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Gustavo Bettini/Divulgação
José Paulo/Divulgação
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Recife I 18 de agosto de 2015 I terça-feira
Imagens que falam por si
FOTOGRAFIA
Moderna para Sempre é formada por obras produzidas no período que vai dos anos 1940 até a década de 1970, por fotógrafos como Ademar Manarini, Geraldo de Barros, German Lorca, José Yalenti, Marcel Giró e Paulo Pires. Já passou por Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte, Belém, Ribeirão Preto, São Paulo e Santos, além de cidades em outros países. Curador da mostra, o fotógrafo Iatã Cannabrava pesquisa sobre a fotografia modernista brasileira há um certo tempo. “Ajudei a montar esta exposição. Quando o Itaú Cultural adqui-
riu o primeiro lote dessas fotografias, me chamou para opinar em certas coisas, fazer uma curadoria”, relembra Iatã. “A cada cidade, ela muda completamente. Em alguns lugares cabiam umas 80 fotos, em outros 100. Aqui cabem 130. Estamos respeitando as características modernistas no jogo da montagem. A forma tem uma importância nestas fotografias, não maior que o conteúdo, mas substancial. Do mesmo jeito que é substancial na foto, daquele quadro para dentro, é substancial do quadro afora, nos conjuntos que criamos, no modo de brincar com as formas na montagem”, continua o curador. A coleção tem, até o momento, 138 obras. Aquisições recentes, como cinco fotos de José Oiticica Filho, serão exibidas no Recife, assim como a obra Bailarina do Balé da Juventude UNE, Rio de Janeiro - RJ (1947), de Thomaz Farkas, exposta pela primeira vez fora do instituto paulista. “Esses fotógrafos foram influenciados por movimentos de outros países, mas criaram algo com muita força aqui mesmo. Os fotoclubes rediscutiram uma linguagem para a fotografia e encontram um caminho próprio
Thomaz Farkas/Divulgação German Lorca/Divulgação
O QUE VER Série Inimigos, Bailarina do Balé da Juventude UNE - RIO, Paralelas e Diagonais e Homem Guarda-Chuva
José Yalenti/Divulgação
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Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) inaugura hoje duas mostras que estarão em cartaz simultaneamente. A primeira mostra é inédita no Recife, formada por obras de 29 artistas, é a Moderna pra Sempre – Fotografia Modernista na Coleção Itaú Cultural. A segunda, intitulada Inimigos, são exibidos ao público dez desenhos da série homônima feita por Gil Vicente e adquirida pelo Mamam através do Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/Fundação Nacional de Artes (Funarte). O incentivo a acervos de instituições museológicas públicas e privadas sem fins lucrativos do Brasil é um objetivo da premiação. Esta é a terceira vez em que o Mamam é contemplado. Nas edições anteriores, o museu adquiriu obras de Rodrigo Braga e Lourival Cuquinha. “A gente sempre busca, de acordo com os interesses e o perfil do museu, receber essas propostas e concorrer junto com os artistas ao prêmio. O artista recebe o devido pagamento e a gente expõe as obras que depois ficam em nosso acervo”, resume a diretora do Mamam, Beth da Matta. “Além da importância desse conjunto, lembro que a gente sempre vive falando que nossos acervos saem muito de Pernambuco e que é preciso mantê-los aqui. Falo ‘a gente’ como gestora e os artistas. Eles têm essa preocupação de que parte significativa do seu trabalho fique em seus locais de origem”, completa Beth. Gil Vicente trabalhou com carvão sobre papel para representar a si mesmo mirando armas para várias lideranças políticas e religiosas, entre as quais o Papa Bento XVI, Rainha Elizabeth II, os ex-presidentes Lula (então no poder) e Fernando Henrique Cardoso, que podem ser vistas como símbolos do poder das posições nas quais elas estão ou estiveram (um convite para enxergar, a partir das figuras ali representadas com o traço apurado de Gil, o contexto das situações). Com este trabalho, e a série Suíte safada, ele foi selecionado para a 29ª Bienal de São Paulo (2010) – na ocasião, Inimigos recebeu uma solicitação de veto da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo. As obras também foram exibidas no Recife, em Natal, Campina Grande e Porto Alegre.
Gil Vicente/Divulgação
DOSE DUPLA Mamam expõe a série Inimigos, de Gil Vicente, recém-adquirida, e a mostra Moderna pra Sempre, do Itaú Cultural
para a fotografia brasileira naquele momento que basicamente está na desconstrução do referente. São como telas nas quais as escadas não são escadas, a arquitetura não é arquitetura, tudo participa de uma discussão da forma. Eles rompem o formalismo, a fotografia que era tida como um documento ou pictorial imitando o que se fazia na pintura”, opina o curador. Antes da abertura, às 18h30, Iatã e o curador e pesquisador Moacir dos Anjos, da Fundação Joaquim Nabuco, participam de um bate-papo no auditório sobre o tema Outras Modernidades. “Vamos falar sobre que sentido tem e de onde vem essa modernidade. No que ela culmina e o que a gente aprende com isso”, conclui Iatã. k Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – Visitação: De terça a sexta, das 12h às 18h; sábados e domingos, das 13h às 17h. Gratuito. Rua Aurora, 265, Boa Vista. Fone: 3355-6870
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