Fc 245 fevereiro 2017

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Edição 245 - fevereiro de 2017

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Ano XXII - Nº 245 - Fevereiro de 2017 - Distribuição no Grande Centro - www.jornalfolhadocentro.com.br Bancas de jornais são arrombadas no Centro

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Relação de Blocos de carnaval

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Enchentes alagam a Região do 18 Centro

Rio já tem casa oficial da cachaça

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Jornal Folha do Centro é uma publicação da Folha do Centro Rio Ltda. CNPJ: 00.923.422/0001-39 Insc. Municipal.: 01.998.374 Endereço: Av. Nossa Senhora de Fátima, 22 - sobreloja Centro, RJ - CEP: 20240-051 . Tels.: (21) 2242-9344 e 3806-6368 e WhatsApp: 96471-7966 e 99941-8948 E-mail: folhadocentrorio@gmail. com Site: www.jornalfolhadocentro. com.br Jornalista responsável: Carlos Augusto Pinto Loureiro- Registro 33238 - MTB-RJ folhadocentrorio@gmail. com Diagramação e Arte: Djalma Correia djalmacorreia@gmail.com Colaboradores: Simone Montenegro, Fábio Torres, Ana Carla Vicencio, Fernanda Gaspar e Isabela Silva Tiragem: 20.000 exemplares Periodicidade: Mensal Impressão: Infoglobo: Telefone: (21) 2534 -9579 Distribuição: Todo o Grande Centro da Cidade Representante em São Paulo e Brasília: Tábula - Veículos de Comunicação: Tel. (11) 5507-5599 “Artigos assinados, informes publicitários e anúncios são de responsabilidade de seus autores”.

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DANÇARTE NA RUA

Projeto Dançarte planeja retorno às ocupações públicas culturais na cidade. Fotos: Fernanda Gaspar

Ocupar espaços públicos com arte e cultura vem se tornando algo cada vez mais visado pelos produtores e fazedores culturais da Cidade. Espaços, praças e parques que muitas vezes ficam sob o abandono governamental e tornam-se lugares de simples passagens, fluxo de pessoas e dormitório para moradores de rua, vem assumindo uma ressignificação e trazendo um novo olhar para o usufruto local. Sob esse ângulo e demanda da população por cultura popular acessível e qualitativa, é que o Projeto Dançarte – Arte e Cidadania estará visando montar para o ano de 2017, um calendário comprometido com a ocupação dos espaços públicos e parques

que rodeiam o Centro do Rio. Um roteiro cultural para todos os gêneros e faixa etárias que, englobará a Zumba, Yoga, Ballet, Teatro, Jazz, Dança Afro, Dança de Salão, Capoeira, Dança Cigana, dentre diversas outras atividades e oficinas que atualmente são oferecidas

no Projeto. Segundo uma das atuais coordenadoras do Dançarte, a ideia vai ao encontro do processo de inclusão social e cultural sob a proposta de chamar as pessoas a estarem mais presentes nas ruas. Sejam elas moradores ou turistas.

Caseiras ou festeiras. É cultuar o afeto, a criatividade, sociabilidade e do quão divertido e poderoso pode ser ocupar uma praça pública com cultura. Neste início de ano, o Dançarte e o coletivo Alegria Alegria levou a criançada da Colônia de Férias para um passeio e para uma tarde de brincadeiras no Parque das

Ruínas, Santa Teresa. A atividade foi o pontapé inicial para esse Projeto. O público infantil que majoritariamente cobria a faixa etária dos 3 à 8 anos de idade, divertiram-se com as contações de histórias, brincadeiras no parquinho, na lama, piquenique,dentre diversas criações que foram envolvidas e preparadas especialmente para eles.


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totalmente dependente e O Jornal Folha do Centro desmoralizada. A conduta quer ouvir a opinião dos moramoral dos políticos está em dores da região e conhecer de decadência! perto quem são essas pessoas Folha do Centro: Se que constroem a história do você pudesse acrescentar bairro ao longo dos anos. Nesta algo para o Centro da Cidaedição de fevereiro, ouvimos o de. O que seria? Seu Benício, morador do bairro Benício: Olha, você há 40 anos e um simpático vennão faz nada na vida sem dedor de móveis da Rua André educação e sem saúde. Você Cavalcante. não forma um ser humano Folha do Centro: O que sem esses dois valores. O te trouxe aqui? O que o levou que de fato falta é um desena morar no Centro da Cidade? volvimento da consciência Benício: O que me trouxe política no Brasil. Isso traria ao Centro foi certa influência do valorização nessas áreas e meu trabalho com o comércio e parentes. Começou por volta Benício, morador do Centro do Rio tudo mudaria. Tanto aqui no Centro como nas demais de 1970, na Rua da Lapa. Numa tência. Além disso, hoje você não regiões e cidades do país. loja local de comércio. tem liberdade para andar nas rua. Folha do Centro: O que a Folha do Centro: AtualmenVocê sai e não se sente seguro. região do Centro representa para te, o que você mais gosta aqui na Definitivamente, não vivemos você? Pessoalmente falando. Região do Centro? bons momentos hoje, e isso reflete Benício: Não tem uma repreBenício: É complicado falar diretamente no Centro da Cidade. sentação que seja de nível elevado. sobre isso porque de certa forma Folha do Centro: O que mais Ainda tá muito por baixo. Não conestamos desprotegidos. De uma te incomoda aqui no Centro da sigo ver boas coisas sem o respeito maneira geral, o governo, por Cidade? e a ética. São itens importantes! exemplo, parece evidenciar cada Benício: A falta de seguranQueria que essa realidade mudasse. vez mais que não pensa no povo. ça, o egoísmo dos políticos... Por Folha do Centro: Qual a reComo é que você constrói uma exemplo, para mim, foi um absurdo gião do Centro que você mais se cidade rica para o pobre? Foram acabar com o Iaserj, o hospital que simpatiza? realizadas certas obras mas, se o Cabral colocou abaixo e mandou Benício: Com toda a indifevocê for parar para refletir, foram demolir. Isso foi seríssimo! Faltam rença que possa parecer, com o realizadas para quem usufruir? Postos Médicos! Seriedade! A área Bairro de Fátima. Não foi para o pobre. Não foi da saúde tem que ser prioridade para o povo que precisa de assise o que vejo é que hoje ela está

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Dentista que ama o que faz: Mariana Xavier Mariana Xavier, de 25 anos, dentista da MXS Odontologia, diz que a odontologia tende muito a crescer e comenta sobre a sua perspectiva em relação a profissão O Brasil é o país que possui mais dentistas no mundo – mais de 260 mil. Entretanto, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, pelo IBGE, cerca de 55,6 % dos brasileiros não se consultam anualmente. Visando esse quadro e questionando essa realidade, o Jornal Folha do Centro realizou uma matéria com a cirurgiã dentista Mariana Xavier dos Santos, que atualmente possui um consultório no Centro da Cidade, Rua da Quitanda, e exerce função local há dois anos. De alguém que sentia pavor de dentistas quando adolescente após uma extração dos sisos à alguém que hoje é apaixonada pela profissão, Mariana se diz surpreendida com a realidade do trabalho e para ela, o que mais falta para mudar e transformar a realidade em relação à acessibilidade e inclusão da odontologia à todos os espaços e pessoas, é o conhecimento. “Eu recebo muitos pacientes aqui, que muitas vezes não entendem e acabam por não valorizar a odontologia como deveria. Por exemplo, eu já atendi aqui um paciente que tinha condições econômicas favoráveis, tudo do bom e do melhor e era super vaidoso, exceto com a boca. Então, o que eu acho que falta é a difusão dessa importância, do conhecimento de que a saúde bucal também é importante. Que aquele indivíduo não venha procurar o dentista apenas para arrancar um dente ou quando estiver sentindo dor. Que haja uma maior perpetuação da informação, para que

Fernanda Gaspar

todos notem e saibam que deve-se procurar o dentista com constância.”, comenta. Atuante no Centro do Rio, Mariana remete o Centro como um local de grande aprendizado para se trabalhar. “Dizer o que de fato representa o Centro da Cidade pra mim, é uma pergunta um tanto complexa, difícil de responder, porque aqui se tem de tudo. Se encontra de tudo. Da pessoa que tem muito dinheiro àquela que não tem nada. Da criminalidade à educação. Local de fluxo de pessoas diversas, das mais variadas situações. Eu aqui atendo todo o tipo de gente, todo o tipo de público. Não tem

uma pessoa, um tipo certo, um padrão de alguém que atendo. É bem variado. É como se fosse o Rio de Janeiro em um local só”, reflete. De desejos solidários, perguntamos a Mariana sobre como ela se vê no futuro. Ela diz: “Penso em abrir uma grande clínica e aniquilar isso à trabalhos comunitários. Sou apaixonada por projetos sociais e acho que apesar de tudo, o que falta é isso: ajudar a quem mais precisa”. - Mariana Xavier do Santos (CRO-RJ: 42967) é cirurgiã dentista e trabalha na Clínica MXS Odontologia, localizada na Rua da Quitanda, 194, sala 206/207 – Centro do Rio.

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Máscaras Faciais: funcionam As máscaras faciais têm o poder de limpar, hidratar, nutrir, combater a acne e, ainda, firmar a pele. Desde as famosas receitas da vovó até as mais sofisticadas, de marcas caras, esses cremes são usados para reverter sinais de envelhecimento ou ajudar na prevenção. Segundo especialistas, as máscaras possuem, geralmente, maior concentração de ativos funcionais, com grande espectro de ação e tratamento profundo. Mas, você sabe a diferença entre máscara facial removível e incorporada à pele? Sabe qual a melhor para o seu tipo de pele? O especialista em cosmetologia esclarece algumas dúvidas que serão fundamentais na hora da melhor escolha. 1. Como devo escolher uma máscara? Escolha pela textura. Se a pele apresentar sinais ou tendência ao ressecamento, prefira máscaras mais pesadas, mais cremosas. Caso tenha pele mais oleosa, prefira as máscaras mais finas, como o sérum. Porém, para todos os tipos de pele, as máscaras líquidas, capazes de nutrir, hidratar e tencionar a pele são as mais indicadas. 2. As máscaras faciais servem para todos os tipos de pele? Sim, apenas é necessário tomar o devido cuidado com peles reativas ou portadoras de rosácea, lúpus e herpes de caráter cutâneo. Nestes casos, o melhor é pedir indicação para um dermatologista. 3. Qual a diferença entre uma máscara facial removível e uma incorporada à pele?

As máscaras removíveis são as mais tradicionais. Normalmente, são aquelas do tipo que se puxa após a aplicação ou se remove Mas, muitas vezes elas não permeiam os ativos funcionais e ainda removem ativos passados previamente. As máscaras incorporadas, como sérum ou creme, além de possuírem melhor permeação contam com um maior tempo de ação sobre a pele. Elas ainda apresentam textura muito fina e suave. Lembrando que o uso de máscaras faciais tornam o procedimento mais que completo. Existem vários privilégios que se obtèm ao utilizar as máscaras faciais. Se você quer manter uma pele saudável é necessário sim a aplicação de máscaras. O truque para saber escolher a certa e como usar devidamente. Exemplo, muitas pessoas acreditam que o fato de usar hi-

dratante não necessita de máscara de hidratação. As máscaras faciais não são absorvidas pela pele assim como os séruns e as loções. Elas formam em muitas situações uma oclusão na pele e com isto intensifica a ação de outros produtos. Para aplicar a máscara o rosto deverá estar totalmente limpo e esfoliado antes de aplicar qualquer máscara. Para abrir os poros, limpe bem o rosto e remova sempre toda a maquiagem e resíduo de cremes antigos. Aplique a máscara numa única camada. Aguarde aprox. 15 min. e aproveite seu tempo de beleza para um bom ritual, (ler uma revista ou um bom livro, beber um bom suco ou simplesmente relaxar.) Retire com água e gases ou pedaços de algodão. Se desejar pode repetir duas vezes na semana, assim além de deixar a pele mais relaxada, ela fica mais clara e ajuda a desintoxicá-la.


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O Moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, mais conhecido como Gonzaguinha, nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro. Poeta, músico e compositor, Gonzaguinha trouxe sensibilidade através de suas poesias, remetendo em suas canções os sentimentos intensos que o permeava diante da vida. Músicas que trazem como tema o amor, as dores, as lutas dessa vida e a alegria de viver, Gonzaguinha é inspiração e considerado até hoje por muitos, como um grande e renomado poeta contemporâneo. Filho adotivo do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, um dos maiores nomes da música brasileira, e de Odaleia Guedes dos Santos, Gonzaguinha cresceu nas ladeiras do morro do São Carlos e foi criado por toda a infância pelos padrinhos Dina e Xavier, que o cuidava desde os dois anos de idade. A razão para essa

Fotos: http://gresestaciodesa.com.br/

criação foi em prol da morte de sua mãe, que o deixou órfão ao falecer por conta de uma tuberculose. A rotina intensa de shows e viagens de Luiz Gonzaga, o rei do Baião, também não permitia tempo para o pai cuidar de seu filho. “O que é, o que é”, “Sangrando”, “Ponto de Interrogação”, “É”, “Diga lá, coração”, “Lindo lago do amor”, “Grito de Alerta”, “Um homem também chora”, além de

muitos outros sucessos que marcaram a vida e a trajetória musical do poeta, tornam-se hoje inspiração e tema para a Escola de Samba Estácio de Sá, que homenageará Gonzaguinha em seu samba enredo trazendo parte de suas músicas, trajetória notória e a vivência local do artista. A Estácio de Sá é uma das mais tradicionais escolas de samba da cidade e considerada por pesquisadores como a primeira da história. Foram os sambistas do Estácio, com a fundação da Deixa Falar, em 1928, que organizaram as bases das atuais escolas de samba, entre eles Ismael Silva, na sua ideia de criar um bloco carnavalesco diferente, que pudesse dançar e evoluir ao som do samba. A atual agremiação carnavalesca “G.R.E.S. Estácio de Sá” foi adotada em 1983, sob a intenção de retratar a nova realidade da Escola, que passou a contar com integran-

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estará competindo e desfilando através do Grupo de Acesso, sob a intenção e propósito de passar para o Grupo Especial e conquistar reconhecimentos. O atual presidente da escola é Leziário Nascimento e diante da ficha técnica atual e destaques, a Escola trará esse ano, Luana Bandeira como Rainha de Bateria e Mestre Chuvisco na Bateria Medalha de Ouro

tes de toda a região do entorno do Estácio. Campeã do carnaval de 1992 comemorou, em 2005, o cinquentenário da fusão das três escolas de samba que forma hoje, a atual Escola de Samba. Foram as históricas “Cada ano sai melhor”, “Vê se Pode” e “Paraíso das Morenas”. Nesse ano, o Berço do Samba


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Casa Turuna: Tradição Centenária nas fantasias Fotos: Isabela Silva

Chegou o carnaval e pensamos onde comprar nossos acessórios e fantasias para festejá–lo. A casa Turuna é um ponto de referência, Centenária e de família Portuguesa, no ano de 1915 existia na praça XV o Bloco dos Turunas apelidando assim o proprietário da loja, pelo seu jeito bravo. Tornou-se uma das lojas mais tradicionais do Rio de Janeiro, além de fantasias trabalha também com tecidos e aviamentos. Se reinventando após um século de existência mantém sua clientela fiel e sempre com tendências do momento. Seguindo a Geração da família Marcelo Servo, bisneto do fundador, trabalha há 30 anos na loja e diz o que esperar desse Carnaval 2017.” Estão ótimas por causa da data , quando o carnaval cai nessa época do ano, final de fevereiro as pessoas se animam mais ,com certeza é a melhor data para as vendas.” Mas o administrador acredita que a sucessão familiar deva terminar nele. “Eu só tenho um sobrinho e ele está seguindo outro caminho. A Turuna vai acabar ou provavelmente sair da família”. Dentre as fantasias mais procuradas estão presidiária, mari-

nheiro, pirata e Mulher Maravilha. Mas a grande aposta para esse ano são as fantasias de políticos destacando do Eike Batista e Sérgio Cabral seguido de máscaras, devido ao grande apelo nas mídias e para críticas sociais. Com sua grande variedade de fantasias e sua clientela fiel têm tudo para permanecer na cabeça dos cariocas mantendo seu sucesso centenário. O Endereço fica na Rua Senhor dos Passos número 124. Telefone: (21) 2509-390


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Estão as questões sociais fora do alcance da oração? Ana Carla Vicencio

Quando leio sobre o caos que a educação pública brasileira enfrenta, escolas ocupadas por estudantes que reivindicam seus direitos, universidades públicas sem verba e inúmeros problemas sociais, pergunto-me o que pode ser feito individualmente, já que a maioria dos problemas parece estar fora de nosso controle. Como estudante da Ciência Cristã, aprendi que manter o pensamento em ideias espirituais é um instrumento de proteção individual e coletivo, que pode contribuir para o exercício da cidadania. O mundo precisa de nossa oração. Claudia Proença, professora de línguas em Portugal, decidiu orar quando enfrentou desafios em relação ao comportamento dos alunos do curso profissionalizante, financiado pela Comunidade Européia. Sem apoio da Direção da escola e com leis que provocavam excessos, ela decidiu buscar a solução por meio da oração. Com a leitura do livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, Claudia entendeu que Deus, o Princípio divino, é a única causa e governa tudo de forma justa e correta. “…Aquele que é imutavelmente certo, fará o que é certo, sem que seja necessário lembrá-Lo de Seu dever. A sabedoria do homem não é suficiente para autorizá-lo a dar conselhos a Deus.” Sendo assim, o governo divino tinha de se manifestar em uma direção justa para todo o sistema escolar. De fato, ocorreram dois ajustes: o primeiro é que a antiga direção da escola foi substituída por uma equipe que dirige a escola em um ambiente em que todos se sentem respeitados. O segundo é que novas leis foram aprovadas, e a ajuda financeira aos alunos depende agora do êxito nas aulas. Essa nova lei ajudou a melhorar o comportamento e o interesse dos alunos pelo que é ensinado em sala de aula, e isso representou

um enorme progresso. Além disso, Claudia tornou-se coordenadora de um projeto

comportamento dos jovens e o engajamento com os projetos sociais foi consequência da oração, que certamente colaborou para a formulação de leis mais justas. Claudia reconhece que pela oração consegue contribuir de forma tangível para a defesa dos direitos humanos e para o progresso da humanidade.

piloto que tem o objetivo de transformar instituições de ensino em espaços que educam a respeito dos Direitos Humanos. Por dois anos consecutivos sua escola foi a que mais contribuiu em um evento de protesto a casos de violação de direitos humanos, por meio de coleta de assinaturas. Em outra ocasião, com o apoio de uma instituição portuguesa, Claudia coletou, empacotou e enviou roupas para um campo de refugiados na Croácia. A mudança para melhor no

Resultados como esses demonstram que a oração funciona como um fermento que promove a mudança no pensamento individual e coletivo, e assim soluções apropriadas aparecem. Tal como Claudia, cada um pode dispor desse recurso para beneficiar a si mesmo e a coletividade. Ana Carla Vicencio integra o Comitê de Publicação da Ciência Cristã e escreve reflexões sobre espiritualidade e bem-estar. Email: brasil@compub.org Twitter: @AnaCVicencio


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Rio ganha residência oficial da cultura da cachaça

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achaça Social Club é inaugurada e traz como proposta divulgar a história da cachaça: da cana-de-açúcar à caipirinha. De grande importância cultural, social e econômica para o Brasil, a cachaça possui uma rica e abrangente história. Considerada hoje como parte do patrimônio histórico-cultural do país por ser um produto diretamente relacionado ao início da colonização portuguesa no Brasil e à atividade açucareira, que, por ser baseada na mesma matéria-prima da cachaça, possibilitou a implantação dos estabelecimentos cachaceiros, também é matéria de um produto genuinamente brasileiro, a caipirinha, um dos drinks mais conhecidos e apreciados no mundo.

Primeiro alambique urbano do Rio

Fotos: Fernanda Gaspar

Casa da Cachaça na Rua do Resende, 53 – Lapa/RJ. A partir deste ângulo e diante dos 500 anos recém-completados da cachaça, foi que no dia 19 de janeiro deste ano inaugurou-se uma nova casa na Lapa, o Cachaça Social Club, trazendo como proposta, uma maior e completa divulgação da história da Cachaça, difundindo o conhecimento da cachaça para mais pessoas, sejam elas brasileiras, curiosas, turistas como para todas aquelas que buscam fortalecer o conhecimento cultural e intelectual da bebida.

Para Carlos DeCastro Lyra, idealizador do Cachaça Social Club, o projeto há de possuir um futuro otimista já que para ele, há uma tendência relacionada à busca do conhecimento e do questionamento. Para ele, o número de pessoas que visam buscar uma compreensão do processo histórico e da fabricação do produto que consome vem crescendo, e isso é algo extremamente positivo para o planejamento. “Eu vejo um futuro otimista em relação ao projeto porque há uma tendência,

há um reduto de pessoas que não querem só beber. Beber é pouco. Elas querem participar. Entender todo o processo. E aqui é justamente isso... o lugar certo para se compartilhar esse tipo de conhecimento”, diz. A casa, que possui o primeiro alambique urbano do Rio, promove um tour cultural em seu ambiente e traz à tona o que caracteriza ser a ideologia do projeto em si. Durante o turno da tarde, mais precisamente a partir das 14 horas, a casa transforma-se em um local de formação para o público, onde um guia bilíngue apresenta todo o processo de produção do terceiro destilado mais vendido do mundo. No final, como bônus, o público aprende a como preparar uma perfeita caipirinha. O bartender ensina sobre a

quantidade ideal de limão, de gelo adequada, cachaça, entre outros

Carlos DeCastro Lyra, idealizador do Cachaça Social Club

Paulo Magoulas, presidente da Academia Brasileira da Cachaça segredos e detalhes. Depois desse horário, o local passa a atender a todos e todas que desejam beber e desfrutar de uma boa cachaça. Pessoas que marcam um happy hour e vão conversar, mesmo sem saber das demais informações a respeito da confecção. Além de Carlos DeCastro Lyra, um dos grandes contribuintes a apoiadores do Centro Cultural, que também esteve presente na inauguração da casa, é Paulo Magoulas, o mais antigo divulgador da cachaça no Brasil. Amigo de Carlos, Magoulas é presidente da Academia Brasileira da Cachaça. - O Centro Cultural Cachaça Social Club localiza-se na Rua do Resende, 53 – Lapa/RJ. Funciona entre o horário de 14 às 02 horas. Tel: (021) 2751-0275


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24 D E F E V E R E I R O, SEXTA-FEIRA 13h – Carmelitas Bairro: Santa Teresa Concentração: Rua Dias de Barros, esquina com a Ladeira de Santa Teresa 15h - Bloco dos Aposentados Bairro: Centro Concentração: Buraco do Lume 15h - Dragões da Riachuelo Bairro: Bairro de Fátima – Centro Concentração: Rua do Senado 16h - Vestiu uma Camisinha Listrada e Saiu por Aí Bairro: Centro Concentração: Buraco do Lume 17h - Embaixadores da Folia Bairro: Centro Concentração: Buraco do Lume 18h - Te Vejo Por Dentro... Sou da Radiologia Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Rua Joaquim Silva, 15 19h - Boêmios da Lapa Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Praça Cardeal Câmara (Arcos da Lapa) 19h - Escorrega Mas Não Cai Bairro: Saúde – Centro Concentração: Praça Coronel Assunção (Praça da Harmonia) 25 DE FEVEREIRO, SÁBADO 7h - Céu na Terra Bairro: Santa Teresa – Centro Concentração: Largo dos Guimarães 8h - Cordão da Bola Preta Bairro: Centro Concentração: Rua Primeiro de Março, entre Rua Buenos Aires

e Rua do Rosário 8h – MultiBloco Bairro: Lapa – Centro Concentração: Rua Dídimo, esquina com a Rua do Senado 11h - Maravilhas do Porto Bairro: Saúde - Centro Bloco parado: Largo São Francisco da Prainha 15h - Carioca da Gema Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Rua dos Arcos, 24 - em frente à Fundição Progresso 16h – Aconteceu Bairro: Santa Teresa – Centro Concentração: Largo das Neves 16h - Cordão do Prata Preta Bairro: Gamboa – Centro Concentração: Praça Coronel Assumpção (Praça da Harmonia) 16h - Os Mariocas Bairro: Centro Bloco parado: Praça dos Estivadores 26 de fevereiro, domingo 9h - Banda do Bairro de Fátima Bairro: Bairro de Fátima – Centro

Concentração: Praça Presidente Aguirre Cerda 9h - Cordão do Boitatá Bairro: Centro Bloco parado: Praça XV de Novembro 15h - Banda da Amizade Bairro: Lapa – Centro Concentração: Rua Tadeu Kosciusco 16h - Badalo de Santa Teresa Bairro: Santa Teresa – Centro Concentração: Rua Paschoal Carlos Magno 16h - Banda da Inválidos Bairro: Lapa – Centro Concentração: Rua dos Inválidos, entre Av. Mem de Sá e Henrique Valadares 16h - Toca Rauuul! Bairro: Centro Bloco parado: Praça Tiradentes 17h - Banda da Conceição Bairro: Saúde – Centro Concentração: Largo São Francisco da Prainha 18h - Toma Uma Bairro: Paquetá – Centro Concentração: Praia da Mo-

reninha 27 DE FEVEREIRO, SEGUNDA-FEIRA 8h – Afroreggae Bairro: Centro 9h - Banda do Jorge Bairro: Centro Bloco parado: Praça Mario Lago 12h - Dinossauros Nacionais Bairro: Centro Bloco parado: Largo de São Francisco 12h - Sem Noção Bairro: Lapa – Centro Concentração: Rua dos Arcos, em frente a Fundição Progresso 13h - Filhos da Martins Bairro: Lapa – Centro Concentração: Rua Carlos de Carvalho 14h - Engata no Centro Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Rua Ubaldino do Amral enre Rua Carlos de Carvalho e Rua do Senado 15h - Banda da Amizade Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Rua Tadeu Kosciusco 16h – Aconteceu Bairro: Santa Teresa – Centro Concentração: Largo dos Guimarães 16h - Associação Carnavalesca Infiéis Bairro: Centro Bloco parado: Largo Alexandre Herculano - em frente ao Real Gabinete Português de Leitura 17h - A Nega Indoidou Bairro: Centro Bloco parado: Rua Álvaro Alvim 17h - Picada de Primeira Bairro:Lapa – Centro Concentração: Rua dos Arcos, 24 - em frente à Fundição Progresso 28 DE FEVEREIRO, TERÇA-FEIRA 8h – Carmelitas Bairro: Santa Teresa – Centro

velo

Concentração: Largo do Cur-

11h - Cheiro na Testa Bairro: Santa Teresa – Centro Concentração: Largo dos Guimarães 14h - O Fervo Bairro: Estácio – Centro Concentração: Rua Maia de Lacerda 14h - Visita Fofoqueira Bairro: Centro Bloco parado: Praça Coronel Castelo Branco 15h - Banda da Amizade Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Rua Tadeu Kosciusco 15h - Dragões da Riachuelo Bairro: Bairro de Fátima – Centro Concentração: Rua do Senado 16h - Banda da Inválidos Bairro: Lapa – Centro Concentração: Rua dos Inválidos, entre Av. Mem de Sá e Henrique Valadares 16h - Banda das Quengas Bairro: Lapa – Centro Concentração: Av. Mem de Sá, entre a Praça da Cruz Vermelha e a Rua Carlos de Carvalho 16h - Enxota que Eu Vou Bairro: Centro Bloco parado: Praça Tira dentes 16h - Os Mariocas Bairro: Lapa – Centro Bloco parado: Arcos da Lapa 1º DE MARÇO, QUARTA-FEIRA 0h - Viemos do Egyto Bairro: Centro Concentração: Praça dos Expedicionários 14h - Bloco da Apuração dos Embaixadores da Folia Bairro: Lapa – Centro Concentração: Av. Gomes Freire, em frente ao nº 533 14h - Planta na Mente Bairro: Lapa – Centro Concentração: Praça Cardeal Câmara (Arcos da Lapa)


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Com lazer e serviços, residencial traz para o Centro do Rio jeito de morar de Londres e NY Inovador empreendimento da MDL Realty, Urban Boutique Apartments foi projetado para quem quer viver perto do trabalho e com toda a infraestrutura Contemporâneo e vibrante, sem deixar de valorizar a sua história, rica em transformações culturais e urbanísticas. O Centro é o lugar onde o Rio acontece, e também o local ideal para a MDL Realty implantar o inovador empreendimento Urban Boutique Apartments. O residencial foi desenvolvido e projetado para quem quer viver numa região de fácil acesso ao trabalho, serviços, lazer e cultura. Tudo resultando em economia de tempo e mais qualidade de vida. O projeto do Urban Boutique Apartments chega ao Centro no momento em que o bairro retoma o glamour que foi sua marca em outras épocas da história. A região do Porto Maravilha – que ganhou fama internacional nas Olimpíadas do Rio – é só uma evidência disso.

Foto: Divulgação

As unidades do Urban Boutique Apartments se adaptam ao jeito de ser de cada morador – cada morador de maneira funcional, sem espaços que são pouco utilizados. Com equipamentos modernos, estruturas como lavanderia e home office são disponibilizadas aos moradores em áreas comuns do prédio. Divulgação

G a l e r i a c o m f o t o s d a s á re a s d e l a z e r d o U r b a n Da mesma forma que a recém-inaugurada linha do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), que percorre pontos turísticos de destaque, como o Museu do Amanhã e a Igreja da Candelária. O moderno meio de transporte também facilitou o acesso aos moradores locais ao Aeroporto Santos Dumont As unidades do Urban estão disponíveis em três configurações: Studio (de 35, 39 a 54,90 m²), Apartamento 2 quartos (de 60,99 e 69,94 m²) e Gardens (de 46,25 a 54,75 m²). Como nos residenciais mais contemporâneos de Nova York, Londres e Tóquio, as unidades foram pensadas no tamanho certo para atender às necessidades de

– Assim como aconteceu em grandes capitais do mundo, há um aumento na procura por apartamentos funcionais no mercado brasileiro. Nós percebemos isso e criamos o Urban, que é totalmente adaptado a esse estilo de vida. Tudo o que importa está em áreas comuns do prédio, o que aumenta a área útil dos apartamentos. Essa é uma tendência mundial. – define Maria Campos, responsável pela incorporação no Rio da MDL. Lazer e bem-estar ao seu alcance Na mesma intenção de oferecer praticidade e economia de tempo para o que realmente importa, o Urban traz para dentro do condomínio uma completa infraestrutura de bem-estar e lazer. Para começar, não precisa se preocupar em enfrentar o trânsito para cuidar do corpo e da mente. É só pegar Divulgação

O Urban conta com duas entradas, uma na Rua do Rezende, e outra na Rua Ubaldino do Amaral

o elevador e ir ao espaço fitness, dividido em uma parte externa e outra interna. Esteiras, bicicletas ergométricas e equipamentos de musculação estarão disponíveis para os moradores. Para relaxar depois da malhação, existe uma área exclusiva para a meditação. Os moradores ainda poderão se exercitar (ou relaxar e se refrescar) na bela piscina do Urban. Perto dela, um convite para passar bons momentos com familiares e amigos no espaço gourmet, que conta com infraestrutura para a realização das melhores reuniões íntimas regadas a boas comidas e bebidas. O mesmo piso tem também churrasqueira completa e lounge. Mobilidade + sustentabilidade

com um sistema de reuso da água da chuva para o jardim, sensores de presença nas paredes de todos os pavimentos e caixa acoplada com sistema da economia de água (dual flush) nos banheiros, entre outras ações. Completam o projeto do Urban a Art Galery, com exposição permanente com fotos do Rio antigo na área entre as duas portarias, e um espaço comercial de 185,09 m² no térreo. Dez mil unidades, quinze mil clientes O Urban Boutique Apartments leva a assinatura de uma empresa que tem se consolidado no mercado imobiliário brasileiro com projetos residenciais e comerciais contemporâneos e inovadores. Desde 2007, a MDL já entregou Ilustração – Danilo Vieira/O GLOBO

O Urban está localizado numa área que oferece ampla infraestrutura de transportes e opções variadas de cultura, compra e serviços Palavra-chave numa sociedade que preza a qualidade de vida, a mobilidade ganha destaque com fato do Urban estar localizado no Centro. Os moradores poderão acessar a pé ou de bicicleta as inúmeras opções de cultura, comércio, serviços, bares e restaurantes da região. O bairro ainda tem uma rede de transportes completa, com metrô, ônibus e VLT. Falando em bicicleta, o condomínio terá algumas unidades à disposição para compartilhamento entre os moradores. Além disso, haverá ainda dois bicicletários, sendo que um deles, o Bike Space, conta com tudo que é necessário para fazer a manutenção das magrelas. A sustentabilidade que o transporte por bicicleta representa também estará presente no condomínio

10 mil unidades e atendeu 15 mil clientes no Rio e em São Paulo. Com esse novo projeto, a incorporadora mantém sua proposta de investir em regiões promissoras, que proporcionem a melhor qualidade de vida aos seus clientes. O Urban é, portanto, um investimento da MDL na revitalização do Centro, combinando toda a tradição da região com o jeito mais moderno de se viver. O Urban está localizado numa área que oferece ampla infraestrutura de transportes e opções variadas de cultura, compra e serviços – Ilustração – Danilo Vieira/O GLOBO Urban Boutique Apartments Rua Ubaldino do Amaral, nº 15 Contato: www.urbancentro. com.br e (21) 3178-9011


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Exposição “Territórios” de Bia Lessa traz um olhar especial para a arte do artesanato Fotos: Divulgação

“Veja bem... isso aqui é apenas um prego. O prego por si só, não é considerado um objeto sagrado mas mais de dois milhões de pregos, trabalhando coletivamente, passa a ser algo sagrado. Então

é um pouco dessa questão. De um objeto completamente vulgar passar a ser um objeto sagrado”, reflete Bia Lessa, acerca dos mais de dois milhões de pregos que juntos configuram parte da exposição

Territórios, projeto pelo qual é responsável e diretora geral. Os pregos formam palavras, frases e perguntas. Recriam um questionário que tipifica e caracteriza o estilo de vida daquele artesão, que outrora passou horas e horas, as vezes dias, criando aquele paninho de algodão ou aquela bolsinha de lã. De um projeto que nasceu a partir de uma viagem e imersão ao longo de três anos diante da realidade dos moradores de Poço Redondo, Sítios Novos e Poço Verde, em Sergipe, e Ilha de Ferro e Entremontes, em Alagoas, a exposição traz a possibilidade de diálogo em diferentes territórios. “Tudo partiu desses questionários. O que esse questionário significa? Qual o significado dessas pessoas que estão aqui? Esses artesãos são todos heróis da própria vida. É um trabalho heroico. Dois milhões de pregos, tudo isso... É algo extraordinário!”.

A um convite do CRAB Centro de Referência Sebrae do Artesanato Brasileiro, Beatriz Ferreira Lessa, mais conhecida como Bia Lessa, 58 anos, que como artista atualmente trabalha com cinema, teatro, ópera e exposições, constrói um projeto junto a sua equipe onde remete o artesanato,

só que dessa vez, a intenção não é expor o artesanato em si; é expor um método, uma metodologia de trabalho. Trazer um reflexão acerca da importância do trabalho manual. Em cartaz desde o dia 19 de janeiro e com entrada franca, “Territórios” segue exposto no Centro de Referência Sebrae do

Artesanato Brasileiro – CRAB, na Praça Tiradentes. “Espero que a exposição traga de alguma forma uma reflexão e o desejo de se conviver com o diferente. De você abrir espaço para o outro na sua vida”, comenta Bia, que também crê na esperança que há nos espaços democráticos que envolvem a cultura. “Espero que a população do Rio de Janeiro empodere cada vez mais os espaços públicos. Ocupar os espaços públicos com arte, cultura e com o que for. Que haja efetiva possibilidade de convívio

entre as diferentes classes sociais. Que as pessoas possam circular em todos os lugares”.


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Supermercados Mundial realiza cerimônia de confraternização para contemplar profissionais com deficiência da rede Empresa pioneira na contratação de pessoas com deficiência no Rio de Janeiro, a rede de supermercados Mundial, realizou no dia 30 de janeiro, no Tijuca Tênis Club, a confraternização do projeto “Somos Todos Iguais”, que capacita e emprega profissionais com deficiências. O evento contou com grande parte dos funcionários com deficiência da rede e reuniu empresas e apoiadores que prestaram serviços colaborativos e prestativos de atendimento ao público. A cerimônia contou com apresentações dos pcd’s e reuniu um arranjo de reflexões acerca das superações e pensamentos destes funcionários. A empresa, que já contava com pcd’s em seu quadro de colaboradores, mesmo antes da iniciativa da empregabilidade, iniciou em 2002 uma experiência piloto para oficializar o cumprimento da Lei nº 8313/91, a conhecida Lei de Cotas, que obriga a contratação de acordo com o número de funcionários. Hoje a rede tem mais de 400 trabalhadores nessas condições e engloba tanto pessoas com deficiência intelectual, como auditiva, física, visual e demais tipos de deficiência. Quem também esteve presente na cerimônia foi o Projeto Dançarte, convidado pela Laura Negro de

S r a . L a u r a N e g ro d e L a P i s a , a p re s e n t a n d o o e v e n t o La Pisa, coordenadora de Projetos Sociais da rede, para uma solene apresentação no evento. O Dançarte trouxe o bolero estilizado, em um trabalho realizado pelos

dançarinos de salão Magno Matias e Paloma Loureiro, encantando o público e remetendo o objetivo de inclusão social à todos os setores sob o viés da dança e da arte.

LIVROS & LIVRARIAS

Livro: O (não) lugar do amor No dia 27 de janeiro foi realizado na Multifoco Bistrô, o lançamento do livro “O (não) lugar do amor”, de Carolina Gaio. O lançamento também contou com música ao vivo e bate papo entre os convidados. Carolina traz em seu livro uma ficção onde os personagens refletem e debatem sobre a ideia do amor e como ela se perspectiva nos dias atuais. A autora confessa certa influência do sociólogo polônes Zygmunt Bauman durante a idealização do livro, que trata e traz à sociedade pós-moderna o pensamento e estado de “modernidade líquida” e “amor líquido”. O livro remete o ambiente acadêmico, discussões sobre o amor, reflexões acerca do imediatismo das relações e a fluidez das construções e dos laços sociais atuais. “O livro fala sobre o ambiente acadêmico. No caso, os personagens na história estão fazendo um livro sobre esse tema, sobre o amor fragmentado. Os personagens participam de um grupo de discussão e nesse grupo de discussão, eles escrevem sobre o amor contemporâneo, esse amor de entre-lugar”, comenta. Sinopse: Leonardo acabou de ser convidado para o Falo de Príapo, o anônimo e seleto grupo

de discussão de alunos da pós. Com Júlio, mais comparsa que

A p re s e n t a ç ã o d e d a n ç a d e s a l ã o d o P ro j e t o D a n ç a r t e

amigo, vai tentar descobrir quem são os integrantes, administrando labuta e produção acadêmica.

Mas como a vida, tampouco na era digital do “tudo-aqui-agora”, não é linear, o inesperado surge em seu caminho, e ele vai lidar com essas arestas da forma que pode: com humor, cerveja e, eventualmente, alguma música do Raça Negra. Uma morte misteriosa na família de sua noiva e uma suspeita de plágio parecerão pouco perto daquele inevitável e vertiginoso incômodo com que ele será surpreendido: o paradoxo bênção e maldição a que chamamos de amor. - Carolina Gaio é mestre em Sociologia (UFRJ) e em Análise do Discurso (UERJ). É editora, diretora teatral e professora de pole dance. O (não) lugar do amor é uma ficção adaptada de seu “romance-tese”, apresentado à UFF em seu TCC de graduação em Letras, sobre a construção dos sentidos da paixão contemporânea.


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Bar do Nanam é destaque nas noites dos jovens e traz novo olhar para o Baixo Tiradentes

Cerveja, música, bom papo e juventude. Características que marcam o Bar do Nanam, um simpático bar estilo pé sujo que nasceu a aproximadamente dois anos nos arredores da Praça Tiradentes. Do carimbo ao jazz, do rock ao forró, o bar contempla o povo nos ritmos e na música e àqueles que buscam

uma alternativa de curtição sem necessariamente embarcar nos altos preços das casas noturnas. Iniciado e visado por Antônio Gonçalves, logo mais sob a companhia de Rodrigo Cavalcante, o bar hoje é alavancado e cercado por uma grande família de amigos e amigas colaboradores, e traz vida a uma esquecida rua no entorno da Praça Tiradentes. Um local que há tempos era marginalizado e notabilizado pela prostituição e pelas drogas, que já foi conhecido como Beco das Putas para logo mais como Beco dos Bares, a Rua Imperatriz Leopoldina é conhecida hoje como o Beco das Artes e traz às noites do Centro a garantia de música boa, cerveja e gente bacana. Para Antônio, ver a Tiradentes sendo ocupada por festas é algo incrível. Segundo ele, a praça vem se tornando uma rota

turística potencial. Cultua-se a diversidade, a democracia, além de transformar-se em um local onde as pessoas das mais variadas situações se concentram, convive e compartilha cultura. “Acho que no atual momento da conjuntura política-cultural, o que precisamos hoje, mais do que nunca, é oferecer sim, muita cultura. Isso ajuda a levantar a alto-estima das pessoas diante de um momento tão difícil e isso, tem que ser feito principalmente nas praças e nos espaços públicos por ser uma forma de dar movimento aos espaços e também oferecer cultura para as pessoas sofredoras. Sabe, a Central é aqui do lado... Quantas pessoas não queriam assistir a um show ou a uma peça de teatro de graça? De qualidade? É bom ter um lugar onde você contempla a pessoa com grana e sem grana. Você coloca uma música ali e ambas estão curtindo numa boa. Isso é maravilhoso, um lado muito bom”, comenta.

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Chuvas fortes, áreas alagadas e enchentes caóticas na Região do Centro

Não é de hoje que o morador das ruas do Riachuelo e adjacências se estressam e sofrem com as intensas chuvas que aflige o bairro. Enchentes, grandes alagamentos, bueiros entupidos, estresse e muita sujeira. Este é o cenário sem surpresas do morador que enfrenta esse tipo de situação já característica da região há anos. O início de 2017, não obstante, trouxe ao Rio de Janeiro após 10 dias de calor acima de 40ºC, um intenso temporal que deixou a cidade em estado de atenção, segundo o Centro de Operações da Prefeitura. Ruas se alagaram e mesmo após a chuva parar, tanto a Rua do Riachuelo como a Rezende, a Lavradio e a André Cavalcante, permaneceram alagadas por horas. “É um caos. Moro aqui há anos e não consigo me acostumar com essa situação. Essas enchentes atrapalham o andamento do meu dia e deixam as ruas imundas, trazendo um caos total para a região. A ausência do poder público para um mínimo de esclarecimento me incomoda terrivelmente”, disse Ana G., moradora do Centro há 10 anos. As enchentes são fenômenos naturais e comuns na natureza. Entretanto, em determinados quadros, pode ser intensificado, trazendo um estado de crise regional justificando-se à certa interferência humana. Para explicar esse quadro, normalmente, dividem-se as causas deste fenômeno em dois tipos de causas principais: as naturais e as antrópicas. Em muitas cidades brasileiras, o problema das enchentes é algo crônico. A capital carioca, por exemplo, é uma região que costuma sempre aparecer nos noticiários sob a ocorrência desse tipo de chuvas, progredida as enchentes. As inundações, além de danos materiais, podem provocar doenças como a leptospirose. Tratando-se assim, também, de uma questão de saúde pública. A interferência humana sobre os cursos d’água, provocando enchentes e inundações, ocorre das mais diversas formas. “Um problema que parece não ter uma solução rápida é o elevado índice de poluição, causado tanto pela ausência de consciência por parte da população quanto por sistemas ineficientes de coleta de lixo ou de distribuição de lixeiras pela cidade. Além do mais, há problemas cau-

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Reunião do Conselho de Segurança do Centro Histórico e Lapa

Foto divulgação

O “ r i o d e j a n e i ro ” t r a n s b o rd o u n o C e n t ro d a c i d a d e sados pela poluição gerada por empresas e outros órgãos. Com isso, ocorre o entupimento dos bueiros que seriam responsáveis por conter parte da água que no meio natural, elevaria o nível dos rios. Além disso, o lixo gerado é levado pelas enxurradas e contribui ainda mais para elevar o volume das águas”, explica o geógrafo Rodolfo Alves. A ocorrência de enchentes nas cidades também se relaciona a problemas nos sistemas de drenagem. Além disso, fatores como ocupações irregulares e desordenadas do espaço geográfico, além da impermeabilização do solo, contribuem para o agravamento do quadro. “Com a pavimentação das ruas e a cimentação de quintais e calçadas, a maior parte da água, que deveria infiltrar no solo, escorre na superfície, provocando o au-

mento das enxurradas. Além disso, a impermeabilização contribui para a elevação da velocidade desse escoamento, provocando erosões e causando outros tipos de desastres ambientais urbanos”, explica. Combater as enchentes do Rio e a do Centro, em especial, continua sendo um desafio e tanto para os órgãos governamentais urbanos e sustentáveis. Sem dúvidas, a melhor forma de lidar com esse problema, é cobrar efetiva responsabilidade e compromisso do governo para solucionar a situação. A construção de sistemas eficientes de drenagem, a desocupação de áreas de risco, diminuição dos índices de poluição e geração de lixo, além de um planejamento urbano mais consistente, são fatores que contribuem para uma minimização e solução do problema.

Rua do Riachuelo, esquina com Rua André Cavalcanti

Representantes de orgâos estaduais e municipiais e a Presidente do Conselho de Segurança (no centro de pé) Maria João discursando A primeira reunião do Conselho de Segurança Centro Histórico e Lapa, deste ano de 2017, realizada dia 25, foi sensacional! Primeiramente pelo local cedido pelas queridas Sras Esperanza (Sindica) e Profa. Angela Bravo, ambas do Condomínio Cores da Lapa. A reunião foi à noite, e a mesa estava repleta autoridades, Vereador Jones Moura, Coordenador Gilmarcio da GM, Diretor da Parte desportiva da GM Marco Pereira, Subinspetor Edson Silva, Representando a 5DP Insp Leandro Ferreira , Representando o 5 BPM Capitão Ricardo Vidal, Sra Marilea Ormond e Mirian Andrade ambas representando a AP1.0 e o novo Administrador do Centro Sr Jadir. O ex Administrador Carlos Augusto da Cidade, se fez presente bem como o Sr. Marcelo Salim da APTA , Sr. Virgílio do Capital Cultural, toda a diretoria da 5 AISP, além de moradores, visitantes ilustres como Douglas Pereira, da Aisp 4 , Sra Teresa Padilha do IBGE E Sra Ana Maria do INCA, representantes de parlamentares e outras associações!

Hino Nacional cantado pela GM e acompanhado por todos os presentes. Momento muito emocionante. Leitura da ata pelo nosso 1° Secretario João Luiz e muitos assuntos importantes tratados pela mesa diretiva e platéia. A reunião durou mais de 3 horas! Com muitos questionamentos feitos pelos inscritos à mesa diretiva e respostas das autoridades presentes. O representante da Polícia Civil e os representantes da GM , agradeceram ao Conselho pelas denúncias que levam ao bom trabalho realizado por eles. A Presidente do Conselho diz ter muita Gratidão pela participação de todos e todas e que acompanhem as atas no Blog do Conselho e a página no Facebook. A próxima reunião, em fevereiro será no INCA, RUA DO REZENDE 128, terceiro andar. Permitindo outra entrada pela RUA WASHINGTON LUIZ 35, no dia 21 de fevereiro, às 9h30min. https://www.facebook.com/ centrohistoricoelapaccs5aisp/ http://5aispcentroelapa.blogspot.com.br/?m=1.


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Brasil e a Cultura popular pelo mundo

“Esse espetáculo é um resgate cultural”, diz Marcelino Burú sobre “Sol do Mundo”, seu mais novo espetáculo que estreará dia 16 de fevereiro no Teatro Serrador, Centro do Rio. Residente do Retiro do Artistas e de um histórico de luta, produção e resistência cultural vasto, Burú traz em seu mais novo trabalho aquilo que produziu em sua jornada fora do país e junto a ele, o aniquilamento de seu contato e paixão à cultura popular brasileira. “A minha vida lá fora, apesar de estar distante do Brasil, foi respirar cultura popular brasileira o tempo todo”, diz. Sol do Mundo trará em espetáculo a confraternização entre povos. Ideia fruto do encontro de Burú na Europa com dois grandes poetas: Agostinho Neto, o ex-presidente e libertador da Angola, em Amsterdã, e Vinicius de Moraes, em Paris. Cantará e contará composições inéditas no Brasil, tais que foram cantadas em Paris entre 1973 e 1979; época e local onde residiu criando o Grupo Kinguelê, que entrou em efervescência cultural na França, em dado período. - O Teatro Serrador localiza-se na Rua Senador Dantas,

13 – Centro do Rio. O Espetáculo “Sol do Mundo” estreia dia 16 de fevereiro, às 19 horas e a venda dos ingressos já estão abertas no local.

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Ocupar para ficar

Movimento Rio ao Ar Livre realiza festivais em praças e parques do Centro do Rio e visa as ocupações culturais dos espaços públicos como tendência progressista

Sob a perspectiva de reivindicar os espaços públicos e reocupá-los com arte, gastronomia e movimento, Rodrigo Meitrel, de 35 anos, idealizou o Movimento Rio ao Ar Livre, que vem dando novo significado e vida às praças e parques do Centro do Rio. Um Projeto que começou depois de uma reflexão acerca dos valores que dada população de outros países dão a esses espaços, e de como no Brasil e na cidade do Rio de Janeiro, em especial, isso não é valorizado, o Movimento Rio ao Ar Livre nasce justamente sob o viés de quebrar essa barreira e trazer às praças e parques da cidade, um novo e significativo motivo para o cidadão ali permanecer. “A ideia do Movimento Rio ao Ar Livre surgiu como uma necessidade minha de reivindicar espaços públicos. Para a população usufruir como deve, como deveria ser. Ao mesmo tempo em que você vê pessoas viajando para Nova York, Alemanha, Espanha e ocupando esses espaços seja passeando, estendendo a sua canga no gramado ou tirando fotos, não vemos isso por aqui com frequência. Foi quando eu pensei ‘Por que não fazemos isso?’. Sabe, isso me incomodava”, disse Rodrigo, idealizador do Movimento. Frequentador do Centro desde criança e de uma

ligação afetiva com o local,

Rodrigo também comenta que em determinado ângulo, o Centro cresceu e melhorou muito de uns anos para cá, e vê a região como um local de encontro à todos os cariocas. Uma região contemplada pelo público economicamente ativo, pelos turistas e trabalhadores em geral. “Vários pontos da cidade e do Centro em si foram revitalizados e isso trouxe as pessoas. Trouxeram mais turistas e certa ressignificação. E eu realizo esses festivais no Centro em prol disso, pelo o que temos nessa área”, resumiu. Visando a reocupação urbana sob a perspectiva dos demais temas que com ela se alinha como a diminuição da depredação pública, inclusão cultural e o entorno

comercial e residencial que com ela se beneficia, o Movimento Rio ao Ar Livre é um projeto que pioneriza algo que com tempo favoreça ser algo mais orgânico e

natural. Que daqui a alguns anos, a ocupação dos espaços públicos cariocas seja algo mais frequente e dinamizado por todos e todas que por aqui vivem. “Eu pego o Central Park por exemplo: as pessoas vão ao Central Park, comem, sentam no gramado, estendem a sua canga e ficam. Não precisa ter um evento no Central Park para as pessoas irem. Elas vão. Até tem hamburgueria, algumas barraquinhas, comidas, mas não é um evento. É um processo que já existe. E esse é o fim do Projeto. Que não precisem da gente.” - O Movimento Rio ao Ar Livre é um projeto que surgiu em 2015, no Festival do Campo de Santana. Hoje ele ocorre no Passeio Público, Centro do Rio, e prega a ocupação dos parques e espaços ao ar livre. Quinzenalmente e aos dias de semana, os festivais englobam programações culturais variadas e acolhe também, a gastronomia dos food-trucks.


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Medo e insegurança no Centro Bancas passam por rotina de arrombamentos e configura situação crítica de insegurança “A minha mãe é jornaleira aqui no Centro. Frequento a região desde pequena, cresci aqui. São 14 anos trabalhando nessa banca e desde então ela já foi arrombada 15 vezes”, diz Gabriela Macedo, filha de Maria Lucia, dona de uma simples banca no Centro do Rio. Indignação, insegurança, medo e atenção redobrada. Sentimentos que perpetuam e circundam diariamente os jornaleiros do Centro da Cidade. O início de 2017 foi marcado por arrombamentos em bancas e segundo relatos dos próprios jornaleiros, tal ação dá-se principalmente pela madrugada. Para eles, o Centro Presente configurou mudanças e minimizou determinadas situações caóticas relacionadas à segurança, mas a ação dos guardas na região também deveria ter efetivo durante a noite e madrugada. “Em relação ao Centro Presente, gosto muito do trabalho deles. Trabalham bem, são educados, prestam atenção no trabalho... Não tenho nada a falar contra, muito pelo contrário, com eles aqui as coisas melhoraram e muito. Agora, uma sugestão minha, seria a presença do trabalho deles durante a noite também. Esses arrombamentos ocorrem quando há pouco movimento nas ruas. É com certeza, pela madrugada”, diz Julio, comerciante que teve sua banca arrombada duas vezes consecutivas, durante um final de semana no início deste ano. “A questão é que esse é o trabalho de muitas pessoas. Além do prejuízo dos produtos que eles levam, há o prejuízo do concerto da banca. Que

Fotos: Fernanda Gaspar

assassinado nessa mesma banca de jornal durante um assalto. Foi a partir disso que eu vim trabalhar aqui. Precisava sustentar a minha família. Apesar de eu ser técnica de enfermagem, não dava para sustentar os três filhos que eu tenho. Só que desde então, já sofri com diversos assaltos. Além dos assaltos, temos os pedintes, que são pessoas que nos param aqui para pedir coisas. Quando dá eu colaboro mas tem vezes que não

tem mais como ajudar, e quando eu não ajudo, sou xingada, ameaça-

da... dizem que vão me dar facada. É muito complicado”, relata. “A gente vive no medo. Trabalha com medo. Seja dos assaltos, cracudos, arrombamentos... do que for”. já que eles também estão entrando pelo teto... Sabe, e agora? Já não basta a grade que tenho aqui na frente, terei que providenciar uma grade no teto. Trabalhar enjaulada...”, desabafa Lenira.

Banca do Julio, na Almirante Barroso já foi arrombada duas vezes já nesse ano não é barato, é caro. Ou seja, sob o contexto da atual crise que a gente vive, sermos deparados com esse tipo de situação fica difícil né!?”, desabafa. Além da banca de Julio, uma banca também foi invadida na Teófilo Otoni, em meados de Janeiro. Os criminosos arrombaram o estabelecimento pelo teto e trouxe à todos aqueles que vivem sob esse mar caótico, uma outra preocupação diante da conjunção dos fato e do caos. Segundo informações, o bandido que invadiu o local acabou se machucando, deixando parte da banca ensanguentada. O foco deles se dá principalmente à cigarros, dinheiro, pornôs e por vezes, bebidas. A situação também pesa para a comerciante Lenira Costa de Araújo, que também teve sua banca arrombada no início do ano. Indignada, sofre com a violência local há anos e já providenciou grades como forma de proteção da

Comerciantes e jornaleiros Franco Novello e Lenira Costa de Araujo, na foto, ambos já tiveram suas bancas arrombadas e invadidas

banca e estratégia para dificultar o acesso à futuros arrombamentos. “A gente trabalha aqui no medo. Eu já não estava tranquila em prol da violência local. Hoje, já não sobre como será o amanhã. Eu não consigo dormir porque penso que agora eles podem estar tentando invadir a minha banca”. Moradora de Madureira, Lenira é mãe de três filhos e trabalha na banca há aproximadamente 8 anos. Trabalha por lá desde a assassinato de seu marido que foi morto à tiros durante um assalto que ocorreu no mesmo estabelecimento em que trabalha. “Comecei aqui com a morte do meu marido, que foi

Banca da Teófilo Otoni ( criminoso invadiram a banca pelo teto).


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SARCA inicia os preparativos para a Festa da Cidade

Fernanda Gaspar

RECANTO POÉTICO A NATUREZA Eu saí pra contemplar Minha “mãe” a natureza Muito pude observar Tantas lições de nobreza!

Ilha Grande

Fotos: Divulgação

O astro Rei que brilhando Vai a vida transmitindo... As sementes germinando E botões de flores se abrindo! Animais pelos caminhos Pássaros voando no ar! Na água, estão os peixinhos Todos tem lições pra dar!

Roberto Cury, presidente da SARCA, realiza as festividades há anos Destino de muitos brasileiros e estrangeiros a Ilha Grande oferece dezenas de praias que parecem ter saído de filmes e revistas, mirantes, enseadas, rios, lagoas, cachoeiras e montanhas fazem do local um verdadeiro santuário ecológico que se funde com seus mais de 500 anos de história, tradições e lendas. Em frente a Angra dos Reis a maravilhosa Ilha Grande se espalhada por uma área de 190km², a maior parte coberta por uma densa mata. A Ilha faz parte de um arquipélago com mais de 187 ilhotas, localizadas na costa sudoeste do Estado do Rio de Janeiro. Para aproveitar o que a região tem a oferecer é preciso caminhar por muitas trilhas, fazer passeios de barco e desfrutar de mergulhos em águas transparentes. Como Chegar:

O acesso para Ilha Grande é feito apenas por barcos, não sendo possível a utilização de veículos próprios. Os principais portos de partida para a ilha são as cidades de Mangaratiba (centro da cidade), Vila de Conceição de Jacareí e Angra dos Reis (cais da Lapa/Porto de Angra dos Reis, Estação Santa Luzia e o Cais de Santa Luzia). O porto principal fica na Vila do Abraão, o vilarejo com a melhor infraestrutura para os turistas com dezenas de pousadas, camping, restaurantes e agências de passeios. Por lá é possível circular para as principais praias e mirantes da região. Além do vilarejo a ilha também conta com outros pontos de desembarque como a Vila de Aventureiro, Vila de Provetá, Araçatiba, Bananal e Enseada das Estrelas. Oferecemos passeios ao local. Contate - nos!

A Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro comemorará 452 anos no dia 1 de março deste ano e a SARCA (Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências), entidade que promove um movimento sob a finalidade de visibilizar, preservar e manter o admirável patrimônio que constitui a Rua da Carioca, Uruguaiana, Sete de setembro, Ouvidor, demais localidades e ruas que compõe as principais áreas do Centro Histórico/Rio Antigo, realizará a sua tradicional e anual Festa da Cidade, trazendo um evento de cunho carioca, popular e histórico-cultural. Roberto Cury, presidente da SARCA, realiza as festividades há anos e segundo ele, a ideia é justamente chamar atenção da população para um olhar especial em prol da preservação. “É uma entidade que existe há mais de 38 anos. Foi fundada em novembro de 1977 e desde essa época que já começamos fazer um movimento de preservação. Primeiro na Rua da Carioca e depois estendermos para outras notáveis ruas do Centro”, comenta Roberto Cury, sobre o histórico da fundação da

SARCA. Além da Rua Carioca, o movimento também engloba projetos de preservação e reconhecimento histórico de lojas e casas centenárias como o Bar Luiz, Confeitaria Colombo, Cine íris, entre outros. Neste ano, ainda sem data confirmada, Roberto diz que pelo menos uma coisa é certa, a Festa vai acontecer. “Para esse ano de 2017, a ideia seria inicialmente promover lá no Cristo Redentor como nós já realizamos há anos, especialmente na véspera do aniversário da Cidade. Incluirá o tradicional bolo gigante, a banda de música e tudo mais. No dia dois de março, no caso, é que seria o dia das comemorações do aniversário da Cidade, já que no dia primeiro de março deste ano, que é o dia oficial do aniversário, cairá numa quarta feira de cinzas, logo, não se poderá haver comemoração nenhuma. Bom... essa é a nossa ideia e vamos mantê-la. A festa vai sair de qualquer maneira. Se não for com o bolo gigante será com um bolo menor, mas haverá a festa com banda de música, em grande estilo, com a presença do prefeito da cidade e das demais autoridades”.

De repente um arco-íres Com suas cores brilhantes Tantas belezas, que ao vires Irás ficar deslumbrante! O céu, o mar, as colinas Tudo mostra os feitos Seus; Ó natureza divina Por Ti dou graças a Deus! Aut Leonor Medeiros Edineuza (21) 980046402

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Botequim reúne samba, história e boemia carioca Fundado em 23 de setembro de 2009, o botequim Vaca Atolada é considerado hoje como um local que consagra a resistência cultural na tradição dos botequins, gastronomia característica, tradicionais rodas de samba e local referencial da boemia carioca. Claudio Cruz, fundador do bar, confessa que de início não esperava o grande sucesso local e que no fundo, o que ele queria mesmo, era realizar apenas um sonho: a de ter o seu próprio botequim e beber as suas cervejas a preço de custo. “A realidade é que eu tinha um grande sonho e dentre as coisas que almejava, estava a de ter um botequim. Eu sempre dizia: ‘pô, como quero ter um botequim e poder beber as minhas cervejas a preço de custo’. Só que com o passar do tempo, o bar acabou gerando um inesperado e grande movimento, cresceu e se tornou isso aqui”, comenta. “A ideia inicial do botequim, na verdade, era de ser algo menor. Só que com o tempo a coisa que veio crescendo de tal forma que hoje o bar caiu na graça das pessoas, do povo e tornou-se uma referência para samba”. Carioca da gema, nascido e criado em Madureira, Claudio coloca-se como uma pessoa tradicional quanto à cultura popular carioca. Apoiador da tradição cultural da cidade, idealizou e fundou o Embaixadores da Folia como um bloco de carnaval que cultuasse as marchinhas, os ranchos e a folia tradicional do carnaval do Rio. Para ele, a cidade possui características culturais próprias e singulares que deveriam ser mais valorizadas e notabilizadas.

Fotos: Fernanda Gaspar

Claudio Cruz (E) proprietário do Bar e Restaurante Vaca Atolada e Carlos Augusto da Cidade diretor do Jornal Folha do Centro Segundo Claudio, a tradicional história do botequim Vaca Atolada é que o bar é uma sequência do Embaixadores. Uma sequencia que se tornou consequência. “Hoje temos como cores do bar o preto e o amarelo, em prol do bloco de carnaval que nós criamos que é o Embaixadores da Folia. Todos dos embaixadores vinham para cá. O Vaca é um bar que nasceu de um bloco e por essas e outras que acredito e vejo que por aqui deve-se ter um astral leve, pra cima”, comenta. Curiosa, a equipe do Folha do Centro pergunta a Claudio o porquê do nome do botequim ser “Vaca Atolada”. Descontraído e risonho, ele responde: “Olha, eu não tinha nenhum nome pra botar. No Embaixadores, fazíamos uma roda de samba na rua e cada um levava um caldo. Eu fazia o caldo de Vaca Atolada, que eu sei fazer muito bem e eu adoro. É um caldo

De terça a sábado, um bom samba anima os frequentadores

com mandioca e carne, sabe!? Era um sucesso, vendia demais! E durante uma roda de samba do Embaixadores eu pensei no bar e sobre e liguei a ideia do caldo. Pensei comigo mesmo, “vou botar o nome do boteco de Vaca Atolada”. Ai eu falei pô, mas vai soar mal pra caramba, meu Deus... já pensou!? “ ah vou no Vaca, tô no Vaca”. Que apesar da vaca ser um animal mimoso e na índia ser até religioso, nas nossas terras é o equivalente a xingar. Imaginei que fosse ficar mal pra caramba. Mas acabou que pegou e o mais engraçado é que hoje, a coisa mais natural que eu vejo aqui, são as pessoas falarem por telefone, com seus amigos coisas como: “pô, tô aqui no vaca, vem pra cá”. Ficou algo natural e bem corriqueiro.” De terça a sábado, o tradicional botequim da Gomes Freire inicia os trabalhos com o cair da noite e reúne semanalmente músicos, artistas, moradores do Centro e apreciadores de um bom samba e cerveja com as amizades. Um bar apertadinho, acolhedor e feito para cantar, conversar, sorrir, conhecer gente nova e cultuar o lado bom das boas amizades que se acolhe na vida e no samba. Serviço Bar e Restaurante Vaca Atolada, Av. Gomes Freire, 533 Centro/Lapa Tels;. 2221-0515 e 2508-6541

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Edição 245 - fevereiro de 2017

E-mail: folhadocentrorio@gmail.com


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