Comunicare 345

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Política

Mais de 1700 famílias curitibanas podem ser despejadas

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Esportes

Em busca do sonho Olímpico, atletas se mudam para Curitiba Página 4

Falta de RU

Em Curitiba, o Refeitório

Um problema no dia a dia de quem cursa o Ensino Superior em universidades privadas é a fome. Estudantes das principais faculdades do Paraná mostram que a falta de segurança alimentar é um dos principais motivos de evasão. Em decorrência da falta de apoio externo, ter condição de uma refeição básica ocupa o primeiro lugar na lista de prioridades dessas pessoas.

Cidades| pag.6

Economia

Decreto de Baixo Risco impulsiona o comércio no Paraná Página 10

Universitário da UFPR serve 14 mil refeições por dia, enquanto estudantes de faculdades privadas têm opções de pratos caros

Falta de medicamentos à base de cannabis

O governo paranaense permitiu, no fim de fevereiro,que novos remédios a base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) estejam dentro do catálogo ofertado pela Secretaria de Saúde, desde que sua segurança seja comprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Atualmente, apenas um medicamento é registrado na Agência, o que implica uma burocracia de aprovação e importação para usuários que precisam de outros remédios não registrados. Apesar do avanço, ainda existem muitas

Obras

variantes a serem discutidas nesse contexto. Segundo o médico Renan Abdalla, especialista na prescrição de cannabis, o acesso a esses medicamentos é urgente. “O que eu acho que pode ser melhorado nesse processo é facilitar o acesso aos pacientes que necessitam, principalmente os de baixa renda”, reflete o profissional. Abdalla ainda destaca que existem diversas patologias que poderiam ser incluídas na lei brasileira por se beneficiarem desses compostos.

Política | pag.8

Psicóloga Rosilane Wredge mostra remédio que usa base de cannabis medicinal.

Curitiba está tomada por obras desde janeiro deste ano. As intervenções são de manutenção, modernização e revitalização. São três ações de grande porte e três de médio porte. Esse acúmulo de transformações urba-

nas simultâneas coincide com as eleições municipais. Grande movimentação urbanística atrapalha a mobildade urbana dos cidadãos e sua segurança. e sua segurança.

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Curitiba, 15 de Maio de 2024 - Ano 27- Número 345 - Curso de Jornalismo da PUCPR O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
públicas
Larissa Croisfett

Esquema de apostas desrespeita torcidas

Apaixão dos brasileiros foi afetada pelo elemento presente por décadas no país: a corrupção. Os escândalos dos esquemas de apostas do Brasileirão 2022 são muito mais graves quando se pensa na tradição que o futebol tem no país e o amor das torcidas por seus clubes.

A operação Penalidade Máxima, desde fevereiro de 2023, investiga a manipulação de partidas do Brasileirão Série A e B, campeonato Paulista e Gaúcho, por quadrilhas de apostas. Tais grupos corromperam a ética de jogadores oferecendo valores em dinheiro de R$ 100 mil, em sua maioria, para cometerem faltas, pênaltis e levarem cartões, entre outros

Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, é um dos principais acusados da investigação. O jogador foi acusado em 2023 por ter aceito R$ 50 mil para ganhar

Voz da Comunidade

um cartão amarelo em partida contra o Avaí. Bauerman foi suspenso por 12 jogos. Ao "prever" tais ações os apostadores conseguem ganhar altas quantias de dinheiro. Tais ações cometidas afetam os resultados de jogos e consequentemente o desempenho dos clubes em campeonatos.

Desde a década de 1950, debater futebol para o brasileiro é falar de um amor maior. A corrupção nesse meio frustra torcedores e apaixonadas pela modalidade, além de interferir na confiança da arbitragem e na veracidade das jogadas e resultados.

A corrupção no esporte não é novidade no Brasil. O escândalo da "Máfia do Apito" de 2005 manipulou 11 jogos do campeonato brasileiro. O árbitro Edilson Pereira de Carvalho foi condenado por apitar de maneira parcial jogos a pedido do empresário Nagib Fayad. O empresário

ODrum & Bass, movimento underground criado no Reino Unido, no final dos anos 80 e início dos anos 90 volta a ter expressão nos eventos curitibanos. O Portal Comunicare entrou em contato com o produtor de eventos dessa vertente, Pedro Ueda, que falou mais sobre a cena local.

- O que é e como se define o Drum & Bass?

O Drum & Bass é uma vertente da música eletrônica que mistura Hip Hop, Big Beat, Dubstep, House, Jazz, Rock e Pop. Na verdade, o que aconteceu foi uma "guerra cultural" que fez com que todos os países buscassem um estilo musical próprio. Temos como exemplo o Funk no Brasil e o Japão com o City Pop. Era um momento em que os países estavam misturando várias coisas, então o Drum & Bass chegou como algo alternativo, mas, por conta dessa pluralidade, se dissipou muito rápido, gerando no Brasil a criação do Drum & Bossa (mistura da vertente eletrônica com a Bossa Nova).

- Por que Curitiba se tornou um grande vetor do retorno desse movimento?

São Paulo sendo um polo e uma cidade muito grande, acaba recebendo as coisas um pouco antes. Lógico que hoje a internet ajuda muito, mas nos anos 90, por exemplo, chegava tudo em São Paulo e Curitiba, por não ser tão longe assim, acabava consumindo antes que o restante do país. A gente fala que o Drum & Bass está vivendo o ciclo dos 20 anos, algo muito comum na música e na cultura, então a gente vê o estilo voltando com muita força. O curitibano tá querendo viver e reviver essa cena. O engraçado é que nas últimas festas o público era bem dividido entre jovens e um pessoal mais velho, e isso que torna Curitiba uma referência.

- O quanto a volta do Drum & Bass movimentou os eventos curitibanos?

A criação de novos coletivos que estão produzindo eventos, a movimentação cultural e a troca entre jovem e velha guarda são os pontos mais relevantes. O fim da quarentena e as pessoas querendo algo novo foram muito importantes para surgirem esses coletivos, novos DJs e artistas que estão movimentando ocenário.

pagou o juiz para manipular partidas que o empresário apostou.

O questionamento a ser feito é sobre como a moral dos atletas está abalada. O esporte sempre foi uma referência de ética para o mundo e ter atletas se corrompendo por dinheiro difama uma das glórias do universo futebolístico.

Outros casos que tiram atletas do pódio de referências sociais são os crimes cometidos pelos jogadores brasileiros Robinho, Ronaldinho Gaúcho e Daniel Alves. Gabi Gol é o exemplo mais recente de má conduta esportiva, quando tratou mal médicos ao se recusar a fazer teste antidoping no Centro de Treinamento (CT) do Flamengo. O atacante rubro-negro não pode jogar por dois anos. Em diferentes âmbitos e cenários de alguma forma heróis da torcida brasileira passam a ser crimino-

Comunitiras

sos colocando em xeque o papel social de ídolos que os esportistas exercem.

Corrupção no futebol é sinônimo de tratar o torcedor como "marionete". Os apaixonados se dedicam comprando ingressos, sendo sócios dos clubes, se vestindo a caráter, indo ao estádio e torcendo nas arquibancadas pelo sucesso dos times. Esquemas de apostas como o iniciado em 2022 invalidam o movimento cultural dos brasileiros realizado nas arquibancadas, que é o espetáculo realizado pelos fãs.

Operação Penalidade Máxima une as organizadas de todo o país pela luta contra corrupção mostrando que o amor pelo esporte é muito maior que vitórias ou derrotas. O telespectador quer a honestidade dentro de campo para poder voltar a aproveitar o jogo.

Edição 345 - 2024 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR

DECANA

COORDENADORA

Suyanne Tolentino De Souza

COORDENADORA EDITORIAL

Suyanne Tolentino De Souza

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL Rodolfo Stancki (DRT-8007-PR)

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

Rafael Andrade

TRADUÇÃO

Breno Zottis Gallina e Raquel Wrege

FOTO DA CAPA Camila Lara e Larissa Croisfett

Estudantes 3º Período de Jornalismo

Beatriz Moschetta

Breno Zottis Gallina

Bruno Coelho

Caio Stelmatchuck

Camila Lara de Oliveira

Carolina Senff

Eduardo Pascnuki

Henrique Odebrechet

Jeferson Kolshescki

João Pedro Ocanha

Júlia Silva de Araújo

Larissa Croisfett

Laura Kaiser

Lucas Lopes

Murilo Wiczick

Pablo Ryan Chagas

Raquel Wrege

Ricardo Siqueira

2 Curitiba, 15 de Maio de 2024
Editorial
Expediente
Carolina Uhule
Ir. Rogério Mateucci
DA ESCOLA DE BELAS ARTES
Ângela Leitão
DO CURSO DE JORNALISMO

Seis obras públicas simultâneas impactam mobilidade de curitibanos

Curitiba se torna um canteiro de obras no último ano de mandato do prefeito Rafael Greca

C uritiba está tomada por obras desde janeiro deste ano. As intervenções são de manutenção, modernização e revitalização. São três ações de grande porte e três de médio porte. Esse acúmulo de transformações urbanas simultâneas coincide com as eleições municipais. A grande movimentação urbanística atrapalha a mobilidade urbana dos cidadãos e sua segurança.

Algumas das principais obras em andamento neste primeiro semestre são a finalização da Linha Verde e o Programa de Aumento da velocidade e capacidade do Inter 2 envolvendo reformas, como no Tarumã.

No início deste ano, em discurso na Câmara dos Vereadores, o prefeito Rafael Greca prometeu a entrega da Linha Verde até o fim de seu mandato. A etapa atual é a última e mais complexa do projeto, abrange aproxi-

Obras da etapa final da Linha Verde na região do Atuba.

A região do Tarumã recebe um novo viaduto e as alças de acesso com novas estações tubo. Durante a execução de obras o trânsito aumentou e várias ruas tiveram pistas fechadas. No Capão da Imbuia as obras são de reformas de vias para passagens dos ônibus e do novo terminal. As diversas

que a rotina dos cidadãos siga o mais natural possível.

O tráfego congestiona próximo a obras, reduzindo a segurança para pedestres e causando impactos econômicos. “Assim que começarem a fazer o calçamento do lado que estou eu vou ser mui-

“As vendas vão baixar uns 80%.”

madamente três quilômetros de extensão. A obra deveria ter sido concluída dez anos atrás para a Copa do Mundo de 2014.

O Projeto do Novo Inter 2 engloba diversos pontos de Curitiba como modificações no bairro Capão da Imbuia e no Complexo do Tarumã. As intervenções de escavação, substituição de tubos pluviais, implantação de galerias de passagem, pavimentação e troca de estações tubos ocorrerão ao longo do itinerário da linha. O foco é tornar o transporte público mais eficaz, moderno e sustentável.

intervenções têm gerado transtorno para moradores. Pessoas que moram e passam pela região próxima ao novo terminal sofrem com violência e insegurança, pois áreas demolidas agora são ocupadas por usuários de drogas.

Mobilidade Urbana

O diretor de pavimentação da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP), Mário Padovani, alega que as obras viárias ocorrem com as vias em uso. Isso requer uma logística cuidadosa para reduzir o impacto no tráfego e manter o acesso aos empreendimentos, permitindo

Propaganda e Política

Política Curitibana tenta manipular ideias para convencer os despolitizados

Oprofessor de Ciência Política da UniCuritiba Marlus Forigo, relata que todo mundo percebe que cidades viram canteiros de obras em anos eleitorais. Ruas com novo asfaltamento e obras paradas sendo retomadas são alguns exemplos citados pelo cientista.

“Obras públicas são a melhor propaganda eleitoral para quem está no poder. É preciso mostrar serviço, principalmente às vésperas das eleições”, alega Forigo.

to impactado. Terei que fechar a banca no mínimo dois dias. Prevejo que as vendas vão baixar uns 80%, não vai ter como circular por aqui”, reclama Guilherme de Almeida, proprietário da banca em frente a estação tubo da Rua dos Funcionários que passa por obras desde o início do ano.

Mestre e Doutor em Gestão Pública, o pesquisador André Turbay destaca a importância de analisar a localização das obras viárias. Ele questiona se as obras ocorrem onde são realmente necessárias ou onde há mais visibilidade. O urbanista enfatiza a necessidade de um diálogo entre a prefeitura e a comunidade para atender às demandas locais e minimizar os transtornos para a população afetada pelas obras.

Revitalizações

Reformas que estão no processo de revitalização são as da Praça da Ucrânia, Jardim Botânico e Pista do Gaúcho. Devido às obras na praça, três feiras que ocorrem no local foram realocadas. A ação tem previsão de ser finalizada em outubro.

O professor explica que boa parte do eleitorado define seu voto pelas obras públicas prometidas e realizadas pelos candidatos. Esse é um modo de manipular a percepção do eleitor.

“ É preciso mostrar serviço às vésperas de eleição”

Sobre os riscos à democracia, o profissional alega que é um atentado ao sistema. A ideia de democracia pressupõe esclare-

No Jardim Botânico, o impacto é menor. Um trecho da pista de corrida foi interrompido para a reforma do Salão Central. O projeto será concluído no segundo semestre. Em 2024 a Pista do Gaúcho terá o cimento renovado. Campanha eleitoral e Lei

A Constituição brasileira possui normas regulamentadoras a respeito da publicidade em campanhas eleitorais. O documento garante que atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social sem promover a imagem do político. A lei prevê que não é permitido participar de inaugurações de obras públicas nos três meses que antecedem à eleição, que ocorrerá apenas em outubro.

Engenheira da coordenação do Sistema Viário do IPPUC, Guacira Civolani alega que os planejamentos não são feitos para coincidir com anos eleitorais. A profissional explica que devido ao tempo de planejamento e autorização de todas as partes envolvidas isso pode ocorrer.

portalcomunicare.com.br

cimento político-ideológico do cidadão, que não se adequa ao excesso de obras na tentativa de criar uma boa imagem de um político no imaginário da população. O cidadão não deve ser visto como consumidor final, mas sim como membro da máquina política.

Marlus Forigo finaliza dizendo que para que a situação reduza é necessária a educação política e a construção do senso crítico da população.

3 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Cidades
Leia mais Confira o mapa interativo dos locais de obra. Carolina Senff Carolina Senff 3º Período Carolina Senff Obras na frente das Agrárias atrapalham fluxo de carros e pedestres.

Em busca do sonho Olímpico, atletas se mudam para Curitiba

Através de financiamento do Instituto Ohayo, jovens vieram de diferentes regiões do país para participar de uma equipe de rendimento de judô, esporte que mais premiou o Brasil nas Olímpiadas

3º Período

E m janeiro deste ano, sete atletas vieram morar em Curitiba para serem treinados pela Escola de Judô Alan Vieira, através do financiamento do Instituto Ohayo. Este projeto, conhecido também como Casa de Atletas, tem o intuito de dar a jovens de diferentes regiões do país a oportunidade de participar de uma equipe de rendimento. A Casa de Atletas iniciou em 2022 e está com o seu terceiro grupo de judocas.

Além de uma rotina de treinos intensa, os atletas também lidam com desafios que essa mudança proporciona. Alissa Mazutti, de 17 anos, ainda está se acostumando com a nova vida. Ela relata que há um longo período de adaptação para se acostumar a lidar com as próprias responsabilidades, incluindo as questões financeiras.

A diversidade de culturas, no início, também pode ser um desafio. “Dentro de uma casa com pessoas de culturas diferentes, locais diferentes e idades diferentes, começam a existir conflitos”, disse Alan Vieira, fundador do Instituto. Quando os conflitos se iniciaram, ainda nas turmas passadas, os coordenadores do projeto passaram a gerenciar não apenas a parte técnica e física, mas a humana também.

Hoje, Alan Vieira entende que o projeto não envolve exclusivamente o esporte. “A proposta do Instituto Ohayo é que a gente atue na formação humana, para que quem faça parte dele melhore como cidadão. Utilizamos o judô como uma ferramenta educacional. Também buscamos gerar um bem-estar, melhorando a saúde dos jovens”. Para isso, o Instituto oferece - além de treinamento físico, técnico e tático - moradia, cesta básica, fisioterapia e, aos atletas com idade universitária, uma bolsa de 100% em cursos superiores.

Segundo Keith Sato, professora de Esportes de Combate do curso de Educação Física da PUCPR, as artes marciais são importantes para desenvolver não somente o espírito de equipe, mas também a disciplina, o respeito e o autocontrole. Em competições de artes marciais, por exemplo, o atleta não é permitido a falar com o árbitro, caso contrário, sofrerá punições. Além disso, até o adversário é motivo de agradecimento. “Sem adversário você não luta. Então, você tem que saudar, agradecê-lo, antes e ao final da luta. Essas coisas são embutidas diariamente nesses esportes.”

Entretanto, de acordo com o Sensei - nome dado aos professores de judô - Alan Vieira, o projeto enfrenta dificuldades financeiras para proporcionar todos os benefícios aos atletas.

“A nossa Associação é vinculada à Lei de Incentivo ao Esporte da Prefeitura de Curitiba, permitindo que seja direcionado um recurso destinado ao projeto. Porém, ele é um pouco limitado e não conseguimos fazer a manutenção total da Instituição apenas com esse recurso”. O professor de judô ainda complementa dizendo que eles contam com doações (dinheiro, equipamento e material de treino), patrocínio direto, apoio da iniciativa privada e de pessoas envolvidas direta e indiretamente, como famílias de atletas da escola ou, até mesmo, dos profissionais do Instituto, que, segundo ele, ajudam a arcar com os custos com seu próprio dinheiro.

A professora Keith Sato, que também coordena o projeto social Karatê PUCPR, com apoio da Fundação Araucária e em parceria com a ONG Chakugan, relata a dificuldade financeira que esses projetos enfrentam. Inclusive, esse é um dos motivos para ela trabalhar junto com a ONG, que é de Piraquara. Segundo ela, a parceria

A próxima etapa é passar uma semana em Curitiba, treinando no dojô - espaço de treino de artes marciais - da AABB Curitiba, no Tarumã, sede do Instituto Ohayo. Os atletas são avaliados em provas de diferentes habilidades. Uma das avaliações é feita pelo fisioterapeuta. A performance do atleta durante a semana e seu currículo no Judô são os motivos pelos quais ele pode ser selecionado para

veio de Brusque. Ele iniciou no judô aos 9 anos de idade e passou a competir. Através das redes sociais, José ficou sabendo do processo seletivo para participar do Instituto Ohayo. Ele se inscreveu, participou dos testes e foi selecionado para competir pelo projeto.

Ambos os atletas vieram até o Instituto com o mesmo objetivo: um dia poder representar o Brasil nas Olímpiadas. Alissa

“Mesmo se eu não for para as Olímpiadas, quero seguir no Judô, pois não vejo minha vida fora dele”

é estratégica, afinal, os benefícios que Curitiba oferece não são o suficiente para o sustento do projeto. Por isso, todos os atletas competem por Piraquara, que oferece filiação em federação, transporte e inscrição em competições.

O processo seletivo para participação da Casa de Atletas do Instituto Ohayo ocorre em Janeiro a todos os atletas que moram fora do Paraná. Cada jovem envia seu currículo, que é analisado pelo sistema Zempo, que mostra o histórico do atleta no esporte. A partir disso, o judoca é encaminhado para a aprovação de Alan Vieira.

participar do projeto.

Alissa Mazutti veio de Concórdia, Santa Catarina. Quando ainda era criança, ela e a prima entravam escondidas nas aulas de judô de uma escola em município catarinense. Após um tempo, ela se inscreveu na escola e passou a competir desde então.

Em uma dessas competições em Santa Catarina, Alissa conheceu o Sensei Alan Vieira. Por isso, quando o processo seletivo da Casa de Atletas começou, ela foi convidada a fazer os testes e foi aprovada.

José Victor Fernandes, de 16 anos,

ainda diz que, independente do que aconteça, ela quer trabalhar com o judô. “Se eu não conseguir participar das Olimpíadas, eu pretendo fazer faculdade de fisioterapia e seguir com a minha escola de judô, pois não vejo minha vida fora do esporte.”

Com 24 medalhas, o judô é o esporte que mais deu premiações ao Brasil na história das Olímpiadas. Em 2019, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) constou que mais de 2,5 milhões de brasileiros praticam o esporte, sendo que, desse número, mais de 85 mil são atletas federados, aptos a disputarem campeonatos.

Alan Vieira diz que àqueles interessados em fazer doações ao projeto podem entrar em contato pelo telefone ou redes sociais do Instituto Ohayo. Para melhores informações, consulte o site https:// www.judoalanvieira.com.br/.

Veja mais

Um treino na escola de Judô onde os jovens da Casa de Atletas competem portalcomunicare.com.br

4 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Esporte
Judocas que fazem parte da Casa de Atletas em 2024. Caio Bolonha Stelmatchuk Uma luta entre Alissa Mazutti e José Fernandes, durante um treino. Caio Bolonha Stelmatchuk

Mais de 1700 famílias curitibanas em breve podem ser despejadas

Lideranças das ocupações urbanas e rurais de Curitiba apontam a falta de assistência e de alternativas da Prefeitura para as famílias que não têm para onde ir

Ricardo de Siqueira 3º Período

Mais de 1700 famílias correm o risco de serem despejadas de ocupações irregulares em Curitiba, segundo o Mapeamento Nacional de Conflitos pela Terra e Moradia. Dados da Companhia de Habitação (Cohab) apontam a existência de mais de 400 ocupações na cidade. Dentre elas, a Tiradentes II (CIC) e a Britanite (Tatuquara) são as que correm o maior risco de uma operação de reintegração de posse.

Em uma audiência pública realizada em março pela Comissão de Mediação de Conflitos Fundiários (CMCF), as lideranças do movimento Despejo Zero questionaram a falta de assistência da Prefeitura em oferecer políticas de moradia popular e a regularização fundiária.

Dilton Figueiredo é morador da Tiradentes II e conta que alguns policiais são vistos registrando fotos e fazendo constantes rondas na ocupação. Dilton é um imigrante venezuelano que chegou ao Brasil dois anos atrás e mora na ocupação porque o

Desde 2020, já foram mapeados quatro registros de remoção total, uma das mais recentes foi a reintegração de posse que ocorreu na comunidade Povo Sem Medo em 2022. Segundo lideranças e autoridades presentes no local, não houve aviso

Atualmente há uma grande fila esperando por uma casa. Cerca de 32 mil inscritos. Outro ponto em questão é que o programa habitacional aceita apenas inscritos com uma renda mensal superior a R$1.600, valor incompatível com a renda das famílias mais pobres da cidade.

“Prefeitura odeia dialogar com quem está em uma ocupação, para eles somos pessoas indesejadas”

salário de servente que recebe na construção civil onde trabalha não é o suficiente para alugar uma casa regularizada em Curitiba. A média do m² na cidade hoje é de R$ 36,43.

Em setembro de 2023, os moradores da Tiradentes II foram surpreendidos por uma ordem de reintegração de posse pedido pela empresa proprietária do local, a Essencis, que administra um aterro sanitário ao lado da ocupação. Desde então, a comunidade organizou um grupo

prévio e nem a presença da Defensoria Pública, que deixou boa parte das famílias sem local para ficar, recebendo ajuda em outras ocupações da cidade.

Valdecir Ferreira da Silva, um dos líderes do Movimento Popular por Moradia, o MPM, conta que a Prefeitura de Curitiba não demonstra interesse em dialogar com as famílias e que sempre recebem a mesma resposta da Cohab, “eles mandam você entrar na fila”.

Mediação entre as Ocupações e o Poder Público

Em 2018, o Governo do Estado criou a Comissão de Mevdiação de Conflitos Fundiários, que também é composta por membros do Governo Federal e do Ministério Público. O grupo vem atuando junto a SUDIS, Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social, no contato com as ocupações em visitas técnicas e audiências públicas.

Como explicou o superintendente e presidente da comissão, Roland Rutyna, no caso de áreas privadas a organização consegue somente mediar a conversa entre as lideranças e os proprietários do local ocupado. Este é o caso da Tiradentes II, e também da Britanite, que pertence à empresa Tatuquara S.A.

No caso das áreas que pertencem às prefeituras municipais como a de Curitiba, a Comissão tenta criar grupos de trabalho e, se preciso, um corpo técnico de profissionais que possam realizar os procedimentos necessários para a regularização.

Roberta Zambenedetti, assessora da SUDIS e Secretária-Executiva da CMCF, conta que a lei federal de 2017 (Lei nº 13465) chamada de Reurb, facilitou a possibilidade de regularização fundiária nas cidades. Em Curitiba, porém, o programa só foi regulamentado em 2022 no Decreto nº 1488/22 e vem sendo questionado por exigir critérios urbanísticos muito específicos que dificultam a aprovação de projetos de regularização.

Roberta diz que a Prefeitura defende que os trabalhos já realizados pelo município são o suficiente, como os abrigos temporários fornecidos pela Fundação de Assistência Social (FAS). Quanto a Cohab, não há um programa habitacional que possa dar uma casa para essas famílias de forma acessível, o que poderia ser uma opção para as que estão alojadas em áreas privadas e ameaçadas de reintegração de posse.

Moradores de ocupações protestam contra ações de despejo.

5 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Política
de vigília para tentar resistir às ameaças de despejo. A ocupação Britanite é composta por mais de 400 famílias que correm o risco de serem despejadas a qualquer momento.
Movimentos por moradia realizam atos e projetos comunitários com frequência nas ocupações.
Ricardo de Siqueira Leia mais

Cidades

Estudantes reclamam da falta de RU em universidades particulares

Em Curitiba, Restaurante Universitário da UFPR serve uma média de 14 mil refeições por dia, enquanto estudantes de faculdades particulares têm o cardápio restringido a pratos caros

U m problema constantemente invisibilizado no dia a dia de quem cursa o Ensino Superior em universidades privadas é a fome. Estudantes das principais faculdades do Paraná mostram, principalmente depois da pandemia, que a falta de segurança alimentar é um dos principais motivos de evasão. Em decorrência da falta de apoio externo, ter condição de uma refeição básica ocupa o primeiro lugar na lista de prioridades dessas pessoas.

Segundo os últimos dados analisados pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior No Estado de São Paulo (SEMESP), em 2021, 36,6% dos alunos de universidades particulares no Brasil abandonaram a graduação por diferentes fatores. Um dos principais é a questão econômica. No início de 2024, mais de 36 mil bolsas PROUNI foram ofertadas no

pulação paranaense, a qual 8% sofre de insegurança alimentar. Estudantes universitários são diretamente afetados por esses números e, com a premissa de que seus gastos consistem em passagem de ônibus, materiais

torna isenta para alunos que comprovam fragilidade socioeconômica.

O projeto só é garantido pois existe um entendimento por parte da Reitoria de que o RU é a

“O RU é o único motivo de eu continuar na universidade”

Paraná. Dessas, 24.807 bolsas eram integrais e 11.248 parciais. O direito é atribuído a, respectivamente, estudantes que têm uma renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio, e pessoas com renda menor ou igual a três salários mínimos.

Curitiba registrou aumento de 4,47% dos alimentos básicos neste início de ano segundo o Conselho Regional de Economia, um impacto direto na po-

universitários e contas de casa, o que resta para alimentação é menos que o necessário, principalmente para os bolsistas e aqueles que pagam suas mensalidades sem o apoio de terceiros.

A nutricionista Lucyanne Maria Moraes Correia, Coordenadora dos Restaurantes Universitários UFPR, informa que os valores cobrados dos alunos regulares é de R$0,50 no café da manhã e de R$1,30 para almoço e jantar. A taxa se

Restaurante Universitário

Como a UFPR sustenta o restaurante universitário

C om dados levantados em 2022, o RU subsidiado pela UFPR é o quarto mais barato do país. Fica atrás da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Em entrevista, Lucyanne explicou o motivo dos valores baixos, afinal os valores cobrados dos alunos regulares não representam o custo real das refeições. Na verdade, 90% do valor das refeições é subsidiado pela própria UFPR, diferentemente de outras universidades federais que usam apenas dos recursos fornecidos pelo

Programa de Benefícios Econômicos para a Manutenção do Estudante (PROBEM).

O Governo Federal prevê por meio deste programa um valor monetário para apoio dos estudantes de baixa renda. “Na UFPR, para que o benefício seja geral e irrestrito, optou-se por utilizar recursos de custeio, ou seja, aqueles destinados a despesas gerais, para pagamento das refeições.”

principal política de permanência fornecida pela Universidade. Segundo Lucyanne, “a alimentação saudável e de qualidade colabora para o desempenho escolar e deve estar disponível a baixo custo a todos os alunos”.

Quem se beneficia diretamente do projeto e se refere a ele como “o único motivo de eu continuar na universidade” é André de Santos Junior. Estudante de Ciências Sociais da Universidade que, com auxílio da bolsa para isenção de taxa, realiza suas três refeições no RU todos os dias da semana.

André tem 18 anos e é do Rio de Janeiro. Mora com três colegas de curso e relata não ter fogão em casa. Ele pontua a importância do restaurante no seu cotidiano. “Eu vinha para a universidade de segunda a sexta e morava longe, gastar com passagens e alimen-

tação era muito puxado. Quando comecei a morar perto ficou mais fácil de fazer todas as refeições aqui, porque eu gastava muito para comer”.

Em contraponto com universidades públicas, particulares como a PUC SP mostram alternativas ao acesso à alimentação. Apesar de não existir o intitulado RU, foi desenvolvido o projeto “bandejão”, no qual o valor de almoço e janta é isento para alunos bolsistas e de R$ 17,50 para pagantes. Ainda não existem essas opções nas principais universidades da capital paranaense.

Erick Simm, ex-bolsista de enfermagem da PUCPR que após passar na UFPR e analisar os benefícios de cada uma, optou pela rede pública por seu auxílio alimentar. “Troquei a PUC pela Federal porque não tinha o que eu comer dentro do campus. Sou vegano e toda vez que precisava comer era muito caro ou tinha pouca opção de comida que me sustentasse para estudar o resto do dia. Às vezes eu nem comia. Fazia muita falta o RU para mim.” portalcomunicare.com.br

Acompanhe um dia no Restaurante Universitáro:

6 Curitiba, 15 de Maio de 2024
Leia mais Fila de entrada para o RU da Reitoria da UFPR. Camila Lara Camila Lara Camila Lara 3º Período Camila Lara André de Santos Junior só consegue se manter por causa do RU.

Students complain about the lack of UR in private institutions

In Curitiba, the UFPR University Restaurant serves an average of 14 thousand meals a day, while students at private institutions have their menu restricted to expensive dishes.

Aproblem that is constantly masked in the daily lives of those who attend higher education at private universities is hunger. Students from the main colleges in Paraná, more specifically after the pandemic, show that the lack of food security is one of the main reasons for dropping out. Due to the lack of support, having a basic meal occupies the first spot on the priority list of these students.

According to the latest datas analyzed by the Union of Entities Maintaining Higher Education Establishments in the State of São Paulo (SEMESP), during 2021, 36.6% of students from private universities in Brazil have different reasons for dropping out. One of the main factors is economic. At the beginning of 2024, more than 36 thousand PROUNI scholarships were offered in Paraná, of which 24,807 were full scholarships and 11,248 were partial. The right is granted to students who have

for nutrition supplies is less than necessary, specially for scholarship holders and those who pay their tuition fees without the support of a third party.

As explained by the nutritionist Lucyanne Maria Moraes Correia, Coordinator of the University Restaurants (UR) of

The person who directly benefits from the project and refers to it as “the only reason why I stay at the university” is André de Santos Junior. A student of Social Sciences at the University who, with the help of the scholarship for fee exemption, has his three meals in the UR every day of the week.

“The UR is the only reason why I stay in the university”

one and a half minimum wages as the monthly family income per person and people with an income less than or equal to three minimum wages.

Curitiba registered an increase on the price of basic foods in 2024, of 4,47%, according to the Regional Economy Counsel. This is a direct impact on the population which 8% suffers from food insecurity. University students are affected by these numbers, considering that their spends consists in bus tickets, study materials and house bills, what is left

UFPR, the amount charged to regular students is R$ 0.50 for breakfast and R$ 1.30 for lunch and dinner. The fee becomes exempt for students who prove socioeconomic frailty.

This project is only guaranteed because there is an understanding on the part of the Rectory that the UR is the main permanence policy provided by the University. According to Lucyanne, “healthy and quality food contributes to the university performance and should be available at low cost to all students”.

University Restaurant

Method used by UFPR to sustain the UR

According to data from 2022, the University Restaurant (UR) of UFPR is one of the cheapest in the country. Only after the Federal University of Piauí (UFPI), Federal University of Ceará (UFC) and Federal University of Pará (UFPA).

Lucyanne explains that the amounts charged to regular students do not represent the real cost of meals. About 90% of the meals are subsidized by UFPR, unlike other federal universities that only use the resources provided by the Pro-

gram of Economic Benefits for Student Maintenance (PROBEM). It is predicted by the Federal Government a monetary value to support those students with low-income. “Thinking that the benefit has to be to all students unrestricted, UFPR has decided to use resources that are intended for general expenses, to pay for meals.”

In 2019, it was found that UFPR’s University Restaurants provided around 2,960,246 meals.

André is 18 years old from Rio de Janeiro that lives in Curitiba with three roommates, reports not having a stove at home. He states the importance that the university restaurant has in his daily life. “I used to come to the university from Monday to Friday and lived far away, spending on tickets and food was very demanding. When I started living nearby, it was easier to eat all my meals here, because I used to spend a lot of money to eat.”

In contrast with public institutions, private universities such as PUC-SP seek alternatives to acquire food. Even though there isn’t an actual UR, a project called “bandejão” (as in large tray)

was developed, which removes prices for both lunch and supper for any student that has a scholarship and sets prices at R$ 17,50 for the rest of the students. There still is no such options in the main universities present in the capital of Paraná.

Erick Simm, ex-scholarship student of Nursery at PUCPR who after receiving entry at UFPR and weighing the advantages between which university, ended up joining the public one due to the presence of food aid. “I chose the Federal University over PUC because there wasn’t anything I could eat at the campus. I am vegan and every time I ate there food was way too expensive or lacked options that could sustain me to study for the rest of the day. Sometimes I didn’t even eat anything. I really felt the lack of a RU”.

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A day in an UR (University Restaurant):

portalcomunicare.com.br

7 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Cities
Line for the University Restaurant of Reitoria UFPR Camila Lara Camila Lara Camila Lara 3rd Term Camila Lara André de Santos Junior Translated by: Breno Zottis Gallina, 3rd term Raquel Anastacio Wrege, 3rd Term

Pacientes apontam a falta de acesso à medicamentos a base de cannabis

Nova decisão do Estado do Paraná regulariza novas medicações à base da planta Cannabis

Ogoverno paranaense permitiu, no fim de fevereiro, que novos remédios a base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) estejam dentro do catálogo ofertado pela Secretaria de Saúde, desde que sua segurança seja comprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Atualmente, apenas um medicamento é registrado na Agência, o que implica uma burocracia de aprovação e importação para usuários que precisam de outros remédios não registrados. Apesar do avanço, ainda existem muitas variantes a serem discutidas nesse contexto.

Segundo o médico Renan Abdalla, especialista na prescrição de cannabis, o acesso a esses medicamentos é urgente. “O que eu acho que pode ser melhorado nesse processo é facilitar o acesso aos pacientes

“Fiquei com receio de iniciar o tratamento e nossa legislação retroceder ”

disfunções hormonais. A terapeuta conta que passou oito anos fazendo reposição hormonal pelos métodos tradicionais, o que ocasionou um episódio de trombose. Hoje, no uso do CBD há nove meses, Wrege diz que é o primeiro remédio que faz uma diferença significativa em sua saúde sem nenhum efeito colateral.

Rosilane também afirma que temeu não conseguir a permis-

que necessitam, principalmente os de baixa renda”, reflete o profissional. Abdalla ainda destaca que existem diversas patologias que poderiam ser incluídas na lei brasileira por se beneficiarem desses compostos.

Como exemplo, a psicóloga Rosilane Wrege, 55 anos, que faz uso do Tegra Usaline para controle de

são das autoridades brasileiras. “Era uma época um pouco angustiante, fiquei com receio de iniciar o tratamento e nossa legislação retroceder, não liberar a importação e eu ficar sem a medicação”, conta a psicóloga.

Além disso, os custos acabam sendo muito altos. A fisioterapeuta Cristiane Duarte, 39, é mãe

do Conrado, que usa Canabidiol Premium para controlar algumas comorbidades do autismo. A mãe da criança de 5 anos conta que compra o remédio sem ajuda governamental. “Compramos por conta própria, é um valor considerável, porém ele tem ótima duração no caso do meu filho, então não se torna tão custoso”. Esse valor alto acontece por conta da legislação que restringe o plantio de cannabis medicinal, e consequentemente, a existência de laboratórios de produção própria no Brasil, deixando a importação e suas taxas como única opção.

Além disso, socialmente, o uso dessa planta não é completamente aceito. Rosilane relata que sente um desconforto vindo de pessoas não usuárias da medicação. “Não nomearia como preconceito, porém, muitas vezes, senti uma estranheza não falada na reação das pessoas com quem conversei sobre o assunto”. Esse preconceito é fruto da associação entre essa planta e o uso da droga entorpecente conhecida como maconha.

De fato, a planta Cannabis pode gerar os efeitos medicinais e os efeitos da droga ilícita, mas não significa que esses dois produtos sejam o mesmo. A Cannabis é um gênero de planta com três variedades: sativa, indica e ruderalis. O CBD é encontrado, principalmente, nas plantas indica, enquanto o THC é mais comum na sativa. Esse último existe em excesso na maconha, o que torna sua regularização mais difícil,

Centro de acolhimento em terapia canabinóide na Santa Casa

CEm julho de 2023, o hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba inaugurou junto a Anna - uma startup especializada em tratamento canábico - um centro de apoio a pacientes no tratamento da cannabis medicinal, se tornando o primeiro grande complexo médico a possuir um centro de tratamento com esse objetivo.

Esse projeto disponibiliza informações sobre o que é essa planta e como é feito seu uso na medicina, além de consultas para iniciar o tratamento. O

Centro ainda oferece os medicamentos dentro da lei brasileira e apoio burocrático. Tudo isso sendo ofertado pelo convênio SUS e particulares.

O Centro de apoio se encontra dentro do hospital, no Centro de Curitiba, e funciona das 07 horas da manhã às 19 horas da noite em dias de semana.

Dúvidas sobre esse programa podem ser respondidas pelo número de Whatsapp: +55 (41) 9164-8836 ou pelo site oficial da Santa Casa, na aba de “serviços”.

mesmo tendo resultados medicinais comprovados.

Em julho de 2022, a Fiocruz promoveu um seminário internacional sobre o assunto em conjunto com a Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal). Para Sidarta Ribeiro - neurocientista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - que discursou no evento, a cannabis é o remédio do século XXI. “O THC tem representado uma revolução na geriatria, já que aumenta a produção de proteínas sinápticas e a velocidade neuronal”, explicou o professor. Entre os efeitos do THC ainda é possível citar o relaxamento muscular, efeitos anti-inflamatórios, anticonvulsivos e até antidepressivos.

Considerando todos esses pontos, é possível identificar os caminhos da legislação brasileira. “Uma das nossas buscas é trazer conhecimento para médicos e para a sociedade. Quebrar preconceitos através da ciência e da prática clínica, e quebrar o estigma da cannabis. A cannabis não é só o canabidiol, quando falamos dessa planta, estamos falando de mais de 300 componentes que podem auxiliar”, observa o médico Renan Abdalla. “A regulamentação da Lei Pétala (Lei 21.364/2023) é urgente. São milhares de pessoas que esperam ter facilitado o acesso aos medicamentos à base de cannabis medicinal no Paraná”, afirma o Deputado Goura (PDT), líder da nova regulamentação. Agora, a Secretaria de Saúde tem 180 dias, por decreto, para publicar os detalhes em relação às diretrizes de acesso aos novos remédios aprovados.

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Confira a linha do tempo na aprovação legislativa do uso da cannabis medicinal. portalcomunicare.com.br

8 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Política
Remédio à base da cannabis medicinal Larissa Croisfett Larissa Croisfett 3º Período Comunicação / ISCMC Espaço destinado ao Centro de Acolhimento, dentro do Hospital curitibano.

Curitiba cria mais de 27 mil postos de trabalho para imigrantes

Entre 2020 e 2022, foram abertas mais de 15 mil vagas de emprego para imigrantes homens e mais de 12,5 mil para mulheres na cidade, afirma relatório do OBMigra

S egundo o Relatório Anual 2023 do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), lançado em dezembro do ano passado, de 2020 a 2022, foram criados mais de 27 mil empregos para imigrantes em Curitiba. Desses, mais de 15 mil direcionaram-se a homens e mais de 12,5 mil a mulheres. O documento aborda desafios para políticas migratórias e inclui análises de perfis, dados sobre mercado de trabalho, remessas, acesso a programas sociais e tráfico humano.

Também segundo o relatório, entre os anos de 2013 e 2022, mais de 29 mil imigrantes passaram a residir na capital paranaense. Já o número total de imigrantes empregados em um trabalho formal na cidade foi de 49.630 no mesmo período.

gos informais. “Normalmente, os piores empregos são os mais fáceis para essas pessoas [imigrantes]v acessarem, com maior carga horária e pior salário.”

Outra questão levantada por Alvarenga é a de que muitos empregadores demoram para efetivar imigrantes. “Os con-

com o atendimento ao público. À vista disso, algumas instituições da capital oferecem cursos gratuitos de português para migrantes, bem como a Prefeitura Municipal.

Yadira Guerra é uma professora cubana que dá aulas de espanhol na rede estadual e em um

churrascaria. Ele relata que, em 2022, teve que voltar ao país de origem por conta da saúde do pai de sua esposa, retornando no ano seguinte. “Foi um tempo bem difícil, a situação do país estava muito complicada… foi aí que tomamos a decisão de sair de novo. Agora, estamos arrumando as coisas, nos estabilizando.”

“Existe uma diferenciação entre pessoas que vêm de países pobres”

tratantes extrapolam o prazo de experiência e tentam adiar a contratação do trabalhador”, disse. Ele também aponta o preconceito sofrido pela classe no país, atrelado à hospitalidade seletiva dos brasileiros e, consequentemente, das empresas. “Existe uma diferenciação entre pessoas que vêm de países

Rodrigo Alvarenga, professor do Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos e Políticas Públicas da PUCPR, destaca que a quantidade de pessoas trabalhando pode ser bem maior do que a revelada na pesquisa, já que há uma subnotificação no que diz respeito a imigrantes com empre-

pobres, ou, principalmente, pessoas negras dos demais migrantes e refugiados.”

O professor ressalta que muitos migrantes estão desempregados por conta da barreira da língua, já que a maioria dos empregos precarizados estão relacionados

instituto cultural. Em 2012, ela deixou de lecionar na Universidade de Havana, em Cuba, para viver um romance com um brasileiro na cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Os dois se casaram e, por conta do trabalho do marido, que acabou sendo transferido, se mudaram para Curitiba. Com saudades de seu país de origem, Guerra encontrou no ato de ensinar sua língua materna a brasileiros uma forma remunerada de se reconectar com o Caribe.

Curitiba recebeu mais migrantes venezuelanos

Curitiba é a cidade brasileira que mais recebeu migrantes da Venezuela desde 2018. São 7.975 venezuelanos acolhidos na capital. O dado é do Subcomitê Federal para Acolhimento e Interiorização de Imigrantes em Situação de Vulnerabilidade, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, e leva em conta migrantes que chegaram ao município a partir de abril de 2018.

Kelvin Agüero, 31 anos, saiu da Venezuela em 2017. Desde então, passou pelo Equador e Peru, até chegar com a família à capital paranaense em 2021. Formado em Gastronomia, aguarda o reconhecimento do diploma venezuelano e trabalha em uma

Migrantes brasileiros escolhem Curitiba

Sobre os migrantes brasileiros que se mudam para a cidade, Rodrigo explica que trata-se de um processo histórico que já ocorreu com mais intensidade, principalmente entre pessoas do norte e nordeste, e por isso é difícil precisar dados. O pesquisador destaca ainda que a xenofobia regionalizada desencoraja a busca por oportunidades em outras regiões. “É uma pena porque essa interculturalidade do nosso país tem muito a acrescentar”, declarou.

Natalia Monteiro, 24 anos, chegou em Curitiba em 2022. A estudante de engenharia veio de Macapá, no Amapá, com a mãeque foi aprovada em um processo seletivo da rede educacional. À reportagem, ela relembra um apagão que ocorreu na capital amapaense em 2020, em que a população ficou quase um mês sem energia elétrica, o que também comprometeu o acesso à água na região. Ela diz que são desassistências como essa que a fazem não voltar para onde nasceu. “A diferença de realidade é muito ruim. Aqui parece que tudo funciona”, lamentou.

Curitiba tem um novo sotaque

A reportagem sonora especial dá voz a pessoas que deixaram suas cidades de origem para morar na capital paranaense.

Ouça os relatos da macapaense

Natalia Monteiro, do rondoniense Gustavo Pelegrino e do venezuelano Juan Montañez através do QR Code abaixo.

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Aponte a câmera do seu celular e escute a reportagem sonora.

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9 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Cidade
Juan Montañez e Kelvin Agüero, migrantes da Venezuela. Porta de entrada do CEIM. Eduardo Pascnuki Eduardo Pascnuki Eduardo Pascnuki 3º Período

Decreto de Baixo Risco impulsiona o comércio no Paraná

Em vigor desde 31 de janeiro deste ano, o Decreto de Baixo Risco aumentou a quantidade de empresas nesta classificação de 254 para 771.

O Decreto de Baixo Risco, inaugurado em fevereiro deste ano, tem como objetivo auxiliar na abertura de empresas no Paraná, através da dispensa de emissão de licenças e diminuição de processos burocráticos. Durante esse período, o decreto estimulou a abertura de mais de 1700 empresas, em Curitiba, e diminuiu o tempo médio de abertura para 9 horas e 32 minutos.

O decreto, criado pelo programa Descomplica Paraná, liderado pela Casa Civil, isenta 771 atividades econômicas consideradas de baixo risco de Alvará de Funcionamento e de Licenciamento, apesar de poderem estar sujeitas a fiscalização normalmente. O programa também é responsável pela Lei de Liberdade Econômica, que visa simplificar os processos econômicos de empreendedores.

O contador da empresa curitibana N&A Contabilidade Jean Taborda explica que o Decreto de Baixo Risco faz com que as empresas passem por uma análise que comprove o enqua-

sas, que é a diferença entre as aberturas e as baixas, em comparação com o ano anterior.

O Presidente da Associação Comercial do Paraná, Antonio Gilberto Deggerone, explica que no cenário atual do comércio,

ter contatos e o resultado vem.”

O empreendedor e técnico de TI, Bruno Ricetto, relata que os principais motivos para abrir uma empresa são criar mais oportunidades de renda e trabalho. Porém, ele abriu

“Na semana seguinte já começa a atuar, começa a produzir e o resultado vem”

dramento nesta classificação.

A partir disso ele explica que “a empresa receberá uma dispensa de licenciamento e com isso poderá operar imediatamente”, ou seja, o tempo de espera anterior, em que o trabalhador deveria aguardar a permissão de trabalho, não existirá mais.

De acordo com dados disponibilizados pela Junta Comercial do Paraná, em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 17,54% no total de empresas no estado.

Em Curitiba, foi observada uma variação positiva no aumento de aberturas de empresas de 21,33% e uma variação também positiva de 25,14% nos saldos de empre-

principalmente com a revolução trazida pelo meio digital, as empresas precisam estar atualizadas e em funcionamento. A partir disso, o Decreto pode auxiliar os comerciantes com uma transparência e com uma diminuição na burocratização de “documentos desnecessários ou exigência de regras dispensáveis”.

Ele também destaca que ao agilizar o processo, isso se torna um incentivo aos comerciantes que ao terem a possibilidade de atuar rapidamente, evitam um desgaste econômico e emocional. “Você na semana seguinte já começa a atuar, começa a produzir e começa a

sua empresa antes do Decreto entrar em vigor e conta que todo processo, apesar de simples, durou cerca de 30 dias. Ele também relata como essa demora pode prejudicar os comerciantes e empreendedores. “Dependendo da empresa, você não consegue emitir o contrato e fica sem receber. Por causa da contabilidade, não consegue dar saída naquele dinheiro.”

Além de auxiliar os comerciantes, o Decreto de Baixo Risco também tem o objetivo de agilizar e evitar burocratizações para elevar o Paraná no Ranking Nacional de Dispensas de Alvarás e Licenças do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Co-

Enquadramento de Baixo Risco

Quais são as qualificações necessárias para atingir essa categoria

As categorias criadas pela Receita Federal para a classificação de empresas servem para determinar os processos aos quais elas devem seguir para a execução de suas atividades.

As empresas poderão ser de baixo risco se seguirem normas de produção, capacidade e lotação máxima, como se a atividade for realizada em locais de até 200 m2 e ter uma lotação máxima de 100 pessoas.

Ao serem classificadas desta forma o governo não exige alvará de segurança ambiental, sanitária, segurança pública, tributário e de uso de ocupação e de solo. Algumas atividades mais comuns são: restaurantes, bares, produçãvo artesanal de alimentos, prestações de serviços, escolas de idiomas e comércio atacadista de produtos agrícolas; desde que se enquadrem nas qualificações da Receita Federal.

Para saber o grau de risco da sua empresa, basta acessar o site da Receita Federal com o CNPJ e consultar a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

Leia mais

Confira o QR Code com conteúdo extra da reportagem.

10 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Economia
0 2000 4000 6000 8000 aberturas baixas saldo fevereiro 2023 fevereiro 2024
Gráfico demonstra a comparação de aberturas e baixas de empresas em Curitiba entre fevereiro de 2023 e 2024. portalcomunicare.com.br
Empresas Curitiba
Laura Kaiser 3º Período Comércio aumenta em Curitiba após o decreto. Laura Kaiser

Curitiba é a 4ª capital no ranking de desigualdade salarial de gênero

O Paraná se encontra entre os cinco estados do Brasil em maior desigualdade salarial entre homens e mulheres, de acordo com o Relatório de Transparência Salarial, baseados em uma apresentação de dados dos estabelecimentos do setor privado com 100 ou mais empregados

As mulheres no Paraná recebem como remuneração média R$ 3.198, enquanto homens R$ 4.828, segundo dados do Relatório de Transparência Salarial. Em Curitiba, no ano de 2021, as mulheres ganhavam 8,4% a menos que os homens realizando o mesmo trabalho, segundo dados d’O Expresso Curitiba, retirados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Sendo que nos últimos anos houve um aumento significativo na participação feminina em cargos de liderança, representando 45% dos MEI’s da capital, segundo a Prefeitura Municipal de Curitiba. Ou seja, por mais que as mulheres cheguem a quase metade das microempresas, ainda ganham em média R$ 1.630 a menos que os homens. Por conta disso, foram necessárias mudanças e inovações nas políticas públicas para o melhor desenvolvimento das mulheres no mercado.

Igualdade salarial é lei

No ano passado em julho, entrou em vigência a Lei Federal nº 14.611. Esta legislação veda a desigualdade salarial entre homens e mulheres. E até dia 21 de março de 2024, as empresas com mais de 100 empregados na capital precisavam preencher uma série de relatórios sobre os funcionários, para analisar e combater essa desigualdade. Por conta dessa lei, será possível analisar a realidade de remuneração dos trabalhadores nas empresas privadas, assim como suas políticas de incentivo, contratação, apoio aos funcionários e promoção na perspectiva de gênero.

A economista Astrid Lacerda, fundadora do Money Class Academy, expõe que as mulheres precisam entender que o dinheiro é um termo para todos, independente de gênero. A educação financeira, normalmente, é inexistente nas casas, por mais que seja necessária para adaptar o cotidiano com a realidade do mercado. Ela pondera também que não é apenas o crescimento dos MEIs ou CNPJs femininos que devem ser levados em consideração, mas também modos de levar esses negócios adiante, sem dívidas e prevendo um futuro financeiro com segurança.

Marrara de la Mara, diretora e atriz da agência Vox Talents, alega que durante o seu desenvolvimento profissional teve muita dificuldade em precificar sua mão de obra. Muitas vezes, dava aulas por preços baixíssimos por não achar que era qualificada o suficiente para cobrar o que era oferecido. Mesmo vendo seus colegas homens menos qualificados vendendo cursos e outros

produtos por preços maiores. Além da desigualdade salarial, existem as questões culturais que afetam as mulheres. Ilton Norberto Robl Filho, professor e doutor da UFPR em Direitos Humanos expõe que muitas delas levam uma dupla jornada de trabalho. Ou seja, além de trabalharem precisam cuidar da casa e da família. Segundo dados do IBGE, desde 2016 a porcentagem nacional de mulheres e homens chefes de domicílio mudou drasticamente. Em 2016, a estatística do homem estava em 67%, já em 2022 em 55%. As mulheres, em 2016 se encontravam em 41% e hoje em dia 51% dos lares do Brasil têm como chefe de domicílio uma mulher.

No ano de 2021, em âmbito estadual, o salário médio de homens e mulheres do Paraná estava com discrepância de 25%. Eles, recebiam em média cerca de R$ 3.550,

Para acabar com isso, é necessário começar a colocar em pauta a finança feminina. Segundo ela, as mulheres carregam muitos fardos apenas por serem mulheres e são ensinadas a cuidar apenas da casa e da família, sem

Ouvidorias, Ministério Público do Trabalho, Defensorias Públicas, advogadas e advogados da área são órgãos em que as mulheres podem recorrer em quaisquer situações.

“O problema não será resolvido apenas com a igualdade salarial, é necessária uma rede de apoio para a mulher”

enquanto elas tinham um ganho médio de R$ 2.654. Já no ano de 2022 essa discrepância diminuiu, de acordo com dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), porém ainda muito presente até os dias de hoje como visto anteriormente.

O que deve mudar?

Lacerda acredita que um dos modos de diminuição desse problema é o ‘falar sobre’. Muitas vezes, mulheres não conversam sobre dinheiro ou finanças, o que torna esse assunto um tabu.

pretensão do futuro.

Robl Filho expõe que a desigualdade salarial das mulheres é um fato que ocorre tanto em Curitiba quanto em âmbito nacional, e é ainda pior para mulheres negras e marginalizadas. O professor coloca que muitas vezes, a exposição das mulheres a isso pode ser difícil, pois elas não se sentem seguras o suficiente para pedirem ajuda e reivindicar seus direitos. É necessário uma rede de apoio, principalmente para mães solos, como creches e auxílio, pois a desigualdade salarial não é o único problema a ser enfrentado nesse quesito.

Por mais que seja um problema complexo de se resolver, Robl Filho acredita que é possível. E que ele não será resolvido sem políticas públicas, legislação, fiscalização dessas leis e sem educação e conscientização.

Um dos exemplos dessa rede de apoio que está em crescimento em Curitiba é a Casa da Mulher Brasileira. Neste local, existe uma ampla rede de suporte e serviços para as mulheres, e garante tratamento humanizado e sem discriminação.

O espaço conta com atendimento 24h, salas de acolhimento, triagem e apoio psicológico; brinquedoteca para as crianças; Defensoria Pública, Delegacia da Mulher, entre outros serviços.

Para mais informações sobre os serviços oferecidos pela Casa da Mulher Brasileira, acesse: https://www.curitiba.pr.gov.br/ locais/casa-da-mulher-brasileira-de-curitiba/2117. Ou entre em

Conheça oito cursos de educação financeira para mulheres.

11 Curitiba, 15 de Maio de 2024 Economia
Leia mais Marrara de la Mara maquiando na sessão de fotos da agência Vox Talents.
portalcomunicare.com.br
Marrara de la Mara dirigindo uma sessão de fotos da agência Vox Talents.v Raquel Wrege Raquel Anastacio Wrege 3º Período Raquel Wrege

Ensaio

Marcas invisíveis

Paraná é o terceiro estado com mais casos de violência contra as mulheres e registra 231.864 ocorrências, ficando atrás somente de São Paulo e Minas Gerais. Jornal comunicare apresenta um aqui um ensaio fotogáfico com uma das vítimas dessa estatística.

12 Curitiba, 15 de Maio de 2024
Pablo Ryan Sidineia diz que cicatrizes emocionais vão lhe acompanhar pela vida toda. “Foi difícil acreditar que existiam bons homens e com isso criei independência.” A cada dois minutos, uma mulher é vítima de violência no Paraná. Sidineia Chagas, vitíma de violência doméstica por nove anos. Violência contra a mulher não é só física. Abalo psicológico ou emocional também é crime.

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