Economia
Câmara aprova lei que flexibiliza horário do comércio de rua em Curitiba
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Saúde
Região Sul tem de mortalidade por câncer de próstata acima da média
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Esportes
Maratona de Curitiba bate recorde e comprova crescimento das corridas de rua Página 10
Preconceito nas eleições
O resultado das eleições e o perfil da votação, com o eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concentrado no Nordeste, provocaram uma onda de comentários preconceituosos e discriminatórios contra eleitores dessa região, além de pessoas pobres e analfabetas. Somente no dia seguinte do primeiro turno, houve registo de, em média, 14 denúncias de xenofobia por hora
Política | pag. 6 e 7
A maior parte dos casos acontece em redes sociais, mas também há relatos de episódios presenciais de xenofobia contra eleitores
Gênero “true crime” cresce e fascina público jovem
C onteúdos que retratam crimes reais, publicados em formato de livro, podcast ou série audiovisual, estão em crescimento, principalmente entre o público jovem. Grandes plataformas de streaming, como Netflix, HBO Max e Globoplay, têm ampliado o catálogo de produções do gênero, interessadas em aproveitar a popularidade do estilo, chamado de “true crime” - em português “crime real” ou “crime de verdade”.
Natal em Curitiba
O gênero também faz sucesso nas redes sociais. Em Curitiba, a tiktoker Lady from Stars se especializou no segmento e construiu uma comuniade de mais de 2 milhões de seguidores. Especialistas, contudo, alertam: o consumo deve ser moderado e responsável, para evitar que cause transtornos emocionais, dado o teor violento desse tipo de conteúdo.
Cultura | pag. 3
Após dois anos com atrações adaptadas ou suspensas, em razão da Covid-19, o Natal de Curitiba volta a ser realizado de forma integral. A programação inclui eventos tradicionais, como o coral do Palácio Avenida,
a rua iluminada da Família Moletta, roda-gigante na Praça Santos Andrade e carossel no Passeio Público.
Cultura | pag. 4 e 5
jornalismo
Curitiba, 23 de Novembro de 2022 - Ano 25 - Número 339 - Curso de Jornalismo da PUCPR
O
da PUCPR no papel da notícia
Maria Júlia Alves Neves
Logo após estrear, a série “Dahmer: Um canibal americano” se tornou a segunda mais vista da Netflix
Opinião
Na campanha presidencial de 2022, um dos principais argumentos para os que eram contrários à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era o futuro da economia do Brasil. Agora, com Lula eleito e o início da transição de governo, a discussão se concentra em qual será o plano econômico adotado. O novo governo, de fato, irá enfrentar muitos desafios na reconstrução de uma nação afundada na pobreza e com altos índices de inflação, mas o mercado financeiro vem reagindo positivamente desde, a eleição e economistas e investidores estrangeiros já voltam a apostar no país.
Os desafios econômicos do próximo governo são muitos: envolvem desde o aumento da fome e da pobreza até as preocupações com a dívida pública. Ao Nexo Jornal, economistas projetaram um primeiro ano de mandato com desaceleração e limitações no mercado de trabalho e renda. Professora
da
importantes”. Pesquisador do Insper, Marcos Mendes acrescenta que, para voltar a crescer e reduzir as desigualdades sociais, o Brasil “precisa de mais produtividade e equilíbrio fiscal”.
“Aposte no Brasil”, diz a revista inglesa MoneyWeek
Nos dois dias seguintes à eleição, o Ibovespa encerrou com alta. Depois, devido à incerteza em relação a equipe de transição de governo, a bolsa teve uma grande queda de mais de 2%, no dia 7 de novembro. Porém, quando a equipe de transição foi anunciada, o índice voltou a subir.
Opinião
de economia do Cedeplar-UFMG, Débora Freire evidenciou que o governo Bolsonaro adotou medidas para estimular a economia na época das eleições; contudo, tais providências têm prazo para acabar, e isso irá provocar a redução no crescimento econômico. A professora defende que, para o país voltar a ter um fluxo de crescimento, o governo deve priorizar “reformas estruturais
Apesar dessas adversidades, no cenário internacional a eleição de Lula foi bem vista, e países esperam o restabelecimento de relações com o Brasil. A revista inglesa MoneyWeek destacou as reações positivas da bolsa e, na capa, sugere ao leitor que “aposte no Brasil”, pois o país “vai impulsionar a economia global”. A The Economist também celebrou a vitória do ex-presidente: “É um triunfo para a democracia brasileira”.
Há, ainda, a preocupação com o desenvolvimento econômico aliado ao clima e ao meio ambiente; o New York Times ressaltou que é a primeira vez que os “arranjos de financiamento” foram incluídos no debate ambiental, enquanto o The Guardian apontou para as movimentações para formar a “Opep das florestas tropicais”, com Indonésia e Congo, que, ao lado do Brasil, possuem 52% das florestas tropicais do mundo. Além disso, a Noruega já anunciou que voltará a investir no combate ao desmatamento na Amazônia.
É evidente que não será fácil recuperar uma nação após quatro anos de descaso político, econômico e social. O mercado financeiro é muito inconstante, mas há bons indícios de que é possível voltar a acreditar no país da esperança.
A democracia e a camisa da Seleção Brasileira
Às vésperas da estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo deste ano, a Confederação Nacional de Futebol (CBF) se posicionou a favor da dissociação entre o uniforme da seleção com a política. Entretanto, vale ressaltar que posicionamentos em sentido oposto por parte do principal jogador do time, o atacante Neymar Jr, atrapalharam a conjuntura do modo como a federação pretendia desassociar o futebol e a discussão política.
O modo como a Cofederação optou por se manter imparcial durante as eleições acabou dando oportunidade para que o bolsonarismo validasse ainda mais, o uniforme amarelo da Seleção, como objeto de identificação no período eleitoral.
Segundo o sociólogo Stuart Hall, a concepção de identidade varia no seu aspecto de pertencimen-
to em um meio social. Desse modo, ao retratar o pensamento do sociólogo, é visto que, ao manusear um objeto de definição de um determinado grupo social, a população passa a aceitá-lo como forma de representatividade, a fim de se distinguir dos demais grupos.
Com isso, acaba sendo inevitável associar a vestimenta do time brasileiro a tudo que o governo de Jair Bolsonaro promoveu durante estes quatro anos de mandato. Como exemplo, estão a alta disseminação de fake news e conflitos com a democracia brasileira, materializados em ataques a jornalistas e menções honrosas à ditadura militar.
Para muitos brasileiros, então, utilizar a camisa da Seleção significa apoiar um governo autoritário e adentrar à identificação
bolsonarista. O modo de denúncia e combate ao projeto político empreendido pelo atual presidente parte do pressuposto da não utilização do uniforme, a fim de se posicionar contra a figura representativa de Bolsonaro.
O uso da música “Tão bem”, de Lulu Santos, na campanha publicitária lançada nos últimos dias pela CBF para engajar a torcida na disputa da Copa do Mundo remete a um movimento de aceitação do patriotismo e exemplifica como podemos voltar a amar o Brasil. Também mostra que as cores brasileiras não pertencem a um movimento e governo antidemocráticos.
A Seleção Brasileira pertence, sim, ao povo; e ao povo se deve à democracia, sendo esta conquistada com muito sacrifício ao longo da história da república brasileira. Através do voto, então, ela deve ser assegurada.
Já a canção “Coração de Estudante”, de Milton Nascimento, traz o verso: “Adivinha onde ela anda; deve estar dentro do peito”. E, neste momento, faz-se necessário, de fato, levar a democracia dentro do nosso peito, mesmo que nesse peito esteja estampado o símbolo brasileiro, em sua camisa verde e amarela. O futebol tem como um de seus sentidos ser um símbolo representativo de uma nação, e não seria diferente no momento atual da política do país. Diante de sua importância aos brasileiros, o esporte tem um papel de manifestar a realidade em que a sociedade brasileira se encontra, em maior ou menor intensidade. Desse modo, estar ao lado da democracia é um grande passo para a volta da justa identificação nacional.
REITOR
Irmão Rogério Mateucci
DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES
Ângela Leitão
COORDENADORA DO
CURSO DE JORNALISMO
Suyanne Tolentino De Souza
COORDENADORA EDITORIAL
Suyanne Tolentino De Souza
COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL
Renan Colombo (DRT-5818-PR)
COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO
Rafael Andrade
TRADUÇÃO
Bernardo William Mariano Rodrigues
FOTO DA CAPA
Beatriz Mangili
Manoela Gouvea
Maria F. Rodrigues
Maria G. Fachini
Maria Júlia Neves
Maria Luiza Santos
Mariana Aquino
Mariana de Almeida
Matheus Augusto
Moreira Marciniuk
Nathália de Borba
Rodolfo Negrini
Ryan Minela
Tayná Machado
Thais de Oliveira
Tobias Dietterle
Vinícius Cardoso
2 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Expediente Edição 339 - 2022 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
recuperação
economia
Mercado aposta na
Krissians Torres 2º Período
Mariana Aquino 2º Período
Estudantes 2º Período de Jornalismo Álefe Carvalho Ana Carolina Ferreira Ana Clara Carneiro Ana Lúcia Sonntag Ana Paula Virgulino Andre Blatt Filho Augusto Vellozo Beatriz Mangili Bernardo Rodrigues Caio Silva Cristian Rodrigues Davi Ozório Dias Eduardo Oliveira Emilay de Oliveira Felipe Cesar Cubas Gabriel Rodrigues Gabriel de Almeida Gabrielle da Luz Giuliano Boneti Gustavo Magalhães Gustavo Munhoz Helen da Silva Ícaro Ramos Isadora de Abreu Isadora Lara Guerra João A. de Brzezinski João Pedro Butka João Vitório Turnes Krissians Torres Lais Marquardt Lara Pereira Leticia Seixas Lucas Magnabosco Luiza Braz
“True crime”: interesse por histórias de crimes reais dispara entre jovens
Podcasts e séries de streaming sobre o tem se multiplicam e batem recordes de audiência
Séries, livros, podcasts e documentários do gênero true crime” - termo que significa “crime de verdade” ou “crime real” - vêm conquistando cada vez mais espaço nas plataformas de streaming, sobretudo entre telespectadores jovens. O gênero, cada vez mais presente no mundo do entretenimento, retrata casos verdadeiros, expondo detalhes de crimes e reconstituindo as investigações.
No Brasil, neste ano, de acordo com a revista Carta Capital, houve aumento de 52% no consumo de programas em áudio sobre “true crime”, comparado ao primeiro semestre de 2021. Exemplo atual desse fenômeno é a série “Dahmer: Um canibal americano”, que, pouco mais de um mês depois da estreia na Netflix, tornou-se a segunda série mais assistida da plataforma.
tador de um podcast que retrata uma série de crimes. A primeira temporada aborda o “Caso Emasculados de Altamira”, que investiga crimes ocorridos no interior do Pará, com meninos entre 8 e 14 anos. O podcast conta com dez capítulos, divididos
Segundo dados divulgados pela empresa, entre 21 de setembro e 3 de outubro, “Dahmer” alcançou aproximadamente 700 milhões de horas assistidas.
O sucesso foi para além dos episódios e atraiu a audiência para outras áreas. Na rede social TikTok a hashtag “Jeffrey Dahmer” tem aproximadamente 8,4 bilhões de visualizações, e a trend “Desafio da Polaroid” viralizou no aplicativo - trata-se de um jogo que consiste em buscar na internet fotos reais tiradas das vítimas de Dahmer.
O site The Crime Mag, popular entre pessoas fascinadas pelo assunto, passou de 100 mil para 8 milhões de visitas por mês, após divulgar 80 fotos reais de conteúdo sensível dos homicídios cometidos pelo assassino.
O sucesso do gênero impulsionou a carreira do jornalista Ivan Mizanzuk, produtor do podcast Projeto Humanos, responsável por alterar as conclusões investigativas a respeito do desaparecimento do menino Evandro Ramos Caetano. O garoto, de 6 anos, foi sequestrado e, depois, encontrado morto em um matagal de Guaratuba, em 1992. Na época, um grupo foi preso acusado de praticar bruxaria; entretanto, áudios descobertos por Mizanzuk comprovaram que os então suspeitos pelo crime foram, na verdade, torturados para confessar o crime. O caso ficou conhecido como Bruxas de Guaratuba.
Após o sucesso do projeto, o jornalista foi convidado pela Rede Globo para atuar como apresen-
em duas partes, sendo os seis primeiros episódios lançados em novembro e disponibilizados no Globoplay.
Outra produção, em andamento, remonta o caso Marco Aurélio, criança que desapareceu há 37 anos no Pico dos Marins, em Piquete, no interior de São Paulo.
Além disso, a TV Globo anunciou, em outubro, a volta do programa Linha Direta, para 2023, sob o comando do jornalista Pedro Bial. O programa policial, que fez sucesso na década de 1990, reconstituía crimes praticados por foragidos da Justiça.
Outras produção atual de destaque é Pacto Brutal, série documental sobre o assassinato da atriz Daniella Perez, em 1992. A obra alcançou a marca histórica ao se tornar a produção mais assistida do mundo pela plataforma de streaming HBO Max.
Especialista: público quer entender a mente humana
Psicólogo especialista em reabilitação neuropsicológica cognitiva, Antonio Carlos Furtado Dorneles afirma que o interesse e a busca por compreensão pela mente humana é um dos principais fatores que faz aumentar a procura por títulos da categoria.
A faixa etária predominante dos consumidores dos conteúdos do gênero é de 18 a 24 anos, sendo a maioria mulheres. Gabrielli Sfalcin, engenheira elétrica de 24 anos, está neste grupo. Ela conta que é difícil acreditar que crimes graves realmente aconte-
çam; por essa razão, interpreta os casos como se fossem somente ficção, e não algo real, “Às vezes, quando eu estou estressada, coloco meu fone de ouvido e escutar um podcast sobre ‘true crime’ me tranquiliza”, conta. A jovem também declara que consumir diariamente podcasts a deixou mais atenta a situações de risco no dia a dia.
Para Dorneles, a maioria das mulheres procura esse tipo de conteúdo como forma de se proteger e distinguir traços de cada personalidade. Ele acrescenta, porém, que esse comportamento pode ser prejudicial, “A pessoa vai estar rotulando alguém por determinado comportamento sem, de fato, saber a realidade”.
Conhecida nas redes sociais como Lady from Stars, a produtora de conteúdo Marisa Correia fala sobre crimes reais, em sua maioria de serial killers, e tem uma comunidade com mais de 2 milhões de seguidores no TikTok. Por conhecer inúmeros casos, Marisa acredita que é comum ficar “paranoica” com determinadas situações. Ela afirma que as mulheres são os maiores alvos de casos criminais e que por conta disso, várias buscam saber mais sobre o assunto. “A gente acaba ficando mais curiosa, não só para saber como escapar daquela situação, mas também entender a mente de um criminoso. Conforme vamos pesquisando, percebemos que o serial killer, na maioria das vezes, não é aquele maluco com cara estranha; mas pode ser um pai de família ou namorado” diz.
Mestrando em psicologia forense e referência digital dentro da área de psicologia criminal, Matheus de Oliveira Silva tem um perfil profissional no Instagram sobre o tema com mais de 30 mil seguidores. O psicólogo explica que as pessoas acabam
consumindo conteúdos violentos diariamente, sem, ao menos, notar isso.
O psicólogo também comenta que, em relação à possível influência do gênero sobre o público, não há nenhuma comprovação científica da relação entre consumir conteúdos com abordagem violenta e cometer um crime. Ele acrescenta que as pessoas não vão, obrigatoriamente, desenvolver algum transtorno por assistirem a tais conteúdos. Silva alerta: “Os pais sempre devem estar ligados ao que o filho está consumindo, até mesmo para identificarem até que ponto o conteúdo consumido é saudável. Aos jovens que consomem, por mais que seja difícil, ao notarem que o gênero está te afetando negativamente de alguma forma, recomendo diminuir a quantidade e se, julgar necessário, procurar ajuda”.
Consumo desenfreado
O psicólogo Antonio Dorneles aponta que o público que consome desenfreadamente conteúdos “true crime” pode sofrer impactos negativos, “Na neurociência, o cérebro é como uma esponja: tudo o que você assistir, escutar ou vivenciar, você irá absorver. O público deve analisar com cuidado o que é bom ou ruim para sua saúde mental e moderar os conteúdos consumidos”.
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Quem é Lady from Stars?
Conheça a curitibana sensação do TikTok.
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3 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cultura
“Os pais sempre devem estar ligados ao que o filho está consumindo, até mesmo para identificarem até que ponto o conteúdo consumido é saudável”
A produtora de conteúdo Lady from Stars, especializada no gênero, trabalha com um mural decorativo que remete ao tema
Marisa Correia
Laís Caimi, Lara Wilsek e Maria Júlia Alves Neves 2º Período
Curitiba retoma Natal presencial com feiras, coral infantil e rua iluminada
Interesse de moradores e turistas no retorno integral das atrações deve aumentar em 10% o fluxo econômico na comparação com o período pré-pandemia, estima a Prefeitura de Curitiba
Acidade de Curitiba contará com uma extensa programação de Natal neste ano, com mais de 130 atrações. Algumas delas estão voltando a ser ofertadas após dois anos suspensas pelas restrições de circulação impostas pela pandemia da Covid-19. O Instituto Municipal do Turismo estima que o interesse do público é alto e deve gerar movimentação positiva na economia, inclusive superado o fluxo dos anos pré-pandemia. Os eventos começam em 23 de novembro e se estendem ao longo do 30 dias, enquanto a decoração natalina da cidade poderá ser vista até 8 de janeiro.
A programação de Natal no município sofreu alterações de roteiro nos últimos dois anos, deixando de fora atrações como a roda-gigante montada na Praça Santos Andrade e o carrossel do Passeio Público, que retornam neste ano. O coral que se apresenta no Palácio Avenida, em ação do banco Bradesco, também havia sido adaptado para apresentações de forma remota, e, agora, volta às atividades presenciais.
O Instituto Municipal do Turismo de Curitiba espera um crescimento de 10% na movimentação econômica gerada por turistas e moradores da cidade em relação a 2019, último ano sem restrições. Ainda no período pré-pandêmico, o investimento na programação foi de mais de R$ 70 milhões e trouxe mais de 100 mil turistas para acompanhar os espetáculos. Neste ano, setores como hotelaria, transporte, gastronomia, turismo e comércio devem sentir os impactos desse crescimento de fluxo, ante o retorno completo do Natal curitibano.
A lista de atrações inclui apresentações como O Auto Espírito de Amor e Confraternização, um espetáculo em formato de ópera sobre nascimento de Jesus Cristo, realizado no Largo da Ordem;
a Vila de Natal Electrolux, situada na Praça de Santos Andrade, que contará com a famosa roda-gigante e uma feirinha de artesanato e Casa do Papai Noel. Em um show de projeção computadorizada, a fachada do Paço Municipal será iluminada com decorações natalinas e o Jardim Botânico entrará no clima com iluminações de LED e apresentações de balé.
Quanto às atrações culturais, destaca-se o espetáculo Oratório de Natal, no Parque Tanguá, com uma performance de luzes, música e dança. A programação também conta com a tradicional apresentação de balé nas Ruínas São Francisco, com o clássico O Quebra-Nozes.
Atrações Privadas
Uma das atrações mais aguardadas de Curitiba é a Rua Iluminada Família Moletta, onde um trecho de mais de 200 metros da Rua Nicola Pellanda é decorado de forma independente com luzes ao longo de seis casas. A visita é paga e são oferecidos serviços
Programação
PALÁCIO AVENIDA
gastronômicos, além de estacionamento e ambulatório.
Desde 2017, o Natal de Curitiba conta com árvores e parques decorados, espetáculos de atores, bailarinos e músicos e o tradicional coral. Em 2022, a organização, intitulada de Luz dos Pinhais, conta com patrocínios de diversas empresas.
O Parque Barigui abriga a árvore de natal mais alta da cidade, com 22 metros na página sobre o Natal do site oficial da Prefeitura: natal.curitiba.pr.gov.br. Tradição Familiar Estudante de Design, Letícia Amanda conta que visitar as atrações da cidade faz parte dos costumes de sua família há gerações. “Na pandemia, assistimos tudo em casa; neste ano vamos participar pessoalmente novamente”. Ela conta, ainda, que a quantidade de visitantes na apresentação do coral no Palácio Avenida é sempre alta, mas isso não prejudica a experiência de quem vai até a Rua XV de Novembro assistir ao espetáculo iluminado.
De acordo com a jornalista Eliana Fachim, responsável pela divulgação do Natal de Curitiba, as ações começam a ser planejadas em maio e os preparativos se aceleram a partir de setembro, movimentando diversas áreas da administração da cidade, principalmente O Instituto Municipal de Turismo e a Fundação Cultural de Curitiba. Eliana também explica que o Caminho de Luz manteve sua forma em drive-thru, adotada na pandemia, por questões de acessibilidade.
O Natal de Curitiba é, em sua maioria, gratuito e com programas ao ar livre. Mais informações podem ser encontradas
Confira as datas das principais atrações do Natal de Curitiba - Luz dos Pinhas 2022
9, 10 e 11 de dezembro, a partir das 20h
CARROSSEL DO PASSEIO PÚBLICO
A partir de 26 de novembro
ORATÓRIO DO PARQUE TANGUÁ
20 de dezembro a 23 de dezembro
RODA-GIGANTE DA PRAÇA SANTOS ANDRADE
1 º de dezembro a 23 de dezembro
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Balé Natal Brincante, da Fundação Cultural se apresenta no Natal de Curitiba
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RUA ILUMINADA DA FAMÍLIA MOLETTA
19 de novembro a 30 de dezembro
BALÉ NAS RUÍNAS SÃO FRANCISCO
30 de novembro a 4 de dezembro
ÓPERA NO MEMORIAL PARANISTA 15 de dezembro a 18 de dezembro
PAÇO MUNICIPAL DECORADO 6 de dezembro a 8 de janeiro
4 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cultura
“
O trabalho de bastidor é intenso e exige um engajamento de várias áreas da Prefeitura”
Nathália Borba
Letícia Seixas, Manoela Gouvea, Maria Gabriele Fachini e Nathália Borba 2º Período
Natal do Palácio Avenida será mais curto em razão da Copa do Mundo
Cerca de 100 crianças, atendidas por um projeto social, vão apresentar o show “As Cartas do Papai Noel - as inesquecíveis mensagens de Natal”
Após dois anos tendo as atividades presenciais restringidas em razão da pandemia de Covid-19, a celebração de Natal do Palácio Avenida, em Curitiba, volta a acontecer de maneira presencial. O espetáculo, que consiste em uma apresentação de um coral infantil, é considerado patrimônio histórico da cultura curitibana, acontece entre os dias 9 e 11 de dezembro, às 20h. A 32º edição tem como tema “As Cartas do Papai Noelas inesquecíveis mensagens de Natal”. Neste ano, as apresentações do coral ocorrem apenas em um final de semana, por conta do calendário da Copa do Mundo, que se estende de 20 de novembro a 18 de dezembro.
Composto por cerca de 100 crianças e adolescentes, o coral natalino faz parte de um programa de desenvolvimento educacional e psicossocial. Trata-se do Programa Educação, do banco Bradesco, que oferece aulas e educação musical durante o segundo semestre do ano para jovens de instituições de aco-
e de música enxerga no coral a oportunidade de transformar cada criança em um artista.
Em entrevista concedida ao jornal Tribuna, em novembro de 2018, a maestrina afirmou
to o projeto oferece educação musical para que os pequenos aprendam a trabalhar com o tipo de voz que possuem.
“Como preparadora infantil, meu foco é este: a transfor-
estrutura, que se encontrava abandonada, acontece o Natal do Palácio Avenida. Em um primeiro momento, a ideia era divulgar a nova sede do Banco Bamerindus, que era proprietário do local. Conforme o tempo passou, o edifício trocou de dono, mas uma coisa não mudou - os espetáculos continuaram. A cada ano, as apresentações atraem moradores da cidade e turistas para apreciar o que é considerado um dos mais belos shows de natal do país.
Saiba mais
lhimento parceiras. Em novembro, começam os ensaios para as apresentações, que sempre ocorrem em dezembro.
A responsável por liderar o grupo musical é a maestrina Dulce Primo, que ocupa o posto desde a década de 1990. Nascida em Minas Gerais, a professora infantil
que o espetáculo é muito importante para o desenvolvimento interior das crianças que participam do coral.
Não há um teste para que cada criança possa participar do coral; o que importa é ter vontade e disposição para aprender e participar dos ensaios, enquan-
mação do ser humano em seu envolvimento com o universo e com a arte”, afirmou, ao jornal.
Espetáculo foi criado em 1991 Desde 1991, quando o Palácio Avenida foi reinaugurado, após uma reforma que recuperou sua
Conheça a história do prédio Palácio Avenida
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Comércios alugam “camarotes” e lucram com show
Hotel da região teve mais de 70% de ocupação no Natal de 2019, o último antes da pandemia de coronavírus
D evido à grande circulação de espectadores do coral, o comércio da região do Palácio Avenida é impactado pelo movimento e busca maneiras de se adaptar para aproveitar a ocasião. Muitas lanchonetes e restaurantes estendem o horário de funcionamento para atender ao público que assiste ao show. Salas comerciais de edifícios situados na frente do Palácio disponibilizam seus espaços como “camarotes” para quem quer assistir ao coral com conforto e uma vista
privilegiada - a maioria dos espectadores acompanha a apresentação do Calçadão da Rua XV, abaixo das janelas onde as crianças do coral estão posicionadas.
A Confeitaria Lancaster, localizada na Praça Zacarias há 50 anos, próxima ao Palácio, recebe muitos turistas na época do Natal, e o espetáculo é um fator que potencializa a demanda. A gerente da loja, Cleide Santos, trabalha no estabelecimento há 30 anos. Ela conta que, ao longo desse
período, percebeu como a apresentação influencia no movimento do comércio. Cleide relata que, antes da pandemia, muitas pessoas iam até a confeitaria, antes e depois da apresentação, para fazer um lanche, o que fazia com que o horário de funcionamento se estendesse até as 23h. A gerente também afirma que, mesmo com o período de apresentação do coral reduzido a três noites, há expectativa para que o movimento no comércio seja significativo.
A indústria hoteleira também tem maior movimento no mês de dezembro, e, mais uma vez, o espetáculo de Natal curitibano é uma das razões para essa procura. O Hotel Lancaster, situado no centro de Curitiba, teve mais de 70% de ocupação no Natal de 2019, o último antes da pandemia de coronavírus. O diretor do Grupo Lancaster, Henrique César Filho, destaca a importância dessa e de outras atrações natalinas para a cidade de Curitiba.
5 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cultura
“ Meu foco é transformação do ser humano em seu envolvimento com o universo e com a arte”
O Palácio Avenida é decorado com luzes e elementos natalinos para o espetáculo, que sempre acontece em dezembro.
Divulgação
Álefe Carvalho, Ana Lúcia Sonntag e Maria Fernanda Carvalho
2º Período
Eleições estimulam crimes de ódio contra pobres e nordestinos
Intensidade da disputa e da campanha eleitoral expõe preconceitos de parte do eleitorado; minorias são as vítimas mais frequentes
N o dia seguinte ao resultado do primeiro turno das eleições deste ano, a organização não-governamental de proteção dos Direitos Humanos Safernet Brasil registrou 348 denúncias de xenofobia - uma média de 14 registros por hora. O número praticamente se iguala ao total de reclamações realizadas nos primeiros seis meses do ano passado, com 358 denúncias. O Nordeste e os nordestinos, em razão do voto majoritariamente no candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram o principal alvo dos crimes.
A profusão de conteúdos discriminatórios surgiu nas redes sociais, com comentários que associavam a Região à pobreza e ao analfabetismo, afirmando, por exemplo, que pessoas nascidas nesses locais “não pensam” ou são “manipuláveis”. Minorias também foram atacadas, como camadas sociais mais baixas ou mesmo pessoas analfabetas, a quem se dirigiram mensagens afirmando que “não deveriam poder votar”.
As ofensas, contudo, não são manifestadas apenas por usuários anônimos em redes sociais, mas também por políticos. Um exemplo é a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que, durante uma transmissão ao vivo em suas
ciais, que “não vai mais alimentar quem vive de migalhas”.
No primeiro turno, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste votaram majoritariamente no candidato Bolsonaro, enquanto nas regiões do Norte e no Nordeste a maioria dos votos foi para Lula. De modo especial, o Nordeste foi a área com a maior diferença entre os dois candidatos: Lula teve mais de 21 milhões de votos, frente a 8,7 milhões de Bolsonaro, totalizando uma diferença de 13 milhões de votos.
Conforme os dados do IBGE, entre 2020 e 2021, por diversos fatores e principalmente com a pandemia, a desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo no Norte e no Nordeste, que possuem uma renda média mensal muito inferior comparada a outros estados.
Eleitores relatam discurso de ódio de vizinhos
A corretora imobiliária Kellen Wilsek relata que, após o resultado do segundo turno das eleições, que definiu a vitória de Lula, testemunhou um crime de ódio no edifício onde mora. Uma vizinha, cuja varanda tinha pendurada uma bandeira do Brasil, disse, aos gritos, que aqueles que comemoravam o re-
A última eleição foi a mais disputada da história do país.
Elton esclarece que o nordestino tem uma cultura única e que, ao migrar para outras regiões do país, gerou grande estranhamento na população do centro-sul do Brasil. Esse movimento migratório, empreendido por fatores econômicos, gerou um impacto cultural para o qual a população local não estava
massa era feita apenas por rádio, televisão e jornais, sem que os indivíduos tivessem grandes plataformas para propagar as próprias opniões. Nas eleições, contudo, a aceleração das redes sociais demonstrou que cada um de nós virou um canal próprio de comunicação.
“O preconceito contra a condição de pobreza vem aumentando à medida que o empobrecimento cresce — e ele atinge 33 milhões de brasileiros. Nesse contexto, também se inserem outros crimes já tipificados pela legislação e se estabelece uma conexão também com o aumento da criminalidade nos espaços de maior depressão econômica.”
redes sociais, em 5 de outubro, relacionou a votação expressiva que Lula teve no Nordeste com a taxa de analfabetismo da população local. “Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Vocês sabem quais são os estados? No nosso Nordeste. Não é só a taxa de analfabetismo alta o mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores nas regiões, porque esses estados no Nordeste estão há 20 anos sendo administrados pelo PT”, disse o presidente. O comentário, além de discriminatório, ignora o fato de que a taxa de analfabetismo caiu na região durante o governo do petista.
A declaração se sucedeu de uma série de ataques xenofóbicos aos nordestinos promovidos por eleitores de outras regiões do país. Uma delas foi proferida pela advogada Flávia Aparecida Rodrigues Moraes, que perdeu o cargo de vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada de Uberlândia após afirmar, nas redes so-
sultado do pleito eram favelados e que ela “odiava pobres”, apesar de morar no mesmo prédio dos vizinhos atacados.
O professor universitário Elton
Rendimento médio mensal domiciliar per capita (R$)
• Norte = R$ 871
• Nordeste = R$843
• Centro-Oeste = R$1,534
• Sudeste = R$1,645
• Sul = R$1,656
Bozzetto, especialista em Doutrina Social da Igreja e membro da Coordenação do Fórum Nacional de Migração e Refúgio, explica que o “diferente” sempre provoca em nós um conflito, pois não sabemos lidar com ele, já que não fomos educados nem preparados para tratar com opiniões diferentes da nossa.
preparada. Elton acrescenta que isso tem razões históricas: a herança majoritariamente europeia pode provocar nessa população uma postura de fechamento social. “O que estamos vivendo nesse período da história é um momento de crise civilizatória, que se dá pela exacerbação de alguns conceitos, entre eles a xenofobia e algumas posturas que não permitem que as pessoas se abram para acolher o diferente e dialogar com ele”, pondera Bozzetto.
Ele avalia que as eleições são um evento em que capacidades, competências e fraquezas da população se revelam. “Eu entendo que o ódio, xenofobia e aporofobia não se agravam com as campanhas; o que acontece é que esses preconceitos simplesmente vêm à tona.”
Ele também explica que a discriminação se demonstra com muito mais expressividade hoje do que no passado, pois, até pouco tempo, a comunicação de
A aporofobia ainda não é crime no Brasil, apesar de existirem projetos de lei em tramitação para tornar a discriminação contra os pobres crime de injúria.
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6 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Política
Ícaro de Campos Ramos, Isadora Guerra e Ryan Minela 2º Período
“O que estamos vivendo nesse período da história é um momento de crise civilizatória”
Ícaro de Campos Ramos
Elections incite hate crimes against the poor and northeasterns
The intensity of the dispute and electoral campaigns expose the prejudices from many of the electorate; minorities are the most common victims
Tradução: Bernardo William
On the day after the results of the first round of this year’s election, the non-governmental organization for the defense of the Human Rights Safernet Brasil registered 348 reports of xenophobia – an average of 14 registers an hour. The number practically equals the total of complaints carried out in the first six months of last year, with 358 reports. The Northeast region and northeasterns, by virtue of the majority of its votes for the candidate Luiz Inácio Lula da Silva (PT), were the main targets of these crimes.
The profusion of discriminatory content arose in social media, with comments that associated the Region with poverty and illiteracy, remarking, for example, that people born in these places “can’t think” or are “easy to manipulate”. Minorities were also attacked, such as lower social classes or even illiterate people, to whom were directed messages that claimed they “shouldn’t be allowed vote”.
The insults, however, were not only expressed by anonymous users in social media, but also by politicians. One example is a statement spoken by the president of the Republic, Jair Bolsonaro (PL), in which, during a live transmission on his social media account, on the 5th of
that she “won’t feed those who live on crumbs”.
In the first round, the South, Southeast and Central-West regions voted majorly in the candidate Bolsonaro, while in the North and Northeastern regions most of the votes were for Lula. Especially, the Northeast was the area with the highest deviation between the two candidates: Lula had more than 21 million votes, compared to Bolsonaro’s 8.7 million, adding up to a difference of 13 million votes.
According to data from IBGE, between 2020 and 2021, by means of various factors and above all with the pandemic, inequality worsened in all regions, mainly in the North and Northeast, that holds a median monthly income greatly inferior to other states.
Electors report hate speech from neighbors
Real estate agent Kellen Wilsek tells that, after the results of the election’s second round, which settled Lula’s victory, witnessed a hate crime in the building she lives in. A neighbor, whose balcony had displayed a Brazilian flag, said, shouting, that those who celebrated the results of the election were deadbeats and that she “hated the poor”, despi-
The last presidential run-off was the fiercest in the history of the country. and newspapers, and individuals didn’t have great platforms to disseminate their own opinions. In the elections, however, the acceleration of the social media revealed that each one of us has become a communication channel of our own.
Elton explains that northeasterns have a unique culture that, after migrating to other regions of the country, caused a deep discomfort in the south-central population of Brazil. This migratory movement, encouraged by economic factors, prompted a cultural impact for which the local population wasn’t prepa-
“Prejudice against the poor has been on the rise as impoverishment grows – and it affects 33 million brazilians. In this context, other crimes already typified by the legislation are also inserted and a connection is established with the increase in criminality in areas of greater economic depression.”
October, he linked the prolific number of votes for Lula in the Northeast with the region’s illiteracy rate. “Lula won in 9 of the 10 states with the highest illiteracy rate. Do you know which states? In our Northeast. It isn’t only the high illiteracy rate that is aggravating in these states. The economic data, now, are also inferior in these regions, because these states in the Northeast have been administrated by PT for 20 years”, said the president. The remarks, in addition to being discriminatory, ignore the fact that the illiteracy rate went down in the region during Lula’s presidency.
The statement was followed by a series of xenophobic attacks aimed at northeasterns promoted by electors of other regions of the country. One of them was proclaimed by the lawyer Flávia Aparecida Rodrigues Moraes, that lost her post as vice-president of the Committee for Women Lawyers of Uberlândia after saying, in social media,
te living in the same building as the attacked neighbors.
University professor Elton Bozzetto, expert in the Social
Average monthly household income per capita (R$)
• North = R$ 871
• Northeast = R$843
• Central-West = R$1,534
• Southeast = R$1,645
• South = R$1,656
Doctrine of the Church and member of the Administration of the National Forum for Migration and Refuge, explains that the “different” always provokes a conflict in ourselves, because we don’t know how to deal with it, given that we weren’t educated or prepared to handle opinions that go against ours.
red for. Elton adds that that has historical grounds: the mostly european heritage could’ve provoked in that population a stance of social exclusion. “What we are living in this period of history is a time of civilizational crisis, that has to do with the intense growth of some concepts, such as xenophobia and some stances that don’t allow people to welcome and to talk with those that are different”, ponders Bozzetto.
He considers that the elections are an event in which the capacities, competences and weaknesses of the population are shown. “I understand that hate, xenophobia and aporophobia don’t worsen with the campaigns; what happens is that these prejudices simply resurface.”
He also points out that discrimination manifests itself with much more strength today than in the past, given that, not long ago, mass communication functioned only via radio, television
Aporophobia is yet to be considered a crime in Brazil, despite having bills in processing to turn discrimination against the poor a criminal injury.
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7 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Politics
Ícaro de Campos Ramos
Ícaro de Campos Ramos, Isadora Guerra e Ryan Minela 2º Período
“
What we are witnessing in this period of history is a time of civilizational crisis ”
Nova lei flexibiliza horários dos comércio de Curitiba
Medida, que passa a vigorar em dezembro, prevê que os próprios comerciantes definam os horários, sem necessidade de ser entre 9h e 19h, como ocorria até então
Oprojeto de lei que acaba com o horário comercial fixo em Curitiba foi sancionado no início de novembro pelo prefeito da cidade, Rafael Greca (PSD). O projeto, apresentado na Câmara Municipal de Vereadores, havia sido protocolado por Amália Tortato e Indiara Barbosa, ambas do partido Novo, e votado dia 26 de outubro, sendo aprovado por 32 votos contra 4.
Atualmente, o horário comercial funciona das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira; e das 9h às 13h, aos sábados. Supermercados e setores de alimentação podem funcionar das 9h às 21h. Esses horários estão previstos na Lei nº 7.482/1990. Agora, com a sanção do projeto, a lei antiga passa a ser revogada e, dessa forma, o funcionamento dos estabelecimentos fica a critério dos próprios comerciantes. Outro ponto importante é a revogação do artigo 36 da Lei nº 11.095/2004, que diz que os horários de funcionamento do comércio devem ser estabelecidos pelo Poder Executivo.
A Fecomércio, entidade que representa os comerciantes, mostrou-se favorável à mudança, afirmando que a nova regra dará mais liberdade para os comerciantes e que a nova lei não implicará violação dos direitos trabalhistas. Já o Sindicom (Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba), que defende os trabalhadores do setor, não se manifestou, em seu site nem perfis de redes sociais, sobre a nova lei.
A vereadora Professora Josete (PT), da oposição, sugeriu que a votação fosse adiada por três sessões, para discutir o projeto com o Sindicom. O requerimento de adiamento, entretanto, foi rejeitado, com 22 votos contrários e 6 favoráveis. Segundo a vereadora, o projeto poderia ser mais detalhado e buscar assegurar, de fato, os direitos dos trabalhadores.
Benefícios da nova lei
O vereador Rodrigo Marcial (NOVO), um dos coautores do
projeto, defende a flexibilização. “Todos os cidadãos curitibanos serão beneficiados por esta lei, principalmente quando na condição de consumidores, pela maior disponibilidade de horários para fazer suas compras e da tendência de melhor qualidade do serviço que será ofertada a todos nós, como já dito, em razão da maior competição”.
Além do benefício aos consumidores, o projeto também irá, de acordo com os autores, ajudar a economia local. Marcial acrescenta: “Tanto os donos de comércio quanto a população trabalhadora serão beneficiados: estes (os funcionários) porque novas vagas de emprego devem ser criadas para que as lojas possam abrir em outros turnos”.
O comerciante Jairo Camargo, dono da loja de produtos artesanais Casa dos Artistas, diz que, apesar de ter achado a flexibilização interessante, não irá optar por estender imediatamente
de uma creche onde as mães possam deixar os filhos, sob os cuidados de alguém capacitado, para trabalhar em paz”.
Outra questão levantada pela oposição é sobre o funcionamen-
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Érica acrescenta que o máximo que pode ocorrer, do ponto de vista legal,
o horário. “Não vejo como essencial [a extensão de horário] para a melhoria nas nossas vendas. Eu não vou alterar os horários, mas é uma alternativa, caso seja necessário”.
Riscos da nova lei
Um ponto muito criticado do projeto foi em relação a possíveis violações de direitos trabalhistas. Segundo o vereador Renato Freitas (PT), “a principal desvantagem da flexibilização é em relação ao direito dos trabalhadores, que vão ter a sua carga horária duplicada, sem receber nenhuma contrapartida”. O vereador também se mostrou preocupado com a situação das mães que trabalham no comércio. “Não tem contrapartidas nesse projeto. Não tem previsão
Antes da sanção pelo prefeito, o projeto foi aprovado na Câmara de Vereadores
com a flexibilização
to de creches noturnas. Segundo a vereadora Professora Josete (PT), “65% dos trabalhadores do comércio são mulheres”, e essas mulheres seriam impactadas pela falta desse serviço, além da falta de segurança.
Segundo a advogada trabalhista Érica Fernanda da Motta, não há riscos de os direitos trabalhistas serem afetados por conta da flexibilização, “Os direitos previstos na constituição têm que ser respeitados em todos os contratos de trabalho. Todos os direitos elencados no artigo 7 da Constituição terão de ser considerados com essa mudança de trabalho também”.
O artigo citado prevê duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
é uma alteração nos horários de início e encerramento dos trabalhos, com o respeito das 8 horas, além das horas extras. “O que o empregador pode fazer é mudar o horário de trabalho do funcionário para mais tarde. Se isso for feito, é preciso pagar o adicional noturno, que está previsto a partir das 22h. Ou seja: o trabalhador pode começar o horário mais tarde para encerrar mais tarde, mas terá de receber esse adicional”.
Existem, porém, situações que podem prejudicar os trabalhadores. “Provavelmentem os empregadores vão fazer dois turnos de trabalho, e, durante a noite, principalmente as mulheres, têm outros compromissos. Então, elas terão de se adaptar aos novos horários do empregador, ou buscar outro trabalho”. Esse tipo de problema pode afetar principalmente as mulheres que não tem com quem deixar os filhos, e também os diversos trabalhadores que dependem do transporte público para voltar para casa.
8 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Economia
Leia mais Saiba mais sobre os direitos trabalhistas no Brasil.
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André Blatt, Gabriel dos Reis e João Vitório 2º Período
“
Nenhum direito previsto na CLT será revogado
”
Rodrigo Fonseca/cmc
Calçadão da Rua XV, local que concentra muitas lojas, deve ter dinâmica alterada com o vifor da nova lei
Rodrigo Fonseca/CMC
Mortalidade do câncer de próstata cresce 10% em cinco anos
Região Sul tem incidência da doença acima da média nacional; Enfermidade geralmente atinge homens com idade a partir de 65 anos
A mortalidade em virtude do câncer de próstata aumentou cerca de 10% ao longo dos últimos 5 anos, subindo de 14.542 para 16.033 óbitos por ano. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Neste mês, promove-se o chamado “Novembro azul“, que é uma campanha de prevenção contra o câncer de próstata, razão pela qual a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) enfatiza a importância de o homem retomar seu cuidado com a saúde, realizando consultas ao médico e exames necessários.
A média nacional de casos de câncer de próstata, em 2019, foi de 7,61 por 100 mil habitantes, enquanto que a Região Sul teve média superior, de 8,87, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Esse tipo de câncer é o segundo com maior letalidade na população masculina brasileira, ficando atrás somente do câncer de pulmão. Ao longo da pandemia, a procura por cirurgias dessa especialidade caiu 50%, revelou uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) afirma, por meio de assessoria de imprensa, que o câncer de próstata é o segundo mais comum considerando ambos os sexos, e que sua taxa de incidência tende a ser maior em países desenvolvidos. Além disso, é um câncer que, geralmente, acomete a geração mais velha, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. A doença pode, tam-
bém, ter fatores hereditários, alimentares e comportamentais, relacionados a estilo de vida. Isso sem contar a exposição a toxinas, agrotóxicos e poluentes variados, que podem levar a progressão da enfermidade.
O Instituto informa que o aumento de casos no Brasil pode se dever, em parte, à evolução dos métodos diagnósticos, da melhoria dos sistemas de informação do país e do aumento na expectativa de vida. “Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem”, explica o INCA.
O Órgão alega que, para casos em que ainda não houve metástase, há opções de tratamento como cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante. Já para doença localmente avançada, recomenda-se radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal. Por fim, caso o câncer já tenha se espalhado pelo corpo, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.
Paciente descobriu doença ao urinar sangue
O aposentado José Moreira conta que, em 2004, aos 56 anos de idade, acabou descobrindo um câncer de próstata logo após jogar futebol. “Depois da atividade física, urinei sangue, e fui fazer exames, que constataram
o câncer na próstata”. Durante o tratamento do tumor, José diz que, além dos impactos físicos, também sentiu efeitos psicológicos, “Afetou demais o meu emocional, devido à sexualidade, pois quem tem a retirada da próstata fica sem ereção.”
Hoje, aos 74 anos, reconhece que deveria haver mais campanhas sobre o teste PSA e o exame de toque. “As pessoas devem ser conscientes de que a prevenção ainda é o melhor caminho”. Ele acrescenta: “Os impactos são inúmeros, pois, até hoje, faço tratamentos para que o câncer não atinja outros órgãos. Já emocionalmente, eu nunca sei até onde vou poder viver sem sequelas”.
A fita azul é símbolo da camapanha que alerta para a importância dos cuidados com a saúde masculina.
Público trans demanda atenção em campanhas
Especialstas explicam que os hormônios usados por mulheres trans trazem um fator de proteção contra o câncer, mas, quanto mais tarde é iniciada a transição biológica, maior a chance de se desenvolver a doença
Acampanha do Novembro
Azul também deveria incluir mulheres trans na prevenção e tratamento do câncer de próstata, defendem entidades e representantes da comunidade LGBTQIA+. Especialistas afirmam que os hormônios utilizados por mulheres trans trazem um fator de proteção contra o câncer, mas, quanto mais tarde é iniciada a transição biológica, maior a chance de se desenvolver a doença.
A Associação Nacional de Travestis e Transsexuais reitera que mulheres trans e travestis também devem se atentar aos cuidados em relação ao câncer de próstata, mesmo aquelas que já tenham passado por cirurgia de afirmação de gênero.
A universitária Alex de Camargo Silva é uma mulher trans e diz que acha que a inclusão de pessoas não-cisgênero nas campanhas de prevenção é mais que necessária, pois essa parte da população, também, é afetada. Em contrapartida, complementa que acredita que seja necessário uma abordagem cautelosa para que isso não se transforme em preconceito, “isso pode ser usado como combustível para a transfobia em um país onde, infelizmente, isso é mais comumente aceito do que deveria”.
A estudante acredita que, primeiramente, é necessário que esse tópico seja tratado com menos tabu, tirando o foco dos homens e direcionando-o para a doença em si, pois boa parte do público não-cisgênero
é consciente de sua natureza biológica, mas não busca a ajuda e tratamento necessário por medo do público geral. Ela completa: “É um sentimento mais do que desconfortável, para uma pessoa trans, ser categorizada junto com uma pessoa cis. Talvez um passo importante seria ter clínicas especializadas para lidar com pessoas não-cis; honestamente, eu vejo só benefícios para todos, se algo assim acontecesse”
Alex, por fim, diz que muito dessa exclusão vem da invalidação da sociedade para com o gênero de pessoas não-cis. “A natureza não-cis ou transgeneridade, no geral, é vista como algo sub-humano. A invalidação do nosso gênero é extremamente frequente”. Ela acrescenta: “A
invalidação de vidas trans em todo o mundo chega a ser praticamente a norma que a maioria segue, e, ainda, estamos há décadas de alcançar o mesmo lugarm, ou um lugar equivalente na sociedade, de uma pessoa cis. Então, acho que qualquer progresso, mesmo que pequeno, é importante para todos nós, desde que não nos coloque em uma posição mais frágil do que esta em que já estamos.”
Leia mais
Antra dá destaque para causa de pessoas trans e traz dicas para essa comunidade portalcomunicare.com.br
9 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Cidades
“
As pessoas devem ser conscientes de que a prevenção é o melhor caminho”
Louise Mary
Ana Paula Virgulino, Gabrielle Tiepolo da Luz, Maria Luiza Baiense e Mariana Machado de Almeida 2º período
Esportes
Prática de corrida de rua cresce e Maratona de Curitiba bate recorde
Em constante crescimento desde que foi criada, a Maratona de Curitiba distribuiu neste ano R$ 40 mil em premiação aos campeões
Aprática de corrida de rua em Curitiba cresceu consideravelmente nos últimos anos. Prova disso é a tradicional Maratona de Curitiba, que foi realizada no último domingo (20) e que contou com mais de 10 mil participantes, maior número em todos os 25 anos do evento. A boa qualidade de vida e saúde que o esporte oferece impulsionam esse crescimento.
Na primeira edição, em 1997, a Maratona contou com apenas 774 participantes e uma única modalidade: os tradicionais 42 Km. Então, 25 anos depois, a Maratona, no retorno, após paralisação devido a pandemia, teve um número de participantes 13 vezes maior, em quatro modalidades distintas: 42 Km, 21 Km, 10 Km e 5 Km. Além disso, a Maratona contou com a maior premiação individual de corridas de rua do Brasil, com R$ 40 mil entregues aos campeões.
últimos anos em todo o país. Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, a prática de corrida de rua surgiu como uma alternativa viável para quem desejava se manter fisicamente ativo, mesmo com o fechamento das academias nos períodos de lockdown
riormente, dedicava-se a outros esportes, mas já tinha interesse pela corrida. Porém, só começou a praticar o esporte com o incentivo de amigos.
Berbecki é um corredor bastante experiente e conta que, neste ano, realizou 90 dias de intensa prepa-
Benefícios à saúde mental
A corrida de rua se tornou a escolha de muitas pessoas que buscam benefícios psicológicos, já que contribui com diminuição de estresse, ansiedade e depressão, além de melhorar o sono e aumentar a disposição.
Segundo o atleta e treinador Cristiano Ribeiro, fundador da equipe de corrida de rua CR Runners, nos últimos anos, houve um crescimento significativo de atletas na equipe, com destaque para várias pessoas iniciando no esporte, principalmente após a pandemia. Atualmente, é comum os treinos do
ração para a Maratona, O período de treinamentos exige disciplina, muito treino e boa alimentação; mas, também, certo tempo de relaxamento. “Para não entrar na prova cansado”, explica.
Durante a pandemia, ele testou positivo para Covid-19 duas vezes. Quando voltou a correr, Robson treinava sozinho, em lugares com pouco movimento. “Eu sofri muito para voltar a estar 100%, no meu melhor. Hoje, já estou bem recuperado”, revela.
O atleta faz parte da CR Runners desde 2016: “Hoje, é uma família”. Ele destaca, ainda, que a corrida de rua permite conhecer pessoas que, além de transmitirem o que sabem, acolhem e incentivam os demais. “Você não está ali simplesmente como professor e aluno; mas, sim, como uma amigos. A gente mostra para as pessoas que não é só você treinar, não é só você se dedicar. Você tem que ter o diálogo entre as pessoas da equipe. É isso o que fortalece a relação. É muito gratificante mesmo”.
A corredora Mariana Keller, que começou a praticar a corrida no primeiro semestre de 2021, conta que a atividade a ajudou em questões emocionais, como ansiedade. Ela tomou a iniciativa de ingressar no esporte após trocar de emprego e ir para uma empresa que tinha grupo de corrida e treinador. Com os treinos preparados individualmente e o incentivo dos colegas, ela criou gosto pela prática e passou a se desenvolver no esporte.
A Maratona esteve em constante crescimento nos últimos 25 anos. Em 1999, na 3ª edição, contou pela primeira vez com mais de mil participantes. Seis anos depois, em 2005, dobrou o número de corredores inscritos. Em 2010, teve pouco menos de 3 mil participantes; e, em 2019, ao final da década, obteve um notório crescimento de 200%, com mais de 8 mil corredores inscritos.
O crescimento da prova é reflexo da realidade do esporte nos
grupo contarem com mais de 100 alunos. Para ele, esse aumento se dá pelo fato de ser um esporte gratuito, que oferece desafio físico a seus praticantes e que proporciona boa qualidade de vida e saúde.
Corredor disputou neste ano a 8º maratona
Corredor de rua há 18 anos, Robson Berbecki participou da Maratona de Curitiba pela oitava vez. Ele relata que, ante-
Berbecki também diz que se incomoda com a falta de apoio que o esporte recebe, mesmo após o crescimento considerável que a prática obteve. Ele fala que se tivesse esperado por patrocínio, teria parado de correr há muito tempo, e que continua a treinar porque gosta muito. “Eu amo o que faço. Eu amo correr”.
A rotina de treinos, bem como as provas, costumam acontecer bem cedo, sendo ideal para os atletas terem uma boa noite de sono - o que influencia diretamente no desempenho. Mariana conta que, no dia que antecede às corridas, o consumo de carboidrato é elevado, especialmente no período da noite, para que se tenha boa reserva de glicogênio no momento da corrida, Ela acrescenta que, em provas mais longas, costuma-se levar gel e balas de carboidrato para repor energia.
Em relação à Maratona de Curitiba, ela contou à reportagem, no início de novembro, que o objetivo com a Maratona de Curitiba seria melhorar o ritmo, chamado de “pace“. “Pretendo correr os 10km, e acho que meu objetivo é conseguir fazer os 10km num tempo abaixo do que eu vinha fazendo até então agora”.
Leia mais Confira vídeo da preparação de corredores de rua para a Maratona de Curitiba
10 Curitiba, 23 de Novembro de 2022
“Eu amo o que faço. Eu amo correr”
A equipe CR Runners, de Cristiano Ribeiro, chega a reunir mais de 100 pessoas em alguns treinos
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Maratona de Curitiba tem 4 provas: 42km, 21km, 10km e 5km
Cristiano Ribeiro
Guilherme Dalla Barba/ SMELJ
Corredora relata melhora em questões emocionais
Bernardo Rodrigues, Krissians Torres e Luiza Braz 2º Período
Curitibanos se preparam para assistir de perto aos jogos da Copa
O pacote completo para a Copa, com ingressos para todos os jogos do Brasil, custa em torno de R$ 200 mil, variando de acordo com a hospedagem e o ingresso escolhidos
C om início em 20 de novembro, a Copa do Mundo levará milhares de pessoas até o Oriente Médio para acompanhar de perto o evento. Representando uma parte da torcida brasileira, alguns paranaenses já estão prontos para ir ao Catar.
Para embarcar, é necessário um passaporte válido, reserva em hotéis e submeter todos estes documentos no Ehteraz, que é um site do governo local. É obrigatório fazer um cadastro e emitir um documento de autorização no Ehteraz. Além disso, para sair do aeroporto de Doha, é preciso apresentar ingresso para pelo menos um jogo do Mundial, já que as fronteiras do país estão fechadas desde 1º de novembro para quem não vai à Copa.
Atendente da CVC do Shopping Jardim das Américas, Alan França conta que os pacotes para os últimos jogos estão quase todos esgotados e que, recentemente, foram abertas novas vagas para a viagem.
Para ficar no Catar durante toda a Copa, o torcedor brasileiro precisa desembolsar em torno de R$ 200 mil, variando de acordo com a hospedagem e o ingresso escolhidos.
Para passar os quatro primeiros dias, na fase de grupos, o valor do pacote gira em torno de R$ 46 mil, sem a passagem aérea.
A cirurgiã dentista Cláudia Albaneze foi uma das oito vencedoras do sorteio “Imagina você no Catar”, realizado pelo Banco do Brasil, e estará presente no torneio.
Ela irá passar cinco dias no Catar e verá dois jogos nesse período, sendo um deles do Brasil, contra a Suíça. Ela comentou que não tem receio em relação ao país e acredita que não será um problema seguir as regras locais, como as de vestimenta e comportamento.
Será a primeira vez da dentista em uma Copa e, também, no Oriente Médio. Ela conta que não há mais tantas precauções com relação a Covid-19 e que o país não exige mais o exame PCR; apenas o comprovante de vacinação.
Já o empresário Fernando Azevedo vai para o Catar passar o período da fase de grupos e das oitavas de final da competição. Ele conta que está com as expectativas muito altas, tanto para a viagem quanto para a chance do título brasileiro.
“Comecei a me programar para esta viagem desde 2018, na última Copa. Na ocasião, eu queria ter ido para a Rússia, mas faltou planejamento, e acabei não indo”. O empresário conta que
é sua primeira vez no Oriente Médio; então, leu bastante a respeito das regras e da cultura
os brasileiros, a diferença de cultura é enorme.
Claúdia Albaneze é uma das paranaenses que irá para o Catar acompanhar a Copa in loco, após ganhar um sorteio do Emir, uma tentativa de passar a imagem do Catar como uma nação diferente das demais nações conservadoras do Golfo.”
do Catar, para ter noção de como se comportar adequadamente.
Azevedo conta que será sua primeira experiência em uma Copa do Mundo. “A única vez que estive em um ambiente semelhante ao do mundial foi na Copa das Confederações em 2013, no Rio de Janeiro.”
Conheça o Catar
O país é uma monarquia absolutista governada pelo emir Tamim bin Hamad Al-Thani e conta com quase 3 milhões de habitantes. Em 2022, a Forbes considerou o Catar como o 4° país mais rico do mundo, tendo sua economia pautada em petróleo e gás natural.
A religião predominante é o islamismo, porém outras religiões, como o cristiamisno, têm praticantes no país.
No verão, que acontece no meio do ano, as temperaturas podem atingir a casa dos 50°C. Este é um dos motivos pelo qual a data de início do evento foi alterada para novembro, no inverno local.
Professora aposentada, Deborah Foe Santos foi para o Catar em 2019 e contou um pouco da experiência. “Vi muitos prédios modernos e ilhas artificiais. Lembra muito Dubai, mas achei o Catar mais bonito. Tem museus lindos e modernos, mesquitas maravilhosas, praias bonitas, calçadão muito legal, metrô, shopping, instalações para a Copa do Mundo super modernas. No lado tradicional, as residências, o mercado, os barcos... tudo muito conservado”. Segundo Deborah, para
Segundo a professora, os moradores locais atendem muito bem os turistas, desde que eles respeitem seu modo de vida.
Polêmicas da sede Desde o momento em que foi anunciado como sede, o Catar foi apontado como um país cheio de polêmicas e inúmeros preconceitos.
No país, ser homessexual é ilegal e, portanto, pode resultar em prisão. Isso preocupa pelo motivo de que a diversidade de pessoas que participam de um evento como a Copa do Mundo é enorme. O major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, militar que ocupa o posto mais alto nas forças de segurança do país, concedeu entrevista à agência Associated Press e alegou que não pode afirmar que haverá segurança para as pessoas LGBTQIA+ durante o evento.
O professor de História das Relações Internacionais na Unicuritiba e Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Oriente Médio (GEPOM), Andrew Patrick Traumann, comenta que a escolha da sede é bastante discutível, ainda mais pela comprovação de corrupção e compra de votos pela Qatar Foundation. “Se não fosse pela compra de votos, certamente a sede escolhida seria um país mais bem preparado para receber este tipo de competição.”
“Existe também uma questão do ‘Sportswashing’, que é a tentativa de limpar a imagem de um país autoritário mediante o uso de competições esportivas. Portanto, a Copa do Mundo é um projeto
Andrew comenta, ainda, que acha interessante uma Copa do Mundo no Oriente Médio, porém não no país escolhido. “É um país muito pequeno. Poderia haver a Copa de todo o Oriente Médio, com jogos no Qatar, nos Emirados Árabes, na Árabia Saudita, no Bahrein. Seria muito mais atrativo do que uma Copa do Mundo concentrada basicamente em uma única cidade”.
Regras no Catar
Regras para assistir à Copa do Mundo no Catar
• É proibido o consumo de bebidas alcoólicas .
• Ao desembarcar, deve-se apresentar um ingresso para o jogo
• Deve-se usar roupas que cubram os ombros
• Antes de embarcar, é preciso apresentar comprovante de vacinação, passaporte válido e reservas nos hotéis
• Antes de viajar, é necessário realizar um cadastro e apresentar documentos ao Ehteraz
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11 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Editoria
Ana Carolina Ferreira, Ana Clara Moraes e Lucas azevedo 2º Período
“Sportswashing’ é a tentativa de limpar a imagem de um país autoritário mediante o uso de competições esportivas”
Lucas Azevedo
De aluno a professor
Marcelo leciona dança e informática no mesmo projeto social de que participou quando quando criança, a Escola Social do Projeto Vida, localizada na Vila Nova Barigui (CIC).
Álefe Nícolas dos S de Carvalho 2º período
A fé é importante numa mudança de vida, segundo o professor. “Quando eu não conhecia Cristo, eu usava drogas, gostava de brigar. Temos crianças assim. Quando começamos a trazer um pouco de fé, elas enxergam que essa raiva passa.”
12 Curitiba, 23 de Novembro de 2022 Ensaio
Após o término da aula, os alunos se divertem em momentos de descontração. No total, Marcelo tem cerca de 90 alunos.
Marcelo ensina uma técnica de Freeze, movimento do Break Dance, para sua turma.
Para Marcelo, seu envolvimento com o Projeto Vida transformou sua realidade. Hoje, ele busca promover a mesma transformação na vida de seus alunos: “Num bairro onde a drogadição e o acesso à criminalidade é muito grande, o Projeto Vida traz uma nova perspectiva de vida para as crianças.”
Ao completar 18 anos, Marcelo se despediu do Projeto Vida e foi servir no Exército Brasileiro. Quando saiu do quartel, um ano depois, voltou como professor.
O Projeto Vida é uma ONG cristã que administra a Escola Social, onde cerca de 200 jovens participam de atividades artísticas, esportivas e recreativas no contraturno escolar.