NTU Urbano nº 2

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C a pa

Impactos do transporte sobre a sustentabilidade Econômico

Social

Ambiental

Congestionamento

Iniquidade dos impactos

Poluição do ar

Barreiras à mobilidade

Mobilidade diferenciada

Alterações climáticas

Custos de acidente

Impactos na saúde humana

Perda do habitat

Custos do equipamento de transporte

Coesão comunitária

Poluição da água

Custo de usuário

Qualidade de vida

Impactos hidrológicos

Redução de recursos não renováveis

Estética

Poluição sonora

(*) Fonte: CNI, Cidades: Mobilidade, Habitação e Escala, 2012.

Retrato dessa realidade apontada pelos números da ANTP é a cidade de São Paulo. Segundo o presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, muitas empresas têm evitado estabelecer-se na cidade exatamente pelas dificuldades de mobilidade urbana. “Existem problemas seríssimos de transporte, movimentação de mercadorias, realização de eventos, logística. É importantíssimo melhorar a mobilidade”, reforça. Ele aponta que o setor do turismo também sofre com os entraves de mobilidade, especialmente na movimentação de turistas pelas cidades.

horas por dia no tráfego”, ressalta o presidente da CNS.

Os dados da CNI mostram a face humana destes números: cada morador das doze metrópoles brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Belém, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre e Recife) gasta, em média, mais de uma hora para fazer seus deslocamentos diários. “Podemos dizer q u e s e p e rd e u m a q u a n t i d a d e expressiva de tempo e processos devido ao congestionamento. Em São Paulo, chega-se a perder três

A analista da Gerência de Infraestrutura da CNI considera que as cidades são lugar privilegiado para o intercâmbio econômico e oportunidades ligadas ao conhecimento, à pesquisa e à inovação. “Portanto, o desenvolvimento nacional e o desenvolvimento urbano, incluindo a mobilidade, são interdependentes. Atualmente o bom ambiente urbano é tão determinante para as atividades econômicas como a proximidade à fonte energética e à matéria prima foram no século XIX”, compara Ilana.

Segundo estudo publicado em março deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em geral, o trânsito penaliza mais intensamente os habitantes das cidades com maior densidade demográfica, maior produto per capita e maior proporção de pessoas com carro. De 1992 a 2009, o tempo de deslocamento nas áreas metropolitanas do Brasil aumentou 4% para os mais pobres e 15% para os mais ricos, reduzindo de 9 para 6 minutos (33% para 20%) a diferença de tempo que penaliza os de menor renda.

“Pesquisas mostram que o congestionamento tem peso de aproximadamente 25% na tarifa de ônibus. Com os ônibus mais lentos, são necessários mais veículos para manter a frequência nos pontos. Com isso, aumenta-se o custo em insumos e pessoal, o que é repassado à tarifa”. Eduardo Vasconcelos, especialista em transporte.

Revista NTU Urbano

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