Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
Acompanhe as edições anteriores em: www.diariodacuesta.com.br NOVA MATERNIDADE “DR. ANTÔNIO DELMANTO”, uma homenagem póstuma que celebra a dedicação de um verdadeiro Médico Cidadão que fez da medicina um sacerdócio.
REGISTRANDO COM DESTAQUE A IMPORTÂNCIA
DAS GLORIOSAS e HISTÓRICAS 1ª FASE e 2ª FASE DA MISERICÓRDIA:
1ª. Fase: desde a fundação, em 8/12/1901, até 1937 sob o comando do Dr. Costa Leite; 2ª. Fase: a partir de 1937 até 1952, com Emílio Peduti na Administração e Antônio Delmanto na Diretoria Clínica.
Editorial, página 2
Na honrosa homenagem prestada à memória de ANTÔNIO DELMANTO, dando seu nome à Nova Maternidade da Misericórdia Botucatuense/ Unimed, eu e meu filho médico, Armando Delmanto e o Netão (Armando Moraes Delmanto Neto) calouro de Medicina na UNIMAR – Universidade de Marília a quem caberá, no futuro, consolidar a tradição familiar na Medicina.
(Leia LEITURA DINÂMICA)



Discurso do Dr. Armando Delmanto na solenidade da inauguração da Nova Maternidade da Misericórdia/ Unimed 1 quando foi prestada homenagem ao Dr. Antônio Delmanto dando seu nome para a Nova Maternidade: “MATERNIDADE “DR. ANTÔNIO DELMANTO – Página 4
MUITO OBRIGADO!
É com profunda emoção que apresento o meu MUITO OBRIGADO a todos que tornaram possível a homenagem ao meu pai, ao conferir seu nome à Maternidade “Dr. Antônio Delmanto”.

Essa homenagem só se concretizou graças à parceria entre a Unimed Botucatu e o Conselho Gestor da Associação Misericórdia Botucatuense, que viabilizou a ampla revitalização do Hospital Unimed – Unidade 1 (antiga Misericórdia Botucatuense), com o propósito de oferecer mais conforto, segurança e excelência aos seus usuários.
A modernização abrangeu a Enfermaria de Maternidade, a Recepção e todas as áreas comuns do hospital, além da renovação completa dos quartos, agora climatizados, equipados com tecnologia de alta performance e estruturados para um espaço dedicado ao parto humanizado
A Nova Maternidade “Dr. Antônio Delmanto” representa um salto tecnológico para Botucatu e região, com a incorporação de equipamentos de ponta raros até mesmo em grandes centros do interior paulista e encontrados em poucos hospitais da Capital.
É igualmente fundamental recordar a relevância histórica da 1ª e 2ª fases da Misericórdia Botucatuense, afinal foram os primeiros 50 anos desse hospital que consolidaram sua vocação assistencial e permitiram que, hoje, Botucatu possa se orgulhar de manter, em alto nível, o Hospital Unimed 1 – herdeiro direto dessa tradição.
Nos seus primeiros anos, a Misericórdia Botucatuense realizava atendimento a particulares e, gratuitamente, prestava assistência à população carente. Não havia sistema público de saúde nem planos de saúde. Era a medicina assistencial, sustentada por coragem, compromisso e humanidade.
Nesse cenário destaca-se Dr. Costa Leite – o primeiro médico de Botucatu –, grande idealizador e mantenedor dessa obra, ao lado do Conselho Gestor da Associação Misericórdia Botucatuense.
Posteriormente, a partir de 1937, após uma grave crise que interrompeu o funcionamento do hospital, o Conselho Gestor convidou o empresário Emílio Peduti para assumir a administração e o médico Dr. Antônio Delmanto para a Diretoria Clínica, missão que ele desempenhou com empenho exemplar.
Hoje, felizmente, a antiga Misericórdia, agora sob gestão da Unimed Botucatu, vive um período de modernização e segurança institucional, totalmente alinhado à legislação federal de saúde.
Ao homenagearem meu pai – um verdadeiro MÉDICO CIDADÃO –, que atuou por 15 anos na Diretoria Clínica e por décadas como médico e cirurgião, reconhecem a dedicação de um profis-
EXPEDIENTE
A L

DR. COSTA LEITE E DR. ANTÔNIO DELMANTO (1948)
sional que sempre colocou o atendimento humano acima de qualquer condição financeira do paciente.
Antônio Delmanto foi o retrato fiel do médico que vive a profissão como sacerdócio e que enxerga a participação na vida pública como uma tarefa a ser cumprida em benefício da coletividade.
Um episódio marcante ilustra esse espírito: a difícil aquisição do primeiro aparelho de Raio X, inviável para a Misericórdia devido ao alto custo. Dr. Delmanto então recorreu ao Comendador Pereira Ignácio, amigo de juventude de seu pai, Pedro Delmanto. Expôs-lhe as necessidades do hospital e pediu que liderasse uma campanha para viabilizar o equipamento.
A resposta foi surpreendente e comovente: Pereira Ignácio doou integralmente um aparelho de Raio X novo e moderno, garantindo à Misericórdia Botucatuense o primeiro serviço de radiologia da região
Essa e tantas outras ações demonstram como a liderança de Antônio Delmanto contribuiu decisivamente para a consolidação e modernização da Misericórdia Botucatuense. Agora, com a homenagem póstuma, reafirma-se a memória de sua vida dedicada à medicina e ao bem público.
A todos os envolvidos, o nosso sincero e emocionado: MUITO OBRIGADO!
A DIREÇÃO
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

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Discurso do Dr. Armando Delmanto na solenidade de inauguração da Nova Maternidade da Misericórdia/ Unimed 1 quando foi prestada homenagem ao Dr. Antônio Delmanto dando seu nome para a Nova Maternidade:
“MATERNIDADE “DR. ANTÔNIO DELMANTO

“Eu quero aproveitar também e tecer algumas palavras , como médico que sou, e dizer que a família Delmanto hoje está em festa. Eu me sinto um privilegiado de ter sido o primeiro descendente, dos seis filhos e dos quinze netos, o único a seguir a Medicina. Então, ao mesmo tempo que é muito gratificante, é uma carga, né!? uma responsabilidade tremenda. Mas eu queria passar, para quem não conhece, quem foi meu avô!
O Antônio já adiantou alguma coisa, mas um pouquinho quem foi o dr Antônio Delmanto
Meu avô é formado em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1934 para 1935. Aí em 1935 e 1936 vai a São Paulo fazer seu curso de Cirurgia Geral na Santa Casa e alguns estágios na USP também. Em 1937, quando ele retorna a Botucatu, ele inicia suas atividades, abre seu consultório e o Conselho Gestor da época, da Misericórdia, o convida para que ele assumisse a Diretoria Clínica.
Naquela ocasião, o hospital estava passando por uma crise. Não estava tendo atendimento mais ao público. E ele teve esse grande desafio, e eu quero até ler um trecho de um depoimento dele pra fazer jus às pessoas que o auxiliaram na ocasião para que tudo desse certo. Então ele põe:
“Em 1937, após estágio de dois anos na Terceira Cirurgia de Mulheres da Santa Casa de São Paulo, e estágio em outros centros cirúrgicos da capital, instalei meu consultório em Botucatu.
Nesse ano, uma comissão de Diretores da Misericórdia Botucatuense, integrada pelos senhores Nélio Cariola, José Gomes da Cunha e outros, fizeram veemente apelo para que eu assumisse a Direção Clínica da Misericórdia, que estava acéfala e sem atendimento ao público. Atendi inicialmente com a colaboração do doutor Antônio Pires de Campos. Depois, contamos com a colaboração de outros colegas, doutor Jorge Lavras, doutor Noé
De Marchi, pai do nosso presidente, o mano Aleixo Delmanto, Camilo Passalacqua, Sebastião de Almeida Pinto, logo depois, João Queiroz Reis, Adolfo Pardini Filho, Trajano Pupo, Luiz Peres, João Saliba.
Esse foi o núcleo pioneiro de nossa gestão. Não havia INSS e era grande o número de pessoas que procuravam o hospital.”
Então não existia o SUS, e eram as Santas Casas que faziam o atendimento gratuito à população carente. E eu tenho uma recordação, do irmão mais velho do meu pai, tio Décio, que ele falava que lembrava quando o meu avô (que morava ali na rua João Passos, em frente da Praça do Paratodos) ele almoçava correndo por volta do meio-dia pra poder vir atender (vinha a pé ) e todo dia atendia gratuitamente da uma até às três da tarde.
Depois ia pro seu consultório particular. Mas eu queria destacar também quatro frentes de ação na área profissional que credenciam o meu avô pra essa homenagem. Primeiro, na própria Misericórdia. Então durante quinze anos, ele foi o Diretor Clínico e eu quero destacar duas grandes conquistas: o primeiro aparelho de raio-x que deixava Botucatu independente das cidades maiores, e a inauguração do primeiro pavilhão da Maternidade na época desse hospital, que foi a Maternidade Nhazinha de Barros. Então foram duas grandes conquistas. Segunda grande conquista, em relação à APM, Associação Paulista de Medicina, 1949, a fundação. Seguindo São Paulo, que já tinha iniciado, foi criada uma Diretoria Interina e ele foi o primeiro presidente eleito da APM. Terceiro, na criação da Faculdade de Medicina de Botucatu É … eu diria que ele foi um dos elos entre a cidade e o governo do Estado, porque na ocasião, o irmão mais novo dele, que era o Dante Delmanto, era ex-deputado estadual, junto com um amigo, Abreu Sodré, que era Presidente da Assembleia Legislativa. Então eles foram um elo direto pro Governador do Estado, na época Carvalho Pinto, que foi quando sancionou a criação da Faculdade de Medicina em 1962. E por fim a Unimed, em 1971, seguindo o exemplo de Santos … naquela época os Planos de Saúde estavam chegando e era necessário a valorização profissional, a união da classe, uma melhor prestação de atendimento ao público, e seguindo o exemplo de Santos, foi fundada 1971 a Unimed aqui na nossa cidade.
Teve também uma Diretoria Interina e ele também foi o primeiro presidente eleito, da mesma forma que na APM.
Então, são fatos que justificam aí essa homenagem, deixa a gente muito feliz !
Eu quero agradecer também ao Conselho Gestor, na pessoa do Junior Colenci, e especialmente ao Diretor de Patrimônio, o Ricardo Galendi, que foi o idealizador dessa homenagem; ao presidente da Unimed, Noé, estendendo a toda diretoria; e ao nosso Diretor Clínico, Marcos Guazeli!
O Marcos vai se lembrar que em 2009 nós não tínhamos nada Foi quando o grupo de obstetras se uniu e foi à Unimed, levamos algumas reivindicações… Depois disso, conseguimos plantão a distância, depois os plantões presenciais e hoje, dezesseis anos depois, somos coroados com essa belíssima estrutura aqui. É bom pra gente trabalhar, a qualidade de atendimento dos pacientes melhora e toda a sociedade de Botucatu também ganha!
Enfim, essa homenagem se torna especial porque mantém vivos os valores, os ideais e o legado que o meu avô deixou pra nossa geração e pra gerações futuras. Obrigado! “



“Uma



















