Educação a distância entre realidades: A internacionalização do ensino e cursos a distância brasilei

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ESUD 2013 – X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância Belém/PA, 11 – 13 de junho de 2013 - UNIREDE 2010, p. 187), também em contradições dentro das próprias universidades. Formas de atuação educacional passam a ser pensadas e formuladas com vista a dar conta de resolver as tensões advindas da crise dos paradigmas da educação e reconhecer, nela a nova racionalidade com que tem que conversar, evidenciada na diversificação das sociedades no mundo, composição cada vez mais multicultural, massificada, com tecnologias incorporadas à vida diária e referente ao caráter internacional do conhecimento contemporâneo (CHAUI, BERNHEIM, 2008, et al) A recontextualização se refere à transferência das tecnologias de informação e comunicação (TIC) da sua área original (não educacionais) para o contexto da educação à distância. As consequências que isso traz: um fenômeno complexo, envolvendo, para além de uma simples colonização, um processo de apropriação cujas características e resultados dependem das circunstâncias concretas dos diversos contextos. (BARRETO, 2006, p.33)

Políticas atuais voltadas para a maior democratização do ensino nas universidades e para o acesso à educação aparecem com vistas a dar conta das “exigências de um mercado que demanda por profissionais multifuncionais, polivalentes, inovadores e ambiciosos de uma formação continuada” (BLIKSTEIN E ZUFFO, 2006, p. 31). Peters corrobora com tal ideia quando propõe a necessária flexibilização do ensino superior, que deveria se adaptar as necessidades imperativas do contexto atual: O foco está em que as universidades têm que adaptar os seu ensino aos novos requisitos da vida em uma sociedade do conhecimento pós-industrial, pós-moderna. Essa nova forma de atuação pede formas de ensinar que sejam altamente flexíveis (...). A educação superior deve se tornar mais flexível se as universidades quiserem sobreviver. (PETERS, 2002, p. 237)

As relações transnacionais também aparecem nesse contexto como forma atual de cooperação para construção do conhecimento no ensino superior. Nesse contexto também se torna imperativo mencionar o caráter internacional do conhecimento contemporâneo. Como diz Chauí, “os estados têm fronteiras, o conhecimento, horizontes” (CHAUI, 2008, p. 14). Percebe-se uma forte concretização de uma academia mundial composta por redes que usam o ciberespaço como meio de comunicação. A emergência desse conhecimento sem fronteiras em um mundo cada vez mais globalizado vem confrontar a educação superior a uma série de desafios. A EaD reaparece, no contexto acima apresentado, renovada em suas técnicas de ensino. Ancorada no uso de novas tecnologias, o ensino a distância surge como alternativa dentro da universidade para dar conta dos imperativos pós-modernos de formação (SILVA, 2006, p. 57): No momento em que a procura da universidade deixou de ser apenas a procura de excelência e passou a ser também a procura de democracia e igualdade, os limites da congruência entre os princípios da democracia e da igualdade tornaram-se mais visíveis: como compatibilizar a democratização do acesso com os critérios de seleção interna? Como fazer interiorizar numa instituição que é, ela própria, uma “sociedade de classes” os ideias de democracia e igualdade? (SANTOS, Boaventura de Sousa, 1997, p. 212)

A incorporação das TIC’S à EaD tornou essa modalidade educacional mais complexa devido as características da tecnologia digital de flexibilizar as relações de espaço e tempo, 4


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