Cidades
Número alarmante de pessoas em situação de rua aponta para uma crise habitacional em Curitiba.
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Economia
Curitiba como polo criativo em expansão e desafios da economia criativa no Brasil.
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Cidades
Número alarmante de pessoas em situação de rua aponta para uma crise habitacional em Curitiba.
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Economia
Curitiba como polo criativo em expansão e desafios da economia criativa no Brasil.
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A queda da temperatura com a chegada do outono nas casas curitibanas traz com ela as doenças respiratórias agúdas grave. Deste modo, as Unidades de Pronto Atendimento sofrem com uma lotação recordista. Para reverter esse cenário, a prefeitura tem adotado novas medidas de contenção e tratamento desses tipos de doença.
Cidades | pag.6
Esportes
Políticas de incentivo ao esporte dão nova perspectiva de vida para jovens em Curitiba e RMC.
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A Secretaria do Estado da Saúde (SESA) registrou aumento da procura de 25%. Estima-se que as regiões sul e sudeste terão uma onda de COVID-19, dengue e a Gripe Influenza combinados
O modelo paranaense de escola cívico-militar está no centro de um acalorado debate que envolve diferentes segmentos da sociedade. Recentemente, a Advocacia-Geral da União (AGU) declarou esse modelo inconstitucional, desencadeando uma série de reações e discussões. A questão chegou ao Supremo Tribunal Federal e dividiu opiniões entre estudantes, pais, educadores e autoridades.
Com o futuro do modelo cívico-militar no Paraná pendente de decisões judiciais e políticas, a tensão entre os defensores da disciplina militar e os críticos das suas práticas refletem um debate mais amplo sobre a educação no Brasil e o papel das escolas na formação dos jovens.
Política | pag.3
Atualmente, o estado do Paraná conta com 312 escolas cívico-militares .
Quem almeja viver da dança na capital paranaense enfrenta dificuldades devido à falta de demanda no cenário. Um dos obstáculos são as oportunidades de trabalho, que além de serem poucas, são desvalori-
zadas. Essa depreciação não se restringe apenas à remuneração, mas também à percepção das pessoas que não estão inseridas nesse meio.
Cultura | pag.10
Curitiba, 04 de Junho de 2024 - Ano 24 - Número 346 - Curso de Jornalismo da PUCPR O jornalismo da PUCPR no papel da notíciaOs estádios de futebol, historicamente, são considerados redutos masculinos. Porém, estão passando por uma transformação marcante à medida que mais e mais mulheres ocupam seus assentos e fazem suas vozes ecoarem nos cantos das arquibancadas. Essa mudança não é apenas uma evolução estatística, mas sim uma celebração da diversidade e da inclusão no esporte que amamos.
Entretanto, nos últimos tempos, cada vez mais casos de assédio e violência contra a mulher surgem no Brasil, principalmente envolvendo grandes nomes do futebol. Diante a isso, surge um debate acalorado sobre as questões sociais (ou melhor, CRIMES) serem deixados de lado quando o assunto é futebol, para não “interferir” dentro do esporte.
O caso de Daniel Alves é emblemático. Após cometer
Fui cobradora por 25 anos e agora aos 78 conto que fui muito feliz trabalhando com isso, mas não era sempre que me sentia segura trabalhando. Fui assaltada uma vez na estaçãotubo e outra enquanto levava a arrecadação do dia até a empresa, que não era muito longe de onde eu trabalhava. Por sorte, não era descontado do meu salário.
Em relação a um banheiro, nunca tivemos um local próprio e exclusivo nas estações-tubo. Por isso, recorremos a mercados, postos de combustível, farmácias, etc, já que a empresa não fornecia esse benefício para a gente. Para ir ao banheiro, precisávamos esperar um colega de trabalho para cobrir meu lugar até que eu voltasse. Além disso, só podíamos ir uma vez por jornada.
Uma história curiosa é que já conversei pessoalmente com o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, e o prefeito Rafael Greca sobre isso. Na época, Lerner ainda era governador e
uma agressão sexual contra uma mulher em Barcelona, no final de 2022, Daniel ficou 14 meses preso e foi liberado após pagar uma idenização no valor de 1 milhão de euros. Infelizmente, a situação demonstra ser um tapa na cara de todas as mulheres que ousam amar e apoiar esse esporte. Mais uma vez, fica clara a mensagem de que o desrespeito às mulheres é tolerado e até mesmo incentivado por figuras lendárias esportivamente, mas que deixam MUITO a desejar socialmente. O caso do exjogador Robinho é ainda mais assustador e perturbador, destacando a escuridão que permeia o futebol em relação à violência sexual e ao tratamento desumano das mulheres. Este não é um problema isolado; é um sintoma de uma cultura que falha em proteger as mulheres e em priorizar a justiça em relação a impunidade.
Recentemente, o Athlético Paranaense anunciou a contratação do técnico Cuca, acusado de participar de um estupro na Suíça, quando ainda era jogador no ano de 1987. Apesar de ter sido considerado culpado em 2023, o processo acabou sendo prescrito por ter atingido o tempo limite. O Corinthians demitiu o técnico em menos de uma semana após a repercussão negativa da torcida, principalmente pelo movimento feminino “Respeita as Minas”. Diferentemente, o Athlético segue apoiando o trabalho do técnico, que realmente vem sendo proveitoso, porém, até que ponto isso é válido para sociedade?
Grande parte da torcida feminina do CAP é contra Cuca, fazendo protestos e declarações nas redes sociais que expressam sua indignação. As mulheres são oprimidas por parte de sua própria torcida, que invalida a dor
Greca estava em seu primeiro mandato. Pedi para eles pensarem na ideia de construir um banheiro para nós nos tubos, pra não precisar mais ficar se locomovendo até os lugares e também para ter um espaço só nosso.
O governador achou viável, o prefeito não comentou nada e até hoje nada foi feito. Isso já faz mais de vinte anos.
Falando de alimentação, eu não recebia vale-refeição. Ao invés disso, recebíamos a chamada “cesta básica”, no valor de 200 reais mensalmente. Usava esse valor especialmente em casa. Pro almoço, eu levava algumas frutas para ir comendo durante o dia.
Para mim, foi um trabalho muito bom, eu gostava da empresa. Os horários fixos funcionávam com a minha rotina, tinha um bom suporte e adorava a interação com as pessoas. Mesmo com os assaltos e as dificuldades, era um trabalho bom.
REITOR
DECANA
COORDENADORA
Suyanne
COORDENADORA
Suyanne
dessas torcedoras e acredita que o extracampo do treinador deve ficar no passado, e que apenas o sucesso do clube no âmbito esportivo deve ser levado a sério.
É hora de uma mudança de paradigma no futebol. Os clubes têm o dever de não apenas buscar a excelência em campo, mas também de servir como modelos de integridade e inclusão fora dele. Para isso, é necessário olhar de forma homogênea para a situação atual, sem diminuir a figura feminina no meio esportivo. Já que cada vez mais mulheres estão indo a estádios para prestigiar seus times do coração, e a se entregar para o esporte. O futebol é muito mais do que apenas um jogo. É uma paixão compartilhada, uma fonte de identidade e um espaço onde a união e a justiça deveriam prevalecer, dentro ou não das quatro linhas.
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COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL
Rodolfo Stancki (DRT-8007-PR)
COORDENADOR
TRADUÇÃO
FOTO
Estudantes 3º Período de Jornalismo
Arthur Froes
Breno Zottis Gallina
Camila Lara de
Oliveira
Davi Guiarzi
Emilly Kauana Alves
Giovana Romanoff
Giovana Tirapelli
Gustavo Malinowski
Gustavo Xavier
Heloise Claumann
Henrique Jorge
Hiago Machado
Letícia Hamm
Lorena Andrade
Luiza Diniz
Marcelo Xavier
Mariana Uniati
Nicole Salomon
Pablo Ryan
Ricardo Siqueira
Stephanie Carneiro
Atualmente, o Paraná possui 312 escolas que aderiram ao modelo através de consulta prévia
Lorena Andrade
Ricardo Siqueira
Stephanie Carneiro
Vinicius Sech
3º Período
A Advocacia Geral da União (AGU) declarou que o modelo de ensino cívico-militar no Paraná é inconstitucional. A posição do órgão tomada em abril deste ano responde a uma intimação do Supremo Tribunal Federal sobre uma ação movida pelos partidos PT, PSOL e PC do B em 2021. A ação questiona a implementação do modelo nas escolas paranaenses. O modelo cívico-militar ainda é tema de discussão entre comunidade escolar e educadores.
Dentro do modelo, os colégios mantêm os professores civis, mas a parte administrativa é responsabilidade dos militares. Nos últimos concursos para a contratação desses profissionais, estava estipulada uma remuneração de R$5,5 mil, que está acima do piso dos professores da rede estadual. Hoje, esse piso está em torno de R$4.420,55. Mesmo com o questionamento sendo feito na justiça, parte da comunidade escolar incluindo alunos, pais e/ou responsáveis defendem a implementação do modelo.
Para Gabriele França, exestudante do colégio República Oriental do Uruguai, o modelo cívico militar trouxe uma melhor segurança e disciplina para os estudantes da escola. Porém, ela afirma que os uniformes prometidos pelo governo do estado não chegaram a todos os alunos. Apenas alguns conseguiram ter acesso. Ela ainda comenta que as regras mais rígidas são um pouco desnecessárias.
“No geral era bom, mas tinham coisas e regras meio desnecessárias, já que não é uma escola militar de verdade. Acredito que poderia ser feito algumas melhorias, para que ficasse uma coisa mais agradável para todos”.
Para José Domingos Peixar, sargento da polícia militar e exfuncionário do Colégio Militar do Paraná, a disciplina militar não é rígida, ela exige e cria no aluno a responsabilidade com
relação a vários fatores. Segundo o sargento, os cívico-militares não apresentam no momento uma estrutura que suporta o modelo militar, envolvendo até mesmo os profissionais selecionados para atuar em contato com os alunos.
não gostando da escolha feita pela maioria da comunidade, e acabam obrigados a se adaptar ao novo modelo.
Para Vanda Bandeira Santana, Secretária Educacional do Sindicato Estadual dos
“Não basta você colocar um militar dentro de um colégio”
”E não basta você colocar um militar dentro de um colégio e achar que isso vai talvez funcionar da mesma forma que o colégio da Polícia Militar… É preciso ter um conhecimento para trabalhar com os alunos e vai levar um bom tempo ainda para se adaptar”.
José ainda complementa que a principal diferença entre o Colégio Militar e os colégios do projeto de militarização está na opção dos pais. No Militar, os alunos querem, com o apoio de seus pais e responsáveis, estudar e seguir a disciplina do colégio. No cívico-militar, muitos alunos e responsáveis acabam
Trabalhadores da Educação (APP Sindicato), o problema não está ligado à disciplina rígida, mas em um método com regras que não acrescentam na formação dos alunos. Ela afirma que as escolas cívico-militares estão estruturadas para ganhar um bom posicionamento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), mas que isso não garante o bom desenvolvimento dos estudantes.
A professora comenta que o projeto de militarização se baseia em promessas que não foram cumpridas, como a da entrega do uniforme para os alunos. Neste mês, o líder
da oposição na Assembleia Legislativa, Requião Filho (PT), apontou uma falha na entrega de uniformes para os estudantes das escolas cívico-militares. Cerca de 90 mil peças entregues pela empresa Triunfo foram descartadas por não estarem no tamanho correto dos alunos.
Além dos uniformes, Vanda lembra que uma das promessas da campanha de militarização seria o aumento da segurança. Para Vanda, o que ocorre é o oposto. Através de um canal de diálogo com a comunidade, a APP Sindicato vem recebendo denúncias de abuso de autoridade pelos dos funcionários e militares contra os estudantes.
Até o momento, o governo do estado continua com a promoção e divulgação do projeto das escolas cívico-militares. Mesmo com a revogação do decreto do expresidente Jair Messias Bolsonaro, que institui a militarização dos colégios, o Paraná ainda pode manter o modelo vigente. A revogação do decreto pelo Governo Lula não impede que os estados criem seus próprios programas de militarização.
Após o parecer da AGU, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, que é relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade, tem tempo indefinido para responder e dar continuidade no processo contra o modelo cívicomilitar paranaense.
No dia 6 de outubro, os eleitores da capital paranaense irão se dirigir às urnas para decidir quem liderará a gestão da cidade pelos próximos quatro anos
Nicole Salomon Luiza Diniz 3º PeríodoAs eleições municipais se aproximam no Paraná. O estado conta com uma população de 8,5 milhões de eleitores aptos a participar do processo, segundo o TRE-PR. No entanto, esse número poderia ser ainda maior, já que o Tribunal Regional Eleitoral estima que cerca de 190 mil paranaenses tiveram seus títulos de eleitor cancelados, incluindo 19 mil somente na capital paranaense.
O cancelamento dos títulos de eleitor ocorre por diversos motivos. Os mais comuns são a ausência em três eleições consecutivas sem justificativa e o não comparecimento à revisão do eleitorado. Dentre os 190.221 eleitores paranaenses com títulos cancelados, 66.605 deixaram de votar em três pleitos seguidos sem justificativa, enquanto 123.616 não compareceram à revisão do eleitorado.
A assessora do TRE, Melissa Diniz, ressalta que ao se tornarem mais conscientes sobre a importância da participação política, os jovens estão contribuindo para o fortalecimento da democracia em nossa sociedade. Desde 2017, a Escola Judiciária Eleitoral do Paraná tem estabelecido uma colaboração com a Secretaria Municipal de Educação por meio do projeto Eleitor do Futuro. O projeto visa despertar nos estudantes o interesse pela política, incentivando-os a exercer sua cidadania de forma responsável, especialmente no momento de votar.
Por meio de uma variedade de atividades, o Eleitor do Futuro busca proporcionar uma aprendizagem sobre os princípios da democracia e da cidadania. Simultaneamente, o Parlamento Jovem, também desde 2017, promove uma iniciativa para informar politicamente os jovens, oferecendo-lhes um maior conhecimento e detalhes sobre a Justiça Eleitoral e o processo democrático brasileiro.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), as eleições de 2022 em Curitiba registraram um aumento de 134% no número de jovens entre 16 e 17 anos aptos a votar, em comparação com 2020. As campanhas de conscientização realizadas durante a atual época política são vistas como um passo importante para impulsionar o engajamento dos jovens na política e aumentar ainda mais essa participação nas próximas eleições. Uma pesquisa da CBN revela que mais de 100 mil jovens nessa faixa etária tiraram o título de eleitor no Paraná em 2022, um crescimento significativo de 278% em relação aos 36 mil
“A participação política contribui para o fortalecimento democrático da sociedade”
de 2020. Dados de pesquisas indicam que a principal preocupação dos jovens eleitores é a educação, seguida por questões relacionadas à saúde e ao meio ambiente.
Apesar dos avanços dos últimos anos, a capital enfrenta desafios políticos que exigem soluções complexas. Uma pesquisa do Observatório das Metrópoles revela que 10% dos mais ricos concentram 43,7% da renda total da cidade, enquanto os 50% mais pobres ficam com apenas 12,9%.
O Índice de Democracia Local (IDL) indica que Curitiba tem uma participação popular limitada, com baixos índices de engajamento político (22,3%) e cultura democrática (38,9%).
A gestão pública enfrenta obstáculos, embora tenha um funcionamento razoável (56,3%), especialmente em áreas como transparência e combate à corrupção e uma necessidade de investimentos em infraestrutura.
Enquanto isso, Curitiba se prepara para uma potencial transição política com a iminente saída do atual prefeito, Rafael Greca, do PSD. Greca anunciou apoio ao seu viceprefeito, Eduardo Pimentel, para a Prefeitura, mas a disputa pela cadeira de prefeito em 2024 apresenta uma ampla gama de
pré-candidatos, refletindo a diversidade política da cidade. Nomes como Carol Dartora, Zeca Dirceu, Ney Leprevost, Luciano Ducci, Goura Nataraj, Deltan e Fernanda Dallagnol, Rosângela Moro, Beto Richa e Ricardo Arruda emergem como possíveis concorrentes, prometendo uma eleição disputada e marcada por diferentes visões e propostas para o futuro da cidade.
O diretor do Instituto de Opinião, Arilton Freres, avalia o atual cenário político em Curitiba como sendo bastante aberto, apesar das candidaturas já conhecidas pelo público. Ele observa um relativo equilíbrio entre os pré-candidatos, destacando que a definição final provavelmente ocorrerá durante a campanha eleitoral. O peso de grandes apoios, o envolvimento do governador e do prefeito atual pode desempenhar um papel significativo.
Arilton destaca a importância da participação política da população, evidenciada pelo aumento do engajamento e interesse em discutir políticas. “As pessoas estão se tornando mais engajadas e interessadas em discutir política, tanto nas redes sociais quanto em espaços de poder”. No entanto, ele aponta uma lacuna importante: a falta de debates abrangentes
inclusivos sobre questões políticas, que muitas vezes se limitam a iniciativas específicas da prefeitura, negligenciando desafios sociais mais amplos.
A Secretaria de Comunicação e Multimídia do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) reforça a importância de ampliar a divulgação de informações neste momento crucial. É fundamental que cada cidadão esteja ciente do estado de seu título eleitoral, que saiba como regularizálo e compreenda os prazos envolvidos em todo o processo eleitoral. Isso visa proporcionar a todos os cidadãos a oportunidade de exercer seu direito democrático de forma consciente e bem-informada.
Leia mais
Confira o passo a passo de como consultar a sua situação eleitoral de forma online
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Revitalizada no fim de 2023,uma das principais pistas de skate de Curitiba sofre com problemas de segurança e de estrutura. Fios de luz foram roubados, deixando o espaço sem iluminação
Reinaugurada no fim de 2023, a pista do Jardim Ambiental, uma das mais icônicas do estado, começa a demonstrar problemas com pouco mais de três meses de uso. De acordo com usuários da estrutura, mesmo depois da revitalização, a segurança no local se tornou um impasse para quem frequenta o espaço. Após a reforma, a fiação elétrica foi roubada e pichações se tornaram comuns, atrapalhando os usuários da praça.
A obra de revitalização, que custou cerca de R$650 mil, era um pedido antigo de skatistas e moradores da região e foi possibilitada através do programa “Fala Curitiba”, que consulta a população curitibana para melhorias. Durante a inauguração da obra, o prefeito, Rafael Greca, comentou sobre o uso das praças de Curitiba. “Gostamos do movimento, gostamos da mocidade ocupando as praças, gostamos da vida.”
Em contrapartida, a falta de manutenção tem feito com que os skatistas da região tenham
“O trabalho realizado é de alto nível, então é só cuidar”
compareceram na região para fazer a manutenção da rede elétrica, fazendo com que os atletas tivessem que religar a luz por conta própria.
Os skatistas locais sobem no poste de iluminação principal da praça e fazem uma ligação direta com os holofotes da pista. Mesmo que arriscado, é a única maneira que os atletas acharam para poder fazer o uso durante a noite. Os fios ficam à mostra na ciclovia, podendo causar acidentes.
Devido a falta de luz, a região se tornou ainda mais perigosa por conta da área da pista se tornar um espaço escuro e com calçadas estreitas. O que era para ser um
que se arriscar para poder utilizar a pista. As reclamações começaram quando os postes de luz pararam de funcionar devido a um roubo da fiação elétrica.
Problemas de segurança
Desde o fim de dezembro, quando a obra foi entregue para a população, a pista ficou quase dois meses sem luz devido ao roubo da fiação elétrica. Segundo os skatistas locais, nem a prefeitura nem a Copel
espaço de uso para a população, se tornou um problema para os moradores que evitavam a região no período da noite por conta da escuridão no local.
Outro fator que incomoda os usuários é o vandalismo, que se tornou comum dentro da pista. Segundo o skatista Stevann Felipe Klock, também conhecido como Farofa, pichações são frequentemente apagadas por quem usa a pista quase que diariamente. De acordo com ele,
os skatistas pintam a pista por cima das pichações para mantê-la limpa para todos.
Problemas de estrutura Além dos transtornos com segurança, alguns problemas de estrutura começaram aparecer com o uso da pista. Já é possível ver rachaduras e pedaços de concreto saindo perto das bordas onde são feitas as manobras. Para alguns, é inadmissível que com três meses de uso a pista já esteja mostrando falhas.
Entretanto, outros skatistas que andam na pista acham normal que com o uso e com o tempo coisas assim ocorram. É o que observa Victor Maina, skatista da região. “Fazer algo de concreto, para uso, que fica no tempo, não querer que apareçam rachaduras e quebras nas quinas... Sei lá, pra quem era feliz com o Ambiental sem reforma, uma lasquinha ou outra não tem muito o que fazer.”
Segundo o arquiteto da empresa que revitalizou a pista, Victor Silva Ribeiro, as lascas são normais e decorrentes do uso frequente e com muita intensidade. Sobre as rachaduras, Victor afirmou que a construtora está investigando os motivos e que provavelmente foram ocasionadas pelo forte calor do início do ano.
Ainda de acordo com o arquiteto, os usuários são lembrados, com certa frequência, de como devem cuidar da pista. “A gente sempre conversa com o pessoal pra que cuidem da pista, o zelo evita a degradação, os materiais utilizados são de extrema qualidade e o trabalho realizado é de alto nível, então é só cuidar”.
Grandes nomes do Skateboard nacional e internacional saíram da Pista do Jardim Ambiental
Carlos Piolho
Nascido em 1978, o curitibano Carlos de Andrade, conhecido como Piolho, começou a andar de skate na Pista do Ambiental por volta de 1986.
Com o skate, Piolho viajou o mundo e foi o primeiro brasileiro a conquistar um mundial da modalidade street em 2000.
Atualmente o curitibano continua andando nas pistas da capital e pretende trabalhar com o skate enquanto puder para valorizar cada vez mais o esporte.
Marcelo Kosake Tricampeão brasileiro de skate vertical, o curitibano foi mais um que se apaixonou pelo esporte na pista do Ambiental.
Kosake é mais um dos pioneiros do skate no Brasil e hoje trabalha para exaltar a nova geração de skatistas que está crescendo na capital paranaense.
Para Marcelo, as pistas feitas antigamente sguem sendo as principais, tanto por sua relevância quanto pelo impacto no aumento na prática do esporte em Curitiba.
atletas curitibanos e as pistas públicas da cidade
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Após aumento de casos da dengue e doenças respiratórias em Curitiba, prefeitura anuncia mudanças no atendimento das UPAs. Procura por atendimento cresceu 25% nos últimos meses
S egundo a Secretaria de Saúde de Curitiba, a procura pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba cresceu 25% entre os meses de fevereiro e março. Estima-se que as regiões Sul e Sudeste terão casos de Gripe Influenza, COVID e dengue combinados. Todos esses fatores resultam em um sistema de saúde caótico, situação que já é vista também em postos de saúde de Curitiba.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (SESA), doenças que atingem vias respiratórias, como a gripe e a pneumonia, são comuns nesta época do ano devido à queda da temperatura e mudanças repentinas do clima. Também há diversas ocorrências de otite, sinusite, resfriados e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que atingem majoritariamente idosos, crianças e pessoas com baixa imunidade.
O mais recente boletim InfoGripe, realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz, afirma que tanto o estado quanto a capital registraram um aumento de 95% em casos de SRAG. Foi adotada a separação de pacientes com sintomas de dengue e de doenças respiratórias, chamada de fluxo em Y, além da expansão do teleatendimento e da ampliação da carga horária dos médicos.
Contudo, segundo o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (SIMEPAR), as doenças respiratórias e a epidemia de dengue não são os únicos fatores agravantes da superlotação das Unidades de saúde. Os motivos principais para a sobrecarga das UPAs são a baixa demanda de médicos/as para realizar os
atendimentos e as Unidades Básicas de Saúde não conseguem absorver a demanda de casos menos urgentes.
O que a Prefeitura tem feito?
O cenário epidemiológico que a cidade tem vivido é alarmante. Segundo dados da prefeitura, cerca de 4.300 casos são atendidos nos postos de saúde todos os dias, 25% a mais do que no ano anterior. Além disso, foram registrados aproximadamente 19.893 atendimentos por suspeita de dengue desde o início deste ano, número 42 vezes maior comparado ao período homólogo.
Isso fez com que a secretaria da saúde adotasse novas medidas para conseguir suprir a demanda de atendimentos e se adaptar ao cenário grave que a cidade está passando.
Além do fluxo de atendimento em Y e do aumento da carga horária de médicos que atendem as UPAs, outra ação realizada foi a instalação de tendas nas regionais do Cajuru e Boa Vista e um canal direto de teleatendimento de casos leves para a central Saúde Já Curitiba.
“Nosso monitoramento do sistema de saúde é constante. Ele é modulado conforme a demanda, a gravidade e os tipos de problemas de saúde que surgem”, afirma a Secretária Municipal de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.
A Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), órgão vinculado à SMS, contratou 355 funcionários para o SUS. Desses números,
55 funcionários são da área administrativa e outros 300 são assistenciais. Essas contratações simbolizam a recomposição de equipes, majoritariamente em quadros de urgência e emergência.
Segundo o Diretor-geral da Fundação, Sezifredo Paz, serão realizadas mais contratações para atender a demanda de casos.
“A Feas tem um banco de profissionais aprovados do seu processo seletivo público (concurso) homologado no último 26 de março, que garante o chamamento de outros 182 profissionais ainda em abril”, declara Sezifredo.
E os hospitais?
O Hospital Universitário Cajuru, em nota ao Portal, afirmou que seus leitos operam na sua capacidade máxima atualmente, com algumas restrições periódicas de encaminhamentos, por conta da demanda alta de emergências.
O Hospital possui 206 leitos, sendo 8 unidades de internação com 167 camas no total, os demais leitos são divididos em Unidades de Terapia Intensiva e no Pronto Socorro.
Já o Hospital São Marcelino Champagnat informa que, no mês de abril de 2024, foi registrado um aumento de 30% na movimentação do Pronto atendimento em relação ao mesmo período do ano anterior. Tanto o Cajuru quanto o Marcelino estão presentes em áreas onde a doença se faz mais presente, não se contendo apenas à rede pública de saúde.
“Nosso monitoramento do sistema de saúde é constante”
Confira alguns dados e informações sobre a dengue no estado
• Pelo menos 1.496 bebês com menos de um ano de idade pegaram dengue no Paraná.
• Desde 14 de março, o Paraná está em estado de emergência peladengue, somando 140 mortes pela doença e 219 mil casos confirmados.
• O Brasil já registrou mais de 3 milhões de casos da dengue. • Orçamento da saúde de Curitiba chegou a quase 3 Bilhões em 2023.
• Para melhorar o fluxo, algumas UPAs instalaram tendas para direcionar melhor os pacientes e separar de acordo com os sintomas descritos. Essas tendas já foram montadas nas UPAs Boa Vista e Cajuru.
• Região Oeste do Paraná deve sofrer aumento de casos segundo o Instituto FioCruz.
• Secretaria de Saúde de Colombo abre processo seletivo com 59 vagas.
• Segundo o último boletim do Governo do Estado, os casos prováveis de dengue chegaram a 317 mil casos.
mais sobre a lotação das Unidades de Pronto Atendimentoem curitiba
After the increase of dengue cases and respiratory diaseases, the main hall announces that the Emergency Care Unit (UPA). The demand for healthcare has grown 25% in recent months
Gustavo Xavier
Gustavo Malinowski
Letícia Hamm
3rd Term
According to the Municipal Health Department of Curitiba (SMS), the demand for the UPAs of Curitiba has grown 25% within the last months between February and March. It is estimated that the South and Southwest regions will have cases of Influenza, COVID and dengue combined. All these factors results in a chaotic healthcare sysmem, a situation that has already been seen in health clinics in Curitiba.
According to the Paraná State Department of Health (SESA), diseases that affect the respiratory tract, such as the flu and pneumonia, are common at this time of year due to the drop in temperature and sudden changes in the weather. There are also several occurrences of otitis, sinusitis, colds and Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS), which mostly affect the elderly, children and people with low immunity.
The most recent InfoGripe datas, carried out by the Oswaldo Cruz Institute, states that both the state and the capital have registered a 95% increase in SARS cases. The separation of patients with symptoms of dengue and respiratory diseases, called Y-flow, was adopted, in addition to the expansion of telecare and the expansion of the workload of physicians.
However, according to the Union of Doctors in the State of Paraná (SIMEPAR), respiratory diseases and the dengue epidemic are not the only aggravating factors of overcrowding in health units.
The main reasons for the overload of the UPAs are the low demand for physicians to provide care and the Basic Health Units are unable to absorb the demand for less urgent cases.
What is the Main Hall doing?
The epidemiological scenario that the city has been experiencing is alarming. According to data from the main hall, about 4,300 cases are treated at health centers every day, 25% more than in the previous year. In addition, approximately 19,893 cases of suspected dengue have been recorded since the beginning of this year, a number 42 times higher compared to the same period last year.
This led the health department to adopt new measures to be able to meet the demand for care and adapt to the serious scenario that the city is experiencing.
In addition to the flow of care in Y and the increase in the workload of doctors who attend the UPAs, another action carried out was the installation of tents in the Cajuru and Boa Vista regions and a direct telecare channel for mild cases to the Saúde Já Curitiba center.
“Our tracking in the healthcare system is constant. It is regulated on demand, conform the gravity and types of health problems that arise.”, states the Municipal Secratary of Healthcare of Curitiba, Beatriz Battistella.
The State Foundation for Health Care (Feas), an agency linked to the SMS, hired 355
employees for the SUS. Of these numbers, 55 employees are in the administrative area and another 300 are in assistance. These hires symbolize the recomposition of teams, mostly in urgent and emergency situations.
According to the Foundation’s Director-General, Sezifredo Paz, more hires will be made to meet the demand for cases.
“Feas has a approved professionals reserves of the public selection process, approved on March 26, which guarantees the call of another 182 professionals in April”, declares Sezifredo.
The Cajuru University Hospital, in a note to the Portal, said that its beds are currently operating at their maximum capacity, with some periodic restrictions on referrals, due to the high demand for emergencies. The Hospital has 206 beds, eight of which are inpatient units with 167 beds in total, the remaining beds are divided into Intensive Care Units and the Emergency Room.
The São Marcelino Champagnat Hospital informs that, in April 2024, there was a 30% increase in the movement of Emergency Care compared to the same period of the previous year.
Both Cajuru and Marcelino are present in areas where the disease is strongly present, and are not limited only to the public health network.
“Our tracking in the healthcare system is constant”
See some data and info about the disease in the State
• At least 1.496 babies with less than one year of age have contracted the disease in Paraná.
• Paraná has been in an emergency state since March 14th, with 140 deaths and more than 219 thousand cases of Dengue.
• Brazil already spotted more than 3 million cases of the disease.
• To improve the flow of the emergency rooms, the UPAs has installed tents for the patients to better attend them. Also to separate them according to the symptoms. These tents were already installed in the UPAs of the neighborhoods Boa Vista and Cajuru.
• The western region of Paraná is going to suffer an increase in numbers of the disease, according to Instituto FioCruz.
• The Healthcare Secretary of Colombo has opened a contest with 59 spots for healthcare workers.
• As stated in the last epidemiological report of the State’s government, the number of suspected cases reached
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Novo relatório do Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) afirma que os serviços disponíveis para a população em situação de rua são precários
E m 2023, o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) estimou que 3.301 pessoas estavam em situação de rua na capital paranaense, considerando a utilização dos dados do Cadastro Único (CADU). Com 27 unidades de acolhimento, a prefeitura de Curitiba disponibiliza 2.047 vagas em todo o município, número é inadequado para abrigar esses indivíduos. Afinal, 37,9% não conseguem vagas nesses espaços.
O relatório do MDHC aponta que os serviços de saúde e assistência social são insuficientes para cuidar das pessoas em situação de rua, por mais que casas de passagem sejam disponibilizadas pela prefeitura. A falta de recursos deixa esses locais com estruturas precárias, tendo problemas de higiene, infestação de percevejos e práticas desumanas de tratamento, informa Rodrigo Alvarenga, professor e doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Com a precariedade estrutural dos abrigos, muitas pessoas preferem permanecer nas ruas. Como Jango, indígena vindo da aldeia de Faxinal no município de Cândido Abreu, junto com
O projeto Cadastro Único (CADU), realiza coletas de dados todos os anos, para identificação de pessoas e famílias de baixa renda. Em 2023, a estimativa de pessoas em situação de rua era de 3.301, o que indicava que 37,9% não possuíam vagas nos abrigos fornecidos pela prefeitura.
As casas de passagem
As casas de passagem são barracões com camas dispostas no mesmo ambiente. As quais recebem pessoas isoladas socialmente sem oportunidades de reintegração na sociedade. Dentro desses espaços, a violação de direitos humanos se expressa além da problemática
“Nós insistimos muito para o treinamento dos servidores, para que não ocorra uma espécie de fadiga da compaixão”
os três filhos e uma amiga. O grupo que optou por morar em barracas ao invés de permanecer em um abrigo. “Tem bastante casa de passagem aqui, mas é muita gente, nós não entramos no meio de multidões”.
Além disso, a falta de acesso à tecnologia impede parte dessas pessoas de entrar em contato com os recursos sociais ofertados, principalmente cadastrar-se nos sistemas do governo, aponta Alvarenga.
estrutural. Práticas manicomiais de tratamento, e controle coercitivo estão predominantemente nesses locais, relata o professor. “Nós insistimos muito para o treinamento dos servidores,
Pessoas em situação de rua em Curitiba
Gráfico construído pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) em que mostra o aumento da quantidade de pessoas em situação de rua na capital paranaense.
para que não ocorra uma espécie de fadiga da compaixão”.
Esses serviços públicos devem ajudar temporariamente as pessoas em situação de rua. Porém, a problemática se apresenta quando é necessária a saída das casas de passagem. Situação que os deixam sem uma perspectiva de reestruturação social
A criação de uma política de moradias é essencial para retirar essas pessoas das ruas e integrá-las socialmente, informa Alvarenga. Além de estarem sujeitas a diferentes formas de violência, sem estabilidade de uma residência, obter uma renda fixa é quase impossível. “Nós temos um problema de achar que essas pessoas precisam dar um jeito em sua vida antes de obterem o direito à moradia”, aponta o professor.
Com a situação atual dos programas sociais para essa parcela da população, a permanência nas ruas é uma consequência do modo como estão sendo tratados. O afastamento dessas pessoas dos programas ofertados pela prefeitura gera uma dificuldade de receberem auxílios básicos daqueles que realmente querem ajudar, completa Rodrigo.
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Áreas da criatividade já empregava 5% da população em 2021 na capital paranaense
Curitiba está entre as cinco capitais brasileiras mais propensas a desenvolver serviços na área criativa, segundo o Índice da Economia Criativa (IDPEC). A expectativa é que esses números aumentem. No Paraná, entre 2022 e 2023, já houve o aumento de cerca de 10% dos trabalhadores no setor de criatividade, com base em dados do instituto Observatório Itaú Cultura.
A capital paranaense foi conhecida pelo planejamento urbano e políticas que contribuem para o desenvolvimento da economia criativa na cidade. Esse setor engloba campos de desenvolvimento de software, arquitetura, design, entretenimento, comunicação e turismo, áreas essenciais para a evolução de cidades inteligentes que buscam sustentabilidade e qualidade de vida. Em Curitiba, essa esfera já empregava cerca de 5% da população em 2021, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
O Paraná também é um dos 5 estados do Brasil que possui empresas unicórnios -título dado às empresas de tecnologia avaliadas em US$1 bilhão-. Três delas foram desenvolvidas em Curitiba. O mais recente empreendimento que recebeu a designação é voltado à área criativa, o que representa o crescimento local desse setor.
De acordo com dados do Observatório Itaú Cultural, o PIB da economia criativa no Paraná já correspondia a 2,4%. As áreas que englobam esse âmbito econômico dependem de outros setores para se desenvolver, o que mostra que essa área é um conjunto de ações em
diferentes campos. Isso impacta no crescimento ou na regressão deste setor, destaca a economista Ana Carla Reis, membro da Associação Internacional de Economia da Cultura.
A designer Kawana Paiva, que trabalha no setor, afirma que a cidade promove investimentos, principalmente, na arte que pode ser comercializada, o que abre oportunidades de estudo e emprego. “Estando no mercado, vejo o quanto de demanda uma empresa precisa em cima de designers, e o quanto as outras áreas também precisam da gente lá dentro”.
Formada em duas universidades relacionadas a área criativa, a artista Lila Fisbein afirma como esse setor é importante para todos os tipos de empresas. Principalmente em capitais, onde há grande demanda para desenvolvimento de artes para diferentes campos. “Curitiba é uma cidade que tem foco em cultura, arquitetura, planejamento urbano e design”.
Eventos como a 5° edição da Smart City Expo Curitiba, que ocorreu em março de 2024, são exemplos de Economia Criativa.
A convenção reuniu cerca de 16 mil visitantes durante os 3 dias de evento, tornando-se o maior evento de Cidades Inteligentes da América Latina. O congresso reuniu instituições privadas e governamentais para expor e debater ideias sobre desenvolvimento criativo e sustentável nas cidades. O encontro foi realizado em Curitiba, porque em 2023 o munícipio ganhou o prêmio de cidade mais inteligente do mundo pela Fira Barcelona. O congresso reuniu instituições privadas e governamentais para expor e debater ideias de desenvolvimento criativo e sustentável nas cidades, voltados à tecnologia.
O cenário da Economia Criativa no Brasil
No Brasil, a economia criativa está ganhando destaque ao decorrer dos anos. De acordo com Mapeamento da
“Curitiba é uma cidade que tem foco em cultura, arquitetura, planejamento urbano e design”
Indústria Criativa realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), entre 2017 e 2020, a participação do PIB Criativo no PIB do país cresceu ainda mais, aumentando de 2,61% para 2,91%. O que representa, em 2020, R$217,4 bilhões – valor comparável à produção total do setor de construção civil e superior à produção total do setor extrativista mineral.
Evidentemente, o setor cresceu no país, o que proporcionou a geração de empregos. Segundo o relatório do Ministério da economia de 2023, áreas da economia criativa gerou cerca de 4,9 milhões de empregos, apenas em 2022, o que corresponde, aproximadamente, a 10,4 milhões de trabalhadores. Ou seja, 8,5% da força de trabalho brasileira. Embora os dados mostrem o desenvolvimento desse campo no país, ainda há grandes dificuldades para o gerenciamento do setor no país. Segundo a economista Ana Carla Reis, da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil não apresenta uma entidade responsável pela economia criativa, pois são vários departamentos que cuidam dessa esfera. Desse modo, não há uma rede integrada encarregada pela área, o que pode prejudicar o desenvolvimento, já que depende da comunicação e alinhamento de interesses de diversos âmbitos. Apresentando falhas em muitos casos, assim acarretando problemas no gerenciamento do setor.
Novo esporte olímpico
luta contra a escassez de demanda, a desvalorização e a marginalização
Arthur Froes
Davi Guiarzi
Pablo Ryan
3º Período
Desde a década de 80, jovens curitibanos se reúnem na calçada em frente ao Shopping Itália para praticar breaking. Parte do movimento Hip Hop, a dança enfrenta preconceitos e marginalizações devido ao seu caráter popular e periférico. Entretanto, a estreia do esporte nas Olimpíadas em 2024 representa uma evolução contínua que acontece nos dias atuais.
Quem almeja viver da dança na capital paranaense enfrenta dificuldades devido à falta de demanda no cenário. Um dos obstáculos são as oportunidades de trabalho, que além de serem raras, são desvalorizadas. Essa depreciação não se restringe apenas à remuneração, mas também à percepção das pessoas que não estão inseridas nesse meio artístico.
Dançarino há mais de 30 anos, Rafael Benthien estrutura eventos de Hip Hop e competições de Breaking há 10 anos em São Paulo. Ele relata que um dos motivos para os grupos de dança acabarem é a falta de oportunidades para apresentarem seus talentos. “Em Curitiba, existe uma grande necessidade da realização de eventos, porque mesmo a cidade tendo uma comunidade forte, não é um lugar em que tem muitos festivais que apoiam a dança”.
Um dos fatores para a baixa frequência de eventos é a repulsa e os estereótipos que parte da população tem com o breaking. Professor de dança do Estúdio JS, Samuel Silva critica que, por ser enraizado na comunidade negra e de classe média, existe uma apropriação cultural das
características do movimento. “Infelizmente é comum ver casos de apropriação, em que locais são totalmente grafitados. Há música de hip hop, mas o público é predominantemente das classes mais alta da sociedade”.
Samuel lamenta que o preconceito faça com que o desenvolvimento da dança e do movimento regrida. “Enquanto ainda houver marginalização das pessoas, essa cultura também será marginalizada”.
Crescimento e desenvolvimento Competições e eventos de Hip Hop, quando é feito um trabalho de divulgação, atingem todo tipo de público. As pessoas se impressionam com os movimentos do breaking, gerando interesse e até mesmo vontade de praticar. Benthien relata como o papel do marketing é importante para o desenvolvimento do movimento. “Acredito que,
“Vemos várias crews [...] acabando por não formar novos dançarinos para manter o legado”
nos dias de hoje, devido a um maior uso do marketing e da propaganda, nós temos um espaço maior do que tínhamos há 10 anos atrás”. Finaliza ressaltando que o movimento Hip Hop está em uma crescente. Devido ao aumento de eventos realizados, o que traz otimismo para os seus participantes.
Presidente da Federação Paranaense de Breaking (FPRB), Filipe Armstrong analisa a estreia do Breaking nos Jogos Olímpicos Paris 2024 como uma oportunidade de ganhar visibilidade e valorizar o esporte. “Acreditamos que muitos olhares vão se voltar para essa dança e as possibilidades de multiplicação
Pablo Ryansão imensuráveis, mais projetos, apoios, mídia e muitas possibilidades de patrocínios”.
Nesse pensamento, ainda em 2024, a FPRB pretende realizar o Circuito Paranaense de Breaking. A previsão é que a competição tenha ao menos 4 etapas. Como parte das medidas de incentivo, a Federação também oferece aulas gratuitas de dança, no Cajuru, no Boa Vista e no Bairro Alto. As aulas focam em apoiar e investir em atletas de breaking.
A renovação de gerações é um dos pontos destacados por Benthien. Segundo ele, o cenário do breaking é fragilizado quando não há novos dançarinos para fomentar o movimento. “Vemos uma constante de várias crews (grupos de dança), que têm uma história dentro do Hip Hop, acabando por não formar novos dançarinos para manter o legado”.
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Veja um ensaio fotográfico de um torneio de Hip Hop
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Cerca de 86% da região metropolitana de Curitiba tem espaços públicos direcionados à prática do esporte graças as políticas públicas de incentivo
As leis de incentivo ao esporte têm ajudado a transformar a vida de atletas adolescentes de Curitiba e Região Metropolitana. Só na edição de 2023 dos Jogos Escolares, foram mais de 113 mil participantes de 396 municípios do estado. Outras políticas se destacam e atraem um grande público como: a Geração esportiva Olímpica/ Paralímpica, Pró Esporte e o programa de Aulas Especializadas de Treinamento Esportivo (AETE).
Comandadas pelas técnicas Nicolly Batista e Daniely Quadros, ou Dani, como gosta de ser chamada, as meninas que participam do projeto “Colombo Futsal Feminino” marcam sempre presença nos Jogos
“O projeto é a abertura de novas portas e incentivo não apenas ao esporte, mas também aos estudos”
Escolares. O projeto, iniciado em 2010, é uma parceria da Prefeitura Municipal de Colombo com o Colégio Estadual do Paraná, uma das instituições públicas mais fortes se tratando do incentivo ao esporte.
A professora conta que a parceria ocorreu de uma forma inesperada, mas que deu incrivelmente certo. Existem até mesmo atletas que passaram pelo time e hoje constroem sua carreira em outros países. Em 2023, o time Colombo/ CEP reafirmou sua posição de destaque no cenário esportivo ao conquistar o bicampeonato na Fase Estadual dos Jogos da Juventude do Paraná. Além disso, o time teve a honra de representar o Brasil no Desafio Internacional de Futebol de Salão Clássico, realizado na Argentina.
O acúmulo de troféus é a consequência do esforço dessas meninas. Algumas percorrem três horas de ônibus diariamente para treinar, abdicam de festas
e de momentos com a família. Todo o esforço é recompensado quando alcançam novas experiências e conquistam novas vitórias. Muitas delas, por exemplo, andaram de avião ou foram em uma churrascaria pela primeira vez graças ao time. O projeto é a abertura de novas portas e incentivo não apenas ao esporte, mas também aos estudos, já que o desempenho e a permanência em instituições de ensino são requisitos inegociáveis para a participação no time. “O que é diferente dos outros lugares? A entrega, tanto da comissão técnica, mas principalmente por parte das meninas”, afirma Dani.
Em conversa com Márcia Tomadon, Coordenadora dos Jogos Escolares e chefe da delegação paranaense, foi lembrado que o Paraná vem há cerca de dez anos buscando as primeiras colocações nas competições organizadas pelo Comitê Olímpico do Brasil e Confederação Brasileira
de Desporto Escolar. “A responsabilidade aumenta a cada ano, pois buscamos oferecer eventos cada vez com mais excelência para nossos atletas”. A coordenadora faz destaque sobre Bárbara Domingos, curitibana de apenas 24 anos que está classificada para competir nas olimpíadas de Paris defendendo o Brasil pela ginástica rítmica. A atleta participou por seis anos dos Jogos Escolares e chegou a defender o estado paranaense nas etapas nacionais.
Apesar disso, dados apurados pela Gestão do Esporte e Municípios (GEEM) apontam que, cerca de 13% dos municípios da região metropolitana de Curitiba não possuem relatórios sobre estrutura de espaços públicos destinados à prática do esporte. Metade dessa porcentagem alega ter projetos de elaboração para a implementação desses lugares. Porém, a outra metade alega que não existe a
obrigação da inserção de tais espaços públicos e por isso não possuem, até o momento, planos de providenciá-los.
A importância de incluir esses jovens Escolas bem equipadas são significado de oportunidade de crescimento, assim como o apoio e incentivo de pais e mestres. Bernardo Cresqui atualmente tem 19 anos e é a prova disso. Ele relata como o suporte dado por seus pais e técnicos ao longo dos anos fez toda a diferença em sua trajetória. Bernardo começou em programas públicos como o Vôlei em Rede e Associação de Voleibol do Paraná (AVP). Pelo talento e destaque, jogou pelo time do Colégio Estadual do Paraná. Graças a oportunidade de acesso ao esporte, Bernardo já foi indicado duas vezes aos testes da Confederação Brasileira de Vôlei e, mesmo recebendo duas propostas diferentes, atualmente joga em Minas Gerais pela equipe Uberlândia Vôlei/ Praia Clube.
Atualmente o time tem parceria e patrocínio de uma das universidades onde ocorre troca de bolsas estudantis para que os garotos joguem pela instituição nos campeonatos. Após ganhar uma bolsa para cursar fisioterapia, Bernardo divide seus dias entre o esporte e a faculdade. “A disciplina que os meus pais e técnicos me deram é uma coisa incrível que não é qualquer um que consegue”.
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A Casa Rosa Nunes se destaca como um símbolo de esperança em meio à crise habitacional de Curitiba
Giovana Romanoff
3º Período
Na entrada da casa de acolhimento, uma colagem com algumas reportagens do Jornal ‘A Verdade’ e uma frase de Olga Benário: “Lutei pelo bom, pelo justo, pelo melhor do mundo”.