Out/Nov/Dez 2010

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oceanos

Peixe paru (Pomacanthus arcuatus) no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.

Zona de risco Danielle Bambace

Novo relatório de oceanos mostra o conflito entre áreas de conservação marinhas e a exploração de petróleo na costa brasileira.

A

© Greenpeace/Alcides Falanghe

zona costeira e marinha brasileira ocupa aproximadamente 4,5 milhões de quilômetros quadrados e se estende por mais de 8.600 quilômetros de extensão. Os números são apenas um detalhe perto da beleza e da diversidade de espécies. Apesar disso, e de sua importância para ajudar a manter o planeta em equilíbrio, ela sofre com pesca além da conta, poluição, aquecimento global e exploração crescente de combustíveis fósseis. Esse último fator, aliado à falta de vontade política de governos federal e estaduais para promover ações de conservação e sustentabilidade, é uma bombarelógio. O relatório “Mar, petróleo e biodiversidade –

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A geografia do conflito”, que o Greenpeace acaba de lançar no Brasil, mostra o conflito que existe entre o que deve ser conservado e o que tem sido explorado no litoral do país. O relatório sobrepõe graficamente unidades de conservação e áreas prioritárias de preservação, por apresentarem alta biodiversidade, e blocos de exploração e produção de petróleo. O que se vê é o retrato de um governo que passa por cima da natureza sem pudores: muitos dos blocos de exploração de petróleo se encontram em áreas que deveriam ser preservadas. Hoje, apenas 0,4% da nossa zona costeira está protegida na forma de unidades de conservação federal.


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