DIARIO NAS RUAS 6 DE MAIO DE 2022

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EDIÇÃO FIM DE SEMANA

DIÁRIO DA MANHÃ - PASSO FUNDO E CARAZINHO, SEXTA, SÁBADO E DOMINGO, 06, 07 E 08 DE MAIO DE 2022 | ANO 86 - Nº 45 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Superação na Maternidade Para o Dia da Mães, o Diário da Manhã dedicou a maioria das páginas desta edição para contar histórias de mulheres e seus momentos de superação na gestação e criação de seus filhos.

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GERAL Se você tem um smartphone e um aplicativo de QR Code instalado, posicione o leitor desta imagem e tenha acesso direto ao nosso site!

Dom Rodolfo Luis Weber

MÃE A celebração do Dia das Mães suscita agradecimento, reflexão e oração. Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe e a um pai. Se todos têm a experiência de serem filhos, nem todos experimentam o dom da maternidade ou da paternidade. A mãe, além da geração, é quase sempre a ela que se deve os passos seguintes da vida, da formação humana e espiritual. Ela é exaltada do ponto de vista simbólico: tantas poesias, tantas coisas belas se dizem poeticamente da mãe. Toda esta exaltação poética nem sempre se transforma em escuta da mãe e ajuda na vida cotidiana, e, muitas vezes, falta o reconhecimento do seu papel na sociedade. As crianças recém-nascidas começam a receber em dom, juntamente com o alimento e os cuidados, a confirmação das qualidades espirituais do amor. Os gestos de amor expressos no dar um nome, nos olhares, nos sorrisos estabelecem laços de amor. A presença materna torna-se indispensável para superar os sentimentos de orfandade. O filho amado aprende a amar. O Papa Francisco quando fala das mães diz: “As mães são o antídoto mais forte contra o propagar-se do individualismo egoísta. São elas que testemunham a beleza da vida. Sem dúvida uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar e sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral”. Queremos trazer presente as mães que choram pelos seus filhos. Filhos que morreram vítimas da violência e outros filhos que se encaminharam por caminhos de morte. As mães por gerarem vida amam a vida e testemunham a beleza da vida. Elas vivem um “martírio materno” por darem a vida pouco a pouco por alguém que amam. A escolha da vida é a escolha de dar a vida. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende. Sem mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. Elas semeiam a fé sem muitas explicações que com o tempo vai amadurecendo. Queridas mães, obrigado por aquilo que sois na família e pelo que dais à Igreja e ao mundo. Rogo a Deus, que Maria a Mãe de Jesus e nossa mãe, interceda junto ao seu filho, que derrame abundantes bênçãos.

Assembleia Geral Ordinária Digital Unicred Premium 2022 define nova presidência

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ais uma Assembleia Geral Ordinário Unicred Premium foi realizada. O momento foi marcado pela eleição da nova presidência. Na ocasião, os presentes que compuseram a mesa foram: Presidente Dr. Nilton Reis, Vice-presidentes: Dr. Paulo Ricardo Führ e Dr. Sergio Luis Garcia de Macêdo, Tibiriçá Cecim Segala – representando a Comissão Eleitoral e Paulo Romeo Coitinho Abrahão – representando o Conselheiro fiscal, Diretora Geral: Roselaine Buttenbender e Diretor de Operações: Daniel Haas conduziram a solenidade para o grupo de cooperados Unicred Premium. A mesma foi realizada através de um ambiente digital, onde os cooperados que tiveram interesse realizaram suas inscrições de maneira prévia, através do link disponibilizado pela cooperativa. As pautas de ordem do dia foram: Prestação de contas dos órgãos de administração do exercício de 2021; Destinação das sobras; Fixação da remuneração dos membros dos órgãos diretivos e conselho fiscal; Eleição dos membros do Conselho de Administração - Mandato; Política de conformidade e Reversão Fundo de Contingência e destinação do saldo. Umas das pautas foi Eleição dos membros do Conselho de Administração onde foi realizada a votação para o nova presidência e conselho, agora formada por Dr. Paulo Ricardo Fuhr novo presidente eleito, 1° vice-presidente Dr. Sergio

Luis Garcia de Macêdo e 2° vice-presidente Dr. Fábio Caldana, conselheiros, Antônio Lourenço Severo, Cristian Deves, João Paulo Weiand, Marcelo Zanettini Masella, Nara Regina Lessa Pimentel, Norberto Holz, Ricardo Eick, Antônio Pedro Viero, Nander Xavier e Paulo Roberto Menta. A partir de agora, a Cooperativa começará os movimentos de transição e implantação que todas as mudanças requerem. Com eleição realizada e definida a nova composição do conselho administrativo, a assembleia é marcada também pelo o término de mais um mandato do Dr. Nilton Reis, trajetória marcada por 26 anos de dedicação ao cooperativismo e 3 mandatos de presidência.

SOBRE A UNICRED PREMIUM

A Unicred Premium, possuí 26 anos de história, e é uma das maiores singulares do Sistema no Rio Grande do Sul. Registrando crescimento anual constante desde a sua fundação, projeta aumentar sua participação no mercado conquistando novos cooperados, além de consolidar a confiança estabelecida com os já associados, oferecendo excelência no relacionamento e as melhores soluções financeiras. Com a incorporação a Unicred Premium passar a contar com mais de 8 mil cooperados e amplia sua área de atuação para 141 municípios.

Projeto Acolher começa neste sábado em Carazinho Voluntários percorrerão bairros Santo Antônio e Oriental em busca de doações O projeto Acolher, criado pela Corrente do Bem e que possui diversos parceiros entre eles o Grupo Diário da Manhã, Programa Yacamim, KNN Idiomas, Rotaract e Loja Bola de Sabão, terá início neste sábado (15). A Corrente do Bem presta assistência para famílias carentes, especialmente gestantes há 21 anos. Busca donativos para repassar às pessoas que tenham qualquer tipo de necessidade. A ideia do projeto lançado agora é literalmente buscar doações nas casas das pessoas, facilitando o ato de doar. Entendese que muitas pessoas gostariam de contribuir, mas por vários

motivos acabam não conseguindo enviar as doações. A partir das 10h, os voluntários percorrerão os primeiros dois bairros da ação. Baterão de porta em porta nos bairros Santo Antônio e Oriental pedindo ajuda. Toda doação é bemvinda, especialmente alimentos, roupas, cobertores, e itens de higiene infantis como fraldas e lenços umedecidos. O projeto Acolher se estenderá até o mês de agosto e conforme as doações ocorrerem, já serão destinadas para as famílias que assistidas pela Corrente do Bem e o Programa Yacamim.

FUNDADOR

PRESIDENTE Janesca Maria Martins Pinto

DIRETORA COMERCIAL: Eliane Maria De Bortoli

Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979)

PRESIDENTES-EMÉRITOS

VICE-PRESIDENTE Ilânia Pretto Martins Pinto

DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL:

DIRETOR EXECUTIVO Túlio Pretto Martins Pinto

EDITORA GERAL: Nadja Hartmann

Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

EDITOR: Alessandro Tavares Alessandra Studzinski www.diariodamanha.com


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GERAL

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A arte e a sensibilidade em cada tela Ilse Ana Piva Paim fala sobre o Dia do Artista Plástico e os desafios na profissão FOTO:Kaliandra Alves Dias

Kaliandra Alves Dias kaliandra@diariodamanha.com

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esde o início da sua paixão pelos desenhos e pintura, a artista plástica Ilse Ana Piva Paim já demonstrava a sua inquietação pelo novo. Há mais de 40 anos, a carazinhense demonstra em suas telas a sensibilidade e retrata o cotidiano encontrado no dia a dia. Para comemorar o Dia do Artista Plástico, Ilse Ana recepcionou a reportagem do Diário da Manhã e falou sobre os desafios da profissão. O ENCONTRO COM A SENSIBILIDADE As cores fortes e, em muitas ocasiões alegres, utilizadas nas telas nem sempre proporcionam uma história feliz por trás das obras feitas por Ilse Ana. Para a artista plástica, as obras começam com um encontro, como foi o caso da série ‘Catadores de Sonhos’. “Vi um homem comendo sobras que estavam em um lixo e isso mudou meu modo de ver o mundo. Nunca mais olhei igual e a partir deste dia, passei a olhar e conversar com os catadores que passavam nas ruas. Pesquisei a vida dos catadores e foi desta forma que a obra surgiu”, destaca Ilse. Outra obra destacada por Ilse Ana é a série ‘Guerreiras’ de 2000. “Encontrei uma índia amamentando o seu filho em uma calçada. Outrora os índios eram donos das terras e hoje, ela amamenta o seu filho em outro local, porque não tem mais suas terras. Me vi como uma guerreira que quer fazer a diferença por meio da pintura”. Além das pinturas em aquarela, Ilse também expressa sua arte em tecido, óleo, acrílica e porcelana. “Fui uma das primeiras artistas da cidade a tra-

Obras de Ilse Ana retrata o cotidiano

zer acrílica e alquídica. Tudo em minha carreira foi uma evolução, a minha criatividade foi driblar tudo isso. Amo desenhar, pintar, ler... nada é difícil pois faço com prazer e amor”. Os primeiros traços foram feitos aos nove anos, quando teve as primeiras aulas com a irmã. Aos 13, Ilse começou a pintar e aos 14 a lecionar – os ensinamentos eram aliados a profissionalização. A criatividade e a inspiração foi ganhando forma com o passar dos anos. Para a artista

plástica, era uma necessidade expressar a sua criatividade no papel. “Quando comecei a aprender, comecei a priorizar. Um artista só é artista quando tem bagagem. Todo mundo diz que é artista, mas tens que ter uma coletânea de trabalho. Independente da profissão, só se aparece quando tem uma produção e na minha, é bem exacerbada”, revela Ilse. A VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO As obras de Ilse Ana estão

espalhadas por Carazinho. Uma das obras da artista está na área externa da Biblioteca Pública Dr. Guilherme Schultz Filho, na Avenida Pátria. O painel com 156 azulejos retratando a história de Carazinho. Em entrevista ao Diário da Manhã em 2020, Ilse destacou que quis contar os ciclos econômicos de Carazinho. “Chamei o painel de ‘Leituras do mundo’ que inicia com as mulas e os antigos tropeiros até a chegada das indústrias” comenta .

As obras retratadas em diversos lugares são uma amostra de que a artista plástica passou pelo local. “Sinto como se estive aqui e passei por aqui. É um pedaço meu que fica, que será lembrado e é a história local. Quando vou na Igreja da Glória, me emociono ao ver a Via Sacra. Somos efêmeros, vamos virar pós, os nossos gestos, atos e obras ficam, quero deixar o que eu amo e o que fiz com maior orgulho”, finaliza Ilse Ana.


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Alegria e esperança após a perda Foto: divulgação

Vania Raquel Ramos Freitas viveu o processo do luto até a descoberta de sua quarta gestação Kaliandra Alves Dias kaliandra@diariodamanha.com

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arco-íris é uma luz colorida que surge no céu após uma cinzenta tempestade. Na maternidade, o termo ‘bebê arco-íris’ é dado para as crianças que nascem de uma mãe que sofreu anteriormente um aborto e/ou teve um filho morto prematuramente; simbolizando a alegria. Mãe de três filhos, aos 36 anos, Vania Raquel Ramos Freitas sofreu a dor do luto e a esperança em uma

nova vida gerada após sete anos. A PERDA E O PROCESSO DO LUTO Mãe de um casal, em julho de 2012, Vania descobriu a sua terceira gravidez. “Foi uma gravidez tranquila até os seis meses, quando descobrimos em janeiro de 2013, que o Davi estava com uma má formação no coração. Tínhamos a esperança dele nascer bem”,

Vania é mãe de Lorenzo (1 ano e cinco meses), de Emanuelly (17) e Samuel (15)

salienta. Conforme Vania, após a descoberta, semanalmente eram realizados exames períodos para acompanhar os batimentos cardíacos. Em março do mesmo ano, Vania foi encaminhada ao bloco cirúrgico para dar à luz a Davi. “Davi nasceu às 18h45. Ele ficou cinco minutos sem chorar e foi encaminhado para a incubadora. Pensava que estava tudo bem”, enfatiza. A notícia do falecimento do filho foi recebida após Vania ser en-

caminhada ao quarto. “Foi a pior notícia que recebi. Nosso anjinho durou uma hora. Nunca questionei Deus, porque Ele sabe de tudo”, destaca. APOIO DA FAMÍLIA E A VINDA DE UM BEBÊ ARCO-ÍRIS Vania destaca que após a perda de Davi, recebeu o apoio do esposo, de seus filhos e família. “Sem eles não sei como ia superar a perda do meu filho”, destaca. A quarta

gravidez aconteceu após sete anos com a chegada do Lorenzo. Conforme Vania, a descoberta da gravidez despertou a insegurança e o medo de que a situação pudesse acontecer novamente. “Meu esposo e meus filhos ficaram radiantes com a notícia de um novo integrante na família”, salienta. A nova gestação foi tranquila e a carazinhense deu à luz a Lorenzo no dia 30 de novembro de 2020. “Meu bebê arco-íris veio ao mundo pesando 5.530kg e com 51 centímetros”.


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Os desafios da Esclerose Multipla vencidos com a maternidade

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ISADORA VILANOVA isadora@diariodamanha.com

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Esclerose Múltipla é uma doença autoimune que causa diversos sintomas, comprometendo o equilíbrio, o movimento dos braços e pernas, a sensibilidade e visão. O Ministério da Saúde estima que no Brasil mais de 40 mil pessoas convivem com essa condição. Uma doença que pode ser controlado por diferentes tipos de tratamentos, não impede a gravidez, no entanto, durante a gestação o tratamento deve ser interrompido, o que gera riscos dos sintomas aparecerem. Aos 18 anos Camila Antunes Viega, graduada em direito e natural de Passo Fundo, recebeu o diagnostico de EM. Uma condição que não afastou o desejo de ser mãe, que mesmo a muitos medos e insegurança escolheu a maternidade e lhe trouxe a sua maior realização, sua filha Julia. O diagnostico de Camila foi rápido, os primeiros sintomas surgiram com a perda da força nas pernas e ao caminhar. A partir da ressonância veio o resultado de esclerose. O tratamento feito com um medicamento ofertado somente pelo sistema de saúde pública, fornecido pelo governo do Estado. Camila lembra que demorou três meses para que o medicamento chegasse desde que recebeu o diagnostico, nesse período os sintomas se intensificaram ocasionando diversos surtos. “A medicação não tem como comprar, nesse período de espera continuei tendo surtos. Quando chegou comecei as aplicações, que eram feitas na barriga diariamente”, relembra. A aplicação

da injeção não teve efeito. Os efeitos colaterais como alergias, inchaços eram frequentes e os sintomas da EM continuaram aparecer. “Internava no hospital pelo menos uma vez ao mês, tive todos os tipos de sintomas possíveis da EM”. Devido à gravidade dos sintomas e da doença os médicos avançaram no tratamento para uma medicação de segunda linha. Há mais de 10 anos Camila realiza a pulsoterapia, todo o mês no Hospital de Clínicas de Passo Fundo. “Nunca mais tive sintomas, é uma vida normal desde que iniciei esse tratamento”, afirma ESCOLHA PELA MATERNIDADE Camila passou anos convivendo com a EM de forma controlada, sem sintomas, com uma vida normal. Aos 30 anos, chegou o desejo pela maternidade. Segundo ela nunca foi um sonho, mas acredita que o relógio biológico da mulher despertou esse desejo. “Acredito que chega uma hora que falta alguma coisa na vida, um propósito. Sabia de todas as dificuldades que enfrentaria, mas eu e meu esposo decidimos tentar”, conta. As dificuldades que Camila se refere é a necessidade de interromper a medicação que controla os sintomas da EM. Para engravidar ela teria que ficar no mínimo 30 dias sem fazer a medicação, além do período de gestação. “Foi nesse momento que veio toda a insegurança, pois poderia demorar meses, anos para engravidar e todo esse tempo sem a medicação. Mas resolvi tentar, fiquei 30 dias sem a medicação. Deus foi tão bom comigo que engravidei no se-

Foto: Arquivo Pessoal

Camila Antunes Viega precisou interromper, durante a gestação, o tratamento que controla os sintomas de EM. As transformações da maternidade somaram aos riscos de ficar nove meses sem a medicação, desafios vencidos e que hoje são celebrados ao lado da filha Julia, de oito meses gundo mês”, relembra. A gravidez foi sinônima de alivio e esperança para o casal. Camila teve uma gestação tranquila, com o acompanhamento dos médicos sentiu toda alegria de ver Julia crescer na barriga. 8 MESES DE GESTAÇÃO SEM MEDICAÇÃO E SEM SINTOMAS Aos oito meses de gestação Camila pegou Covid-19 e logo depois teve o seu primeiro surto de sintomas da EM. Um período que trouxe a tona muitos medos e inseguranças. “Tinha medo de caminhar, pois estava com a barriga grande. Comecei a ter medo por ela, por mim, por tudo”. Camila chegou a realizar a pulsoterapia por cinco dias, mas não aliviou os sintomas. A pequena Julia nasceu 15 dias antes de completar nove meses. O período pós-parto que por si só já é delicado, para Camila foi ainda mais. Os sintomas da EM ficaram ainda mais fortes, pois ainda não poderia voltar ao tratamento. Hábitos simples como pegar Julia no colo, embalar, dar banho, se tornou difícil devido aos sintomas. “Tinha medo de subir as escadas da nossa casa com ela no colo, pois já estava com dificuldades para caminhar, enxergar. Foi um período bem complicado, chorava muito”, relembra. Camila não pode amamentar no peito, pois devido à evolução dos sintomas precisava o quanto antes retornar ao tratamento. Um período da maternidade desafiador, que trouxe muitas mudanças, mas principalmente a sensação de estar completa. “Não me arrependo de nada, faria tudo de novo, pois vale muito a

Desde o nascimento de Júlia, hoje com oito meses, Camila vive uma rotina normal, com os sintomas da EM controlados pena. Um incentivo pra as mulheres que pensam em ter filhos, apesar das dificuldades, sejam elas grandes ou pequenas, vale a pena”, reflete. Camila retornou ao tratamento mensal com a pulsoterapia e desde então não teve mais nenhum sintoma. O dia 8 de março vai ser celebrado com Julia no colo, aos oito meses esbanjando saúde. “Depois da tempestade o sol sempre aparece. Hoje posso dizer que sou completamente feliz, os momentos ruins existem, mas os momentos bons sempre voltam”, finaliza.


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Mães de UTI: a rotina atípica da maternidade

desejo maior de uma mãe quando nasce seu filho é voltar para a casa, para a rotina e todas as mudanças que lhe esperam. No entanto, quando o nascimento chega antes do tempo, tudo se transforma e se torna ainda mais desafiador. O nascimento prematuro em muitos casos substitui a rotina de um pós-parto por uma rotina de hospital. O berço é substituído pela incubadora, os brinquedos pelos aparelhos da UTI, a amamentação no peito pela amamentação por sonda, a alegria do nascimento pela preocupação. Essa é a rotina das mães de bebes prematuros, que precisam ficar internados após o nascimento. O Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo se tornou a casa de Jéssica Prado da Silva e Silvério Grana e o berço dos gêmeos Gael e Kael. Eles nasceram no dia 10 de fevereiro, quando Jéssica estava com 25 semanas de gestação. Prematuridade extrema, onde as 24h que sucederam o nascimento foram cruciais para os bebês. Gael nasceu com 875 gramas e 32 centímetros e Kael com 890 gramas e 36 centímetros. Aos 24 anos Jéssica descobriu que estava grávida. Era um sonho ser mãe, estava nos planos do casal que mora em Ametista do Sul, há 170 km de Passo Fundo. Mas não imaginavam que aconteceria tão rápido. A surpresa da gravidez veio em dose dupla, primeiro por não imaginarem a possibilidade e segundo por serem gêmeos. Jéssica trabalha como lapidadora, a gravidez era considerada de alto risco, pois além de ser uma gravidez gemelar, ela também tinha o colo do útero muito curto, o que poderia antecipar o nascimento. “O médico já havia avisado que viria antes do tempo por conta do espaço. A expectativa era que eles nascessem entre 17 e 23 de maio. Nunca imaginávamos que seria assim, nas 25 semanas”, conta. Oito dias antes do nascimento Jessica precisou ser internada, tomou medicamento para retardar o parto e voltou para casa, na expectativa que o quadro melhorasse. No dia 9 de fevereiro as dores começaram a aparecer, foi ao hospital em Ametista do Sul e já estava com dilatação completa. A transferência para Passo

Jéssica Prado da Silva é mãe de Gael e Kael. Gêmeos que nasceram com 25 semanas e estão internados há três meses no Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo Foto: Ana Paula Koenemann/Comunicação HSVP

ISADORA VILANOVA isadora@diariodamanha.com

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Gael nasceu com 875 gramas e 32 centímetros e Kael com 890 gramas e 36 centímetros. No próximo dia 10 eles completam três meses. Fundo foi o momento que Jessica considera o mais critico, pois os três corriam risco de vida e o nascimento poderia acontecer pelo caminho. “Cheguei às 17h55 em Passo Fundo e fui direto para a sala do parto. Às 18h36 o Gael nasceu e às 18h54 o Kael, ainda empelicado. Não foi um parto difícil, mas delicado, principalmente por estar sozinha”, relembra Jessica. O pai Silvério, não conseguiu acompanhar o parto, pois não pode vir junto na ambulância. Quando chegou ao hospital, os bebes já estavam sendo entubados.

PREMATURIDADE EXTREMA

Após o nascimento Gael e Kael foram para a CTI Neonatal, as primeiras 24h eram cruciais, pois o quadro era considerado de prematuridade extrema. Momento que o casal se abraçou ainda mais na fé para que o quadro melhorasse. “Quando os médicos falaram que iriam fazer o possível, mas que dependia deles, da força deles de viver e do organismo reagir eu me agarrei em uma fé, somos

evangélicos, e senti uma paz que tudo daria certo”, relembra Silvério que está o tempo todo ao lado de Jéssica. Ele abriu mão do trabalho para acompanhar a esposa e os filhos, afirma que só volta para sua cidade e sua rotina com os três juntos. Para Jéssica o pós-parto foi de muita angústia e preocupação. “A primeira semana eu só chorava, sai da CTI chorando, pois eles eram tão pequenos. É uma situação que só quem passa pode descrever, não pensava que teria sido de parto normal. Não fiz chá de fralda, não fiz ensaio fotográfico”, conta. Neste mês de maio era para Jéssica estar entrando no nono mês de gestação, mas já está com os filhos nos braços, amentando uma vez ao dia e acompanhando todo o processo de crescimento. “Eles são dois milagres, são dois guerreiros, que não tem explicação toda a força que estão tendo”. Gael e Kael já estão fora de risco, estão na UTI Neonatal e precisam ganhar peso e irem para o berçário. O casal abriu mão do trabalho, da casa e da família para se dedicar 100% aos gêmeos. Há três meses

eles estão ficando em uma pousada, para que assim consigam estar perto dos bebês durante os horários de visitas, que são três vezes ao dia. Para arcar com as despesas financeiras contam com a ajuda da família e amigos da igreja evangélica, que já realizaram rifas e sorteios durante esse período. Mãe de primeira viagem, mas que já carrega experiências desafiadoras, Jéssica confessa que ainda não caiu a ficha o fato de ter se tornado mãe. “Ainda não cai a ficha, não tem explicação. Não tem palavras para essa experiência.”, conta emocionada. O nome dos gêmeos foi escolhido pelo desejo de ser um nome curto e que fossem parecidos.

REDE DE APOIO

Cada dia é sinônimo de avanço e de uma batalha vencida por quem enfrenta a rotina hospitalar. Os profissionais do HSVP foram a rede de apoio que sustentou Jéssica e Silvério. Além da ansiedade por irem para casa com os filhos, eles também demonstram toda a gratidão pelo suporte e atendimento que estão recebendo. Jéssica lembra que quando entrou em trabalho de parto e estava sozinha, uma enfermeira segurou sua mãe e disse que estaria ali como se fosse o pai. “Percebemos que eles gostam dos bebês, que cuidam muito bem. A gente acaba saindo daqui tranquilos, com toda essa ajuda acaba ficando um pouco mais fácil”, relata. Para Silvério, as enfermeiras são as mães de Gael e Kael no tempo que eles não podem estar no hospital. “Percebemos o carinho com eles, a atenção como se fosse filho delas”, afirma. A expectativa é que os gêmeos sejam transferidos para o berço nos próximos dias. O primeiro Dia das Mães de Jéssica que deveria ser com Gael e Kael ainda na barriga será com eles próximo, amamentando uma vez ao dia e já observando o crescimento, os traços e planejando a volta para casa. “Eles já são tudo para mim, são a minha vida, são dois milagres. Temos um pouco de medo em como vai ser quando voltar para a casa, pois aqui eles são cuidados o tempo todo, mas com certeza é o que mais desejamos”, finalizou.


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Mãe e filha cozinham juntas e influenciam milhares de pessoas

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Alimentação vegana com afeto e maternidade cativou as redes sociais e números de acessos nas publicações despertou interesse de grandes marcas Uma das vantagens do trabalho como influenciadora digital é Claiti poder passar um tempo de qualidade acompanhando o crescimento da filha, que começou este ano a frequentar a escola. Para ela, realizar esse desejo de ver o filho por mais horas do dia só é possível graças à internet. “Eu acredito que cada pai faz o que pode dentro das suas possibilidades, inclusive alimentação”. Um dos motivos pelos quais consegue fazer tantos pratos seria justamente por trabalhar com isso e estar mais tempo em casa, não perdendo tempo com deslocamento até o trabalho. Sobre o seu papel de influenciadora, o público responde: “Eu sempre recebo mensagens de pessoas que estão conseguindo incluir mais [opções saudáveis] ou, às vezes, no final de semana, estão conseguindo tirar um tempo para cozinhar com o filho, porque no fim tudo é válido”, resume.

Por Rafael Bonatto rafaelbonatto@diariodamanha.com

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influenciadora digital e vegana Claiti Cortes é dona de perfis no TikTok e Instagram com mais de 650 mil seguidores. Só o número de seguidores no Instagram, 257 mil, ultrapassa a população estimada de Passo Fundo, o município de onde ela reside e grava os vídeos. Segundo estimativa do IBGE, Passo Fundo possui 206 mil habitantes. Na última sexta (29) ela fechou uma publi (como são chamadas as parcerias paga) com as Lojas Americanas no Instagram, na esteira de diversas outras ações com empresas, de produtos veganos ou não, que também escolheram os seus perfis “imaginavegan” para associar suas marcas, produtos e serviços. Ajudando na divulgação, a bióloga Jessilane, durante o BBB 22, homenageou o trabalho ao vivo para todo país. Nos perfis Claiti e sua filha de três anos, Antonela, que também é vegana desde a gravidez, são as estrelas. Lá elas fazem receitas e dão dicas de ingredientes acessíveis. Por incluir a maternidade dentro da culinária vegana, ou seja, sem nada de origem animal, elas seriam um nicho dentro do nicho, o que atrai os patrocinadores que buscam segmentar conteúdos patrocinados. Claiti diz que normalmente as marcas entram em contato com a agência que administra as suas contas buscando perfis de influenciadores para atingir determinados públicos. “A gente é muito um recorte. Na verdade o Instagram é outro recorte”, reflete. Claiti se tornou vegana há dois meses de ficar grávida. “Eu já era vegetariana e mantive essa alimentação e foi bem tranquilo, não tive nenhuma deficiência nutricional, não tive deficiência de ferro, só continuei suplementando a vitamina B12, porque essa é essencial”, comenta. Sobre a obtenção dessa vitamina e outros minerais, nem ela ou Antonela tiveram problemas nutricionais, cuidando sempre dos cereais e leguminosas, como gergelim e tofu, para ficar com a proteína em dia. Metade do cardápio da dupla observa também o calendário de postagem dos conteúdos patrocinados, com vídeos mais elaborados e escolha de prato, sempre dentro do veganismo. Mas na outra metade, principalmente no quadro “O que comemos em um dia”, mãe e filha mostram o que elas comem de verdade, com dicas de otimização de tempo na cozinha, combinações nutritivas e de como aproveitar um ingrediente para mais refeições. “Eu sempre tenho um cuidado redobrado até nutricional”, conta Claiti, tanto para a filha quanto para os seguidores. Como An-

PARCEIRA VEGANA

Claiti e Antonela cativam milhares de seguidores nas redes tonela participa dos processos na cozinha, isso faz com que ela fique até orgulhosa de comer um prato pois foi ela quem fez. As comidas favoritas da menina são repolho e macarrão.

TEMPO PARA O QUE IMPORTA

Vegana há cinco anos, Claiti lembra que na sua casa a alimentação sempre foi um momento de todos comerem juntos na mesa. Essa seria uma oportunidade para incluir uma alimentação saudável desde cedo para os pequenos. “A criança sempre vai ter interesse no prato dos pais. Ela não vai dizer: Eu vou comer este brócolis’ se a minha mãe estiver comendo uma pizza”, defende.

Na escola, nem sempre deve ser fácil para uma criança manter suas escolhas veganas, pois pode sofrer influências no meio de outros colegas. Porém, mesmo com a liberdade para comer carne, Antonela prefere as opções veganas. Claiti comenta que pediu apenas para que a direção avisasse caso ela comesse algo fora do padrão, para observar se a filha teria alguma alergia. Ela lembra que já tem outras crianças com outras restrições por lá. “Tem criança que é celíaca, tem criança que não come açúcar”, explica. Longe de ser imposição ou obrigação, Antonela se reconhece como vegana e evita comer alimentos que possam ter origem animal, como carne, ovos e laticínios. “Todo pai cria um filho da forma que acredita e depois vai ter no mundo todas as influências para poder escolher”, define. “As vezes tenho que explicar algumas coisas para ela. Esse queijo você pode comer, esse chocolate não tem leite, pode comer tranquila”, revela a influenciadora. Ela conta que no mercado existe algum interesse por produtos com ingredientes de origem animal, mas que seria por causa das embalagens dos produtos que podem ser cativantes para as crianças por causa dos personagens. Sobre se a filha vai continuar seguindo firme no veganismo, Claiti pondera que ela pode seguir os passos da mãe em outras coisas. “Eu não sei, eu fui uma adolescente bem rebelde. Imagino que se ela for semelhante, ela tenha uma fase”, brinca. Caso ela opte por deixar de ser vegana Claiti admite que “aceitaria, porque é escolha dela”.


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72 dias de hospital: a fé foi o alicerce da mãe de gêmeos prematuros Thaisa fez de tudo para estar sempre ao lado Pedro e Benício e também de Lorenzo, seu filho mais velho

alessandro@diariodamanha.com

por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com

“O

s médicos me prepararam para o parto dos meninos com 28 semanas e um dia, além de me preparar para o óbito dos dois fetos”. Foi na fé que Thaisa Burille, de 29 anos, se segurou quando o mundo parecia desabar bem diante de seus olhos. “A minha primeira reação foi correr para uma imagem da Nossa Senhora que tem no hospital e orar. A surpresa foi enorme ao saber que seria mãe de gêmeos, pois não tínhamos casos de gêmeos na minha família, apenas na do pai deles. A gente não tinha noção do que iria acontecer após o nascimento e nem como seria essa trajetória dentro do HSVP de Passo Fundo”, explicou a moradora de Arvorezinha.

“O mais desafiador foi ser forte ‘sozinha’, pois no hospital era tudo comigo. Eram dois bebês, quando um melhorava o outro piorava, tiveram parada cardíaca, pneumotórax, convulsões e várias complicações, ser forte por eles era desafiador”, acrescentou Thaisa emocionada. Ela já era mãe de Lorenzo, um menino de oito anos, que apesar da pouca idade conseguia compreender o que estava acontecendo com seus irmãos. “Fiquei direto em Passo Fundo, aluguei um apartamento, passava o dia no HSVP e acabava indo para casa só para dormir. Lorenzo ficava durante a semana com minha mãe e meu pai e nos finais de semana ficava comigo. Ele foi meu porto seguro, quem me dava muita força nas horas difíceis, eu vivia ali por eles três”, lembra. Além disso, Thaisa comenta que precisava conciliar o papel de mãe com o de cirurgiã-dentista, então uma vez por semana ia às 7h da manhã para o hospital tirar leite e viajava até sua cidade natal para atender seus pacientes. “Buscava o Lorenzo na escola e voltava para Passo Fundo, acabava indo direto para o hospital ver os bebês e ficava até umas 22h30 da noite”, pontua.

72 DIAS NO HOSPITAL

Atualmente Lorenzo está com oito anos e Pedro e Benício tem seis meses

Pedro nasceu com 930 gramas e Benício 1 quilo e 140 gramas, frágeis ambos foram levados ao CTI, onde permaneceram por 72 dias. Atualmente, com seis meses estão saudáveis e sem sequelas, contudo Thaisa relembra que quando a tão sonhada alta chegou mil coisas passaram em sua cabeça, era uma felicidade sem explicação. “Cheguei a comprar roupa nova para esse momento, pois acredito que só eu e Deus sabíamos o que tínhamos vivido nesses 72 dias e isso precisava ser comemorado, pois ali duas vidas tinham sido salvas e estavam podendo sair para conhecer o mundo em que vivemos”, salientou a mãe. A trajetória de luta e fé dos dois pequenos passou a ser contada

Fotos: Arquivo Pessoal

por ALESSANDRO TAVARES

Pedro nasceu com 930 gramas e Benício 1 quilo e 140 gramas nas redes sociais de Thaisa. Ela ressalta que a ideia simplesmente aconteceu porque muitos conhecidos e amigos queriam notícias dos bebês e como não conseguia responder a todos, decidiu usar as redes. “Acredito que a ficha ainda não caiu com tudo que aconteceu, foi tudo muito rápido e muito intenso. Tenho vivido esses seis meses me dedicando totalmente aos meus filhos. Deixei de lado a vaidade e o trabalho, que estou retornando aos poucos, absolutamente tudo. Vivi pelos meus filhos, ver eles bem e poder cuidar deles, hoje é a única coisa que importa”, finalizou Thaisa.


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Lugar de mãe é onde ela quiser

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Por Rafael Bonatto rafaelbonatto@diariodamanha.com

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soldado Siomara da Silva Oliveira ingressou na Brigada Militar em 2017. Depois de passar por diversas etapas, a a conclusão do curso de formação seria em Porto Alegre. Como teria duração de oito meses, que viraram quase dois anos, ela teria que se mudar para isso. E como tinha o namorado em Passo Fundo ela avisou que queria manter o relacionamento, se ele assim o desejasse. A policial não iria desistir do seu sonho, pois sempre sonhou com a carreira. “É difícil para um casal ficar longe, mas ele sempre me apoiou”, lembra. O casal ficou junto se vendo quando era possível e, ainda hoje, seu companheiro sempre liga ou manda mensagens, preocupado em ver se ela está segura. Siomara ficou grávida e teve Manuella em 2019. Como a policial depende da escala da corporação, ela trabalha também no final de semana se for preciso. “Para a gente ter as coisas tem que ceder um pouquinho”, diz. A filha fica com o pai quando ele não está trabalhando ou então com a avó. Com dois anos e meio, logo a menina vai ingressar na escola. Sobre o tempo longe da família e do namorado, com quem se casou mais tarde, Siomara conta que durante a formação na capital dormia no alojamento da Brigada e que isso foi importante para a independência. “A gente aprende a se virar”, afirma. No início ela não gostava de Porto Alegre, estranhou a cultura de cidade grande. Mesmo assim acabou se acostumando porque sabia que era só mais uma etapa. Sobre o risco de estar numa carreira que promove a segurança sacrificando um pouco da sua, a policial reflete que tem medo de faltar para Manuella. “Eu tenho a minha mãe e o meu marido que vão cuidar dela, mas a figura de uma mãe é importante. Se me acontece hoje alguma coisa, com menos de três anos ela vai ficar sozinha”. Mesmo assim ela se conforta quando lembra que

sempre que vê uma viatura a menina aponta com o dedo e diz: “a mamãe”. Siomara admite que é “bem família”, mas isso não interfere no desejo seguir na profissão que ela sempre quis. “Desde que eu entrei não me arrependi em nenhum momento de estar aqui. E não me vejo fazendo outra coisa a não ser isso”. A prática, contudo, pode ser diferente da capacitação. Siomara atende também na Patrulha Maria da Penha e enxerga que o machismo está mais escancarado do que parece. O efetivo fiscaliza o cumprimento de medidas protetivas de urgência contra mulheres vítimas de violência. A dependência psicológica e econômica

Mês das

seriam mais faces dessa violência, muitas vezes manifestadas na forma do não pagamento ou atraso da pensão, deixando as mães sobrecarregadas de contas. Siomara já presenciou momentos difíceis de saber como lidar, como uma mãe dando chá ao filho para encher a barriga. Ela não sabia como seria o almoço ou se teria um. “Você como mãe chegar em uma casa e se deparar com outra mãe que não tem a comida para botar na mesa, como já aconteceu, não uma, mas diversas vezes” são algumas das situações que a Patrulha vivencia. “Depois que você se torna mãe você vê as coisas com outros olhos porque você faz tudo para dar o sustento, o básico”, diz, lamentando que tantas famílias estejam passando por dificuldades. Rebatendo as críticas de que o trabalho da Patrulha seria da Prefeitura, e não da Brigada Militar, ela lembra que eles fazem um trabalho de assistência social e apoio psicológico. O impacto se justifica porque em muitas ocorrências, o apoio dado pela Patrulha é o que estava faltando para a vítima sair do ciclo em que se encontra, o que, de mãe para mãe, é gratificante. Ela cita de exemplo um caso de uma mulher com 30 anos de casamento que mesmo assim decidiu denunciar o companheiro por agressão. A policial busca espalhar para as mulheres em situação de violência que atende, que não existem coisas que as mulheres não podem fazer. “Ela tem o direito de fazer tudo o que ela quiser, independente do sexo, do gênero”, resume. Além disso, a Patrulha trabalha em parceria com Delegacias, Casas de Apoio e a com a Coordenadoria da Mulher, em uma verdadeira rede de apoio. Daqui há 15 anos, ela espera ver Manuella fazendo o que quiser e o que gosta, sendo uma pessoa correta, independente, que não dependa de marido e que não sofra violência calada. Quando perguntada sobre qual mensagem ela gostaria de deixar para a filha ler no futuro, Siomara se emociona. “Hoje e para sempre ela vai ser a pessoa mais importante da minha vida. Eu faço tudo por ela, tanto na minha vida pessoal quanto profissional”.

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Arquivo Pessoal / Daniela Matesco

Policial por vocação, Siomara atende casos de violência na Patrulha Maria da Penha


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Maternidade especial: um amor ainda maior com a trissomia do cromossomo 21 Bianca Corrêa aprendeu com Alice que a Síndrome de Down as deixariam somente mais unidas por ALESSANDRO TAVARES alessandro@diariodamanha.com

mesa de cirurgia, quando fui tomando dimensão, o desespero veio”, frisa Bianca. “Fiquei os primeiros dias sem chão e inconsolável, porque comigo? Porque minha filha com uma alteração cardíaca vir com a síndrome? Não entendia e nada fazia sentido. Com três dias de vida, Alice foi para UTI novamente por conta do coração. Tirei forças não sei nem de onde, só abracei a causa e me joguei de cabeça com ela.”, complementou.

por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com

“A

síndrome de down hoje não impacta em nada para nós, muitos dizem que eu não quero enxergar, mas realmente sinto que a Alice é perfeita para mim, como deve ser. Tem coisas que só fazem sentido depois de sentir, hoje vejo que é tudo que sempre precisei”. Foi em uma gravidez conturbada que a pequena Alice, de 1 ano e 7 meses, veio ao mundo e fez sua mãe Bianca Corrêa Pozzer, de 23 anos, sentir as melhores emoções que ser mãe poderia lhe oferecer. Casada há oito anos e atual moradora de Passo Fundo, Bianca conta que sempre teve o sonho de ser mãe, mas era algo que estava programado para mais a frente, então quando descobriu a gravidez ficou sem chão, como ela mesma diz. “Realmente não estava preparada para isso, chorei uma semana e demorei a contar para família. Fui então fazer o primeiro exame e logo descobrimos que a idade gestacional era de quatro meses e seria uma menina”, lembrou. Segundo ela, os exames costumavam ter alterações, no entanto, os médicos não entendiam os motivos. Aos seis meses de gestação veio à resposta: uma má formação no coração, a qual poderia ou não estar associada a uma síndrome. “Os médicos nos falavam em 20% de probabilidade de ter alguma síndrome, e eu então não me preocupei com isso, ignorei diria, apenas com a questão cardíaca”, ressaltou a mãe. Com o passar dos meses, Bianca salienta que as complicações aumentavam e o risco de óbito do feto era alto, foi quando a encaminharam para gestação de alto risco em Porto Alegre. O NASCIMENTO Longe de casa, ela e Alice passaram por três consultas e acabaram sendo internadas na última delas para uma cesárea de urgência, pois o bebê estava com insuficiência cardíaca e não se desenvolvia bem. “Foi um choque, muito choro, desespero, tudo conforme o não esperado. Então, ao nascer, notei que os olhos da Alice eram bem puxados e pensei que devia estar inchada. Em seguida a pediatra já me chamou pedindo autorização para coletar exames de sangue, suspeitavam de trissomia do cromossomo 21. Concordei sem entender , pois ainda estava em

Pai Thierry, mãe Bianca e Alice aos oito dias de vida

A SÍNDROME DE DOWN Bianca relembra que quando descobriu que a pequena Alice tem síndrome de down, teve um grande susto, mas o processo de aceitação foi mágico. “Li e entendi que é apenas um acidente genético e que isso não a diminui, pelo contrário, soma”. Conforme foi crescendo, os médicos relatavam sobre as várias limitações que a menina iria ter, mas cada dia Alice provava que eles estavam errados. Desenvolvia-se muito bem como qualquer outra criança na sua idade. Mas aos quatro meses de idade, o destino resolveu aplicar outro susto em toda a família, à pequena guerreira precisou passar por uma nova cirurgia no coração. “Ficamos 40 dias no hospital e novamente Alice estava entre a vida e a morte. E a mãe? Ali, igual a uma leoa. Desabei, me questionei, mas não ia sair do hospital sem ela”, enfatizou. “A Alice me transformou em uma mãe que jamais imaginei ser. Hoje sou secretaria particular dela, a levo nas terapias, consultas e exames. Nossa rotina é intensa, temos compromissos quatro vezes na semana e como o pai dela trabalha fora e nossas famílias moram longe, somente eu acompanho esses cuidados com a Alice”, relatou Bianca. LAÇOS E ACESSÓRIOS A mãe comenta que quando Alice fez a cirurgia com quatro meses de idade foi necessário ficar muito tempo em Porto Alegre, então seria preciso ter auxílio nos custos. Foi quando Bianca teve a ideia de confeccionar e vender laços infantis como uma forma de pagar os tratamentos e futuras intervenções cardíacas da filha. Hoje, a página do instagram (@alicedelacoatelie) representa a esperança de uma vida melhor e cheia de amor para a pequena que está descobrindo as belezas do mundo e do amor materno. “Eu mesma faço, tudo a mão. A ideia surgiu porque sempre a enfeitei com muitos lacinhos”, explicou. “Quando você ganha um bônus extra no seu pedido de compra, você fica feliz, certo? Então, eu fui presenteada com um super cortesia, um cromossomo extra na minha filha e sou feliz demais por ter ganhado esse bônus”, finalizou Bianca emocionada.


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Soldado Adriane: a única cavalariana da BM do norte gaúcho Mãe de um menino, ela divide a rotina na Brigada Militar com o amor incondicional pelo filho

Por Rafael Bonatto rafaelbonatto@diariodamanha.com

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Soldado Adriane Rodrigues Mafessoni trabalha desde 2009 na Brigada Militar dentro da Cavalaria. Nesse mesmo ano, uma mutação do vírus Influenza começou a circular no México e, em dois meses, atingiu 75 países. Conhecida como H1N1, a doença causava sintomas agudos como febre, tosse intensa, dor de cabeça que não ia embora, dentre outros. Segundo o Instituto Butantan foram 18.400 mortes no mundo. Uma das vítimas foi Amanda, nascida em 2012, filha de Adriane. Em 2014 a policial foi mãe pela segunda vez, dessa vez de Téo. Quando outra doença com sintomas severos começou a se espalhar por diversos países, começando pela China e acumulando diversos óbitos, Adriane temeu pelo filho. “Quando teve o surto de Covid-19 eu quase surtei de novo”, desabafa. Mas a mãe também teve outras preocupações. “As pessoas acham os policiais um pouco frios”, relata, mas é o nosso serviço. Com postura legalista, a policial procura refrear as emoções, mesmo presenciando um fato injusto ou hediondo, uma vítima ou um corpo. O trabalho dela se limita a socorrer e algemar se assim for preciso. “É muito complicado a tua racionalidade ficar normal, os sentimentos afloram”, fala. “A Justiça vai ser lá no Judiciário depois”comenta . Em 2010 ela ficou marcada por uma ocorrência que atendeu em Erebango, um triplo homicídio seguido de suicídio. “O cara matou a mulher, a filha de três anos, a filha de cinco”, expõe. Mas, no fim, era mais um dia na Brigada Militar. Depois de ser mãe as ocorrências envolvendo maus-tratos ou violência sexual contra crianças tem um impacto diferente na vida da Soldado, principalmente se as vítimas tiverem a mesma idade de Téo. “Era uma coisa que não me abalava, era uma ocorrência ruim como qualquer outra, mas não me abalava. Agora abala. Não tem você como ser humano não pensar, ‘poxa, poderia ser o meu filho’”, desabafa. Outro caso atendido por ela, já com o instinto materno, foi na praça do Instituto Estadual Cecy Leite Costa, onde ela e o colega de viatura viram uma mãe com uma menina de quatro anos sem agasalho, mesmo debaixo de um inverno de zero grau. “Nem de meias a criança estava”, lamenta. A menina tinha as extremidades roxas, então a Soldado tirou a sua manta, enrolou a criança, tirou o colete e pôs perto do corpo para esquentá-la até chegar no Conselho Tutelar. Adriane então ligou para a mãe para confirmar se o filho estava bem coberto, debaixo do lençol térmico, de pijamas, meias e touca. Adriane participa da Cavalaria e por isso, está sempre viajando para proporcionar segurança em eventos como feiras e jogos de futebol com grandes torcidas, como os da dupla GreNal, em Porto Alegre. Na última Expodireto – Cotrijal ela ficou sete dias viajando a trabalho. Ano passado foi um mês cobrindo a cidade de Porto Alegre. “Como criança às vezes ele quer atenção da mãe, ele quer colo da mãe e nem sempre a mãe está ali e ele tem a maior paciência”, diz.

PÉ NA ESTRADA

Hoje com oito anos, Adriane conta que para ele a rotina já é nor-

mal. “Eu digo, filho, eu vou viajar para trabalhar e ele já começa se programar. Então eu vou ficar um pouco com a dinda, um pouco com a vó, um pouco com o meu pai”, relata. Adriane se divorciou quando Téo tinha um ano, mas o ex-marido dá todo o suporte. “Eu tenho total certeza de que quando ele está com o Téo ele está bem cuidado”. Adriane é convocada com frequência por ser a única Cavalariana do norte do estado. Por ser um serviço braçal, normalmente a área, que já tem baixa procura, é dominada por homens. Uma das demandas é arar a terra e plantar a pastagem dos cavalos. Nas viagens ela dorme em alojamentos, escolas cedidas pelo Poder Público ou GPMs, que são os Grupamentos Policial Militares. Na logística é usado um caminhão que comporta até 13 cavalos. Cada Soldado tem o seu e tem a obrigação de cuidá-lo, desde na manutenção e treinamento até no comportamento nas ruas. Diferente de uma viatura, o cuidado dos animais exige banho, controle de doenças, alimentação e limpeza de baia. “Se a água está suja ou tem pasto eles não tomam”, explica Adriane.

PÉ NO ESTRIBO

Caso à parte, como Passo Fundo tem o 3º Regimento de Polícia Montada e Choque não tem Cavalaria própria, aqui no Município as funções da Cavalaria do BPChoque são desempenhadas pelo 3º RPMon. Pertencente ao 1º Esquadrão, esse grupo reúne as partes especializadas do regimento como a ROCAM (motos), Bike Patrulha (bicicletas), a Força Tática e a Cavalaria (cavalos). O 2º Esquadrão é o responsável pelo policiamento ostentivo e patrulha as ruas com as viaturas. A maior parte das dependências do 3º RPMon é para comportar a cavalaria. O policiamento mais antigo registrado na história, o emprego dos cavalos baixa especialmente a incidência de furtos, inclusive de veículos. O conjunto centauro, que é como é chamado o policial militar montado no cavalo, equivale a sete policiais a pé, segundo Adriane, para a contenção de qualquer tipo de ocorrência. O conjunto pode ser visto no brasão da Brigada Militar. “Todo mundo tem medo”, afirma. Já os cavalos da BM são treinados para não ter medo de fogo ou estrondo, “eles são valentes”, comenta a policial. O cavalo de Adriane, 1,67 m, Sentinela, tem 1,60 de altura até o lombo. Ele vê a policial e relincha na baia. “A parte de conhecimento quando você trabalha na cavalaria ela é muito grande”, o que envolve perceber que o cavalo está mancando, mesmo que sutilmente e investigar se pode ser uma pedrinha no casco ou se ele está liso ou gasto. Na mudança de temperatura é preciso escovar os pelos do animal para sair o pelo e crescer o ideal para a estação. Em um curso de capacitação que aconteceu no ano passado, dos 64 alunos da Brigada, apenas 32 se formaram. Desses, duas mulheres. Uma delas foi Adriane. No curso básico de especialização ela também teve apenas uma colega mulher. “O hipismo é considerado um dos esportes mais complexos”, enaltece. Nos dias seguintes aos treinamentos são comuns dores no corpo depois de deixar a maravalha secando no sol e carregando sacos de ração de 25 a 30 kg sozinha. “Então para a cavalaria hoje você não pode ser uma menininha”, complementa, o que envolve sair suja da limpeza da baia. Esses ensinamentos são importantes para conter grandes multidões, distúrbios civis ou atuar em zonas de conflito, como a final do Gauchão em Erechim, onde ela foi como Cavalariana do BPChoque. O serviço pode ser solicitado por meio de ofício à Brigada, que

Adriane é a única cavalariana da BM no Norte gaúcho avalia a proporção do evento e encaminha o efetivo. No conjunto centauro, Adriane veste fardamento camuflado do BPChoque, capacete, caneleira, cotoveleira, balaclava (touca ninja) e equipamento. “No verão você não sente mais o corpo”, lembra. “E linha de Choque não fica na sombra, fica no sol, onde tem o conflito”. Mesmo assim ela defende que “na Cavalaria só tem lado bom”. Nas praças onde patrulham para evitar furtos e roubos, os cavalos chamam a atenção dos bandidos... e das crianças que ficam nos parquinhos, que pedem para passar a mão, subir no cavalo. “Eu sendo mãe tenho toda a paciência do mundo”, conta. Nos dias em que não está viajando ela costuma ter as noites livres com o filho em Passo Fundo. Téo e Sentinela inclusive se conhecem. Nos dias de folga a mãe leva o filho para montar no animal, desde pequeno. O quartel é aberto à visitação para quem quiser conhecer Sentinela e os outros 12 cavalos. Téo entende, mesmo que do ponto de vista de criança, a importância do trabalho da mãe e evita ligar para ela. Mesmo quando precisa se desculpa. “Não quis te atrapalhar”. Na Expodireto 2022, o filho recebeu uma picada de aranha no bumbum na segunda e não contou para a mãe. Quando ela voltou, na sexta, a pele do menino estava em carne viva. Adriane ficou chocada pois eles se falaram todos os dias por telefone e mesmo assim o menino preferiu não contar. A mãe se orgulha do filho, que é calmo e maduro para a idade. “Ele tem essa consciência de que a mãe dele trabalha em uma coisa perigosa”, reflete. Se precisar Téo faz a própria comida. “Ele se vira”, conta. Perguntada sobre uma mensagem que gostaria de deixar para o filho, Adriane responde contando o cuidado do filho com ela, que diz: “mãe, bom trabalho, mãe se cuida, não vai cair do cavalo, não deixa o cavalo te machucar”.


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AGRO

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Padarias sentem reflexo do aumento no preço da farinha Gerente de relacionamentos da hEDGEpoint Global Markets explica o que está causando aumento no preço do trigo

por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com

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clima se tornou um dos agravantes para o aumento do preço do trigo, além da guerra entre Rússia e Ucrânia que representam 30% de toda exportação mundial, é o que explica o gerente de relacionamentos da hEDGEpoint Global Markets, Roberto Sandoli Jr. Segundo ele, tais fatores potencializaram o aumento do preço do trigo que deve seguir firme. “Algumas regiões dos EUA registraram uma seca, então tiraram um pouco de trigo da exportação, sendo os Estados Unidos um grande exportador. Hoje os mercados caíram um pouco, porque choveu alguma em algumas regiões, mas a previsão é de que pode melhorar”, pontua. Roberto salienta que o Brasil não produz trigo suficiente para seu sustento, assim necessita importar. “Na safra passada o Brasil produziu em torno de sete milhões e meio, mas o país tem um consumo de 12 milhões e meio no total, então normalmente importa de 40 a 60% de toda a demanda”, disse. Nesse sentido, o gerente de relacionamento detalha que uma grande parte do trigo vem importado da Argentina que compete com os mercados asiáticos e africanos. “ O que faz com que a correlação de preços seja muito grande, assim, normalmente, o preço do trigo nacional é balizado pelo mercado mundial e a qualidade de importação”. “Em relação ao preço daqui

Foto: Divulgação

alessandro@diariodamanha.com

Com o pouco que conseguimos repassar nos preços já foi o suficiente para espantar os clientes. Imagina se tivesse repassado todos os aumentos que vem acontecendo

por ALESSANDRO TAVARES

Avalia

Marcos. do Brasil, a gente pode considerar que mais ou menos ali em dezembro estava em torno de R$ 1.600,00 a tonelada do grão, aí chegou a uns picos próximos de dois mil reais. Só nesses primeiros meses do ano teve um aumento de 25% no preço do trigo nacional”, enfatiza Roberto. “Quando você tem um trigo nacional entrando em agosto e setembro, é normal ter um ajuste de preço, o mercado dá uma assimilada na nova safra. Então talvez caia de dois mil reais para R$ 1.800 a tonelada, é difícil cravar um número”, acrescenta. REFLEXOS NAS PADARIAS O dono da padaria Papa Tutti de Passo Fundo, Marcos Vinícius da Silva, conta que estão tendo muita dificuldade devido ao alto preço do trigo e, consequentemente, da farinha. “Não estamos

Dono da padaria Papa Tutti observa que a matéria prima nos últimos cinco anos aumentou mais de 100%

conseguindo repassar todos os aumentos e acabamos por reduzir o lucro para poder vender”, frisa. Além disso, Marcos observa que a matéria prima nos últimos cinco anos aumentou mais de 100%. Por exemplo, o pão de forma que antes era vendido por R$ 5,00 agora está sendo vendido por R$ 7,00 em sua padaria. “Com o pouco que conseguimos repassar nos preços já foi o

suficiente para espantar os clientes. Imagina se tivesse repassado todos os aumentos que vem acontecendo”, avalia Marcos. Segundo ele, a solução é procurar por farinhas que estão em promoção. “Muitas vezes não encontramos e acabamos comprando pelo alto valor, o que acaba reduzindo a margem de lucro”, conclui o proprietário. Para Roberto, o reajuste no preço

da farinha acabou se tornando bem menor do que o do trigo, contudo isso só aconteceu pelo fato do mercado consumidor acaba não conseguir absorver esse aumento. “Se subir muito o preço da farinha, você não tem uma demanda que absorva, então as altas tem que ser devagar e de acordo com o mercado. Ele vai assimilando as altas e gera novas altas”, finaliza.




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Endometriose pode aumentar risco de câncer no ovário Kaliandra Alves Dias kaliandra@diariodamanha.com

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endometriose e o câncer de ovário são algumas das doenças diagnosticadas em mulheres. Este sábado (7) é marcado pelo dia mundial de luta contra a endometriose; enquanto no domingo (8), a data é marcada pelo combate do câncer no ovário. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), no Brasil a doença atinge cerca de 7 milhões de mulheres –

aproximadamente uma a cada 10 mulheres em idade reprodutiva. Além disso, a SBE também enfatiza que 60% das mulheres desconhecem os sintomas. Já o Instituto Nacional do Câncer (Inca), destaca que o câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum. Conforme o Inca, os tumores no ovário devem acometer 6.650 mulheres no país. Para reforçar a prevenção e a importância dos exames periódicos, o ginecologista e obstetra Gustavo Luiz Giongo explica quais são os sinais e os tratamentos para as doenças.

ENDOMETRIOSE E CÂNCER DE OVÁRIO: O QUE AS DOENÇAS TÊM EM COMUM? O ginecologista Gustavo Luiz Giongo comenta que a endometriose é uma afecção ginecológica caracterizada pela presença de fragmentos do endométrio fora de sua localização normal, ou seja, um distúrbio em que o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora. “As causas da endometriose ainda não são totalmente esclarecidas e acredita-se que a origem é multifatorial. Cerca de 50% dos casos de endometriose são hereditários, podendo causar infertilidade em, aproximadamente, 10% das mulheres em idade reprodutiva”, salienta. Já o câncer de ovário é um câncer que começa nos órgãos femininos que produzem óvulos (ovários). “Sem os ovários, a mulher não pode engravidar, porque não tem mais produção de óvulos. Em algumas mulheres com câncer de ovário em estágio inicial, o cirurgião tentará, se possível, preservar um dos ovários, para manter os óvulos, o que deve permitir que a mulher engravide. O histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário. Portanto, apresentando características hereditárias”, destaca Giongo. Conforme Gustavo, apesar de não haver uma relação entre a endometriose e o câncer de ovário, os estudos sugerem que mulheres com endometriose tem maior risco de desenvolver câncer de ovário do que as que não foram diagnosticadas ao longo da fase reprodutiva. OS SINTOMAS E OS DIAGNÓSTICOS Dores excessivas e fluxo de sangramento anormal são alguns dos sintomas da endometriose. Giongo também destaca que dores na parte inferior das costas e abdômen, pélvis, reto ou vagina e também durante a relação sexual também podem ser avisos da endometriose. Além disso, constipação, incapacidade de esvaziar o intestino e náuseas também podem ser um aviso. Já no câncer de ovário, o ginecologista

Foto: divulgação

Ginecologista Gustavo Luiz Giongo reforça a prevenção e a importância dos exames periódicos

Gustavo Luiz Giongo é ginecologista e obstetra

destaca que, geralmente, não tem sintomas nos estágios iniciais. “Os estágios posteriores estão associados a sintomas, mas estes podem ser inespecíficos, como perda de apetite e perda de peso, dores locais no abdômen ou pélvis, inchaço, indigestão, mudança nos hábitos intestinais ou náusea”, enfatiza. No caso da endometriose, o diagnóstico pode ser feito em um exame de rotina, por meio de exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal com preparo e ressonância magnética. Os dois exames mais utilizados na pesquisa do câncer de ovário são o ultrassom transvaginal e o exame de sangue do marcador CA-125. TRATAMENTOS Gustavo Luiz Giongo salienta que no caso do câncer de ovário o tratamento depende do estágio da doença e que em muitos casos o tratamento é feito por meio de cirurgias e quimioterapia. Enquanto a endometriose envolve a interrupção do ciclo menstrual. “Para isso, são usadas pílulas anticoncepcionais de modo contínuo, ou seja, sem pausas para menstruar. Também podem ser usados progestagênios isolados, hormônios injetáveis, implantes ou DIU que libera progesterona. tratamento depende do estágio da doença”, finaliza o ginecologista.


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DIA DO OFTALMOLOGISTA

Hospital de Olhos Lions tem missão na formação de novos profissionais entre as muitas transformações junto à comunidade diretamente ligadas ao Hospital de Olhos Lions PDG Dyógenes A. Martins Pinto, o legado do Programa de Residência Médica em Oftalmologia é percebido como um das mais recentes e representativas. No 07 de maio, Dia do Oftalmologista, a Instituição celebra seu papel na formação de novos profissionais e na expansão de sua missão na área de ensino e pesquisa. O coordenador do Programa de Residência Médica em Oftalmologia, Dr. Carlos Ramos, relata com orgulho sua participação no processo de criação e implementação da área de ensino e pesquisa no Hospital de Olhos Lions, em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). “É um privilégio unir a minha especialidade de escolha para vida, a oftalmologia, com a pesquisa e o ensino voltados à formação de uma nova geração de médicos oftalmologistas. Tudo isso alicerçado em uma formação de alto padrão e no aperfeiçoamento individual com enfoque humanitário. Resumindo, fazer a diferença na área da saúde voltada para oftalmologia em nossa cidade e em sua macrorregião”, entende Ramos. O convênio para ofertar o Programa de Residência Médica em Oftalmologia foi assinado em 09 de outubro de 2018 entre o Hospital de Olhos Lions e a UFFS. Com início em 14 de março de 2019, o Programa inseriu a Instituição em um contexto de ensino e produção de conhecimento, a partir da união entre teoria e prática. A parceria com a UFFS torna o Hospital de Olhos Lions referência também na área de educação. Em 25 de janeiro de 2022, a Instituição formou sua primeira turma de médicos oftalmologistas, sendo que atualmente, 9 médicos residentes atuam pelo Programa. Neste ano, Isadora Missio da Costa, Igor Minassi Stankericius e Pe-

Foto: Daniel Rohrig/Ascom Hospital de Olhos Lions

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Em 2022, Instituição formou a primeira turma de médicos oftalmologistas e atua para implementar expansão na área de ensino e pesquisa

Esq. para a dir. Isadora Missio da Costa, Dr. Carlos Ramos, Pedro Henrique Barp Réus e Igor Minassi Stankericius

dro Henrique Barp Réus ingressaram na Residência Médica. De acordo com Ramos, os diferenciais dos oftalmologistas formados pelo Hospital de Olhos Lions compreendem uma série de requisitos essenciais para a atuação de excelentes profissionais nos centros de saúde. “Formação completa tanto clínica , quanto cirúrgica, abrangendo todas as subespecialidades da oftalmologia em um centro de excelência com todas as competências, tanto humanas quanto tecnológicas à disposição deste programa de residência médica”, cita. Ao fim de três anos de residência, o profissional estará formado e gabaritado em oftalmologia, agregando ao currículo uma instituição que dispõe de alto aparato tecnológico, estrutura e demanda de

atendimento como nos grandes centros de saúde nas capitais, por exemplo. OS DESAFIOS DA OFTALMOLOGIA PARA O FUTURO Preparar os futuros profissionais para os desafios da profissão é uma das premissas básicas da Residência em Oftalmologista do Hospital de Olhos Lions, segundo o Dr. Carlos Ramos. “Um mercado a cada dia mais competitivo com a formação de um grande número de profissionais médicos, o que reforça a importância de uma formação completa e diferenciada. Ainda, a busca por melhorar as relações interpessoais em um mundo cada vez mais informatizado, humanizando nossa profissão e o aten-

dimento dos pacientes”, projeta. Como reflexão no Dia do Oftalmologista, Dr. Carlos Ramos enaltece a qualidade da formação da Residência Médica do Hospital de Olhos Lions na entrega de profissionais qualificados ao mercado. “Estude com dedicação, conquiste o diploma e a segurança de se sentir um bom médico e garanto que aqui terá as ferramentas necessárias para se formar um excelente profissional na carreira de Oftalmologia. Estaremos sempre à espera de novos integrantes para fazer parte de nossa história na oftalmologia como protagonistas, com a ideia e o ideal de abrir portas e mostrar os caminhos nessa caminhada para formação de novos profissionais”, finaliza.


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DIA DAS MÃES

por MARA STEFFENS mara@diariodamanha.com

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Uma gravidez cercada de incertezas Durante a espera de Isis, hoje com 8 meses, Jéssica de Oliveira descobriu que havia algo estranho na barriga. O problema jamais teve um diagnóstico, mas não interferiu na saúde dela e da criança

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ães de mais de um filho sabem que nenhuma gestação é igual a outra. Jéssica de Oliveira (27), mãe de quatro que o diga. As primeiras três foram relativamente tranquilas, mas a quarta lhe reservou diversos desafios. A gravidez de Isis, hoje com oito meses não foi fácil. “Levei um susto muito grande ao descobrir que estava grávida novamente e que tinha útero irritável”, conta. Esta condição que acometeu Jéssica é uma síndrome que causa contrações antes da hora, o que causa risco de parto prematuro. Ela sentiu muito medo. Os exames de rotina foram sendo feitos e mostrando que a criança se desenvolvia bem, apesar de uma situação inusitada, que intrigava os médicos. “Algumas semanas depois de descobrir que esperava mais um bebê percebemos algo no lado esquerdo do útero. A princípio, era minha bebê que estava se formando naquele local. Fui várias vezes ao médico e ficamos acompanhando. Um ultrassom comprovou que não se tratava do bebê, mas algo nunca antes visto”, relata. Sempre preocupada com a evolução da gravidez, mas cumprindo com toda rotina do pré-natal e as recomendações médicas, chegou o grande dia. “Estava com as mãos trêmulas e com muita ansiedade. Havia passado a noite de 20 de junho no Hospital, em observação. A médica comentou que havia algo na minha barriga. ‘Como vamos mexer?’, ela me questionou”, menciona. O desconhecido sempre assusta. Como explicar o que estava acontecendo? Uma ressonância foi feita na expectativa de que se descobrisse o havia na barriga de Jéssica. “Não obtivemos resposta, não houve diagnóstico. Um mistério. Então entreguei nas mãos de Deus. Pedi a ele que me guiasse durante o parto e deu tudo certo. A Isis nasceu perfeita, com quase quatro quilos, muito saudável”, comemora. A história de Jéssica teve final feliz e gratidão é a palavra que define o Dia das Mães dela. “Filhos são joias raras e espero que todas as mães tenham um ótimo dia. Que todas sejam muito felizes e recebam muito amor, pois enfrentam desafios diários em nome dos filhos”, resume.


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Endil Tamara de Mello jornalista | endiltammara@gmail.com

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Mães protetoras de um sonho

eralmente, as protagonistas das histórias aqui contadas são elas, as mães, que em carreira solo ou não, exercem com coragem o papel de protetoras dos filhos que buscam realizar o sonho de serem jogadores de futebol. Um esporte de alto desempenho, exigente ao extremo, competitivo, às vezes injusto, que requer esforço físico, equilíbrio emocional, andanças país afora, muitas incertezas e apostas. Ao lado dos filhos estamos nós, mães, pais que amparam com o olhar afetuoso, emanam entusiasmo com aplausos, manifestam contrariedade frente alguma situação negativa do jogo, posicionando-se como bravos torcedores, porque além de acreditarem no sonho, estão imbuídos em fazerem tudo pela sua concretização. Com respeito aos pais e avôs que acompanham seus filhos e netos atletas, mas em uma oportunidade, um querido amigo e conselheiro, Dr. Rudah Jorge, pediatra de referência em Passo Fundo, me disse por telefone “isso que você fez de deixar tudo e mudar-se para estar com seu filho, só as mães fazem!”. Num final de tarde do ano de 2021, conversamos longamente e essa frase me marcou, no sentido de me fortalecer a estar lá, de mãos dadas junto ao meu filho João Guilherme, acolhendo-o com todo meu amor. Essa lembrança me remete à força de uma mulher que é meu norte e inspiração, minha mãe Márcia. Pode parecer clichê ou não falar da mãe próximo ao Dia das Mães (08 de maio), porém, eu não poderia deixar de expressar o quanto a tenho como protetora e grande incentivadora do sonho de meu filho, que passou a ser o nosso sonho, por exigir que o vivamos tão intensamente. Ela é a primeira da arquibancada a levantarse para perguntar se está tudo bem, nos momentos em que não está tudo bem. Pressentimento de mãe. Ela é a primeira a torcer, fazer acontecer, a nos proteger no calor de seu abraço, no alcance expansivo e seguro

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de suas asas. Minha mãe nos inspira a batalhar por nossos sonhos desde cedo. Eu e meus irmãos Eder e Brummer crescemos sentindo sua força, determinação e foco na busca de sonhos pessoais e profissionais. Então, quando aprende-se e nutre-se de uma fonte assim, a tendência é seguir o caminho e a missão de ser a guardiã de um sonho. À todas protetoras dos sonhos de seus filhos, especialmente, as mães de atletas (Alessandra, Alexandra, Anelise, Carina, Débora, Elisângela, Eronilda, Mara, Maria Helena, Margarete, Mônica, Nair, Natália, Priscila,Valéria,Veridiana,Vivi...) desejo um feliz e abençoado Dia das

Mães! A imagem ilustrativa da coluna de hoje, publicada no site diariodamanha.com, é um desenho de meu filho estampado numa necessarie para presentear as mães em seu dia, numa iniciativa do Instituto Menino Deus de Passo Fundo. No desenho estamos eu e ele (de medalha no pescoço), um ao lado do outro, sob um sol radiante, prontos para encarar os desafios que a vida nos reserva. E olha que já enfrentamos alguns no mundo do futebol! Eu não preciso dizer a vocês que essa necessarie me acompanha em nossas frequentes viagens e aventuras.


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GERAL/EDITAIS Janaína Leite Portella Advogada, Professora universitária, Empresária e Vereadora janaina@leiteportellaadvogados.com.br

CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS E O DEBATE DO BEM COMUM A legislação eleitoral estabelece a organização de grupos em forma de partidos políticos para fins de habilitar a disputa aos cargos eletivos que ocupam os espaços de administração da coisa pública. Em razão das eleições que irão ocorrer em outubro desse ano, todos os partidos políticos do país estão realizando suas convenções, para definir seus candidatos para Presidente, Governador, Deputados Estaduais, Federais e para o Senado Federal. Os partidos políticos, assim como as pessoas que deles participam, e que submetem seus nomes para apreciação e definição de candidaturas, estabelecem os ideais que irão seguir e quais são suas propostas para a sociedade, em relação às políticas que serão defendidas. Isso se dá porque com a ocupação de cargos eletivos, as pessoas que os exercem irão dar andamento às ideias que o partido defende, às ideologias, ao direcionamento que entende que deve ser dado às políticas públicas e onde o governo deve investir o dinheiro arrecado dos impostos. As pessoas que se identificam com as ideias defendidas por determinado partido político, a ele se associam e participam dos debates internos, ocasiões em que serão definidas as pessoas por eles escolhidas, para disputar os cargos eletivos. Entre os partidos políticos, os debates sobre as ideologias, investimentos, prioridades a serem observadas, costumam muitas vezes serem acirrados e bastante disputados. Em vista do grande número de necessidades e diferentes ideias e pensamentos, é natural que as pessoas divirjam, o que é muito salutar para a democracia, e que até mesmo teçam severas críticas tanto contra os partidos, quanto contra os que exercem cargos na Administração Pública. É de suma importância que os partidos políticos, mesmo divergindo entre sí, quanto à escolha dos possíveis elegíveis que irão exercer os cargos de gestão pública, debatam e promovam as reflexões necessárias, e, isso tudo acontece para que um único objetivo seja alcançado: que é o bem comum da sociedade como um todo. Então, lembremos que as convenções partidárias, a definição de candidatos, o debate político, as ideias, ideologias e as discussões que isso gera, são da natureza da democracia e que a finalidade máxima é de que as condições de vida social melhorem para todos nós.

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IMOBILIÁRIO

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Nadja Hartmann nadja@diariodamanha.com

“Boicote branco” Para quem sabe ler os sinais, não foi nenhuma surpresa o “boicote branco” do PSB à cerimônia de casamento entre o MDB e o PP na última sexta-feira. O que era para ser uma demonstração de união entre os principais partidos da coligação à frente da administração municipal, acabou se transformando na vitrine da saia justa que reina entre os partidos. E o PSB não fez nem questão de ser sutil... Além da ausência do presidente do partido, Felipe Sálvia, que “estava viajando”, nenhum deputado do partido prestigiou o evento e até mesmo o secretário “fiel escudeiro” do prefeito, Lori Bolesina, chegou atrasado e não deu nem tempo de ser citado...E quem diria, que o PSB acabou sendo representado na Mesa Oficial pelo secretário Estevão De Loreno, que até hoje sofre resistência dentro do partido... Não foi só uma rusguinha... Há quem diga que o motivo de insatisfação do PSB foi o fato do MDB não permitir o pronunciamento da vereadora Janete de Oliveira, que iria aproveitar o evento para o lançamento da sua candidatura à deputada estadual. Em parte, foi isso, já que ela mesma não compareceu e ao saber que não teria voz no protocolo, devolveu todos os convites... Mas pensar que foi só isso é não ver o todo...O PSB, na verdade, não está conseguindo engolir esse amor repentino entre o MDB e o PP, até porque ao contrário do que alguns progressistas se esforçam em repetir, não se trata de “voltar para onde nunca efetivamente saíram” e muito menos de uma simples reconciliação após uma rusguinha sem importância...A campanha de 2020 não foi apenas uma rusguinha... Os ataques do PP ao MDB na época foram o mesmo que um divórcio, e litigioso...E tudo isso aconteceu com a anuência ou no mínimo a conivência de todos os progressistas. Definitivamente não foi movimento de só uma pessoa... Pé atrás E é exatamente esse encanto do MDB ao partido que lhe virou as costas e se aliou ao adversário em 2020 que o PSB não consegue digerir, até porque ele sempre se manteve fiel e parceiro na trincheira...A política de alianças é intrínseca à política, mas estender o tapete vermelho para o antigo (nem tão antigo assim) adversário pode ser um pouco demais... Além disso, até mesmo alguns emedebistas ainda mantém

GERAL o pé atrás, com receio de que o PP faça de novo o que fez na gestão anterior, se alimentando da máquina até os 45 minutos de segundo tempo e depois se aliando novamente à oposição... Consequências Porém, não se sabe ainda as possíveis consequências que este “boicote branco” do PSB pode trazer na prática à administração municipal...É claro que o prefeito Milton Schmitz não vai poder fazer de conta que não viu, e muito menos, vai poder deixar “passar batido” uma demonstração tão clara de desprestígio ao seu partido que era o anfitrião do evento... Verdade que a ausência das principais lideranças do PSB não foi o suficiente para estragar a festa, que foi bastante prestigiada com a presença de deputados do MDB e PP, o que – vamos combinar - seria mais do esperado em ano eleitoral, mas se o objetivo era “vender” a união da coligação, isso definitivamente não foi alcançado... Não vai dar tempo Além do “boicote branco” do PSB, quem esperava uma confirmação ou mesmo um lançamento da candidatura da vice-prefeita Valeska Walber à Assembleia Legislatura durante o evento, também saiu frustrado. Aliás, desde o início o ex-presidente Jorge Dutra deixou claro que o objetivo da solenidade não era esse, o que, inclusive, poderia soar como uma descortesia aos deputados estaduais presentes, que são candidatos à reeleição... Porém, essa indefinição do MDB já está indo longe demais... Dificilmente vai ser possível viabilizar uma candidatura com reais chances de emplacar faltando menos de seis meses para as eleições...Já perderam tempo demais, a não ser que a intenção desde o início tenha sido essa, uma vez que sabe-se que para o deputado Márcio Biolchi pode não ser nada interessante fechar com apenas um candidato ou candidata na região... Voto pingado I Falando em deputados, quem acha que o ex-ministro Ronaldo Nogueira está jogando parado, está muito enganado...A diferença desta vez é que ele deixou de apostar todas as suas fichas na região e está pulverizando muito mais a sua campanha em dezenas de municípios do Estado. O motivo é mais do que óbvio, já que nas últimas eleições fez pouco mais do que 1.600 votos em Carazinho, o equivalente a 4% dos votos, enquanto Márcio Biolchi fez 16.790, o equivalente a 50% dos votos... Sabe-se que em uma eleição geral é quase que determinante o candidato arrancar bem no município que é sua base eleitoral e ir “pingando” votos nos demais municípios. Porém, Ronaldo está certo em não apostar todas as suas fichas em Carazinho para não se decepcionar novamente... Voto pingado II Quando me refiro em “voto pingado” vale destacar que nem

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são tão “pingados” assim...O deputado Márcio Biolchi, por exemplo, que em 2018 fez votos em praticamente todos os municípios do Estado, em Porto Alegre, fez 4.264 votos e em Garibaldi, 4.235 votos. Ou seja, praticamente um terço dos 23 mil eleitores votaram no Márcio. No município de Restinga Seca, a proporção é ainda maior, sendo que dos 11.000 eleitores, 2.200 votaram no deputado carazinhense. Já o caso de Ronaldo Nogueira chama a atenção o fato dele ter feito mais votos em São Leopoldo (2.505 votos) do que em Carazinho (1.654 votos)... Chances ... Porém, como disse lá em cima, se o candidato não arranca bem na sua cidade, dificilmente consegue se eleger...Com 47 mil eleitores, Carazinho teria todas as chances de eleger dois deputados federais, se todos os eleitores “combinassem” de dividir os votos nos candidatos locais...Uma pena que isso não aconteça, e não por culpa dos eleitores, mas principalmente dos partidos que dão palco para candidatos paraquedistas que só aparecem aqui durante a campanha eleitoral... Sem defesa...de novo Apesar do esforço do MDB de demonstrar coesão na coligação, o comportamento dos vereadores da Situação na Câmara parece andar no sentido contrário...Mesmo sob duras críticas da oposição, com denúncias graves de demora no atendimento nos postos de saúde e UPA, os vereadores do MDB, PP e PSB se manifestaram em defesa da administração e da secretaria de Saúde...Simplesmente “passou batido”, como se não fossem com eles, o que aliás vem sendo uma prática, que por incrível que pareça não vem provocando nenhuma reação por parte do prefeito Milton Schmitz...Sem defesa, fica valendo a versão da oposição... Prova de fogo...ou de água As chuvas dos últimos dias que provocaram alagamento em dezenas de municípios do Estado, foram uma verdadeira prova de fogo para a secretaria de Obras...Uma prova de fogo vencida, já que a exceção de casos muito pontuais, não houve registros de alagamentos, sobretudo, nos pontos críticos da cidade, que receberam melhorias nos últimos meses...Pontos para De Loreno... Distinção E o carazinhense Fabiano Dallazen receberá uma das maiores distinções do Legislativo gaúcho, a Medalha Mérito Farroupilha. A indicação foi do deputado Ernani Polo...Sem dúvida, um motivo de orgulho para todos os carazinhenses...


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06, 07 E 08 DE MAIO DE 2022

Em clássico, ECPF e Gaúcho se enfrentam neste domingo A partida marca o jogo de ida da Taça 165 anos de Passo Fundo e a 7ª rodada do Campeonato Gaúcho A2 por MARA STEFFENS mara@diariodamanha.com por Leticia Schneider redacao@diariodamanha.com

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domingo (8) é de clássico Ga-Pas em Passo Fundo, tendo como palco do jogo, às 15h, a BSBios Arena. Mais de 10 anos depois, Sport Clube Gaúcho e Esporte Clube Passo Fundo voltam a se enfrentar, desta vez, por duas competições simultâneas: a 7ª rodada do Campeonato Gaúcho A2 e o jogo de ida da Taça 165 anos de Passo Fundo. O presidente do Gaúcho, Augusto Ricardo Ghion Jr, comenta que a expectativa é de um grande jogo e acompanha um sentimento de felicidade, especialmente por acontecer depois de tanto tempo e ser algo que a torcida esperava muito. “Não acredito que tenha favorito, mas estamos fazendo nosso dever de casa: treinando e se dedicando para conseguir a vitória”, pontua. “A gente está empatado na liderança do campeonato, está no G4. Nossa avaliação da atual colocação do clube é o que a gente esperava, estamos seguindo nosso planejamento e tem dado certo, então o desempenho da equipe não nos vem surpreendendo”, acrescentou. Segundo Augusto, o Gaúcho possui um grande grupo, com grandes atletas e uma equipe madura. Um time onde a maioria dos atletas já disputou a competição, consequentemente, atendem as expectativas e o planejamento inicial do clube. Somado a isso, o presidente observa que não houve nenhum treinamento voltado ao clássico por ser um clássico. “Fizemos o treinamento

como é feito normalmente durante o campeonato, visando o próximo jogo e as características da equipe adversária”, avalia. “A vitória é fundamental para conseguirmos os três pontos no campeonato e cumprir o nosso objetivo final que é subirmos. O fato de valer a taça é muito importante e qualquer um dos times pode ser campeão. Vai ser um uma disputa bem interessante dentro da disputa principal”, concluiu Augusto.

ESPORTE CLUBE PASSO FUNDO O técnico do ECPF, Marcelo Caranhato, explica que vencer um clássico é importante, pois fortalece o grupo e dá uma confiança maior para a sequência da competição. “Além de ganhar o clássico, tem a questão de jogar contra um adversário direto para a classificação, então quem fizer o maior número de pontos em relação a esses dois jogos, tenho certeza que vai dar um passo importante para a classificação e isso é o nosso primeiro objetivo dentro do campeonato”, esclarece. Para Marcelo, por se tratar de um clássico dificilmente há um favorito, além disso, ele ressalta que a Divisão de Acesso é uma competição muito equilibrada, “ela vai ser definida nos detalhes, espero que a gente esteja pronto, tenha qualidade e eficiência para que esses detalhes estejam ao nosso lado”. Assim como Augusto, o técnico do ECPF observa que a equipe estuda adversário por adversário. “Nós montamos e elaboramos nossos treinamentos para levar vantagem em relação ao adversário. Isso acontece na teoria, na prática, você precisa disputar os pontos dentro do jogo”, detalha. De acordo com Marcelo, quando se iniciou o planejamento da competição, já era imaginado a equipe se encontrar no G4 neste momento do campeonato. “A gente gostaria de ter uma pontuação melhor porque nós tivemos jogos onde jogamos melhor que o adversário, no entanto, infelizmente, não tivemos uma efetividade adequada para vencer”, diz. “Além do clássico em um momento que as duas equipes vivem no campeonato, que os dois estão na zona de classificação, vale taça. Isso é um atrativo a mais para ambas as equipes. Espero que a gente possa corresponder a nossa expectativa, fazer dois belos jogos e pontuar. Levar a taça, seria coroar a nossa performance”, finalizou Marcelo.


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