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Paraty 356 anos: ‘um belo pedacinho do Brasil’
from especial paraty
Reconhecida pela Unesco, cidade mais aconchegante da Costa Verde do Rio, é um dos principais destinos turísticos do Brasil
Paraty comemora 356 anos de emancipação político-administrativa em relação à vizinha Angra dos Reis no próximo dia 28, e vai ter festa: Cesar Menotti e Fabiano se apresentam no dia 26, no Pontal, para celebrar a longevidade deste belo pedacinho do Brasil que começou como um povoado e ganhou notoriedade com o ciclo do Ouro, da Cana de Açúcar e do Café. Mas isso faz parte do passado, pois há décadas Paraty se tornou um destino popular do Turismo, graças principalmente à abertura da Rodovia Rio-Santos
E se hoje há história para se ver e contar em Paraty, tudo teria começado no final do século XVI e ganhado força na segunda metade do século XVII - mais exatamente em 1660, quando várias comunidades se rebelaram para tornar o povoado independente da vizinha Angra dos Reis O desejo se tornou realidade em 28 de fevereiro de 1667, quando o antigo povoado passou a ser conhecido como Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty – o que fez da localidade a primeira cidade brasileira a ter sua autonomia política decidida por escolha popular.
Depois de passar pelos períodos de bonança nos séculos seguintes, a cidade passou por um longo processo de estagnação ao longo do século XX, que paradoxalmente ajudou a preservar o casario colonial conservando o conjunto conhecido como Centro Histórico Hoje, o conjunto arquitetônico e as belezas naturais – como as mais de 90 praias, 60 ilhas, além da Mata Atlântica com seus parques e reservas ecológicas - ajudam a levar turistas de todas as partes do mundo para o município, que também podem praticar os chamados espor- tes de aventura.
Pode-se dizer então que, após atravessar alguns séculos como apenas um ponto de passagem, Paraty passou a ter no turismo sua principal atividade econômica e uma nova razão de ser e existir.
“Preservar nosso patrimônio histórico, cultural e natural não é apenas uma forma de manter a saúde financeira do município por meio da indústria do turismo; é, também, um ato de cidadania que ajuda a manter um legado inestimável para as próximas gerações”, afirma o prefeito Luciano de Oliveira Vidal.
Patrimônio tombado
Paraty mantém de forma harmônica suas heranças coloniais, hábitos imateriais oriundos da pluralidade de seus povos, além da preservação de seu ambiente natural e imaterial. Para tanto, um momento importante foi quando a cidade e a Ilha Grande foram declaradas, em 2019, Patrimônio Mundial pela UNESCO, sendo o primeiro Patrimônio Mundial Sítio Misto (patrimônio cultural e natural) reconhecido pela UNESCO no Brasil. São 149 mil hectares que incluem o centro histórico de Paraty e quatro reservas naturais ao redor
Para a candidatura ser aprovada foram destacadas a coexistência de culturas locais, como indígenas, quilombolas (descendentes de negros escravizados) e comunidades costeiras de pescadores e artesãos, e o fato (segundo o Iphan) de que 85% da Mata Atlântica é preservada na região, com 36 espécies de plantas consideradas raras, sendo 29 endêmicas
Dentre o que foi construído pelo homem está um tre- cho da Estrada do Ouro, construída por escravos entre os séculos XVII e XIX para o transporte de metais preciosos a partir de Minas Gerais com destino a Portugal, além de antigas fazendas, fortificações, engenho de cachaça e sítios arqueológicos

O que não falta em Paraty, definitivamente, é patrimônio tombado, e aqui vai uma pequena lista: Chafariz do Pedreira; Sobrado dos Bonecos e Passos da Paixão; a Antiga Cadeia Pública, que atualmente sedia o Instituto Histórico e Artístico de Parati; a Rua do Fogo, uma das poucas a manter seu nome original; a Rua Dona Geralda; o Mercado do Peixe; a Rua da Praia; a Rua Fresca; as Igrejas Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, de Santa Rita de Cássia, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e Igreja de Nossa Se-
Preservar
nosso patrimônio histórico, cultural e natural é, também, um ato de cidadania que ajuda a manter um legado inestimável para as próximas gerações
Luciano de Oliveira Vidal Prefeito
nhora das Dores Calma que tem mais: os sobrados coloniais; a Santa Casa de Misericórdia de Parati; o Forte Defensor Perpétuo e Casa da Pólvora; a Capela da Generosa; o Oratório de Santa Cruz das Almas; e as aldeias Guaranis de Araponga e Parati Mirim, nos arredores da cidade.
Se a lista de locais para se visitar – e não são todos, acredite – quase dá aquela sensação de que é impossível visitar tudo, pode-se pensar, na verdade, que aí está mais um bom motivo para se visitar Paraty muitas e muitas vezes
Os sabores de Paraty
Além dos inúmeros pontos turísticos com valor arquitetônico, artístico, paisagístico, natural e cultural, Paraty também é conhecida pela sua gas- tronomia: são inúmeros cafés, bares, restaurantes e bistrôs, onde é possível encontrar doces típicos da cidade como massapão e manuê de bacia. A gastronomia também tem como base os pescados e frutos do mar, priorizando os produtos locais produzidos pelas comunidades tradicionais, além da agricultura orgânica, projeto priorizado na iniciativa da cidade criativa da gastronomia da UNESCO e que ajudou a cidade a ser reconhecida mundialmente como Cidade Criativa da Gastronomia.
Paraty de hoje e do futuro
Apesar de conhecida pelos imóveis de valor histórico incalculável, a cidade está conectada com as necessidades do presente: entre os avanços estão o Hospital Hugo Miranda, a Estrada Paraty-Cunha, Cais Pesqueiro, Centro de Imagens, Luz e Flutuantes nas comunidades caiçaras, além do tratamento e abastecimento da água em todo perímetro urbano O saneamento básico começa a tomar forma e corpo, e em breve a região costeira será atendida com fossas sépticas, além das já inauguradas estações de esgoto de Tarituba, Praia Grande e Várzea do Corumbê. A rede de coleta e tratamento de esgoto da região central está prevista para agosto de 2024.
“É com muita satisfação que vemos os investimentos feitos na cidade tendo retorno não apenas para os visitantes, mas principalmente para os moradores que passam os 365 dias do ano convivendo com todas as belezas de Paraty São conquistas que eles merecem desde sempre, e estaremos imbuídos na missão de conquistar ainda mais”, diz o prefeito Luciano Vidal.
1ª Feira de Pesca & Negócios do Mar transforma Paraty na Capital Mundial da Economia do Mar Portugueses, suíços e empresários de mais três países desembarcam em Paraty no mês de março
O mês de março irá transformar Paraty na Capital Mundial da Economia Azul ou Economia do Mar. De 16 a 19 de março, a cidade será sede da 1ª Feira de Pesca & Negócios do Mar, evento multissetorial que reunirá representantes dos diversos setores da sociedade, como universidades, poder público, iniciativa privada e, principalmente, quem vive do setor com o objetivo de impulsionar seus negócios, fazer networking, ficar atualizado sobre as novidades e se inserir no mercado A feira quer estimular a cadeia produtiva da Economia do Mar em Paraty, que é um verdadeiro paraí- so natural. O evento vai ocupar uma área de 5 mil m² na Av. Nossa Sra. dos Remédios, no Pontal.
A diversidade sustentável do setor estará representada por meio da pesca, maricultura, piscicultura, gastronomia e todos os outros segmentos ligados à economia do mar Para quem não sabe, Paraty é primeiro porto pesqueiro de camarão do Estado do Rio Os negócios do mar representam a segunda economia da cidade
A programação inclui exposições de pesca esportiva, salão náutico, gastronomia do mar, workshop, mergulho em apneia, pesca submarina, pesca
13° Bourbon Festival Paraty vai reunir grandes nomes do jazz e do blues
kids, TV digital Nós do Mar e a grande competição internacional Paraty Open Kayak Fish. Além de embarcações para pesca esportiva (submarina e em mar aberto), haverá exposições de caiaques, SUPs (stand up paddle boards), motos aquáticas (jet skis) e iates (novos e usados). Também serão oferecidos equipamentos, turismo de pesca, tiro esportivo, artigos de camping e de cutelaria.
Ainda serão destaques da feira, as rodadas de negócios, oficinas, palestras, workshops, momentos de networking e informações sobre investimentos e oportunidades do futuro Cluster da Economia do Mar
Festa do Divino Espírito Santo: uma tradição de 300 anos
Popularmente chamada de Festa do Divino, a manifestação religiosa e cultural festejada há três séculos foi registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2013 e, neste ano, comemora 10 anos da titulação reconhecida pelo Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O evento acontece de 19 a 28 de maio.
Fortalecendo a identidade paratiense, faz parte do ritual da comemoração o sábado das tradições, Domingo de Pentecostes, o popular bingo na Praça da Matriz, a irreverência do Show de Calouros, além das missas, apresentações musicais e a Mega Gincana do Divino que, há duas décadas, mobi- liza crianças, jovens e adultos em competições culturais e esportivas
Durante a Festa do Divino, o Centro Histórico e seus arredores se transformam para receber fiéis e turistas mesclando devoção e entretenimento, religião e cultura. Segundo a história, a Festa do Divino chegou ao Brasil trazida pelos colonizadores e acontece em Paraty desde o século XVIII.
Calend Rio
De 14 a 16 de abril Paraty se transforma na capital nacional do jazz, quando recebe a 13ª edição do Bourbon Festival Paraty O evento reforça a integração com músicos locais e profissionais da cidade histórica e traz nomes importantes da música.

O diretor e criador do festival e do Bourbon Street em São Paulo, Edgard Radesca, tem um carinho especial com o evento e sempre convida nomes de expressão do jazz nacional e internacional. " O Bourbon Festival Paraty é muito especial para mim e para todos que fazem a sua realização São meses de preparação e envolvimento para levar música e entretenimento de qualidade à esta cidade que há muitos anos aprendemos a amar Não podemos ainda anunciar atrações, mas já podemos dizer que o festival será ainda melhor este ano, " disse Radesca ao DIÁRIO DO VALE
Os shows são gratuitos e realizados em palcos e diversos locais de Paraty, um dos pontos turísticos mais belos e atraentes do Brasil, que se torna nessa época uma New Orleans brasileira. Os shows acontecem nos palcos Matriz e Santa Rita e nos dois espaços destinados aos buskers (músicos de rua escolhidos a dedo pela curadoria).
