mais a este gênero”, explica Maria.

A Casa Romário Martins tem a tradição de mostrar a história de Curitiba em várias exposições que atraem visitantes frequentes. É o caso do comerciante Saulo Loures de Andrade, 40 anos, que costuma visitar a Casa algumas vezes por ano, pois

MOSTRA ANIMA-TE EXIBE FILMES BRASILEIROS

Arthur Júlio Wischral nasceu em Curitiba em 1894. Filho de imigrantes alemães aprendeu seu trabalho na prática, orientado por Germano Fleury, fotográfico profissional. Passou a trabalhar como repórter fotográfico para a revista A Bomba e o jornal A República, documentando a urbanização e o cotidiano de Curitiba.

João Baptista Groff recebeu do padrinho sua primeira máquina fotográfica e o conselho de fotografar o cotidiano da cidade, que foi registrado e vendido na forma de cartões postais. Groff trabalhou em jornais de Curitiba como repórter fotográfico. Na década de 1930, começou a filmar tornando-se um dos primeiros cineastas do Paraná.

O projeto realizou palestras e apresentações que atraíram o público interessado em animações e quadrinhos

A Fundação Cultural de Curitiba (FCC), em parceria com a Gibiteca e a Cinemateca, promoveram o projeto ANIMA-TE! que proporcionou palestras e exibições de filmes gratuitos. Os eventos ocorreram entre os dias 06 e 10 de maio.

As exibições atraíram em sua maioria pessoas que trabalham e com interesse em animações e quadrinhos. As palestras seguiram uma ordem cronológica e apresentaram filmes que tiveram uma repercussão histórica na animação e promoveram novas técnicas no Brasil.

O evento serviu para reunir pessoas com o mesmo interesse em animação para que elas pudessem trocar experiências. É o caso de Tadao Miaqui, 50 anos, animador de desenhos. Miaqui soube das palestras por um amigo, e assistiu as três primeiras exibições. “As palestras resgatam a história, apoio bastante a iniciativa, me incomoda um pouco a falta de público, acho que

as pessoas não vieram por comodismo, à medida que as pessoas perceberem a importância do resgate cultural haverá maior procura”.

O organizador do evento e ilustrador Luiz Henrique Silva, 31 anos, explicou as expectativas em relação à plateia. “O número de pessoas esperadas por noite era de 100 a 140, capacidade do teatro, e o público alvo eram profissionais da área e estudantes”.

PALESTRA

A terceira palestra da mostra foi com a desenhista Márcia D’haese, 56 anos. Márcia apresentou uma de suas obras, o Smilinguido, primeiro desenho de média metragem por computação gráfica do Brasil.

A desenhista contou sobre como se deu a trajetória de sua criação e as dificuldades que teve. Sobre a iniciativa de realização

do projeto, Márcia apoia a decisão e vê isso como motivação. “A mostra ilustra o que é possível fazer com pouco recurso, além de ser importante para conhecer outros trabalhos”, afirma.

Após a palestra de Marcia foi exibido o filme: Moda Amarela. O enredo conta a vida num formigueiro e as situações

que Smilinguido (uma formiga cristã) se envolve. Para aumentar o incentivo a novos produtores, e Márcia enfatiza a importância do trabalho autoral nacional. “Aquilo que faz sucesso nem sempre vem de fora, o brasileiro deve reproduzir menos e criar mais”, finaliza.

14 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
As fotos da exposição se basearam em retratos da população Lucas Morking/ 2° Período O trabalho realizado por Wischral e Groff foi feito em viagens pelo Paraná ou pelo simples prazer de fotografar. Lucas Morking / 2ºPeríodo Lucas Morking / 2º Período
Lucas Morking / 2º Período
Palestra sobre o desenho Smilinguido foi realizada no terceiro dia da mostra

MUSEU DO EXPEDICIONÁRIO ATRAI O PÚBLICO COM EXPOSIÇÃO

Exposição do Dia da Vitória traz público variado ao museu

O Museu do Expedicionário, que guarda um pouco da história do Brasil na Segunda Guerra Mundial realizou, nos dias 10 e 11 de maio, uma exposição sobre o Dia da Vitória (08/05), data em que se comemora o fim da Segunda Guerra Mundial, com carros, tanques, imagens e histórias dos sobreviventes da guerra para o público ver e ter uma aula sobre o assunto com os sobreviventes do conflito.

Um dos visitantes da exposição, o estudante Bruno Moraes, 20 anos, contou que ficou admirado com a quantidade de informações novas que ele sequer imaginava que pudesse ocorrer em um ambiente de guerra.

“Estou impressionado, os sobreviventes da guerra contam histórias inacreditáveis, que só ouvindo deles para acreditar. Adorei a exposição, os carros e as armas são impressionantes, foi uma experiência incrível”, contou.

Outro visitante foi o pai de Bruno, o comerciante Alexandre Moraes, 48 anos, que contou um pouco sobre o ilustre

passeio com o filho. “Fiquei feliz de estar acompanhando meu filho em um passeio como este, é algo que até então eu não tinha muito conhecimento e hoje saio daqui com uma baita aula de história da guerra. O que mais me chamou atenção foram os vídeos e fotos que estavam em exposição, são imagens legais de se ver, pois é algo que a gente só imagina morte e troca de tiros, mas pelas imagens da para se ver que existiam muitas outras coisas no ambiente dos soldados que ali estavam”, disse o comerciante.

Segundo o professor de História Sergio Almeida, o museu é um dos locais com maior bagagem histórica em Curitiba.

“O Museu do Expedicionário está entre os locais históricos mais importantes de Curitiba porque guarda toda uma memória de parte do passado, que é a Segunda Guerra Mundial, e a participação do Brasil nela. Vemos que o museu representa muito pelo acervo que tem lá, os armamentos, uniformes, mapas, mas principalmente

pelos pracinhas (os sobreviventes da guerra) contando as histórias vividas pelo Brasil no conflito “, falou Almeida.

O professor também comenta que a visita ao Museu do Expedicionário deveria ser obrigatória para todas as escolas de ensino fundamental e médio. “Para as escolas de ensino fundamental e médio eu penso que deveria ser obrigatório a visita ao museu, para conversar e conhecer a verdade de como foi a vivência de quem foi até a Europa representar o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial”.

A presidente da Legião Paranaense

de Expedicionário, Valderes Archengas, contou um pouco da importância que o museu tem para o público, principalmente os mais jovens.

“O museu é muito visitado, são mais de cinco mil alunos que visitam por ano. Nós temos uma agenda que abre no fim do ano e vai o ano inteiro lotada. A maior importância do museu é preservar a memoria do Brasil na Segunda Guerra Mundial, passar todo o aprendizado e experiência que os veteranos de guerra passaram”, falou a presidente.

ESQUECIDOS

Já o expedicionário Eronides João da Cruz, da Forca Aérea Brasileira (FAB), contou um pouco da sua indignação com a população brasileira, pelo fato de desprezarem tudo o que ele e seus companheiros que foram para a guerra fizeram. “Falta interesse da população brasileira, o lugar aqui é ótimo, contamos o que nós vivemos lá, a gente sabe que pelo menos um pouquinho fica guardado na cabeça dos que nos visitam. E ainda existem brasileiros que dizem que fomos passear lá na Itália. Ficar 17 dias dentro do porão de um navio, acampar em uma lagoa com água na altura da cintura, isso é passear? É assustador o que vivemos lá, muitos de nós morreram pela pátria. Infelizmente é isso, nosso país é muito ingrato, a memória é curta, eles não dão valor a quem merece”, contou o expedicionário.

15 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
e
3º Período ”O
é
Museu guarda relíquias da Segunda Guerra Mundial Leonardo Dulcio
Gabriel Sawaf/
museu
muito visitado, são mais de cinco mil alunos que visitam por ano”
Aviões eram referências durante a Segunda Guerra Mundial
“O MUSEU DO EXPEDICIONÁRIO ESTÁ ENTRE OS LOCAIS HISTÓRICOS MAIS IMPORTANTES DE CURITIBA PORQUE GUARDA TODA UMA MEMÓRIA DE PARTE DO PASSADO”

CAMINHADA RUMO AO SUCESSO

A garota tem apenas um sonho: o de passar no vestibular de Medicina

A Rua Angelina Vidolin, em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, ainda está escura mas, na casa 106, as luzes já estão acessas, e Giovana Gineste já está pronta para mais um fim de semana de muito estudo. Ainda não são nem cinco e meia, mas é melhor se apressar no café da manhã se quiser pegar o ônibus de cinco e quarenta, que passa a menos de 50 metros de caminhada dali.

Quando veio de Cianorte, no Norte do Paraná para estudar na capital, Giovana nem imaginava como seria. As condições financeiras da família não permitiam que o pai bancasse a estadia da menina na cidade, então veio morar com a avó. Apesar do esforço, a aposentadoria da idosa não iria dar conta de pagar as despesas da nova inquilina e ainda um cursinho desses, de pré-vestibular, que ajuda muito na hora de tentar um dos cursos mais concorridos da Universidade Federal do Paraná. O de Medicina, que é o grande sonho de Giovana.

A avó, dona Amarilda Ditadi Gineste dá força. Na sexta, tudo está preparado para a maratona do fim de semana. Incentivos não faltam. - Você é muito inteligente, vai passar em primeiro lugar –, mas a menina retruca - estou meio cansada, e ainda tem tanta coisa pra aprender, tenho medo de não conseguir -. Dona Amarilda sabe como é, e tenta uma frase de apoio ¬- Gio, você tem só 16 anos, se não der certo agora, vestibular tem todo ano -. Giovana solta uma risada e vai ao encontro da avó, lhe dá um beijo, e corre ao ponto de ônibus.

O vento gelado é um convite a ficar em casa, mas para o sonho da menina, não se tem contratempos. Na cidade há apenas seis meses, há quatro já está no cursinho. E não foi fácil. Ela precisou fazer prova, entrevista socioeconômica e contar sua história algumas vezes, para conseguir participar do projeto de uma ONG para fazer o pré-vestibular de forma totalmente gratuita, com um detalhe: ele ocorre durante todos os finais de semana,

inclusive feriados, das oito da manhã às oito da noite. Puxado.

O ônibus chega, mas esse é só o primeiro de quatro que são necessários para chegar às instalações da FIEP, que cede algumas salas para a ONG ministrar suas aulas. O caminho é longo, e durante todo o trajeto, fones de ouvido estão no último volume de um rock pesado. No terminal do Portão é feita a última troca de ônibus. Falta pouco para que Giovana tenha sua primeira aula de sábado. Física.

As instalações são simples, carteiras e cadeiras doadas de um colégio particular da cidade. No quadro negro o professor, que é voluntário, começa a escrever as primeiras questões do dia. Giovana senta do lado das amigas que já avista logo na porta.

Apesar de ter acordado cedo, não falta energia. A atenção é total, e a menina rabisca ligeira as páginas de uma apostila velha. Outro voluntário bate na porta avisando que a aula está acabando. A próxima é biologia. Passa tão rápido quanto a primeira. Já são dez da manhã, horário do primeiro intervalo. Hora de colocar o papo da semana em dia. Giovana e as amigas são calmas, e muito dedicadas. Conversam sobre os exercícios passados, as suas séries preferidas de televisão. Assim o dia vai passando. O clima é de descontração. Volta e meia os professores fazem umas piadas para não perderem a atenção dos cerca de 200 alunos que estão em sala.

Oito da noite. A aula acaba e todos se

encaminham ao ponto de ônibus.Amanhã é dia das mães, e a minha longe lá em Cianorte -. O olhar saudoso enche de lágrimas os olhos de Gio, mas logo a garota é consolada por um abraço das colegas.E nós Gi, com a mãe aqui pertinho, vamos passar o dia aqui estudando. Mas vai valer a pena, doutora -, brinca uma das meninas. Se abraçam de novo. Entram no ônibus sem parar um minuto, a agitação é por conta do frio. A saga da manhã se repete, e apenas às nove e quarenta da noite que a adolescente finalmente está em casa.

Senta à mesa com a avó para o jantar, e não esquece de agradecer por todo o apoio, e aproveita para dar um presente de dia das mães adiantado. Uma caixa de bombons que comprou no mercadinho onde trabalha. Amarilda se emociona, e as duas ligam para a dona Luceleide, mãe de Giovana. - Alô mãe, to com saudade -, do outro lado da linha, Luceleide responde um ‘’também’’. - Mãe, estamos ligando pra desejar um feliz dia das mães, meu e da vó pra você, dizer que aqui tá tudo bem, e que você tem que vir me ver logo -. Desligam o telefone e avó e neta vão deitar, dormem juntas no único quarto da casa.

O celular desperta. Já são cinco

e dez da manhã de novo. A despedida pareceu mais difícil hoje, e na falta da mãe, os abraços e beijos são inteiramente destinados à avó. O café da manhã está na mesa, mas é jogo rápido. A corrida até o ponto de ônibus, os fones de ouvido, tudo repetido. Mas, a garota não reclama. - Me sinto tão acolhida aqui na ONG, meus melhores amigos estão aqui, todo mundo sempre tentado ajudar. Outro dia perdi dinheiro, e fizeram uma vaquinha pra eu poder pagar a passagem do ônibus pra casa-.

Muitas pessoas faltaram, mas a sala ainda parecia cheia. Ao longo do dia, todos os professores desejam feliz dia das mães antes de começar as aulas, e agradecem a presença de todos.

No final de outro domingo, Giovana agradece a acolhida das amigas, e lembrando do motivo de todo o esforço, pensa na recompensa. - Meninas, quando eu me tornar médica, eu prometo, vou atender vocês e mãe de vocês de graça -. Promessa anotada Gio.

16 Curitiba, 06 de junho de 2014 COMUNICARE
Kauany Miguel/3oPeríodo
“Me sinto tão acolhida aqui na ONG, meus melhores amigos estão aqui, todo mundo sempre tentando ajudar”

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