
O Comunicare é o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
05 de maio de 2014
Edição 237
REITOR
Waldemiro Gremski
DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

Eliane C. Francisco Maffezzolli
O Comunicare é o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
05 de maio de 2014
Edição 237
Waldemiro Gremski
Eliane C. Francisco Maffezzolli
Cidade comemora 321 anos com vários eventos nos bairros e 550 quilos de bolo
COORDENADOR
Julius Nunes
Julius Nunes
Miguel Manassés (DRT-PR5855)
Juliana P. Sousa
MONITORIA
Fábio Carvalho da Silva
Fernanda Bertonha
EDITORES
Andressa Elesbão
Eduardo Souza
Guilherme Becker
Jeslayne Valente
Igor Di Santo
Lara Pessoa
Luana Kaseker
Lucas Vaz
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Raphaela Viscardi
Roberto Rohden
Taís Arruda
Verônica Alves
Virgínia Moraes
Amanda Ribeiro
Beatriz Lima
Daniela Dalla Libera Alcoléa
Giovanna Kasezmark
José Helinton da Silva Júnior
Jonatan Lavor
Karyna Prado
Luciana Prieto
Manuella Niclewicz
Marcio Galan
Stephanie de Morais
Victor Waiss
Vinícius Frank jornalcomunicare.pucpr@gmail.com www.youtube.com/jornalcomunicare
Múltiplos eventos em todos os cantos da cidade marcaram o aniversário de 321 anos de Curitiba, no dia 29 de março, data na qual até São Pedro deu uma trégua, e os curitibanos foram presenteados com um dia ensolarado e fresco, para o tranquilo acesso da comunidade aos serviços básicos oferecidos e às opções de lazer nas regionais dos bairros.
Com início programado para às 10h, cerca de 4 mil pessoas compareceram ao Parque Barigui para o maior evento de todas as regionais da cidade. Shows de rap e apresentações de música eletrônica e japonesa animaram o dia dos visitantes, que aproveitaram para utilizar os serviços disponíveis de diversas áreas para a comunidade, como medição de glicose e pressão, consulta odontológica, cadastro no Banco Nacional de Empregos (BNE), massagem, maquiagem e manicure. Não faltou diversão paras as crianças também, que se esbaldaram nos 10 brinquedos montados para o evento e nas oficinas de pintura e desenho.
Porém, a principal atração foi o tradicional bolo de aniversário de 550 quilos, feito pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Paraná
(SIPCEP) e a empresa Anaconda, oferecido há 13 anos como presente aos curitibanos. O corte oficial do bolo se deu próximo das 15h30, e contou com a presença de várias
Em comemoração ao aniversário de Curitiba, quem ganhou um dos presentes foi o bairro Fazendinha, com a inauguração do Parque Guairacá. O parque faz parte de um programa de desenvolvimento que tem por objetivo reverter situações de degradação de rios e busca a preservação de nascentes e conservação de ambientes naturais.
O espaço com 120 mil metros quadrados, às margens do Rio Barigui, foi inaugurado em grande estilo. A festa contou com atrações para todas as idades. Para as crianças teve brinquedos infláveis, distribuição de algodão doce e pipoca, palhaços, escalada e oficina de pintura. Também houve apresentação circense, distribuição de mudas de árvores, apresentação da escola de samba Mocidade Azul e dança sênior, coordenada por fisioterapeutas. Na inauguração também foram oferecidos serviços à comunidade como doação, chipagem e castração de animais de estimação. Fruet marcou presença e oficializou a inauguração.
Aproximadamente 194 casais participaram do casamento comunitário coletivo que ocorreu na Rua da Cidadania do Carmo, no Boqueirão. Foi realizado o casamento civil e uma pequena cerimônia com a juíza de paz. A festividade contou com a presença do prefeito e vereadores de Curitiba.
O casal Roseu Machado e Maura Moreira são curitibanos e estão juntos há 14 anos. Os noivos estavam muito emocionados por formalizar a sua união no dia do aniversário da capital. O noivo achou interessante a iniciativa da Prefeitura em realizar um evento como este. “Eu acho esta iniciativa muito boa porque têm muitas pessoas que querem casar, só que não têm condições de
formalizar a sua união”, disse Machado.
O prefeito participou do evento como convidado especial da cerimônia.
A cidadania foi o foco principal da Prefeitura para a realização do casamento comunitário no dia do aniversário da cidade. “Com o evento, nós permitimos que as pessoas tivessem acesso ao poder judiciário, questões que são básicas na vida. Primeiro tiveram acesso ao casamento civil, que acaba sendo uma
encontro de artistas circenses e músicos. Durante a exibição, números de circo e sessões musicais foram intercaladas. “Circo, teatro, shows musicais, tiram a pessoa do ócio. Quanto mais atividades culturais tiverem, melhor para a cidade”, comenta Mariana. A diretora e artista não escondeu a alegria de poder estar fazendo parte das festividades dos 321 anos de Curitiba. “É muito bom fazer uma apresentação no dia do aniversário de Curitiba, justamente quando a cidade está fervendo cultura. O importante é que a gente divertiu muitas pessoas, uma festa no circo da cidade”, concluiu.
realização para os casais, e segundo que é um privilégio para Curitiba que um dia tão alegre na vida dessas pessoas coincida com o aniversário da cidade”, completou Fruet.
No Alto Boqueirão teve espetáculo circense em homenagem ao aniversário da cidade. A lona armada na Rua Benedito Siqueira Branco foi o palco do Circo da Cidade que apresentou o espetáculo “Sra. Madame” para um público de mais de 150 pessoas, a maioria formada por crianças. Os espectadores assistiram com atenção a apresentação que abordou temas de conscientização humana, como o consumismo e reciclagem de lixo.
A diretora do espetáculo, Mariana Zanette, apresenta sua peça como um
No começo da noite e encerrando as atividades do aniversário, cerca de 200 pessoas acompanharam a apresentação de arte digital na Praça 19 de Dezembro, em que a estátua do Homem Nu foi revestida por projeções em 3D. Criadas pelos artistas digitais Péricles Victor e Manolo Fraga, as imagens misturavam fotos antigas da capital, desenhos conceituais e partes do corpo humano simetricamente projetados na obra de arte.
Segundo os artistas, o processo de criação da arte digital foi o mesmo percorrido pelo escultor Erbo Stenzel, criador da estátua do Homem Nu, em 1955. “Erbo criou a obra pensando no homem caminhando para o futuro, isso lá em 1955. Hoje, quase 60 anos depois, nós não estamos fazendo nada menos do que continuar esse mesmo conceito do criador da estátua, mas agora em 3D. E creio que Curitiba é, até hoje, reflexo daquilo que Stenzel trouxe nessa escultura”, explica Victor.
Com direito a show do cantor Tiago Iorc e um bate-papo descontraído com o novo reitor, Waldomiro Gremski, no dia 14 de março, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) comemorou 55 anos.
A celebração do aniversário começou com uma missa na Capela Universitária Jesus Mestre e prosseguiu com a participação do reitor, ao vivo, no programa da Rádio Lumen. A grande atração da festa ficou por conta do cantor Tiago Iorc, exaluno da PUCPR, em duas apresentações, uma entre os blocos Azul e Amarelo e outra no Teatro TUCA.
No dia 15 de março, Iorc se apresentou no Teatro TUCA, com lotação máxima. O artista cantou seus maiores sucessos e contou com a presença de dois integrantes da orquestra da PUCPR. Iorc ganhou o benefício Alumni PUCPR - programa em que ex-alunos formados em qualquer área, podem continuar usufruindo das instalações da universidade, obtendo descontos em educação continuada, atividades esportivas, acesso à biblioteca e o PUC Talentos.
Em 14 de março de 1959, a então Universidade Católica do Paraná foi fundada, reunindo sete instituições. Em
Na maioria das cidades brasileiras muitos animais são abandonados em frente às casas, praças e em terminais de ônibus. Em Curitiba isto não é diferente, mas para amenizar este problema, desde 2011, vem sendo promovida pela Prefeitura a feira Amigo Bicho, que tem como objetivo encontrar lares para animais abandonados. Outro benefício da feira é que a comunidade pode levar seus animais para fazer a aplicação dos microchips gratuitamente, que servem em caso de desaparecimento, como identificação.
Daniela Dariva, funcionária pública e defensora de animais, comenta a importância de adotar ao invés de comprar. ”Adotar é um ato de consciência e responsabilidade, porque o problema é que muitos animais estão abandonados. Comprar, gostar de um animal pela raça e porque é bonito somente financia o
comércio de vidas, sendo que a matriz geralmente é explorada, vivendo sob espaços minúsculos e maus tratos”, explica.
Emilie Cirino, veterinária, explica sobre a importância de se levar cães e gatos ao veterinário. “Deve-se levar o animal a consultas veterinárias para ver seu estado, quais medicações precisa tomar. Infelizmente, na maioria das vezes, o dono do animal precisa desembolsar um valor para cuidar corretamente, e por não possuírem esse poder aquisitivo para gastar com tratamentos veterinários, muitas pessoas abandonam seus animais em qualquer local, sem ao menos saber o risco que expõe ao bicho e à população”, afirma.
As adoções e aplicação dos microchips ocorrem mensalmente no Parque Barigui, das 10h às 16h, com datas informadas antecipadamente no site da Prefeitura.
1972, foi criado o Coral Champagnat. Um ano depois, a Província Marista de São Paulo assumiu a responsabilidade pela instituição.
O título de Pontifícia Universidade veio em 1985, sendo a última a receber esta honraria por parte da Cúria Romana e, juntamente com a outorga do título de PUC, foi instalada a paróquia universitária Jesus Mestre e inaugurada sua capela.
Um dos pilares da PUCPR foi inaugurado em 1994, a Bilbioteca Central. O espaço tem 10.545m², sendo que 3.511 m² são dedicados exclusivamente a pesquisas e estudos, tendo capacidade para 1,5 mil usuários simultaneamente.
A partir de 1991, começou o processo de expansão com os câmpus São José dos Pinhais e, posteriormente, Londrina, Toledo, e o mais novo, Maringá, em 2004. Contando atualmente com aproximadamente 30 mil alunos e mais de 100 mil formados, a PUCPR busca o reconhecimento internacional até 2022. Para alcançá-lo, a instituição conta com vários projetos, como intercâmbio com universidades estrangeiras, divisão de curso por escolas, núcleo de línguas e o Alumni PUCPR.
Pesquisa realizada em outubro de 2013, pelo Sebrae Curitiba em parceria com a Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB), com o intuito de oferecer informações que podem orientar ações de melhoria em infraestrutura e atendimento, ouviu mil pessoas e revelou o perfil dos compradores do Mercado Municipal de Curitiba. De acordo com a pesquisa, cerca de 60% dos frequentadores do local são mulheres. A maioria do público tem filhos e 47% deles são casados.
Cerca de 67% dos entrevistados frequenta o mercado mensalmente ou bimestralmente. Já durante os fins de semana o público chega a 50%. A consumidora Claodete Bertol, 53 anos, frequentadora do local há 15 anos, vai sempre que pode. Já Maria de Lurdes, 45 anos, cliente do mercado há 10 anos, não costuma ir com muita frequência, mas admite, sempre que visita o lugar acaba
A vendedora Margarete Matica Yanase Kando, 51 anos, trabalha no mercado há oito anos e afirma que os dias com mais movimento em sua loja são sábados, domingos e feriados. “Os finais de semana são os dias que costumo vender mais, já nos feriados o movimento maior é de turistas”.
A feirante Maria Aparecida, 46 anos, que vende frutas e verduras no Mercado Municipal há oito anos, está satisfeita com número de pessoas que frequentam o local. “Em geral o movimento é bom sim, não posso me queixar”, conclui.
Além das já tradicionais barracas de frutas e verduras, é possível encontrar objetos nacionais, importados além de artesanato. O local conta com uma ampla praça de alimentação com 16 restaurantes que servem desde comidas típicas brasileiras a pratos de origem asiática.
Manoela Campos/2oPeríodoComemoração contou com um bate-papo descontraído com o reitor e as músicas de TiagoO reitor Waldemiro Gremski e o cantor Tiago Iorc em um bate-papo Giule Carvalho, Roberto Rohden e Vithor Alan/3ºperíodo
Feira de adoções tenta diminuir o abandono de animais
A falta de interesse que há entre a população brasileira sobre o dinheiro em moedas é histórica. Esta desvalorização faz o cidadão guardá-las em cofrinhos, potes de cozinha, gavetas e causa um fenômeno chamado entesouramento, ou seja, o dinheiro é acumulado e não circula.
O alto custo e a logística que demanda o transporte de moedas agrava o suprimento de troco nos estabelecimentos comerciais e causa grandes prejuízos financeiros. Pensando nisso e buscando solucionar a escassez de troco que há no comércio, foi criado o CataMoeda.
Seu sistema é simples: junte algumas moedas, procure uma máquina, deposite as moedas, receba um cupom no valor da quantidade depositada somada a um bônus, e troque por mercadorias ou serviços no estabelecimento.
A empresa CataMoeda S/A é a responsável pelo projeto, que foi todo desenvolvido no Brasil. O sistema é interativo, escalável e funciona em tempo real. A máquina identifica as moedas em circulação e rejeita falsificações ou outros tipo de objetos.
Segundo estatística do Instituto Data Popular, divulgado em 2013, 39,5% dos adultos brasileiros ainda não possuem uma conta em banco, e isso não mudou em 10 anos. E ainda, de acordo com pesquisa do Banco Central, realizada em 2010, 72% dos brasileiros preferem utilizar o dinheiro como forma de pagamento.
Anualmente são investidos milhões de
reais na produção de novas moedas. Em 2012, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central, foram gastos R$ 320 milhões na produção de 1,2 bilhão de moedas e, de acordo com os dados divulgados pelo banco, 27% das mais de 18 bilhões de moedas emitidas desde o lançamento do plano real estão fora de circulação.
A proposta está presente nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Em Curitiba, o sistema foi recentemente implantado num projeto piloto, em maio de 2013, na rede de supermercados Condor.
O diretor contábil financeiro do Condor, Adailton de Souza Santos, acredita que os clientes estão muito satisfeitos com a nova máquina. “O consumidor pode ter uma rentabilidade equivalente a seis meses de poupança, já que o mercado paga 3% de bônus, ou ainda há a opção de doar a uma entidade de assistência cadastrada na máquina”, explica.
São quatro máquinas instaladas nos supermercados da rede, e a média de moedas recolhidas é impressionante. “Já recolhemos mais de 200 mil moedas nas quatro máquinas que temos na rede. A média é em torno de 12 a 18 mil por mês”, conta.
Natália Izidoro, gerente de marketing do projeto afirma que “não há desvantagens. O projeto tem a intenção de fazer as moedas circularem no comércio, ajudando os estabelecimentos que precisam delas e, também, os consumidores. Com isso, a longo prazo, o governo tende a diminuir os gastos com as moedas que têm que ser emitidas anualmente para cobrir esse “entesouramento” e o meio ambiente também é poupado. Além disso, a máquina ajuda um terceiro setor, proporcionando uma nova maneira de ajudar as entidades beneficentes”, atesta.
Há um mês da páscoa, já é possível ver os supermercados cheios de ovos de chocolate de todos os tipos e preços, contudo, as barras aparecem como opção e dividem opiniões quanto à importância de comprar os ovos nesta época. Com o passar dos anos, eles foram tomando formas mais sofisticadas, com embalagens diferentes, surpresas contidas dentro que chamam a atenção das crianças. Tudo isto resulta em crianças, jovens e até mesmo adultos em busca deles para ilustrar a páscoa, entretanto, existe também quem prefere economizar e não compactua com o gasto excessivo nos ovos, usando como opção a barra de chocolate, que nesta época muitas vezes é esquecida, ficando em segundo plano.
Este é o caso de Rosineide Bello, que é a favor da troca principalmente por conta do preço menor. “O ovo de páscoa é uma ilusão, eu sempre dava um jeito de comprar para as crianças em casa, mas nos últimos anos por economia tenho optado pela barra de chocolate”, afirma.
Ela também conta que, apesar da barra de chocolate ter a mesma quantidade de um ovo e custar bem menos, ela nunca será tão bem aceita pelas crianças quanto um ovo de chocolate. “Toda essa popularidade do ovo é pelo formato, brinquedo, dos bombons que contêm dentro dele, a questão da surpresa em abrir toda aquela embalagem bonita do chocolate e lá dentro conter algo, prende a atenção da criança e a deixa feliz, mas, se você aparecer com uma barra de chocolate, ela já terá uma reação totalmente diferente, porque ali só
terá o próprio chocolate e nada mais”. Já a estudante Stéfani Munhoz conta que percebe os preços subindo a cada ano, mas não abre mão dos ovos em sua páscoa. “Consegui perceber essa alteração nos valores, já que no ano passado comprei um ovo por R$ 49,00, e esse ano fui comprar, e ele está custando R$ 55,00”, diz. Contudo, ela justifica a sua compra. “Institui-se para as pessoas uma cultura de páscoa na qual somente nesse período existem ovos de chocolate à venda, no resto do ano as barras continuam lá nas prateleiras”, finaliza.
De acordo com a Associação Paranaense de Supermercados, os ovos devem ficar 8% mais caros este ano, em comparação ao ano passado. O gerente de uma rede de supermercados em Curitiba, que prefere não ser identificado, afirma que a procura por ovos de chocolate ainda não se intensificou porque é final do mês, geralmente as vendas tendem a ficar mais fortes assim que entra o mês de abril e também admite o aumento. “Houve aumento esse ano, mas nada absurdo, as pessoas só estão esperando o 5º dia útil do mês que vem para que comecem a comprar. O preço subiu, mas a procura ainda é muito grande”, diz. Quanto às barras de chocolate, ele informa que também é um destaque nas vendas, tanto quanto os ovos. A expectativa de venda para a páscoa de 2014 é boa. O gerente garante, “nós estamos esperando por 5% a 10% de crescimento nas vendas em relação ao ano passado”.
“Ao preencher a declaração de renda, deve-se tomar cuidado com a qualidade e precisão das informações prestadas. Não prestar atenção na leitura das instruções pode trazer riscos ao contribuinte”
O início do ano é marcado pelo alto número de débitos a pagar. Material escolar, IPVA, IPTU e o imposto de renda estão entre os gastos dos brasileiros. Entre eles o acerto com a Receita Federal é o que causa mais dúvidas na população. Neste ano, o período de declaração vai do dia 06 de março a 30 de abril.
A declaração de imposto de renda é feita por pessoas físicas e jurídicas. Segundo o economista
Mauro Penteado, o imposto é um dos instrumentos que ajuda os governos a regular a economia, controlar a inflação, estimular o consumo e investimento.
A declaração precisa ser feita, obrigatoriamente, por contribuintes que tiveram renda tributável superior a R$ 25.661,70 em 2013; receberam rendimentos isentos ou tributados na fonte superiores a R$ 40 mil; que exercem atividade rural e tiveram receita bruta acima de R$ 128.308,50; que obtiveram ganho na venda de bens; realizaram operações na bolsa de valores ou possuem bens com valor superior a R$ 300 mil.
Na hora de informar os valores, surgem muitas dúvidas entre os contribuintes e o ideal é se informar para não correr o risco de pagar imposto a mais. “Uma informação
como o IR, deve ser feita com muita calma e com a ajuda de um profissional, para que não ocorram surpresas”, aconselha a contadora Stefane Johnsson. A profissional orienta sobre a importância da procura por empresas especializadas. “Com o auxílio de um contador, as informações ficam muito mais claras e também a hipótese de enviar com erros é muito menor”, analisa Stefane, que também destaca a importância da organização dos documentos para facilitar o processo.
Segundo o especialista em imposto de renda, Dirceu Vaz, a dúvida mais frequente dos contribuintes é por qual modelo optar. “No modelo simplificado há uma dedução padrão de até 20% limitado ao valor de R$ 15.197,02, sem a necessidade de comprovantes. Já no modelo completo, o contribuinte pode deduzir várias despesas, tais como: dependentes, educação, empregado doméstico, plano de saúde, despesas médicas, entre outras”, esclarece.
Aos que vão prestar contas sem ajuda profissional, Penteado alerta sobre a atenção na hora de declarar. “Ao preencher a declaração, deve-se tomar cuidado com a qualidade e precisão das informações prestadas. Não prestar atenção na leitura das instruções pode trazer riscos ao contribuinte”, finaliza o economista.
Preços
A Travessa Milton Derviche, localizada no Tatuquara, agora conta com uma nova feira de frutas e hortaliças. Com o preço único de R$ 1,59 o quilo para as frutas e verduras, o Projeto Nossa Feira ainda vende diversos alimentos como carnes, pastéis e doces.
Os moradores da região acreditam que a chegada da feira contribuirá para uma vida mais saudável da população, como
A novidade deste ano é a possibilidade de declaração do IR via tablets ou smartphones. Para isto, o contribuinte deve baixar em seu aparelho o aplicativo m-IRPF que está disponível nas lojas Google Play e App Store. Porém, não são todas as pessoas que podem desfrutar deste serviço. “Quem recebeu no exterior ou obteve rendimento com soma superior a R$ 10 milhões, por exemplo, não pode declarar por meio do aplicativo”, conta o especialista.
Apesar da grande divulgação na imprensa, alguns brasileiros ainda tentam burlar a lei. Vaz explica a punição para quem tenta ‘fugir do leão’. “Por meio do CPF do contribuinte, a Receita Federal rastreia todo o tipo de receitas e movimentações financeiras em nome da pessoa. Quem não declarar será considerado sonegador e estará sujeito a multas entre 75% a 150% do valor recebido e não declarado, além de seu CPF ficar na lista de inadimplentes”, finaliza.
A professora Clarice Correia já ‘caiu na malha fina’ por três vezes. A mais recente aconteceu no ano passado, quando ela deixou de declarar um de seus rendimentos. “Recebo pela Prefeitura de Curitiba e São José dos Pinhais, no entanto, só declarei um rendimento”, conta Clarice. A contribuinte ainda ressalta que não recebeu nenhuma notificação que havia ‘caído na malha fina’. “Só fui saber quando fui na Receita Federal para me informar porque não havia recebido minha restituição. Para retificar a declaração paguei uma multa de R$ 6 mil”, contou a professora.
conta Dulce Beatriz de Andrade, 55 anos.
“Vai melhorar muito, estava demorando bastante pra poder ter uma facilidade dessas pra gente. Foi muito boa essa iniciativa, espero que continue”, afirma a artesã, que pretende visitar e fazer compras na feira toda semana a partir de agora.
A feira é uma iniciativa da Prefeitura de Curitiba, que escolhe o local onde ela ocorrerá, e uma cooperativa de produtores
monta a estrutura. Além do valor único, alguns produtos têm diferença de preços, como a vagem por R$ 7,50 o quilo e o alho por R$ 8,00.
Os preços baixos encontrados na feira são o maior destaque. Entre os produtos que compensam pelo valor estão o tomate que chega a custar R$ 6,99 o quilo em outros mercados. A vagem, que na Nossa Feira custa R$ 7,50 o quilo, ainda sai mais
barato do que em outros mercados, que pode chegar a R$ 14,89.
A “Nossa Feira Tatuquara” ocorrerá todas as quintas-feiras, das 17h às 21h, ao lado do Centro de Referência de Assistência Social Santa Rita (CRAS). O projeto Nossa Feira ainda conta com mais três unidades, no Alto Boqueirão, CIC e Sítio Cercado.
de contas com o “Leão” é marcado pela complexidade para realizar a declaraçãoAliny Gohenski/3oPeríodo
Visando atrair jovens de 16 e 17 anos para as urnas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou, nas redes sociais, uma campanha de incentivo. Em alusão às hashtags utilizadas pelos internautas durante as manifestações de junho de 2013, o TSE nomeou a campanha de #vempraurna. Com o slogan “Seu voto vale o Brasil inteiro”, o TSE espera incentivar os adolescentes a irem ao cartório tirarem o título de eleitor.
No Paraná, o número de jovens eleitores é de 92.187, que corresponde a 1,19% do eleitorado total do Estado. Apesar de representarem uma parcela pequena da porcentagem de votantes, o objetivo do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TREPR) é despertar o interesse dos jovens para o exercício pleno da cidadania.
A campanha visa também ensinar os jovens a respeito do voto consciente e da importância de, em seguida, fiscalizar seus representantes políticos. Ângela Gabriela completou 16 anos em março e diz que pretende tirar seu título a tempo das eleições presidenciais desse ano. “Vou tirar meu título, pois é uma forma de dar minha opinião e de exercer um dos meus direitos”.
No Twitter já é possível ver eleitores utilizando a hashtag, porém a participação dos jovens ainda é discreta e o que se vê é um número significativo de tuitteros criticando candidatos. “#vempraurna, mas
só se aparecer um candidato minimamente decente. Com os que estão por aí, #fiqueemcasa”, tuitou um deles.
No Facebook, o TSE também tem usado outras hashtags, como #dicastse e #voteconsciente, que traz instruções e novidades para os eleitores. Apesar do trabalho intenso de divulgação realizado nessa rede social, o número de internautas que curtiram a página do tribunal ainda é pequeno, se comparado ao de seguidores do Twitter, que é aproximadamente 10 vezes maior, chegando a quase 52 mil.
Para Paula Maria do Carmo, seguidora do TSE no Facebook, realizar uma campanha como essa nas redes sociais é importante. “Falar a mesma linguagem que os jovens na internet faz com que eles se interessem pelo assunto tratado e permite que eles tenham uma maior participação”, afirma.
De acordo com o TRE, conscientizar os eleitores é importante pois, “a democracia é exercício contínuo e exige sempre o envolvimento por parte do eleitor”. O Tribunal ainda adianta que uma nova campanha, voltada para o público em geral, está programada para o final de julho. “As campanhas da Justiça Eleitoral têm por objetivo despertar no eleitor um sentimento de pertencimento e mostrar que cabe a ele provocar as mudanças sociais e políticas necessárias”, informou o Tribunal, por meio de sua assessoria de imprensa.
Este ano ocorrerão as eleições para definir o governador do Paraná nos próximos quatro anos. Nesta época, partidos políticos e seus representantes começam a preparar as campanhas eleitorais.
No Paraná, o atual governador Beto Richa (PSDB), deverá ser postulante à reeleição. A reportagem do Comunicare entrou em contato com o partido do governador, que respondeu que apresentará os pré-candidatos em convenção que deve acontecer entre maio e junho. Richa é o favorito.
Especula-se que Gleisi Hoffmann, uma das figuras mais fortes do PT no Paraná, seja a candidata do partido. Gleisi foi nomeada ministra chefe da Casa Civil por Dilma Rousseff, em 2011, e deixou o cargo em fevereiro deste ano, aumentando os rumores sobre sua entrada na disputa eleitoral para o governo. Ao entrar em contato com o PT, a reportagem do Comunicare não obteve resposta.
O PMDB ainda não decidiu se o atual senador e ex-governador Roberto Requião será o candidato ou se o partido fará aliança com o PSDB. O PSOL tem dois précandidatos: Bernardo Pilotto e Professor
O doutor em Ciência Política, Emerson Cervi, explica o cenário político do Paraná. “Especificamente aqui, sempre tivemos eleições polarizadas do ponto de vista histórico, e apenas em 90 tivemos três candidatos fortes. Desde o período préregime militar é assim, e depois dos anos 80 a polarização continuou entre os que defendiam o governo militar, e os opositores do antigo MDB. Não será nenhuma surpresa em termos uma disputa real somente entre dois candidatos”.
Sobre a existência ou não de uma crise de representatividade dos eleitores para com seus governantes, Cervi comenta que “em processos representativos de democracia de massas sempre há um déficit de representação. As instituições nunca estarão totalmente preparadas para representar todas as demandas da sociedade. Essas demandas da sociedade são novas, e as instituições, como os partidos políticos, não conseguem se renovar para satisfazer a população”.
“Não será nenhuma surpresa em termos uma disputa real somente entre dois candidatos”José Odenir. O presidente do partido no Paraná, Leandro Dias, revelou que “o poder econômico é o que decide as eleições”.
Partidos se preparam para brigar pelos votos e especialista explica mudanças na políticaAtual
governo sofre com grevesDaniel Malucelli/3Período
O objetivo é atingir adolescentes de 16 e 17 anos e conscientizá-los sobre a importância do votoPara tirar o titulo, o jovem eleitor deve comparecer ao Tribunal Regional Eleitoral
“Há uma lei que proíbe que políticos possuam outros cargos públicos, é encarado como acúmulo de funções públicas. Mas se for alguma outra profissão, não há nenhum problema”
Entre a política e a carreira, alguns optam pelas duas
Os candidatos aos cargos políticos, ao serem eleitos, têm uma questão a resolver: O que fazer com a sua carreira, aquela que mantinham até antes do início da vida política? Alguns professores, médicos e empresários resolvem deixar
suas profissões de lado para se dedicar exclusivamente à sua carreira política, mas outros encaram a responsabilidade de manter mais de uma profissão. “Sou político, engenheiro e empresário, serve?”, brinca o deputado federal Luciano Pizzatto,
que vive revezando entre os compromissos de suas profissões. Pizzatto, que também é presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), acredita que quem não tem facilidade para lidar com muitos compromissos, não deve se forçar a ter mais de um emprego. “Costumo dizer que a habilidade para ser empreendedor ou político é uma habilidade que já nasce com a pessoa. É possível estimular, mas antes disso ela tem que existir, alguns têm e outros não têm”, diz Pizzatto.
A responsável por filiação partidária do PMDB, Fabíola Benvenutti, conta que agora é mais comum encontrar políticos que também são empresários. “Hoje em dia são poucos que conseguem viver apenas da política, por isso não é tão difícil encontrar políticos abrindo seu próprio negócio e se tornando empresários”, diz. Segundo ela, não é uma tarefa fácil lidar com as duas profissões, mas é necessário se adaptar. Fabíola também conta que há alguns cargos que não são permitidos exercer enquanto se está cumprindo o mandato. “Há uma lei que proíbe que políticos possuam outros
cargos públicos, é encarado como acúmulo de funções públicas. Mas se for alguma outra profissão, não há nenhum problema”, explica ela.
O professor universitário Luiz Rogério Farias decidiu há pouco tempo se candidatar para o cargo de vereador. “Como professores, nós vemos diariamente muitas coisas que não concordamos, como verbas baixas para educação pública e salários baixos para os professores públicos. Resolvi me candidatar para tentar reivindicar por melhorias nesses aspectos”, diz. O professor já decidiu que, mesmo eleito, não abandonará sua profissão. “Se sou um professor buscando melhorias na educação, nada melhor do que dar o exemplo”, diz. Para ele, uma profissão não atrapalha o desempenho da outra, e em alguns casos, até ajuda. “Acho que manter as duas profissões paralelamente pode até contribuir, pela rede de contatos que se forma e por ter contato diário com a realidade de professores e estudantes universitários”, conta.
A Comissão Especial da Copa (Ceaco) promoveu na segunda-feira (24), uma reunião com os vereadores, deputados e representantes do poder produtivo sobre a possibilidade de ser feriado em dias de jogos da Copa do Mundo, em Curitiba. Após a reunião, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou na quarta-feira (26) a sugestão do ponto facultativo nos dias de jogos. A decisão aguarda a assinatura do prefeito Gustavo Fruet.
De acordo com o vereador e presidente do Ceaco, Paulo Rink, a sugestão dos feriados nos dias de jogos partiu da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). ”Surgiu de uma solicitação da Fifa com o objetivo de melhor atender à população e turistas neste período”, explica. Com a possibilidade dos feriados, um
requerimento aprovado por unanimidade entre os deputados foi enviado para a Câmara, mostrando o posicionamento dos membros do legislativo estadual, pedindo para que não houvesse feriados nos dias de jogos do Mundial em Curitiba.
Segundo o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni, o fato do comércio parar por quatro dias seria preocupante, por conta da economia da cidade. Por esta razão, a Assembleia decidiu fazer o requerimento. “Como todos os deputados tinham a mesma opinião, enviamos o nosso posicionamento à Câmara Municipal para que nossa sugestão fosse colocada em uma audiência pública”, conta.
Em conjunto com os deputados, a Associação Comercial do Paraná (ACP)
também foi contra os feriados. Para o presidente em exercício, José Eduardo de Moraes Sarmento, os prejuízos em caso de feriado seriam grandes. “Serão 40 mil pessoas em uma cidade onde há 3 milhões de habitantes. Se houvesse feriado, um dos prejuízos seria que quando estivesse circulando o maior número de pessoas o comércio estaria fechado”, disse.
A alternativa encontrada para resolver o impasse foi apresentada pelo vereador Jorge Bernardi, que sugeriu e apresentou o projeto de lei do ponto facultativo para a Câmara Municipal. “O ponto facultativo é o direito que o servidor público tem de comparecer ou não ao serviço, sem perder a sua remuneração, ficando a cargo da autoridade conceder ou não este benefício”, explica Bernardi.
Para a curitibana Vanessa Mazzorana, que estará presente em um dos jogos da
Copa 2014, o ponto facultativo será um empecilho, pois no feriado as ruas ficariam mais transitáveis. “Acho que se fosse feriado o trânsito ficaria mais sossegado, sem a correria do dia a dia das pessoas”, falou.
Os jogos do Mundial na Arena da Baixada ocorrerão nos dias 16, 20, 23 e 26 de julho. “No dia 16 de junho o ponto facultativo será o dia inteiro. Nos dias 20 e 26 de junho somente após às 12h”, explica Paulo Rink. Já no dia 23 do mesmo mês será feriado nacional por conta do jogo da Seleção Brasileira contra Camarões. O presidente do Ceaco disse que a assinatura do decreto ocorrerá no início do mês de abril. “Este decreto será assinado no dia 03 de abril pelo prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet”, finaliza.
Rafaela Moreira/3oPeríodo“SURGIU DE UMA SOLICITAÇÃO DA FIFA COM O OBJETIVO DE MELHOR ATENDER À POPULAÇÃO E TURISTAS NESTE PERÍODO”
As praças públicas de Curitiba deixaram de ser um sinônimo de lazer e diversão, pois, é cada vez mais comum se observar sujeira, pichações, patrimônio histórico depredado e, sobretudo, falta de segurança. Liderando o ranking de ocorrências, e gerando altos custos à prefeitura da cidade (e consequentemente aos contribuintes), os atos de vandalismo têm preocupado a população.
De acordo com a Guarda Municipal de Curitiba, um levantamento feito em 2013 aponta que os prejuízos gerados pelo vandalismo passam de R$ 1,5 milhão anualmente. Segundo o diretor da Guarda Municipal (GM), inspetor Claudio Frederico de Carvalho, são destruidos por mês, cerca de 200 equipamentos públicos, incluindo parques, praças, estações-tubo, orelhões e ônibus. “É importante que a população fique atenta aos atos de vandalismo e denuncie. As vezes, um ato que parece simples, como a remoção de uma tampa de bueiro, por exemplo, pode causar danos sérios à vida das outras pessoas”,
alerta o inspetor.
No dia 15 de março, a Praça da Espanha, localizada no Batel, e famosa pela beleza de seu espaço e conservação de monumentos históricos como um chafariz, uma parede em arcos em estilo mourisco e um busto de bronze com a imagem de Miguel de Cervantes - além da socialização e integração cultural, por meio de feiras, exposições, atividades artísticas, aulas de yôga e shows de música, foi palco de uma confusão generalizada causada por cerca de 100 jovens usuários de drogas. Na data, agentes da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) e policiais da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), da Polícia Militar, foram acionados e, para conter a briga, utilizaram balas de borracha. “Concentramos nossos esforços contra aquele 1% das pessoas que vão à praça para beber, usar drogas, brigar e praticar vandalismo, e para garantir a segurança aos 99% que se reúnem para se divertir com a família e amigos”, afirma o inspetor. Revitalizada recentemente por
comerciantes locais e pela Prefeitura, a situação em que se encontra a praça revolta a população da região. Segundo o presidente da Associação de bares e restaurantes do Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, apesar da recente revitalização, o local está abandonado pelo poder público. “É triste, lamentável como está a Praça da Espanha hoje. Ainda mais em ano de Copa do Mundo. Pedimos uma atenção especial da Prefeitura e da Polícia Militar para aquela área que é um importante ponto de lazer da nossa cidade e gera muitos impostos”, afirma Aguayo. Para ele, aumentar a fiscalização e fazer uma nova revitalização no local seria o primeiro passo para acabar com os problemas na região.“ Por que não instalar na Praça da Espanha um módulo móvel da Guarda Municipal. A praça é um patrimônio público e não pode ficar abandonada como está”, argumenta.
Os moradores no entorno da praça afirmam estar inseguros e pedem uma providência por parte da Prefeitura. “Antes a praça era usada por famílias e jovens
que buscavam apenas diversão, mas agora o cenário é desolador, temos um local pichado, depredado, sujo e perigoso. É triste ver o que está acontecendo por aqui e a Prefeitura devia tomar uma providência urgentemente”, afirma a professora e moradora do Batel, Almeda Wilbert. Os comerciantes também reclamam das condições do local. “Os assaltos nessa região são muito frequentes e, além do perigo constante na praça, temos medo que essas pessoas tentem invadir nosso local de trabalho e nossas casas”, conta um comerciante do bairro, que não quis se identificar.
De acordo com o diretor da Guarda Municipal, as questões relativas à segurança na Praça da Espanha já têm solução prevista. “Temos um projeto de revitalização para esta praça que será realizado antes da Copa, para atender tanto às necessidades de nossa população, quanto dos turistas que virão para cá”, garante. Procurada pela reportagem do Comunicare, a Prefeitura de Curitiba não se pronunciou sobre as reclamações de moradores e comerciantes do entorno da praça.
Além do vandalismo, outro problema recorrente, em quaisquer praças de Curitiba, é a pichação. Em 2013, foram registradas 1,3 mil ocorrências envolvendo pichadores e 200 pessoas foram encaminhadas às delegacias. De acordo com a Guarda Municipal de Curitiba, o perfil do pichador masculino apresenta idade entre 13 e 36 anos, possui ensino médio ou superior, sendo membro de classe média ou alta. Os alvos, monumentos ou prédios públicos, propriedades privadas ou mobiliário urbano, são escolhidos com base na ousadia dos pichadores. “Os pichadores chegam a usar extintores e rolos de pintura para deixarem suas marcas em lugares de difícil acesso, o que demonstraria que eles são superiores a outros”, afirma Carvalho.
O diretor da GM afirma que muitos grupos, que atuam pichando a cidade, são monitorados nas ruas e nas redes sociais, e que, caso sejam pegos em flagrante, serão responsabilizados pelos crimes que tiverem cometido.
O maior trecho preservado da Mata Atlântica do Brasil está no Paraná. A Serra da Graciosa, tombada pela Unesco em 1993 como reserva da biosfera da Mata Atlântica, é uma alternativa para os que saem de Curitiba em direção às praias do Estado, mas antes atravessando as cidades históricas de Morretes e Antonina. Além de não ser pedagiado, o percurso é composto por sete recantos, entre eles, o de São João da Graciosa, Curva da Ferradura e Mãe Catira, onde os turistas podem apreciar as belezas da biodiversidade local, fazer um churrasco em família ou levar peças artesanais para casa. Mas nos últimos dias esta não é a realidade que define a região, já que desde o deslizamento, ocorrido no dia 13 de março, que bloqueou o trecho da Estrada da Graciosa entre os quilômetros 9 e 12, o acesso para Morretes pela serra ficou impossibilitado.
Depois da tragédia, tudo o que se observa na Estrada da Graciosa é o desespero das famílias que precisam dos turistas para ganhar o sustento diário. Do dia para a noite um deslizamento de terra mudou o cotidiano e a vida dos moradores da região da Graciosa, que precisam continuar pagando suas contas normalmente, com a diferença de que praticamente perderam a única fonte de renda. Agora, todos estão procurando alternativas de sobrevivência. Em meio ao caos, a solidariedade se manifesta, já que as famílias procuram se ajudar na tentativa de garantir que ninguém sinta na pele a dor provocada pela falta de condições em suprir as necessidades mais básicas.
De acordo com a Prefeitura de Morretes, cerca de 200 famílias têm no comércio da estrada sua única fonte de renda, por meio de bancas, restaurantes, pousadas e outros estabelecimentos comerciais. Após a tragédia, não se observa mais o mesmo movimento, que caiu em 90% para os comerciantes da serra e em mais de 50% no centro histórico de Morretes. Antes do ocorrido, era grande o fluxo de visitantes que aproveitavam os finais de semana para descer a serra em direção ao litoral, não só para desviar do pedágio como também para explorar os diferenciais das cidades históricas do litoral do Paraná. Mas, basta visitar a região para notar que a ausência de turistas é maior do que se imagina, mesmo em um sábado de sol perto do horário de almoço.
Há menos de um quilômetro da interdição, Guilherme Machado, dono de uma banca de produtos naturais, sente na pele os prejuízos do acontecimento. “Passei a semana inteira em Curitiba procurando trabalho, mas não tem jeito, quem faz isso só sabe viver disso”. O comerciante ainda reclama da falta de suporte oferecido pelo Estado para as famílias que estão passando por necessidades, mesmo após a realização de vários abaixo assinados. “Daqui uns dias o pessoal estará passando fome: o governo não quer prestar auxílio, nem com cesta básica nem com dinheiro. Aqui no vilarejo, todo mundo está desempregado. De um jeito ou de outro, todos dependem da estrada para sobreviver”.
Jeferson Daniel Dias, proprietário do Café com Leite Pastéis, irá precisar de um empréstimo no banco para manter seus funcionários de carteira assinada, já que os que trabalham por dia foram dispensados na primeira semana de queda de movimento. Mas, destaca que as instituições bancárias exigem que o dinheiro emprestado seja investido na infraestrutura. “Como é que eu vou comprar material de construção e equipamentos nessa época? Eu preciso desse dinheiro para aguentar o período de crise, como se fosse uma seca”. Para este comerciante, conseguir um empréstimo ainda é mais simples, pois possui toda a documentação que regulamenta o seu estabelecimento, porém, ele se preocupa com os pequenos produtores. “Esses indivíduos não têm a documentação necessária, um contador, ou os tributos pagos para viabilizar o financiamento. Mas são eles os fornecedores de toda matéria prima para abastecer o restaurante, como bananas, laranjas e farinha de mandioca”.
Dias lamenta o fato de que o Estado dá mais atenção para a capital do que para as regiões mais afastadas. “Uma construção de grande porte em Curitiba é realizada em cerca de três a quatro meses, enquanto um buraco na serra levará seis meses para ser consertado”. Ele ressalta que depende disso para viver e faz um apelo aos curitibanos. “O pessoal de Curitiba gosta daqui da região. Se for divulgado que nós da Graciosa estamos precisando de ajuda, isso aqui iria lotar, mais do que em dias normais”.
Segundo o chefe do setor operacional da Defesa Civil do estado do Paraná,
Romero Nunes da Silva FIlho, o órgão não recebeu nenhuma solicitação oficial de auxílio cesta básica e que por conta disso, o encaminhamento de ajuda humanitária não foi necessário. “Neste caso a atuação da Defesa Civil foi a criação de mecanismos legais para agilizar a resolução dos problemas”.
O drama da comerciante Maria de Paula já afeta as necessidades básicas.
“Hoje o caixa fechou com um real de lucro, e ontem o único cliente que apareceu foi para comprar balas, com 50 centavos”. Assim, a proprietária da banca teme não conseguir arcar com a própria alimentação.
“Os comerciantes estão todos se ajudando, um tentando fazer com que não falte nada para o outro na medida do possível, pois o governo só aparece aqui nos carrões para ver e tirar fotos sem sequer olhar nos nossos olhos”.
Descendo a serra, o centro de Morretes também começou a ser afetado pela queda repentina de turistas que atingiu a região após o deslizamento. Mesmo com outras vias de acesso, o movimento caiu cerca de 70% na maioria dos restaurantes, que estão fechando suas portas durante a semana. Carlos do Espírito Santo, dono do restaurante Usina do Sabor, está usando a internet para divulgar uma promoção inusitada. “Estou reembolsando o valor do pedágio para os clientes que lotam o veículo de cinco pessoas para almoçar conosco, utilizando como acesso a BR277. Portanto, para quem optar pela cidade, Morretes continua linda, atraente e receptiva!”, finaliza.
Para o presidente da Associação de Comerciantes da Estrada da Graciosa, Gilton Dias, muitos ainda não assimilaram o acontecimento. “O único pronunciamento oficial que temos é que a estrada demorará seis meses para ficar pronta. Mas, não queremos uma resposta sobre o tempo que levará para ser construída e liberada. O que precisamos saber é como esse pessoal que depende da serra vai sobreviver durante esse período. Por enquanto, eles ainda têm algumas economias para o sustento, que já começam a se esgotar”.
Segundo Neto Gnatta, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Morretes, o suporte por enquanto está focado em toda a questão burocrática envolvida na liberação da estrada. “Mas paralelo a isto, estamos buscando todos os mecanismos legais para poder liberar o FGTS de todos daquela região, além de solicitar aos bancos para que se criem linhas de créditos especiais para os empresários e moradores do local”.
O secretário acrescenta estratégias estudadas para que ocorra uma aproximação entre o governo e a população afetada. “A intenção é estar o mais próximo possível da comunidade durante estes próximos meses, seja levando capacitação, orientação e discutindo junto à ela alternativas para este momento de dificuldade”.
Para o secretário, ainda é cedo para definir uma medida provisória. Porém, os comerciantes da Graciosa e de Morretes estão solicitando a construção de uma ponte do exército até que o problema seja definitivamente resolvido.
Além disso, existe uma lei estadual que determina que todas as cidades paranaenses devem ter uma alternativa livre de acesso não pedagiado. “O maior número de turistas busca desviar do pedágio, e cortando o principal acesso da cidade, eles não chegam até aqui, pois têm diversas outras opções ao vir pela 277”, afirma Carlos do Espírito Santo.
De acordo com o superintendente regional do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Sérgio Moreira Gomes, há um prazo de 180 dias para que as obras de conserto no trecho sejam concluídas, a partir da data do deslizamento. As chuvas teriam sido a principal causa do desastre. “No prazo de três dias, choveu o equivalente à média de todo o mês de março, de acordo como o Simepar. Como houve uma concentração de água em uma encosta da serra e, nesta região há pouco incidência de sol, o solo ficou encharcado e desabou”.
O DER não se pronunciou a respeito de possíveis medidas provisórias que poderiam permitir o fluxo de veículos, ainda que parcialmente, até que a estrada esteja totalmente consertada.
A cada dia a criminalidade vem dominando o cotidiano dos curitibanos. Segundo dados do último levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP-PR), Curitiba apresentou um aumento de 20% no número de assaltos em 2013 e, além disso, dados apurados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSEG), colocam a cidade como a sétima capital do país em maior quantidade de carros roubados ou furtados.
Os números refletem e justificam a insegurança que a população sente com relação ao patrimônio e a própria vida, como
afirma Veridiana Demathe, moradora do bairro Santo Inácio. “Pegam qualquer coisa, seja de rico ou pobre, e ainda corremos o risco de sermos agredidos fisicamente por não ter nada para dar ao bandido”, lamenta. Diante do cenário alarmante, os moradores da região buscaram aliar a tecnologia à prevenção de novos crimes e criaram um grupo fechado na rede social Facebook.
Após ter a residência assaltada, o vendedor Marcelo Lunardon, ao conversar com vizinhos, notou que o episódio era
mais comum do que ele imaginava no bairro e foi então que a ideia surgiu. “O objetivo do SOS Santo Inácio é a comunicação dos moradores com o mesmo problema, avisar quando tem algo suspeito. Foi a forma encontrada para termos mais segurança, já que esta é falha no sentido público”, explica.
A integração da comunidade no grupo já evitou possíveis crimes, por meio do aplicativo de identificação de placas de veículos da Polícia Federal. “Este mecanismo informa se a placa é roubada e isso colabora para que fiquemos atentos. Já conseguimos identificar cinco (veículos) em que a placa não batia, isso significa que é bem provável que aconteceria assaltos na região”, ressalta Lunardon.
O grupo possui cerca de seis meses de existência e mais de 1,2 mil membros compartilham diariamente esclarecimentos apurados junto à Polícia Militar, depoimentos de roubos e furtos de casas, veículos e transeuntes suspeitos no bairro, assim é possível repassar o maior número de informações para a PM atuar nos casos.
Os usuários apoiam a iniciativa e
passam a prestar mais atenção no que está a sua volta. No entanto, outro morador do Santo Inácio, Fernando Junior, acrescenta que para esta união perdurar, é preciso o uso do bom senso. “A discordância pode acabar em uma disputa de opiniões e isso não leva a ajuda nenhuma”, lamenta.
Esta forma de mobilização da comunidade não possui efetividade comprovada, mas ajuda na atuação dos policiais, de acordo com o sargento Sandro Vieira. “O grande problema que a polícia enfrenta é a falta de informação. Com essa espécie de bancos de dados, o profissional pode trabalhar com mais materiais”, comenta.
O sargento também afirma que o interessante deste tipo de mobilização é que a maioria das pessoas integrantes estão realmente dispostas a se protegerem mutuamente e buscar soluções para os casos. “No 190, cerca de 90% das ligações são trotes. Mobilizações via internet, quando sérias, conseguem abranger melhor quem realmente está disposto a colaborar”, conclui.
Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer da vida. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no mundo, uma a cada cinco mulheres se tornará vítima de estupro.
Em uma pesquisa realizada com moradores de Curitiba, em dezembro de 2013, pela Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher, 44% dos curitibanos relatou que não acredita que as leis brasileiras defendem as mulheres de abusos e violências domésticas. Para 34% dos curitibanos o lugar onde a mulher mais é desrespeitada é na própria casa.
“Ele me agredia, eu apanhava. Cansei de apanhar, e denunciei”, relata Marcia (nome fictício), 35 anos, que sofreu violência do ex-marido. “Se não tivesse a Lei Maria da Penha eu não teria feito a denúncia, porque a delegacia não funciona para essas coisas”, lamenta.
“O agressor é o namorado da minha mãe, além de perturbá-la, me agrediu verbalmente e psicologicamente”, relata Bianca (nome fictício).
“Na delegacia, o atendimento foi razoável. Apesar disso percebi que algumas mulheres não são atendidas como deveriam ser”, conta a moça.
Para Marcia, o atendimento da Delegacia da Mulher não foi eficiente. “A funcionária da delegacia que atende a denúncia foi extremamente estúpida, não dá atenção e quase te faz desistir da denúncia, não existe apoio das delegacias”.
A psicóloga Carolina Ibanez explica que, no tratamento psicológico de uma mulher que sofreu violência, “o psicólogo precisa entender o que aconteceu e qual significado a mulher violentada deu ao ato. Faz parte do processo terapêutico trabalhar para diminuir o sofrimento”.
A Secretaria do Estado da Saúde do Paraná (Sesa), em parceria com o Instituto Médico Legal (IML), desenvolveu um projeto no qual uma equipe do IML se desloca até a unidade de saúde ou hospital para fazer o exame de corpo de delito, humanizando o atendimento.
Já a Prefeitura de Curitiba lançou o programa “Patrulha Lei Maria da Penha”, que conta com quatro viaturas e 15 guardas municipais para atender as vítimas.
A Delegacia da Mulher foi procurada pela reportagem do Comunicare, mas não se pronunciou sobre as críticas feitas pelas mulheres vítimas de violência.
Fechada desde 05 de dezembro de 2011, para adequação em razão da Copa do Mundo de 2014, a Arena da Baixada foi reaberta no último sábado, dia 29 de março, no aniversário de Curitiba. O primeiro jogo teste foi realizado apenas para operários e alguns poucos sócios, já que foram liberados apenas 10 mil lugares, dos 43 mil previstos ao fim da obra. A partida, que teve início às 15h, foi contra o J. Malucelli e terminou com empate em 0 a 0. Para o estudante Marlon Gogola, o primeiro gol da Arena deveria ser de Adriano Imperador. “Depois que ele saiu, torci pelo 0 a 0”, brinca.
Os torcedores que compareceram ao jogo tiveram problemas nas ruas próximas ao estádio. Cerca de 500 homens, entre guardas municipais, bombeiros, agentes particulares e policiais militares e federais, fizeram a segurança, já que o evento foi considerado teste para a Copa, pela Polícia Militar. Por este motivo, o acesso foi restrito em um raio de três quadras do estádio, sendo permitida a entrada apenas de torcedores com ingresso.
O Atlético iniciou a partida com o time titular, que disputa a Copa Libertadores, com destaque para Adriano, que fez seu primeiro jogo como titular. O atacante
ficou em campo cerca de 60 minutos e teve a chance de abrir o placar, mas não aproveitou. Além do Imperador, Marcelo e Éderson também tiveram chances de anotar o primeiro tento do novo estádio, mas também falharam. O J. Malucelli praticamente não teve chances de marcar.
Claudio Roberto, empresário, levou o filho Vitor, de apenas três anos, pela primeira vez ao estádio. “Estive na inauguração em 91 e em 94. Hoje estou aqui novamente e trouxe o garoto. Todos os eventos foram grandiosos, mas hoje é especial”, afirma Claudio.
Mesmo com festa nas arquibancadas, o evento mostrou que ainda há muito o que ser feito. Várias obras no entorno do estádio ainda estão inacabadas, os prédios para transmissão de televisão e rádio ainda precisam ser erguidos, além do anel superior da arquibancada. Outro evento-teste deve ser realizado no próximo mês, porém desta vez à noite, para que o sistema de iluminação, recém terminado, seja testado.
Há quase dois anos e meio sem eventos, a volta da Arena significa aumento
dos lucros, não apenas diretos, mas também indiretos, que ela proporciona aos comerciantes da região. Além dos estacionamentos, que dependem dos jogos para obter lucro, os donos de outros estabelecimentos também comemoram.
Para Sandra Simonatto, proprietária da confeitaria Doce Paladar, a Copa vem para ajudar, mas a situação ainda é complicada. “A Copa vai ser boa, com certeza, mas a rotatividade aqui é muito grande. Não tem como investir muito”. Mesmo assim, a volta dos jogos depois do evento da Fifa deve ser o diferencial. “Quando pararam a Arena pra reforma, nosso público mudou. Antes, a gente vendia muita bebida alcoólica, agora é mais bala e doces. Quando o Atlético voltar a jogar aqui as bebidas voltarão a vender e, com isso, o lucro subirá novamente.”
A Arena da Baixada receberá quatro jogos da Copa do Mundo Fifa, todos válidos pela primeira fase do torneio. Irã e Nigéria se enfrentam no dia 16 de junho; Honduras e Equador no dia 20 de junho; a Espanha, atual campeã, encara a Austrália no dia 23 de de junho; e a Rússia joga contra a Argélia no dia 26 de junho. A maior parte dos ingressos já foi vendida.
A previsão do clube para o futuro é otimista. Segundo estudo de viabilidade apresentado pela CAP/SA para defender o último empréstimo no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Arena tem potencial para gerar de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões por ano. Levando em conta que a receita do clube, hoje, é de cerca de R$ 80 milhões, o Atlético pode dobrar de tamanho nos próximos anos.
Além disso, ainda está em aberto a escolha dos Naming Rights do estádio, isto é, qual marca pagará para ter seu nome vínculado ao clube. Vale ressaltar que esta prática, que ainda não é tão comum no Brasil, é muito utilizada na Europa, tanto por times grandes quanto pelos menores. Como exemplos, a Allianz Arena, casa do Bayern de Munique, e o Etihad Stadium, estádio do Manchester City, já lucram com esta estratégia há algum tempo.
”Estive na inauguração em 91 e em 94. Hoje estou aqui novamente e trouxe o garoto. Todos os eventos foram grandiosos, mas hoje é especial”Leonardo Siqueira/ 4º Período Claudio e o filho Vitor, duas gerações na Arena
Esporte radical ainda pouco praticado, o paraquedismo é motivo de medo para algumas pessoas e remédio para outras. Apesar dos riscos, a adrenalina liberada no esporte é responsável por vários benefícios à saúde.
“A adrenalina, um neurotransmissor, é um estimulante, ajuda na concentração e na atenção do indivíduo”, afirma Cloves Amorim, psicólogo, psicoterapeuta e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Segundo ele, a serotonina também se intensifica com a queda livre, causando sensação de prazer.
“Depois que você salta, seus medos e dificuldades se tornam muito pequenos”, afirma o instrutor, praticante há mais de 15 anos. Para ele, o contato com a natureza, a adrenalina e a autoconfiança obtidos com o esporte fazem qualquer investimento valer a pena.
Assim também é para o tecnólogo em Telecomunicações Ivan Haluch, que no dia seguinte ao seu primeiro salto duplo, em janeiro deste ano, ligou para a escola para saber como poderia saltar sozinho. Porém, fará o curso somente no ano que vem, pois, segundo ele, é caro. Haluch pousou em Paranaguá, mas normalmente isso é feito no aeroporto de Ponta Grossa.
“Dá medo quando o instrutor te coloca para fora do avião, pouco antes de saltar. Mas é uma experiência única”, frisa Haluch. Quando foi se aventurar, estava com os joelhos machucados, o que o fez parar de jogar futebol, mas não desistir do paraquedas. Ao pousar, afirmou que nenhum impacto é sentido. “Não senti dor, foi tranquilo”.
Quem controla o paraquedas não é o instrutor, e sim quem está saltando com ele. Assim, é a pessoa quem decide se quer chegar antes ao chão e ter mais adrenalina, ou o contrário.
Para tentar acabar com as dificuldades de encontrar um local apropriado, ou ainda companhia na hora de praticar alguma atividade física, a Google lançou uma plataforma que pretende unir e auxiliar os apaixonados por esportes ou aqueles que prezam por uma vida saudável, o Joga +1.
O site foi habilitado na terceira semana de março e já conta com mais de 20 modalidades esportivas e 250 atividades cadastradas, todas espalhadas por diversos lugares do Brasil.
O Joga +1 funciona de forma totalmente interativa. Para utilizá-lo basta que o usuário possua uma conta Google e faça a conexão no site, em seguida, ele deve escolher o esporte ou atividade desejada e digitar o nome de uma propriedade pública, uma rua ou um bairro para que, através do Google Maps, sejam identificados os lugares adequados e disponíveis na área desejada. De tal modo, o usuário pode escolher uma ou mais alternativas, agendar os encontros com outras pessoas pelo Google+ e obter ou adicionar dados, formando um ambiente de cooperação.
O professor alega que os esportes em geral despertam bem estar nas pessoas, pois a maioria delas não joga apenas para ganhar, e sim pela prática em si. “Você não vai para a balada numa noite, se vai saltar de paraquedas no dia seguinte”, diz, complementando a ideia de que disciplina e auto controle são outros pontos positivos da prática.
Em relação à baixa procura e desistência das pessoas pelo paraquedismo, Rogério Gomes Santos, 47 anos, afirma que se deve, além do alto custo, ao receio que elas têm daquilo que envolve o perigo. Diretor da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), instrutor e dono de uma das cinco maiores escolas de paraquedismo do Brasil, a Skull, Santos saltou cerca de três mil vezes.
Em relação ao salto individual, Santos diz que basta seguir as regras do curso e “nada dá errado”. Sobre o duplo, afirmou que é ainda mais simples, já que a pessoa não está sozinha, “mesmo sem seguir as orientações, dá tudo certo”, garantiu.
Para o psicólogo, é preciso alertar-se à vigorexia, uma doença causada pela busca de níveis mais altos de adrenalina, o que acarreta no vício pelos esportes em geral, principalmente os radicais para quem os pratica. Já sobre as pessoas quem têm medo de altura ou estão em tratamento psicológico, ele recomenda antes uma avaliação médica, pois “os esportes radicais são para quem tem saúde e deseja praticá-los”, complementa.
Christiano dos Santos, professor da Escola de Saúde e Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e mestre em tecnologia em saúde, afirma que a plataforma pode ajudar principalmente os mais introvertidos. “Vamos imaginar uma criança, um adolescente ou até mesmo um adulto que more sozinho, esta pessoa vai ter mais dificuldade de se relacionar com outras pessoas, de repente, a ferramenta pode se tornar importante”, diz.
Da mesma maneira, o professor assegura que o Joga +1 pode envolver os mais obcecados por aparelhos eletrônicos e incentivá-los a praticarem exercícios, já que bastam alguns cliques para que eles achem um local e companhias para o divertimento.
A plataforma dispõe da assistência das ONGs brasileiras: Atletas pelo Brasil, Fundação Gol de Letra, Cufa, Instituto Bola pra Frente e Liga Solidária. O site Catraca Livre oferece, igualmente, suporte à plataforma.
Dayse Ribeiro é assessora institucional do Instituto Bola pra Frente e conta que a Google convidou a ONG para participar do projeto, uma vez que a instituição tem a missão de estimular a prática de esportes.
Os fundos arrecadados pelo instituto são fornecidos por patrocinadores que investem via lei de incentivo ao esporte.
“Experimentei o Joga +1 uma vez para tentar encontrar um novo local onde eu pudesse correr durante a semana, como estou habituado”, fala Marcos Garcia, que é estudante e participa de jogos de futebol e corridas semanalmente.
Garcia declara que a plataforma é extremamente interessante e pretende usá-la mais vezes. “Hoje é muito mais fácil marcar atividades esportivas em grupos e pelas redes sociais”.
“Hoje é muito mais fácil marcar atividades esportivas em grupos e pelas redes sociais”
Após cinco anos de interdição, um dos principais locais destinados a shows e grandes eventos de Curitiba, a Pedreira Paulo Leminski, foi reinaugurada no último sábado, dia 29 de marco, em uma ocasião duplamente especial. No dia do aniversário da cidade, a Pedreira recebeu o rei Roberto Carlos em um grande show para oito mil pessoas.
O clima ameno e a ausência de nuvens no céu compuseram uma noite perfeita para o público aproveitar e prestigiar o espetáculo. A estrutura contava com cadeiras para todos os espectadores, serviços médicos e policiamento dentro do local, além de barracas de comidas e bebidas. Não foram registrados tumultos antes, durante ou depois do show, que durou aproximadamente duas horas. Algumas ruas ao redor da Pedreira foram fechadas após as 16h e o tráfego foi controlado por guardas de trânsito.
O sábado foi repleto de atividades pela cidade em comemoração aos 321 anos de Curitiba. O show, marcado para às 21h, começou com um atraso de quase 40 minutos.
Roberto Carlos subiu ao palco às 21h40, e mesmo com o atraso, foi recebido calorosamente com muitas palmas e saudações de fãs. De terno branco e acompanhado por um coral e pela
orquestra RC9, fez uma noite dedicada a sucessos. Abrindo sua apresentação com “Emoções”, afirmou estar emocionado em cantar novamente na cidade. “É um prazer estar com vocês. É um privilégio cantar em um espaço como esse. Obrigado pelo
carinho de todos vocês”, declarou Roberto Carlos. Antes da segunda canção, ele ainda brincou com o aniversário da cidade. “Curitiba é bem mais velha do que eu”, disse o cantor. Ao final, a plateia se aglomerou em frente ao palco para a tradicional entrega de rosas do cantor.
O palco que recebeu Roberto Carlos é uma das mudanças na reabertura da Pedreira, que passou por reformas estruturais e está maior em comparação ao antigo espaço. As reformas do complexo, que inclui também a Ópera de Arame, custaram cerca de R$ 17 milhões. O local foi interditado em 2008, após uma ação movida em nome dos moradores da região, alegando que o tumulto, a falta de organização e o barulho gerado em dias de show atrapalhavam a rotina e a segurança no bairro. Em janeiro deste ano, a Justiça derrubou a ação sob a condição de imposição de regras para a organização dos horários dos eventos, além de melhorias na estrutura do local.
As amigas Eulália Ouchim Remanne, 42 anos, e Soraia Mogne Luis, 54 anos, vieram de Moçambique especialmente para o evento, realizando, segundo elas, o sonho de uma vida inteira. “Crescemos a ouvir a música de Roberto Carlos. Estar aqui hoje é uma coisa de outro mundo, algo espetacular, e vai ficar marcado nos nossos corações. Vamos partilhar essa realização com nossas amigas em Moçambique!”, diz Eulália. “Roberto Carlos uma vez foi à Moçambique e eu ainda era muito pequenina para ir ao espetáculo. Minhas irmãs mais velhas foram, e então fiquei sempre a acalentar este sonho. Para mim, vir ao Brasil só podia ser por esse grande motivo”, conta Soraia, emocionada e eufórica. “Em Moçambique, toda a gente sabe que hoje é um dos maiores dias da minha vida”, afirma.
O advogado Mario Boeira, 52 anos, vestido com uma camiseta surrada com o rosto do Rei por baixo de uma camisa azul clara, conta que foi a todos os shows que conseguiu desde 1970. “Durante a faculdade, fui a um congresso no Rio de Janeiro e descobrimos que em uma das noites o Roberto faria um show no Canecão. Todos os meus amigos foram para uma balada, e eu fui sozinho no show. Depois daquele dia, nunca mais parei de acompanhá-lo. Essa camiseta tem mais de 30 anos”, afirma. Conforme dava seu depoimento, seus olhos foram ficando mareados de lágrimas. “Tá vendo, é só começar a falar que a emoção bate!”, desabafa, sorrindo.
Também prestigiaram o evento o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, o governador Beto Richa, o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, e o vereador Jonny Stica, um dos responsáveis pelas campanhas de reabertura da Pedreira.
“Estar aqui hoje é uma coisa de outro mundo, algo espetacular, e vai ficar marcado nos nossos corações”
O Festival de Teatro de Curitiba (FTC), em sua 23ª edição, começou no final do mês março, dia 25, e terminará no dia 06 de abril. Considerado uma grande produção teatral e um dos maiores eventos culturais do Brasil, o festival contempla peças nacionais, internacionais e locais. Entre as atrações estão: a mostra principal (com 35 peças), a Fringe (com mais de 200 apresentações diferentes), além de sessões do Risorama, Guritiba, Sesi na rua, Mish Mash e o Gastronomix, comprovando que Curitiba se insere cada vez mais no “eixo” cultural nacional e continua se expandindo.
Durante os 20 dias do Festival de Curitiba (de 25 março até 06 de abril) a cidade se transformou em um grande palco com inúmeros artistas de várias regiões do Estado, de vários estados do país, além de artistas internacionais. Essa miscigenação cultural só foi possível graças às 430 companhias de 19 estados brasileiros e de cinco países que estão se apresentando nesta edição com 450 espetáculos. A programação está recheada de peças em diversos locais, desde praças como a Rui Barbosa e Santos Andrade, teatros consagrados como o Positivo, Bom Jesus e Guaíra, e nas ruas, calçadões e parques. Ao todo, serão ocupados 65 espaços da cidade - tudo para proporcionar ao público entretenimento e cultura irreverente.
De acordo com Leandro Knopfholz, diretor e organizador do FTC, o objetivo desta edição é apresentar um retrato da produção teatral nacional, fazendo um paralelo com a produção artística internacional. “O grande diferencial desta temporada é que estamos apostando em um incremento da programação internacional com a vinda
de cinco atrações estrangeiras”, diz. Para Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), o festival é uma amostra daquilo que está sendo produzido na mais ampla diversidade do teatro brasileiro. “O teatro tem esse poder sedutor, no bom sentido da palavra, e é um bom momento para se trazer frequentadores para esta arte”. O presidente ainda confirma que “o curitibano está tendo, pelo menos em 2013 e neste ano, uma oferta muito maior de atividades culturais”.
A expectativa para esTa edição da mostra é grande. Lidvar Shultz, projetista gráfico, que diz acompanhar o festival desde sua primeira edição, conta que a aposta para este ano são as peças de rua, que além de gratuitas prometem uma interação diferente. “Algumas peças estrangeiras serão apresentadas no formato street, espero que valha a pena. Já faz seis anos que só assisto esse tipo de peça - que eu não sei o que esperar (por não ser de companhias famosas e atores conhecidos) - e sempre me surpreendo”, relata.
Ele também faz uma crítica ao festival em seu modelo atual. “Percebo que o preço
aumenta a cada ano, a qualidade das peças principais vem caindo e a oferta aumenta à exaustão. Não se sabe o que assistir de tanta coisa pra ver e parece não haver muito critério de unidade”, aponta. Já para a também apaixonada por teatro, Mônica Farah, o festival vem se aprimorando. É democrático e acessível. “Já não preciso ir ao Rio ou São Paulo para ver esse tipo de festival que confesso nunca esperar muita coisa, porque sempre prefiro ser surpreendida. Até hoje não me decepcionei”, completa.
O chileno Claudio Vegas, protagonista da peça “El Homebre venido de ninguna parte”, da companhia La Gran Reyneta, comenta o tempo de preparação e a imensa expectativa em se apresentar para o público brasileiro. “São pessoas de uma inocência incomum, muito limpos, honestos e generosos que atuam na peça. É a primeira vez em Curitiba e gostaríamos muito de voltar, mas depende do festival e das oportunidades apresentadas para nós aqui”. O espetáculo conta a história de um homem
que viaja no tempo em busca da verdade sobre o mundo ao seu redor e sua origem. “É uma fantasia aos olhos, uma loucura à mente e uma surpresa a cada instante”, fala o produtor teatral Paulo Rocha. Os 11 atores encenam e coordenam o cenário, que merece aplausos nos quesitos criatividade, improviso e audácia. A mão gigante com toda a sua complexidade – o dedo jorra sangue quando é cortado -, o esguicho azul da baleia e a tempestade de verdade em plena noite estrelada de quarta-feira pode ser considerada a revolução dos efeitos especiais.
A respeito desta “improvisação planejada”, Vegas afirma que, “este show começou em dezembro de 2013 com sua estreia, mas o tempo de preparação foi 10 meses exatamente. O cenário é bem pensado, mas parece um “grande punho” e também há baleia, restaurante, cadeia, cemitério, além de um ovo gigante. Tudo foi muito bem estudado, planejado. É um orgulho apresentar esse trabalho”.
A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) começou o projeto Casa Cheia para estimular e auxiliar o acesso da população ao festival. Foram liberados cinco mil vouchers em peças curitibanas que dão direito a um desconto de R$ 10,00 para os espetáculos de companhias locais que compõem a programação da mostra Fringe.
O desconto é automático, é só apresentar o cupom na bilheteria. O benefício é válido até para os que têm direito a meia entrada e residem em outras cidades fora da capital, entretanto não é cumulativo, portanto só é valido um por peça, além de não haver devolução da diferença em dinheiro. Ou seja, se o valor da peça é R$ 8,00 e o valor do vaucher é R$ 10,00 não há devolução dos R$ 2,00 de diferença.
Cada pessoa pode utilizar quatro vouchers durante a edição deste ano e o controle será feito pelo número do RG na hora da compra. Os descontos são limitados a 30% da quantidade total de ingressos de cada apresentação e não
valem para compras no site do evento.
“Mais de 200 peças serão beneficiadas com a iniciativa. É uma forma de evidenciarmos quem faz o teatro em Curitiba. E o melhor momento para isso é durante o festival, quando a cidade toda respira o teatro”, diz o superintendente da FCC, Igor Cordeiro. Segundo ele, após analisados os resultados do projeto no festival, ele será replicado para outros projetos.
O sucesso do projeto foi tão grande que após cinco dias de festival todos os cupons de desconto foram retirados. Já não se têm mais disponíveis. “Os cupons tiveram uma ótima aceitação. O sucesso serve de estímulo para já pensarmos em novos desafios”, diz o coordenador de Teatro da FCC, Clóvis Severo.
Além da mostra principal, há uma variedade de apresentações de diferentes conteúdos, destinados a públicos mais despojados, além de uma secção de público específico. O Fringe é o espaço em que as companhias interessadas têm para mostrar o seu trabalho e contempla todas as vertentes artísticas. Não há crítica de “olheiros” nem super-expectativa, a Fringe é justamente para o expectador que está afim de desfrutar de uma peça de teatro, música e dança logo ali. Só nesta edição são 400 montagens e 10 eventos, no conjunto, 20 a mais do que no ano passado.
Além disso, o festival conta com o Risorama em que o objetivo é dar risada o tempo todo. As apresentações, que ocorreram entre os dias 29 de março a 03 de abril, foram comandadas por um grupo de atores comediantes que animaram a noite com ambiente descontraído ao estilo “conversa de boteco”, contemplando todos os estilos de stand-up comedy. Houve apresentações do Marco Luke com
um quadro surpresa, no qual ele, ainda disfarçado, interagiu com as pessoas. No decorrer das apresentações outros comediantes consagrados também marcaram presença, tais como: Diogo Portugal, Hélio Barbosa, Maurício Meirelles, Guri de Uruguaiana e Robson Nunes, além do mestre de cerimônia ser ninguém menos que Marcio Ballas. As apresentações duraram 1h50 com intervalos de 15 minutos por apresentação.
O SESI na rua (apresentações gratuitas), apresentou mostras internacionais irreverentes do teatro tradicional. Conseguiu surpreender sem o conforto das cadeiras e o silêncio dos teatros, com as peças “Os gigantes da montanha”; “Ell Hombre venido de ninguna parte”, “Pequeno manual do cavaleiro andante” e “A pereira da tia miséria”, que mostraram muita criatividade nos cenários, enredos complexos e críticos e um mar de aplausos.
O Guribatiba (segmento para as crianças) é destinado também aos pais e pretende encantar os grandes e pequenos,
ao abranger o mundo da aventura, diversão e fantasia – transpondo os limites da imaginação. O Guribatiba contará com atrações que se apresentarão entre os dias 04 e 13 de abril, como: Criaturas - show musical e teatral a partir da história de um livro, no qual os personagens passam por problemas reais e os solucionam com ideias criativas e inocentes típicas do universo infantil, além do Rádio Show–Banda Mirim – que promete entreter e brincar com a gurizada com muita música da rádio Sapecando AM.
Já no Mish Mash, os destaques foram as apresentações circenses e de mágicas, no qual malabarismo e ilusionismo foram os pontos altos das apresentações, que ocorreram no Park Cultural, nos dias 27 e 28 de março, com a apresentação da “Palhaça Rubra”. O último evento foi o Gastronomix, feira de alta gastronomia com ênfase na culinária brasileira e paranaense, que contou com os chefs César Santos, a consagrada Flávia Quaresma, além de Tereza Paim, Pablo Pavan e Bárbara Verzola.
O 23º Festival de Curitiba começou em uma terça, dia 25 de março. Como todo ano, o evento não começou com uma peça, razão pela qual é conhecido internacionalmente, mas com uma festa “esporte fino”. Atores do Brasil e a nata curitibana andavam para lá e para cá com coquetéis caros na mão (todos fornecidos de graça para quem tivesse um convite) nesta noite nublada. A banda do grupo teatral La Gran Reyneta tocava no palco, com o volume apenas alto o suficiente para não atrapalhar a conversa dos convidados. Ternos, vestidos, fotógrafos, quitutes e peças de decoração de isopor ocupavam o salão da Expo Renault Barigui, tudo repassando um ar de limpeza e claridade, quase chegando a machucar os olhos. Até o acidente do ator Fagner Zadra, do grupo de comédia Tesão Piá, com uma das tais peças de isopor, a festa seguiu tranquilamente, da maneira esperada pelos organizadores, apesar da constante correria deles pelo salão.
Cerca de 16 mil pessoas estiveram no Estádio Durival de Britto e Silva, no dia 30 de março, para presenciar a primeira apresentação da banda Gund N’Roses em Curitiba. O show marcado para começar às 21h, teve apenas oito minutos de atraso, diferente das apresentações em Belo Horizonte e Rio de Janeiro onde o grupo atrasou por quase duas horas. A banda norte-americana está no Brasil com a turnê South American Tour 2014, e fez na capital paranaense seu quinto show do trecho (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo).
palco, os músicos finalmente se acharam. Tocaram a faixa “Better” também do seu último álbum e, com mais uma saída de Axl para o camarim, começaram a aparecer os solos do resto da banda.
O primeiro a cobrir as trocas de roupa de Axl foi o guitarrista Richard Fortus. Tocando uma versão em solo da música “The Blacklight Jesus of Transylvania”, Fortus alterou com os outros dois guitarristas Ron Thal e DJ Ashba o papel que era do lendário Slash.
O apresentação teve início com a canção “Chinese Democracy”, nome do último álbum da banda. Axl Rose, ainda meio tímido, andou pelo palco exibindo uns “quilinhos” a mais. Em seguida veio um grande hit do grupo “Welcome to the Jungle” fazendo o público pular e cantar junto. Aos poucos Mr. Rose ia se soltando, mas na quinta música “Estranged” começou o que todos temiam, os famosos “chiliques” do frontman da banda. O vocalista interrompeu a música dizendo “a banda está meio confusa”, mas depois de algumas conversas e uma ausência no
Quem abriu a segunda parte do show, depois de mais uma parada do vocalista para troca de roupas, foi o baixista Tommy Stinson. Cantou uma música de sua autoria “Motivation”, punk rock dos tempos da sua primeira banda The Replacements. Em seguida Axl volta, parecendo ter aquecido as cordas vocais, o vocalista tem flashs dos tempos áureos. Animado, ele corre no palco, arrisca alguns agudos que fazem a galera delirar e toma da mão de um roadie (funcionário que limpa o palco) um rodo e começa a passar no palco, retirando a água parada da chuva. Depois sorri, pega seu
Público de 16 mil pessoas resistiu à chuva para soltar a voz e curtir os grandes hits da banda
novo acessório e começa a dançar.
A chuva não atrapalhou a apresentação. No público, as camisas pretas deram espaço para capas de chuva, que no final ficaram espalhadas pelo chão.
Quando DJ Ashba sobe na caixa de retorno em frente ao palco e começa a solar “Sweet child o’ mine” o que se vê é uma plateia jogando capas de chuva para o alto e sorrindo ao ver Axl Rose entrar no palco sem chapéu e apenas com um lenço vermelho na cabeça, lembrando os anos 90. Todos cantaram, pularam e aplaudiram, fazendo o vocalista dizer “é um prazer estar com vocês essa noite”.
A próxima canção precisou mais uma vez dos roadies. Tirando rapidamente um belo piano azul marca Baldwin abaixo da estrutura onde ficava o baterista Frank Ferrer e os tecladistas e becking vocals Dizzy Reed e Chris Pitman, foi a vez de Rose mostrar versatilidade tocando “November Rain”. O palco se apagou, deixando apenas uma luz sobre ele. A plateia balançou os braços de um lado para outro, curtirdo a baladinha mais famosa banda.
O jogo de luzes e os telões de led foram outra atração. A cada música, o tema e as imagens trocavam ficando mais interativo o show. Teve também pirotecnia no final de November Rain e no refrão de “Catcher in the Rye”.
Do público vem uma bandeira do Brasil. O guitarrista Ron Thal a pega e coloca sobre
suas costas, fazendo todos gritar e aplaudir seu gesto.
Marcelo Martíns e Clara Deretti trouxeram a filha Luiza Martíns, 12 anos, para ver o show a pedido da menina. Marcelo e Clara são fãs do Guns desde a década de 1990, quando a banda estava em ascensão. Luiza aprendeu a gostar da banda ouvindo os grandes clássicos. “Nós não viríamos ao show, mas quando a Luiza pediu, foi até uma surpresa”, diz Clara. Já Martins, quando questionado sobre a declaração do tecladista Dizzy Reed de que a formação atual da banda é a melhor de todos os tempos, comenta que esse era o receio dele vir ao show. “Tenho amigos que não vieram porque não tem mais o Slash. Nós viemos por que ela pediu, e ela aprendeu a gostar ouvindo os grandes clássicos”.
Axl volta ao palco com uma jaqueta de couro preta e um chapéu vermelho para cantar “Don’t Cry” seguida de “Knockin on Heaven’s Door”, talvez o momento mais brilhante da apresentação, que durou quase três horas. Banda e plateia estavam sintonizadas. Axl parecia ter seus anos dourados novamente. A multidão vibrava vendo a banda, que no começo parecia confusa, orquestrar o hard rock que todos esperavam. Por fim “Patience”, puxada por um assovio de 16 mil pessoas ecoando pela Vila Capenema, e “Paradise City”, sob uma explosão de pétalas de rosas, deram fim a uma apresentação contagiante.
O islandês Saemundur Saemundsson, 50 anos, desembarca em Curitiba acompanhado da esposa e dos três filhos. Malas gordas, roupas tropicais, cinco sorrisos ambulantes.
Para celebrar o cinquentenário, uma viagem pela América do Sul - Che Guevara com cartão de crédito e Hilux. Uma peregrinação de classe executiva, de Curitiba a Machu Picchu, passando por Foz do Iguaçu, Buenos Aires e Lima.
O sol queima no céu como quem busca vingança, Apolo em sua mais terrível carruagem. Para os pálidos viajantes, o verão que aterroriza os curitibanos é motivo de deleite. Ao final desta odisseia sul-americana, exibirão os bronzeados com orgulho.
A caminho da cidade, cercados pelo caos da Avenida das Torres, o primeiro choque: a simbologia do sinal vermelho. Na Islândia: “pare seu veículo”. No Brasil: “liga o ar e fecha a janela que lá vem o pedinte!”.
Com enormes olhos azuis arregalados, o filho mais novo observa a figura quase fantasmagórica batendo na janela. Para quem havia visto um único mendigo em toda a sua vida (uma senhora eloquente e bem-vestida que pede esmolas na estação central de Reykjavík), a viagem ao terceiro mundo já parece estar se transformando
num episódio de The Walking Dead.
O choque cultural é forte. A Islândia está na 13ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e chegou a ocupar a primeira em 2007. O Brasil está na 85ª. Apenas uma hora após a aeronave tocar o solo, a diferença é gritante.
Visivelmente abalados pelo encontro, Saemundur e a esposa estudam a paisagem com um olhar indecifrável. Como é, me pergunto, ver a pobreza pela primeira vez? Assistiram e se espantaram com “Cidade de Deus”, mas filme algum poderia captar o que veem ali. A sensação de olhar de perto nos olhos vazios da miséria.
Uma BMW nos ultrapassa em alta velocidade (freando próximo ao radar, conforme manda o jeitinho brasileiro!). O executivo atrás do volante só tem olhos para a silhueta da cidade grande no horizonte, ignorando os barracões e as crianças de rua como se nada houvesse ali.
Os 12 quilômetros da Avenida das Torres bastam para que os espectros da miséria se tornem meros elementos da paisagem, detalhes arquitetônicos tais quais os enormes prédios que marcam o início do Centro, fachadas pichadas, cobertas de assinaturas ilegíveis e gritos de guerra.
Os dias passam e Curitiba mostra (aos poucos, é claro, conforme manda
o jeitinho curitibano) seu lado “sorriso”. O calçadão que tornou a cidade famosa na década de 70. Os parques e praças, museus e teatros. Os painéis de Poty Lazzarotto e a poesia de Paulo Leminski.
De vez em quando, um vislumbre de sua outra face. A prostituta desmaiada às 10 horas da manhã em pleno Passeio Público, garrafa de cachaça na mão, seios quase transbordando por cima do top de oncinha.
As imensas obras inacabadas (inacabáveis, para os pessimistas), abismos devoradores de dinheiro público. As viaturas policiais que mais parecem tanques, negras como a morte.
- Parecem estar de luto – Saemundur comenta, contemplando uma dupla de policiais trajando puro preto. De luto estamos nós, tenho vontade de dizer, mas não digo nada. Em 2013, a polícia islandesa matou um homem pela primeira vez em sua história. Como poderia compreender?
Com os obrigatórios pontos turísticos visitados e doze tipos de caipirinhas provados (e aprovados!), o destino agora é Foz do Iguaçu.
Sob a luz de um sol escaldante, as Cataratas cantam suas glórias, um coro
ensurdecedor de mais de mil metros cúbicos de água por segundo. É uma ode não somente ao Brasil, mas à toda a América do Sul. Diante de tamanho poderio aquático, os cinco viajantes permanecem em silêncio.
- É lindo – diz Saemundur, enfim. Cala-se logo a seguir, pois não há nada mais a acrescentar. Tenta em vão capturar aquela beleza em fotos.
Naquela noite, às vésperas da nossa despedida, Saemundur e a família relatam o que deduziram sobre o Brasil - apesar dos pesares (e são tantos os pesares!), o Brasil é um belíssimo país. Uma nação de gente que sabe o valor do trabalho e da batalha, mas que também conhece a alegria de uma boa festa -. A pátria de Niemeyer e Pelé, de Zumbi dos Palmares e Machado de Assis. Uma terra onde a própria terra vive e onde todos querem, acima de tudo, viver.
Mas não é, como nos garante o governo, “um país de todos”.
E isto até mesmo um grupo de nórdicos com os bolsos forrados de gadgets Apple e cartões Mastercard, após meros cinco dias no país, é capaz de perceber.
“APESAR DOS PESARES, O BRASIL É UM BELÍSSIMO PAÍS. UMA NAÇÃO DE GENTE QUE SABE O VALOR DO TRABALHO”
viajantes contemplam a beleza das cataratasSaemundur fotografa um quati no Parque Nacional do Iguaçu
A tensão que reinava na hora das refeições agora sumira, e foi tomada não só pelo clima habitual de almoços e jantares da casa como por um alívio perceptível.
Eugenio, na época com seis anos, ainda não entendia o cenário político daquele tempo. Tão novo, não sabia ao certo porque ao caminhar para a escola o coração disparava com o som da sirene do camburão da polícia. Não se sentia protegido, muito pelo contrário. Sabia apenas que devia temer, e cumpria seu trajeto temendo sempre. Levamos da nossa infância lembranças fortes, que apenas posteriormente podemos entender.
A casa dos Moraes vivia cheia. Com seis filhos e um quarto de hóspedes quase sempre ocupado por algum dos primos que vinham do sul até a capital paulista estudar, a família tinha apenas um banheiro. José, o pai, tinha um passado e presente ativo na política, com atuações importantes na Juventude Operária Católica (JOC) nas décadas de 1950 e 1960, e sempre fez questão de passar estes valores aos seus filhos. Por muitas vezes Eugenio sentaria ao lado do pai e escutaria seus comentários a respeito dos três jornais que lia por dia, apontando matérias e explicando como a imprensa da época era parcial ao governo vigente. Aprendeu que a imprensa era tendenciosa em casa, não na escola.
contrários ao regime. Já há algum tempo, com maior expressão nesse período, vários setores da Igreja Católica lutavam pelos direitos humanos dos opositores.
Já era meados de 1969, um hóspede diferente do que a família costumava receber apareceu naquele sobrado de dois andares. Com a promessa de ficar pouco tempo, o rapaz que aparentava ter seus 20 e tantos anos usava batina. Era frei. O homem tinha chegado ali através da ligação que José tinha com os católicos dominicanos de São Paulo, devido à sua própria formação escolar dominicana em Campanha, cidade do interior de Minas Gerais.
O menino se irritava quando começava o noticiário e não conseguia entender porque a TV era ligada naquele momento, mas era o mesmo princípio das leituras diárias de jornal de seu pai. Com um terno e uma seriedade inquebrável, o apresentador do telejornal narrava fatos sem qualquer emoção, passando para a criança um tédio quase assassino. O conteúdo televisivo era grego aos seus olhos, e as notícias de fechamento de congresso, cassação de deputados e atos institucionais não despertavam sua curiosidade ou o abalavam como abalavam sua família. Ainda não compreendia.
O Ato Institucional nº 5 foi o golpe mais duro do regime militar. Depois de um ano repleto de conflitos e com a intensificação de protestos como o do movimento estudantil, em dezembro de 1968 o general e presidente Artur da Costa e Silva baixou o ato que dava liberdade ao governo para punir e caçar arbitrariamente todos aqueles
Quinto irmão na escadinha de idades, Eugenio recebeu aquela figura com estranheza. Não entendeu o porque da presença do homem ou a razão de sua postura acuada e seu isolamento quase total durante a estadia. Aparecia somente nas refeições e falava apenas o necessário. Por vezes, Eugenio e algum dos irmãos subia e espreitava à porta do quarto de hóspedes, em um misto de curiosidade e receio, mas nunca de fato fazendo qualquer coisa que não fosse apenas observar. Para aumentar ainda mais o mistério, havia sido orientado a não comentar com ninguém sobre o hóspede, nem com seus coleguinhas da escola.
Depois de uma semana, sem qualquer despedida ou palavras trocadas, o quartinho do segundo andar estava vazio mais uma vez. Tão furtivo quanto chegou, o frei foi embora. A tensão que reinava na hora das refeições agora sumira, e foi tomada não só pelo clima habitual de almoços e jantares da casa como por um alívio perceptível. As conversas fluíam novamente, e um êxtase era sentido na voz de cada membro mais velho da família.
Naquele tempo, Eugenio não podia entender o que a tal estadia significava, ou como as convicções ideológicas e políticas em seu lar poderiam ter arriscado a segurança de todos. Só anos depois, longe do perigo, seus pais puderam lhe contar que o hóspede era, na verdade, um fugitivo dos anos de chumbo.