Faltam livros nas escolas Problema atinge alunos da rede estadual de ensino.
Página 04
Acessibilidade para quem não vê Descrição de fotos postadas no facebook ajuda deficientes visuais.
Página 12
Não há barreiras para elas De tatuadoras a motoristas, mulheres conquistam o mundo do trabalho.
Páginas 14 e 15
Econômicos e Plurais
Economic and plural
Hostels são boas opções de hospedagem para quem quer conhecer pessoas e culturas
Hostels are good options for people who want to meet new people and cultures
Páginas 06 e 07
Curitiba, 14 de Junho de 2017 - Ano 20 - Número 295 - Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Coluna Comunitiras
Expediente
Indiretas já!
No dia 17 de maio, o jornalista Lauro Jardim, por meio de seu blog na página do jornal O Globo na internet, publicou uma notícia que abalou as estruturas do Planalto. O empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, entregou à Polícia Federal gravações que comprometiam o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves. O primeiro é suspeito de dar aval a uma suposta “mesada” que Batista estaria dando ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba pela operação Lava Jato desde 19 de outubro de 2016, com o intuito de mantê-lo sob controle. Aécio Neves, por sua vez, foi gravado combinando o recebimento de R$ 2 milhões, dinheiro esse que seria para o pagamento de advogados que o defendem em diversas acusações na Justiça brasileira.
Esse fato foi, até agora, o mais desastroso para a imagem do governo de Michel Temer. A
oposição apresentou vários pedidos de impeachement e a Ordem dos Advogados do Brasil já protocolou, em Brasília o mesmo pedido. Três assessores do presidente Temer – Sandro Mabel, José Yunes e Tadeu Fillipelli – já abandonaram o governo. E setores da esquerda, como o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e diversos movimentos sociais, pedem que sejam realizadas eleições diretas para a escolha de um novo presidente, e não uma escolha indireta pelo Congresso Nacional – caso o Temer renuncie ou que a chapa Dilma/Temer seja condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral, no julgamento que será realizado entre os dias 6 e 8 de junho.
No entanto, a realização de eleições diretas parece não ser a melhor das alternativas para a resolução dessa crise institucional. Caso realmente o presidente Temer não se sustente no cargo máximo do
Executivo brasileiro, deve-se seguir o rito já estabelecido na constituição brasileira. O presidente da Câmara dos Deputados assume a presidência e realiza eleições indiretas. É preciso encontrar um nome de consenso entre a oposição e a situação. Esse nome deve ser a ponte para uma transição tranquila – na medida do possível – desse fim de mandato até 2018 e a realização das eleições.
Nesse clima de incerteza que estamos passando nesse exato momento, a realização de uma nova eleição antes do período previsto pode, além de acirrar ainda mais a polarização cada vez mais existente no Brasil, trazer à tona figuras que já tiveram a sua chance de governar na história recente desse país. Além disso, é chegada a hora de uma renovação na política e no sistema governamental como um todo. Resta apenas que não nos precipitemos.
Edição 295 - 2017
O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR
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Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
REITOR
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DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES
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COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO
Julius Nunes
COORDENADOR
EDITORIAL
Julius Nunes
COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS
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(DRT-PR 5855)
Renan Colombo
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EDITORES
Bruno Talevi 3º Período
Damaris Pedro 2º Período
Emilia Jurach 2º Período
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2º Período
Maria Clara Rocha
2º Período
Natalie Bollis 2º Período
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3º Período
Talita Laurino 3º Período
Vinicius Freitas 3º Período
Wesley Fernandes 3º Período
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MONITORIA
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Bruno Talevi
3º Período
FUNDADOR DO JORNAL
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5º Período
FOTO DA CAPA
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4º Período
PAUTEIROS
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3º Período
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2º Período
Guilherme Coutinho
2º Período
Izabelly Lira
2º Período
Marcello Ziliotto
3º Período
Maria Clara Braga
3º Período
Marina Darie
3º Período
Thaís Mota
2º Período
Thamiris Mottin
8º Período
02 Curitiba, 14 de Junho de 2017
Jaderson Policante 8º Período
Matando a curiosidade
Na chegada, mãos trêmulas e nervosas; na saída, corpo relaxado e com vontade de voltar
Angélica Klisievicz Lubas 6º período
Às 20 horas lá estava eu, completamente perdida, ansiosa e com um pouquinho de medo. A moça que me levou ao local da aula disse para eu me sentir à vontade, tirar os calçados e aguardar o professor.
Cada aluno que chegava me cumprimentava. Então chegou Samara, uma mulher de 34 anos que treina ali há três. Ela morava no Espírito Santo e se mudou em 2012 para Curitiba. Seu apelido carinhoso na turma é ‘capixaba’. Fiquei conversando com ela, que foi me empolgando para a aula, dizendo que era puxada, mas que eu iria amar.
O professor Patrick chegou, foi bem simpático e comentou com um aluno “hoje é dia de suar bastante!”. Nesse momento, a capixaba me disse que tinha escolhido o dia certo para vir, eu já não tinha tanta certeza.
Eu estava aguardando para a minha primeira aula de Muay Thai, que significa Arte Livre. Ela é uma arte marcial que surgiu há muito tempo na Tailândia e que inicialmente lembrava muito o Kung Fu Chinês. Chegou ao Brasil em 1979 e se popularizou de verdade aqui a partir dos anos 2000. Eu nunca tinha treinado nenhuma luta, mas sempre tive muita curiosidade e admiração pelo esporte.
Ao entrar no tatame, todos pediram licença ao professor, uma atitude de respeito à hierarquia da luta. Segundo a Confederação Brasileira de Muay Thai (CBMT), no Brasil, a graduação de cada lutador é
representada por uma corda no braço esquerdo diferenciada por cores. A ordem é: branca, branca com ponta vermelha, vermelha, vermelha com ponta azul claro, azul claro, azul claro com ponta azul escuro, azul escuro (já pode ser instrutor auxiliar), azul escuro com ponta preta (instrutor), preta (professor), preta e branca (Mestre) e preta, branca e vermelha (Grão Mestre).
“CORRENDO EM VOLTA!”, foi o grito que deu início à aula. Os alunos começaram a correr e aos poucos o professor ia dificultando o aquecimento. Eu estava indo bem, mas antes que eu tropeçasse em mim mesma, preferi parar. A parte da corrida acabou e os alunos começaram a fazer um exercício que eu não conhecia. Enquanto todos fizeram 40, eu consegui 10. Depois, fizemos alguns abdominais e flexões, e então uma pausa.
Eu fui à academia numa quarta-feira, dia em que o grupo treinava a parte do boxe. O Muay Thai é uma luta de combate em pé, que usa punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés para os golpes, mas hoje eu só aprenderia a parte que não envolvia as pernas.
O professor fez os alunos formarem duplas e disse o exercício a ser feito: “jab-jabdireto”, clássico movimento das lutas. “Jab” é como eles chamam o soco dado com a mão à frente da guarda (no caso dos destros, a esquerda), e direto é o com a outra mão. Patrick gritou os nomes das duplas até que olhou pra mim
e disse “você vai comigo”. Eu não sabia dizer se isso seria bom ou ruim.
Primeiro ele me explicou sobre a guarda: eu deveria deixar os punhos fechados e juntos ao queixo, com os braços alinhados no meu peito. Quando me posicionei ele me disse: “Abaixa um pouco mais o queixo”. Eu obedeci e ouvi a primeira pérola: “Nossa guria, você tem cara de ruim!”. Isso era um elogio (eu acho).
Ele pendurou o saco de pancadas no suporte e disse para fazer o mesmo exercício que a turma. Tentei umas cinco vezes até conseguir o movimento certo. “Não bata muito forte, senão, vai machucar a sua mão”, disse Patrick. Eu estava sem luva e sem bandagem (uma proteção para as mãos, parecida com uma faixa), mas não sentia dor quando socava, e tenho que confessar, era bom demais poder bater em algo.
A cada soco que eu dava eu me sentia mais relaxada, porém minha mão ficava cada vez mais vermelha. Patrick passou por mim, olhou minhas mãos e soltou mais uma pérola: ‘Você é meio ogrinha, né?’. Até então, nenhuma novidade.
Quando acabaram os exercícios começou a parte dos alongamentos. Os alunos começaram a alongar uns aos outros. Enquanto o professor brigava com a capixaba, dizendo que ela estava sendo muito boazinha com a Sandra, eu não consegui segurar o riso. Patrick já me olhou e disse: “Está rindo do que? Já para o chão que EU vou te
alongar”, não sei porque achei que iria escapar. O primeiro alongamento foi básico, esticar as pernas e alcançar os pés. Para a minha sorte (ou azar), eu sou bem flexível, e ele percebeu isso. Quando ele empurrava as minhas costas, doía muito a minha perna, e eu não conseguia parar de rir. Soltei um: “Meu Deus, eu vou morrer!” e uma das alunas disse “Professor, pega leve com ela, é o primeiro dia”, ele só respondeu “Ela é super alongada, está só se fazendo”. Eu não estava. Normalmente eu alcanço a sola dos meus pés, mas ele me empurrou tanto que minha mão chegava a passar deles.
O último alongamento foi o “borboleta”, aquele em que juntamos a sola dos pés e trazemos até a nossa pélvis. Eu fiquei na posição e o professor simplesmente pegou meus joelhos e encostou no chão. Foram os 12 segundos mais longos da minha vida. Eu realmente achava que se fizesse algo assim eu não andaria nunca mais, mas sobrevivi e ainda saí andando depois.
A aula foi encerrada com a saudação final à luta que os alunos tanto amam, todos juntaram as mãos, como se fossem rezar, e gritaram “MUAY THAI”. Os que vieram se despedir, me convidaram a voltar e disseram que me esperariam na outra semana.
Sinceramente, apesar de ter ficado dolorida nos três dias seguintes ao treino, fazia tempo que não me sentia tão leve e tão aliviada. Não descarto a possibilidade de começar a treinar pra valer!
03 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Literário
Insuficiência de material didático prejudica alunos da rede estadual
Mais de 800 livros ainda estão em falta para os alunos
Larissa Miglioli
Nathalia Gorte
2º período
Afalta de livros para alguns alunos do ensino fundamental da rede estadual do Paraná é identificada em muitas escolas de Curitiba, mesmo após quase quatro meses desde o início do ano letivo. A quantidade de livros enviados para as escolas é contabilizada por censo com base no número de alunos dos anos anteriores, e por ter variação, nem sempre é suficiente.
O Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) é responsável por fazer a entrega de materiais, baseado nesse censo. Porém, 2017 tem sido o ano em que mais escolas estaduais do Paraná tiverem ausência de livros para os estudantes.
O Colégio Estadual Barão do Rio Branco, localizado no Água Verde, também enfrenta a escassez de materiais para os alunos do ensino fundamental, intensificada por 2017 ser o ano em que há renovação de editoras e livros, ou seja, os materiais são completamente diferentes dos utilizados nos três anos anteriores – essa troca é chamada de Triennium. São em torno de sete livros em falta por turma, principalmente do 8° ano que teve um aumento de duas turmas em relação a 2016.
Como solução, o colégio tem remanejado livros de outras unidades como os colégios estaduais Santos Dumont, Pinheiro do Paraná e Paulina Pacífico Borsari, respectiva-
Além disso, os livros fazem a complementação da pesquisa do conteúdo feita em casa: “cada final de capítulo de todos os livros didáticos têm outras fontes de outros livros que acrescentam o conteúdo”. Para Karina, mesmo que um professor não possa depender somente do livro para lecionar, é difícil aproximar todo o conteúdo com a exata qualidade sem esse instrumento.
Escolas estaduais fazem transferência de livros
A Escola Estadual Gottlieb Müller, localizada no Boqueirão, entretanto, não tem falta de livros já que houve uma diminuição de três turmas do 8° ano do ensino fundamental.
algum imprevisto não haverá reposição, e os exemplares da biblioteca não são boas referências de estudo.
Rampel afirma que quando há carência de material, é mais difícil montar uma aula que possa render para os alunos, mas é a solução temporária.”[O livro] é o que o professor tem para trabalhar, e colocar tudo no quadro, a aula não rende”.
A entrega dos livros é realizada por quem?
A bibliotecária Isabel Simões Klein, do Colégio Estadual Jayme Canet, localizado no Xaxim, responsável pela distribuição dos livros aos alunos no colégio, explica que a solicitação de novas edições de todas as matérias foi feita ao Ministério da Educação (MEC), porém, mais de 800 livros ainda estão em falta para os alunos.
“Faltaram livros de todas as disciplinas para uma turma de cada ano, do 6º ao 9º ano. Seriam mais ou menos 40 crianças de cada uma dessas turmas que ficaram sem livros, sendo 890 no total’’.
mente localizadas nos bairros Guaíra, Santa Felicidade e Guabirotuba. Além disso, nas aulas de português, por exemplo, optou-se pela reutilização das edições antigas, xerox das páginas ou até mesmo passar as lições no quadro.
A pedagoga Karina Bichels explica que o livro didático é um instrumento de apoio na organização, estruturação e fonte de informação, e por mais que não seja imprescindível na aprendizagem, ele é o guia mais compatível com o que deve ser oferecido na grade curricular.
O diretor Hugo Rampel Junior conta que esse número exato de livros para cada aluno é preocupante, já que por ser uma escola que recebe vários alunos novos todos os anos não será possível fornecer novos materiais. Segundo Rampel, a escola é a que mais remanejou livros, pelo Núcleo Regional de Educação de Curitiba, para outros colégios, já que a reserva técnica de 2016 não foi utilizada.
O diretor ainda explica que existem outros fatores que implicam na falta de livros e prejudicam os alunos: a reserva técnica que não foi reposta em 10% no início do ano, estudantes que não devolvem os livros quando realizam transferência e o material da biblioteca desatualizado e em estado precário. Isto é , por mais que o número de material seja exato, se acontecer
A Secretaria Estadual da Educação esclareceu, por nota, de quem é a responsabilidade de distribuição dos livros didáticos, que é realizada diretamente às escolas pelo FNDE. Além disso, os Núcleos Regionais de Educação, quando necessário, realizam o remanejamento de livros didáticos entre as escolas. A reportagem do Comunicare tentou entrar em contato com o FNDE para saber quantas escolas já solicitaram o pedido de novos livros, quais as matérias que mais apresentaram essa falta e quais os prazos para a entrega desses exemplares, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
O MEC ainda não divulgou a data de entrega dos novos exemplares para algumas escolas estaduais que têm falta de livros no ensino fundamental, e algumas já estão esperando a chegada dos livros com um prazo aproximado de 15 dias.
04 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Cidades
“
É o que o professor tem para trabalhar, e colocar tudo no quadro, a aula não rende”
Estacionamentos perdem clientes para aplicativos
Buscando economizar e fugindo das punições da lei seca motoristas optam por andar de carona
E stacionamentos e valets estão, a cada dia que passa, perdendo clientela, e um dos motivos é que jovens estão preferindo usar aplicativos de transporte para se locomoverem pela cidade ao invés de usar seus próprios carros. As razões são simples: economia e segurança.
Alguns estacionamentos em Curitiba, como o Orange Park & Wash e o Estapar estacionamento, perceberam uma queda no lucro de modo geral, nada relacionado especificamente com aplicativos como uber e cabify
O fato é que algumas pessoas não estão optando por deixar seus carros em garagens, seja em dias úteis ou nos finais de semana. Para Marcos Pereira, sócio de um estacionamento na Avenida Vicente Machado, localizado na região central de Curitiba, menos clientes procuram garagens para seus carros por causa da crise econômica que o Brasil enfrenta desde 2015.
Levando em consideração a facilidade de não ter que depender de estacionamentos e valets (com seu preço, por vezes, elevado), os aplicativos crescem em destaque pela sua independência, facilidade e atuação da Lei Seca. Mas é preciso ponderar as taxas tanto dos aplicativos e do transporte individual quanto dos locais especializados, o tempo gasto no ambiente, as coisas a se fazer, entre outros aspectos.
A estudante Vitória Bevervanso conta que utiliza o uber principalmente durante os
finais de semana, para ir a bares. Para ela, além de poder beber sem se preocupar com carona, ela opta por aplicativos ao invés de táxi por segurança, uma vez que ela obtém mais informações do motorista e sobre o percurso que será feito antes mesmo de entrar no carro.
“No táxi a gente entra em qualquer um e não sabe quem está dirigindo”, conta Victória.
Já para Angela Vicentino, publicitária freelancer, depende da situação. Para ela, vale mais a pena ir de uber ou cabify, apenas se o valor da corrida de ida e volta for menor que o valor do estacionamento.
Ela pondera sobre os preços, o tempo que ficará no lugar e também sobre o trajeto. “Se eu estou com muita pressa, geralmente não posso esperar um uber chegar e vou com meu próprio carro. Mas se eu estiver muito ocupada e pre-
cisar fazer um telefonema ou ler algum texto, vou de uber”, afirmou Angela.
Misturar os modais de transporte com uber é a solução proposta pelo professor Jackson Bittencourt, coordenador do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Para ele, fazer determinado trajeto com um ônibus ou bicicleta e depois complementá-lo utilizando o aplicativo é uma forma de se locomover pela cidade sem gastar muito.
“Isso reduz muito os custos com transporte, muitas vezes essa opção é melhor do que sair com o próprio carro, que resultaria em gastos com gasolina, que não é barata, além de contribuir para a diminuição de congestionamento de carros”, completa Bittencourt.
O professor ainda ressalta que atualmente o uber possui aproximadamente 10 mil motoristas em Curitiba, contra
2.300 taxistas. Isso demonstra como a demanda por um meio de transporte mais barato e seguro era forte na capital.
“O ideal é formalizar essa atividade e estimular a competição no mercado. A cidade verá menos carros na rua, o que agiliza o trânsito, e nós consumidores teremos mais qualidade de serviço”.
Bittencourt ainda afirma que a regularização do uber e aplicativos análogos não resultaria num aumento da tarifa, e sim numa competição saudável entre as empresas.
A reportagem do Comunicare contatou o Sindicato das Empresas de Garagens, Estacionamentos e de Limpeza e Conservação de Veículos do Estado do Paraná (SindeparkPR) para apresentar o posicionamento deles a respeito da redução ou não de clientes no setor, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
05 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Economia
Rafael Sábio 3º período
Rafael Sábio
A preferência das pessoas tem sido pela não utilização dos estacionamentos
Mercado de hospedagem alternativa cresce em Curitiba
Hostels são cada vez mais procurados para fugir da crise e surgem como oportunidades para empreender
Onúmero de hostels cadastrados em sites de avaliações cresceu cerca de 114% entre o final de 2015 e início de 2017 em Curitiba, conforme levantamento feito pela reportagem do Comunicare. Diferentes das opções de hospedagens tradicionais, os “novos albergues” oferecem espaços e experiências diferenciadas por quase metade do preço de uma diária em um hotel.
No segmento do turismo, eles têm se tornado um diferencial, pois além de estrutura para hospedar, também possuem espaços comerciais como bares e restaurantes dentro do mesmo estabelecimento.
Dados do Ministério do Turismo de novembro de 2015 mostram que, entre os brasileiros que desejam viajar pelo país, 21,5% pensam em ficar em meios alternativos de hospedagem (aluguel de imóveis por temporada; camping; albergues e imóveis próprios).
sendo uma oportunidade, porque ninguém está querendo investir no momento.
Mas por ser um meio de hospedagem de baixo custo, várias pessoas que antes se hospedavam em hotéis, acabam vindo para o hostel pelo preço, e gostam muito da experiência, podendo voltar
sendo discutida pelo Instituto Municipal de Esporte e Turismo de Curitiba, buscando formar uma associação entre os hostels da cidade.
A estudante Ana Luiza Ball, hóspede do Motter Home, localizado nas Mercês, conta que em nenhum outro lugar conheceu tantas culturas e
Hostels são mais baratos para
investir
Para o economista César Rissete, os hostels não concorrem diretamente com os hotéis. Segundo o especialista, os públicos que os frequentam são diferentes, assim como suas necessidades e perspectivas. Ele aponta que hostels são mais atrativos para um público mais jovem e aventureiro, ao passo que a hospedagem tradicional acaba por despertar o interesse de uma clientela mais conservadora. “São expectativas e demandas diferentes”, explica.
O número é superior ao índice de 11,8%, registrado no mesmo mês de 2014.
É o caso do Social Hostel , localizado no Rebouças, que completou um ano em maio. A proprietária, Maria Helena Sessak, comenta sobre a ideia de abrir um espaço de hospedagem integrado a café e bar. “Quando eu resolvi abrir o hostel , a crise acabou
depois e ainda frequentar outros hostels ”, conta. Ela diz que considera o fato como uma contramão da crise, já que é um público que veio por causa da crise, mas vai ficar depois que ela passar.
Maria Helena explica que a parte burocrática e de legislação é complicada, pois o hostel não se enquadra nos meios de hospedagens tradicionais, mas que existe uma pauta
objetivos diferentes, e o que mais lhe agrada é o fato de ter maior liberdade do que teria em um hotel.
Ana acrescenta que hostels são uma ótima alternativa para economizar, tanto para quem precisa se hospedar por uma noite, por uma semana ou por um mês. “Gosto quando fico lá, tem aconchego. Tem cheiro de casa da gente”, diz.
Para o especialista, a concorrência de plataformas digitais para hospedagem alternativa, como o airbnb, aplicativo de hospedagem compartilhada, trouxe uma nova dinâmica ao mercado.
Como consequência desse impacto, a rede hoteleira de modo geral tem buscado estar mais próxima de seus clientes e se preparar para se adaptar
06 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Economia
Paula Moran 2° período
Beatriz Mira
Hostels oferecem espaços e experiências diferenciadas
“Gosto quando fico lá, tem aconchego.
Tem cheiro de casa da gente”
à nova situação. “Houve nos últimos anos uma expansão nos leitos das principais redes hoteleiras na cidade. O que não ocorreria se houvesse uma competição de públicos”, acrescenta Rissete.
Segundo o economista, os hostels têm se tornado uma boa opção de empreendimento, pois não possuem um custo tão alto de investimento inicial. De acordo com o site
“Novo Negócio”, especializado em empreendimentos, estima-se que o capital inicial a ser gasto para a montagem de um albergue gire em torno de R$ 150 mil.
E um dos fatores que auxiliam na visibilidade desses negócios é que, geralmente, eles utilizam sites e redes sociais para a divulgação, que é feita pelos próprios usuários. Ris-
Airbnb: economize na era digital
Maria Clara Rocha 2° período
Oairbnb é uma opção para aqueles que desejam fugir dos altos preços dos hotéis tradicionais. Ele consiste em uma plataforma digital que realiza a comunicação entre turistas do mundo todo e donos de imóveis, disponibilizando vários tipos de acomodações independentes para os mais variados públicos.
Por um preço mais elevado, pode-se optar por estúdios e apartamentos; já aqueles que viajam em grupo e optam por privacidade e facilidade, alugar uma casa pode ser uma ótima pedida, visto que é possível preparar a própria
Viagem nacional
comida. Além dessas opções, é possível alugar camas, sofás, colchões, quartos compartilhados, quartos privados e até mesmo barcos, chalés e mansões.
A farmacêutica e bioquímica Patrícia Dariva conta que conheceu o airbnb pela internet e encontrou nele uma forma de economizar em suas viagens.
Para ela, o que mais chamou sua atenção foi o fato dos aluguéis terem um valor menor do que os dos hotéis convencionais, além de oferecerem mais opções e a possibilidade de hospedar mais pessoas do
Veja a simulação de preços e encontre qual se encaixa em seu perfil:
Destino: Ipanema- RJ
Período de estadia: uma semana
Hóspedes: um
Aibnb:
Diária de R$ 66,00
totalizando R$ 462,00
Hotel:
Diária de R$ 152,00
totalizando R$ 1.066,00
Diferença de 56%
Destino: Florianópolis- SC
Período de estadia: uma semana
Hóspedes: dois adultos
Airbnb - apartamento mobiliado, uma cama
Diária de R$ 128,00
totalizando R$ 869,00
Hotel:
Diária de R$ 159,00
totalizando R$ 1.113,00
Diferença de 19%
que em um quarto de hotel comum. Patrícia também explica que um dos diferenciais foi a facilidade para alugar. “O imóvel era exatamente como o anunciado, não houve burocracia na hora de fazer a reserva, fomos muito bem recebidos e minhas expectativas foram totalmente atendidas”, diz.
Já para a anfitriã Andressa Souza, o aplicativo é uma alternativa de investimento e um trabalho que permite flexibilidade e mais tempo com a família. “Em vez de deixar o dinheiro no banco, um apartamento que funcione bem com o airbnb, como o nosso,
gera um rendimento um pouco maior e, apesar do trabalho, tenho muita flexibilidade”, conta. Ela também afirma que se as taxas subissem ou o mercado ditasse tarifas mais baixas, o airbnb deixaria de valer a pena financeiramente e seria necessário rever o investimento, mas que por enquanto, ele tem sido uma grande fonte de renda.
Para se cadastrar, é preciso entrar no site www.airbnb. com.br ou baixar o aplicativo disponibilizado para smartphones, depois, basta inserir o nome da cidade em que deseja se hospedar, a data, o número de hóspedes e o tipo de aco-
Viagem internacional
Destino: Paris - FRA
sete ainda ressalta que Curitiba é uma capital atrativa para o público de hostels, pois traz visitantes jovens interessados na cultura local e na experiência cotidiana da cidade.
Destino: Gramado- RS
Período de estadia: uma semana
Hóspedes: dois adultos e duas crianças
Airbnb - casa mobiliada, quatro camas
Diária de R$ 269,00
totalizando R$ 2.012,00
Hotel:
Diária de R$ 500,00
totalizando R$ 3.500,00
Diferença de 42%
Período de estadia: uma semana
Hóspedes: um
Airbnb: Diária de 67 euros, totalizando R$ 2.150,00
Hotel: Diária de 104 euros, totalizando R$ 2.915,00
Diferença de 26%
modação, podendo especificar o valor – que varia de R$ 20,00 a R$ 2 mil - a área e os serviços disponíveis.
Caso ocorra alguma dúvida, é possível entrar em contato facilmente com quem está disponibilizando o aluguel do imóvel, porém o tempo de resposta varia de acordo com o anfitrião.
A plataforma também permite reservar passeios e visitas aos pontos turísticos a fim de conhecer melhor o destino. E para aqueles que almejam uma independência maior, recomenda-se que tenham um bom planejamento de viagem.
Destino: Nova York - USA
Período de estadia: uma semana
Hóspedes: dois
Airbnb: Diária de R$ 276,00 totalizando R$ 1.932,00
Hotel:
Diária de R$ 483,00 totalizando R$ 3.381,00
Diferença de 23%
Destino: Barcelona - ESP
Período de estadia: uma semana
Hóspedes: dois adultos e duas crianças
Airbnb: Diária de R$ 548,00 totalizando R$ 3.822,00
Hotel: Diária de R$ 1.051,00 totalizando R$ 7.357,00
Diferença de 48%
*Todos os hotéis são três estrelas e incluem: café da manhã, limpeza de quarto, frigobar e acesso à internet.
07 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Economia
Alternative hosting market grows in Curitiba
Hostels are increasingly sought to escape the crisis and come as opportunities to invest
Paula Moran 2nd period
Translated by Christopher Thomaz Freitas Matheus Mauricio Britto Ramos 5th period
The number of hostels registered in evaluation websites grew about 114% between the end of 2015 and the beginning of 2017 in Curitiba, according to a survey carried out by the news report from Comunicare
Different from the traditional lodging options, the “new inns” offer different spaces and experiences for almost half the price of one day in a hotel. In the tourism segment, they have become a differential because, in addition to the hosting structure, they also have commercial spaces as bars and restaurants within the same establishment.
Data from the Ministry of Tourism from November 2015 show that, among Brazilians wishing to travel around the country, 21.5% consider staying in alternative means of accommodation (rental of seasonal properties, camping, inns and own properties).
hostel, the crisis turned out to be an opportunity because no one is willing to invest at the moment. As it is a low-cost accommodation service, several people who used to stay in hotels ended up coming to the hostel for the price, and they like the experience and may come back later or even go to other hostels”, she says.
However, there is an agenda being discussed by the Municipal Institute of Sport and Tourism of Curitiba seeking to form an association among the hostels of the city.
The student Ana Luiza Ball, hostel guest at Motter Home, located in Mercês, says that nowhere else has given her the
Expert says hostels are cheaper to invest
According to economist César Rissete, the hostels do not compete directly with the hotels. For the expert, the hostel guests, as well as their needs and perspectives, are different.
The number is higher than the 11.8% index, registered in the same month of 2014.
This is the case of the Social Hostel, located in Rebouças, which completed a year in May.
The owner, Maria Helena Sessak, comments on the idea of opening a hosting space integrated to the cafe and bar. “When I decided to open the
She considers such fact as running counter to the economic crisis, since it is an audience that came because of the crisis, but it will remain after it is over.
Maria Helena explains that the bureaucratic and legislation part is complicated as the hostel does not fit in the traditional means of accommodation service.
chance to meet people with so many different cultures and goals, and what pleases her most is the fact that she has more freedom than she would have in a hotel.
Ana adds that hostels are a great alternative to save money either for those who need to stay for one night, for a week or for a month. “I like it when I stay there, it is cozy. It smells like home”, she says.
He points out that hostels are more attractive to younger and more adventurous people, while traditional accommodation services turns out to attract the interest of the more conservative customers. “There are different expectations and demands”, he explains. For the expert, the competition from digital platforms to alternative hosting, such as Airbnb, a shared hosting app, has brought a new dynamic to the market.
As a consequence of this impact, the hotel chain has sought to be closer to its customers and prepare to adapt to the new situation. “There
08 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Economy
Beatriz Mira
Hostels offer differential spaces and experiences
“I like it when I stay there, it is cozy. It smells like home”
has been an expansion of the accommodations in the last years in the main hotel chains in the city. That would not have happened if there were an audience competition”, adds Rissete.
According to the economist, hostels have become a good business option, as they do not have such a high initial investment cost. The “Novo Negócio” (New Business) we-
bsite, specialized in entrepreneurship, estimates that the initial capital to set up a hostel is around one hundred and fifty thousand reais (about 46,043.40 U.S. dollars). And
one of the factors that help in the visibility of such business is that, generally, they use sites and social networks for the promotion, which is done by the users themselves.
Airbnb: save money in the digital era
Maria Clara Rocha 2nd period
The “Airbnb” is an option for those who wish to escape the high prices of traditional hotels. It consists of a digital platform that communicates among tourists from all over the world and owners of real estate, providing various types of independent accommodations for the most varied audience.
For a higher price, you can opt for studios and apartments; on the other hand, for those who travel in groups and opt for privacy and ease, renting a house can be a great option, since it is possible to prepare their own food. Besides
National travel
these options, it is possible to rent beds, sofas, mattresses, shared rooms, private rooms and even boats, chalets and mansions.
Pharmacist and biochemist Patricia Dariva says that she met Airbnb on the internet and found in it a way to save money on her travels.
For her, what most caught her attention was the fact that rents are less expensive than conventional hotels, and offer more options and the possibility of having space for more people than in a common hotel room.
Patricia also explains that one of the differentials was the easiness to rent. “The property was exactly as advertised, there was no bureaucracy at the time of booking, we were very well received and my expectations were fully met,” she says
As for the hostess Andressa Souza, the application is an alternative investment and a job that allows flexibility and more time with the family. “Instead of leaving the money in the bank, an apartment that works well with Airbnb, like ours, generates a slightly
higher income and, despite the work, I have a lot of flexibility,” she says.
She also states that if the interest rates went up or the market dictated lower fares, Airbnb would no longer be worth financially and it would be necessary to review the investment, but for now it has been a great source of income.
To register, you must enter the site www.airbnb.com.br or download the app available for smartphones, then, just enter the name of the city you want to stay in, the date, the number of guests and the type
International travel
Here’s a price simulation, check which fits best your profile
Destination: IpanemaRJ
Length of stay: one week
Guests: one
Aibnb: Daily rate of R$ 66.00, totaling R$ 462.00
Hotel:
Daily rate of R$ 152.00, totaling R$ 1,066.00
Diference of 56%
Destination: FlorianópolisSC
Length of stay: one week
Guests: two adults
Airbnb - furnished apartment, one bed: Daily rate of R$ 128.00, totaling R$ 869.00
Hotel:
Daily rate of R$ 159.00, totaling R$ 1,113.00
Diference of 19%
Destination: Gramado- RS
Length of stay: one week
Guests: two adults and two children
Airbnb - furnished home, four beds:
Daily rate of R$ 269.00, totaling R$ 2,012.00
Hotel:
Daily rate of R$ 500.00, totaling R$ 3,500.00
Diference of 42%
Destination: Paris - FRA
Length of stay: one week
Guests: one
Airbnb: Daily rate of 67 euros, totaling R$ 2,150.00
Hotel:
Daily rate of 104 euros, totaling R $ 2,915.00
Diference of 26%
Rissete also points out that Curitiba is an attractive capital for the hostel audience, because it brings young visitors interested in the local culture and in the daily experience of the city.
of accommodation , Being able to specify the valueranging from R $ 20.00 to R $ 2,000 - the area and available services.
If there is any doubt, it is possible to easily contact who is making the rent available, however the response time varies according to the host .. The platform also allows you to book trips and visits to the touristic points so that you can get to know your destination better. And those who look for a bigger independence, it’s recommended to plan the trip well.
Destination: Nova York - USA
Length of stay: one week
Guests: two
Airbnb: Daily rate of R$ 276.00, totaling R$ 1,932.00
Hotel:
Daily rate of R$ 483.00, totaling R$ 3,381.00
Diference of 23%
Destino: Barcelona - ESP
Length of stay: one week
Guests: two adults and two children
Airbnb:
Daily rate of R$ 548.00, totaling R$ 3,822.00
Hotel:
Daily R$ 1,051.00, totaling R$ 7,357.00
Diference of 48%
*All hotels are three star and include: breakfast, room cleaning, minibar and internet access
09 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Economy
Projeto prevê desvinculação da taxa de lixo do IPTU
Medida poderá diminuir o déficit do custo da coleta de resíduos sólidos
Jéssica Nunes
2º período
Oprojeto que visa desvincular a taxa de coleta de lixo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em Curitiba foi pautada na primeira reunião da Comissão de Justiça (CCJ), no último dia 23 de maio. Entretanto, segundo a relatora do projeto, a vereadora Noemia Rocha (PMDB), ainda pode haver alterações que estão sendo revisadas junto à assessoria jurídica da parlamentar.
A taxa de lixo engloba todos os custos de serviços de coleta e destinação dos resíduos sólidos, incluindo remoção e transporte.
A proposta prevê que grandes imóveis geradores de lixo, como empresas de pequeno e médio porte, paguem a taxa, pois o lixo produzido por essas entidades é muito grande em relação à taxa cobrada pela Prefeitura.
Demonstrativo do custo e arrecadação da taxa de lixo (valores calculados em milhões de reais)
Em muitos casos, estes grandes geradores de lixo são isentos do IPTU, e também da taxa de lixo, ocasionando que outras empresas que não produzem tanto lixo paguem a taxa junto ao IPTU.
A vereadora Julieta Reis também concorda com a proposta de desvincular a taxa de lixo
do IPTU. Julieta afirma que existem muitas entidades que são isentas da taxa em decorrência da vinculação como clubes sociais, esportivos e igrejas.
Com o projeto virando lei, a desvinculação fará com que a Prefeitura arrecade dinheiro para executar os serviços a favor da população.
IPTU poderá aumentar para cobrir os custos do serviço. Apesar de não constar no projeto, a taxa possui teto mínimo e máximo, não sendo uniformes para todos os contribuintes.
De acordo com Frances Baras, assessor de comunicação da Secretaria de Finanças da Prefeitura, hoje a taxa de lixo está no valor de R$
todos
Com a aprovação do projeto a cobrança desvincula a taxa de qualquer outra conta que o cidadão tem que pagar ao município, pois desta maneira não há isenção da taxa para qualquer imóvel.
Além disso, o valor da taxa de lixo que antes se limitava ao teto máximo do valor do
Pessoas carentes podem ficar isentas da taxa A vereadora Noemia afirma que a arrecadação da Prefeitura vai aumentar com a desvinculação e que estuda uma possibilidade de criar uma emenda para proteger pessoas de baixa renda, pois segundo ela, essa população não possue disponibilidade financeira para mais uma conta em seus gastos mensais. Segundo Barras, o objetivo do projeto é trazer maior equidade na cobrança da taxa entre os contribuintes.
A empregada doméstica Izone do Prado Ribeiro, moradora do Sítio Cercado, aprova o serviço de coleta de lixo na região.
Ela conta que a coleta é frequente, e que isso impossibilita o acúmulo de resíduos. Izone é isenta do IPTU e na opinião dela esta desvinculação irá acarretar em mais uma conta para ser paga todo o mês, podendo pesar no orçamento mensal.
Em Araucária esta cobrança já é desvinculada
275,00 ao ano para as regiões em que ocorrem três coletas por semana.
Já a arrecadação por ano é de R$ 110 milhões, enquanto o custo do serviço está no valor de R$ 250 milhões. Com a desvinculação, a previsão é de um aumento de arrecadação em R$ 83 milhões.
Em Araucária, neste ano, com a posse do atual prefeito Hissam Hussein Dehaini, a taxa da coleta de lixo foi desvinculada do IPTU, possuindo duas novas formas de pagamento.
O cidadão de Araucária pode pagar de uma única vez por via de um boleto ou parcelado, incluído na conta da Sanepar, em oito vezes.
10 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Política
Coleta de lixo 250
desvinculação 110 190
A taxa de lixo engloba
os custos de serviços de coleta e destinação dos resíduos sólidos
Custo anual do serviço Arrecadação anual do contribuinte
Arrecadação do contribuinte após a
Ginásio do Tarumã reabre três anos após ser interditado
Governo estadual gasta R$ 1,5 milhão na obra e promete projetos para o espaço esportivo
Thiago Rasera Stephanie Vitória 2 ° período
Três anos e cinco meses após ser interditado, o Ginásio Professor Almir Nelson de Almeida, conhecido como Ginásio do Tarumã, foi reaberto, no último dia 29 de abril, para receber eventos esportivos. O governo paranaense investiu em torno de R$ 1,5 milhão na revitalização do espaço, que estava impróprio para utilização pública.
O responsável pela administração do ginásio, Venilton Santos Nicocelli, relatou que o espaço foi interditado pelo Corpo de Bombeiros em dezembro de 2013. Isto ocorreu porque as instalações eram antigas e as saídas de emergências não atendiam aos requerimentos básicos de segurança. A liberação do ginásio por parte dos bombeiros ocorreu em dezembro de 2016, após as reformas serem concluídas. “Foi reformada a parte elétrica, hidráulica, pinturas e feitos reparos em arquibancadas e toda a estrutura de incêndio, conforme projeto estabelecido pelos Bombeiros”, conta o administrador do ginásio.
Segundo o secretário estadual do Esporte e do Turismo, Douglas Fabricio, a decisão de recuperar o ginásio do Tarumã partiu da demanda da comunidade esportiva paranaense. “[A reforma] significa a valorização das pessoas que amam o esporte. O esporte é uma ferramenta do bem e tudo o que fazemos para valorizá-lo é positivo, a começar pelas crianças, os jovens, além do paradesporto”.
O secretário afirma que a revitalização aconteceu entre 2016 e 2017, e só foi realizada por conta da economia de recursos públicos implantados no período em que o ginásio permaneceu fechado. Ele conta que ainda não existe uma agenda de eventos a longo prazo definido para o ginásio. “O Tarumã está aberto para eventos esportivos de acordo com a demanda que surgir. O calendário será estabelecido em consonância com a Prefeitura de Curitiba”.
De acordo com o secretário municipal de Esportes, Lazer e Juventude, Marcello Richa, o ginásio pode ser utilizado
como um centro de esporte e lazer, mas também um espaço que atenda aos interesses da comunidade. Ele afirma que a grade horária do ginásio será divida em projetos sociais. “Como o ginásio apresenta uma natureza bem flexível, existe uma variedade de possibilidades de ações que podem ocorrer ali, como práticas de alongamento, zumba e atividades do contraturno escolar”.
O secretário também diz ter interesse em promover jogos da seleção brasileira de vôlei e jogos da liga nacional. “É um
interesse, mas precisamos de apoio da iniciativa privada, das grandes empresas de Curitiba como era o Rexona”. O evento de reabertura do ginásio foi marcado por uma partida de exibição de ex-atletas do time do Rexona.
Ginásio ao longo dos anos
O Ginásio do Tarumã, inaugurado em janeiro de 1965, foi sede do time feminino de vôlei Rexona-Ades, a partir de 1997, até 2005. Também foi palco de campeonatos de vôlei, futsal e de jogos escolares.
Instituto Compartilhar investe no esporte
O Instituto Compartilhar, que é responsável pelo projeto “Vôlei em Rede”, não possui vínculo com o Ginásio do Tarumã desde 2005, por conta da transferência da equipe de voleibol feminino do Rexona, que atuava no ginásio, para o Rio de Janeiro, mas participou do evento de reabertura do local.
A história do instituto, porém, vai além disso. Segundo o gerente executivo do grupo, Luiz Fernando Nascimento, a iniciativa foi fundada no Rio de Janeiro, em 2003, e em 2004 foi criada uma filial em Curitiba, localizada no Tarumã, na qual é realizada a coordenação de todas as atividades desde janeiro de 2005. O projeto
principal do instituto é o “Vôlei em Rede”, que conta com 40 núcleos, divididos em cinco estados brasileiros. O “Esporte em Ação”, outra iniciativa do instituto, apresenta dois núcleos em São José dos Pinhais, e oferta capoeira e voleibol.
A aluna do instituto Rafaelle Casarini conta qual é a importância do projeto para ela. “É uma oportunidade de praticar um esporte e fazer novos amigos”.
Os projetos do instituto são gratuitos e contam com a participação de aproximadamente 4 mil crianças e adolescentes, na faixa etária de nove a 15 anos. A seleção é feita preferencialmente em escolas da rede pública do Estado.
11 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Esportes
Ginásio do Tarumã agora tem capacidade para 4.555 pessoas
Natalie Bollis
Aplicativos ajudam deficientes visuais
As ferramentas buscam trazer mais independência para cegos facilitando ações do seu dia a dia
S egundo o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, mais de 6,5 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência visual no Brasil.
Patrícia conta que, inicialmente, criou um evento virtual chamado “Pra Cego Ver”, que convocava pessoas a descrever imagens para cegos. Após o sucesso da ideia, foi criada uma fanpage para dar
Alison Weihs, professor de informática para cegos, explica que as novas tecnologias “ajudam os cegos a se alfabetizarem e estudarem através de vídeos e artigos online”. Ele afirma que a internet trouxe alternativas para que os deficientes visuais possam realizar atividades que apenas
quem possuia visão conseguia executar, como manusear celulares e computadores. Alguns aplicativos têm melhorado a qualidade de vida das pessoas cegas, os mais conhecidos são: BlindTool, Be my eyes, Color ID, IBrailler Notes e o Ariadne GPS.
App saudável
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já estima que, até 2020, o número de cegos poderá dobrar. Nos últimos anos, programas passaram a ser desenvolvidos para facilitar o dia a dia deste público.
Uma das ferramentas mais utilizadas pelos cegos é um leitor de tela, que transforma o conteúdo de sites e de outras plataformas da internet, em aúdio. Entretanto, não existem aplicativos que façam descrições de imagens e, por isso, usuários do facebook se mobilizaram para promover a hashtag ‘’Pra Cego Ver’’.
O objetivo da campanha é fazer com que mais pessoas descrevam as fotos que publicam em seus murais, tornando o mundo tecnológico mais acessível. A ideia surgiu da coordenadora da Educação Especial da Bahia, Patrícia de Jesus. “Tenho muitos amigos cegos, então eu não me permito postar fotos sem descrevê-las. É um modo de enxergar essas pessoas nas redes sociais, essa foi minha motivação”.
continuidade ao projeto. Hoje a ferramenta já está sendo utilizada por grandes empresas como: Coca-Cola, Skoll, Avon e Maybeline
Em janeiro deste ano, a página da Prefeitura de Curitiba aderiu à ideia. Segundo a responsável por adotar a hashtag ‘’Pra Cego Ver’’, Cristina Alessi, ‘’essa é uma ferramenta de acessibilidade para que os deficientes visuais possam compreender a mensagem por completo’’. Ela afirmou que a população tem recebido a iniciativa positivamente: “apesar de no início muitos não entenderem o motivo das descrições, após a explicação, a aceitação foi maior”.
A telefonista Débora Carvalho, 35 anos, é cega. Ela relata que “se as pessoas não descrevem as imagens, fica difícil para quem não enxerga entender e poder curtir, comentar ou compartilhar’’. Para Débora, a adaptação das páginas de grandes empresas, é fundamental para a sua inclusão no meio virtual.
O desenvolvimento de aplicativos busca aumentar a mobilidade e simplificar cada vez mais atividades rotineiras. Diversas funções passaram a ser disponibilizadas por plataformas móveis. Entre elas, pode-se citar os programas de esportes, que têm sido cada vez mais procurados pelos usuários de smartphones
No entanto, essas plataformas nem sempre recebem a aprovação dos profissionais da área. O professor de educação física, Juliano Gallo, acredita que a utilização desses aplicativos pode ser maléfica para a saúde de quem os usa, pois eles não levam em conta condições que só conseguem ser percebidas por um profissional.
“A questão é que, as pessoas sem instrução acabam utilizando somente carga para aumentar a intensidade dos exercícios, o que acaba desestruturando uma reação biológica que uma ferramenta não consegue saber’’.
Para Gallo, apesar dos programas não possuírem um funcionamento 100% seguro, por descartar fatores que fazem parte da individualidade de cada ser humano, em alguns casos, os aplicativos podem ser úteis. “Se for o único meio da pessoa se motivar a sair do sedentarismo, esse é um bom incentivador. Mas é preciso o acompanhamento de um profissional’’.
A arquiteta Ana Paula Vilas Boas é usuária do aplicativo Runtastic, a plataforma instrui a iniciação em corridas marcando a quilometragem, o gasto calórico, a quantidade de subidas, entre outras especificidades que registram a atividade física. Ela conta que já usa o aplicativo há dois anos, e que a maior facilidade trazida por ele foi conseguir acompanhar o seu progresso dentro do esporte. Ana acha que é possível controlar suas atividades físicas apenas com o uso do programa, utilizando o acompanhamento de profissionais somente para fazer exames e avaliar resultados.
12 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Inovação
Gabrielly Zem 3º período
“Não me permito postar fotos sem descrevê-las”
Entre mapas e drones
Com o sistema apresentado por uma startup curitibana, seria possível reduzir custos e acelerar os processos de, por exemplo, cálculo da cobrança do IPTU
Marçal Dequêch 3º período
Astartup Smart Matrix apresentou, no início do mês de maio, uma proposta para a Prefeitura de Curitiba que consta, entre outros tópicos, uma construção em 3D da cidade.
Por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, a Prefeitura pretende iniciar uma licitação para um novo levantamento por imagem do município. Com drones, seriam utilizadas localizações aéreas captadas para poder gerar mapas 3D em um software da empresa curitibana. O sistema de levantamento de dados proposto pela start-up se baseia na construção de uma imagem
Aliados à abrangência de imagem da câmera 4K dos drones modernos, o software pode disponibilizar para o poder público uma visão 3D mensurável de toda a cidade.
Dessa forma, como explica Charles Roberto, diretor da Smart Matrix, “o órgão público que for utilizar os dados pode ver com exatidão as dimensões de uma residência para que não haja complicações com a fatura do IPTU”.
O novo software colocado na proposta dispõe de identificação minuciosa abrangendo detalhes que podem ser usados, por exemplo, pela polícia para identificar uma
das em dias distintos. Roberto ressalta que a qualidade de imagem para análise pode ser até 10 vezes maior, já que o drone voa a uma altura de 90 metros e filma tudo em qualidade 4K.
Os custos medidos para o projeto chegam a ser cerca de 90% menores que o valor para a produção de um levantamento comum (como o feito por fotos de avião), já que neste o preço médio é de R$ 30,00 por casa e, no método novo o custo passaria a ser de apenas R$ 3,00.
A proporção da economia é um dos motivos pelo qual Frederico Lacerda, presidente da
“a questão econômica é sempre preponderante quando se fala em poder público”.
Os serviços de “digitalização” da cidade, se e quando contratados, servirão aos mais diversos braços do poder público. A proposta de mapeamento da cidade segue a ideia de dividi-la em 10 quadrados e mapeá-la.
Os equipamentos pesam em torno de dois quilos cada e estão todos de acordo com as leis de voo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que prevê altura mínima de 30 metros e regulamentação por faixa de peso.
3D a partir de fotos e vídeos feitos por drones controlados em terra. Com isso, o sistema pode gerar o que os próprios desenvolvedores chamam de “costura” das imagens.
possível atividade suspeita ou pela Prefeitura para checar o andamento de obras já que há formas de medir diferenças de tamanho entre fotos tira-
Agência Curitiba de Desenvolvimento, destacou a proposta dentre as demais. Segundo ele, várias tecnologias diferentes foram apresentadas, mas
Por fim, o governo municipal pode ter menos gastos para maior eficiência caso adote as novas tecnologias em prol da população.
13 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Inovação
“O orgão público que for utilizar os dados pode ver com exatidão as dimensões de uma residência”
Marçal Dequêch
Imagem do software, digitalizada e gerada a partir de várias fotos de drones formando a cidade em 3D com possibilidades de mensuração
Mulher também tatua, sim senhor!
Mundo da tatuagem começa a ganhar o charme da presença feminina
Guilherme Osinski
8º período
Não é segredo nenhum que as tatuagens estão se tornando cada vez mais populares entre os brasileiros, e na busca por romper barreiras e conquistar espaço em ambientes de trabalho que até não muito tempo atrás eram dominados pelos homens, observa-se atualmente um considerável crescimento no número de mulheres que atuam como tatuadoras.
Segundo a tatuadora Kessy Borges, membra do coletivo feminino, As Tattoistas, atualmente existem mais mulheres do que homens no meio.
“A importância da mulher
que existem mulheres que trabalham com isso”, diz a estudante Leeloo Dove.
Por ser um meio ainda machista, as tatuadoras convivem frequentemente com o preconceito, e muitas vezes também com diferentes tipos de assédio. “Preconceito todas nós já sofremos. Eu que tatuo com uma técnica diferente, que é à mão, já vi um tatuador olhar para mim e dizer para tomar vergonha na cara e comprar uma máquina, e eu senti que isso aconteceu por eu ser mulher. Já o assédio acontece com aquele cliente esperto que quer te paque-
vo feminista União Brasileira de Mulheres, Luisa Lourenço. Para ela, ocupar os espaços majoritariamente masculinos é recuperar o papel que foi negado a gerações de mulheres. “Equidade é a palavra. Pautar equidade e lutar por ela perpassa diretamente por atuar e fazer ser normal nossa presença nesses lugares, como
estúdios de tatuagem, por exemplo”, acrescenta Luisa. Se antes as mulheres eram obrigadas a cuidar do lar e da família, hoje elas já ganharam o mundo, apesar das desigualdades que ainda existem, como salários menores em determinadas situações, mesmo quando desempenham a mesma função de homens.
estar presente nesse mundo é desmistificar o mito que tatuagem é coisa de homem. Isso é um estereótipo que foi criado há muitos anos, antigamente realmente mais para o público masculino. Hoje já mudou muito”, afirma Kessy, que durante 13 anos trabalhou como estilista.
Para quem procura os serviços de tatuadoras, um dos principais motivos é a delicadeza das mesmas, além é claro das características referentes ao estilo de tatuar. “Eu prefiro mulheres tatuadoras, pois elas são mais delicadas, mais compreensivas e normalmente têm um traço mais fino. E também é importante mostrar
rar ou pegar seu telefone, mas nada muito sério nesse sentido ocorreu comigo ainda”, conta a tatuadora Sasha Pest, também integrante das Tattoistas, grupo que nasceu em 2015 e que é hoje formado por 20 mulheres de diferentes lugares do Brasil.
E em casos de assédio, vale lembrar que é sempre primordial fazer a denúncia, apesar da cultura de culpabilização da vítima ainda persistir no país.
“Precisamos cada vez mais por o dedo na ferida e abraçar a luta contra o assédio e a favor do respeito a todas nós”, diz a representante do coleti-
14 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Cultura
“Precisamos abraçar a luta contra o assédio e a favor do respeito a todas nós”
Raphaella Piovezan
Traços mais finos atraem os clientes de mulheres
Instagram das Tattoistas (E suas cidades)
Sasha Pest
@sashapest
São Paulo
Lugar de mulher é...
Elas ocupam cada vez mais espaços antes dominados por homens
Kessy Borges
@kessyborges
Vitória
Pink Becker
@pinkbecker
São Paulo
Cris Suconic
@crissuconic
Jaú-SP
Ana Abrahão
@abrahaoana
Brasília
Aline Pinheiro
@aaaaline
São Paulo
Luana Dorea
@luanadorea
Salvador
Bona Sunama
@bonasunama
São Paulo
Gabriela Droguett
@gabrieladroguett
Salvador
Ingryd Guimarães
@ingrydg.tattoo
São Paulo
Jéssica Paixão
@jessicapaixao.tattoo
São Paulo
Clari Benatti
@claribenattitattoo
Rio de Janeiro
Luiza Oliveira
@luiza.blackbird
Belo Horizonte
Dani Bianco
@dani.bianco_tattoo
Taubaté-SP
Não é incomum ouvir a expressão “isso é coisa de homem”, ao se referir a determinada atividade. E, de fato, quantas vezes se veem mulheres atuando como motoristas de ônibus, bombeiros ou taxistas? Poucas, mas existem pessoas especiais, que mesmo em meio a muito preconceito, ganham suas vidas em profissões antes vistas como masculinas.
Uma dessas histórias é da motorista de ônibus, na categoria ligeirinho, Margareth Batista, que dirige diariamente pelas ruas de Curitiba. E apesar das dificuldades da profissão, ela garante que faz tudo com muito amor e prazer. “Eu transporto meus passageiros sorrindo, é um bom trabalho, mas requer muita atenção. Tenho que cuidar muito com pedestres, ultrapassagens, coisas que quem não dirige ônibus não tem noção”, conta Margareth.
Quanto ao assédio por ser mulher, a motorista acaba levando tudo numa boa, até mesmo se divertindo com algumas situações. “Sempre tem alguém que buzina para mim, manda beijo, dá tchau, e eu me divirto muito, por ser um assédio mais light, digamos. As pessoas são até mais gentis por eu ser mulher. Quando eu paro com o ônibus para entrar em uma rua e o outro motorista vê que é uma mulher, ele imediatamente já pisa no freio, liga o alerta, para eu poder entrar, e nesse caso é até um facilitador”, revela.
Já a bombeira Jéssica Borges, formada em Administração, afirma que o assédio no dia
a dia de sua profissão é algo recorrente, além também do preconceito. “Sofro por usar farda, por ser mulher, por ser loira. Falam que mulher deveria estar em casa, que bombeiro tem que ser homem, que não temos físico, postura”. No entanto, Jéssica não se enxerga fazendo outra coisa na vida. “Já tentei trabalhar em escritório, delegacia, banco, mas o que eu amo e tenho paixão é pela área de saúde, salvar vidas”, conta a bombeira, que se motiva diariamente pelo gosto do impossível e da adrenalina.
Por fim, outra profissão que o senso comum considera masculina é a de taxista. Apesar de raro, existem também mulheres que trabalham nessa atividade, como foi o caso da hoje aposentada Luzia Weigert.
“Eu amava trabalhar no táxi. Tinha gente que vinha na minha casa de madrugada, por exemplo, pedir para levar no hospital e eu ia, nunca tive medo”, revela Luzia. Para ela, o táxi foi também mais uma divertida maneira de ganhar a vida.
15 Curitiba, 14 de Junho de 2017
Cultura
Thamiris Mottin
Margareth Barbosa no seu local de trabalho
Guilherme Osinski 8º período
Gentios à beira da estrada
A tribo Kaingang se localiza na região CentroSul do Paraná, onde está a aldeia Rio das Cobras, no município de Nova Laranjeiras. A principal atividade dos índios é o artesanato vendido na rodovia
16 Curitiba, 14 de Junho de 2017 Ensaio
Natalia Filippin 6º período
Ensaio
Os índios também vivem de doações
Eles mantêm alguns rituais ancestrais, como caça e pesca
Próximo à BR-277 existe uma escola estadual indígena
Eles fabricam cestos de taquara tingidos com anilina
Trabalho manual que é vendido na beira da BR-277