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Diário da Cuesta

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Alberto Dines diz que “a recuperação do meio ambiente é uma das missões cruciais na pauta do novo renascimento. A natureza é a própria representação do Paraíso, seja no seu visual – bucólico ou agreste –seja na simplicidade dos seus mecanismos. Resgatá-la, passou a ser um dos primeiros compromissos deste novo ser humano, alquebrado e iluminado, machucado e pertinaz.”

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Feira do Lageado será no sábado

Evento, a partir das 10h, celebra a produção de estudantes e servidores da Unesp

A tradicional Feira do Lageado chega a mais uma edição reunindo microempreendedores da universidade. É uma oportunidade única para conhecer, apoiar e consumir produtos diversos, que vão desde o artesanato à gastronomia, passando por moda, cosméticos, arte e muito mais!

A Feira do Lageado 2025, evento que celebra a produção criativa e empreendedora dos estudantes e servidores da Unesp, vai acontecer no próximo sábado, 07 de junho, a partir das 10h, na Fazenda Experimental Lageado, em frente ao Auditório da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA).

O evento é aberto à população de Botucatu e tem o objetivo de fortalecer os laços entre a universidade e a comunidade, sendo um espaço de troca, conexão e valorização da produção local, em meio a um ambiente repleto de cultura, natureza e boas ideias.

A Feira do Lageado é uma iniciativa do PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de Engenharia Florestal.

(Acontece Botucatu)

a r t i g o POR MARES E OCEANOS

Estamos vivendo o Ano Internacional dos Oceanos proposto pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO e proclamado pela Assembléia Geral das Nações Unidas já em 1994, para vigorar neste exercício de 1998, anunciam-no os jornais e revistas científicas.

A importância do tema que encerra uma questão global conclamou a alta cúpula internacional de vez que na sua abrangência diz respeito à sobrevivência humana, razão pela qual todas as nações se mobilizam e ocorrem à idéia, através de seus organismos correspondentes, prestando-se à cooperação e à solução do problema em si, grave e improcrastinável.

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É preciso salvar o mar conhecendo-lhe mais insistente e cientificamente as profundezas abissais - um mundo submerso e povoado, do qual tão pouco ainda se sabe. É necessário devassar-lhe as entranhas que encerram reservas potenciais úteisexpostas à gratuidade explorativa em benefício da vida e da sobrevivência humana.

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Essa munificência dadivosa à espera de uma exploração racional e atuante, está sendo vítima indefesa de deteriorização impiedosa através de detritos radioativos, componentes químicos e outros mais, deletérios, que lhe devassam a superfície com o grave comprometimento de sua fauna aquática admirável, o aniquilamento da faixa litorânea e a contaminação das praias que a natureza enfeitou.

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Desde que se destruam as águas oceânicas compromete-se em definitivo a vida na terra. O problema é grave e se impõe a uma solução inadiável, consideradas as

agressões que atualmente as comprometem. É ponto bastante significativo para a bioética que surge na defesa dos valores indispensáveis ao equilíbrio do ecosistema vital à preservação da vida na terra.

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Essa imensa massa líquida que nos seus 330milhões de quilometros quadrados ocupa 70% da superfície do globo, polarizará por todo este ano a inteligência universal responsável, toda entregue a reparar-lhe os danos e impedir-lhe lesões maiores, na elaboração de leis e estatutos que lhe cicatrizarão os males e lhe deterão a ruína total, precavendo-a de se transformar num imenso mar morto.

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do-o na ilha da Perfeição de que o herói se enfarou e fugiu de regresso ao lar.

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Essa mesma massa escorregadia, líquida e acariciante, que esconde no vai-e-vem da maciez das ondas o idílio eterno com a Lua, capaz, no paroxismo das tormentas de fazer sossobrar pequenos barcos ou couraçados gigantes nas partidas perigosas das batalhas navais, à força total das quais jazem em seu seio misterioso as carcaças de submarinos e aviões camikases.

Essas mesmas águas que nos vêm da Criação já povoadas e enriquecidas desde o segundo dia do Criador, quando separou-as e povoou-as com esmero de artista. Deu-lhes mais: um caminho movediço e deslizante pelo qual os povos primitivos recém-saídos das tribos primeiras, aventuraram-se à caminhada dos milênios que lhes facultou entre terras e mares, serranias e caudais, a chegada ao Estreito de Bhering e lhes ofereceu o Ocidente. Traziam já consigo o uso de quipos: o calendário mais perfeito de todos os tempos; o culto do Sol, o segredo das pirâmides e deixaram marcas de uma civilização atordoante e surpreendente.

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Essas massas líquidas que forneceram aos fenícios, o segredo do múrice purpúrio que lhes abriu à comercialização de todos os povos as especiarias do Levante.

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Essa mesma massa fluída, movente, aliciante e perigosa que sugeriu à fantasiosa imaginação do homem as mais ricas e envolventes mitologias, povoando os mares e oceanos dos tritões, dos deuses invencíveis, das ninfas, das sereias, capazes de desviar Ulisses dos braços de Penélope, isolan-

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Essa mesma massa líquida, flutuante, instável e fascinante arrebata a literatura de todos os tempos lembrando-nos o misterioso Navegante Solitário que Wagner extraiu das lendas dos Países Baixos e imortalizou no Navio Fantasma.

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Esse imenso lençol movediço sepultou em seus abismos profundos os lendários lêmures, a terra de Mu e a Atlântida de cuja civilização fantástica falam os helenos clássicos.

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Essa imensa mole líquida oferece através de sua crosta sólida, no solo abissal, o sustentáculo às grandes realizações da tecnologia mais avançada através das pontes quilométricas - pontes da amizade, da comunicação, da interação de regiões e países em prol do enriquecimento, da amizade, do progresso

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Do profundo de suas águas flutuantes jorra o petróleo - força econômica que se constitui o sexto poder do mundo.

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Singrando suas águas inseguras, partiram um dia, de uma pequenina Nação Lusitana, as caravelas que nos revelaram ao mundo. Estamos a 500 anos da descoberta

Que a Embaúba é uma árvore típica do cimo da Cuesta de Botucatu? Pois é, a Embaúba que também é conhecida por Umbaúba, Ambaíba, Ambaúba, Imbaúva ou Imbaúba, é árvore da família das Moráceas (cecropia palmata); é árvore de tronco indiviso. Embaubal é o bosque de embaúbas. Também é chamada de árvore-dos-macacos ou árvore-da-preguiça ou torém. O antigo traçado férreo da Sorocabana passava por Vitória (Vitoriana), Lageado e...Embaúba... Sim, Embaúba é uma pequena Vila pertencente a Botucatu que até hoje é procurada pelos amantes da pesca por ser um local ideal e piscoso. Hoje, o descuido e o desrespeito à natureza reduziu muito o número de Embaúbas em nossa região, mas podem ser encontradas na Cuesta e em vários pontos verdes de nossa cidade.

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Dia da Ecologia e Dia Mundial do Meio Ambiente. Tudo isso representa um esforço, um grande esforço dos ambientalistas , dos ecologistas e dos políticos corretamente inseridos na pauta emergencial de proteção à natureza

A preocupação com a ecologia, hoje, tem destaque e apoios no mundo todo. Mas, nem sempre foi assim O mundo passou a “pensar” a ecologia com seriedade e preocupação em meados dos anos 60. Os EUA e a Europaforam os primeiros a sentirem a “explosão da ecologia”, preocupação que só chegou até nós em meados dos anos 70. Nessa época eram pouquíssimas as associações (ONGs) que tratavam desse grande problema para a humanidade. Hoje, a proliferação de entidades e associações que “cuidam” do assunto é gigantesca, forçando a que haja uma pesquisa relativa à confiabilidade das ONGs e ao engajamento concreto de seus dirigentes

Em seu emblemático artigo “Por uma nova visão do Paraíso” (revista Pau Brasil, julho/agosto de 1984 e revista cultural Peabiru, janeiro/fevereiro

Meio Ambiente & Ecologia

de 1999), Alberto Dines nos trazia a sua preocupação com o tema, resgatando a peça fundamental de qualquer “brasiliana”, escrita por Sérgio Buarque de Hollanda, em 1931: “Visão do Paraíso” (Editora José Olympio,1932).

Na obra, destaca Dines, o historiador procura o cenário do Novo Mundo que seria ocupado pelos europeus, especialmente pelos espanhóis e pelos portugueses, sendo certa a diferença da visão que eles tinham do “paraíso”, com o pragmatismo dos espanhóis e com o caráter imaginativo dos portugueses, traços particulares da formação espiritual desses dois povos E isso seria marcante na atuação de ambos no continente americano

Dines diz que “a recuperação do meio ambiente é uma das missões cruciais na pauta deste (novo) renascimento. A natureza é a própria representação do Paraíso, seja no seu visual - bucólico ou agreste – seja na simplicidade dos seus mecanismos. Resgatá-la, passou a ser um dos primeiros compromissos deste novo ser humano, alquebrado e iluminado, machucado e pertinaz.”

E diz mais: “Ecologia, que há 20 anos era apenas a ciência que estudava o relacionamento entre os seres vivos e seu meio ou ambiente, transformou-se em cruzada. Saiu das universidades, centros de pesquisas para ganhar foros de religião, mística, culto, ideologia. Na fulminante trajetória do progresso, cujo apogeu resume-se ao curto período de três mil anos, a cada avanço tecnológico ou científico corresponde sempre um gesto de defesa. Do alfabeto à TV –para mencionar apenas o processo de comunicação – cada passo adiante foi recebido com dúvidas e ressentimentos. Era o medo do aprendizado, medo do desconhecido, insegurança. Não se discutia o progresso, mas suas conveniências.” Hoje, o mundo todo vive essa preocupação concreta com a preservação do meio ambiente. E o avanço tecnológico ou científico - que hoje pode ser do alfabeto à revolução da informação pela internet – consolida cada vez mais parcelas conscientes dos mais variados povos compromissados com a ecologia e com o resgate do “Paraíso” que idealizamos para as gerações vindouras. (AMD)

LEITURA DINÂMICA

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– Cuesta é uma forma de relevo em que colinas e montes têm um declive não simétrico, sendo suave de um lado e íngreme do outro A palavra cuesta tem origem espanhola e significa encosta de uma colina ou monte. Uma das cuestas mais famosas do Brasil é a de Botucatu, que além de paisagens deslumbrantes abriga o Aquífero Guarani, que abastece milhões de pessoas. Verdadeiro mar de água doce, o Aquífero Guarani é mundialmente reconhecido e PRECISA ser protegido. A exploração das águas subterrâneas e a especulação imobiliária precisam ser fiscalizadas para a proteção do meio ambiente.

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– O DIÁRIO DA CUESTA batalha “pela defesa do meio ambiente e da cidadania em Botucatu”. A beleza da natureza é uma maravilha, uma magia que brindou Botucatu com o GIGANTE DEITADO e as TRÊS PEDRAS, com todo seu misticismo histórico: os mirantes, a escarpa, as trilhas, o voo livre de parapente e as cachoeiras, tudo com vida própria em uma iniciativa de pequenos e decididos empresários. O meio ambiente precisa ser preservado. 3

– APA de Botucatu - A Área de Proteção Ambiental de Botucatu (APA de Botucatu ) foi criada pelo Decreto Estadual nº 20.960/1983, para proteger, dentre outros, as Cuestas Basálticas, os Morros Testemunhos e as áreas de Recarga do Aquífero Guarani Abrange não só o território do Município de Botucatu, mas tam-

bém o de Angatuba, Avaré, Bofete, Guareí, Itatinga, São Manuel, Pardinho e Torre de Pedra, todos no Estado de São Paulo

A forma de relevo encontrada nesta região é a denominada Cuesta, caracterizada por um declive suave de um lado (chamado reverso) e uma encosta íngreme e abrupta do outro (chamada front), apresentando em sua baixada, próximo ao front, os chamados morros testemunhos, conforme imagem abaixo:

Na CUESTA, em sua encosta íngreme, ou seja, em sua ESCARPA já apresentada em produções da televisão como uma MURALHA NATURAL...

E toda essa beleza da natureza PRECISA ser protegida. O meio ambiente precisa contar com a participação de todos!

4- Botucatu tem convivido com um sério perigo: o CEMITÉRIO MUNICIPAL JARDIM foi localizado em cima de um lençol freático. E todos sabemos que cemitérios podem contaminar o solo e as águas subterrâneas devido a infiltração de NECROCHORUME, um líquido formado pela decomposição dos corpos existentes no Local. O Poder Público PRECISA apresentar à população, anualmente, relatórios técnicos mostrando que o perigo está sob controle. PERIGO!

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