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Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos Câmara Municipal da Moita
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CALAFETAGEM DE UMA EMBARCAÇÃO NUMA PRAIA EM LISBOA | CONSTRUÇÃO DE UM VARINO EM CONSTÂNCIA. IMAGENS: MUSEU DA MARINHA | ARQUIVO MUNICIPAL DE CONSTÂNCIA
na calle de S. João17. Com menos madeira mas não menos sapiência, ao longo do Tejo, e também Tejo acima, construíam-se embarcações para transportar por rio tudo o que faltava a Lisboa. Apesar do porte reduzido algumas das embarcações não escaparam ao olhar de Fernando de Oliveira, no século XVI, que citou as de Punhete (Constância) e as de Santarém, referindo que “Os barcos de samtarem aleuantão agora mays as cabeças, & mudão os nomes de ceruilhas em muletas”18. Num Tejo pejado de embarcações de todo o tipo e de dimensões variadas não faltavam estaleiros navais e o epicentro da actividade registar-se-ia nas praias de Lisboa, sede dos principais armadores. No final do século XVIII contavam-se entre S. Paulo e as carvoarias de Santos 29 estaleiros, instalados em abarracamentos19, e existiam no Cais do Tojo, em 1821, ocupando as praias e próximo de estâncias de pinho, lenha, carvão, e madeira, dez estaleiros20. A maior parte dos trabalhadores destes estaleiros, calafates e carpinteiros, eram filhos ou moradores da Outra-Banda21. Em meados do mesmo século já se encontravam em Almada (Porto Brandão) estaleiros com capacidade para construção de navios de envergadura considerável22 e no final do século o levantamento das grandes embarcações de tráfego fluvial 17
FONSECA, Senos (2011), p.25. OLIVEIRA, Fernando (1991), p.76. ANTUNES, Luís (coord.) (1996) – Construção Naval em Madeira, Técnicas e Evolução, Estaleiros, Ofícios e Ferramentas na Outra Banda. Almada: Câmara Municipal de Almada, p.36. 20 A. T. C. S. (1822) – Arbitrio sobre passarem os estaleiros de Lisboa para o abrigo das praias da outra-banda. Lisboa: Regia Typografia Silviana, p.3. 21 Idem, p.5. 22 ANTUNES, Luís (1996), p.41. 18 19