Comunicare 258

Page 1

PUCPR faz bonito no Sangue Novo Alunos de Jornalismo faturam 14 prêmios em evento do Sindijor.

Página 03

inflação volta a assustar População brasileira sente o aumento dos preços.

Página 05

Festival de Teatro de Curitiba

Por 11 dias, a cidade foi a capital na cional da cultura.

Páginas 14 e 15

Curitiba, 14 de Abril de 2015 - Ano 18 - Número 258 - Curso de Jornalismo da PUCPR
Palmas para Curitiba Em clima tipicamente curitibano, a Cidade Sorriso comemorou 322 anos.
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Páginas 08 e 09

Cidades Expediente

Obras atrasadas

Pela terceira vez em quatro anos, a Rua da Cidadania do Cajuru tem uma nova data de entre ga. Maio é o prazo para a Prefeitura finalizar o projeto de R$ 11 milhões

Adriana Barquilha

3º período

A Rua da Cidadania do Cajuru, mais novo prédio público sendo construído em Curitiba, está com a entrega atrasada. A obra, que tinha previsão inicial de término até o fim de 2013, já foi adiada para julho de 2014, e até agora os moradores dos bairros Cajuru, Uberaba, Guabirotu ba, Capão da Imbuia e Jardim das Américas estão esperando pelo complexo administra tivo e de serviços da região que, segundo a Prefeitura de Curitiba, será entregue no próximo mês.

O espaço foi projetado pelo Instituto de Pesquisa e Plane jamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e foi aprovado em 2011, ainda na gestão do ex-prefeito Luciano Ducci, com o início das obras no fim do mesmo ano. No início de 2014 o atual prefeito, Gusta vo Fruet, admitiu o atraso e adiou a data de entrega.

A obra custou pouco mais de R$ 11 milhões aos cofres públi cos da cidade e coordenará as secretarias e administração de toda a Regional Cajuru, além de oferecer serviços como: Co pel, Sanepar, URBS, Conselho Tutelar, Fundação de Ação So cial (FAS), Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Agência do Trabalhador. A obra ainda prevê um ginásio, bancos, estacionamento, entre outros serviços.

Nova linguagem

Um funcionário da empresa responsável pelas obras, Sial Construções Civis Ltda., conta que a construção está parada há quase um ano. “A Prefeitu

ra deixou de pagar a empresa e tudo parou. Éramos em 80 funcionários, hoje estamos em três”, reclama o trabalhador que não quis se identifi car. A Administração Regio nal do Cajuru afirmou que o ritmo de trabalho deveria estar normalizado. “A Prefei tura está revendo o cronogra ma de pagamentos à empresa. Se não tem ninguém traba lhando, eu não sei o motivo”, conta Mauro José Gabardo, chefe de gabinete da Regio nal, que mostra desconhecer a atual paralisação. Outro problema no atraso das obras são os pichadores e vândalos que tomam conta do local. “A obra está parada e está tudo tomado por moradores de rua e usuários de droga”, afirma a aposentada Sandra Cordeiro, que mora em frente ao local e reclama que não pode sair de casa após às 18h.

Para os moradores, o local, além de ser importante na ad ministração do bairro, ainda traz o centro da cidade para mais perto de suas casas, já que não precisarão se deslocar tanto para realizar serviços básicos. “Precisamos de uma Rua da Cidadania aqui faz tempo. Seria tudo mais fácil, pagar contas, comprar algu ma coisa”, explica a vendedora Lucia Almeida.

A reportagem do Comunicare procurou Luiz Carlos Rodri gues, diretor de Edificações, da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba (SMOP), responsável pela implantação de obras de engenharia para falar sobre a denúncia da paralisação, mas até o fechamento da edição não obteve resposta.

Edição 258 - 2015

O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR

Waldemiro Gremski

DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

Eliane C. Francisco Maffezzolli

COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes

COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes

COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

Rafael Andrade

MONITORIA Luciana Prieto

FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos

FOTO DA CAPA

Virgínia Thais Freitas 2º Período

EDITORES

Gabriela Jahn 3º Período Joana Sabbag 3º Período Kássio Pereira 3º Período

Luiza Romani Fogaça de Souza 3º Período

Paola Martinelli Magni 3º Período

PAUTEIROS

Gabrielle Campos Comandulli 3º Período

Isabella de Oliveira Eger 3º Período

Jehnifer Kammer Nogueira 3º Período

Lucas Aron Nogas

3º Período

Monalisa Rahal

3º Período

Sarah Elise Cantú Oliveira Santos

3º Período

02 Curitiba, 14 de Abril de 2015

PUCPR é a campeã do 19º Sangue Novo

A universidade teve o maior número de trabalhos finalistas, conquistando 14 prêmios

O Prêmio Sangue Novo, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), é designado a estudantes de jornalismo de instituições de ensino de todo o Estado. O prêmio tem por objetivo valorizar o que é produzido dentro do meio acadêmico e incentivar os alunos a busca rem inovações para a futura área de atuação. O evento, realizado anualmente desde 1995, em sua 19ª edição rece beu em torno de 340 inscri ções, em suas 22 categorias, contemplando 69 trabalhos e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) obteve grande destaque.

Foram 14 prêmios conquis tados pela PUCPR, sendo três primeiros lugares, três segundos e oito terceiros. O professor Paulo Camargo acredita que uma vitória numa competição como essa é muito significativa, por ser algo que vai marcar a carreira de quem está entrando no mercado de trabalho.

A revista laboratorial CDM, produzida pelo curso de jornalismo da PUCPR, teve

premiada sua edição sobre a região metropolitana de Curitiba, que foi voltada à dar visibilidade a temas, pessoas e histórias que não são repre sentadas na grande mídia. “Estamos especialmente felizes porque ganhamos na categoria revista digital e tam bém na de fotojornalismo”, comemora Camargo, também idealizador do projeto. Melvin Quaresma e Isabella Lanave, amigos, ambos campeões na categoria, combinaram que independente de quem ga nhasse, os dois seriam vence dores, como lembra Isabella.

Para Pedro Luiz de Almei da, integrante do programa Interrogatório, vencedor na categoria programa de TV, o prêmio incentiva o estudante a fugir da rotina e da superfi cialidade. “Temos que ser ino vadores, dar o nosso sangue enquanto estudantes”, reitera. O estudante Rodrigo Sigmura começou a idealizar o progra ma Minuto Certo, também vencedor, ainda no primeiro período da faculdade. “Vou colher os frutos de fato quan do eu estiver no mercado de trabalho”, afirma. A profes sora orientadora dos pro

gramas, Suyanne Tolentino, afirma que o aluno tem que estar inserido na universida de, trazer ideias para serem executadas. “É uma questão de coragem, de ousadia e, sobretudo, acreditar naquilo que está fazendo e pensar que é sempre um trabalho em equipe”, completa. O presi dente do Sindijor, Guilherme Carvalho, corrobora com a opinião da professora Suyan ne e diz que o aluno precisa pensar e viver o jornalismo. “São os espaços de pesquisa, ensino e extensão que vão fa zer o aluno realmente refletir sobre o seu exercício profis sional”, ressalta Carvalho.

O evento também contemplou trabalhos de conclusão de curso, como o livro reporta gem Gemada na Estrada, que foi feito por um grupo de es tudantes que caiu na estrada, a bordo de um fusca amarelo, para observar a interação en tres os munícipes e os meios de comunicação locais.

Liderança

Destaque entre as universidades premiadas, a PUCPR foi a instituição que mais teve tra balhos selecionados como fi nalistas. “A gente teve muitos trabalhos inscritos, trabalhos de ótima qualidade”, comenta Camargo. O jornal Comunica re foi um dos vencedores na categoria jornal laboratório impresso. Para o coordenador do curso de Jornalismo da PUCPR, Julius Nunes, é extre mamente gratificante ver alu nos e professores tão integra dos, engajados em um mesmo objetivo. “Fico honrado em estar à frente da coordenação e ver tudo isso acontecendo”, completa Nunes.

Vencedores

Fotojornalismo

1º Lugar – Vida no Picadeiro, de Melvin Quaresma

3º Lugar – O Perfil que Habito, de Isabella Lanave

Jornal Laboratório Impresso

3º Lugar – Comunicare

Jornal Revista Laboratório Online

1º Lugar – CDM

Monografia

2º Lugar – Jornalismo Cultural em Curitiba: A Percepção do Artista de Teatro, de Francisco Mallmann

3º Lugar – A Infografia como Lin guagem Jornalística, de Helena Salgado

Programa de TV

1º Lugar – Interrogatório

3º Lugar – Minuto Certo

Radiodocumentário

3º Lugar – Ecos do Brasil: Brasilei ros na Guerra – Guilherme Liça

Radiojornal Laboratório

2º Lugar – Radiojornal Comunica re – Vithor Marques

Reportagem para Televisão

2º Lugar – Arte nas Ruas – Gui lherme Liça

Telejornal Laboratório

3º Lugar – Telejornal Comunicare

Livro Reportagem

3º Lugar - Gemada na Estrada

Projeto Jornalístico para Asses soria de Imprensa

3º Lugar – Divulgação do Restau rante Comidália na Mídia Para naense pela Gourmert Assessoria – Mayara Breda Duarte

03 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Cidades
Camila Borba Time de estudantes premiados no 19º Sangue Novo

Economia Dólar em alta

Desconfiança e dificul dades se agravam com os problemas internos do País, em conjunto com o aumento da moeda estadunidense

Desde março de 2015, a cotação do dólar vem au mentando progressivamente, chegando ao pico de R$ 3,29 e sendo negociado nas casas de câmbio próximo a R$ 4,00, interferindo na economia em vários setores.

O economista Davi Neves explica que o motivo está relacionado à grande procura da moeda norte-americana. “A cotação estava sendo controlada há muitos anos porque a entrada dessa moeda no Brasil era alta, devido aos investimentos estrangeiros, fortalecimento do turismo brasileiro e exportações”. Em termos mais simples: quanto mais as pessoas procuram o dólar, mais caro ele fica, por existir uma tentativa de con trolar a compra devido ao li mite da impressão de cédulas em circulação internacional.

Nos últimos meses houve recuperação da economia norte-americana e parte dos investidores que apostavam no Brasil passaram também a investir nos EUA, o que fez com que a moeda estrangeira ficasse mais escassa e aumen tasse seu valor. “Os Estados Unidos estão reagindo à crise e crescendo, o que faz com que atraiam o fluxo da moeda para o país deles, por isso o dólar está aumentando tanto”, conta Carlos Magno Andrioli Bittencourt, coordenador do curso de economia da Pontifí cia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

O dólar e o Brasil

O valor do real é afetado pela oferta de dólar no Brasil, de forma mais objetiva, quando a cotação do dólar está R$ 2,00, quer dizer que para cada U$ 1,00 em circulação no país, há R$ 2,00 em circulação. Ou seja, com o dólar a R$ 3,28,

significa que para cada U$ 1,00 em circulação, há R$ 3,28, existindo uma menor circula ção de dólares no momento.

A situação econômica interna ajuda na valorização da moeda norte-americana em relação à brasileira. Bitten court acredita que será um ano de recessão. “O governo diminuirá gastos para tentar uma economia de 1,2% do PIB, ou R$ 66 bilhões, aumentando também os impostos”, diz o coordenador.

A perspectiva a curto prazo é que a situação não mude, porque o governo tentará manter seu nível de inflação controlado e tomará medidas paliativas, como a redução do déficit externo. O empresário Rodrigo Woitowicz acres centa que, no balanço geral, o dólar precisava de um ajuste. “Qualquer variação grande em curto prazo é prejudi cial, pois foge das previsões que estamos acostumados a trabalhar”, explica. A médio e longo prazo existe uma boa perspectiva de melhora, com o aumento da taxa de juros do Sistema Especial de Liqui dação e de Custódia (Selic) há uma tendência no retorno dos investimentos estrangeiros no país, fazendo a oferta da moeda norte-americana voltar a patamares normais.

Sendo assim, o brasileiro po derá sentir no bolso na hora de fazer compras, pois grande parte dos produtos comercializados são importados. “É um momento de administra ção de gastos para a grande maioria das famílias, afetan do todo o sistema econômico, pois como a importação é feita em dólar o preço desses produtos tende a subir. É o que chamamos de inflação”, explica Neves.

Variações do dólar no mês de março

Setores beneficiados

O mercado interno brasilei ro deve se benificiar dessa situação, pois como o preço de produtos importados é maior que os nacionais, os consu midores tendem a comprar mercadorias produzidas no Brasil, aumentando sua chan ce de êxito em concorrência internacional.

Outro setor que deverá levar vantagem é o turismo interno, já que para viajar para fora do país o custo ficará mais alto, o que faz com que turistas optem em gastar seu dinheiro aqui mesmo. A consultora de viagens Michele Rufino sugere comprar a passagem o quão cedo puder. “Quanto mais tempo demora, mais caro fica o tíquete. Com o dólar tão alto, muitas pessoas se assustam na hora de pagar, é por isso que muitas agências de turismo criam pacotes com preços especiais”, diz Michele.

Setores não beneficiados

A indústria brasileira que depende de insumos importados precisará elevar seu preço, já que seu custo de produção irá subir. Esse crescimento gera inflação, pois os preços tendem a aumentar.

Woitowicz trabalha diaria mente com a cotação na bolsa de valores em relação à sua empresa, e diz que há pontos negativos e positivos devido

ao aumento do dólar. A des vantagem ocorre quando há troca entre moeda brasileira e estadunidense. “Temos opera ções de aquisição de matéria prima importada, quando realizamos o pagamento, o impacto da conversão da moe da dilui a margem do projeto, pois seus preços são corrigi dos pelo impacto crescente do câmbio”, explica.

Outro prejuízo seria por conta da relação entre lucro e gasto de produção. “As dívidas con traídas em dólares cresceram muito e as empresas que têm dívidas nesta moeda podem ter problemas de pagamento e liquidez”, relata.

A empresa de Nader Melhen, por importar seus produtos diretamente de Miami, é muito afetada com as va riações do valor da moeda estadunidense. “Interfere pelo fato de exportamos tudo para o Brasil, assim as mercadorias ficam mais caras e não tenho margem para trabalhar, pois realizo uma venda hoje e ama nhã o objeto passa a ter outro preço. Isso acaba diminuindo o movimento”, pondera.

A situação é de grande des confiança, porém os analistas acreditam que será passagei ra. “Não há motivos para de sespero, existem boatos sobre uma ‘quebra’ na economia do país, que não são verdadeiros, em breve a situação deve nor malizar”, aposta Neves.

04 Curitiba, 14 de Abril de 2015
26/03 23/03 19/03 16/03 12/03 09/03 05/03 02/03
2,83 2,97 3,05 3,12 3,24 3,21 3,22 3,19

Inflação chega à mesa do brasileiro

População sente no bolso uma das maiores crises econômicas que o país já passou. O aumento dos preços da gasolina, água e esgoto, transporte pú blico e energia alteram a dinâmica financeira das famílias de baixa renda

O Brasil vivencia uma crise econômica que há anos não se via, com taxas de juros altas, arrocho fiscal e desvalorização do real frente às moe das internacionais e o cenário futuro é preocupante, ainda que não possa ser comparado ao final da década de 1980, no governo Sarney, quando a taxa de inflação fechou em 1.973% ao ano.

Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), após avançar 1,24% em janeiro e 1,22% em fevereiro, a inflação no Brasil alcançou 7,7% ao ano, nível mais alto desde maio de 2005, quando atingiu 8,05% e acima do teto da meta do governo, de 6,5%.

É importante lembrar que o ritmo de aumento de preços durante o governo Dilma é próximo ao observado na era Lula (2003 a 2010), quando os preços subiram 5,8% ao ano e inferior à gestão Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), que apresentou um aumento médio de 9,1%.

Vale ressaltar que a infla ção brasileira é dividida em preços livres e monitorados. Livres são aqueles regulados pelo próprio mercado, como os produtos de alimentação, por exemplo. Estes têm um peso próximo de 75% no Pro duto Interno Bruto (PIB). Já os preços monitorados, como energia, gasolina, água e es goto, transporte público, etc., têm peso próximo de 25%.

Segundo economistas, a infla ção não é sentida de maneira homogênea pelas famílias. O impacto depende muito

do que cada uma consome, do estrato social, local de moradia, entre outros fatores. Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as famílias de baixa renda devem ser as mais atingidas pelos reajustes de preços. Visto que a inflação no preço das tarifas de ônibus e de energia elétrica tem um peso maior nessa camada da população.

O zelador Joel Lima relata que, devido à alta dos preços, tem feito compras meno res e que teve que diminuir principalmente o consumo de carne. “É triste, trabalhamos duro o mês inteiro e mesmo assim não conseguimos com prar o necessário. Tudo sobe, menos o salário”, ressalta.

Cuidados

A professora de Artes, Helena Sprícigo, também comenta que seu salário não está su prindo as contas e, ao apelar para o cartão de crédito, acaba sofrendo com as taxas de juros. “O que mais me frustra é que mesmo fazendo um

planejamento de gastos, não consigo custear tudo”, afirma.

Segundo o economista Dante Francisco D’Agostini, para evitar grandes crises no perí odo de inflação é importante que as pessoas evitem fazer compras parceladas e que adiem a aquisição de novos produtos.

A economia brasileira poderá registrar neste ano seu pior resultado desde 1990, no governo Collor, quando encolheu 4,35%. A recessão em 2015 seria maior do que as registradas em 2009 (-0,33%) e 1992 (-0,54%).

Para o especialista político Caio Padilha, a crise econômi ca atual começou a se formar a partir da retração da indús tria, da baixa taxa de inves timentos e da diminuição de exportação dos produtos bra sileiros, o que alavancou um índice maior de desemprego. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o índice de desemprego em 2014 foi de 6,8% e prevê a

taxa de 7,1% para este ano no Brasil.

Uma das principais ações do governo para o controle da crise, sugere D’Agostini, é um corte de gastos mais firme nas despesas do setor público, diminuição da quantidade de ministérios e cargos comissio nados. Além disso, o econo mista acredita que o governo precisará investir em refor mas constitucionais, como previdenciária, administrati va, trabalhista e tributária.

Padilha propõe a implantação daquilo que os economistas chamam de política anticí clica, que ao invés de cortar gastos, promove o investi mento no setor produtivo, concedendo incentivos para a indústria, o que gera mais consumo, já que a expansão da capacidade produtiva gera o aumento da oferta, e consequentemente a redução dos preços. “É simples, quanto maior a competição entre as empresas, menor o valor do produto no mercado”, afirma o especialista político.

05 Curitiba, 14 de Abril de 2015 Economia
O salário já não está suprindo as contas dos trabalhadores

Política Conquista feminina

O Brasil está no sétimo lugar do ranking mundial em homicídio de mu lheres. Agora este ato se tornou crime hediondo

Sancionado dia 09 de março, o Projeto de Lei 8305/14, cujo relatório inicial pertence à senadora Gleisi Hoffmann, inclui o femini cídio no Código Penal como circunstância qualificadora de homicídios e o tipifica como crime hediondo. O projeto visa impedir que surjam inter pretações jurídicas antiqua das que atenuem crimes de razão de gênero. Estes defini dos como: violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação à condição de mulher.

A nova lei mantém a pena de 12 a 30 anos prevista para ho micídios. Entretanto, o tempo de prisão pode aumentar em 1/3 caso o assassinato ocorra durante a gestação ou até três meses posteriores ao parto; quando envolve menores de 14 anos; maiores de 60; portado res de deficiência, ou aconteça na presença de descendentes ou ascendentes da vítima. O autor do homicídio não terá direito a sair da prisão até cumprir parte significativa da pena. A proposta foi sugerida pela CPI Mista da Violência Contra a Mulher, que atuou no Congresso e investigou a violência contra a mulher entre 2012 e 2013.

Para Glesi, o agravamento da punição penal pode reduzir as estatísticas desse tipo de crime no Brasil. “O Congresso Nacional não poderia silen ciar sobre o assunto”, afirma a senadora paranaense. Dentre os principais desafios a serem ultrapassados, Gleisi destaca a aplicação e execução da lei, bem como a infraestrutura insuficiente da polícia e dos demais agentes envolvidos em atender as vítimas. Ela deposita grande esperança

nas casas da mulher brasileira que estão sendo construídas em todos os estados, onde haverá delegacias de mulhe res, juizados e assistência social para trazer segurança e apoio às vítimas. Em Curitiba a inauguração está prevista

Um exemplo de suporte já existente na capital parana ense é a ONG Mais Marias, fundada em 2012, que atua na cidade e região metropoli tana palestrando sobre a Lei Maria da Penha e fazendo o

Assassinatos de brasileiras

denadora, apesar de o assunto ser discutido na mídia, há ainda certo receio de se falar abertamente sobre isso.

A advogada Paula Pires diferencia a Lei Maria da Penha da Lei do Feminicídio: a primeira caracteriza agressão física, moral e psicológica, enquanto a segunda caracteri za o assassinato de mulheres, ambas em contexto de violên cia doméstica. Paula consi dera a nova lei necessária no âmbito jurídico, pois é mais um instrumento que visa o combate à opressão feminina.

Pode-se considerar a Lei do Feminicídio uma continuação da Lei Maria da Penha, se levar em conta que uma abriu as portas para a criação da outra, comenta a feminista Jana Teixeira Silva.

Direito

para o segundo semestre deste ano.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou que pos sui infraestrutura para aten der às pessoas atingidas pela violência. São 17 delegacias da mulher por todo o Estado e outros 15 órgãos referentes à assistência das que sofreram com o preconceito de gênero. A Coordenadoria das Delega cias da Mulher (Codem) é o órgão responsável pela deli mitação das políticas públicas implementadas no Estado.

encaminhamento de vítimas para atendimento especia lizado. A coordenadora da organização, Maria Letícia Fagundes, comentou que a nova lei é principalmente “um aperfeiçoamento na assis tência da violência contra a mulher”, porém acredita que a sociedade precisa de medidas educativas e preventivas para que esses casos de agressão e mortes diminuam. Lembran do que a lei agora em vigor é somente punitiva, ou seja, só entra em ação após o óbito já confirmado. Segundo a coor

Segundo a ativista, muita gente não entende a neces sidade da existência de leis como essa, acham que fere a constituição, que se trata de vantagem sobre os homens. “Eu não acho que seja privilé gio nenhum ser agredida ou morta por ser quem é. O fato é que a visibilidade para esses assuntos delicados aumenta e a ocorrência dos crimes pode diminuir”.

Jana participa do movimento há aproximadamente dois anos e afirma que a mudança no código penal não demons tra favoritismo, para isso a sociedade teria que ser igua litária. “É redutivo dizer que o movimento feminista prega igualdade entre gêneros, eu acredito que estamos mais interessadas na libertação da mulher”, conclui.

06 Curitiba, 14 de Abril de 2015
43,7
*Entre 2000 e 2010 41% mortas em suas próprias casas, muitas por companheiros ou excompanheiros
mil total*

Política

Impeachment é viável?

Suposto envolvimento da presidente Dilma Rousseff em casos de corrupção abre novo debate sobre o processo de impeachment

Nos últimos tempos, o tema impeachment deixou de ser apenas uma referência histórica e passou a ser recorrente. O assunto relembra o que ocorreu em 1992, quando o então pre sidente Fernando Collor de Mello deixou a presidência da República sem terminar o exercício do mandato por cau sa de acusações de irregulari dades. As acusações e denún cias envolvendo a Petrobras e políticos fizeram com que o tema aparecesse nas redes sociais e virasse assunto de discussões e manifestações.

Fundador da Academia Brasileira de Direito Consti tucional, o professor Fla vio Pansieri explica como acontece um processo de impeachment. “O processo de impeachment é iniciado na Câmara dos Deputados, por

representação de qualquer cidadão brasileiro, passa por uma análise da presidência da Câmara dos Deputados, que o encaminhará para o plenário da Câmara”.

Será necessário que dois terços do plenário da Câmara aprovem o processo, para então ser encaminhado ao Senado Federal, onde será processado e julgado sob a presidência do presidente do Supremo Tribu nal Federal (STF) e, se aprovado pelo Senado, o presidente será cassado.

O desejo de abertura de um processo de impeachment e a situação política e econômica atual levaram milhões de pesso as às ruas nas últimas sema nas. As reinvindicações eram diversas, desde reforma política até a saída da presidente Dilma Rousseff.

A aposentada Ruth Arie parti cipou das manifestações con tra Collor e agora contra Dil ma, mas não vê semelhança entre as situações. “Vejo que com o Collor foi totalmente diferente, com outros valores. Hoje não, agora é degradação total do país, não estávamos nessa situação com o Collor”. A médica Luana Petermann acredita que o impeachment não será bom economicamen te para o país, mas crê que demonstrar insatisfação é uma boa solução.

Entre os participantes dos protestos, havia aqueles que queriam a saída do governa dor Beto Richa, como a em presária Rosana dos Santos Guedes. “Junto com a Dilma, ele acabou com o Paraná. E o dinheiro foi para onde? Para Copa do Mundo?”, questiona a manifestante.

Para o cientista político e pro fessor da Pontifícia Universi dade Católica do Paraná (PU CPR) Masimo Della Justina, as manifestações ocorridas nas últimas semanas são legíti mas e legais, espontâneas da sociedade civil organizada, sem manipulação de partidos políticos, porém apesar da quantidade de pessoas ser ex pressiva, não simboliza nem 1% da população brasileira. “Nesse sentido, teriam outros 99% que não se manifestaram ou têm outras preferências, o que é perfeitamente legítimo numa democracia”.

O professor Pansieri acredi ta que, se comprovadas, as denúncias contra a presidente Dilma Rousseff são passíveis de um processo de impea chment. “A acusação contra

o Collor era infinitamente menor, independente que a acusação contra ele ou acusa ção contra Dilma sejam verdadeiras ou não, as acusações foram infinitamente menores contra o Collor”.

Para o professor Della Justina, uma discussão sobre impea chment é válida, mas acredita que ainda há uma confusão entre os regimes parlamenta ristas e presidencialistas. “No parlamentarismo é mais fácil você fazer um impeachment direto, já no presidencialismo, não se recomenda abortar um mandato que é legítimo e é legal, ao menos que, dadas as situações válidas, seja aberto um processo de impeachment”.

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) acredita que o impeachment não acontece rá. Sobre as manifestações, o deputado aposta que trará frustação para a população, ele citou exemplos de alguns projetos que estão há anos pa rados. Veneri afirma também que a população deve pres sionar os políticos, pois são pessoas comuns que possuem ações como qualquer outro cidadão. “Acho que isso é uma lição de cidadania, as pessoas têm que entender que ou elas pressionam ou os patrocina dores vão pressionar”.

Para aqueles que não estive rem satisfeitos, Della Justina relembra que todo cidadão pode participar como candi dato para próximas eleições. “Não basta gritar nas ruas se o cidadão também não está preparado ou preparada para uma vez eleito fazer melhor do que àqueles que criticam”.

07 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Manifestantes reunidos na Praça Santos Andrade Andréa Ross

Especial 322 anos do jeito mais tradicional possível

Curitiba completou seus 322 anos debaixo de muita chuva, mas isso não impediu que fossem feitas suas homenagens e atraísse o público para comemorar mais um aniversário

Conhecida como cida de modelo do Brasil, Curitiba comemorou, no dia 29 de março, seus 322 anos com muita chuva e frio, típico clima curitibano. Apesar do mau tempo, os moradores da capital não se intimidaram e compareceram às atividades comemorativas no aniversário da cidade.

A Prefeitura de Curitiba organizou vários eventos em diferentes pontos da cida de, envolvendo atividades recreativas, humor, cultura, destacando os principais pontos turísticos e também valorizando artistas regionais. A temperatura baixa prejudi cou algumas comemorações que tiveram que ser cancela das, como o cinema ao ar livre na sexta-feira (27) e a trans missão simultânea do show do cantor Jesse Harris, que ocorreria na Praça de Bolso do Ciclista.

As regionais dos bairros também comemoraram os 322 anos. A rua da cidadania da Fazendinha recebeu shows musicais e atividades de lazer, no sábado (28). A festa come

Brasileiro. Eliane Coelho, co ordenadora técnica da admi nistração regional da Fazen dinha, relatou que pelo menos há 20 anos acontecem essas comemorações nos bairros da

funcionará todos os dias da semana, inclusive nos finais de semana no mesmo espaço que por muito tempo descobriu e lançou vários talentos da poesia.

os curitibanos que compareceram às comemorações da cidade”

A chuva não

çou às 13h e foi até às 18h com estimativa de público de 500 pessoas. Tendo como princi pais apresentações a Orques tra Musical Viola e Cantoria e a Banda Lira Curitibana. A Guarda Municipal fez a segu rança do local que também contou com a exposição de objetos usados pelo Exército

cidade. No domingo, a festa continuou no Jardim Ambien tal ll, no Alto da XV, com bolo de aniversário e brinquedos infláveis. Houve também ações de combate à dengue, microchipagem de animais e orientações alimentares.

Um dos cartões postais mais famosos da cidade, o Jardim Botânico com a sua estufa, preservação e conservação da natureza, estava programado para receber no sábado (28), aulas de yoga. Mas devido ao mau tempo, a chuva enchar cou os gramados, impossibili tando a prática da atividade.

Logo na manhã de domingo, a feira do Largo da Ordem que reúne barracas de artesana to, roupas, livros, discos e gastronomia já atraia aten ções de quem passava por lá. O principal destaque foi a reabertura da feira do poeta, que contou com a presença de vários autores e leitores, entre eles, o escritor Geraldo Magela Cardoso, que conside ra a reabertura do local uma conquista importante para os admiradores da poesia. A feira

Depois de muita festa, a comemoração final ficou por conta do conhecido Parque Barigui e o ápice da festivida de ocorreu às 15h, momento em que foi cantado o “para béns pra você”, seguido da distribuição do bolo de mais de 600 quilos com recheio de amora que gerou uma grande fila debaixo de chuva. A decoração do bolo teve como enfeite uma capivara e a bicicleta, “bandeira” da gestão municipal de Gustavo Fruet. O confeito foi um presente do Sindicato da Indústria e Panificação e Confeitaria (SIPCEP), que começou a ser preparado na quinta-feira (26).

Enquanto os adultos apre ciavam as apresentações dos músicos regionais Victor Viana, Fran Rosas, Cida Airan e MUV-Katia, a criançada aproveitava os brinquedos in fláveis, pintura de rosto, cama elástica e slackline.

Quem também participou do evento foi o prefeito da cida de, Gustavo Fruet. Cheio de orgulho, ele deixou sua home

08 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Uma das apresentações feitas no Largo da Ordem
Ariane Ramos
intimidou

nagem para a aniversariante. “É uma honra ser prefeito neste momento, comemorar uma história tão bonita que orgulha a todos que aqui nasceram e que escolheram Curitiba para viver. E como é bom comemorar com um gesto tão bonito e voluntário do sindicato da panificação, dessas 38 pessoas que se dedi caram a dar esse presente tão saboroso para Curitiba”, disse o prefeito.

Mirian Gonçalves, vice-prefeita, da mesma forma demons trou sua admiração pela capital paranaense. “Curitiba é uma cidade que me emocio na a cada dia, eu vim para cá com seis anos de idade, tenho quase 54 e não tem um dia em

que não agradeça por morar nessa cidade”.

O que não faltaram foram elogios à Cidade Sorriso, os participantes da comemo ração deixaram seu carinho pela cidade. Até mesmo os mais velhos estavam cheios de entusiasmo ao falar da capital, como seu Daniel Braga, 74 anos, que aproveita esses eventos para se distrair e conhecer novas pessoas.

Opinião compartilhada por Isabel Zamilian, moradora de Curitiba há mais ou menos dois meses, e que relatou que veio para cá a procura de tratamento para o seu filho especial, no Hospital Peque no Príncipe. “Curitiba nos acolheu e salvou a vida do

meu filho. Quero dizer que eu a amo e pretendo envelhe cer aqui”.

O público esperado era de cinco mil pessoas, mas em decorrência da chuva, esse número ficou abaixo, afirmou Celso Augusto, coor denador de grandes eventos da Prefeitura.

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros informaram que houve poucas ocorrências, en tre elas um pequeno acidente em um brinquedo inflável e algumas crianças perdidas no parque.

História

Fundada por Mateus Leme, em 1693, todo dia 29 de março é comemorado mais um ano da região região na qual pre dominam as araucárias e teve como seus nativos os Tupi -Guaranis, que a chamavam de Curii Tyba, que significa muito pinheiro ou muito pinhão. Ao longo desses 322 anos, a metrópole tornou-se referência por ser a capital ecológica, cidade sorriso e cidade modelo.

Dante Mendonça, que traba lha como colunista em um dos

principais jornais da cidade, lembrou três acontecimentos históricos da capital parana ense, o nascimento da Rua das Flores, em 1970; a neve em 1975; e neste ano os protestos quando aproximadamente 80 mil pessoas foram às ruas contra a corrupção do gover no. Por fim, Mendonça afirma que, para ele, uma manhã de sábado na Rua das Flores, um café na Boca Maldita e uma caminhada até o Teatro Gua íra são indispensáveis para quem está em Curitiba.

O público não desanimou nem debaixo de chuva e fez

09
2015
Curitiba, 14 de Abril de
Especial
O Jardim Botânico é um dos cartões postais mais famosos da cidade fila para provar o bolo de 600 quilos Virgínia Thais Freitas
O que não faltaram foram elogios à cidade sorriso”
Virgínia Thais Freitas

Polícia Aplicativo ajuda a localizar carros roubados

O Sinesp Cidadão utiliza o banco de dados do Denatran para verificar a situação legal de veículos

U m aplicativo do Minis tério da Justiça está ajudando a polícia do Paraná a localizar veículos roubados. Trata-se do Sinesp Cidadão que, lançado há pouco mais de um ano, já contabiliza mais de 3,6 milhões de downloads. O serviço está disponível para celulares e tablets com siste mas Android, IOS e Windows, além de uma página no portal do Sistema Nacional de Infor mações de Segurança Pública (Sinesp) que permite a consul ta através do computador.

O aplicativo utiliza informa ções do banco de dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para ave riguar a situação de qualquer veículo, basta digitar o núme

ro da placa e imediatamente o serviço informa se o carro está em situação legal ou ilegal, além de trazer informações sobre modelo, marca, ano de fabricação e cor do veículo.

Cleusa de Oliveira, 42 anos, é enfermeira e já utilizou o aplicativo para identificar um veículo roubado que estava parado em frente à sua resi dência, no Água Verde. “Em uma madrugada de sábado para domingo, um gol com placa de Almirante Taman daré estacionou em frente à minha casa, em uma vaga de parada rápida, e lá perma neceu o domingo inteiro e segunda-feira também. Isso me despertou suspeita, então consultei a placa no aplicativo

e vi que, realmente, o carro tinha um alerta de roubo. Liguei para a polícia e uma hora depois eles já estavam no local”, conta Cleusa.

O ato de Cleusa foi absolu tamente correto, segundo o delegado titular da Dele gacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba (DFRV), Cassiano Alfieiro. “Ao verifi car que um carro está com a situação ilegal no aplicativo, o cidadão deve contatar ime diatamente a polícia, pelo 190 ou diretamente com a DFRV. É importante que a pessoa não se aproxime do veículo, não tente seguir e nem deter o criminoso, pois isso põe em risco a vida do cidadão. É importante sim a participa

ção do povo, mas a partir da denúncia quem tem que agir é a polícia, pois o cidadão já fez sua parte”, explicou.

Segundo o último relatório estatístico da Secretaria Es tadual de Segurança Pública do Paraná (SESP), divulgado em janeiro deste ano, 24.715 veículos foram furtados ou roubados em todo o Estado, somente em 2014. Sendo que 15.068 foram recuperados. A maioria desses crimes (8.871) aconteceu na região de Curi tiba. Para Alfieiro, o aplicativo colaborou muito para que o número de veículos recu perados chegasse a 60%. “O aplicativo tem sido bastante utilizado pela população, chegam bastantes denúncias na delegacia por conta do aplicativo, a população se torna os olhos da polícia nas ruas. Isso colaborou com o aumento do índice de veículos recuperados”, relatou.

O aplicativo pode identificar também veículos com placas clonadas, é o que explica o delegado Alfieiro. “Quando verificamos que a descrição do veículo que se encontra no aplicativo não bate com o que está na rua, percebemos que trata-se de placa clonada”, conclui o delegado.

Além da função de consulta de placas veiculares, o aplicati vo Sinesp Cidadão também conta com mais duas funções. A consulta de mandados de prisão, que necessita do nome do indivíduo, da mãe dele e de um número de documento para que seja efetivada a pes quisa. E também um banco de dados com informações sobre pessoas desaparecidas.

10 Curitiba, 14 de Abril de 2015
O app já tem 3,6 milhões de downloads e está disponível nas plataformas IOS, Android e Windows
Sérgio Junior

A vulnerabilidade dos taxistas

Os índices apontam que a cada ano, mais de 10% da frota de táxis curiti bana sofre com ataques criminosos

Todas as semanas taxistas sofrem algum tipo de violência. Apesar dos carros possuírem uma cor característica, muitas vezes o que acontece com esses trabalha dores passa despercebido. Curitiba conta com mais de três mil táxis e segundo o Sin dicato dos taxistas (Sinditaxi), entre sexta-feira e domingo, acontecem aproximadamente quatro assaltos. Em feriados como o carnaval o índice sobe para 12.

Mesmo vivendo com o incerto, os motoristas não são autorizados a andar com nenhum meio de defesa, já que o armamento é proibido e a instalação de câmeras de segurança é inviável devido ao alto custo. Além disso, a Polícia Civil afirma que não há nenhum tipo de proteção especial à classe e como toda vítima, após sofrer a violência, deve-se fazer o boletim de ocorrência (B.O.). Entretanto, a maioria dos taxistas assal tados acaba não fazendo o B.O., pois demora tempo para ser efetuado e o profissional perde ainda mais dinheiro. “Você opta entre o sustento da sua família ou fazer uma ocorrência”, conclui Erasto Luiz Ribas, conselheiro do Sinditaxi.

A classe afirma que o uso do aplicativo Whatsapp é o prin cipal meio de comunicação e de segurança. A partir do momento que um motorista sofre algum tipo de violência, seus colegas são alertados e as informações capazes de identificar o delinquente são repassadas rapidamente.

Outra dificuldade é o infrator não possuir um estereótipo.

Taxistas já foram assaltados por mulheres grávidas, ho mens engravatados, indivídu os mal trajados, entre outros. O próprio motorista é quem tem que identificar a índole dos passageiros. Ribas confir ma que a única defesa que ele tem é antes da pessoa sus peita entrar no carro, depois, não há como agir, a não ser cedendo. Quanto às localida des onde mais ocorrem deli tos, hoje em qualquer lugar e qualquer hora podem aconte cer, contudo grande parte dos funcionários concordam com o que o taxista João Jorge Cor deiro Neto, que já foi assalta do duas vezes, afirma: “à noite a vulnerabilidade é maior, não só para o taxista, mas para qualquer pessoa”.

Edson Rodrigues, administra dor de uma empresa de táxis, diz que a grande reclamação de seus funcionários é em relação a pontos de táxis mal iluminados. Rodrigues alega que como meio de proteção

do motorista, em casos de violência, um alerta de perigo é dado pela vítima e a partir disso, a empresa encaminha outros carros para darem assistência e acionam a polícia. Mesmo assim, a hostilidade dos assaltantes é cada vez maior. “90% dos nossos clien tes tem uma frequência de solicitações fazendo que gere uma confiança e segurança no sistema de rádio táxi, mas isto não quer dizer que não ocor ram assaltos também com rádio chamadas”, conta.

Ser taxista nos dias de hoje é uma profissão arriscada devido às inúmeras faltas de proteção tanto particular, quanto pública. “Se um bandi do pega o táxi, ele (o moto rista) não vai saber se é uma pessoa confiável ou não, vai que ele o leva para um lugar longe e depois não receba”, declara Danieli Pereira. Já Rafael Rangel contou que seu pai foi assaltado duas vezes e em determinada situação con

seguiu se defender ao apontar o celular, que se parecia com uma arma, para o bandido, o qual se assustou e fugiu.

No começo da gestão do pre feito Gustavo Fruet foi feita a proposta de fazer uma central de monitoramento efetuada pela Guarda Municipal em prol da segurança dos taxis tas, porém, o presidente do Sinditaxi, Abimael Mardegan, declara que aconteceu apenas uma reunião e em três anos não houve progressos em relação a isso. Todavia, Marce lo Ferreira, coordenador da fiscalização de táxis da URBS, alega que está sendo iniciado um projeto de monitoramen to capaz de abranger 64% da frota de táxis vinculados às centrais de chamada. Ferrei ra conta que o controle será feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO) em tempo real e que após aprovado, será estendido a todos os taxistas da cidade.

11 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Polícia
Joana Sabbag Taxistas curitibanos vivem em alerta devido ao s altos índices de violência e falta de segurança

Esportes Venda de bebidas poderá ser liberada nos estádios

Vereador lança projeto para regulamentação de venda de bebidas alcoólicas

U ma proposta protocolada pelo vereador Pier Petru ziello (PDT), que conta com o apoio de outros oito vereadores, está tramitando na Câ mara Municipal de Curitiba. O projeto em questão visa à liberação da venda e consu mo de bebidas alcoólicas nos estádios da capital. Proibida desde 2010, a comercialização seria liberada exclusivamente em bares e lanchonetes, so mente antes do jogo e durante o intervalo.

O vereador, que também é advogado e conselheiro do Coritiba, tem pressa e preten de aprovar a proposta até o mês de maio, quando começa o campeonato brasileiro. “Pretendo colocar em prática isso logo por mais que eu es teja ciente que ainda passará pelas comissões e depois pelo plenário. Não é válido que o Estado fique nos inibindo de tantas coisas, e os nossos direitos como cidadãos? E outra, as bebidas serão servi das em copos ou garrafas de plástico e com teor alcoólico de até 14%, tudo será rigoro samente fiscalizado para que nenhuma imprudência seja cometida. A empresa que ficar responsável pelo comércio terá o papel de enfatizar ao público os riscos de dirigir embriagado, entre outros pontos que serão detalhados. E caso ocorra o descumpri mento, isso irá acarretar em uma multa podendo chegar a até R$ 15 mil. O que eu pre tendo com esse projeto é que todos tenham mais liberdade, que não fiquem presos a proi bições ridículas”, comenta.

Em Porto Alegre, um projeto parecido foi aprovado e o con sumo de bebidas alcoólicas

É uma lei que se sustenta, porque o estatuto do torcedor não diz nada específico sobre isso”

nos estádios da capital gaúcha passou a ser liberado, este fato deixa Petruziello confian te. “Estou muito otimista, se em Porto Alegre com apenas a sanção do prefeito foi libera do, aqui não deve ser diferen te, são várias as pessoas que estão a favor e eu creio que é apenas uma questão de tempo e estudos mais profundos para que seja enfim, liberada, sem contar que é uma lei que se sustenta, porque o estatu to do torcedor não diz nada específico sobre isso, só diz a respeito de bebidas acondicio nadas em garrafas de vidro e isso não vai acontecer aqui”, explica. O projeto tem o apoio de diversos torcedores, entre eles, a estudante Thaise de Oliveira, 21 anos. Ela acredita que a bebida não mudará em nada a realidade da segurança fornecida nos estádios. “Sou a favor sim, não é um copo de cerveja que vai fazer os torcedores brigarem, não é a proibição que vai acabar com a violência”, desabafa.

este projeto, ao afirmar que a venda de bebidas alcoóli cas nos estádios implicaria no aumento da violência. “A cultura do brasileiro é beber cerveja e fazer churrasco e essa cultura deve ser manti da longe dos estádios. Será que ele [Petruziello] não sabe que há famílias e crianças assistindo ao jogo? Os índices de criminalidade compro vam esta afirmação, é só ele [Petruziello] pesquisar mais para saber que isso é o maior erro, isso incentivará cada vez mais a violência, temos ocorrências que comprovam isso, não dá para por em

prática um projeto desses, é um absurdo”, completa. Já a advogada de direito criminal, Ana Carolina Mariani, 29 anos, apoia o projeto. Para Ana, o Estado deveria ser me nos intervencionista. “Sou a favor do projeto que pretende liberar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios porque sou contra um Estado tão intervencionista, acredito que a violência pode aumentar, porém, a segurança deverá ser reforçada. Não se deve tirar o direito dos torcedores de tomarem sua cerveja, não cabe ao Estado se meter nisso”, completa.

A visão das autoridades

O órgão responsável pela segurança nos estádios de Curitiba é a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) e o de legado responsável Clóvis Galvão é totalmente contra

Fora do estádio, o consumo de bebidas alcólicas ainda é liberado

12 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Saila Caroline

Uma nova vida longe do Oriente Médio

da vida de quem conviveu com a guerra de perto

S e ela estivesse andando na Rua XV passaria desperce bida. Além dos olhos pintados de preto e o batom cor-de-rosa, Dalia é uma jovem comum. Nada a denunciaria, nem suas roupas, nem seu cabelo à mos tra. Se ela nunca falasse uma palavra, ninguém perceberia que Dalia é uma jovem árabe, mais especificamente, uma jovem síria.

Com apenas 24 anos, Da lia Barbara não usa lenço ou burca para esconder os cabelos castanhos e se veste como uma mulher ocidental normal. Mas conhece a dor melhor do que gostaria. Ca tólica em um país de maioria muçulmana, ela é casada há apenas quatro meses com Faris Joseph Trabelsi, um ho mem de 27 anos também cató lico. Os dois estão refugiados em Curitiba há menos de um mês, e em tão pouco tempo fora da Síria, têm apenas uma certeza: não querem voltar para lá tão cedo.

O país sofre com a guerra há mais de quatro anos. Dalia e Faris são apenas dois entre os mais de 11 milhões de sírios que foram obrigados a deixar seus lares por questões de segurança. A guerra teve início em 2011, após a forte repressão às manifestações contra o governo do presi dente Basharad al-Assad. Em Aleppo, cidade de origem do casal, falta luz, água e comida. Os terroristas do Estado Islâ mico tomaram conta do lugar e fecham a cidade quando têm vontade. Assim, com a escas sez de produtos essenciais, os terroristas vendem água e comida a preços absurdos. Além disso, bombas são como a chuva e podem cair a qual

quer momento. A morte faz parte do cotidiano. Pais sem filhos e filhos sem pais andam pelas ruas com um único pensamento: podem morrer a qualquer hora.

Em uma pequena casa aluga da no bairro São Francisco, Dalia e Faris concordaram em contar um pouco sobre suas histórias. Me receberam na companhia de Karim Hanna, um jovem também sírio e católico que está no Brasil há pouco mais de um ano.

Sentamos em uma sala praticamente vazia. Dois sofás pequenos e uma janela constituem a decoração do ambiente. O casal não fala português, por isso, Karim atuou como tradutor. No início da conversa, Dalia serve um pedaço de bolo para todos que estão presentes e coloca uma cadeira na frente de cada um.

– É um costume árabe, expli ca Karim. A cadeira é porque eles ainda não têm mesa.

Os relatos são tristes e muitas vezes chocantes. Em sinal de nervosismo, Faris começa a mexer em um maskabah, uma espécie de colar árabe, usado para tentar relaxar.

- Uma vez, os terroristas envenenaram uma bebida típica árabe, porém consumi da apenas por católicos, foi assim que meu tio morreu, envenenado por terroristas, conta Faris. Em seguida ele se levanta e mostra um vídeo de um católico sendo decapitado no meio da rua.

Com dificuldade para falar português, Karim conta que

em uma manhã de domingo, um carro bomba explodiu a apenas algumas quadras da casa onde morava.

- As janelas tremeram, foi um barulho horrível. Quando percebi o que havia aconte cido, eu e meu irmão saímos para ajudar as pessoas na rua. Tinha muito sangue, muitas pessoas mortas e machuca das. A mídia mostra uma coisa, mas só quem viu sabe o que é a guerra. Teve um dia em que 22 bombas explodi ram em 40 minutos.

Karim diz que a vida no Brasil é muito melhor. Há um ano, seu pai vendeu tudo o que tinha para se mudar para São Paulo com a família e tentar abrir um restaurante de comi da árabe para se manter.

- Para nós que somos jovens é fácil se adaptar a um novo país. Mas para os mais velhos que não conseguem apender o português é muito difícil, diz o rapaz.

Em meio a lembranças tão tristes, os três conversam em árabe e riem de alguma coisa que só eles entenderam. Ape sar da curiosidade, preferi

não perguntar sobre o que estavam falando, afinal, se Karim não traduziu a conver sa, provavelmente eles não queriam que eu soubesse.

- Pensamos em ter filhos aqui, comenta Faris sorrindo.

Karim já está acostumado à cultura brasileira e consegue se comunicar em português. O casal porém, recém-chega do no país, passa por algumas dificuldades, principalmente em relação à língua. É uma nova realidade para todos, uma nova chance de recome çar e ter uma vida digna, lon ge do sofrimento da guerra.

- Só quem viu a guerra de perto sabe como é. É muito complicado expressar senti mentos tão fortes em outra língua, finaliza Karim.

Ao final da conversa, Dalia pediu que eu a adicionasse em minha rede social caso eu precisasse de mais alguma informação. Depois de horas conversando, Faris me levou até a porta. Agradeci por terem me recebido e desejei boa sorte nessa nova etapa de suas vidas.

13 Curitiba, 14 de Abril de 2015 Literário
Da esquerda para a direita, Dalia, Faris e Karim

Cultura Diversão e arte na Cidade Sorriso

Foram 11 dias de cultura, gastronomia, risadas e música no Festival de Teatro de Curitiba

O Festival de Teatro de Curitiba iniciou sua 24ª edição no dia 25 de março e terminou dia 05 de abril. Foram apresentadas cerca de 420 peças, das quais 92 ocor reram gratuitamente nas ruas e praças e aproximadamente 200 mil pessoas comparece ram aos eventos.

“O Festival de Curitiba é uma ótima oportunidade para aqueles que estão iniciando, é um lugar para mostrarmos o nosso trabalho e a nossa arte, apesar das dificuldades”, diz a atriz Janaína Fukushima.

Já o ator Felipe Aidar teve sua estreia em uma peça profis sional no festival, e conta que está muito emocionado. “É minha primeira vez em Curi tiba e no festival. É uma coisa maravilhosa de se ver, porque todos sabem que esse tipo de evento não é fácil de organi zar e exige inúmeras pessoas trabalhando e batalhando por uma coisa que é minha vida, o teatro”, conta ele.

O festival teve seis tipo de programações: Mostra, Frin ge, Risorama, Gastronomix, Guritiba, Na Rua e MishMash.

Mostra

A Mostra conteve as princi pais peças do festival, pos suindo uma produção mais elaborada e contou com a par ticipação de grandes nomes da dramaturgia, como Andréa Beltrão e Marco Nanini. Foram exibidas 29 peças nos teatros de Curitiba, algumas das peças principais foram Cinderela, Silêncio, Gotas D’água Sobre Pedras Escal dantes, Ensaio para um Adeus Inesperado e ainda contou com apresentações especiais de peças internacionais, como Numax e A House in

Cinderela, uma das peças da Mostra Asia, da Espanha, Double Rite, da Dinarmaca e Surfa cing, do norte-americano Holcombe Waller.

Gilda Nomacce, atriz de uma das atrações da mostra, conta que toda a equipe ficou feliz por estar em Curitiba. “Foi uma apresentação para um público maior do que estáva mos acostumados, houve uma atenção maior nos detalhes. Entrar no Guairinha foi muito

Fringe

O Fringe é um espaço para grupos de teatros indepen dentes, que procuram uma oportunidade de visibilidade e de divulgação de seu traba lho. Um exemplo é o grupo A Sociedade Secreta Papa Joana, que estreou a peça A Hora do Zum Zum, inspirada em um TCC das três amigas e atrizes, Bárbara Camargo, Daiane Cristina e Janaína Fukushima.

Janaína conta como é difícil, mas recompensador ser atriz. “Trabalhar no teatro é ser tudo: sonoplasta, maquiado ra, publicitária, figurinista, produtora, ter que vender sua peça, se virar em mil e ainda estar no palco linda e maravilhosa”.

O trio revezava o papel da Lu cia McCartney, simbolizando as diferentes facetas da per sonagem criada por Rubem

emocionante, fiquei arrepia da, pois é um teatro histórico, lindo e com uma acústica maravilhosa”, diz Gilda.

Além de criarem e atuarem, as três mulheres também dirigi ram, coordenaram e produzi ram o espetáculo.

Fonseca. A obra de Fonseca foi publicada em 1962 e conta a história de uma prostituta de luxo que acaba se apaixo nando por um cliente. “Nós

14 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Gabriela Janh
“O Festival de Curitiba é uma ótima oportunidade para aqueles que estão iniciando”

Cutura

mesclamos a obra de Rubem com a teoria do livro Amor Líquido, de Zygmunt Bau man, que explica a misteriosa fragilidade dos laços humanos atualmente. A Lúcia é uma pessoa que tem os relaciona mentos amorosos mais fur tuitos e rápidos que, de certa maneira, se tornaram comuns hoje em dia, e nós queríamos mostrar como esse amor pode ser doloroso e lindo ao mesmo tempo”, diz Bárbara.

Na Rua

Para abranger mais a popula ção, o Na Rua é um especial de espetáculos, a maioria grátis, que foram apresentados em lugares públicos da capital paranaense. No total foram 58 peças, com uma média de três apresentações por grupo.

Gastronomix

O Gastronomix é um evento da alta gastronomia, que ocor reu nos dias 28 e 29 de março, no Museu Oscar Niemeyer (MON). Contou com 30 barra cas das mais variadas comi das como italiana, indiana, francesa, baiana, paranaense e até um caminhão de comida fast-food.

A entrada custou R$ 10,00 e os preços do cardápio variavam entre R$ 10,00 e R$ 20,00. To dos os pratos foram pensados para não precisarem de faca, então entregaram aos partici pantes um garfo e uma colher de madeira.

O ambiente estava descon traído e animado. Havia uma banda ao vivo, a Duo In Blues, que tocava rocks clássicos, desde Elvis a Ray Charles, entretendo o públi co que esperava na fila e até mesmo os cozinheiros, que acabavam dançando junto com a música.

Ainda havia várias mesas e tendas espalhadas pelo local e algumas camas feitas com pallets para quem quisesse

descansar. Foram oferecidas aulas de drinques, café, de gustação de bebidas, e para as crianças, uma mini apresen tação de dança, feita pelo grupo Buzum.

Beth Beltrão trabalha há 25 anos no ramo de gastronomia e diz que está muito feliz com o Gastronomix. “Nessa onda do Festival de Teatro acabei me sentindo uma artista também, pois poder colaborar com a arte do sabor é muito legal, o povo aqui é muito acolhedor”.

A chef ainda conta que o prato principal é costela com ora-pro-nóbis, o qual muitas pessoas estão comendo por curiosidade. “O ora-pro-nóbis é a única planta que tem todos os aminoácidos essenciais, propriedades anticancerí genas e que pode substituir a carne por conter a mesma quantidade de proteínas que um pedaço de bife. Dizem que é afrodisíaca e que foi desco berta pelos escravos. Como não sabiam o que estavam comendo, começaram a rezar, nomeando a planta de ‘ora pro nobis’ que significa ‘orai por nós’”, explica Beth.

O mineirinho crocante é um prato composto de costela com ora-pro-nóbis, acom panhado de pimenta, alho e molho agridoce.

Outro sucesso foi o hambúr guer do restaurante Fábrica Gourmet, que precisou ser adaptado durante o festival, tendo seu tamanho reduzido para atender todas as pesso as da enorme fila. A união de pão, hambúrguer, bacon, cheddar e molho barbecue foi sucesso garantido.

O Festival de Teatro de Curi tiba agradou a todo o público, independente da idade. Nos palcos, na música, na comida, com atrações para todas as gerações e todos os gostos.

15 Curitiba, 14
2015
de Abril de
Nicole Leite Chicken Tikka Massala, prato indiano Gilmar Montargil Cena da peça Gotas d’água Sobre Pedras Escaldantes Hambúrguer de angus com cheddar e bacon Nicole Leite Nicole Leite Mineirinho crocante Beto Nogueira, chapeiro há 10 anos Entrada do evento Ariele Hosseini Gilmar Montargil

Ensaio Verde e amarelo

Organizada pelas redes sociais, a manifestação pedindo mudanças polí ticas reuniu milhares de pessoas em Curitiba

16 Curitiba, 14 de Abril de 2015
Concentração dos manifestantes na Praça Santos Andrade Ato contou com manifestantes de todas as idades Participantes se pintam com as cores da bandeira nacional Cartazes relembram impeachment do ex presidente Fernando Collor

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.