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Diário da Cuesta

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500 prefeituras aderem ao programa; expectativa é ter cobertura 100% até o final do ano. PÁGINA 2

Diário da Cuesta

junho de 2022

Muralha Digital será implantada em Botucatu para monitorar 19 pontos da Cidade com mais de 50 câmaras Desde a época Medieval, as cidades (burgos) procuravam proteger seus cidadãos. A construção de Muralhas Fortificadas era a maior proteção à época. Hoje, as MURALHAS DIGITAIS estão sendo erguidas com toda a mais alta tecnologia... Imagens permitirão o patrulhamento inteligente a partir da leitura das placas de veículos que chegam e saem da Cidade e, caso haja um alerta específico, um sinal sonoro é emitido e uma viatura da GCM é acionada para verificar a situação Foi assinado o contrato entre Prefeitura e Consórcio de empresas que irão implantar e operar a Muralha Digital em Botucatu. A Muralha é o primeiro investimento do Programa Botucatu Protegida, que tem como objetivo ampliar recursos, equipamentos e ações na área de segurança pública na Cidade. Para este serviço, a Prefeitura investiu quase R$ 5 milhões com a implantação de equipamentos, que deve ocorrer nos próximos 90 dias, e ope-

Muralha Medieval

ração do serviço por 60 meses. A Muralha consiste na instalação de mais de 50 câmeras de monitoramento que serão distribuídas em 19 pontos de entrada e saída da Cidade e outros equipamentos de tecnologia, os quais irão fornecer dados como leitura das placa de veículos e que auxiliarão no trabalho das forças de segurança do Município e de compartilhamento com outras cidades. Além das câmeras, o Consórcio também irá implantar o Centro de Operações e Inteligência (COI), onde as imagens serão monitoradas 24 horas todos os dias por guardas

municipais e armazenadas para o uso policial. As imagens geradas pela Muralha Digital permitirão o patrulhamento inteligente a partir da leitura das placas de veículos que chegam e saem da Cidade. Caso haja um alerta específico para aquele veículo, um sinal sonoro é emitido e uma viatura da GCM é acionada para verificar a situação (FONTE: TRIBUNA DE BOTUCATU)

PROTEGENDO AS ESCOLAS

A Prefeitura Municipal de Botucatu começou a instalação das câmeras de monitoramento em frente as escolas de Botucatu. São 40 câmeras em 360º, ampliando o alcance de imagens, melhorando a qualidade do serviço prestado e monitoramento. Assim que cada equipamento estiver instalado, as imagens já integrarão a Muralha Virtual e serão monitoradas 24 horas pelo Centro de Operações Integradas da Guarda Civil Municipal que estará recebendo um grande reforço em seus recursos humanos: o aumento de 100% do efetivo da Guarda Civil, indo de 75 para 150 membros.

E esse é um investimento importante que o Poder Público está fazendo para garantir que escola continue sendo um ambiente seguro para as crianças crescerem e se desenvolverem com qualidade.

Moderno como você!

Em junho de 2022 o Diário da Cuesta trazia a notícia da Nossa Muralha! Foi um acontecimento que viabilizou a que Botucatu conseguisse ser destacada como a cidade mais segura do Estado. Parabéns ao Governo do Estado pela excelência de seu Plano de Segurança Pública! “Desde a época medieval, as cidades (burgos) procuravam proteger seus cidadãos. A construção de Muralhas Fortificadas era a maior proteção à época. Hoje, as MURALHAS DIGITAIS estão sendo erguidas com toda a mais alta tecnologia.”

Muralha Digital
Publicado no Diário da Cuesta edição nº 499, de 14 de

Muralha Paulista: 500 prefeituras aderem ao programa; expectativa é ter cobertura 100% até o final do ano

O Muralha Paulista, programa que usa câmeras e tecnologias de cada prefeitura para monitorar e combater a criminalidade em tempo real, soma mais de 500 municípios aderindo ao sistema, número comemorado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. A meta é cadastrar todos os 645 municípios até o final deste ano.

O tenente-coronel Rodrigo Garcia Vilardi, Coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle da Secretaria diz que o sistema de câmeras inteligentes da capital paulista, o Smart Sampa, serviu como laboratório para criar a base e que, agora, o Muralha está em expansão: “A partir desta integração, queremos compreender quais locais demandam e complementar como já está acontecendo aqui em São Paulo que tem o Smart Sampa. Nós integramos, ao Muralha Paulista, as mais de 13 mil câmeras e, a partir daí, começamos a receber dados e fizemos uma análise e já estão sendo instaladas mais mil câmeras. Este modelo, que foi desenvolvido aqui na capital, é o que já está acontecendo na integração com os demais municípios”.

Policiais civis, militares e guardas podem realizar consultas imediatas por meio do app do Muralha Paulista que ainda revela se um suspeito está foragido. Também verifica o IMEI de celulares, registro de armas e outros serviços. A tecnologia faz cruzamento de dados

com o Banco Nacional de Mandados de Prisão e usa reconhecimento facial para identificar suspeitos. Praia Grande, no litoral paulista e São Carlos, no interior, já contam com cobertura em 100% do território.

De acordo com o coordenador, em 2022, foram presos cerca de 170 mil criminosos. Em 2024, o número subiu para 200 mil. Para este ano, a expectativa é superar o ano passado. O tenente-coronel diz que “A ideia é que se tiver uma câmera, duas câmeras, não importa, a ideia é que integre tudo que já existe e o Estado comece a implementar investimentos pontuais”.

“Barbárie ou civilidade”, diz Derrite

Nesta semana, durante evento promovido por instituições médicas em São Paulo, o secretário de segurança pública, Guilherme Derrite, disse que o Muralha Paulista está amparado na Lei Geral de Proteção de Dados e que a população precisa decidir se quer viver em um estado de barbárie ou civilidade. Derrite ainda citou o Muralha Paulista Esportiva que integra o programa. O secretário disse que, ao lançar a ferramenta, foi procurado pelo Palmeiras e que os resultados foram imediatos: “O torcedor tira uma foto do rosto dele para o site, o Muralha Paulista recebe a foto. Por exemplo, dos 45 mil que compraram o ingresso, tem possibilidade de sete procurados pela Justiça. O policial fica na entrada do estádio esperando o suspeito ou foragido. Foram 195 procurados já e um traficante internacional de drogas”.(Jovem Pan News)

a r t i g o RUBIÃO DOS VELHOS TEMPOS . . .

Lá pelas décadas de 1920-1930, Rubião Júnior era um vilarejo pacato, de umas poucas casas e um punhado de famílias sitiantes a lhe marcarem a escassa demografia. Nos seus oitocentos e noventa metros de altitude contados ao nível da estaçãozinha, ventos constantes, solo de camada arenosa, e o agreste morro de píncaro pontiagudo, cujo acesso único era o caminho velho tão bem fixado pela Kodak do velho Hernandez, a vilazinha pitoresca e alegre só tinha como atrativo para quebrar a mansuetude dos dias sempre iguais, a chegada dos trens da Sorocabana. A gare era o ponto social de reunião do vilarejo. Quando o seletivo anunciava ao Bilo, a partida do trem na estação mais próxima, o velho sino, até hoje existente, badalava os três toques da breve chegada do comboio. Já então nessa altura, fervilhava a gare no alegre perpassar dos jovens, nos encontros dos amigos, na espera do jornal do dia, vendido anos a fio, de forma avulsa, pelo Vicente Costillas. Foi esse velho jornaleiro que deu guarida em sua casa – e melhor – em seu coração, ao pobre menino abandonado que mais tarde surgiu homem feito, integro e exemplar, como o Comandante da Força Publica de São Paulo: o comandante João de Quadros. Enquanto se aguardava o trem, acertavam-se os namoros, definiam-se os noivados, engatilhavam-se negócios, decidia-se da construção da sonhada igreja para Santo Antônio, nome tutelar da região. No Botequim ao lado, fervilhavam os assuntos enquanto se saboreava o quente cafezinho, privilégio do Hotel Varoli.

Naqueles tempos não se inaugurara ainda o trânsito regular de ônibus. Washington Luiz batia-se pela abertura de estradas. O asfalto cuidado e as pistas não eram ainda. Vigoravam mesmo, os trens da Sorocabana.

Às dez da manhã e às dez da noite, desciam os trens, com pequenas diferenças horárias – um, de Bauru, outro, da alta Sorocabana – a caminho de São Paulo. Às dezesseis da tarde e pela madrugada, subiam da Capital, rumo ao sertão noroeste e para Presidente Prudente, então chamada Alta Sorocabana, os trens de passageiros.

O pernoite econômico, para baldeação, era em Rubião Júnior. Daí, as atividades de nossos avós maternos, que mantinham o Hotel Varoli, no velho casarão dos Pinto e no novo prédio construído, este último , até hoje lá no alto, abrigado pelo ainda frondoso pé de magnólia, à beira da asfaltada Avenida Bento Lopes. A salubridade do clima tornou Rubião, de repente, uma pequenina estação climatérica. Para lá acorriam famílias de São Paulo e de outros lugares, na discreta preocupação do restabelecimento de um dos seus familiares atacado da “fraqueza pulmonar” ante os prognósticos então sombrios de tuberculoses

e de “galopantes” que, não prevenidas, irrompiam em trágicas hemoptises. Desde então, surgiram os “bungalows” risonhos de áreas engrinaldas de trepadeiras alegres e as indefectíveis espreguiçadeiras para os longos repousos da prescrição médica.

Rubião encheu-se assim, de moradores diferentes. Era gente de outros níveis, educada em outras esferas, sujeita agora às contingências da cura. Gente extraordinária que acomodou-se ao pacato viver do lugar e que transformou e alegrou ainda mais o vilarejo.

O Hotel Varoli era hotel de trânsito. Oferecia pernoite e refeições. Não aceitava pensionistas. Fornecia esporadicamente pensão em marmitas. Surgiu daí o conhecimento, a cordialidade, a amizade duradoura envolvendo nossa gente a outras gentes.

Nossa avó – só coração e ternura maternal – era o centro monopolizador daquela juventude que na ocasião demandava o lugar. Indiferente aos riscos pessoais, quantas vezes foi ela chamada aflitivamente para vigiar, com a mãe desolada, as crises de hemoptises que cobriam de angustia as noites passadas nos “bungalows” floridos.

( A Gazeta de Botucatu – 10/08/1971)

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

“ Diferenciados... “

José Maria Benedito Leonel

Tem que tê coragem! Tem que sê diferenciado, tem que tê sido batizado pra valê, tem que sê protegido por Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo porque senão não faiz, senão não apeia, senão não monta, senão não capeia ----- Zé, que prosa sem sentido é essa? Do que ocê tá falando? Tá caducando, é?

É mió eu ficá quieto com essas certezas minhas. Tem coisa que não é pra quarqué um e nem pra todo mundo. Não é pra quarqué um, uma mula “voando” morro abaixo, o peão levá a mão no laço, armá a laçada e buscá as guampas do touro fumaça que corre na sua frente, buscando o mato. De companheiro, só o cachorro preto, chamado Carranca. Eu sei e bem quem fazia isso com simplicidade. Tem mais gente que como eu, sabe!

Não é pra quarqué um laçá um bezerro no pasto, confiá na mula que chincha, apeá com o remédio na mão e ir no bezerro com a vaca nelore, mãe amorosa, investindo, berrando, mais brava que cão de guarda na corrente. É preciso mais que coragem. É preciso fé e a proteção de Deus.

Assim é.

O burro chucro, baio na cor, tá no palanque dando manetadas

e coices. Tá traiado desafiando a peãozada. Essa é a hora dura. Em mim da saudade do Geraldo. Assim, meio de quarqué jeito, ele chegava montando, sem cuidados e reservas. Se tivesse ele sido violeiro não afinava viola, não importando se afinação fosse cebolão, rio abaixo ou boiadeira.

Montava de quarqué jeito em quarqué traia e fazia pará. E batia o chapéu na cara pra pulá mais. Apeava, ajeitava o lenço no pescoço, brincava com os amigos e ia embora, como se fosse fácil.

Tá na seringa da mangueira, babando de bravo, investindo até na sombra, cavocando o chão É preciso sê muito homem pra tirá o chapéu da cabeça e , com ele, capeá o boi naquele apertado, até vê ele ajoelhado, na sua frente.

São os diferenciados da lida. Mas são tantos os diferenciados na vida....

Circo de periferia, lona véia, arquibancada que balança. E tem os trapézios e o casal de trapezistas É preciso, no vai e vem dos trapézios, no salto no ar e no vázio, muita coragem.

E tem os cirurgiões fazendo operações delicadas nos centros cirúrgicos. Que Deus esteja com eles.

Encerro repetindo, tem coisa que não é pra quarqué um. Eu só tava, na nossa linguagem, prestando tributo a quem Deus escolhe, os diferenciados. E mais, gosto muito deles quando simples e humildes, porque quem é já é e não precisa dizê que é. Simples assim.

NOTA: ilustrações de Vinício Aloise em “uma história desenhada”.

“O casamento judeu”

Puxando um fio dessa teia da memória, um quadro se desenhou.

Estive com a prima Rose quando ela tinha acabado de dar a luz a sua primeira filha, e estava se mudando com o marido para uma nova cidade e uma nova casa.

O Fernando era bancário e estava sendo transferido para essa nova cidade.

Tia Lucilla e eu estávamos com eles e os ajudamos a se instalarem.

Alguns anos depois, eles nos fizeram uma visita rápida com a Tia Ofélia, e trouxeram essa menina, já com seus 10 anos, que estava impaciente para ir embora.

A vida seguiu seu curso, e esses primos acabaram indo se estabelecer no Tatuapé em São Paulo

Os filhos cresceram.

Após o falecimento da Tia Ofélia ficamos sem contato com eles. Um belo dia chegou um convite para o casamento da filha deles.

Ia se casar com rapaz de abastada familia judia numa sinagoga em São Paulo.

O casamento como podem imaginar, foi lindo, obedecendo aos costumes judaicos.

A menina tornou-se uma linda mulher e usava um deslumbrante vestido de noiva.

O noivo trazia um belo terno e o kipá, aquela espécie de meio chapéuzinho que eles costumam usar, como os outros homens presentes.

A noiva cumpriu o ritual das sete voltas ao redor do noivo.

A cerimônia aconteceu sob um chupá( pronuncia-se rupá), que é uma espécie de tenda.

Depois do ritual celebrado pelo rabino, que usava seu talit, começaram as alegres comemorações com muita, muita alegria.

O noivo quebrou o copo com o pé, enquanto os convidados gritavam Mazel Tov

Durante o lauto jantar, com a comida kosher, houve também aquela alegre dança ao som da Hava Nagila, onde os noivos sentados em suas cadeiras são levantados e carregados pelos convidados.

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