Diário da Cuesta
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A Embraer atingiu um novo marco na produção do avião agrícola Ipanema: a entrega da unidade de número 1.700. O modelo EMB-203, fabricado em Botucatu e líder de vendas no país, será utilizado na pulverização de lavouras por um cliente de Imperatriz, no Maranhão.
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será na Praça Isabel Arruda nos dias 13 e 20 de dezembro
A Prefeitura de Botucatu, por meio da Secretaria de Turismo, informa que a Feira Turística Natalina está chegando, como parte da programação do Natal Encantado Botucatu 2025. Ela ocorrerá nos dias 13 e 20 de dezembro, na Praça Isabel Arruda, das 10 às 22 horas: dois sábados que prometem oferecer o melhor do artesanato regional e uma variedade de atrações ao longo do dia. As inscrições para artesãos, expositores, serviços gastronômicos e turísticos estão abertas e vão até as 23h59 do próximo domingo, dia 30 de novembro. Das vagas, 5% serão destinadas a artesãos/ expositores da região que não sejam de Botucatu. Caso o número de inscritos ultrapasse a capacidade física da praça, será feito um sorteio para garantir que tudo ocorra com segurança e organização. Os sorteados serão notificados e um grupo especial será formado para participação na feira. Em seguida, será organizada uma reunião obrigatória de alinhamento com os selecionados.
Para mais informações, entre em contato através do email turismo@botucatu sp gov br, pelo telefone (14) 3811-1490 ou pelo (14) 99790-6691. Estamos ansiosos para receber sua participação nesta feira tão especial! (ACONTECE BOTUCATU)


A Carreata de Natal da Havan chega a Botucatu nesta quinta-feira, 27, trazendo o tradicional Papai Noel Azul para a cidade. A ação começa às 18h, na megaloja da rede, onde o personagem atenderá as crianças para fotos antes do início do desfile. Depois da concentração no local, os veículos seguem pelas principais ruas do município. A varejista reforça que o trajeto não será divulgado, pois pode sofrer mudanças de última hora por conta das condições climáticas e das definições feitas em conjunto com a Secretaria de Trânsito no próprio dia do evento. A empresa orienta que o público se concentre em frente à loja para acompanhar a chegada e saída da carreata. De acordo com a Havan, o objetivo é reforçar o clima natalino e proporcionar um momento festivo para as famílias. Esta é a segunda vez que a Carreata de Natal passa pelo Estado de São Paulo. Ao todo, nove cidades recebem o desfile, que segue para Araçatuba na sexta-feira, 28. (BOTUCATU ONLINE)

Modelo EMB-203, líder do mercado, segue ampliando presença no agronegócio nacional
A Embraer atingiu um novo marco na produção do avião agrícola Ipanema: a entrega da unidade de número 1.700. O modelo EMB-203, fabricado em Botucatu e líder de vendas no país, será utilizado na pulverização de lavouras por um cliente de Imperatriz, no Maranhão.
Nos últimos três anos, mais de 180 unidades foram entregues, consolidando o Ipanema como referência entre operadores do setor. A aeronave se destaca pelo conjunto de equipamentos que ampliam precisão e produtividade, mantendo foco em sustentabilidade.
Movido a etanol, o Ipanema 203 pulveriza mais de 200 hectares por hora — desempenho equivalente ao trabalho simultâneo de quatro grandes pulveri-
EXPEDIENTE
zadores terrestres. Segundo a Embraer, o uso do avião garante aplicação uniforme, evita o amassamento do solo e reduz a disseminação de pragas por contato, podendo resultar em até 15 sacas a mais por hectare.
Para a Embraer, o marco reforça a relevância do modelo para o setor agrícola. A empresa mantém presença em eventos agropecuários com o Ipanema 203 e promove ações voltadas à segurança operacional, com orientação técnica para pilotos, mecânicos e operadores.
Atualmente, todas as turmas de formação de pilotos agrícolas no país recebem palestras da equipe de suporte da Embraer, com foco em boas práticas desde o início da carreira. (LEIA NOTÍCIAS)
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Mário Costa Novo
Todos os botucatuenses, “vilenses”, principalmente, que como nós são jovens há mais tempo, recordam-se com saudade do aconchegante Bar do Urbas, ou Bar do Bôrtolo, como era mais conhecido, situado na Rua Major Matheus, bem em frente à entrada principal das indústrias Lunardi.
O seu proprietário, o austríaco Bartholomeu Urbas, já madurão nos idos dos anos trinta, era casado com sua patrícia, dona Maria, com quem teve os filhos José, Maria, Antoninha e Alberto e, com exceção de Antoninha, todos de saudosa memória.
O Bartôlo – homem alegre, brincalhão e educado, era querido e admirado por todos – transforma-se em ponto de encontro das pessoas VIPS e não VIPS da “vila”. Misto de bar e restaurante, muitos, como o pessoal itinerante dos trens de passageiros que vinham de São Paulo, faziam ali suas refeições dada a fama de excelente cozinheira de dona Maria Urbas.
O Bar do Urbas contava também com uma bem cuidada cancha de bochas, uma mesa de bilhar, saleta para jogos, sala de refeições e o principal, o cuidado, a higiene e o carinho com que eram atendidos todos os seus frequentadores.
Naquele tempo, em que a
colônia italiana dava cartas e jogava de mão, todas as tardes ali se reuniam para o jogo de bisca, truco, trêssete e patronesoto e outros jogos trazidos da velha pátria, a fina flor dos vilenses. Ali, como dissemos, ombreavam-se nobres e plebeus na maior camaradagem possível. Viam-se então os irmãos Cavaglieri, Virgínio Lunardi, dono de uma finura que encantava, Mansueto Lunardi, seu sócio, com seu eterno charuto toscano no canto da boca, o poderoso comerciante Matheus Giacóia, chefe do clã composto por homens e mulheres de uma ombridade ímpar, o sério e eficiente marceneiro Basílio Robega – sogro do Dito Almeida – com seus filhos também profissionais de marcenaria, Antonio (Casca) e o Picale (ruim de bola como ele só), o Signore Angelo Milanesi, o Maitã, o Pacharon, os maquinistas da Sorocabana Alfredo Bueno, João Marçal...e o Titon que com sua “oito baixos” alegrava o ambiente. Enfim, a gente era feliz e não sabia...
Nós, como amigo da família e colega de diversões do Albertinho Urbas, que nos deixou muito cedo, vivíamos naquele mundo de gente decente, boa, alegre e sem maldade.
Certa vez, nos recordamos, o Cav. Virgínio Lunardi, jogava uma partida de truco, tendocomo parceiro o Maitã. Distraidamente, o Maitã fez uma jogada errada e a dupla perdeu a partida. O “signore” Virgínio Lunardi olhou para o parceiro e disse: “Ma tu sei uno farabuto, achifosso”.
E o Maitã vermelho como um pimentão maduro levantou-se e disse: “Pera ai cavalieri. Não é porque o senhor é rico que pode me xingar só porque eu errei uma jogada”.
- “Tuto bene, Maitan, tuto bene. Calma qui siamo nel braccilei. E joga, vá!” Era assim que as

rugas terminavam.
Certa vez, não estamos certos que tenha sido o “signore De Sancti”, entrou no grupo de amigos e foi logo dizendo: “Má ganhei um cabrito, que vô conta pra vocês, vai vale a pena questa festa defim de ano”.
Dias depois, a mesma pessoa chega na mesma roda de amigos, bufando de raiva, dizendo que o cabrito dele havia sido roubado: “Tiraram o bicho do quintal da minha casa”.
Ninguém respondeu, mas, furtivamente todos os olhares foram dirigidos para o Matheus Giacóia, useiro e vezeiro em aprontar com os amigos.
Todos já haviam esquecido do caso, quando certa noite o Matheus disse que havia comprado um cabrito, já o havia esfolado, cortado e que o “Bito” estava mergulhado numa bela vinha d’alhos.
Ninguém comentou nada, mesmo porque o antigo reclamante não se encontrava presente.
Um sai outro chega e um sai e...Matheus Giacóia que tinha ido para casa, voltou furibundo: “Ma quê? Agora aqui sono tuti ladri de cabrito? O mio cabrito sumiu com assadeira e tuto. Io quero sabe
quenhé il ladri”. Ninguém se manifestou.
Mas, na noite seguinte, alguém comentou que alguém pertencente àquela roda de amigos, estava assando um cabrito num forno a lenha, situado no quintal de sua casa.
Um grupo foi até a casa de quem estava assando o cabrito, com parte de cumprimentar a família, enquanto outros amigos abriam o portão que dava para a rua e surrupiavam o cabrito assado. O cabrito foi levado para o Bar do Urbas que já estava com a mesa pronta, com direito aos vinhos da casa.
Os amigos que estavam cumprimentando a família, depois de terem a certeza de que o cabrito já estava surrupiado, gentilmente convidaram a todos da casa para comerem um cabrito no Bar do Urbas.
Num primeiro repente o “convidado” correu para o quintal e viu então que o ditado é velho mas verdadeiro: “Ladrão que rouba ladrão...”
E as peripécias do cabrito terminaram em gostosas gargalhadas...
Mário Costa Novo (Acervo Peabiru)
(ilustração de Vinício Aloiseao pé do Gigante, as Três Pedras)

Olavo Pinheiro Godoy
Se fizermos um retrospecto das condições materiais dos nossos lares, há mais de um século, veremos que, insensivelmente, nos adaptamos a certo conforto que, lentamente, neles se operou, sob vários aspectos. A iluminação, por exemplo, sofreu enormes transições.

Nos tempos coloniais, adotava-se, como se sabe, a lamparina de azeite, com pavios de algodão Isso até na iluminação pública Paralelamente, havia, nos usos domésticos, o que se chamava “rolo”, que um longo pavio revestido de cera, que se enrolava à maneira das “rodinhas” que se queimam pelas festas juninas e que ia desenrolando à proporção que se queimava. Ao lado deste, existiam também as velas de sebo e as de cera, estas mais usadas nas igrejas.
Mas já vai longe esse tempo, bem como o tempo em que os lampiões a querosene e as velas em castiçais e os candelabros de ferro e de prata, constituíam a única iluminação
Estes últimos estão reaparecendo, como objetos raros e de luxo, a preços proibitivos, dada a valorização desse metal. Mas, assim mesmo, são disputados pelos amantes da arte e de antiguidades.
Também lustres valiosos ornamentavam as casas das famílias abastadas, sendo, muito deles, quase que exclusivamente de cristal, crivados de pingentes prismáticos, que resplandeciam à luz das numerosas velas que, à sua volta se colocavam
A seguir, em substituição a esse sistema de iluminação, apareceu o gás, cuja invenção, por Lebon, data do começo do século XIX.
A princípio, a sua simples combustão, através de encanamentos apropriados, fornecia uma chama avermelhada, que não resolvia por completo o problema, porque, além de não ser prático o processo se tornava a luz prejudicial à visão, pela deficiência de claridade que irradiava, não obstante a existência de numerosos focos por todos os cômodos
Com o tempo, foi ele se aperfeiçoando até que se obteve o gás incandescente. Nessa época, então, já os lustres se assemelhavam aos de hoje, com a diferença apenas que, em lugar de Lâmpadas elétricas, eram guarnecidos de mangas de vidro, no interior dos quais secolocavam uns dispositivos de um tecido muito fino

etransparente, como fôra uma gaze, os quais se reduziam a pó, ao se lhes tocar, mesmo de leve, uma vez que tivessem tido contado com a chama de gás.
Devido à sua fragilidade, tornava-se necessária asua frequente substituição. As mangas de vidro, também facilmente se estragavam, devido ao permanente calor a que estavam sujeitas de forma que, em lugar destas, se inventaram as fabricadas de malacacheta ou mica, as quais, se por um lado se tornavam inquebráveis, por outro apresentavam o inconveniente de serem inflamáveis, necessitando, pois, de especial cuidado, a sua adoção.
Finalmente, culminando essa benéfica evolução,tivemos a energia elétrica aplicada à iluminação, a qual, datando de 1902, só se generalizou a partir de1916, mais ou menor.
O seu aparecimento suplantou todo e qualquer concorrente no gênero A princípio, devido, talvez, à qualidade das lâmpadas, a luz que irradiava era um tanto deficiente
Mas hoje, dia a dia, mais se acentua o seu aperfeiçoamento, como se vê na luz indireta e nos letreiros luminosos, com enorme vantagens não só do ponto de vista prático como econômico.