15 de maio de 2014 - Ano 17- Número 238 - Curso de Jornalismo - PUCPR
Iniciativa importada dos EUA visa tranformar bairros nobres em polos econômicos SOHO
Curitiba,
O Jornalismo da PUCPR no papel da notícia
DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES
Eliane C. Francisco Maffezzolli
COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO
Julius Nunes
COMUNICARE
COORDENADOR EDITORIAL
Julius Nunes
COORDENADOR DE REDAÇÃO JORNALISTA RESPONSÁVEL
Miguel Manassés (DRT-PR5855)
COORDENADORA DE PROJETO GRÁFICO
Juliana P. Sousa
MONITORIA
Luciana Prieto Ribeiro
DIAGRAMÇÃO
Euardo Manoel Nogueira Soares de Souza
FOTO DE CAPA
Taís Arruda
EDITORES
Alana Lima
Aliny Gohenski
Alvaro Alves Lunardon
Beatriz Lima de Castro
Dayanne Wozhiak
Fábio Carvalho
Geane Godois Leite
José Helinton da Silva Junior
Karen Geovanna Loayza Taverna
Kauany da Rocha Miguel
Loraine de Fatima Mendes
Lucas Henrique Morking Ramos
Manuella Niclewicz
Monica dos Santos Seolim
Monique Raquel Benoski
Patrícia dos Martyres
Paulo Rogério Morschbacher Junior
PAUTEIROS
Ana Carolina de Souza
Debora Helena Dutra Ferreira
Gabriele Russi
Guilherme Becker
Igor Di Santo
Julia Baggio Pastre
Lara Pessôa
Matheus Rodrigues Urbano
Michel de Alcantara Machado
Priscila Tobler Murr
Renata Helena Fernandes
Roberta Maria Silveira Nassar
Saila Caroline Rodrigues
Samantha Mahara Martynowicz
Thauane Mayara de Jesus
Taís Arruda
Vitor Augusto Maoski da Cruz
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PÁSCOA SOLIDÁRIA DISTRIBUI CHOCOLATES
Realizada desde 2005, a campanha faz a alegria de crianças carentes em Curitiba
A campanha Páscoa Solidária, realizada pela Fundação de Ação Social (FAS) e pelo Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), atende crianças em situação de vulnerabilidade cadastradas pelo Centro de Referência de Ação Social (Cras).
“A Páscoa Solidária é uma maneira que temos de levar alegria, diversão e guloseimas para nossas crianças. Concentramos nossos esforços para que este seja um dia especial para eles”, afirma a presidente da FAS, Marcia Oleskovicz Fruet.
Para efetuar a entrega das doações e proporcionar um entretenimento às crianças, as festas têm datas marcadas entre os dias 04 e 17 de abril. A distribuição dos chocolates é feita de forma igualitária entre as administrações regionais de Curitiba (Pinheirinho, Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, Santa Felicidade,
CIC, Portão e Matriz) para 60 entidades de cada uma. “A ideia do projeto é distribuir chocolates para 80 mil crianças da capital”, conta a coordenadora de eventos do IPCC, Berenice Daher.
BRINCADEIRAS AO AR LIVRE
O professor de Educação Física da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) e responsável pelas atividades da Páscoa Solidária, Alexandre Martins, ressalta a proposta. “Estaremos presentes nos nove eventos (nas 09 administrações regionais). Brinquedos foram trazidos e algumas atividades estão programadas para entreter as crianças, além de incentivar a prática de brincadeiras ao ar livre”. Uma peça de teatro infantil foi apresentada na regional Pinheirinho, em parceria com a Fundação Cultural de
Curitiba (FCC), com atrizes voluntárias.
FORMAS DE DOAR
Segundo a assessora de imprensa da FAS, Sandryana Fernandes, as doações ocorrem de três maneiras: os empresários podem mobilizar seus colaboradores e clientes a doarem caixas de bombons, nos pontos de coleta localizados nas lojas do Supermercado Condor e agências da Caixa Econômica Federal, ou cotas voltadas para a compra de doces, nas quais não é deduzido no imposto de renda, e enviando ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FMCA), que atende instituições e projetos certificados pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (Comtiba).
Para quem participa do evento, o momento é único e de muita alegria. A operadora de caixa Isabele Machado, 27 anos, conta que é a primeira vez que participa da campanha e acha uma bela iniciativa. “Meu filho não ia ganhar nada, então estou muito feliz pelo chocolate que ele recebeu”. Richard Machado, oito anos, filho de Isabele, completa, “eu gostei muito do ovo, mas não vou comer tudo de uma vez”.
Além das festas realizadas nas regionais, outras 540 instituições inscritas receberão os chocolates, através de representantes que comparecem à sede do IPCC, localizado no bairro Campo Comprido.
Um projeto que pretende regulamentar a comercialização de alimentos em trailers, kombis e caminhões (mais conhecidos como food trucks) foi encaminhado para análise na Câmara Municipal de Curitiba no dia 18 de março. O projeto de autoria do vereador Helio Wirbiski (PPS) passou pela Comissão de Legislação, Justiça e Redação da Casa, que deu seguimento à proposta. Agora, o projeto segue para a Comissão de Saúde, Bem Estar Social e Esporte e depois para a de Serviço Público.
Após essas análises e possíveis alterações, entrará na pauta do
plenário, processo que deve demorar aproximadamente 20 dias. Atualmente não há uma legislação específica sobre o tema, existindo apenas a permissão para os food trucks funcionarem em locais particulares.
A grande preocupação é a questão de higiene desses locais de venda. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Curitiba informou que “os food trucks serão rigorosamente fiscalizados”.
COMERCIANTES DIVERGEM
O comerciante Sebastião Cardoso, 40
anos, é contra a regularização. “Esse tipo de coisa prejudica o nosso movimento no restaurante, sem a autorização do governo já atrapalha, imagina agora que eles vão aprovar a lei’’, protesta.
Já Luan Moraes, vendedor de cachorro quente, 31 anos, pretende regularizar seu comércio. “Eu vendo cachorro quente aqui tem quase um ano e é um comércio como outro qualquer, a diferença é que eu estou na rua. Meus clientes tem aonde sentar, é tudo higienizado, os produtos que eu vendo são da melhor qualidade”, afirmou o comerciante.
02 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Evento realizado na Rua da Cidadania do Pinheirinho
Leticia Zan / 2° Período
PROJETO VISA LEGALIZAR OS FOOD TRUCKS Atualmente não há uma legislação específica sobre o tema “A Páscoa Solidária é uma maneira que temos de levar alegria, diversão e guloseimas para nossas crianças” Leticia Zan / 2 ° Período Caroline Ribeiro / 2° Período
O Comunicare é o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) 15 de maio de 2014 Edição 238
Gremski
EXPEDIENTE
REITOR Waldemiro
CURITIBA REGISTRA O PRIMEIRO CASO DE DENGUE Sintomas da picada do mosquito são semelhantes aos da
gripe comum
A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS) confirmou o primeiro caso de dengue contraído na cidade. Antes deste fato ser confirmado, houve o registro de dois casos em 2002, entretanto, as pessoas se infectaram longe da capital. O caso foi diagnosticado em um morador do Jardim Botânico, que foi medicado e se curou.
“Esse foi o primeiro caso autóctone de dengue (quando o paciente contrai a doença na cidade, sem viajar) em Curitiba. O caso foi notificado dia 21 de fevereiro, mas a confirmação só foi feita dia 03 de abril. O paciente mora no Jardim Botânico e, ao sentir os sintomas, procurou um hospital, onde passou um dia internado em observação. O período da notificação do caso coincidiu com a terceira semana com o maior número de comunicações de dengue no Paraná, conforme boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), com 1,7 mil casos notificados e 439 confirmados. Até o momento, Curitiba registrou 102
focos do mosquito da dengue, índice inferior a 1% na classificação do Ministério da Saúde, o que é considerado satisfatório”, afirma a SMS.
O atleta Matheus Moreira, 17 anos, também foi vítima do mosquito. O jogador de futebol contraiu a doença ao visitar sua família na cidade de Goiânia. “Para falar
a verdade, até hoje eu não sei onde esse mosquito me picou, pois só fui saber que era dengue quando eu comecei a sentir os primeiros sintomas e procurei uma unidade de saúde. Foram mais de 15 dias para a recuperação total, e fui picado duas vezes”, afirma Moreira.
GRIPE X DENGUE
A médica Adriane Pereira, clínica geral, diz que todos devem procurar um médico quando perceberem os primeiros sintomas da doença. “Os sintomas da dengue são muitos parecidos com os da gripe. Dor de cabeça, dores no corpo, cansaço, perda de apetite, tonturas e podem ser facilmente tratados como uma gripe comum, o que diferencia os dois é que na dengue não temos problemas respiratórios como espirros e tosse, por exemplo. As pessoas devem ficar atentas, quanto antes diagnosticado a dengue, mais rápido e eficaz é o tratamento’’, alerta.
COMEÇA CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE
Com o objetivo de vacinar pelo menos 2,9 milhões de pessoas em todo o Estado, a campanha de vacinação contra a gripe começou no dia 22 de abril. Recebem as doses de graça os grupos de risco, que são gestantes, mulheres em pós-parto em até 45 dias, indígenas, idosos, trabalhadores da saúde que têm contato com infectados de gripe, população carcerária e crianças de seis meses até cinco anos. Este ano o Paraná conseguiu aumentar a faixa etária para as crianças, que era até dois anos.
Dentre estes grupos de risco, as gestantes e os doentes crônicos têm mais receio de tomar a vacina. “Estes são mais vulneráveis à gripe e no caso dos doentes crônicos, reduz consideravelmente o risco de agravamento do quadro, caso o doente contraia o vírus da gripe”, explica o superintendente de vigilância em saúde da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), Sezifredo Paz.
Nem todos recebem a vacina de graça, algumas pessoas precisam pagar em clínicas
particulares, pois a produção dessa vacina é complexa e a quantidade é insuficiente para imunizar toda a população do país. Para estes, a vacina estará disponível em mais de 2,5 mil postos e unidades básicas de saúde do Paraná. Já as pessoas que não estão nos grupos de risco precisam pagar o valor de R$ 70,00 pela dose em clínicas particulares. A meta é proteger aqueles que têm mais risco e dessa forma impedir que ocorra uma circulação maior do vírus para a população em geral.
PROTEÇÃO CONTRA AS INFLUENZAS
Segundo a Sesa, a vacina protege contra as influenzas B, H1N1 e H3N2, por isso todas as pessoas que se vacinaram no ano passado devem receber a dose novamente. Ela é segura e só é contra indicada para pessoas que já apresentaram reações adversas em campanhas anteriores ou que tenham alergia a ovo. “Já precisei tomar a vacina três vezes, pois tenho problemas respiratórios”, afirma Ana Carolina de
Souza, 18 anos. Ela diz que nunca teve nenhum efeito colateral, apenas uma vez apresentou leves sintomas de gripe.
Dia 26 de abril foi a data de mobilização
para motivar as pessoas a tomar a vacina. Paz lembra que uma boa forma de se prevenir contra a gripe é lavar bem as mãos com sabão, sem esquecer o álcool em gel.
03 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Meta do governo é imunizar mais de 2,9 milhões de pessoas
Ana Carolina Pacifico / 2o Período
A médica Adriane Pereira, clínica geral, afirma que todos devem procurar médico quando percebem os primeiros sintomas da doença.
Caroline Ribeiro / 2o Período
Caixa d’agua fechada Calhas sempre limpas Não deixar água parada
Tampe lixeiras e barris
Coloque areia nos pratos dos vasos
Guarde garrafas de cabeça para baixo
Troque a água de plantas aquáticas
Guarde os pneus sem água e em local coberto
Coloque o lixo em sacos plásticos
Dicas para combater os mosquitos e os focos da larva
Lave recipientes que contêm água
Ana Carolina Pacifico / 2 o Período O uso do álcool gel é uma boa alternativa de prevenção contra doenças como
a gripe
Imagem: Ministério da Saúde
REPRESAMENTO DE PREÇOS PODE PRESSIONAR INFLAÇÃO
A inflação parece voltar a preocupar economistas e o mercado brasileiro. Alimentos, imóveis e mensalidades de escolas e faculdades são os itens com o maior reajuste, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Porém, a energia e o combustível não apresentam readequação na tarifa.
Segundo o economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Daniel Nogima, existe hoje uma diferença entre o valor da energia vendida com a energia gerada, ou seja, um represamento de preços imposto pelo governo federal. “Atualmente é possível contestar a matriz energética do país”, atesta Nogima, em referência ao uso das hidrelétricas como principal forma de obtenção de energia no país.
Para ele, o Brasil, com uma taxa de inflação dos últimos dois meses em 6,15%, precisa rever a política de gastos públicos e ainda “tapar buracos” visando uma recuperação na matriz energética. “Não importa qual governo assumirá em 2015, ele evitará a todo custo que os
preços disparem. Acredito numa correção de forma gradual e escalonada e numa tendência de rigidez na política monetária”, afirma o economista.
CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS
Seguindo o mesmo raciocínio de Nogima, Roberto Zürcher, analista do departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), afirma que o represamento no preço dos combustíveis e da energia traz consequências negativas para a inflação. “As consequências são claras, a Petrobras com grandes problemas e o risco de apagão são as notícias do dia. Mais uma vez forneceu-se uma imagem falsa sobre o país. Logo deverão aumentar essas tarifas, pressionando ainda mais a inflação”, sentencia Zürcher.
Sobre a possibilidade de uma estagnação na economia, Zürcher acredita em consequências a longo prazo. “A economia que já vinha crescendo pouco continuará neste ritmo, a consequência é a redução do PIB per capita, ou seja, o
empobrecimento relativo da população. Este movimento não é de meses e sim de anos”.
Sandro Silva, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos (Dieese), acredita que a inflação é pontual em alguns segmentos e não são os juros os únicos culpados. “Ainda com o aumento da inflação, ela fechou o ano passado dentro da meta de 6,5%”, explica Silva.
Segundo ele, a discussão sobre o
reajuste na energia se dá muito por conta de problemas climáticos. “Por causa da estiagem dos últimos meses, foi reduzido o uso das hidrelétricas e aumentou o uso das termoelétricas, que têm um custo maior”. Silva acredita que o governo deve bancar a diferença na tarifa para não repassar o aumento ao consumidor final e ainda minimiza os efeitos na inflação. “O reajuste de 10% na energia tem um peso de apenas 2,65% na inflação”, alega.
LOCAÇÃO DE IMÓVEIS AINDA É UMA PRÁTICA COMUM
Mesmo com a facilidade do crediário para a compra da casa própria, muitos optam pelo aluguel
Morar em casa alugada é parte da vida de muitos brasileiros. Ainda há quem opte pela taxa mensal de um imóvel que não é seu, a pagar uma parcela fixa de uma residência própria. Entretanto, deve-se levar em conta o orçamento e a projeção familiar para então decidir qual é a melhor condição habitacional.
Oberdan Floriano Barbosa, proprietário de 13 residências que estão alugadas, diz que não houve um crescimento da procura por imóveis em função de empréstimos financeiros e facilidade de crediário, além de programas governamentais. Todavia, Barbosa afirma que a demanda tem atendido a sua oferta. “Hoje a procura é muito grande, porém, deve ser feito uma triagem dos futuros candidatos a locatário, evitando com isso dissabores, tais como falta de pagamento de aluguel ou taxas comuns inerentes à moradia”.
Para o economista Carlos Magno é mais vantajoso investir em uma casa própria do que se prender a algo que não é fixo,
mas considerando a faixa etária, estado civil e rendimento financeiro mensal, é compreensível alugar um imóvel. “Por exemplo, um casal jovem, no início até vale a pena o aluguel para saber definitivamente aonde eles vão morar, em qual região vão trabalhar, o que é próximo e ter os parâmetros do estilo de vida deles. Aluguel é por seis meses, um ano no máximo, até eles aderirem a um financiamento habitacional, imobiliário, e assim ter sua casa própria”.
Rosa Estevem, que residiu por quatro anos em casa alugada, disse que o motivo de ter ficado esse tempo em locação de imóvel é pelo fato de estar juntando dinheiro para a casa própria. “Eu queria comprar uma casa já pronta e não o terreno e depois ter que construir, então esta foi minha alternativa”. A dona de casa diz que os custos de aluguel estão altos demais independente do local que se quer alugar. “Não se encontra casa por menos de R$ 500,00, seja no Centro ou distante dele”.
DICAS DO ECONOMISTA
Magno também ressalta a importância de atentar a valores ao negociar e assinar um contrato, justamente pelo fato de que pode haver taxas inclusas que passam despercebidas ao olhar do financiador. “Tem que ver se o valor do aluguel já é o valor bruto, se não há incidência de outros valores. Às vezes ele aluga a casa por R$ 1 mil e quando chega o boleto ele se assusta, “poxa, o que são esses outros valores?”.
A gerente de locação da Galvão Imóveis, Marise Hartmann, diz que depende da época do ano para aumentar ou diminuir a procura pelos tipos de
imóveis de aluguel. “No início do ano a procura é mais por residênciais, no primeiro trimestre, que vai de janeiro até meados de março, tem uma grande procura por causa das universidades, locações para estudantes e famílias que vêm de outras cidades. Mas a média entre proporção residencial e comercial de locação é 65% residencial e 35% comercial”. Marise afirma que por mais que o número de imóveis tenha aumentado com o tempo, a procura continua estabilizada e sem grande aumento devido ao financiamento de crédito imobiliário para casa própria.
04 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Optar pelo aluguel ainda é viável para muitas famílias
“Mais uma vez forneceu-se uma imagem falsa sobre o país” Tarifas de energia e dos combustíveis não seguem a inflação e desaceleram o crescimento do PIB
O preço da gasolina, já alto devido à carga tributária, iria disparar se repassado corretamente
Caio Liberal / 3° Período
Carvalho / 3° Período
Gabriele Russi / 3° Período Giulie
Giulie Carvalho / 3° Período
Mesmo com o reajuste, a tarifa é 13,3% menor que a de 2010, quando o kWh custava 30 centavos.
NÃO TEM LUZ NO FIM DO TÚNEL
A 11ª conta de luz mais cara do mundo terá aumento previsto para 2015 (-0,65%) e em janeiro de 2013 (-18,12%).
Além do aumento autorizado anualmente para cada distribuidora, que depende da qualidade do atendimento e dos gastos das empresas com energia, todo consumidor terá um aumento adicional padrão. “Cada concessionária de distribuição possui uma data específica e um índice próprio para reajustar a tarifa. Ambos são definidos pela Aneel. A data-base da Copel é 24 de junho”, afirma Rothen.
De acordo com o economista Carlos Magno Andrioli Bittencourt, um reajuste de 9% sobre a tarifa atual resultaria em um aumento considerável.
CAI VENDA DE CARROS NOVOS
Estoque em fábricas e revendas é o maior desde 2008
O número de veículos novos encalhados nos pátios de fábricas e revendas de todo o país atingiu em março sua maior média em seis anos. Durante o período, 387 mil veículos se acumularam, à espera de compradores.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a queda nas vendas pode ter como causa a alta nos juros e a volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ainda de acordo com dados da Anfavea, entre janeiro e março deste ano as vendas caíram 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A baixa procura fez despencar consideravelmente a produção, que em março caiu 17,6%.
quadro nos piores casos”, relata a gerente de qualidade Simone.
Em busca de uma medida alternativa para o setor, a Anfavea orientou os associados a desacelerarem a produção, realizarem cortes e promoverem ações de vendas com condições especiais de crédito, em parceria com a Caixa Econômica Federal.
OPORTUNIDADES PARA O CONSUMIDOR
A
A conta de luz de todos os consumidores brasileiros vai subir em 2015. Em meio à crise do setor energético e à possível necessidade de um novo racionamento de energia no país, o consumidor comum é quem vai acabar pagando a conta.
Isto porque será criado um encargo na tarifa para quitar o empréstimo de R$ 8 bilhões feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às distribuidoras de energia. O objetivo do empréstimo é pagar as despesas das distribuidoras com a compra de energia no mercado de curto prazo e com as usinas termelétricas, neste ano e, assim, evitar um aumento imediato nas tarifas.
Segundo Marcelo Rothen, assessor de comunicação da Copel, o valor do reajuste será definido e divulgado no final de junho. “Ele considera vários fatores, destes, o repasse de custos operacionais é o único que conta com ingerência da Copel. Os demais são definidos pelo órgão regulador. Ainda assim, a Copel estima que o reajuste será de dois dígitos, ou seja, acima de 9%”.
A tarifa residencial atual é de 26 centavos o kWh. O reajuste do ano passado foi de 9,55% em média para todas as classes de consumo, e de 8,77% para a residencial, em particular. Mesmo com o reajuste, a tarifa é 13,3% menor que a de 2010, quando o kWh custava 30 centavos. Isto se deveu às reduções na tarifa em junho de 2012
Bittencourt acredita que o consumidor deve tomar providências para que o aumento não afete tanto as contas no final do mês. “Ele terá que economizar energia com algumas medidas, tais como: usar menos o chuveiro se for elétrico; apagar as luzes em ambientes que não estão sendo utilizados; adotar fotocélula em ambientes externos – dessa maneira a luz acende e apaga automaticamente”, conclui.
ENTENDA A CRISE
As distribuidoras de energia têm tido gastos maiores nos últimos meses por causa do aumento do uso de energia de termelétricas, que é mais cara. Os reservatórios de água do país se encontram em níveis muito baixos. O principal período de chuvas em regiões que abrigam as cabeceiras dos rios em Minas Gerais e Mato Grosso acabou no fim do mês de abril, porém as chuvas vieram abaixo do esperado. Para conseguir dar conta de toda a demanda as termelétricas brasileiras estão operando 24 horas por dia, contudo estão preparadas apenas para gerar energia reserva.
Com isso, o governo brasileiro tem emprestado bilhões de reais para as distribuidoras, a fim de evitar um colapso energético. Em 2013, foram repassados R$ 9 bilhões. E neste ano mais R$ 4 bilhões devem ser repassados.
A gerente de qualidade da Faureciaempresa que fornece bancos de automóveis para montadoras na região de CuritibaSimone Della Barba Wiecheteck, sentiu o impacto negativo da queda das vendas. “Todos os investimentos previstos estão parados até a retomada do crescimento. Com isso, não temos desenvolvimentos de novos produtos, o que afeta diretamente grandes áreas da empresa como engenharia, por exemplo. Com esse prognóstico, também reduzimos o nosso volume de vendas e consequentemente a nossa lucratividade, já que os custos fixos permanecem praticamente inalterados”, afirma.
ESTRATÉGIAS
Para reduzir consideravelmente os estoques, grande parte das montadoras adotou medidas de corte de produção, como férias coletivas e até demissões.
Seguindo a tendência do mercado, a Faurecia também pretende desacelerar buscando uma medida para a redução de seus estoques. “Como as montadoras estão diminuindo o volume de produção, nós como fornecedores também sofremos diretamente isso, tendo que dar férias coletivas aos funcionários, utilizar banco de horas e, inclusive, aplicar redução de
Se por um lado a indústria automobilística está em crise, de outro os proprietários de concessionárias e garagens aproveitam o momento para atrair consumidores. O diretor da DVC - loja de veículos novos e usados em Curitiba – Gustavo Rocha Loures Christoval, revela ter visto suas vendas aumentarem consideravelmente nos últimos meses e, contrariando o pessimismo do setor, o empresário está otimista com os negócios. “Com base no meu conhecimento de 22 anos trabalhando com carros usados, afirmo que as vendas subiram cerca de 30%, em carros importados de alto padrão, inclusive”, ressalta.
O diretor comenta ainda que o mercado de 2012 e 2013 fechou várias lojas com as promoções das concessionárias, mas que agora o ciclo virou para os carros usados. “É mais vantajoso você comprar um seminovo, pois ele já sofreu a desvalorização que a cada ano reduz o valor. Ou seja, você compra um carro com baixa quilometragem num preço acessível”, afirma.
Proprietário de uma Ranger, Luiz Carlos Pereira, pretende aproveitar os feirões que serão promovidos pelos garagistas nos próximos meses para trocar de veículo. “Quero adquirir um carro novo faz tempo, mas no ano passado desisti por causa do fim do desconto do IPI. Agora quero aproveitar essas promoções das concessionárias para pegar um veículo mais novo, com boas condições de pagamento", conta.
05 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
inflação deve ser de 9% sobre o valor atual
“O REPASSE DE CUSTOS OPERACIONAIS É O ÚNICO QUE CONTA COM INGERÊNCIA DA COPEL. OS DEMAIS SÃO DEFINIDOS PELO ÓRGÃO REGULADOR. AINDA ASSIM, A COPEL ESTIMA QUE O REAJUSTE SERÁ DE DOIS DÍGITOS, OU SEJA, ACIMA DE 9%”
Carros se encontram enfileirados em concessionárias
Jeslayne Valente/4ºPeríodo
Jeslayne Valente / 4° Período
/ 3° Período
Aryane Monteiro
Aryane Monteiro / 3° Período
PLANOS FUNERÁRIOS SÃO CANCELADOS EM CURITIBA
Clientes procuram saber como proceder após decisão judicial que anulou milhares de contratos
Cerca de 200 mil pessoas foram afetadas por uma decisão da justiça que cancelou mais de 40 mil planos funerários em Curitiba. Com a medida, milhares de clientes desses planos estão apreensivos sobre o futuro dos contratos.
A aposentada Vergília Ceccon, cliente da Luto Curitiba, uma das empresas de assistência funerária que foram punidas pela decisão judicial, ainda não sabe como proceder e confessa que está aguardando o desenrolar da ação. “Essa semana até veio uma conta do meu plano, mais eu conversei com meus filhos e decidimos que era melhor que eu não pagasse, agora o que eu vou fazer é esperar para ver o fim do caso e resolver tudo da melhor maneira possível”. Vergília disse que ainda não foi contatada por ninguém da empresa para que fossem prestados esclarecimentos, mas já procurou uma advogada para que ela faça uma análise do seu contrato com o plano de luto, e que dependendo do parecer pensa sim em entrar no Procon para resolver a situação.
Em nota, o Procon informou que, após
a decisão da justiça, várias pessoas ligaram para o órgão de defesa do consumidor procurando informações sobre o caso, mas que até agora não houve contato por parte das empresas, assim como nenhuma conciliação foi realizada até o momento.
O Procon negou também que tenha firmado qualquer acordo entre o órgão e as empresas, pois a situação não foi regularizada.
DECISÃO PODE AFASTAR CLIENTES
A sentença que foi aplicada pela justiça é em primeira instância, ou seja, ainda cabe recurso por parte das empresas. Segundo Flávio Mildenberg, diretor da Luto Curitiba, a empresa já está recorrendo da decisão judicial. Ele diz também que os clientes não serão afetados por esse cancelamento imposto pela justiça. “Tratam-se de contratos que não são mais comercializados há muito tempo, portanto, a ação não tem efeito prático para os clientes”, afirma Mildenberg.
A decisão tomada pela justiça foi criticada pelo diretor da Luto Curitiba.
“Empresas de auxílio ao funeral existem no país inteiro, algumas cidades possuem regulamentação e outras não. Curitiba está no caminho de ser regulamentada, porém até isso ocorrer, estamos à mercê de ações absurdas como a que foi proposta”, diz Mildenberg. Ele ainda afirma que existe uma diferença entre os serviços prestados
por planos de luto e funerárias, e que as empresas de luto não prestam serviços que são exclusivamente da outra parte.
Por fim, o diretor diz que a empresa tem atuado na mídia “para explicar a confusão entre o que é prestado entre os planos e as funerárias, motivo da ação judicial”, conclui.
LUTA A FAVOR DAS MULHERES Motoristas deverão parar fora dos pontos após as 22h para deixá-las mais perto de casa
Um projeto de lei apresentado no dia 07 de abril pelo vereador Dirceu Moreira (PSL) sugere que as empresas que operam as linhas de ônibus de Curitiba sejam autorizadas a parar os veículos fora dos pontos para o desembarque de mulheres. A medida seria válida apenas após as 22h e visa a segurança das usuárias. Ainda não há data para a votação do projeto, pois antes de chegar ao plenário ele precisa passar pelas comissões específicas da Câmara Municipal.
Os locais de parada devem estar dentro do trajeto do ônibus, sendo responsabilidade das empresas divulgar esse benefício, contudo, essa mudança não afetará a rotina dos motoristas e cobradores da capital paranaense. Uma determinação operacional de novembro de 1991 já define que os motoristas parem no local solicitado pelo usuário a partir das 22h, porém, a exigência não especifica o público, ou seja, homens ou mulheres podem usufruir da alternativa no momento do desembarque.
Leonice de Moraes, 44 anos, é enfermeira e pega ônibus todos os dias quando volta do trabalho. “É uma vantagem para as mulheres. Eu moro em uma área considerada perigosa e chego em casa sempre depois das 23h. O ônibus para um pouco antes do meu condomínio porque facilita para muitas pessoas. Não dá para ser egoísta, temos que pensar no bem comum”.
EXCEÇÕES
De acordo com a Urbanização de Curitiba (URBS), o passageiro pode pedir para descer fora do ponto em quase todas as linhas disponíveis. As exceções ficam por conta dos ônibus expressos, que trafegam nas canaletas, e os Ligeirinhos, que param apenas nas plataformas das estações-tubo. A possibilidade de parada fora dos pontos de ônibus oficiais deve ser divulgada pelas empresas de ônibus no espaço interno dos veículos.
Segundo o vereador, o projeto está de
acordo com o interesse público. “Em sua luta diária, as mulheres enfrentam desafios diversos como a profissão, os serviços domésticos, estudos e responsabilidades com filhos. São cidadãs que não merecem ficar preocupadas com a falta de segurança
durante o desembarque nos pontos de ônibus”, conclui Moreira.
Caso seja verificado o desrespeito dessas normas, as empresas estarão sujeitas a multas.
Empresas que não respeitarem a lei estarão sujeitas à multa
06 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
“Curitiba está no caminho de ser regulamentada, porém até isso ocorrer, estamos à mercê de ações absurdas como a que foi proposta”
Victor Waiss/4 o Período
Guilherme Zuntini / 2o Período
Guilherme Jinbo Borges / 2° Período
Victor Waiss / 4o Período
Planos funerários se defendem e prometem recorrer da decisão judicial
”
É muito perigoso carros pequenos trafegarem nas canaletas exclusivas para ônibus. Depois que um expresso matar um motorista ou um pas sageiro irão cobrar do sindicato”
PROJETO SUGERE QUE TÁXIS UTILIZEM CANALETAS DE ÔNIBUS
Vereador Mestre Pop defende que taxistas trafeguem nas vias expressas durante a Copa
Um projeto de lei proposto pelo vereador Mestre Pop (PSC) vem causando polêmica entre os curitibanos. A proposta consiste em liberar o tráfego dos taxistas que estiverem com passageiros nas canaletas de ônibus de Curitiba, durante o período da Copa do Mundo.
O vereador defende o seu projeto, afirmando que ele irá atender toda a necessidade da população durante o período do Mundial. “Faz tempo que o transporte de Curitiba não é mais modelo para ninguém, a cidade cresceu e isto não evoluiu, e na Copa do Mundo haverá mais turistas aqui em Curitiba, que além de conhecer a nossa cidade vão frequentar os jogos, e com os táxis nas canaletas atenderemos toda a necessidade da população, juntando o útil ao agradável”.
Mas o projeto do vereador conta com algumas regras para ser executado. Os taxistas só vão poder trafegar na canaleta durante o período da Copa e no momento em que estiverem com passageiros, devendo desembarcar fora das vias exclusivas para ônibus e terminais.
Contudo, o projeto tem recebido críticas. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditaxi/ PR), Abimael Mardengan, há um risco muito grande de carros pequenos trafegarem nas canaletas exclusivas para ônibus. “A posição do sindicato é contrária, pois não existe necessidade e também como uma forma de prevenção. É muito perigoso carros pequenos trafegarem nas canaletas de ônibus. Depois que um expresso matar um motorista ou um passageiro irão cobrar do sindicato. Só estamos querendo prevenir algo que pode acontecer. Quando acontecer algo o vereador não vai querer assumir a responsabilidade”, disse Mardengan.
A rejeição do Sinditaxi ao projeto é questionada pelo vereador. “As diretorias dessas representações de classe acabam falando por toda a categoria, mas nem todos os membros do sindicato foram ouvidos. Pego táxi com frequência e muitos taxistas, na hora que eu falo como funciona
o projeto, são a favor, pois sabem que vão ser beneficiados com a rapidez de seus carros nas canaletas e por consequência, irão realizar mais corridas. Se os diretores conversassem com toda a classe saberiam que praticamente 90% dos taxistas pretendem aderir à ideia por ser um benefício para esses trabalhadores”, frisou o vereador.
Diferentemente dos que são contra o projeto, o taxista Adriano Lucas da Silva, da radio táxi Lig Táxi, é a favor da ideia, pois diz que quanto menos tempo levar numa corrida, mais passageiros vai conseguir. “O projeto vai melhorar o atendimento e agilidade das corridas durante o período da Copa, e fazendo a locomoção mais rápida, nós taxistas vamos conseguir mais corridas no decorrer do dia”, relatou Silva.
O taxista também comentou que o projeto vai melhorar o trânsito principalmente nos horários de fluxo, mas que essa ideia já tinha sido proposta há
alguns anos, mas não foi aprovada.
Para Mardengan, a melhor saída para melhorar o fluxo do trânsito na capital seria a liberação do prefeito Gustavo Fruet para uma nova frota de carros. De acordo com o presidente do Sinditaxi, no início do ano foram solicitados mais de 750 carros de táxi, mas até agora a Prefeitura não liberou.
A população curitibana ainda se mostra em dúvida sobre qual meio de transporte utilizar durante a Copa do Mundo. A preocupação se dá pelo trânsito na capital, pois não tem como fugir dele, indo de carro, táxi ou ônibus.
A web designer Vanessa Mazzorana faz parte do grupo de pessoas que ainda não sabe como fará para ir até o estádio do Atlético assistir aos jogos do Mundial. “Ainda não sei como vou fazer pra chegar à Arena da Baixada, mas se for aprovado esse projeto, o táxi pode ser uma boa saída, pois vai ser rápido andar com eles. Porém, é quase impossível encontrar táxis em Curitiba, então o projeto só vai dar certo se tivermos táxis disponíveis, caso contrário, vou ter que ir de ônibus, que é menos
LINHAS ESPECIAIS PARA A COPA
Nos dias de jogos em Curitiba (16, 20, 23 e 26 de junho) serão disponibilizadas linhas especiais de ônibus para atender a necessidade de toda a população de Curitiba e os turistas que visitarão a cidade.
Vão circular pela capital as linhas especiais Aeroporto/Boqueirão, Circular Copa, leva e trás UniCuritiba 1 e 2 e leva e trás PUC-PR 1.
A Linha Aeroporto/Boqueirão fará a integração do aeroporto com o eixo Boqueirão, possibilitando acesso à estação Getúlio Vargas, a um quilômetro do estádio.
A Linha Circular Copa passará pela região central, nos moldes do Circular Centro, mas fazendo a ligação com o estádio do Atlético.
As Linhas UniCuritiba 1 e 2 e PUC-PR 1 farão a ligação das universidades até o estádio Arena da Baixada.
07 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
cômodo, mas que sei que sempre estará à disposição”, atesta Vanessa.
PROJETO VAI MELHORAR O ATENDIMENTO E AGILIDADE DAS CORRIDAS DURANTE O PERÍODO DA COPA”
“O
Morais / 3o Período
Com a aprovação do projeto de lei, os táxis irão dividir o espaço exclusivo dos ônibus Stephanie
CURITIBA PARA POUCOS
Mudança de nomes em regiões da cidade gera polêmica
SoHo” é uma abreviação que originalmente significa “South of Houston”, uma expressão anglo-saxônica, dada a um bairro nobre de Nova York. O bairro surgiu no meio do século XIX, com prédios que faziam uso de estruturas de ferro fundido. Nos anos 70, decadente, o lugar foi adotado por artistas, que inventaram ali o conceito de “loft”. No fim dos anos 80 se tornou endereço de
galerias de arte e grifes de vanguarda. Em Curitiba, o Batel SoHo é a região no entorno da Praça da Espanha na qual surgem novos negócios que vão além das ruas principais, chegando em outros pontos e formando uma forte área de influência, principlamente econômica.
Em dezembro de 2013, a revista de culinária Bom Gourmet, do Jornal Gazeta do Povo, lançou o Geocook, que seria uma nova forma de entender a cidade. O projeto consiste em demarcar as áreas que concentram serviços e lojas de gastronomia, ou seja, que têm vocação para alimentação, saúde e bem-estar. A editora da revista, Deise Campos, diz que o projeto não visa mudar o nome dos bairros e sim criar polos atrativos da cidade. “A maioria das regiões vocacionadas tem mais de um bairro em suas delimitações. Esses ‘apelidos’
têm como objetivo facilitar a identificação dos bairros aos seus maiores atrativos. Assim, a parte que engloba o Largo da Ordem, a Rua Trajano Reis e uma parte do bairro São Francisco será denominada Centro Histórico por exemplo”, afirma.
Em março deste ano foi criada uma
página em uma rede social que recebeu o nome de “SoHo Não”, administrada pelo jornalista Eduardo Feminiano. A página tem como objetivo criar argumentos contra os apelidos dos bairros e debater junto ao público os problemas históricos, sociais e econômicos que essa mudança
08 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Página do movimento “SoHo Não” que já possui milhares de adeptos
Bairros nobres propiciam a criação de polos econômicos
Reprodução
Taís Coutinho Arruda / 3º Período
IMPACTO ECONÔMICO
A criação de um polo comercial como o Batel SoHo não ocorre sem impacto na economia da região. Segundo Othon Accioly, presidente da Associação dos Co merciantes da Região da Praça da Espanha (Ascores), os interesses monetários de ram origem ao circuito. “Em 2007 criamos a Ascores com o objetivo de fomentar o comércio na região e desenvolver atividades culturais na Praça da Espanha”, conta.
Accioly afirma que a medida trouxe impactos positivos e negativos para os lojis tas. “Houve um crescimento significativo no faturamento da região, principalmente o segmento de gastronomia”, aponta.
Contudo, ainda de acordo com o empresário, “houve uma forte valorização imobiliária na região, o que tem gerado grandes dificuldades aos comerciantes na renovação dos seus contratos de locação”.
O presidente apoia a criação de outros circuitos em Curitiba, com ressalvas. “Ten tar impor aos comerciantes de outras regiões um ‘SoHo’ é um desrespeito ao nosso projeto”, opina.
O economista José Guilherme Silva Vieira afirma que a mesma especulação imobiliária que desfavorece o Batel SoHo favorece o surgimento de novos polos. “Curitiba está expulsando os pobres para a região metropolitana. Assim, o aumento de renda viabiliza novos negócios focados para classes de renda mais altas”, explica.
Vieira acredita que o projeto será financeiramente bem sucedido em longo prazo. Ele diz que já houve “bairros que foram ganhando destaque ao longo do pro cesso de crescimento da renda e se tornaram centros culturais, gastronômicos e de lazer”. O economista cita o exemplo da Vila Olímpia, em São Paulo.
traria à cidade de Curitiba.
“Se um ou mais órgãos de comunicação passarem a chamar bairros e regiões como bem quiserem, teremos uma bagunça. A divisão dos bairros é fruto de uma lei, fruto de planejamento urbano e história. Isso vai confundir a população, os turistas, além de desrespeitar a organização da cidade”, explica o jornalista.
Deise relata que todo processo de escolha dos apelidos foi feito em conjunto com os comerciantes dos bairros citados. “Foram realizados oito encontros com os comerciantes dos bairros em questão, na redação de revistas da Gazeta do Povo para discussão do assunto. Inclusive, o apelido “Cabral SoHo” foi sugerido pelos comerciantes do Cabral”, diz.
O QUE PENSA A POPULAÇÃO
Em geral, os comerciantes da região da Rua Augusto Stresser, no Cabral, aprovam a mudança e a incorporação do local ao nome Cabral SoHo. “Se for adotada a mudança, espero que só contribua para que aumentem as vendas, pois estamos expandindo o negócio e queremos ver um retorno”, relata o comerciante Robert Ferreira.
Já para a também comerciante Heliete
Assai, a mudança de nome “por um lado contribui para os estabelecimentos, por outro encarece mais ainda a região que já é cara”.
A funcionária Karine Ribaski ressalta que “será ótimo a adoção do nome Cabral SoHo. Moro na região do Batel onde também houve a mudança e vejo como contribuiu para o local. Se adotarem para a região só irá trazer benefícios tanto para os moradores, como para os comerciantes”.
Já para o frequentador do Batel SoHo Henrique Witoslawski, a proposta é provinciana. “Se os lugares têm problemas como assaltos, ruas esburacadas e o comércio está em baixa, existem diversas outras soluções para remediar esses problemas. O ‘SoHo’, o ‘Jardim’ parecem impostos, dão a imagem de que Curitiba ainda é uma cidadezinha da periferia imitando as tendências das metrópoles. Me lembrou a Belle Époque, do início do século XX”.
Para Valquíria Renk, professora do curso de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a proposta é puramente mercadológica. “Não passa de uma estratégia de marketing intencional, bem planejada e definida para atrair e fidelizar um público alvo com alto poder aquisitivo”, concluiu.
QUESTÃO POLÍTICA
O artigo 19, inciso II da Lei Orgânica Municipal determina que a alteração do nome dos bairros de Curitiba só pode ser feita pelo poder público municipal e por meio da elaboração de consulta pública. Entretanto, para Fábio Campana, comentarista político, tudo é possível. “Existe sim a chance de novos bairros serem criados oficialmente, pois temos uma população que gosta de novidades do tipo”, pontua.
Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Paulo Salamuni, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que “a nomeação de bairros não pode partir de um veículo de comunicação ou de uma associação de comerciantes. Pode ser que o jornal use esses nomes para fomentar a atividade comercial da região. Mas são apenas nomes fantasiosos”.
Em um tópico Salamuni e Campana demonstram convergência: são contra a “sohorização” de Curitiba. “Moro numa cidade construída em mais de três séculos. Que recebeu nome e nomes de seus bairros que têm a ver com a história da cidade. Mudar esses nomes, desvirtuá-los, aproximá-los da nomenclatura de um bairro de Nova York para dar sofisticação é coisa para cultura de colonizado, sem memória, de uma indigência brutal”, diz Campana.
09 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Bruna Caroline e Daniele Alcoléa / 3o Período
UM LADO, A MUDANÇA CONTRIBUI PARA OS ESTABELECIMENTOS. POR OUTRO, ENCARECE MAIS AINDA A REGIÃO QUE JÁ É CARA”
“POR
Principais comércios do Batel SoHo, nos arredores da Praça da Espanha
Taís Coutinho Arruda / 3º Período
Alana Dombrowski Lima / 3º Período
Roberto Roden / 3º Período
CRIANÇAS SOZINHAS EM CASA CAUSAM ACIDENTES
“Filho, não mexa no fogão nem vá lá fora, o pai já volta”. Esta é uma das frases mais comuns ditas pelos pais antes de deixarem seus filhos sozinhos por algumas horas, mas o que eles desconhecem é que existe pena de detenção para tal ato.
Segundo o advogado Hugo Soares, especializado em Direito Penal, a pena é de seis meses a três anos. “Se do abandono, resultar-se lesão corporal de natureza grave a pena é de reclusão, de um a cinco anos; se resultar em morte, reclusão de quatro a 12 anos. Há também causas especiais de pena aumentando-se um terço, na hipótese do abandono ocorrer em lugar ermo; e se o agente é ascendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima, sendo aplicado também no caso de idosos maiores de 60 anos”.
Ao deixar o filho sozinho em casa, são variados os acidentes que o mesmo pode provocar, e o motivo é a falta de acompanhamento e auxílio dos pais ou responsáveis. Soares ainda acrescenta que os acidentes mais comuns são “queimaduras, fugas da residência, desaparecimento, rapto, atropelamentos, manuseio indevido de arma de fogo, enfim, qualquer situação aguçada pela
curiosidade da criança ou pela má intenção de terceiros na ausência dos pais ou adultos responsáveis”, finaliza.
ESTATÍSTICAS
De acordo com o Código Penal Brasileiro, tal ato está detalhado e previsto no artigo 133 (Decreto Lei 2848 de 1940), havendo também um tópico penal específico para a exposição ou abandono de recém-nascido, com pena de detenção de seis meses a um ano. Os incidentes, ou lesões não intencionais, representam a principal causa de morte de jovens entre um e 14 anos no Brasil. Dados do relatório do Ministério da Saúde de 2013 apontam que cerca de 4,7 mil crianças morrem e 125 mil são hospitalizadas anualmente, vítimas deste tipo de negligência por parte dos pais ou responsável. No entanto, segundo dados do relatório mundial sobre prevenção de acidentes com crianças e adolescentes, realizado pela Organização Mundial da Saúde em parceria com o Fundo das Nações Unidas da Infância (Unicef), estima-se que o número de vítimas seja aproximadamente 830 mil por ano.
Para a assistente social Solange Fernandes, a maior causa desse tipo
de violência está associada à questão econômica, até porque normalmente os pais deixam os filhos pequenos sozinhos em casa para trabalhar, e não tem quem fique com a criança, seja por falta de parentes que se disponham, serviço público (creches) ou até mesmo o fato de não ter como pagar alguém para substituí-lo em sua ausência. “Em casos de negligência e situação de abandono comprovado e reiterado é comum os pais perderem a guarda provisoriamente e até em alguns casos mais extremos, a perda em definitiva do poder familiar. Neste último caso, as crianças vão para um lar ou um abrigo e podem ser adotadas, vai depender de vários fatores como idade, grupo de irmãos, etc”, afirma Solange.
A assistente social ainda orienta que as crianças devem ser protegidas sempre, e se for necessário, dependendo do risco pelo qual estão expostas, afastá-las dos pais e afirma que, neste caso, o primeiro passo é buscar um parente mais próximo, para que o juiz indique a tutela ou a guarda provisória. “Os pais respondem na justiça e podem até ser condenados. Quando uma situação é de menor gravidade eles são advertidos e acompanhados de perto
por um profissional, como um conselheiro tutelar ou assistente social”, conclui.
ENQUETE
Mas nota-se que ainda é grande a taxa de pais que deixam os filhos sozinhos em casa. Para comprovar, foi realizada uma enquete com aproximadamente 30 pais residentes no município de Pinhais, na qual, 80% deles admitem que deixam os filhos sozinhos em casa, nem que seja somente por um período ou curto espaço de tempo.
Em algumas situações, as crianças ficam sob o cuidado dos parentes ou até mesmo dos irmãos mais velhos, como é o caso da cabeleireira Marcela Cristina Peixoto, mãe de Stephanny, de 10 anos, e Victor, de oito. “O Victor fica aos cuidados da irmã mais velha e as vezes da tia. Reconheço o risco de deixar meus filhos sozinhos, mas nem sempre tenho com quem deixá-los”.
Já o policial Anderson Gomes, pai de Guilherme, de cinco anos, afirma nunca ter deixado o filho sozinho em casa, devido aos perigos. “Na parte da manhã quando ele não vai para a escola, ele fica com uma moça de extrema confiança”.
PREVENÇÃO
Renata Guidolin, colaboradora da ONG Criança Segura, afirma que a prevenção é a melhor solução para acabar com os incidentes. “Com a conscientização da sociedade, pelo menos 90% dos acidentes poderiam ser evitados com atitudes preventivas, como ações educativas, modificações no meio ambiente, modificações de engenharia, criação e cumprimento de legislação e regulamentação específicas”.
Renata ressalta que alguns cuidados no dia-a-dia podem evitar que mais crianças se tornem vítimas fatais dentro de casa, pois além dos incêndios, a arma de fogo (normalmente em posse dos pais) tem feito parte do topo das estatísticas, como causadora de acidentes com menores.
“Até oito anos de idade as crianças não conseguem distinguir entre armas reais e de brinquedo, ou até mesmo entender completamente as consequências de suas ações”, finaliza a colaboradora.
10 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Abandono de incapaz é considerado crime e pode levar pais à cadeia
“Com a conscientização da sociedade, pelo menos 90% dos acidentes poderiam ser evitados com atitudes preventivas”
Fernanda Bertonha / 4º Período
Pais negligentes podem perder a guarda dos seus filhos
ÁLBUM OFICIAL DA COPA DO MUNDO 2014
JÁ ESTÁ À
VENDA
A tiragem inicial foi de 8,5 milhões de exemplares. Há também a opção de um álbum virtual
O álbum da Copa do Mundo 2014 já está à venda nas bancas de Curitiba desde o dia 05 de abril. O livro, em versão simples, custa R$ 5,90, e cada pacotinho com cinco figurinhas sai por R$ 1,00. Já a versão deluxe, com capa dura, custa R$ 24,90. Ao todo, o álbum contém 640 figurinhas, sendo 40 delas metálicas.
A edição deste ano conta com cromos dos 32 países participantes, além de figurinhas de estádios, mascotes e informações das seleções que concorrem ao Mundial. A tiragem inicial é de 8,5 milhões de álbuns.
Para outros interessados, há a opção de colecionar o álbum virtual, basta criar um registro no site da Fifa, a partir do dia 15 de abril. Para sua versão online, o livro contará com 391 cromos.
Para o vendedor José dos Santos, 25 anos, proprietário de uma banca de revistas no centro de Curitiba, os álbuns da Copa sempre venderam bem. “O álbum vende muito, principalmente por ser uma Copa aqui no Brasil”. Já os compradores são de diversas faixas etárias. “Eu vendo bastante
para os pais que levam para seus filhos, mas no geral o público é bem variado”.
20 ANOS DE PAIXÃO
O representante comercial Everson Xavier, 37 anos, coleciona os álbuns da Copa desde a edição de 1994. “Como sou fã de futebol, principalmente do Romário, e nunca tinha visto o Brasil ganhar uma Copa, acreditei que seria naquele ano, e a partir de então comecei a completar os álbuns”.
A coleção de Xavier ainda inclui as edições dos Mundiais de 1998 a 2010. “Tenho os álbuns das últimas cinco Copas do Mundo e todos estão completos. Já comprei o de 2014, com os primeiros envelopes”. Para o colecionador, completar álbuns de figurinhas é como uma terapia. “O melhor disso é ver toda a família abrir os envelopes junto comigo e torcer pela figurinha que ainda falta”.
A Copa do Mundo 2014, que terá início no dia 12 de junho, passará por 12 capitais brasileiras e será encerrada oficialmente no dia 13 de julho.
E AGORA, TRIO DE FERRO?
Altético e Coritiba se preparam para o Brasileirão e Paraná Clube tenta o acesso na Série B
ATLÉTICO
O time não foi bem na Libertadores, e com a eliminação precoce, o treinador Miguel Ángel Portugal se vê pressionado. Para piorar, o Atlético não jogará em Curitiba até o final de agosto. Isto porque o clube foi punido por nove jogos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), devido à “batalha de Joinville”, como ficou conhecida a briga com torcedores vascaínos, na última rodada do Brasileirão 2013. Cinco dos nove jogos serão disputados a pelo menos 100 quilômetros da capital, e os outros quatro com portões fechados.
No Paranaense, a diretoria repetiu a tática de 2013 e jogou o campeonato com o time de garotos até 23 anos de idade, desta vez comandados pelo ex-jogador Petckovic. A equipe principal, apesar de ter disputado a Libertadores, fez apenas oito jogos oficiais neste ano. Dos jogadores da categoria de base que disputaram o estadual, Marcos Guilherme chamou mais a atenção e já integra o elenco de cima, sendo uma ótima opção ofensiva de velocidade. O zagueiro Manoel foi afastado do time por indisciplina e o atacante Adriano teve uma breve passagem pelo clube neste ano.
CORITIBA
A diretoria coxabranca anunciou um novo comandante. Após se frustrar com o trabalho do jovem treinador Dado Cavalcanti, o Coritiba confirmou a contratação de Celso Roth como técnico, e do preparador físico da Seleção Brasileira, Paulo Paixão, já que o Coritiba vem sofrendo muito com jogadores lesionados. A direção de futebol também foi alterada, com Anderson Barros assumindo o lugar de Felipe Ximenes, demitido no fim do ano passado. Roth, conhecido pelo seu estilo “durão”, era um sonho antigo do presidente Vilson Ribeiro de Andrade, e quase foi contratado no ano passado quando Marquinhos Santos foi demitido.
“A persistência e a demonstração do presidente motivaram minha vinda para cá”, disse o treinador na sua apresentação. Em entrevista ao Comunicare, o comentarista do canal Sportv, Lédio Carmona, disse que a mudança foi uma “tacada certeira” do Coxa. “Roth sabe montar equipes sólidas e Paulo Paixão e Anderson Barros darão mais peso ao futebol do Coritiba”, explicou o jornalista.
Entre os jogadores, Alex continua sendo o grande nome do time. O atacante André Lima também chega para ser o “nove” que a equipe precisa. Greyson Assunção, integrante da equipe esportiva da Rádio Banda B, acha que é necessário uma reformulação, e alerta, “o Coritiba não pode viver apenas do Alex”.
PARANÁ CLUBE
A diretoria do Paraná Clube apostava em um treinador que conhecesse bem a Série B. Ricardo Drubscky, ex-Atlético, chegou ao clube, fez apenas um jogo, mas pediu demissão para assumir o Goiás. “O Paraná é muito grande e a exemplos de outros clubes brasileiros passa por momentos de dificuldade. Todas as vezes que vim jogar na Vila Capanema tive muito trabalho”, contou Drubscky quando ainda era treinador do time. Mas o planejamento inicial de contar com o treinador foi alterado com sua saída surpresa.
Na Série B de 2013, o Tricolor ficou boa parte da temporada entre os quatro primeiros colocados, e a torcida paranista acreditou no acesso, porém problemas com atrasos de salários do elenco fizeram com o que o time caísse de produção e terminasse o campeonato apenas na oitava posição. Carmona e Assunção acham que os problemas financeiros atrapalham muito o Tricolor. “Essa situação financeira segura o Paraná na Série B”, opinou Assunção. Carmona, por sua vez, acredita que os salários atrasados só atrapalham. “Não se faz gestão profissional com atraso do pagamento da folha salarial. E isso vale para todos os clubes, não só para o Paraná”, finalizou. Daniel Malucelli/3oPeríodo
11 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Cada pacotinho com cinco figurinhas sai por R$ 1,00 Manoela Campos/2 o Período
Manoela Campos / 2º Período
A edição deste ano conta com cromos dos 32 países participantes, além de figurinhas de estádios, mascotes e informações das seleções que concorrem no Mundial.
PARANAENSES DOMINAM ETAPA DA FÓRMULA TRUCK EM CURITIBA
desenvolver um pouco mais o caminhão Volvo, que eu acredito ser um dos menos desenvolvidos, mas mesmo assim estou confiante”.
AVALIAÇÕES
Ainda de acordo com Pachenki, em um determinado momento da corrida pensou que seu equipamento não pudesse aguentar. “No meio da corrida a temperatura de água do motor do meu caminhão estava em 110° graus e essa medida é o limite, mas passou algumas voltas e eu vi que caiu para 100° graus, quando diminuiu continuei acelerando e a temperatura não subiu mais. Fiquei feliz, pois sabia que ia poder terminar o percurso da corrida”.
O terceiro colocado, Felipe Giaffone, afirma ter feito uma boa largada, mas foi ultrapassado pelos dois ponteiros. “Meu carro estava preparado para ficar em 3° lugar, gostei de ver a corrida deles, faltou muito pouco para entrar na disputa junto com Totti e Cirino”.
O autódromo internacional de Curitiba foi palco, no dia 13 de abril, da segunda etapa da Fórmula Truck e os pilotos paranaenses Leandro Totti e Wellington Cirino fizeram as honras da casa, dominando a corrida. Os dois protagonizaram uma acirrada disputa, mas quem venceu foi Totti com uma chegada emocionante na qual bateu seu adversário por apenas 62 milésimos de segundo.
Totti comemorou muito, mas admitiu a pressão que recebeu do conterrâneo Cirino durante toda a corrida. “Eu achei que ele fosse aliviar, mas ele apertou o ritmo a corrida toda, eu tive que forçar muito e meu freio acabou prejudicado. No fim, o caminhão dele estava muito mais equilibrado de freio que o meu”, explica.
A disputa entre os dois pilotos foi interrompida no início da terceira volta, em virtude de dois acidentes simultâneos,
envolvendo Pedro Muffato e Débora Rodrigues. Muffato teve problemas com a direção e seu caminhão chegou a perder contato com o chão, após bater no guardrail; Débora saiu da pista e bateu na proteção de pneus. Muffato conduziu seu caminhão aos boxes e abandonou a prova, mas Débora voltou à pista, em 25º lugar.
A estreante Michele de Jesus e o piloto curitibano Marcelo Cesquim foram penalizados por excesso de velocidade na prova. Na reta dos boxes existe um radar de velocidade e naquele ponto é proibido passar de 160 quilômetros por hora e ambos excederam o limite.
Cesquim é piloto profissional desde 2005, mas a etapa de Curitiba foi a sua segunda corrida dentro da Fórmula Truck. De acordo com ele, a pista de Curitiba é uma de suas favoritas, sendo o local onde mais correu em sua carreira, e afirma não estar se cobrando
por uma boa posição, já que ainda está em fase de adaptação. “Não estou colocando muita pressão na minha cabeça, pois é minha segunda etapa dentro da Truck, sempre corri em carros e agora correndo de caminhão tenho que ter um tempo para me adaptar”, e ressalta “já consegui chegar em oitavo lugar em um grid de 26 caminhões, eu mesmo não imaginava que conseguiria andar entre os top 10 da categoria na minha segunda corrida”.
Além de Totti e Cirino, o pódio do GP Crystal contou com o paulista Felipe Giaffone, na terceira colocação, o brasiliense Geraldo Piquet, chegou em quarto lugar, comemorando sua 100ª participação na Fórmula Truck, e Diogo Pachenki, outro piloto paranaense, que cruzou a linha de chegada em quinto lugar.
Em uma avaliação sobre sua trajetória na Fórmula Truck, Pachenki conta estar muito feliz com a sua nova equipe, Copacol Clay Truck Racing. “Ano passado eu aprendi bastante com a ABF Racing Team, mas esse ano eu tenho tudo para estar na ponta, brigando pela minha vitória. Temos que
A terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck será disputada no dia 18 de maio no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo, e a corrida valerá pontos também pela segunda etapa do Sul-Americano da categoria.
12 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Leandro Totti bateu Wellington Cirino por 62 milésimos de segundo
pilotos paranaenses
e
Marjorie Coelho / 2º Período Cirino fizeram as honras da casa.
Os
Leandro Totti
Wellington
Roberta Nassar/2ºPeríodo
“MEU CARRO ESTAVA PREPARADO PARA FICAR EM 3º LUGAR, GOSTEI DE VER A CORRIDA DELES, FALTOU MUITO POUCO PARA ENTRAR NA DISPUTA JUNTO COM TOTTI E CIRINO”
Leandro Totti comemora sua vitória
Roberta Nassar/2ºPeríodo
Vencedores do Grande Prêmio Crystal na segunda etapa da Fórmula Truck
UNIÃO ENTRE INSTITUIÇÕES PARA CULTURA
Embap e Centro de Criatividade de Curitiba podem dividir sede
Uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba o governo estadual pode resultar em uma nova sede para a Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), do governo estadual. A proposta está sendo solicitada pela diretoria da escola desde 2012 e o objetivo é fazer com que a convivência universitária seja maior, porque atualmente a instituição está dividida em três prédios.
ESPAÇO DIVIDIDO
Pelo projeto, a Embap ocuparia um bloco paralelo ao Centro de Criatividade de Curitiba (CCC), da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), que oferece cursos e oficinas de artes em ateliês no Parque São Lourenço. Mas, de acordo com os alunos do CCC, eles serão prejudicados devido à criação do novo bloco que poderá gerar predominância da Embap sobre o CCC.
Ana Kohler, coordenadora do CCC, releva a importância do local. “É um espaço no qual se fomenta a arte, aonde
a população busca seu saber artístico”.
Em relação à união com a Embap, a coodenadora se diz contrária. “Não é possível porque nossos prédios também estão comprometidos. É um prédio que tem 40 anos, o mais antigo de incentivo à cultura do Paraná”. Patrícia Ono, mosaicista e professora de mosaico há mais de 13 anos, fala sobre projeto. “Prejudicará porque não tem espaço suficiente para todos os alunos.
Não existe assistência do município, mas a população procura o seu valor cultural, um aprendizado que serve para a arte e para se profissionalizar também”. Rita Clara Gazza, aluna do CCC, corrobora com a afirmação de Ana Maria. “Tirar o nosso espaço, nossos direitos adquiridos. Eu gostaria que o diretor da FCC viesse aqui para nos ouvir, que ele soubesse o que a gente tem a dizer”. Os cursos custam em
média R$ 130,00 mensais por duas aulas por semana. “Um preço menor que nos ateliês particulares”, reitera a professora. A reportagem do Comunicare entrou em contato com a FCC para obter respostas a respeito das críticas feitas pelos alunos do CCC quanto ao projeto, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
OBJETIVO É SOMAR
Maria José Justino, diretora da Embap, se mostra otimista com o projeto. “Nosso objetivo não é expulsar ninguém, muito pelo contrário. É uma soma e não uma perda, o espaço lá é subaproveitado, e nossos cursos serão compartilhados”. Sobre a parceria, Maria José afirma que a iniciativa foi do vice-governador, Flávio Arns, que se “sensibilizou pela causa” e posteriormente teve o apoio da FCC. “É dinheiro público, não importa se é estado ou município, o que importa é o bem do público. Para que possamos continuar formando artistas, sejam eles da universidade ou dos ateliês livres”.
ORQUESTRA DE CÂMARA ABRE TEMPORADA DE CONCERTOS
Depois de um ano sem apresentações, o grupo comemora seus 40 anos com uma proposta ousada de direção
Os apaixonados pela Orquestra de Câmara de Curitiba puderam acompanhar, nos dias 11 e 12 de abril, o espetáculo de abertura da temporada de 2014, o concerto “Serenatas”.
Após um ano sem se apresentar, o grupo voltou comemorando os seus 40 anos de existência. Como novidade pelo retorno, a orquestra se apresentou toda em pé, sem maestro, com novos repertórios e sob nova direção, o violinista do grupo, Winston Ramalho.
Segundo Ramalho, é sempre um desafio enorme executar obras de alta complexidade, sem a presença de um maestro. “Tocar sem maestro vem sendo um grande desafio, porém, a dificuldade é gratificante, pois a conexão entre os músicos acaba sendo maior, um escuta o outro, fazendo o que é realmente a música de câmara’’, afirma o diretor.
Entre as músicas escolhidas, foram selecionadas peças que expressam a
genialidade de compositores universais, dentre elas Serenata Para Cordas em Dó Maior, Serenata Para Cordas em Mi Menor e Concerto para Viola e Cordas. As duas primeiras de compositores europeus e a última do brasileiro Radamés Gnattali que teve um solo do violinista convidado Alexandre Razera, paulista de Piracicaba que atua na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) e tem carreira marcada na Europa e no Japão.
O seu solo foi um grande desafio, a música que tocou precisava que todos tivessem o máximo de atenção. ‘’Fico muito contente e entusiasmado quando recebo este tipo de convites, como o da orquestra de Curitiba. É minha segunda apresentação como solista junto ao grupo. Já toquei inúmeras vezes em Curitiba. O público curitibano, além de demonstrar quando gosta do que está assistindo, tem grande apresso pela música, é uma cidade de grande cultura”, diz o violinista. A dona
de casa Regina Toledini se emociona a cada apresentação do grupo. ‘’A Orquestra de Câmera de Curitiba é muito talentosa. Em todos os espetáculos que assisti, me surpreendi com o esforço dos integrantes. A apresentação mostrou sincronia e espelho de muita dedicação e ensaio”, afirma.
PALESTRA
No sábado (12), antes da apresentação do concerto, o público pode assistir a uma palestra do compositor e arranjador
paranaense Marco Aurélio Koentopp. Ele fez uma breve explicação sobre algumas músicas do espetáculo e a trajetória profissional de seus compositores. ‘’Nós estamos buscando esta conversa e aproximação com o público, pois temos como objetivo levar aos espectadores comentários de especialistas na área musical, permitindo que eles conheçam detalhes da produção de grandes composições’’, explicou.
das apresentações
13 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Vinícius Costa / 2° Período
“Tirar o nosso espaço, nossos direitos adquiridos. Eu gostaria que o diretor da FCC viesse aqui para nos ouvir, que ele soubesse o que a gente tem a dizer”
Algumas
da orquestra terão entrada franca
Gabriela Fialho/ 3º Período
Local onde situará nova sede da Embap
Vinícius Costa / 2° Período
GRAFITE REÚNE APROXIMADAMENTE 250 ARTISTAS EM CURITIBA
preconceitos
diferentes estilos existentes, destacou o muralismo, realismo, abstrato e a pichação.
“Diferente do que muitos acham, a pichação também é grafite. Embora a grande maioria não goste porque esteticamente não é muito atrativo, não deixa de ser arte,” explica Japem. O artista diz que a grande maioria dos grafiteiros começa pichando ilegalmente e, com o tempo, acaba desenvolvendo um estilo próprio.
PRESENÇA INTERNACIONAL
DISCRIMINAÇÃO
Embora o grafite tenha surgido no Brasil no fim da década de 1970, essa expressão artística foi incluída no âmbito das artes visuais há pouco tempo e ainda sofre com bastante preconceito. “De uns anos pra cá, o pessoal vem aceitando melhor, mas é comum você ouvir que é coisa de ‘marginal’ ou vandalismo”, afirma Japem.
Há algum tempo, ao andar por Curitiba, é possível notar uma crescente forma de intervenção artística, que vem ocupando muros, prédios e fachadas. O grafite (ou graffiti) é uma expressão da street art, conhecida por sua espontaneidade e pelos preconceitos que envolvem o assunto.
Para incentivar essa arte, a capital parananense recebeu entre os dias 11 e 13 de abril, a quarta edição do Street of Styles, encontro internacional de grafite. O evento, que contou com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), reuniu cerca de 250 artistas, de 16 países e 17 estados brasileiros, no Portal do Futuro Bairro Novo, onde a Prefeitura autorizou a pintura de paredes e muros.
O encontro é realizado pela Cápsula Graffiti Shop e pela Swag, lojas especializadas na venda de artigos da cultura urbana, em parceria com a Prefeitura de Curitiba e com o apoio de 12 empresas. Seu principal objetivo, segundo Michael Devis, organizador geral do evento e proprietário da Cápsula Graffiti, é o intercâmbio cultural. “Nós procuramos convidar artistas de diversos países, que pintam diferentes tipos de grafite, para que cada um pudesse mostrar seu estilo”, afirma.
Dos 250 convidados, 50 tiveram a oportunidade de participar do evento através de uma seleção virtual, que ocorreu de novembro de 2013 a fevereiro deste
ano. Os participantes deveriam enviar fotos e links com trabalhos recentes, e se atendessem aos critérios estabelecidos, ganhariam a chance de participardo evento, que é hoje um marco no grafite mundial.
Morador do Sítio Cercado, onde a cultura urbana é bastante forte, e envolvido desde criança com a arte de rua, Devis conta que a iniciativa de promover esse tipo de evento surgiu ali mesmo. Segundo ele, eventos desse porte dificilmente chegavam ao Brasil e, quando vinham, estavam sempre localizados no eixo Rio-São Paulo. Ao criar o Street of Styles, em 2006, a ideia era mostrar que Curitiba também tinha bons artistas, alguns reconhecidos internacionalmente. “Começamos com a cara e a coragem, e hoje chegamos à quarta edição como referência”, conclui.
OUTRAS HISTÓRIAS
O evento ainda contou com competições de skate, escalada, slackline e batalhas de breakdance, com distribuição de brindes e prêmios aos participantes. Além disso, promoveu workshops gratuitos com dois artistas de São Paulo, Does e Sipros, e com os curitibanos Heal e Japem, na sexta-feira (11). Segundo Adriano Bohra, o Japem, artista plástico e grafiteiro há 15 anos, a ideia é promover o grafite dentro da comunidade, ensinar a diferença entre os estilos e um pouco da técnica. Entre os
Foi assim com o mexicano Victor Canek, conhecido como Le Petit Moztre Canek. Ele começou fotografando artistas pelas ruas de Ciudad de México, até que um dia, um amigo o convidou para pintar. “Eu nunca tinha pintado antes, tudo que eu fazia era fotografar. Eu só tinha as fotos e elas funcionaram como uma apostila. Fui uma vez e nunca mais parei”. Formado em radiologia, o artista conta que um dia, enquanto trabalhava em um hospital, percebeu que não estava feliz com a vida que levava, e decidiu largar tudo para fazer o que ama. Desde então, trabalha somente com o grafite. “No México, o grafite está no seu sapato, na sua roupa, nos muros, nos carros, em todos os lugares, e o governo incentiva a prática”, afirma.
Em sua primeira vez fora do México, Le Petit se diz muito feliz em poder participar de um evento desse porte, com tantos artistas brasileiros. O grafite do Brasil é, hoje, referência no mundo todo, e pessoas de diversos países vêm até aqui, buscando inspiração para seu trabalho. “Embora no Brasil exista mais burocracia para um artista pintar, a qualidade da arte aqui é incrível”, conclui.
Além da diferença de nível, o argentino Santiago Cereceda, o Sato, destaca o fato de que é muito melhor pintar no Brasil, devido à variedade de tintas. “Na Argentina, nós só temos uma marca nacional de aerossóis (spray), aqui a tinta é muito melhor e existem muitas opções”, explica. Ele e outros dois amigos formam a Buenos Truenos Crew. Juntos, eles pintaram, em dois dias, um dos trabalhos de destaque do evento, em um muro com cerca de seis metros.
Para Consuelo Ribeiro, que esteve presente no evento, falta divulgação, e esse tipo de encontro é importante para que as pessoas conheçam o grafite e revejam alguns conceitos. “Sempre ouvi falar de grafite, mas não imaginava que era dessa maneira, porque sempre tive aquela imagem associada ao vandalismo. As pessoas precisam vir até aqui, conhecer o trabalho dos artistas e ver que existe dedicação. Um desenho desses é arte, não vai deixar a cidade feia”, conclui.
Ainda que seja considerado como arte, o grafite é feito em espaços públicos ou particulares, e para grafitar o artista precisa portar uma autorização por escrito do proprietário do local escolhido. A pintura sem autorização é considerada crime e passível de multa de R$ 1.693,84.
14 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
A quarta edição do Street of Styles trouxe à cidade grafiteiros de diversos países e deu vez à arte que ainda sofre
A fim de enriquecer seu trabalho, Le Petit grafita em parceria com brasileiro
Luciana Prieto/3 o Período
Luciana Prieto/3oPeríodo
Luciana Prieto/3 o Período
Um sucesso pintado pela Buenos Truenos Crew
A ideia é promover o grafite dentro da comunidade, ensinar a diferença entre os estilos e um pouco da técnica.
“NO MÉXICO, O GRAFITE ESTÁ EM TODOS OS LUGARES E O GOVERNO INCENTIVA A PRÁTICA”
MEMÓRIAS DOS TEMPOS DE CHUMBO
1954. Foi no dia 19 de um dezembro ensolarado que o centro de Curitiba ganhou a sede da Biblioteca Pública do Paraná. Embora tenha sido criada em 1857, por José Antônio Vaz de Carvalhes, vicepresidente da província, foi só depois de passar por 12 sedes, inúmeras dificuldades e reformulações, que a BPP teve seu prédio inaugurado no coração da cidade.
O que começou com um tímido acervo no Lyceu de Coritiba, hoje tem cerca de 630 mil livros, e é considerada uma das maiores bibliotecas públicas do Brasil. Há quem diga que a BPP vai além um patrimônio público. Foi ali que alunos foram salvos por suas pesquisas, amantes se apaixonaram entre suas estantes, e crianças descobriram que livros são refúgios encantados que merecem ser desbravados.
Também foi ali que uma recémformada em sociologia descobriu que viver entre os livros era mais emocionante do que dar aulas. Ivani Rosa, de olhos claros e jeito sereno, conta a sua trajetória desde 1985, quando começou a trabalhar na BPP.
Ivani estreou na divisão de extensão, área da Biblioteca Pública que agia como
mantenedora de acervo para sucursais, pequenas bibliotecas espalhadas por bairros de Curitiba. Naquela época, a BPP tinha projetos como o Carro Biblioteca que eram veículos como Kombi e mini vans adaptados com estantes, que levavam livros em escolas, praças e feiras. - A gente levava o acervo ao encontro do usuário -, comenta Ivani. O projeto entrou em desuso entre 91 e 92, após anos de atividade.
Em 1993, em pleno governo Roberto Requião, com o advento da internet, os olhares curiosos e a vontade de entrar na era da informática, fez com que a BPP passasse por uma reforma. E a população de Curitiba viu a Biblioteca Pública fechada por um ano.
Em seus quase 30 anos de trabalho, viu o acervo aumentar, os Carros Bibliotecas serem extintos, e as salas ficarem cheias, também estava lá quando começaram a diminuir. - Quando criaram os faróis do saber a biblioteca deu uma esvaziada, daí quando começou essa onda de internet também, a biblioteca perdeu bastantes usuários -, explica.
Mas como dizem o bom filho à casa torna. - Incrivelmente agora a gente está notando que a biblioteca está enchendo novamente. Acho que a internet está saindo de moda para pesquisar; as pessoas estão voltando para a biblioteca. Afinal, nada substitui a leitura de um livro -.
Os anos entre as biografias de Hitler e Mussolini não lhe renderam somente o repertório de condimento que tem, mas também o privilégio de conhecer pessoas, que são mais do que simples usuários, mas como Ivani diz, fazem parte do acervo.
Entre as surpresas que aparecem por entre as estantes, encontra-se o Seu Antonio, um senhor de poucos cabelos brancos, com seu sempre terno marrom e olhos discretos. Seu Antônio se destaca pela religiosidade com que comparece à biblioteca e pela maneira que lê, sempre em voz alta com uma voz grave e rouca.
Segundo Ivani, e os demais funcionários, sua presença é tão assídua que gera preocupação quando ele não vai. - Quando a biblioteca abre, Seu Antônio já está aqui, ele já faz parte do acervo, quando a gente não o vê já ficamos preocupados com a possibilidade de ter acontecido alguma coisa com ele. A gente sabe até
onde ele mora aqui no Centro -, conta aos risos.
- Engraçado que as pessoas se irritam com a maneira que ele lê. Uma vez eu estava na sala de literatura e uma usuária reclamou, eu respondi:
- Olha, ele lê assim mesmo, não tem como pedir para ele ler baixo.
- Então eu vou ler alto também, respondeu a usuária irritada. Pegou o livro e passou a ler tão alto quanto o Seu Antônio.
- Acabaram-se os dois em uma disputa de quem lia mais alto. Dó se teve do resto das pessoas que não sabiam se acompanhavam a leitura dos dois, ou se concentravam nas suas.
Seja refúgio para seu Antônio, ambiente de estudo ou local de oficinas e projetos culturais, a Biblioteca Pública do Paraná vai além de um patrimônio cultural ou um prédio antigo da cidade, ela faz parte da vida e de histórias como de Ivani, que encontrou entre os livros o que nasceu para fazer. E para quem nunca foi ou não tem nenhuma lembrança naqueles 8,5 mil metros quadrados, é preciso buscar ter o mais rápido possível.
15 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
“Acho que a internet está saindo de moda para pesquisar; as pessoas estão voltando para a biblioteca”
Daniela Gusso/3oPeríodo
O relato de alguém que cresceu em meio ao regime militar
Entrada do prédio da Biblioteca Pública do Paraná
Daniela Gusso/3 o Período
Daniela Gusso/3 o Período
Ivani à vontade em seu ambiente de trabalho
SOBRE FLORES E DESPEDIDAS
as funcionárias do atacado, mal conhecia duas das meninas.
Mas agora ela sabia (ou pelo menos acreditava saber) com quem José Luiz a traiu. A única Raquel dentre todas as funcionárias, Raquel Orcinski.
Não passou uma semana desde o dia em que Olga descobriu sobre Raquel e os boatos já corriam: A Olga quer matar uma das funcionárias do Seu José, parece que ela era a amante dele. Quando as notícias chegaram aos ouvidos de Raquel, ela estava sem reação: O que poderia ter feito? Ela se dava bem com o patrão, mas jamais faria isso, jamais quebraria a santidade do casamento de qualquer homem. Por que queriam matá-la? Se é que queriam.
estranhas começassem a segui-la pelas ruas da cidade, a ficarem na frente de sua casa, apenas observando. Raquel temia por sua vida, temia por seus filhos. O mais sensato seria conversar com Olga, mas tinha medo, medo de não ser ouvida.
A filha de Raquel, Márcia, que era pequena na época, lembra de ter crescido em Londrina, longe dos boatos de Cianorte. Mas o que houve com a mãe, não sabia o que era. Sua mãe entrou em depressão quando Márcia ainda era pequena. Raquel nunca falava no assunto, não se sabe até hoje se ela e Olga se encontraram, ou se Olga sabia do paradeiro de Raquel. Olga morreu cinco anos após a morte do marido, vítima de um derrame.
Em uma tarde comum, quem vai ao Cemitério Municipal de Curitiba certamente pode reparar nas inúmeras flores que compõe o cenário. Das mais variadas cores e formas, elas são alvo dos mais diversos simbolismos. Elas alegram o coração dos apaixonados, são objetos de admiração para os artistas, ou um pedido singelo de desculpas. No caso do cemitério, suavizam atmosferas e homenageiam familiares e amigos que não voltam mais.
A cidade de Cianorte perdera, em 1975, um dos seus maiores empreendedores da indústria têxtil, José Luiz da Barbara. Faleceu, nos últimos dias do verão aos 58 anos vítima de um ataque cardíaco. Em conjunto com o irmão, João Duque da Barbara, eles ergueram uma das mais proeminentes lojas de atacado de roupas na cidade.
Entretanto, José era conhecido por suas capacidades administrativas e não tanto por suas fraquezas. Mesmo sendo casado e pai de um filho, a primeira pessoa a encontrar seu corpo não foi um de seus familiares, mas sua amante. A identidade da moça, até então era desconhecida.
Depois da missa do sétimo dia, que ocorreu no primeiro dia do outono, uma das antigas funcionárias de José Luiz, Raquel Orcinski, decidiu levar flores no túmulo do antigo patrão. Ela tinha certo carinho por ele, sempre o julgou um homem justo e simpático, uma homenagem com flores era o mínimo que ela poderia fazer. Apesar da estação das chuvas ter acabado de chegar, o dia foi marcado por uma tempestade de força singular. Algumas pessoas que
estavam lá disseram ser o pior temporal que atingiu o norte do Paraná naquele ano.
Graças ao clima, Raquel não teve condições de comprar um bouquet de flores que fosse, já que todas as floriculturas da região ao redor do cemitério estavam fechadas. Não se sabe por que, mas acredita-se que Raquel, após a tempestade, decidiu pegar flores espalhadas graças ao vento e colocou-as no túmulo de José Luiz. Após prestar a estranha homenagem ao patrão morto, Raquel retomou sua rotina diária, sem maiores problemas. Isso, até o dia seguinte.
A viúva, em uma visita ao túmulo do marido, se deparou com aquele bouquet de rosas improvisado. Estranhou aquilo, pois as únicas outras flores próximas à lápide eram aquelas compradas pelo filho no dia anterior, um pequeno vaso de tulipas amarelas. Aquelas rosas amassadas não eram oferenda deles. Olga, querendo saber quem deixou aquelas flores ali, foi investigar e perguntou ao coveiro:
- Senhor, sabe me dizer quem foi que pôs aquelas flores no túmulo do meu marido?
O coveiro estranhou a pergunta, mas sabia como responde-la:
- Ó senhora, sei sim. Foi a Raquel, aquela que trabalhava pro Seu José no atacado.
Olga se surpreendeu. Sabia que o marido tinha uma amante e também sabia que era uma das mulheres que trabalhavam para ele, mas não poderia sair acusando as mais de 20 moças que seu marido via todos os dias no atacado. Outro problema era o mínimo contato que a viúva mantinha com
Não demorou para que figuras
16 Curitiba, 15 de maio de 2014 COMUNICARE
Gabriel Massaneiro e Natália de Moraes / 3° Período
As mais diversas arquiteturas também estão presentes
Como o gesto de uma mulher e uma simples flor, desencadearam um mal entendido
Mariana Benevides / 3° Período
Mariana Benevides / 3° Período
Flores e túmulos contrastam no Cemitério Municipal de Curitiba
A Olga quer matar uma das funcionárias do Seu José, parece que ela era a amante dele.