Diário da Cuesta
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Honraria é concedida anualmente a um (a) docente que ao longo de sua trajetória profissional contribuiu de maneira destacada para o desenvolvimento da faculdade nos campos do ensino, pesquisa, extensão e/ou gestão acadêmica. PÁGINA 2
Divulgação – Piedmont Airlines
A Piedmont Airlines, subsidiária regional da American Airlines, anunciou nesta terça (10) um passo histórico em sua trajetória: a introdução de uma nova frota de jatos Embraer E175 a partir de 2028. A mudança marca o início de uma nova fase para a companhia aérea, pautada por crescimento, estabilidade e foco em segurança e excelência operacional. (Fontes: Piedmont Airlines/ Acontece Botucatu)
Honraria é concedida anualmente a um (a) docente que ao longo de sua trajetória profissional contribuiu de maneira destacada para o desenvolvimento da faculdade nos campos do ensino, pesquisa, extensão e/ou gestão acadêmica
O professor sênior José Carlos Peraçoli, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP), foi o grande vencedor da 3ª edição do Prêmio Prof. Mário Rubens Guimarães Montenegro. A cerimônia de entrega da honraria aconteceu na manhã de sexta-feira, 13 de junho, antecedendo a reunião ordinária da Congregação.
O prêmio, instituído em 2023, por conta das comemorações do centenário de nascimento do Prof. Montenegro e dos 60 anos da FMB, é concedido anualmente a um (a) docente que ao longo de sua trajetória profissional contribuiu de maneira destacada para o desenvolvimento da faculdade nos campos do ensino, pesquisa, extensão e/ou gestão acadêmica.
Os nomes indicados pelos departamentos são avaliados por uma comissão externa, que define o vencedor. Na primeira edição, o troféu ficou com o professor emérito Sílvio Alencar Marques, docente do Departamento de Infectologia, Dermatologia, Diagnóstico por Imagem e Radioterapia. Em 2024, a vencedora foi a professora titular Maria Aparecida Marchesan Rodrigues Kobayasi, do Departamento de Patologia.
A sessão - Com a sala da congregação lotada, a cerimônia foi presidida pelo diretor da FMB, professor titular Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, que ressaltou a importância da criação da honraria, que reconhece o trabalho e as contribuições de personalidades importantes na história sexagenária da instituição.
“O prêmio Professor Mário Rubens Guimarães Montenegro tem um grande significado para a universidade e para nossa faculdade em particular. Esse significado tem a ver com ousadia, quando nós lembramos aquelas pessoas que vieram para cá, e viram num espaço quase vazio de um prédio abandonado do que seria um sanatório de tuberculosos, a possibilidade, o germe do que viria a ser uma faculdade de medicina”, declarou.
Fortaleza disse que se sente feliz em ver que o prêmio continua a ser outorgado a professores que são exemplos para a comunidade acadêmica. “Já tive a oportunidade de dizer na comemoração de formatura do professor Peraçoli o quanto a Faculdade de Medicina é grata por toda sua atividade em prol, principalmente, do ensino de graduação. Ele esteve a frente de uma reforma curricular que, no mínimo, se pode dizer que foi revolucionária, criando o inédito internato de três anos para o curso de medicina. Não poderia estar mais feliz de estar nesse momento presidindo essa sessão. Quero deixar aqui expressa a minha felicidade, como docente dessa faculdade e hoje como gestor de estar presente nessa premiação e presidir essa sessão”.
Coube ao professor associado Pedro Luiz Toledo de Arruda Lourenção, vice-diretor da FMB, relembrar passagens importantes da trajetória pessoal e acadêmica do patrono do prêmio, considerada a figura central para implantação e consolidação da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), que foi sucedida pela FMB, em 1976, com a criação da UNESP.
Ficou a cargo da professora associada Vera Therezinha Medeiros Borges, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, a exposição da trajetória acadêmica e das atividades desenvolvidas que credenciaram Peraçoli a conquistar o prêmio. “Gostaria de dizer que todos esses números não expressam metade do que o Professor Peraçoli representa para as pessoas da sua convivência. É um ser iluminado. Embora a vida lhe apresentasse alguns momentos difíceis, isso não o impediu de manter a luz acesa da sabedoria, da paciência e da calma para nos orientar e aconselhar nas decisões profissionais e pessoais… Obrigado por ter tocado o coração das pessoas com tanta perfeição e fazer parte de nossas vidas”, discursou.
Sob aplausos da plateia formada por colegas de trabalho, familiares e amigos, Peraçoli recebeu o troféu das mãos da professora emérita Edy de Lello Montenegro – viúva do Prof. Montenegro – e um certificado de honra ao mérito entregue pelo professor Carlos Fortaleza
Trajetória - José Carlos nasceu em Barra Bonita, primogênito da família Peraçoli. Casado com a professora Terezinha, com quem teve duas filhas – Manoela e Heloísa – já falecidas. Formou-se médico em 1974 na 7ª turma da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB). Fez Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMB, concluída em 1977. Iniciou sua carreira docente logo ao término da Residência Médica. Em 1984 obteve o título de Mestre em Tocoginecologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e, em 1990, conclui seu Doutorado em Clínica Médica – área de Nefrologia, na FMB. Realizou o concurso de Livre-Docente em 2000 e de Professor Titular em 2008. Na área de ensino participou da formação de aproximadamente 4 mil acadêmicos de Medicina e 300 médicos residentes. Eleito mais de dez vezes como professor homenageado das turmas da Medicina da FMB, sendo que em 2010, foi patrono da 43ª turma. Participou de 72 projetos de pesquisa, tem 151 trabalhos publicados em periódicos e 36 trabalhos premiados em congressos. Líder de dois grupos de pesquisa CNPq. Pesquisador do CNPq – bolsa PQ2. É membro fundador da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez, onde foi presidente por dois mandatos (2021-2022 e 2023-2024). Orientou 22 iniciações científicas, 45 alunos de mestrado e 19 teses de doutorado. Teve inúmeros projetos com captação de financiamentos para pesquisas, aprimorando as condições estruturais do departamento, do HCFMB e da FMB.
Na área de gestão exerceu dois mandatos de chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia (1996-1998 e 2004-2006) e três de vice-chefe (1994-1996, 2002-2004 e 20082010). Foi chefe da disciplina de Obstetrícia de 1995 a 2010. Coordenou a comissão que resultou na construção e implantação da Central de Salas de Aula das FMB. Foi vice-coordenador do Conselho de Curso de Graduação e Medicina por dois mandatos e coordenou o Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) por quatro anos. Trabalhou de forma decisiva na reforma e implantação do novo currículo do curso de graduação em Medicina da FMB. Ocupou o cargo de vice-diretor da FMB/UNESP no período de 2011 a 2015. Tem participação expressiva em eventos científicos de sua especialidade. Atualmente
atua na FEBRASGO como presidente da Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gravidez (2024-2027). Aposentou-se em 04 de dezembro de 2022 e desde então atua como Professor Sênior junto ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, com importante atuação no ensino de graduação em medicina, pós-graduação e pesquisa. Participa de dois ambulatórios no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) (Pré-Natal de gestantes com hipertensão e Acompanhamento de Puérperas que desenvolveram pré-eclâmpsia grave).
Agradecimento- onfira a íntegra do discurso de agradecimento proferido pelo professor sênio José Carlos Peraçoli, vencedor da 3ª edição do Prêmio “Prof. Mário Rubens Guimarães Montenegro”:
“Ser contemplado com este prêmio me fez voltar no tempo e perceber que meu trajeto nesta instituição transcorreu naturalmente, procurando fazer o que deveria ser feito, sem grande atropelos, culminando com esta premiação. Teria muitas histórias para contar. Mas não se preocupem, vou apenas expressar fatos imprescindíveis do contexto de minha carreira e o que considero fundamental, expressar minha gratidão.
Foi com a mistura de emoções, representadas no primeiro momento pelo impacto da informação via whatsapp, enviada da reunião da congregação pela Professora Heloísa Maria de Luca Vespoli, de que havia sido indicado para receber o título de Professor Emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP e que para corroborar – palavras contidas na sua mensagem, em seguida havia sido indicado para a 3ª edição do prêmio “Prof. Mário Rubens Guimarães Montenegro”. O impacto inicial foi seguido pela surpresa e pela gratidão em ter o reconhecimento de toda uma carreira profissional dedicada à Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP, nossa eterna FCMBB.
Esta cerimônia está ocorrendo após 44 anos de atividades como docente em tempo integral e dedicação exclusiva, acrescidos de mais 2 anos, 6 meses e 9 dias de aposentadoria persistindo como professor Sênior.
Este prêmio é o resultado de uma decisão tomada no final do meu estágio como Residente de Ginecologia e Obstetrícia, cumprindo um terceiro ano, naquela época opcional, que foi decisivo para mudar a trajetória natural de ser o médico que meu pai sonhava, que voltaria para minha terra natal (Barra Bonita) e abriria um consultório com placa em que estaria meu nome: Dr. José Carlos Peraçoli – médico.
Mas decisão foi outra… iria ser PROFESSOR, aqui grafado com letras maiúsculas. Na sua simplicidade acredito que meu pai nunca entendeu que médico eu era. Professor é a profissão como sempre me identifico e com muito orgulho. O ensino de graduação foi a inspiração dessa decisão e continua sendo a principal motivação para, mesmo aposentado pela compulsória, continuar nesta instituição.
Este prêmio é fruto de um trabalho coletivo, com certeza consequente às inúmeras parcerias usufruídas ao longo de minha carreira acadêmica. Assim, quero que todos que se consideram incluídos nessas parcerias sintam-se homenageados também.
Minha história é longa, sem tempo de descrevê-la neste momento, mas quero ressaltar três atividades, duas em que fui coordenador, das quais muito me orgulho e nas quais o comprometimento e dedicação dos colegas que delas participaram foi fundamental para que se concretizassem: a idealização e concretização da Central de Salas de Aulas e o delineamento e construção, que durou nove anos para se concretizar, do atual currículo do curso de graduação em medicina. A terceira, uma experiência nova, que me trouxe muito conhecimento de nossa instituição e da universidade, ao exercer o cargo de vice-diretor da FMB/UNESP.
Não posso deixar de ressaltar a parceria comprometida e amigável dos servidores técnico-administrativos em todas as atividades que desenvolvi na FMB/UNESP. Por outro lado, existiram, sim, outras parcerias que por circunstâncias especiais foram mais intensas e duradouras e merecem ser destacadas: a parceria dos colegas e amigos do Departamento de GO, em especial os relacionados com a disciplina de Obstetrícia.
Por coincidência, escolhi ser ginecologista e obstetra, o que significa se preocupar com a saúde das mulheres, pois de um modo ímpar, compartilho esta homenagem com duas mulheres que sempre estiveram ao meu lado: a professora Marilza Vieira Cunha Rudge, mentora, norteadora e apoiadora em todos os passos de minha carreira acadêmica e minha esposa, por ser meu modelo do que é ser pesquisador, por ter abraçado a linha de pesquisa sobre pré-eclâmpsia, doença em que sou hoje reconhecido extramuros de nossa instituição e por ter me apoiado em todas as decisões assumidas ao longo da carreira.
Professora Emérita Edy de Lello Montenegro… é uma honra receber este prêmio pelas suas mãos. Um prêmio com o significado que ele representa e que o torna mais grandioso por homenagear o Professor Montenegro, por tudo que ele significou e significa para a FCMBB, hoje FMB/UNESP e por ter tido o privilégio de conhecê-lo, de ter sido seu aluno e usufruído de suas ideias. Daqui alguns anos, os docentes indicados para este prêmio não serão privilegiados de tê-lo conhecido.
Finalizando, tenham todas e todos a certeza que, a gratidão por vivenciar este momento tão especial da minha carreira universitária é muito, muito maior que as palavras que terminei de proferir. Obrigado!”
Carlos Pessoa
Assessoria de Comunicação e Imprensa – ACI/FMB
A História sobre a crônica de hoje teve seu início em 1247 na diocese de Liège, na Bélgica e a sua primeira e solene procissão no dia 19 de junho de 1264, portanto são 761 anos de tradição. Uma festa instituída pelo Papa Urbano IV e celebrada sempre 60 dias após a Páscoa podendo cair entre os dias 21 de maio e 24 de junho. É uma comemoração litúrgica das Igrejas Católica Apostólica Romana e Anglicana (1548) e no Brasil comemora-se desde o descobrimento pelos Portugueses (1549), liderados pelo Jesuita Manoel de Nóbrega. (Wikipédia).
Desde 1995 é considerado ponto facultativo e nas cidades onde o comércio é fechado as ruas são enfeitadas para a Procissão.
Quando menino e na condição de coroinha na igreja matriz era ajudante de missas e ladainhas. Não perdia nenhuma procissão. Gostava dessas atividades e uma delas lhe dava o maior prazer, ou seja, fazer balançar cadenciado o turíbulo e vez por outra, fazê-lo girar 360º graus para aborrecimento do Padre vigário.
Dentre tantas procissões de que participou uma delas, a de “Corpus Christi” era a mais esperada. Naquela tarde de junho, todo paramentado, posicionou-se para o grande percurso. Ou -
Roque Roberto Pires de Carvalho email:roquerpcarvalho@gmail.com
via-se o bimbalhar dos sinos chamando os fiéis e devotos, a cidade mesclada de Sol e nuvens típicas da estação invernal. As ruas da cidade enfeitadas para a passagem do cortejo. Nas janelas das casas e dos sobrados colchas abertas com variadas cores e flores; muitas flores colocadas em vasos nas calçadas e ruas. À frente, sob Pálio, o Vigário conduz o Ostensório, a seguir o povo com as orações empunhando velas como manifestação de sua fé a Banda seguia como encerramento do cortejo.
A procissão caminha lentamente. Estandartes apresentam imagens do Padroeiro, de São Roque, São Benedito, São José, Estandarte da Imaculada em azul, imagem da Senhora Sant’Anna ensinando leituras à Virgem menina; rezando o Terço o Padre ouve o povo responder com Ave-Maria e o Pai Nosso envolvidos por uma celeste nuvem de incenso... - Já noitinha, sob o som das orações e das preces embaladas pela musicalidade da Banda a procissão vai chegando ao fim. No alto, em volta da torre da Igreja, nuvens transparentes do sereno e frio do mês de junho. Dada a solene benção final, com encerramento das atividades religiosas as luzes são acesas nas barracas com suas bandeirolas coloridas atraindo muitas pessoas; músicas em vitrolas revezando com a garbosa Banda do Maestro Salim com os seus músicos fardados e instrumentos reluzentes com destaque para o Tuba de som estridente e forte aquecem, ao som de dobrados e músicas juninas; casais assistindo e ouvindo enquanto as crianças se esbaldam no entorno do Coreto. Reflexos de uma Lua muito branca em noite serenosa em início do inverno, a Praça da Matriz vai ficando vazia, a festa acabando e os músicos a pé...
Maria De Lourdes Camilo Souza
Era só uma sementinha e vinha pelo universo num voo que virou dança rodopiou no ar rarefeito, parou quando viu um planeta azul. Veio planando até um país todo verde e lindo, foi descendo até mais ao sul, levada por um vento forte da cuesta de Botucatu.
Ali foi descendo suave dormindo na nuvem.
Quando acordou desceu até um telhadinho desbeiçado todo mal aprumado.
Sorriu e por uma frestinha de goteira foi entrando sorrateira.
Caiu numa caminha tortinha de plumas, ajeitou-se bem faceira e falou : “estou em casa”.
Dias depois virou uma menina tortinha.
A casa era tortinha, mas bem bonitinha, bem ao seu agrado e no seu número 5.
Até a Rua era tortinha.
Começava numa praça tortinha.
Passava por duas escolas tortinhas das crianças especiais e tortinhas.
Subia e descia até a casa tortinha que a menina morava.
A rua ia até um terreno baldio com árvores tortinhas.
Os moradores da rua eram todos tortinhos como se fizessem todos parte de uma grande família de tortinhos.
Os dias passaram e a menina tortinha adotou uma cachorrinha que tinha as patinhas tortinhas.
Desajeitada e trapalhona igualzinho sua dona.
Espaçosa e barulhenta não dava sossego para a outra pequena poodle tortinha, que mais parecia um pompom cor de lã suja, que também morava junto com a menina tortinha.
Ali iam vivendo uma vida tortinha que precisavam endireitar.
Esse era o plano.
E toca a trabalhar para as coisas endireitar.
Mas qual o que!
Os anos foram passando e a menina virou uma velhinha tortinha de cabeça branquinha.
Foi ficando mais e mais tortinha.
Mas sempre trabalhando e estudando, lutando para se endireitar.
Era um trabalho insano.
Endireita daqui, acerta dali e no dia seguinte tudo estava do mesmo jeito tortinho.
Era uma estória assim de quem nasce tortinho , tentando endireitar...
Já dizia o ditado “ pau que nasce torto morre torto”.
Mas a velhinha tortinha continuava sempre na luta por isso modificar.
Quem leu entendeu que essa é uma estória de não acabar.