Comunicare 252

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Recomeça a guerra contra a dengue Com a chegada do calor, cuidado deve ser redobrado.

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Política é hereditária no Paraná Sete deputados estaduais eleitos são herdeiros de políticos famosos.

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Visitar cemitérios também é cultura Locais revelam aspectos históricos e sociais das cidades.

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Corrente Cultural

Música,

Curitiba, 27 de Novembro de 2014 - Ano 17 - Número 252 - Curso de Jornalismo da PUCPR O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
teatro , cinema, fotografia, gastronomia
muitas
e
outras atrações marcaram a 6ª edição do evento em Curitiba. Páginas 08 à 11

Mobilidade Especial

Veículos adaptados auxiliam no transporte de pessoas com deficiência em Curitiba

Nicole Leite

No dia 27 de março de 2013, o Programa Acesso - Transporte Especial, criado a partir da ação conjunta da Se cretaria Municipal da Saúde (SMS), Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Defi ciência (SEDPCD) e Fundação de Ação Social (FAS) começou a funcionar em Curitiba, facilitando o deslocamento de pessoas com deficiência para hospitais ou serviços de saúde.

No final de outubro, os microônibus especiais foram reestruturados para ampliar o espaço reservado para cadeiras de rodas, aumen tando de três para sete vagas por veículo.

A assessora de imprensa do programa, Sara Beatriz Minuzzo, adianta que ainda existem planos para aperfei çoar o serviço. “Um dos pro jetos que está sendo estudado é a roteirização, dando um melhor fluxo, podendo assim otimizar e reduzir o tempo para assistência aos usuários”.

Já são 668 pessoas cadastra das. Os usuários são gratuita mente levados de suas casas até o local da consulta, e ao término do compromisso, o ônibus retorna com o pacien te. Os horários de funciona mento do transporte são de segunda à sexta-feira, das 7h às 18h e devem ser agendados com uma semana de antece dência. “O Programa Acesso atende em todas as áreas de saúde, odontologia, habili tação e reabilitação, além de socioassistenciais não conti nuados dentro do município de Curitiba”, explica Sara.

Carlos Alberto Lopes da Costa nasceu paraplégico e antes da implementação de veículos especiais ele sempre preci

sava que alguém o levasse para seus compromissos e afirma que o programa lhe oferece uma maior autonomia e mobilidade. “Agora facilita bastante. Tenho uma quali dade de vida melhor e não preciso depender toda hora das pessoas”, diz o rapaz.

Para a terapeuta ocupa cional, Marisa Gracita dos Santos, os ônibus adaptados são importantes tanto para ajudar na mobilidade quanto na autoconfiança de quem possui alguma deficiência. “É muito importante ofere cer subsídios para pessoas especiais se locomoverem com menos dificuldades para seus atendimentos, assim elas se sentem mais independen tes e inseridas na sociedade”, afirma a especialista.

O cadastro

Quem estiver interessado em utilizar o serviço deve entrar em contato pessoalmente, ou através de seu responsável, com o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do seu bairro, levando consigo cópias do documento de iden tidade e do laudo médico da deficiência (emitido até dois anos antes);

- A assistente social do CRAS preenche uma ficha de triagem e faz um relatório de avaliação;

- Se o relatório indicar necessidade de atendimento pelo acesso, o pedido irá para a SEDPCD, que providenciará a carteirinha de usuário, com validade de dois anos.

- A pessoa com deficiência ou seu responsável retira a car teirinha de usuário no CRAS. Junto será entregue o regula mento do serviço.

02 Curitiba, 27 de Novembro de 2014 Cidades Expediente Edição 252 - 2014 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Kássio Pereira 2º Período EDITORES Deuzelino C. da Silva 2º Período João Henrique Faria Costa 2º Período Juliana Corrales 2º Período Julyana Lara Dal’Bo 2º Período Leonardo H. dos Santos 2º Período Luciano Schmidt 2º Período Marina Bittencourt Cardoso 2º Período Matheus Rocha Carneiro 2º Período Matheus Urbano 3º Período Nicole Lopes 2º Período Thaís Barbosa 2º Período Rodrigo Sigmura 2º Período Sarah Cantú 2º Período Sérgio Júnior 2º Período Vinicius Costa Pinto 3º Período Vitor Brunatto Ferraz 2º Período Vitor Hugo do Amaral 2º Período Karen Loayza 3º Período PAUTEIROS Álex Biega 2º Período Ana Carolina de Souza 3º Período Andrea Duarte Ross 2º Período Andressa Elesbão 2º Período Anna Caroline A. Pires 3º Período Brenda Iung 2º Período Caroline Ribeiro da Silva 2º Período Eleonora Apolo 2º Período Gabriel Guedes 2º Período Gabriela M. da Cunha 2º Período Joana Sabbag 2º Período Larissa Camargo Saldanha 2º Período Laura Alvarenga 2º Período Manuella Hoepfner 2º Período Marcela Mazetto 2º Período Paulo Pelanda 2º Período Verônica Alves 3º Período Viviani Moura 2º Período

Ensino na era da pós-modernidade

A forma de apresentar –e apreender – o conteúdo em sala de aula mudou muito nos últimos anos

Cada professor tem sua forma preferida de dar aula. Mas nos últimos anos, a era digital se infiltrou nas sa las de aula e muitos docentes trocaram o quadro-negro por maneiras modernas de expor o conteúdo, utilizando slides, projeções e animações. Con tudo, os professores afirmam que, atualmente, a prática docente é facilitada pela capa cidade e acesso à informação por parte dos alunos.

João Carlos (o professor não quis se identificar), docente da rede pública estadual, afirma que, para seus colegas, o passar dos anos traz segu rança, confiança e experiência em sala. A mudança na forma como os alunos encaram a escola foi muito influencia da pela globalização e para Carlos, “os alunos de hoje

têm capacidade de adquirir muito mais conhecimento em menos tempo que em outras épocas”.

Quanto ao comportamento do aluno, no aspecto disciplinar o professor entende que ocor reu uma perda de autoridade e respeito, mas realça que a parte positiva das mudanças na dinâmica da sala de aula é o aumento do caráter crítico dos questionamentos, que exigem docentes sempre atualizados com as novidades. “O aluno passou a interagir com o professor em busca do conhecimento”, concorda Ma ria Helena Brunatto, profes sora da Escola Municipal Eny Caldeira, no Bacacheri.

Para o aluno do terceiro ano do ensino médio Guilherme Gorges, 17 anos, a transição do

quadro-negro para os slides pode complicar a explicação de algumas matérias. “Exa tas, por exemplo, tem que ter explicação com quadro e giz. Fica mais fácil de compreen der o conteúdo”. Gorges, estu dante do Instituto Federal do Paraná (IFPR), diz que lá os professores de humanas apro veitam para usar slides com gráficos, mapas e imagens.

“Ainda uso muito o qua dro-negro, o giz e material impresso”, admite Carlos, professor há 22 anos que acre dita na importância do livro impresso, ainda que o digital possa aumentar a eficiência das aulas.

Maria Helena, que leciona há 30 anos para os primeiros anos do ensino fundamental, afirma que as ferramentas di

gitais não podem ser deixadas de lado. “Há softwares com jogos que auxiliam os alunos na aquisição da escrita, jogos matemáticos, etc”, comple menta a professora. Para ela, a construção de conceitos na fase de alfabetização exige a utilização do material con creto, mas os jogos digitais cognitivos e lúdicos auxiliam na compreensão.

Sem dúvida, o conteúdo apresentado de forma digital para a atual geração de alunos chama mais atenção, deixa a aula mais dinâmica e fácil de compreender. Para Gorges, cabe ao professor escolher o método que é mais satisfató rio para a turma e condizente com a matéria ministrada.

Novos radares móveis em Curitiba

Os aparelhos começaram a ser utilizados para pre venção de acidentes

No dia 16 de outubro, a Pre feitura de Curitiba come çou a utilizar radares móveis nas vias mais movimentadas da cidade. Eles foram im plantados com o objetivo de reduzir o número de aciden tes envolvendo excesso de velocidade. Os equipamentos consistem em aparelhos que ficam apoiados em tripés, em lugares e horários desconhe cidos, e são dificilmente nota dos por motoristas, evitando assim o famoso movimento de “redução e depois acelera ção” próximo a radares fixos e lombadas eletrônicas.

Segundo a Secretaria de Trânsito (Setran), 25% dos aci dentes de trânsito na capital paranaense com vítimas são causados por alta velocidade dos condutores. Os radares

já estavam em uso prévio na Avenida Sete de Setembro e na Rua XV de Novembro, no Centro, mas agora se espa lham por toda a cidade.

Para Francielle Ciconetto, 23 anos, agente de intercâmbio, essa implantação tem seus prós e contras. “Obviamen te ver essa movimentação e preocupação da Setran é muito gratificante, mas ao mesmo tempo é ruim para os motoristas, já que a chance de ser multado acaba sendo maior”, explica.

Já Geraldo Roberto, 42 anos, empresário, acredita que essa iniciativa traz mais interes se financeiro por parte dos órgãos de trânsito do que pre ocupação com a população. “O fato de ter um radar secreto

não vai impedir os acidentes, a única coisa que vai mudar é a quantidade de multas que a população paga”, critica.

As primeiras nove vias que receberão os radares móveis são: Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres); Rua Marechal Otávio Sal danha Mazza (Capão Raso);

Rua Francisco Ratani (Capão Raso); Rua Maria Lúcia Locher de Athayde (CIC); Rua Jovino do Rosário (Boa Vista); Rua Frederico Maurer (Hauer); Rua Canadá (Bacacheri); Rua XV de Novembro e Avenida Sete de Setembro, ambas no Centro.

03 Curitiba, 27 de Novembro de 2014 Cidades
Excesso de velocidade é a causa de 25% dos acidentes com vítimas Manuella Hoepfner

Cidades Recomeça a batalha contra a dengue

Agentes da Secretaria Municipal da Saúde percorrem a cidade em busca de focos do mosquito

N o dia 16 de outubro, agentes da Secreta ria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) iniciaram uma inspeção em 25 mil imóveis em Curitiba para fazer um diagnóstico sobre os focos de infestação do mosquito transmissor da dengue na capital paranaense.

Os resultados obtidos nesta pesquisa direcionarão as ati vidades de controle do vetor nas áreas de maior risco. De acordo com a coordenadora do Programa Municipal do Controle da Dengue, Juliana Martins, todos os bairros foram inspecionados.

“Nesse tipo de campanha é fundamental que a popula ção permita a entrada dos agentes de controle de vetores nos imóveis”. Além disso, a coordenadora informa que os trabalhadores sempre são identificados com uniforme e crachás.

Ainda não foi divulgado pela SMS se houve casos de den gue na cidade. No entanto, Curitiba tem um bom histórico contra a dengue. Na última vistoria, feita em fevereiro deste ano, os agentes encon traram apenas um foco. Para manter esse índice, Juliana diz que a população também precisa ajudar.

“A piscina de plástico é uma das principais vilãs deste ano. Como está calor, muitas famí lias estão usando, mas é preci so precaução, pois é um lugar propício para o mosquito.

Para afastá-lo, é importante escovar a borda da piscina semanalmente. Quando não estiver utilizando-a, tem que

mantê-la coberta”, relata. Ricardo Martins, 54 anos, é médico e afirma que a dengue é uma doença cíclica e, com a chegada do calor, cresce consideravelmente a chance da formação de focos do mosquito. “É preciso que a população fi que mais atenta aos locais que

Bacacheri, os mosquitos transmissores da dengue se reproduzem mais rápido por questões hormonais. “Quando a temperatura está muito alta, o ciclo de repro dução dos mosquitos é bem mais acelerado do que no inverno. Para piorar, nessa época também temos bastante

O uso de uniforme é obriga tório, pois assim o agente é identificado pela população como um funcionário da SMS.

Para mais informações, acesse o site www.curitiba.pr.gov.br

podem se tornar reservatórios de água parada”, diz. Zenilda de Souza, 50 anos, é moradora no Pinheirinho e diz que sempre colabora com os agentes para uma boa inspeção em sua casa.

“Eu acho essencial esse tipo de campanha, afinal, trata-se de nossa saúde. Muita gente espera acontecer algo ruim para começar a se prevenir, mas não é assim, pensar no próximo e no bem estar de todos é muito importante”. Ela ainda ressalta que já teve parentes que pegaram a doen ça em outros estados. “Um tio meu ficou internado por uma semana com suspeita de dengue, a família inteira ficou muito preocupada, afinal, não é uma gripe, é uma doença que, se não cuidada, pode levar à morte”.

Cuidado no calor

Em dias quentes, segundo Leonice Moraes, enfermei ra na Unidade de Saúde

chuva e o acúmulo de água limpa é essencial para a sua reprodução. É por causa disso que temos que evitar a água parada”, conta.

Leonice disse que nunca recebeu casos de suspeitas de dengue, mas isso não é moti vo para descuido.

“Aqui em Curitiba, por ser uma cidade fria, acredito que o número de suspeitas seja bem baixo, mas isso não significa que devemos ficar com os braços cruzados, mui to pelo contrário, devemos continuar mantendo a cidade livre dessa praga”.

Segurança

Para confirmar se o agente da dengue realmente faz parte da equipe da SMS, basta ligar no 156 e perguntar para a atendente se o funcioná rio presente em sua rua é realmente um participante do projeto. Ela dirá se o profis sional está ou não na área em que você mora, além de passar seus dados.

Prevenções

Como evitar a dengue

• Limpar piscinas;

• Deixar garrafas com o gargalo virado para baixo;

• Limpar os potes de animais de estimação;

• Limpar a caixa d’água;

• Escorrer o líquido dos vasos de flores;

• Manter o lixo fechado e vedado.

04 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Eu acho essencial esse tipo de campanha, afinal, trata-se de nossa saúde”

Entenda o horário de verão

A economia de energia é somente uma das van tagens do novo horário, que prioriza o consumo racional

O horário de verão, que começou dia 19 de outubro, é adotado por 10 estados das regiões Sul, Sudeste, Centro -Oeste e pelo Distrito Fede ral. De acordo com a Copel, diferentemente do que muitas pessoas pensam, o objetivo desse horário não é reduzir o consumo de eletricidade, mas distribuir de maneira mais racional a elevação da demanda das classes consu midoras durante o horário de pico – das 18h às 21h. Assim, aliviam-se as condições de operação de instalações como usinas geradoras e linhas de transmissão.

Segundo a Copel, espera-se uma redução de 4,5% na demanda do sistema elétrico durante o horário de pico, porém, isso não significa que não há uma economia de energia. “Existe sim uma redução nos níveis de consu mo, mas ela é muito discreta, da ordem de 0,5%”, explica

Marcelo Rothen, assessor de imprensa da empresa. E o mo tivo é o melhor aproveitamen to da luminosidade natural do dia, reduzindo assim o tempo de uso de lâmpadas. “Por exemplo, a ativação dos sis temas de iluminação pública – cujas lâmpadas são acio nadas automaticamente ao escurecer – só acontece depois de ter encerrado o expediente na maior parte dos escritórios e indústrias e de superado o momento de maior demanda nas casas”, realça Rothen.

Carlos Bittencourt, coorde nador do curso de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), afirma que “alguns setores ganham mais com o horário de verão, como exemplo as academias. E as pessoas au mentam a qualidade de vida, pois usam os parques para atividades físicas diversas”. E com uma hora a mais de sol algumas lojas costumam

ficar até mais tarde abertas, principalmente na época que se aproxima, de férias e festas de fim de ano.

O horário de verão sempre tem início no terceiro domin go de outubro e se encerra no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, a menos que este seja o domingo de Car naval. Nesse caso, o final do horário de verão fica adiado para o domingo seguinte, o que acontecerá em 2015.

A estudante Princieli Rogoski

diz que adora o horário de verão. “Eu gosto porque o dia começa antes e também quando você volta do trabalho ainda tem um pouco de sol para aproveitar o restinho do dia”.

Já o agente de pastoral Cleverson Teixeira não gosta do novo horário. “Sofrerei com o sono durante o dia, as crianças ficam muito agitadas e não vão dormir antes das 22h30 por causa do escureci mento tardio”, lamenta.

Escritórios colaborativos

Chamados de coworkin gs, os empreendimentos compartilhados vêm ganhando força nos últi mos anos

Coworkings são escritó rios compartilhados com foco no pequeno e médio empreendedor que objetivam diminuir os custos fixos de uma empresa como água, luz e internet e criar uma rede de relacionamentos que permita que diversos setores estabe leçam contatos, formando assim, parcerias e novos clientes. Este novo modelo de escritório colaborativo surgiu em São Francisco, Estados Unidos, com o objetivo de extinguir o home office, escritórios montados na própria casa do empreende dor, servindo como separação entre o ambiente de trabalho e o familiar.

Nos últimos anos, o número de coworkings no Brasil vem aumentando significativa mente, de acordo com as estatísticas realizadas pela Global Coworking Census, companhia norte-americana especializada no segmento, que aponta ainda que o país é o sétimo em número de coworkings. A co-fundadora e sócia do Impact Hub, uma das empresas do segmento em Curitiba, Jéssica Maris Maciel, 24 anos, afirma que a procura por estes espaços colaborativos está crescendo de maneira expressiva no cenário curitibano.

Para a economista Kami

la Gabrielle Madalena, os coworkinks são o futuro da economia horizontal, modelo de gerenciamento que não apresenta hierarquia admi nistrativa. “O home office é frustrante e desgastante, inclusive, trabalhar em casa é um dos principais motivos para o fechamento de empre sas. Os coworkings surgem para liquidar esse problema e estabelecer fusões de star tups em empreendimentos milionários”. Segundo Jéssica, o profissionalismo é outro fator relevante.

Economia, interatividade, profissionalismo e infra estrutura são os principais

pontos positivos ofertados pelos coworkings, segundo seus usuários. Para o sócio proprietário da Agência Hop, Lucas Dieter, 19 anos, a possibilidade de expansão e o preço foram fundamentais na escolha. “Eu optei por um coworking por ele me oferecer toda a estrutura tradicional de um escritório, pela econo mia financeira e também pela possibilidade de conhecer pessoas de diversas áreas”, afirma o empresário que há seis meses tem seu escritório na Aldeia Coworking, locali zado no centro de Curitiba, a pioneira do segmento no Sul do Brasil.

05 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Economia
Aproveitar a luz natural é um dos objetivos do horário de verão

Jovens preferem estudar

Cai o número de jovens empregados ou procu rando trabalho

Ariele Hosseini

S egundo a Pesquisa Na cional por Amostras de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE em setembro deste ano, pouco menos de 16 mi lhões de brasileiros de 18 a 24 anos estavam trabalhando ou procurando emprego em 2013. Esse é o menor número desde que começaram as pesquisas, em 2001.

Daniel Poit, especialista em economia, diz que há vários fatores que determinam essa redução. “Um deles talvez seja a questão da pouca experiên cia. Principalmente no mer cado das empresas privadas, há uma busca por respostas e resultados muito rápidos. E o jovem quando entra para o

mercado de trabalho depende de treinamento, e as empresas nem sempre estão dispostas a investir, elas esperam que as escolas tenham feito isso”.

Poit diz que assim como na Alemanha, o Brasil deveria ter mais programas para ajudar o jovem a trabalhar e estudar,

“pois esse trabalho é com plementar aos estudos, e os estudos são uma capacitação para o trabalho”, afirma.

Além disso, no Brasil, os jovens tendem a morar com os pais por muito tempo e, de acordo com Poit, isso mantém uma dependência econômica,

o que contribui para a queda do trabalho jovem. Outro motivo apontado pelo econo mista é o fato de que os jovens e seus pais pensam que será melhor ele estar qualificado antes de procurar um empre go - e também porque será melhor remunerado.

Moradores e comecian tes sentem no bolso o aumento no preço de alguns produtos e servi ços na capital

Rafael Bronze

C uritiba é a terceira cidade com a taxa de inflação mais elevada do Brasil. A ca pital paranaense apresentou nos últimos 12 meses uma alta de 7,13% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística (IBGE).

A cidade ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (7,63%) e Recife (7,16%). Já a média nacional ficou em 6,75%, lembrando que o teto da meta estabeleci da pelo Banco Central (BC) é de 6,5%.

Mas o que é na verdade a inflação e como ela ocorre? O coordenador do curso de economia da Pontifícia Uni versidade Católica do Paraná (PUCPR) Carlos Bittencourt explica: “a inflação é uma alta persistente e generalizada no

74,1 72,3 70,4 2007 2011 2013

71,6 28,4 27,7 29,6 30,8 25,9

28,9 30,0

Trabalham e procuram emprego Não trabalham nem procuram emprego

Estudam

A estudante Brenda Matos é uma desses jovens que apenas estudam. ''Não quero trabalhar só por trabalhar e sim fazer algo dentro da minha área. Como ainda não me sinto pronta, estou só estudando”. Ela diz ainda que seus pais a motivam a estudar e que planeja traba lhar no exterior para ter a experiência internacional. 2001

Inflação afeta curitibanos

nível de preços de uma eco nomia”. Esse “inchaço” atinge todos os produtos e serviços, gerando a diminuição ou o aumento no preço estabele cido. Por exemplo, a maior variação no valor de preços

ção, os mais afetados são os comerciantes e os consumi dores. A empresária Simone de Cristo Pereira relata já ter sofrido com essa alta em 2014. “Sentimos sim. Nós tivemos que reduzir o número

possibilidades para as pessoas escaparem desse aumento nos preços. “O trabalhador deverá fazer pesquisa de preços e adquirir produtos substitu tos, ou seja, mais baratos”, conclui Bittencourt.

em Curitiba foi nos produtos relacionados com habitação, com alta de 0,75%, seguido de itens do vestuário com 0,74% e o setor de alimentação com 0,69%. “Todos os preços so frem uma elevação ao mesmo tempo, há uma disseminação em cadeia de elevação dos preços”, diz Bittencourt.

Com o alto nível de infla

de funcionários, o que gerou desemprego, também tivemos que cortar algumas despesas sendo a maioria delas relacio nadas ao conforto dos funcio nários, infelizmente”.

Outro dado que preocupa é o fato da inflação oficial em 12 meses ser a maior desde outubro de 2011, segundo o IBGE. Não existem muitas

Diversas áreas também foram afetadas pela inflação e tive ram seus preços variados, en carecendo os serviços. Entre elas, destacam-se: 0,67% de aumento nos preços do setor de saúde e cuidados pessoais; 0,49% na educação; 0,31% na comunicação; 0,23% no setor de transporte; e 0,22% na área de artigos de residência.

06 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Economia
Nossa receita caiu, pois os clientes estão com receio da crise. Tivemos que reduzir o número de funcionários”

Famílias no poder do Paraná

Dos 21 parlamentares eleitos, sete possuem sobrenomes tradicionais na política do Estado

Lucas Nogas

O resultado das eleições de 2014 trouxe à tona um tema recorrente: o reve zamento de familiares em cargos eletivos. Neste ano, os paranaenses elegeram repre sentantes de novas gerações de famílias tradicionais da política paranaense.

São vários exemplos de famílias que possuem uma história na política, como por exemplo, a Barros Borghetti, a Richa e a Fruet.

Dos 54 deputados estaduais eleitos no dia 05 de outubro, 33 já cumprem mandato na Assembleia Legislativa. Além disso, dos 21 novos parlamen tares, sete têm sobrenomes tradicionais na política do

de uma família na política e quanto mais dinheiro tiver, mais fácil fica para as novas gerações”, comentou Oliveira.

A dona de casa Rose Vieira Teixeira, 48 anos, disse que prefere votar em candida tos de tradição por confiar em suas famílias. “Eu voto há anos assim, peguei essa mania da minha mãe. Ela sempre votou em candida tos de família com tradição na política por achar que funciona melhor assim e que isso ajudaria a mudar algo. Eu acabei herdando isso dela. Nessas eleições votei no Felipe Francischini e no seu pai, o Delegado Francischini, acho que os dois juntos podem mu dar essa política que a gente

Política

Estado. Eles se somarão aos outros sete atuais deputados que também têm laços familiares com políticos importan tes no cenário estadual.

O cientista político Ricardo Costa de Oliveira, autor dos livros “O Silêncio dos Vence dores” (2001) e “Na Teia do Nepotismo” (2011), conta que a política vem se tornando negócio de família no Paraná. “O nepotismo tem sido uma característica do poder legis lativo, beneficiando principal mente famílias ricas. Temos duas variantes que ajudam as novas gerações a entrarem, o parentesco e o potencial econômico. Isso significa que quanto mais antiga a tradição

vive”, finalizou Rose.

Oliveira conta como essas famílias vem se fortalecendo a cada dia mais na política. “Isso vem aumentando cada vez mais, por exemplo, na Assembleia Legislativa do Paraná nós tivemos o ingresso de sete parlamentares com vínculos familiares e no total temos em média uns 20 par lamentares que representam famílias politicas”.

O deputado estadual eleito, Felipe Francischini, foi procu rado pela reportagem do Comunicare para opinar sobre o assunto, mas não respondeu até o fechamento da matéria.

Políticos herdeiros do legado de parentes

Atuais deputados 2015-2018

Alexandre Curi (PMDB) neto do ex-presidente da Alep, Aníbal Khury; André Bueno (PDT) filho do ex-deputado e atual prefeito de Cascavel, Edgar Bueno; Anibelli Neto (PMDB) filho do ex-deputado Antônio Martins Anibelli, e neto do também ex-parlamentar Antônio Anibelli; Artagão Júnior (PMDB) filho do ex-deputado e atual presidente do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, Artagão de Mattos Leão; Bernardo Ribas Carli (PSDB) filho do ex-prefeito de Gua rapuava Luiz Fernando Ribas Carli, e irmão do ex-deputa do estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho; Evandro Júnior (PSDB) sobrinho do atual deputado estadual Hermas Brandão Filho, e neto do ex-presidente da Alep Hermas Brandão; Pedro Lupion (DEM) filho do dep. federal Abelardo Lupion.

Novos deputados:

Alexandre Guimarães (PSC) filho do prefeito de Campo Largo, Affonso Guimarães;

Claudia Pereira (PSC) esposa do ex-deputado estadual e atual prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira;

Felipe Francischini (SD) filho do deputado federal Fernan do Francischini;

Maria Victória (PP) filha da deputada federal e vice -governadora eleita Cida Bor ghetti, e filha do deputado federal eleito Ricardo Barros; Paulo Litro (PSDB) filho da deputada estadual Rose Litro, e do ex-deputado esta dual Luiz Litro;

Requião Filho (PMDB) filho do senador e ex-governador do Paraná por três mandatos, Roberto Requião;

Tiago Amaral (PSB) filho do ex-deputado e atual conse lheiro do Tribunal de Contas do Estado, Durval Amaral.

07 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
“Temos duas variantes que ajudam às novas gerações a entrarem, o parentesco e o potencial econômico”

Cultura

Cultura por todo canto

Corrente Cultural 2014 foi um sucesso de público. Programação eclética garantiu oito dias in tensos para quem gosta de cultura

Curitiba se tornou a capital da cultura entre os dias 09 e 16 de novem bro. Neste ano, a Corrente Cultural promoveu uma série de atividades artísticas em diversos espaços da cidade. Somente no sábado (15), auge da programação, mais de 150 mil pessoas foram às ruas e puderam conferir diversas atrações.

O destaque ficou por con ta da variedade, visto que o evento trouxe às ruas e casas culturais da cidade exposições inéditas, peças de teatro, shows nacionais e locais, feiras de gastronomia, competição de dança, mostra de grafite, exibição de filmes e festivais paralelos.

O superintendente da Fun dação Cultural de Curitiba (FCC), Igor Cordeiro, explica que em 2014 o objetivo foi levar mais cultura aos bairros. “Foram oito dias intensos, que o curitibano teve a oportuni dade de ficar mais próximo da produção cultural feita na cidade”, conta.

O movimento, criado em 2009, valoriza a diversidade cultural e dá espaço para artistas locais. Concebido pela Prefeitura Municipal de Curi tiba, a Corrente Cultural teve o apoio de instituições públi cas e privadas parceiras do ce nário artístico paranaense. A união desses esforços permi tiu a ocupação permanente de teatros, palcos de rua, centros cultura, terminais de ônibus e parques da capital.

A veterinária Luana Coelho, 26 anos, é frequentadora assídua da Corrente Cultural.

Ela diz que aguarda sempre com ansiedade a liberação da agenda para programar o seu fim de semana. “Quando tem Festival de Teatro ou Corrente Cultural, praticamente não fico em casa. Vou de um lado para o outro em busca de apresentações. Cultura nunca é demais”, conclui.

Nova linguagem

A Corrente Cultural 2014 foi aberta no domingo (09) com o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File). Com uma proposta inovadora, o festival mostra como a arte, a ciência e a tecnologia podem ser utilizadas para propor cionar novas experiências ao visitante.

O acervo é bastante interativo e permite que o observador remonte as obras de acordo

com o seu gosto. Também há quadros famosos e pinturas de parede que ganham vida a partir da visão de um aplicati vo de celular ou tablet.

De acordo com o idealizador do festival, Ricardo Barreto, o visitante não pode ser tratado como um mero observador. “Percebemos que é preciso que a pessoa participe para que seja cativada pela obra. Por isso, queremos estimu lar um maior envolvimento do visitante através do uso da tecnologia”.

No mesmo espaço, o visitante pode conferir o acervo da File Games e File Anima+, mostras paralelas que trazem jogos e filmes premiados internacio nalmente. O evento já percor reu mais de 40 países, entre eles a Espanha e o Japão.

Serviço:

• Esta é a segunda vez que a exposição vem a Curitiba.

• Período: 09/11 a 07/12 (quartas e domingos)

• Horário: 10h às 18h

• Local: Centro Cultural do Sistema FIEP

• Endereço: Avenida Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico, Curitiba.

• A entrada é gratuita

08 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Visitantes puderam interagir com obras famosas através de tablets Kássio Pereira

A primeira edição do “Corrente na rua” acon teceu na praça Afonso Botelho e escolheu o melhor b.boy de Curitiba

No domingo (08), a cultu ra hip-hop tomou conta da praça Afonso Botelho, no Água Verde. Foi a primeira edição do “Corrente na Rua”, que surgiu da ideia de congre gar as diferentes vertentes da cultura hip-hop curitibana. No local, mais de 300 pessoas acompanharam a batalha de b.boys, que escolheu o melhor dançarino de hip-hop da cidade.

O estudante Lucas Menezes, 23 anos, que participou da competição, afirma que even tos como este são importantes para valorizar as manifesta ções dos jovens. “O hip-hop é a nossa voz, a nossa forma

A rua é do povo Cinema na praça

de se expressar. Por isso queremos que esse espaço seja garantido durante o ano todo”, ressaltou.

Outro que destacou a impor tância da Corrente Cultural para a divulgação do seu tra balho foi o grafiteiro Deivid Real. “Quebramos precon ceitos e hoje o movimento do grafite já é aceito como arte. Tento criar desenhos que façam com que as pessoas reflitam sobre suas vidas e pensem um pouco mais sobre a real situação da sociedade”, diz Real, que expôs sua obra “Identidade”, cujo desenho mostra ele próprio em frente a um espelho.

O filme Carmen, aclamada ópera francesa do compositor Georges Bizet, encerrou as ativi dades do Festival Inter nacional de Cinema da Bienal de Curitiba

Asétima arte também teve espaço garantido na programação. Na noite de sábado (15) a Praça de Bolso do Ciclista, no centro históri co, recebeu uma exibição de filmes ao ar livre. A atividade foi o encerramento oficial do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba - FICBIC 2014.

O diretor do festival, Luiz Ernesto Pereira, disse que a intenção foi trazer ao público curitibano filmes de qualida de que estão fora do circuito comercial. “Ao longo de 15 dias pudemos exibir mais de 100 filmes nacionais e estran geiros, sendo muitos deles inéditos na cidade”, enfatizou.

A exibição ao ar livre foi possí vel graças a uma parceria com a Associação de Ciclistas Alto

Iguaçu (Ciclo-Iguaçu). O co ordenador-geral da entidade, Goura Nataraj, ressalta que a praça foi concebida justa

mente para ser um local de ocupação cultural. “Tudo isso foi construído coletivamente e queremos que ela seja real

09 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
mente um espaço de destaque na cena cultural curitibana”. Kássio Pereira
Cutura
Kássio Pereira Competição reuniu mais de 50 b.boys de Curitiba e Região Metropolitana Praça do Bolso do Ciclista receberá novas ações culturais em 2015

Cultura

Som para todos os gostos e idades

Grandes nomes da música nacional, como João Bosco, Elza Soares, Cidade Negra, Rashid e Otto se apresentaram nos palcos de Curitiba

A lém de artistas locais, a Corrente Cultural trouxe a Curitiba personalidades expoentes no cenário nacional, sobretudo na música. No sábado (15) e domingo (16) grandes nomes da música brasileira, como Elza Soares, João Bosco, Cidade Negra, Rashid e Otto, se revezaram com apresentações em cinco palcos montados no centro da cidade.

No palco Riachuelo, em frente ao Paço da Liberdade, quem agitou a multidão no sábado (15) foi o cantor e violinista João Bosco, um dos maiores representantes da Música Popular Brasileira (MPB). O repertório apresentou um lado mais intimista do cantor e priorizou clássicos da MPB, como o “Tiro de Misericórdia”, “Odilê, Odilá”, “Corsário” e “Mestre-Sala dos Mares”.

Em pouco mais de uma hora de show, o casal curitibano Ruth e Leonardo Gouvea pôde relembrar os momentos de quando se conheceram. “Nos so primeiro beijo foi ao som de ‘Papel Machê’, em um show do João Bosco há 20 anos, no Rio de Janeiro”, conta Ruth. “Desde aquele dia, nunca mais larguei dela”, completa o marido.

Logo em seguida, foi a vez da banda curitibana Confraria da Costa subir ao palco da Ria chuelo e levar os fãs ao delírio com suas animadas músicas. Utilizando a temática pirata, o grupo agradou quem até não conhecia o trabalho deles. “É bem diferente. Esse estilo pi rata e o uso do violino e outros instrumentos incomuns nos contagiam”, afirma o publici tário Humberto Lemos.

Outro show bastante aguar dado foi o da banda carioca Cidade Negra. Previsto para 22h30 de sábado no palco da Boca Maldita, o show teve atraso de mais de duas horas e só começou na madrugada de domingo. Por conta da demo ra, muita gente se irritou e foi embora antes da banda entrar no palco.

Segundo a FCC, o atraso aconteceu por causa de pro blemas técnicos no som do palco. A multidão que tomava conta da Rua XV de Novem bro às 22h30 foi reduzida para pouco mais de 15 mil pessoas no início do show.

Incidente negativo Além disso, um fato trágico marcou o encerramento dos shows de sábado na Tenda Eletrônica, montada no Largo da Ordem, centro histórico da cidade. Durante a noite, o Ser viço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para atender o jovem Clever son Pereira, 21 anos, que esta va caído na calçada. A suspeita é que o rapaz passou mal pelo excesso de consumo de álcool e morreu antes da chegada da equipe médica.

O corpo do jovem foi enca minhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização

de exames complementares. A hipótese de Pereira ter sofrido uma overdose não foi descar tada. Ao longo de todo o final de semana, foi possível ver jovens consumindo drogas li vremente em diversos pontos da Corrente Cultural.

Na Tenda Eletrônica, DJs locais e nacionais agitaram o dia de sábado no largo. O comerciante George Marcello, 26 anos, se surpreendeu com a inclusão da música eletrô nica na corrente. “Sempre senti falta da cena eletrônica dentro da programação de eventos deste porte. Espero que continue nos próximos anos”, disse.

10 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Tempo bom contribuiu para presença massiva do público Kássio Pereira

Cultura

Curitibaila ofereceu aulas de bolero, samba, tango, salsa, zouk e forró gratuitamente

Em 2014, a grande novida de da Corrente Cultural foi o Curitibaila, um festival voltado à dança de salão curitibana. Com o apoio de diversas escolas de dança da cidade, o evento ofereceu aulas gratuitas de bolero, samba, tango, salsa, zouk e forró a quem foi a Casa Hof fmann, no Largo da Ordem, neste sábado.

O organizador do Curitibaila, Luiz Dalazen, explica que o

festival nasceu da necessidade de fortalecer a dança dentro da Corrente Cultural. “No ano

viemos com essa ideia que deu certo e com certeza vai continuar”.

Me apaixonei pela salsa e agora quero aprender mais

passado, percebemos que a dança não tinha o destaque que merecia dentro da pro gramação. Por isso, este ano

Espaço para dança Gastronomia em alta

Quem compareceu ao Mercado Municipal no sábado (16) pode apro veitar a degustação de comida mexicana

Os amantes da culinária também não tiveram do que reclamar neste ano. Feiras gastronômicas e de gustações de comidas deram sabor à programação cultural do final de semana. Na manhã de sábado, o chefe de cozinha mexicano Miguel Loera foi o responsável por mostrar um pouco mais da culinária de seu país.

Representante da embaixada do México no Brasil, Loera montou uma cozinha em pleno Mercado Municipal de Curitiba e preparou alguns pratos típicos de Oaxaca, es tado da região sul do México. “Queremos que os brasileiros conheçam um pouco mais da nossa cultura através da culinária”, revela.

A variedade de pimentas e os pratos com molho de chocolate impressionaram a turista de Brasília, Célia Regina Boros do Amaral. “Eu gostei e vou tentar fazer em

casa, embora seja algo bem distante da nossa realidade”.

Nas ruas Monsenhor Celso

Para a engenheira Luana Mendes, 29 anos, as aulas despertaram o interesse em praticar mais a dança. “Me

apaixonei pela salsa e agora quero procurar uma escola para aprender mais”, conta ela que fez aula de dança de salão pela primeira vez.

No domingo, o Curitibaila promoveu um encontro entre as companhias de dança da cidade. Houve uma apresen tação coreográfica de variados gêneros musicais. Em segui da, foi realizado um baile a céu aberto que teve a presença de mais de 100 pessoas.

e travessa Oliveira Bello foram instaladas barracas para venda de comidas típicas. O cardápio oferecia

desde a famosa macarrona da italiana até a pamonha originalmente brasileira.

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Kássio Pereira
Chocolate com pimenta foi a aposta do chefe mexicano para conquistar o paladar curitibano

Política

Intolerância política na web

O fato de as pessoas estarem mais agressivas em seus comentários nas redes sociais faz com que crie-se uma aversão ao assunto na internet

s dicionários definem termo intolerância como sendo uma negação da liberdade de pensamento e di ficuldade na aceitação de opi niões divergentes. Conforme uma pesquisa realizada pela Universidade de Nebraska -Lincoln, nos Estados Unidos, a intolerância do indivíduo em relação a ideias diferentes varia de acordo com o quão seguro ele se sente diante de tal oposição.

Segundo o professor do curso de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Cezar Bueno de Lima, as pessoas estão mais agressivas no sentido de externalizar atos e pensamen tos. “As redes sociais favore

cem a emergência de pessoas interessadas em se tornar celebridades de si mesmas ou em seus espaços de interação virtual”, diz o professor.

Lima acredita que a intole rância política na internet expressa o desejo do pen

à ignorância acerca das diferentes possibilidades de ver, pensar e agir no mundo.

De acordo com Silvio Lohmann, coordenador da assessoria de imprensa do governo do Paraná, o acesso à internet mudou a forma de

qualquer tipo de comunicação, o importante é entender a relevância da relação entre o emissor e o receptor”, afirma o coordenador.

Para Lohmann, as redes so ciais deram oportunidade de interação imediata e intensa.

samento único. “As pessoas falam e opinam sobre ideo logias políticas, sem saber o significado político-teórico de cada uma”, afirma. Por fim, ele enfatiza que a intolerân cia está diretamente ligada

como as pessoas interagem entre si. “Na internet, quem consome conteúdo também é um gerador de conteúdo. Há espaço para todo o tipo de opinião e tudo pode ser potencializado. Como em

Professores têm novo plano de carreira

Proposta aprovada pelos vereadores foi sanciona da por Fruet

Felipa Pinheiro

ACâmara Municipal de Curitiba aprovou em outubro o projeto de lei que institui o novo plano de car reira dos profissionais do ma gistério que, posteriormente, foi sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet e deverá ser implantada integralmente até dezembro de 2016.

Segundo a vereadora profes sora Josete, o projeto prevê novo padrão de tabela salarial, que permite ao professor atin gir o patamar mais elevado da carreira durante o tempo de serviço regular. “No plano atual é inviável para o profes sor chegar ao fim da carreira”.

Para Josete, o novo plano de

carreira tem como principal objetivo estimular os pro fessores a continuarem na rede pública. Devido à pouca chance de crescimento, os

Viviane Bastos, a principal reivindicação da categoria, a redução do prazo de implan tação da nova tabela salarial para este ano, não foi con

“Neste ambiente podem acon tecer excessos. Mas devemos entender toda manifestação como fruto do processo demo crático – desde que não haja ofensa à honra e à dignidade de ninguém”, conclui.

O projeto prevê um novo padrão de tabela salarial

docentes acabavam encami nhando-se para a rede privada ou até mesmo trocando de profissão.

No entanto, de acordo com uma das integrantes da dire ção do Sindicato dos Servi dores do Magistério Muni cipal de Curitiba (Sismmac),

cedida. Para Viviane, “ainda existem muitas pautas do magistério não atendidas pelo governo. Como a redução de alunos por turma e o cumpri mento de hora atividade de 33%, conforme a lei federal”.

De acordo com a vereadora, a reestruturação do plano é

uma demanda antiga da clas se. “Ainda existem problemas a serem solucionados na edu cação municipal, como dispo nibilizar cursos de formação aos professores e a melhoria da estrutura das escolas”.

Segundo estimativa disponi bilizada pela Câmara de Vere adores, o impacto financeiro desse novo plano é de pouco mais de R$ 4 milhões em 2014, e em 2016 o valor deve chegar a R$ 78,8 milhões. Os valores são adicionais às despesas com os servidores a cada ano, considerando o período base em 2014 e tendo em vista os momentos e etapas de imple mentação da lei.

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O
As pessoas falam e opinam sobre ideologias políticas, sem saber o siginificado políticoteórico de cada uma”

Jovens infratores e a reincidência

Estudo aponta que mais de 40% dos menores infratores voltam a ter problemas com a lei

José Helinton

D e acordo com a Secreta ria da Família e Desen volvimento Social do Paraná (SEDS), a porcentagem de reincidência de crimes co metidos por menores no ano de 2013 foi de 22%. Ou seja, a cada 100 casos de adoles centes que infringiram a lei e foram tratados pelo Estado através de medidas socioedu cativas, 22 acabaram voltando a cometer algum crime ainda na menoridade.

Contudo, já em 2012 havia provas de que a reincidência deles era alta. Isso se com prova através da pesquisa realizada pelo delegado da Polícia Civil, Vinícius Augusto de Carvalho, como parte da dissertação de mestrado em psicologia forense concluída pelo profissional em 2012.

Nela, o delegado acompanhou o percurso de 1.381 adoles centes que apresentaram conflitos com a lei na região de Curitiba entre 2005 e 2008. Desse número, 120 (8,69%) adolescentes não foram encontrados, 499 (36,13%) não constam com indicativo criminal, 306 (22,16%) pos suem indicativo criminal e respondem em liberdade, 265 (19,19%) possuem indicati vo criminal e se encontram presos e 191 (13,83%) foram a óbito. Isso significa que, o total de menores infratores que voltaram a ter algum indicativo criminal é de 571, o que corresponde a 41,34% dos jovens.

Para Dirceu de Paula Soares, presidente do Sindicato dos Servidores da Socioeducação do Paraná (SINDSEC), os números não deixam de re fletir a realidade. Ele diz que

as condições de trabalho dos educadores sociais são péssi mas, muitas vezes correndo risco de morrer. “Faltam muitos servidores para que a relação entre número de ado lescentes infratores detidos e o números de educadores sociais seja harmoniosa e para que nós possamos exercer nosso trabalho com segu rança. Também a qualifica ção desses servidores é um problema, além de não termos nenhum regulamento inter no”, afirma.

De acordo com Rosangela Souza Leite, assessora de imprensa da SEDS, existem atualmente cerca de 950

de da definição de políticas públicas intersetoriais, capa zes de prevenir ou abreviar ao máximo o acolhimento institucional de crianças e, de acordo com o Art. 19 § 3º, “a manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferên cia em relação a qualquer outra providência”.

Sobre a questão da capaci tação dos educadores so ciais, que são as pessoas que trabalham diretamente na ressocialização dos jovens, a SEDS lançou em outubro um circuito de capacitação para servidores de socioeducação que atendem adolescentes

necessariamente nenhuma diminuição nas taxas de cri minalidade. “Seria o mesmo que culpar a própria vítima, uma vez que o jovem infra tor acaba sendo uma vítima produzida pela sociedade”, diz. Ela também afirmou que uma solução seria ampliar as oportunidades dos jovens, não só em relação à educação, mas também em esporte e lazer, e criticou as medidas socioeducativas adotadas pelo governo. “Muitas vezes essas medidas possuem um caráter muito mais punitivo do que educativo”.

Já Dirceu de Paula Soares diz apoiar a redução da maiorida

adolescentes no Paraná em conflito com a lei e que estão sob o programa de medidas socioeducativas. Ela também afirmou que 80% dos jovens estão em situação de evasão escolar quando cometem os crimes.

A assessora também disse não ter tomado conhecimento da pesquisa do delegado Carva lho e que no Paraná a rein cidência diminuiu em mais 10% desde 2009. Dentre uma das causas que ela aponta para essa queda está a adoção de novas leis que amparam o adolescente, como a lei nº 12.010/2009, conhecida como a Lei Nacional da adoção. Ela estabeleceu a obrigatorieda

em restrição ou privação de liberdade, em Centros de So cioeducação (Censes) e Casas de Semiliberdade do Paraná. O programa tem previsão de acontecer até abril de 2015 e promover 10 capacitações, na capital paranaense, em Cas cavel e em Londrina, com o objetivo de atender os 1,5 mil profissionais que atuam nessa área em todo o Paraná.

Maioridade penal

A questão da maioridade pe nal ainda é controversa. Para a coordenadora do curso de Ciências Sociais da Ponti fícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), doutora Maria Izabel Scheidt Pires, a redução não significaria

de penal. De acordo com ele, menores que cometem cri mes, principalmente crimes hediondos, deveriam ter uma transposição da pena e serem julgados através do Código Penal. Ele também afirma que sua posição se deve principal mente ao seu trabalho de edu cador social nos centros de socioeducação. “Muitas vezes não apenas nós (agentes do Estado), mas também outros jovens que cometeram infra ções menores, compartilham o mesmo espaço com outros adolescentes que cometeram crimes graves. Para mim, eles não deveriam estar em um centro de socioeducação, e sim na cadeia”, afirma.

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Polícia
Muitas vezes essas medidas possuem um caráter muito mais punitivo do que educativo”

Polícia A arte de fazer um retrato-falado

Olhos, nariz, boca, quei xo, sobrancelhas, cabelo, tom de pele, brincos, manchas, tatuagens, barba, roupas. Tudo pode ajudar na construção da imagem

O trabalho do especialista prosopográfico forense, conhecido como retrato-fala do, tenta construir uma ima gem aproximada dos crimino sos a partir do depoimento da vítima e de testemunhas, ou de imagens e gravações de câ meras de segurança nas quais o suspeito não é identificado com nitidez.

Tudo começa com o relato da vítima, e a partir deste mo mento o policial colhe infor mações como a que distância ocorreu o fato; se a vítima viu o rosto; se era dia ou era noite. Depois, e mais importante, é utilizado um método no qual tenta se identificar o chamado T facial ou triângulo do rosto, composto por olhos, nariz e boca, que constituem 70% do retrato, pois são os aspectos que mais chamarão a atenção para o reconhecimento. Cabe

lo, tom de pele, sobrancelhas, manchas, tatuagens, roupas, barba, orelhas, são informa ções complementares, mas não menos importantes, tudo pode ajudar na construção do desenho.

O esboço é feito em um papel vegetal a lápis, quase um trabalho artístico, a partir das escolhas da vítima que visualiza uma coleção de ima gens apontando as que mais se assemelham ao autor do crime. O perito, ao finalizar, mostra o resultado para a víti ma aprovar e depois digitaliza para a veiculação.

O delegado Rodrigo Souza, da Delegacia de Furtos e Rou bos, explica que tem como confrontar esse retrato-falado com um banco de dados da polícia, em que todas as fotos semelhantes são selecionadas.

A Polícia do Paraná utiliza-se de um método manual, dife rente dos softwares modernos das séries de televisão, isso se deve ao fato de que as porcen tagens de acertos dos retratos manuais são maiores que os retratos digitais, explica Jorge Luiz Werzbitzki, especialista em exames prosopográficos

Científica do Estado do Paraná (Instituto de Criminalísti ca - IC). “Eu faço um retrato em 15 minutos, a vítima cansa menos, com o software isso pode chegar a quatro horas, além de que os retratos reali zados digitalmente fogem do real, os que eu faço atingem de 70% a 80% de acertos, po dendo chegar a 90%”.

A porcentagem de acertos em retratos manuais é maior que nos digitais

Perigo pode estar perto

Muitas vezes, a violência contra idosos parte de pessoas próximas da vítima

Maria Victória Lima

E m 2013 foram feitas aproximadamente 200 mil denúncias para o Disque 100, sendo que 8% diz respeito à violência contra idosos no Paraná. O índice estadual de denúncias subiu 75% no últi mo ano, em relação a 2012.

Segundo o delegado Clau dimar Lúcio Lugli, na maior parte dos casos as agressões estão relacionadas a familiares e pessoas próximas à vítima. Os ataques não são ne cessariamente físicos poden do ser psicológicos e morais, além da negligência e abuso financeiro. De acordo com o delegado Lugli, não importa o tipo de agressão, sempre o melhor caminho é denunciar.

Ele ainda lembra que “não há com o que se preocupar, já

que as denúncias podem ser feitas anonimamente”.

De acordo com Cesar Bueno, professor de Ciências Sociais e responsável pelas relações externas do núcleo de Direitos Humanos da Pontifícia Uni versidade Católica do Paraná (PUCPR), as consequências para as vítimas são “medo da sociedade e falta de confiança em relação aos grupos sociais de referência”. E por mais que sejam acompanhados por psi cólogos, após a confirmação das agressões, muitas vezes os traumas não são revertidos.

A violência pode vir de pes soas próximas resultando na exclusão e isolamento do ido so. Assim, além de ficar mais difícil ocorrer uma denúncia

por parte da vítima, passando a depender de pessoas de fora ou denúncias anônimas, estas ficam cada vez mais indefesas e correm muito mais perigo.

O último caso que se tem notícia é o da idosa de 78 anos que apanhou de vassoura da sobrinha, em Paranaguá. O vídeo que mostra a agressão foi divulgado no dia 07 de ou tubro, mas a violência ocorreu três dias antes.

Cerca de 17 mil idosos morrem por ano vítimas de violência e acidentes, sendo 69% mulheres. E no intuito de mudar esses números, em 2006, a Organização das Na ções Unidas (ONU) e a Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa

instituíram no dia 15 de junho o Dia Mundial de Conscien tização da Violência contra a Pessoa Idosa.

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“Não há com o que se preocupar, já que as denúncias podem ser feitas anonimamente”

Aprender e Jogar

Projeto proporciona a prática de atividades sociais envolvendo jovens e crianças

I naugurado em 2013, o Aprender e Jogar é um projeto que faz parte do Pro grama de Comprometimento e Gratuidade (PCG) do Sesc Paraná. No dia 15 de outubro de 2014 ocorreu a abertura oficial de suas atividades, em Curitiba, com o apoio da Prefeitura e o sistema Feco mércio Sesc e Senac Paraná. O intuito é beneficiar jovens, crianças e adolescentes, de cinco a 17 anos com atividades propostas para as diferentes faixas etárias.

A Praça Santa Rita, no Tatuqua ra, é um dos 12 espaços públicos na cidade disponibilizados para o programa, e foi o local esco

lhido para cerimônia de abertu ra que contou com a presença do prefeito Gustavo Fruet e do presidente do sistema Fecor mércio Paraná, Darci Piana. A praça conta com aulas progra madas duas vezes por semana às quartas e sextas-feiras, sob a responsabilidade da professora Karine dos Santos.

O Aprender e Jogar tem a expectativa de chegar a atender 1,2 mil crianças na cidade, se gundo a assessora de imprensa da Fecomércio Isabela Buzo Mattiolli. “Em Curitiba, desde setembro o projeto leva ativi dades de iniciação esportiva a crianças de 10 a 17 anos e po dem participar do projeto filhos

Um gol pela vida

Praticar atividades esportivas pode ser um grande auxílio na inte gração de pessoas com necessidades especiais na sociedade

A pesar das dificuldades como a falta de acessi bilidade e de infraestrutura, muitas instituições beneficen tes têm possibilitado a prática de esportes entre pessoas com deficiência, seja por meio de projetos ligados ao poder pú blico ou promovidos por orga nizações não governamentais e entidades privadas.

Além da melhoria na qua lidade de vida e de saúde, trabalhando o equilíbrio e a postura, o esporte pode auxi liar na interação social de pes soas com alguma deficiência física ou intelectual. Segundo a educadora física e fisio terapeuta Gisele Youssef, a inclusão é o principal objetivo das atividades. “A inclusão vai gerar muitos benefícios, como a socialização, a aceitação e a sensação de independência e autonomia”, reconhece.

Gisele também dá aulas de gi nástica na regional Boqueirão do Centro de Esportes e Lazer,

ligado à Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Juven tude (SMELJ), de Curitiba. A professora explica que as nove regionais oferecem atividades diferentes nas quais pessoas com deficiência podem fazer parte, já que existem apare lhos especializados. Ela acre dita que as turmas mistas são mais inclusivas do que turmas especiais. “Inclusão é você trazer a pessoa com deficiência para fazer a mesma atividade que a pessoa que não tem deficiência faz”, finaliza.

Já a Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Defi ciência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comu nidade (APABB) desenvolve programas de lazer, esporte, capacitação e qualificação profissional. As modalidades esportivas hoje ofertadas pela instituição são o futebol, o golfe e a natação, além de aulas de dança. As turmas são exclusivas para deficientes. O professor Ancelmo Franco,

e dependentes de comerciários e estudantes de escolas públicas da educação básica com renda familiar de até três salários mínimos”, afirma Isabela.

Os locais disponíveis em Curiti ba são: Praça Alfredo Hauer, no Hauer; Parque Iguaçu III, no Ganchinho; na Vila São Pedro, no Xaxim; na Quadra do Paro lin; na Rua Santa Lúcia; na Vila Autódromo, no Cajuru; na Vila Esperança, no Atuba; no campo do Jardim Gabineto, na CIC; no Jardim Paranaense, no Alto Bo queirão; Na Praça Marupiara, no Umbará; na Quadra Ceasa, no Tatuquara; e na Praça Santa Rita – local onde foi realizada a aula inaugural.

Cleonilde Lemes Baptista tem um filho de 11 anos, Patrick Baptista, eles moram na Vila Autódromo, próximo à Rua Santa Lúcia, onde as aulas acontecem às quintas-feiras. Cleonilde ficou sabendo desse projeto pelos vizinhos no dia 20 de outubro e resolveu ir até o local para obter mais informações. “Para nossos filhos é muito importante que exista um lugar que ofereça atividades complementa res, inclusive evita que eles fiquem sem ter o que fazer na rua depois da aula e o esporte é essencial para a saúde das crianças”, diz a mãe.

que trabalha há três anos na APABB e há oito anos com pessoas especiais, afirma que é necessário que as aulas se jam individualizadas para dar a devida atenção ao aluno.

Homero Iorio, 22 anos, atual mente participa das aulas de golfe e de futebol na APABB, mas também já jogou tênis de mesa. Ele conta que pratica esportes desde pequeno, e revela, “é o que eu mais gosto de fazer”. Iorio já competiu

em Londrina, São Paulo e no Espírito Santo.

Esporte paralímpico

O atleta paralímpico e atual coordenador de paradespor tes da SMELJ, Moisés Batista, explica que há 18 modalidades paralímpicas sendo desenvol vidas em Curitiba, apontando como principais o atletismo, a bocha paralímpica, o tênis de mesa e o basquete de cadeira de rodas.

15 Curitiba, 27 de Novembro de 2014 Esportes
Aulas de futebol acontecem às quartas e sextas-feiras na APABB Maxinie Cretella

Cultura Beleza por trás dos túmulos

A história e cultura de Curitiba que se escon dem nos túmulos do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, o primeiro da capital

O Dia de Finados é um momento em que muitas pessoas se preparam para visitar seus parentes e amigos falecidos em cemitérios.

O que muitos não sabem é que tem se tornado cada vez mais comum, nesses locais, visitas de pessoas que querem conhecer mais da história de sua cidade, ou simplesmente entender aspectos culturais e religiosos de outras épocas.

A presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemite riais, Clarissa Grassi, publicou neste ano o livro “Guia de Visitação ao Cemitério Muni cipal São Francisco de Paula - arte e memória no espaço urbano”, que traz um recor te de 99 personalidades que estão enterradas no Cemitério Municipal de Curitiba. O local abriga muitos túmulos com esculturas e obras arquite tônicas, o que o torna um museu a céu aberto. Em seu primeiro livro, “Um olhar... A arte no silêncio”, Clarissa decidiu fazer um trabalho que abordasse a arquitetura cemi terial de forma descontextua lizada dos túmulos. Desta vez, a intenção foi resgatar parte da história das personalidades ali sepultadas. Tudo isso para mostrar que existe sim beleza nos cemitérios, e que apre ciá-la é só uma questão de despir o olhar de preconceito, muito comum quando se fala no tema.

A partir do interesse do públi co, a pesquisadora deu início a passeios guiados pelo Cemi tério Municipal de Curitiba, passeios estes que possuem turmas sempre lotadas. Na opinião de Clarissa, isso revela a disposição da popula ção para entender melhor os

cemitérios como patrimônios artísticos e históricos. “Os cemitérios são micro cidades, guardam aspectos de nossa história, ciclos econômicos, personalidades, influências arquitetônicas, modismos na arte e no uso de diferentes materiais. Enfim, é um campo privilegiado de pesquisas e nos ajuda a ter um olhar mais próximo de nosso passado e presente”, conta Clarissa.

O cuidado com esse patrimô nio municipal que é o Cemi tério São Francisco de Paula é intenso, tanto por parte do município, quanto pelas famí lias dos enterrados. De acordo com Patrícia Rocha Carneiro, diretora do departamento de serviços especiais da Se cretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), a manu tenção do local é realizada por equipe própria do cemitério e também por empresas ter ceirizadas contratadas pelas famílias para roçada, varrição e limpeza. A coveira Maria Rita Rodrigues trabalha lim pando túmulos no Cemitério Municipal de Curitiba há qua se 50 anos, e afirma conhecer o local “de cabo a rabo”, além de afirmar que tem bastante serviço. “Sempre vejo muitos casos de famílias mais pode rosas que possuem túmulos enormes aqui no cemitério, e eles prezam muito pelo cuida do das construções”, explica Maria Rita.

Segundo a Prefeitura de Curi tiba, o Cemitério Municipal da cidade abriga mais de 80 mil mortos, que em 160 anos ajudaram a construir a histó ria da capital paranaense.

Lendas Urbanas

No Cemitério Municipal de Curitiba, uma das principais lendas contadas é a de Maria Bueno. Muitos apontam Ma ria Bueno como a principal personalidade sepultada, por ser considerada uma mila greira. É fato que seu túmulo é o mais visitado no cemitério e recebe em média 100 visi tantes por dia, de acordo com Clarissa. Maria da Conceição Bueno foi degolada pelo sol dado Diniz, em 1893, na noite de 29 de janeiro. O crime chocou a cidade e rapida mente o local de seu assas sinato passou a ser visitado. Não demorou muito para que milagres fossem atribuídos a ela e seu túmulo se tornasse local de culto.

Os chamados milagreiros são um fenômeno comum atribuído aos cemitérios. São pessoas que, seja pelo exemplo de vida ou pela morte trágica, são escolhidas pela população para serem seus intercessores em pedi dos. “Independentemente da história de Maria Bueno, que é repleta de informações desencontradas e que só começou a ser pesquisada 30 anos após sua morte, para muitos curitibanos ela é uma milagreira. A quan tidade de pedidos em seu túmulo é a prova disso”, diz a pesquisadora.

16 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Cecília Tümler Cemitério Municipal São Francisco de Paula

O som dos Brasileirinhos

Presente há 21 anos no Conservatório de MPB, o coral infantil de músi ca popular brasileira se prepara para uma série de três apresentações no MON

Aos poucos as 27 crianças que compõem o Coral Brasileirinho vão chegan do à sala de ensaios, e logo começam a correr e brincar, fazendo jus à idade que têm. Outras preferem se arriscar e tocam algumas músicas no teclado, sem medo algum de errar. Logo chega o maestro Milton Karam, 53 anos, que desde a criação do coral, há 21 anos, é o diretor respon sável. Ele ameniza a euforia e a animação ao seu redor, que passa a ser substituída pelas doces vozes que entoam Dorival Caymmi, o cantor escolhido para ser homenage ado durante as apresentações do coral que acontecerão nos dias 28, 29 e 30 de novembro no auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON).

Uma dessas vozes é de José Eduardo Worms, 14 anos, que começa a se preparar para deixar o Brasileirinho para trás. “Sentirei muita falta dos grandes amigos que fiz no co

ral, dos shows, das brincadei ras e especialmente do Milton e da [Helena] Bel”. Porém, seu irmão, Joaquim Francisco Worms, 11 anos, continuará integrando o projeto, e se demonstra animado com seu futuro em relação à música. “Temos um mundo musical inteiro pela frente”. A mãe dos garotos, Luciana Worms, vê no coral um ambiente que vai muito além da música. “No Brasileirinho eles convivem com crianças de todas as clas ses sociais”.

Essa interação se dá pelo fato do coral ser gratuito, possibi litando o acesso de qualquer criança que tenha entre oito e 14 anos. Para ingressar no grupo é realizado um teste, no qual a afinação vocal e a espontaneidade são as prin cipais características busca das pelo maestro e por sua parceira Helena, que há oito anos faz parte da direção dos Brasileirinhos, acarretando a eles uma maior técnica vocal.

Por se tratar de um coral cênico, cada conjunto de apre sentações possui um tema diferente, e é em cima desse tema que são selecionadas as 14 músicas que serão exe cutadas. Desde 1993, ano de formação do coral, já foram realizadas quase 200 apre sentações, algumas ao lado de importantes nomes da Música Popular Brasileira (MPB) como Toquinho, que convidou também os integrantes da época para gravarem a faixa

É bom ser criança, que foi inclusa em seu CD.

A comunicação costuma sem pre ser mantida não só com os diretores, mas também entre aqueles que deixam o grupo. Jade de Alice, 16 anos, que recentemente saiu do coral ressalta que, “além da parte cênico musical que foi enri quecida, aprendi muito sobre colaboração, trabalho em equipe, e ganhei uma ótima bagagem musical”, atesta.

Cine Guarani completa 26 anos

Local é um dos poucos que ainda busca man ter viva a história do cinema de rua

L ocalizado no Portão Cul tural, o Cine Guarani tem entre seus objetivos aproxi mar a população da cultura. Porém, poucos têm conheci mento sobre este espaço. A falta de publicidade é o fator que faz com que seu público tenha diminuído nos últimos anos, prejudicando sua prin cipal função: fazer com que as pessoas tenham acesso amplo às mais diferentes culturas.

Durante os primeiros 17 anos de funcionamento, a procura

pelos filmes era tanta que foi necessário abrir uma segunda sessão, mas não é isso que se vê hoje. Com a ascensão dos

logo na entrada do Portão Cultural. A responsável pelo cinema, Helena da Silveira, enfatiza que não há nenhuma

mais público, pois se trata de um ambiente com grande circulação de pessoas.

cinemas de shopping, os de rua se deparam com poltronas cada vez mais vazias. A falta de divulgação está presente

informação sobre a existência de um cinema dentro da área. Para Helena, um cartaz no terminal de ônibus já atrairia

Entre o público presente, a grande maioria é de crian ças, segundo o projetista de 51 anos, Valdenicio Pereira. “Quando eles veem o tamanho da tela, ficam impressiona dos”. Há ainda um incentivo a mais para a presença delas, pois de terça a domingo, a sessão das 16h exibe filmes infantis gratuitamente.

17 Curitiba, 27 de Novembro de 2014 Cultura
Coral é responsável por aproximar as crianças da cultura popular brasileira
“Quando eles veem o tamanho da tela, ficam impressionados”

Cultura Artistas de Rua

A Rua XV de Novembro, além da sua história, carrega diversos indivíduos que tornam a arte acessível a todos

Écomum ver artistas nas ruas de Curitiba traba lhando das mais diversas maneiras. Estes indivíduos fazem parte da cidade e de seu aspecto cultural como um todo, mas não é comum conhecer suas histórias. Ques tionamentos sobre sua origem e a razão por estarem naquele local realizando aquele traba lho específico são recorrentes entre a população.

Pela visão do artista Vicente Bernabeu, que faz caricaturas e desenhos de rostos de pesso as, o artista de rua se diferen cia por levar a arte para todos. “A arte deve ser acessível para todos, e o artista de rua cumpre muito bem a função de levá-la a todos os lugares”, opina. Bernabeu trabalha nas ruas há três anos, e antes disso já foi contratado de um jornal em Santa Catarina como ilustrador, experiência, segundo ele, frustrante. De acordo com o desenhista, ser

funcionário dessa maneira limita a capacidade criativa. Com relação à remunera ção, Bernabeu diz receber o suficiente para se sustentar, e afirma inclusive ter suas economias, já que se chover por muitos dias seguidos, seu trabalho fica comprometido. “A parte ruim é o dia em que

eu não vendo nada”, explica.

O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Paraná (Sated -PR), órgão responsável pela regulamentação dos profissionais da arte, tem classifica ções próprias para os diversos tipos de artistas, mas artista

de rua não é uma categoria. “A maioria dos artistas de rua não se profissionalizam, porque a partir disso o artista fica sujeito a pagar impostos, e a maioria deles foge disso”, explica Magno Mikoz, primeiro secreário do Sated-PR.

Curitibano também ri

A cidade tornou-se o ber ço de grandes comedian tes do stand up comedy

Ingrid Teles

Contrariando o mito popu lar de que os curitibanos são extremamente sérios, a cidade de Curitiba é berço do primeiro bar de stand up comedy do Brasil, o Curitiba Comedy Club, e também conta com uma nova geração de comediantes. Sucessos da nova comédia como o grupo Tesão Piá chamam a atenção de públicos de diversas regi ões do Brasil.

Cadu Scheffer, formador e integrante do Tesão Piá, conta como iniciou a sua carreira

dentro do stand up comedy. “Apesar de sempre ter gostado de filmar com os amigos, des cobri que queria seguir nessa carreira depois de ter me for mado. A partir desse momento, minha vida começou a ter sentido”, relata. O grupo foi inspirado pelos vídeos realiza dos por comediantes gaúchos intitulados Coisas que Porto Alegre Fala. “Como já fazia stand up sobre Curitiba, sabia que os vídeos também seriam aceitos”, declara o humorista.

O Curitiba Comedy Club reú

ne shows de diferentes artis tas e mistura o bar com a di nâmica do show de comédia. Segundo Giuliano Madalosso, sócio-proprietário do local,

lhantes em diversos estados. “Como estamos localizados fora dos principais bairros de bares e baladas, o nosso públi co é bem específico, eles vêm

é o unico bar de comédia em Curitiba e o primeiro do Bra sil, inspirando ideias seme

até o bar principalmente pelo show”, diz o proprietário.

18 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Cecília Tümler Desenhista de rua, Vicente Bernabeu
“O nosso público é bem específico, eles vêm até o bar principalmente pelo show”

A vida de um imigrante em Angola

Nascido no Paraná, ho mem larga emprego fixo em uma empresa multi nacional para trabalhar no país africano

E verson Xavier, 38 anos, trabalhava em uma das maiores instituições financei ras do país quando recebeu uma proposta, no mínimo, inusitada: se mudar para Angola e trabalhar na área de logística em uma empresa de construção civil. Uma escolha difícil para ele, o salário e o propósito da empresa eram tentadores, mas deixar a espo sa e os filhos para se aven turar em algo incerto dava medo, mesmo assim Everson resolveu apostar e aceitou.

Angola é um país da costa ocidental da África, rico em reservas minerais e petróleo. Há alguns anos saiu de uma guerra civil que se estendeu por longos 27 anos, come çando em 1975 e terminando em 2002, fato que devastou a infraestrutura e afetou a administração pública e eco nômica do lugar.

Em 2006, o brasileiro co meçava uma jornada que mudaria sua visão do mun do. Ao chegar em Angola, se deparou com a bagunça e a desordem de um lugar que saíra da guerra apenas quatro anos antes.

Enquanto olhava à sua volta no caminho que levava até o local onde iria morar, Everson entrou em choque. Ele havia acabado de chegar a um país onde o caos prevalecia, casas e estradas estavam destruí das pela guerra, sem leis de trânsito, asfalto ou calçadas, não tinha saneamento básico, pessoas vendendo coisas pela rua, homens e mulheres fazendo necessidades em lu gares abertos em plena luz do dia e crianças passando fome.

As casas não tinham caixa d’água e era impossível tomar água diretamente da tornei ra. Para toma-la ou usá-la para cozinhar era necessário comprar em supermercados ou em caminhões pipa, que vinham abastecer o local onde os brasileiros moravam.

A comida por lá era algo completamente diferente. Por mais que fossem brasi leiros cozinhando, as opções eram poucas.

era uma coisa que eu nunca havia sofrido então foi um choque quando as pessoas me paravam na rua por ser branco, ficavam nos atacando verbalmente. A empresa nos aconselhava a sempre andar acompanhados por pessoas da região para evitar que algo acontecesse.

As dificuldades para se adap tar à empresa também eram grandes. Os angolanos sabiam montar uma metralhadora em menos de cinco minutos, mas

Everson ficou apenas dois anos em Angola, pois a sauda de de de casa prevaleceu, mas ele levou grandes lições do país onde morou.

- É difícil pensar que um lugar tão precário pudesse ensinar tanto para uma pessoa, mas foi o que aconteceu comigo. Eu voltei de lá renovado, com uma nova visão do mundo, uma visão que fez com eu me preocupasse mais com os ou tros e com suas necessidades.

As doenças também eram algo que preocupava Ever son. Os tratamentos médicos eram precários, sem muitas condições clínicas ou de me dicamentos, fazendo com que o risco de voltar para casa do ente ou, na pior das hipóteses, morto, o deixasse com medo. HIV, malária, febre tifóide, fe bre amarela e hepatite são as doenças mais comuns por lá e fizeram com que o brasileiro perdesse amigos, que também estavam lá a trabalho, para essas doenças.

O preconceito foi outro fator apontado como preocupante pelo encarregado de logística ao chegar ao país africano.

- As pessoas me olhavam com indiferença, algumas com desprezo. Chegaram a me falar que eu estava lá ape nas para roubar as riquezas do país deles. Preconceito

não sabiam como ligar um computador ou montar uma planilha no Excel. Os morado res locais precisaram primeiro se adaptar às novas práticas da empresa para que, então, o serviço pesado começasse a ser realizado.

- Nunca pensei que tivesse que ensinar alguém a usar um computador. No começo foi complicado porque era algo que eles não estavam acostumados e demoravam para aprender, mas com o tempo tudo foi se adequan do e a empresa começou a ganhar ritmo.

O trabalho logo começou a crescer e a empresa foi pegando cada vez mais obras para fazer. Casas, prédios e estradas precisavam ser re construídos para que o estado finalmente pudesse voltar ao normal.

Ao ver tantas pessoas sofren do com a fome ele percebeu que nos damos ao luxo de esbanjar comida enquanto têm pessoas ao nosso lado passando fome.

Por perder amigos para do enças, Everson percebeu que o mais importante não era o dinheiro, mas sim a família e quanto são valiosos. Ao sofrer preconceito por ser branco em um país de maioria negra viu que não devemos julgar alguém apenas pela cor de sua pele.

Sua passagem pela Angola lhe rendeu grandes histórias e um enorme conhecimento, porém, o mais importante de tudo foi que deu a ele um sentido para a vida e algo pelo qual vale a pena viver.

19 Curitiba, 27 de Novembro de 2014 Literário
É difícil pensar que um lugar tão precário pudesse ensinar tanto para uma pessoa”

Ensaio Um lugar acolhedor

No Mercado Municipal de Curitiba se aspira to dos os cheiros da cidade, desde o perfume das especiarias, do café, da erva-mate, do peixe, das flores e dos cosméticos. Além do mais, encon tram-se bancas com produtos de diversos lugares do mundo, além de mercearia, restaurantes, açougue, armarinho, cabeleireiro, lojas de artesanato e muito mais. Torna-se um espaço de encontro de várias culturas e das várias camadas sociais

20 Curitiba, 27 de Novembro de 2014
Frutas de vários estados do Brasil podem ser conhecidas Mercado Municipal disponibiliza grande variedade de cereais As bancas de artesanato oferecem várias opções para presente Loja traz diversas especiarias, desde pepino em conserva até a pimenta “Morte Súbita”

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