Revista A Cova - 05/2017

ANO 2017/ NÚMERO 2 -- 400 EXEMPLARES

D.A.

O QUE FIZEMOS EM 2016 RAQUEL ISSA

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BIOENGENHARIA

ENTREVISTA BRIG. MATIELI

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“EU TORNEI A PISAR NA COVA DELA”

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A COVA - MAIO/2017 - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

SUMÁRIO

Coveiros Amanda Trópia João Marcos Ramos Leonardo Cunha Levi Medeiros Rodrigo Amorim Walter Marinho

Palavras do Presidente ............................................................................................1 Editorial............................................................................................................................3 Espaço do D.A..............................................................................................................4 Glossário Iteano............................................................................................................6 Histórias...........................................................................................................................7 Iniciativas..........................................................................................................................9 Cartas...............................................................................................................................11 Entrevista........................................................................................................................13

Colaboradores Arthur Covatti José Guilherme

PALAVRAS DO PRESIDENTE

José Luciano Brig. Matieli Raquel Issa Victória Cogo

EX NIHILUM FIT

Colabore com A Cova

Cara comunidade, começo esse texto agradecendo novamente a confiança por vocês conferida a mim e a minha equipe. Devo dizer que desde que assumi tenho, todos os dias, me dedicado com toda a minha força interior para melhorar o ITA e o H8. Está na hora de divulgar o que foi alcançado e fazer um balanço.

Envie sua contribuição para did2017@googlegroups.com

Quanto às comissões, 5 foram criadas até agora e estão ativas: comissão do fundo, da melhora das aulas no ITA, do edital, da segurança e do gagá-8. Algumas dessas comissões já atingiram resultados fantásticos. A respeito das aulas no ITA, por exemplo, já angariamos apoio de vários professores e departamentos. Acredito que estamos próximos de testar novos modelos de ensino já no segundo semestre desse ano. Quanto à

segurança, a informação mais recente que tenho é que uma sindicância foi instaurada. A respeito do gaga-8, os móveis lá encalhados estão sendo destinados para os fins devidos. O processo dentro do Santander está andando.

A princípio, a maior dificuldade é a burocracia interna deles.

Quanto ao DE propriamente dito, muito já foi feito também. Todos os órgãos estão com pessoal e já atuando. Faço uma menção especial ao trabalho da tesouraria, que está estruturando a parte financeira do CASD de uma maneira que acredito que irá perdurar por várias gestões. Em breve acredito que a comunidade começará a enxergar algumas mudanças por eles promovidas. A maior luta do DE até agora, porém, não envolve algo que esperava ter que lutar tanto ou

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que era uma pauta de campanha. A maior luta é pelo “Fundo Amigos do H8”, com atuação da comissão criada para tal. Existem obstáculos técnicos e políticos. O obstáculo técnico está sendo resolvido, até por que o fundo é simples de operar. O maior obstáculo é o político. Algumas pessoas da administração estão questionando a validade jurídica da criação do fundo. Mas me parece que esse ponto já foi contornado com a ajuda da reitoria.

Outra pauta importante é a cultural. Começo com um puxão de orelha. Porque algumas pessoas acham razoável dar uma festa no feijão e não limpar a sujeira depois?

4 Tenho duas teorias: ou a pessoa faz isso também na casa dos pais dela (ou seja, ela acha isso normal) ou ela acha que o H8 não é a casa dela. Os dois casos são preocupantes. Se a pessoa acha normal fazer sujeira e não limpar, é nosso dever, como membros da comunidade itena, educar essas pessoas.

Se for a outra opção: a pessoa não considera o H8 a sua casa, o que é bastante preocupante também.

Para mim, o H8 é a minha casa.

Se alguém daqui de dentro não acha isso, é porque o ITA e os veteranos falharam na sua formação. Eu não sei qual dos dois casos se aplica. De qualquer forma, mesmo que seja o segundo caso é o dever de quem faz uma festa limpar a bagunça. Se esse alguém não considera o H8 a sua casa, existem pessoas, como eu, que assim o consideram.

Por último, gostaria de tecer alguns comentários sobre o relacionamen-

to dos alunos e do ITA com a FAB. Acredito que nesse ponto a relação melhorou sensivelmente desde a posse. Mas o ponto mais crítico dessa relação, para mim, ainda não foi levantado. O ponto é que o ITA só faz sentido (econômico) para a força quando pensamos que essa serve o Brasil e não a si própria.

Explico: não é barato e nem eficiente financeiramente para a FAB formar os engenheiros para os seus quadros via o ITA. É possível, para a força, formar engenheiros oficiais de uma maneira muito barata. Só que a função primordial do ITA não é formar oficiais engenheiros, é formar engenheiros de concepção. Engenheiros de um tipo que não é formado em nenhum outro local do Brasil. Se alguns desses engenheiros ficam na força, tanto melhor: a força fica com engenheiros de primeira. Engenheiros sem os quais fica impossível para a força levar a diante os projetos estratégicos de segurança, a maior parte dos projetos que acontece aqui no DCTA. Mas se a força não retém esses engenheiros, também é válido: a FAB fornece ao Brasil anualmente um centena de vetores do crescimento nacional. É possível dizer, com segurança, que se não fosse a Força Aérea mantendo o ITA, o PIB do Brasil seria hoje vários bilhões de dólares menor. Menos gente teria emprego de ponta. Muito menos imposto seria recolhido. Não tenho os números, mas acredito que só o imposto que os iteanos e as empresas de iteanos (ou que iteanos presidem) recolhem por ano é o suficiente para manter todas as forças armadas. E é por isso que o ITA faz sentido para a

Pois a FAB existe para servir o Brasil e não a si própria. Agora, se a FAB começar a pensar que ela existe para se auto servir, então o ITA perde todo o seu sentido. Esse é o meu medo. Me parece que nem todo mundo na FAB pensa que a FAB existe para servir o Brasil.

Tomara que seja só uma má impressão.

Por fim, convido o leitor a ler a cova. Ela foi preparada com muito carinho pelo pessoal do DID. Está recheada de material excepcional, espero que você goste tanto quanto eu gostei.

Um forte abraço, Arthur Covatti Presidente do CASD

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Editorial

progresso batendo em nossas portas e nos convidando para fazermos parte dele.

Jorrai Recentemente, me percebi pensando no discurso do Profeta, aquele que você deve ter ouvido uma ou duas vezes ao final da Cova. Caso não se lembre bem, recomendo que o procure na wikITA. Refletindo nessas palavras, percebi a extrema verdade por elas dita, a começar por “muitos me ouviram, muitos me ouvem ... Porém, para a desgraça de todos, poucos me compreenderam” Ainda recentemente, acontecimentos bastante marcantes aconteceram em nossa comunidade, sendo o ignitor destes evidentemente a “incapacitação” dos bixos Bomba e Andrey.

As convicções anacrônicas de alguns militares ameaçaram o futuro desses jovens brilhantes, e com isso, atacaram a cada um de nós. Atacaram os bixos: Andrey hoje se encontra na Unicamp e o Bomba teve de passar por um verdadeiro calvário para estar hoje junto de seus colegas. Mas feriram também a pessoas que aparentemente não haveriam relação alguma a situação. Pessoas que também não passaram pelo exame físico as quais foram ditas que não eram capazes, pessoas que viram esses seus amigos serem ofendidos, pessoas que sabem a importância que cada indivíduo tem em nossa comunidade.

Essas pessoas decidiram que fariam o que fosse preciso para garantir a vaga dos bixos: paralisar, fazer vaquinha, contatar o Ministro da Defesa; o que fosse. Sabemos das falhas que surgiram nesses processos: uma pseudo-paralisação e a renúncia de um presidente do CASD. Entretanto, não ficamos quietos, não aceitamos a situação. Escrevemos nossos nomes na história do Instituto. Ao menos uma vez, não assistimos impassíveis o corte de nossas próprias cabeças.

Mas, quantas vezes o fizemos?

Ficamos calados enquanto alguns ameaçavam nossos direitos.

Assistimos amigos se perderem de seus caminhos, deixando de lado nossos valores de união e camaradagem. Preferimos continuar com nossas vidinhas enquanto a comunidade nos clamava a agir.

“Eis que do tic-tac dos relógios emergirão vagas constantes de inércia enchendo o vosso quarto e tomando conta do vosso sono. Penetrarão pelos poros e os transformarão pouco a pouco, lentamente ... em corpos apáticos, massas de marasmo”

O lema do novo Diretório Executivo, “Acelera H8”, mais do que uma mostra das convicções políticas do presidente, é um chamado que todos deixemos essa inércia. É o

Façamos parte desse movimento, seja contribuindo com o Centro Acadêmico, sendo motor de suas iniciativas, buscando ser alunos melhores ou simplesmente sendo um amigo melhor para os seus.

Deixemos nossas vidinhas, nossa zona de conforto, nosso tão querido macaco.

Como disse Guimarães Rosa: “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.

O que ela quer da gente é coragem”

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Espaço do D.A.

O que fizemos em 2016 POR RAQUEL ISSA, T19

Como muitos de vocês devem saber, o Departamento Acadêmico (DA) é uma iniciativa de trabalho que buscar melhorar a qualidade de educação teórica, prática e profissinal do ITA. O que muitos não sabem, às vezes, é como o DA tem lutado para tudo isso acontecer e quais foram as conquistas alcançadas.

Pensando nisso, convidamos a Raquel, ex-diretora do DA, para escrever um texto detalhando todos os projetos realizados e todas as conquistas alcançadas e tentar trazer todos os alunos para mais perto do nosso trabalho.

Prêmio Weis Resumo: O Prêmio Weis é uma premiação oferecida pelos alunos aos melhores professores do ITA e nesse ano realizou-se segunda edição referente aos semestres 2015.2 e 2016.1. O evento teve como tema "Comunicação" e contou com palestra, workshop e coffee-break.

Avaliação de Professores Resumo: A pedido do pró-Reitor de Graduação, o DA elaborou uma pesquisa de avaliação dos professores que será preenchida pelos alunos da graduação do ITA. A avaliação foi feita à partir da análise de diferentes instituições e universidades como: INSPER, MIT, EMBRAER, PUC. Fizemos o possível para que fosse sucinta e rápida, sem perder o a qualidade da avaliação.

Conquistas: A avaliação será usada, de maneira inédita, na progressão de carreira dos professores dentro do ITA. Além disso, os professores mal avaliados participarão de oficinas sobre ensino. A avaliação recebeu aprovação do Conselho de Professores do FUND e do PROF.

Professor Manga Resumo: Sabe-se que a contratação de professores não é simples: o processo é burocrático e depende da abertura de concurso público.

Apesar disso, o DA buscou formalizar a vontade dos alunos de que o professor Marcos Máximo (Manga) fosse contratado oficialmente. Para esse fim, foi entregue ao reitor uma carta e os alunos que conheceram o professor assinaram um documento pedindo sua permanência e escreveram comentários que justificassem o pedido.

Os documentos foram entregues ao Coordenador do Curso de COMP e ao Reitor; o pró-Reitor de Graduação também foi informado e tratou a contratação do Manga como prioritária.

Conquistas: o professor Manga teve seu contrato renovado.

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Aliança pela Inovação Acadêmica e Inoversidade Resumo: A Aliança é uma iniciativa cujo objetivo é repensar o sistema de ensino superior brasileiro, em específico as relações de ensino e aprendizagem dentro da Universidade. Agindo em três eixos principais - compartilhar experiências, desenvolver incentivos através de políticas públicas e gerar conhecimento sobre a realidade da Universidade brasileira - acreditamos que é possível transformar o sistema universitário, garantindo que os alunos tenham espaço para desenvolver seu potencial e que estejam bem preparados para os desafios profissionais do século XXI. Sob o eixo de compartilhar experiências, a Aliança está criando a Inoversidade, uma plataforma de conteúdo que trará entrevistas, artigos informativos e 4artigos de opinião sobre experiências pedagógicas inovadoras dentro e fora sala de aula. A produção de conteúdo será descentralizada e distribuída entre os vários núcleos locais da Aliança em várias Universidades brasileiras, trazendo um retrato diverso e rico sobre desafios, problemas e resultados da inovação educacional.

Conquistas: A AIA já possui representantes nos estados do PR, SP, RJ, MS, GO, CE, ES, PB e RR.

COMVEST Resumo: O DA representou os alunos na ComVest, a comissão que está repensando o modelo de admissão - o vestibular - do ITA. Participaram da ComVest: o pró-Reitor de Graduação, a Dival e Coordenadores do PROF e do FUND. As discussões buscaram analisar modelos de admissão nacionais e internacionais além de refletir sobre o perfil do aluno ingressante e formado no ITA. O posicionamento do DA é que: reformas na graduação são mais latentes e precisam ser feitas antes de se pensar em mudança no vestibular.

Mudanças na NOREG Resumo: Há muito tempo os alunos do ITA lutam por mudanças no regulamento da graduação (NOREG). Após 8 anos de negociações, a pró-Reitoria de Graduação propôs oficialmente mudanças na Noreg. A proposição foi dividida em moções, as quais estão sendo votadas na Congregação desde o início de 2016. O DA e o CASD tem representou os alunos participando da Congregação em que as reformas são votadas. As votações continuarão em 2017.

Conquistas: aumento do limite de falta de 10% para 15%. Aprovação para discutir a implementação de um sistema de crédito misto no ITA. Notas computadas como média aritmética simples da prova 1, prova 2 e exame, impedindo truncamentos. Não obrigatoriedade de média maior que 5,0 nas provas 1 e 2 para a realização do exame.

Troca de Curso Resumo: Devido à distribuição não-homogênea de interesse pelos cursos e ao grande número de alunos da T-19, a Mudança de Curso de 2016 foi um processo difícil. Frente a esse desafio, o DA trabalhou desde o primeiro semestre de 2016 realizando negociações com as Coordenadorias dos cursos e com a parte administrativa do ITA - para garantir o aumento de vagas em cursos disputados. Além disso, o DA ajudou na realização de palestras sobre os cursos para tornar a decisão dos alunos da T-19 a mais acertada possível.

Resultado: 20 alunos não entraram em primeira opção e nenhum aluno ficou em tercei-

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Integração com o PROF Resumo: O DA tem como meta aumentar a comunicação com o curso Profissional. Para isso, foi feita uma intensificação na reunião com as Coordenadorias dos Cursos. O levantamento feito no projeto de Mudança de Curso foi aproveitado para analisar as possibilidades de melhoria em cada curso.

Oficinas de Formação Docente

Ciências sem Fronteiras Resumo: Aproveitando a experiência internacional dos alguns alunos, o DA realizou pesquisas para entender como podemos mudar assertivamente o ITA. Os resultados foram apresentados à Pró-Reitoria de Graduação

Integração com Iniciativas

Resumo: o DA foi convidado pela DAE e pela pró-Reitoria de Graduação para ministrar palestras com a perspectiva dos alunos além de contribuir em discussões com docentes e administradores.

Os temas das oficinas variaram desde identidade do aluno, processo de ensino-aprendizado até ética em sala de aula. As oficinas continuarão em 2017.

Resumo: o DA busca a integração entre a parte acadêmica do ITA e a experiência pratica das iniciativas.

Portanto, o DA ministrou uma palestra sobre as diversas iniciativas do ITA para docentes e administradores e auxiliou a professora Sueli na Oficina do Marco Legal de Inovação que tinha por objetivo, fornecer amparo para as iniciativas do ITA.

Glossário Iteano 1 - Xupa 2 - Topo da pirâmide de prioridades iteanas 3 - T17 4 - Recentemente sofreu de um sério caso de gravidade 5 - Onipresente 6 - Dormitório Secreto 7 - Promove o socialismo com bens alheios no H8 8 - Razão maior da ferramenta de speed do Youtube 9 - Conheço de MPG que não só os bixos lembram 10- Papua Nova Guiné

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HISTÓRIAS

O PROFETA DA POSTULAÇÃO POR JOÃO MARCOS, T-19’ Na apressada e concorrida fuga do C, meu apartamento foi o último que conseguiu se mudar em 2015. Foi bem apertado - na verdade nem éramos os que mais tinham pontos - o que aconteceu foi que o outro apartamento que concorreu conosco pôs outras prioridades de apartamento. Acabamos nos mudando, mas o melhor foi que - de uma forma cabalística - já sabíamos que daria certo.

C

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Agora o limite geral de faltas é de 15%, porém nessa época era de 10%. Sofridas e muito bem escolhidas 48 faltas no segundo semestre: o conflito entre a tentação das infinitas 17 faltas de física ou de deixar tudo para gastar na oitava semana, esse era o maior dilema do iteano até então. Tanto é que rendeu planilhas cancerizadíssimas de controle de faltas, e metade do tempo se discutia qual a melhor forma de se gerenciar esse espaço amostral de tantas possibilidades.

O que não se sabia era que logo no começo do C+ havia um balde sendo chutado. Havia alguém que, contra todos os fatos de sua vida, cagava o pau brutalmente. Não em notas - nunca passou perto de uma segunda época, e com as notas altas podia-se jurar que era um câncerzinho. Esse é o Balde, T-19. Com um histórico acadêmico absurdo, duas medalhas de IPhO's no peito e uma capacidade enorme, era e ainda é o maior caga-pau que conheci. Além de vários outros episódios, o principal sempre foi o fato de que o Balde não ia para a aula.

Dormia. E quando chegava a tarde, pós almoço, dava aquela despertada pra daqui a pouco dormir denovo. De noite parecia ser o único horário em que estava acordado.

Chegando o final do semestre, então, foi aberto o período de postulações. Eu, que dividia quarto com ele, estava louco pra sair do 315. Nos juntamos com mais algumas pessoas e postulamos pra vários apartamentos que iam vagar: 224, 225, 116, 128, 105 (pois é, não faz muito sentido esse 105, mas lembro claramente disso!), etc.

E, meu amigo, quando você está querendo sair do C, os dias passam como se fossem anos. Cada meia noite é uma expectativa enorme, e nada do resultado ser divulgado. Foi numa dessas que fomos olhar o número de faltas do Balde no portal acadêmico, por puro entretenimento: 128 faltas.

Era inacreditável. O limite de 10% fora esmagado, e chegou a ultrapassar o limite do MEC (25%). Acima de tudo isso, estava o fato de que havia ali uma profecia: estávamos predestinados a morar no 128. A euforia tomou conta, a pressão relaxou um pouco e só esperamos. Tanto era predestinado que, como eu disse anteriormente, um outro grupo que tinha mais pontos que a gente postulou para o 128, mas por uma questão de ordem de prioridades, acabaram por ficar em outro apartamento.

Tudo se encaixou: não houve trancamento por falta nesse semestre, saímos do C, e o que restou foram uma ótima história pra contar e a memória de que uma cagação brutal pode vir a calhar.

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Iniciativas

Rocket Design O ITA nas estrelas Por José Guilherme, T19

No início, o único foco da equipe era participar da IREC (Intercollegiate Rocket Engineering Competition), a maior competição de foguetes do planeta.

Contudo, com o crescimento da equipe em número de membros e em conhecimento, a Rocket Design foi se desenvolvendo cada vez mais, ampliando muito mais a sua área de atuação. Agora, a meta da equipe não é apenas participar da IREC, mas de realizar publicações de relevância nacional ou internacional, organizar workshops e eventos por todo o país para divulgar um pouco sobre engenharia de foguetes, realizar parcerias com escolas de Ensino Médio e Técnico para gerar um aprimoramento do conhecimento, participar de outros tipos de competições de engenharia aeroespacial, entre outros.

IREC 2016

Equipe Rocket na IREC 2016

Desde o início da corrida espacial, no ápice da Guerra Fria, o setor Aeroespacial vem ganhando cada vez mais investimentos e interesses. Por ser um setor extremamente estratégico e de interesse militar, era de se esperar que a Força Aérea se interessasse pela área. Englobando diversos setores da Engenharia, o curso de Engenharia Aeroespacial no ITA surgiu em 2010 com poucos alunos e cada vez mais vem ganhando representatividade nacional e internacional. Um dos principais fatores para esse crescimento é o surgimento da Equipe ITA Rocket Design, no ano de 2011.

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Sobre as publicações, podem-se destacar os estudos de Propulsão já publicados no AIAA (American Institute of Aeronautics and Astronautics), a principal associação de Engenharia Aeronáutica e Aeroespacial no mundo; artigos publicados sobre Eletrônica em simpósios nacionais e internacionais; bem como Trabalhos de Graduação e Teses de Mestrado voltadas para a equipe. Isso é muito importante para que a Rocket Design leve uma valorização ainda maior para o ITA no meio acadêmico, ampliando a sua relevância no cenário mundial.

Sobre os workshops, destacam-se as palestras realizadas em Cursos Pré-Vestibulares, a destacar-se o Poliedro (São José dos Campos) e o PH (Rio de Janeiro), além da realização de workshops para o GFRJ (Rio de Janeiro), durante o Festival de Minifoguetes (Curitiba) e a Cobruf (Natal). Com esses eventos, a nossa equipe tenta divulgar mais sobre Engenharia Aeroespacial e tentar motivar mais estudantes a ingressarem nessa área tão relevante no mundo contemporâneo.

As parcerias com escolas de Ensino Médio e Técnico são fatos de orgulho para a Rocket Design. Instituições como o SESI, o ismart e o Colégio Bandeirantes já participaram de projetos de payload (carga-útil transportada pelo foguete), o que gerou um amplo desenvolvimento técnico para os alunos e um excelente aprendizado pela equipe.

Nos próximos anos, a tendência é sempre aumentar essas parcerias, ampliando a transmissão de conhecimento sobre a engenharia de foguetes no nosso país.

Finalmente, em tempos mais recentes, a nossa equipe vem expandindo os tipos de participações em competições. Já fomos vencedores da Cobruf Beta (Competição Brasileira de Foguetes) no ano de 2015 e estamos participando novamente do Festival de Minifoguetes de Curitiba, dessa vez como competidores. Assim, podemos aprender com outras equipes brasileiras e levar a Engenharia brasileira a alçar voos maiores.

É sempre um prazer poder falar sobre a nossa equipe e poder divulgar um pouco sobre o nosso trabalho. Se fosse permitido, gostaríamos de falar páginas e páginas sobre a Rocket Design. De qualquer forma, gostaríamos de agradecer à Cova por essa oportunidade e reforçamos que qualquer pessoa que tiver interesse pode nos contactar pela nossa página no Facebook ou conversar diretamente com alguns membros. #gogogoRocke

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CARTAS

DEVERIA LER

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Por que você ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’?

NÃO ENTRE EM PÂNICO

POR JOSÉ LUCIANO, T-19’ Nunca fui o tipo de pessoa que carrega um livro embaixo do braço pra ler sempre que tiver a chance. Talvez até me considere o oposto disso, alguém que procura motivos para não ler livro algum. Pelo menos foi assim até o ano de 2010 quando uma tarde de tédio me levou até a biblioteca procurar uns livros de Sherlock Holmes para passar o tempo e foi aí que eu vi: O Guia do Mochileiro das Galáxias.

Com poucos minutos de leitura já havia decidido levar pra casa. No dia seguinte já havia terminado de ler o volume 1 e já fui atrás do volume 2! Resumindo, eu que nunca pensei que fosse chegado a leituras, li cerca de 1 livro por dia. Essa saga merece um reconhecimento bem maior que atualmente possui, então aí vão 10 motivos para você embarcar nessa aventura!

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O livro é voltado para o nosso público: pessoas de exatas! Uma leitura inteligente e, com certeza, bem mais profunda e engraçada para quem se diverte com assuntos das exatas como Física e Matemática.

2 As aventuras dos personagens são incrivelmente ricas de reviravoltas e surpresas. Destinos literal-

mente imprevisíveis (Coração de Ouro).

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O autor do livro começou no ramo da comédia escrevendo esquetes para o famoso grupo britânico Monty Python, muito conhecido por seu tipo de humor nonsense!

4 A saga é repleta de coincidências que, na maioria das vezes, passam totalmente desapercebidas

pelos personagens e tendem a se repetir em torno do personagem principal. Isso nos faz refletir se o fato de tantas coincidências o rondarem é também outra coincidência…

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Uma série de coisas sutis acontecem durante toda a história e nunca ficam 100% explícitas. Talvez exijam uma certa reflexão ou uma segunda leitura para entender melhor as possíveis pontas soltas que ficaram pelo caminho.

6 Foi criado o Dia Mundial da Toalha graças à exorbitante fama que ganhou mundo afora.

7

O livro abre completamente sua mente sobre diversos assuntos como viagens no tempo, a criação da Terra ou até mesmo a origem dos nossos ancestrais.

8 Existem certos momentos que é impossível não gargalhar durante a leitura. Eu não disse “rir”, eu

disse “gargalhar”.

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Aprendemos que o impossível é, na verdade, um possível bem improvável!

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E que algumas coisas desse Top 10 só fazem sentido para quem já leu os livros.

O livro é pequeno e a leitura, embora riquíssima, é bem rápida! Não só eu como muita gente se apaixonou por essa história! Aproveita que o bimestre começou agora e abraça essa saga, garanto que não se arrependerá!

Saudações iteanas, até mais e obrigado pelos peixes!

Não esqueça sua toalha!

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ENTREVISTA

por Walter Marinho T20

Bioengenharia no ITA O Laboratorio de Bioengenharia do ITA, apesar de ser um projeto que se encontra estabelecido durante um tempo relevante, ainda e relativamente desconhecido pelos alunos. Pensando nisso, resolvemos fazer uma entrevista com o Major Brigadeiro Medico Jose Elias Matieli, uma das pessoas a frente desse projeto, para buscar entender melhor o objetivo das pesquisas realizadas, bem como incentivar os alunos a refletirem sobre esse tema de modo que isso possa gerar um melhor conhecimento dessa diferente oportunidade de desenvolvimento aqui dentro do ITA. Walter: Primeiramente, queria que o senhor contasse um pouco da sua história.

Matieli: Bom, nasci no Rio de Janeiro, mas minha família é do Espírito Santo, uma família de imigrantes italianos. Fiz medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciei o curso em 1967, saindo em 1972.

Fiz dois anos de especialização em cirurgia geral e depois disso fiz o concurso para o serviço de saúde da força aérea como cirurgião geral. Vim para Guaratinguetá onde fiquei até 1984. Nesse ano voltei para o Rio e fiz mestrado em cirurgia gastroenterológica.

Em 1993 fiz doutorado em cirurgia abdominal na UFRJ. Fiquei trabalhando na Tijuca e depois chefiei o Hospital da Força Aérea do Galeão. Em 2005 fui promovido ao último posto da carreira de médico: Major Brigadeiro. Assumi, então, o cargo de diretor de saúde de todo o território nacional durante 4 anos. Em 2009 me aposentei e recebi um convite para vir ao ITA através do então reitor, o Tenente Brigadeiro Reginaldo dos Santos para estruturar a Bioengenharia ndo ITA. Foi muito difícil e complicado no início. Na época era muito difícil de se implantar uma bandeira na área de biologia ou de saúde aqui no ITA. Entretanto, consegui encontrar um professor de Física, o professor Dani, e juntos desenvolvemos alguns projetos.

O primeiro projeto que deu bastante resultado foi uma tela de polipropileno revestida com nanopartículas de prata para tratar hérnias. Tem-se hoje cerca de 160 animais que fazem uso dessa tela.

Realizamos a solicitação de patente desse projeto e continuamos desenvolvendo a pesquisa. Essa pesquisa foi essencial para o nosso projeto, pois gerou uma série de trabalhos de mestrado e doutorado, além de apresentações no exterior. Tudo isso atraiu o fomento da FAPESP. Uma outra patente resultante do nosso trabalho foi um sensor desenvolvido com o apoio da Engenharia Eletrônica para identificar a presença de pinças após as cirurgias. Antes de sair da cirurgia, esse aparelho é passado pelo corpo do paciente recémoperado e, se o médico tiver esquecido alguma pinça, esse sensor fornece um alerta para a situação. Dessa forma, pode-se evitar problemas causados por esse erro médico, que infelizmente pode ocorrer.

Estamos também trabalhando em um outro projeto da Finep, que consiste na automação do fixador externo Ilizarov, que é usado para quem perdeu partes do osso. Ele é um projeto recente e foi responsável por atrair 2,7 milhões em recursos que têm nos ajudado a montar o laboratório de Bioengenharia.

No fim das contas, temos o objetivo de criar produtos e equipamentos que possam atender não apenas a Força Aérea, mas toda a sociedade.

Walter: Ano passado, algumas pessoas da Turma 20 fizeram um projeto em conjunto com o laboratório de bioengenharia na matéria de QUI-28. Entretanto, o tema "Bioengenharia" ainda é um tanto desconhecido entre os iteanos. O que é a Bioengenharia de uma forma geral?

Matieli: A Bioengenharia num conceito geral é a ciência posta em prática para o fornecimento de comodities para laboratórios.

Nos países de primeiro mundo, a Bioengenharia tem se desenvolvido bastante e sua importância está bem estabelecida. Só acredito que vamos ter saída para os nossos problemas através da produção de novas tecnologias, e a Bioengenharia trabalha justamente nessa linha de raciocínio.

No Brasil, temos um gap enorme entre aquilo que se produz e aqui e aquilo que se importa. O que importamos é uma soma de dinheiro muito grande.

Os países de primeiro mundo já acordaram para esse fato e estão investindo pesado em Bioengenharia.

Isso é algo muito importante, pois , a cada etapa que você sobe na solução de um problema de saúde, novos desafios aparecem.

A engenharia vem para tentar solucionar isso.

Podemos exemplificar esse fato com a história. Quando começamos a conseguir tratar doenças infecciosas, os doentes começaram a ter problemas diferentes, como morte por infarto e alterações coronarianas, por exemplo. Os problemas começaram a ficar mais complexos. Isso exigiu uma tecnologia cirúrgica mais desenvolvida para conseguir atender esses doentes.

Basicamente a Bioengenharia é a responsável por fornecer essas tecnologias.

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Walter: Saindo do geral para o mais específico: O que é a Bioengenharia no ITA? Matieli: Ao pensar no ITA, devemos pensar numa tecnologia mais avançada. A tecnologia dual que se emprega em foguetes e em situações aeroespaciais, as tecnologias empregadas na eletrônica, todas essas tecnologias podem ser translacionadas e aproveitadas pela área de medicina hospitalar.

Mas além disso, aqui no ITA a ideia da Bioengenharia é aproveitar os recusos de grande valor, ou seja, os alunos e, mas professores, mas principalmente alunos. A maior parcela de soluções que podemos dedsenvolver vêm do desenvolvimento dos alunos.

Além disso, acho que seria um desperdício uma escola de engenharia tão consagrada como o ITA não desenvolver nada relacionado a medicina.

Precisamos das pessoas daqui para pensar junto conosco os problemas da medicina.

Infelizmente, aqui não temos condições de implementar um laboratório que possa fazer pesquisas genômicas, pesquisas em iologia molecular. O foco da Bioengenharia no ITA é ajudar o doente a ter uma melhor recuperação.

O ITA caminha no futuro para ter um laboratório maior, com um grande número de bioengenheiros, pesquisas de ponta. Espero que daqui a 10 anos, o ITA possa ter a estrutura perfeita para conseguir trabalhar com os ingredientes perfeitos que temos aqui dentro: cérebros e vontade... porque recursos a gente busca lá fora.

Walter: Como você gostaria que um aluno do ITA enxergasse o laboratório do Bioengenharia?

Matieli: Como uma referência, no sentido de que, se ele tem vontade de trabalhar com essa área, ele pode simplesmente vir aqui e, mesmo sem saber em que ramo específico da área ele quer trabalhar, conseguir ter um lugar determinado por nós para começar a se desenvolver.

Creio ser aqui o lugar certo para o aluno chegar e a partir daí ser inserido em alguma das linhas de pesquisa. Queremos que aqui seja um ambiente que evite os erros do passado e faça com que a pesquisa não seja algo feito de forma isolada, mas de modo a conectar pessoas com pensamentos alinhados.

Pensando nisso, estamos planejando visitas a faculdades de medicina e hospitais como forma de os alunos conhecerem melhor a área médica.

Walter: Como estudantes de engenharia, nós do ITA não temos muito conhecimento sobre os temas mais importantes da medicina, e isso talvez possa fazer com que a maioria acabe enxergando a realidade da Bioengenharia como algo muito distante. Como o senhor vê essa questão? O senhor acha que essa falta de conhecimento específico pode ser contornada por outro fator?

Matieli: Acho que eu ficaria preocupado se eu estivesse na situação contrária: como eu faria para o aluno de medicina se preocupar com as ciências exatas?

Vejo que no ITA, os alunos tem uma versatilidade muito grande.

Conheço muitos exemplos de alunos do ITA atuando em diversas áreas que não são aquelas nas quais eles se formaram. Conheço desde alunos que trabalham no Hospital Albert Einstein a alunos que trabalho no mercado financeiro. O aluno do ITA pode ser encontrado em todos os ramos de desafios.

Apesar de a nossa matéria de FIS-80 ser nova no ITA, já enxergamos o interesse do aluno do ITA, e o aluno do ITA se sai muito bem quando desenvolve um interesse por algo. Ao desenvolver esse interesse, ele se aprofunda muito e busca cada ves mais conhecimento sobre a área para poder se desenvolver nela.

Além disso, enxergo que o aluno do ITA entende bem a ideia de conhecimento compartilhado.

Apenas pensando de forma compartilhada podemos chegar a uma solução eficiente

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A COVA - MAIO/2017 - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Não quero que o aluno do ITA decore todo um livro de anatomia, isso certamente não o ajudará de forma tão efetiva a desenvolver uma solução. O que se busca é apontar os problemas da medicina e fornecer conceitos básicos que sejam suficientes para que o aluno possa desenvolver algo através do seu conhecimento prévio em sua área utilizando as condições de contorno fornecidas pela medicina.

Quando eu era cirurgião geral, eu operava de tudo. Hoje, é impossível um cirurgião saber operar tudo. Como todas as áreas de conhecimento, a medicina se segmentou. Por conta disso, quando eu quero entender melhor de outra área, eu devo conversar com outro médico para entender. É através desse compartilhamento que construo o conhecimento.

Podemos compensar o que falta de engenheiro no médico e de médico no engenheiro através do compartilhamento.

Walter: O iteano também é movido pelos desafios. Quais são os principais desafios que o iteano tem que estar pronto para quebrar a cabeça tentando solucionar?

Matieli: Os desafios são numerosos, diria até infinitos...

... mas pelo princípio de bons resultados, acho que devemos ter foco. Assim, digo que nosso principal objetivo é trabalhar com a medicina assistiva, como já falei, ou seja, a medicina voltada para idosos, deficientes físicos, construção de sensores, materiais e motorização de equipamentos.

Outra forma que o iteano pode buscar atender é trabalhar com redes neurais, com deep learning para buscar tentar reconhecer comportamentos, criar padrões e achar soluções. O funcionamento segue algo como o seguinte raciocínio: colocam-sem vários prontuários em redes neurais e, a partir dos padrões encontrados, toma-se as decisões.

Um outro desafio está na área de automação.

A medicina atualmente caminha para a automação e o fornecimento de dados remotos para que todos os médicos tenham em mãos o conhecimento. Com todos esses aspectos em questão, acho que temos uma boa cesta de objetivos na Bioengenharia, objetivos esses que são dinâmicos, mas não podemos nos perder pela falta de foco.

Walter: Se o senhor fosse traçar o perfil do aluno interessado pela Bioengenharia aqui no ITA, qual seria o perfil desse aluno?

"Apenas pensando de forma compartilhada podemos chegar a uma solução eficiente"

Matieli: Nesses 7 anos, vários alunos do ITA trabalharam e apresentaram resultados.

Já foram para o Einstein, inclusive... mas acho que a maior característica do aluno do ITA é o gosto por desafios. Eu acho que se não tivéssemos essa característica, eu não acreditaria no futuro desse projeto.

O aluno é muito aderente àquilo que está buscando. É isso que gostamos no aluno do ITA. Além disso, quando aproximamos o aluno do ITA desse laboratório, é como se fornecêssemos oxigênio para esse organismo.

O laboratório de Bioengenharia é, de fato dos alunos do ITA. É de vocês. É nosso trabalho fazer com que vocês mesmos levem esse desafio pra frente. Eu sempre falo em aula que os alunos são responsáveis por essa transformação. Às vezes o aluno pode pensar "O que eu ganho com isso?". Esse projeto , além de trazer um bem para a sociedade está alinhado com o que há de mais moderno em termos de pesquisa. Além disso, os problemas enfrentados nunca deixarão de ser desafiadores, afinal de contas, a saúde do mundo inteiro nunca vai deixar de ser bem paga.

Walter: Agora vamos fazer um breve devaneio. Imagine que o senhor tem a nossa idade, começou sua vida de faculdade. Pensando nisso, que conselhos o senhor daria pra quem quer fazer parte do laboratório de Bioengenharia?

Matieli: Acho que ele deve enxergar que os cursos do ITA não são incompatíveis com a medicina. Além disso, buscar se envolver com muitos projetos de engenharia. Afinal de contas, se você quer pilotar um avião, você deve praticar.

O aluno deve vir ao laboratório sem medo de adquirir novos conhecimentos. Ele deve estar preparado para sair da sua zona de conforto e buscar conhecimentos em outras áreas para que ele possa desenvolver soluções que vão revolucionar a área médica.