da Cuesta




A importância da Colônia Italiana na formação e consolidação de Botucatu é indiscutível! No início do século XX, o município de Botucatu era o 5º Parque Industrial do Estado de São Paulo. Tínhamos os dois Colégios que abrigaram a juventude de então (de São Paulo, Paraná e Mato Grosso) em seus conceituados e disputados internatos: o Ginásio Diocesano (hoje, La Salle) para os meninos e o Colégio dos Anjos (Santa Marcelina) para as meninas. Tínhamos os nossos Deputados: Estadual e Federal. Botucatu se orgulha do avanço cultural que obteve com sua expressiva sociedade, na qual a colônia italiana, sempre, ocupou lugar de destaque.
E o Poder Público (Prefeitura Municipal) soube prestar a sua homenagem à Colônia Italiana: Praça Del Prete e Praça Anita Garibaldi. A primeira, na parte de cima da atual Praça Comendador Emílio Peduti. Nessa Praça Del Prette estava situado o famoso Teatro Espéria e à frente tinha o busto do homenageado. Após o incêndio do prédio do Espéria (estranho acidente...), a colônia italiana, no resguardo do busto do homenageado, retirou-o para a sede da Entidade (hoje, Centro Brasil-Itália). E para ajudar a Prefeitura na remodelação da praça, fez a doação, expressiva, de todo o custo para a construção e instalação da Fonte Luminosa. Na parte da praça onde estava o prédio destruído, a prefeitura (Gestão do Prefeito João Queiroz Reis) construiu a moderna arquitetura da chamada “brasilinha”, hoje um pouco abandonada...
A Prefeitura Municipal poderia recuperar a “brasilinha”, mediante concurso público de projetos arquitetônicos para a sua adequação para abrigar a Secretaria de Turismo: mantendo as suas linhas arquitetônicas e, através de vidros, prepara-la para ser um ponto de visitação turística de Botucatu. A colocação do PAPAMÓVEL, utilizado pelo Papa João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil (construído pela CAIO e doado ao Governo Brasileiro e, hoje, encontra-se de posse do Grupo CAIO/INDUSCAR), ao lado da “brasilinha”, com moderna cobertura envidraçada, poderá ser um grande “point” turístico de Botucatu a um custo mínimo. Além de resgatar a nossa história estaria, o Poder Público, recuperando para a excelência, uma área hoje sem destaque e importância.
E, muito importante, recolocando o busto do herói DEL PRETE à frente da praça. E, mais importante ainda, a Poder Público cumprindo com a sua palavra de que iria recolocar o busto do grande herói e recuperar a sua denominação: Praça Del Prete. Mantendo-se a Praça Comendador Emílio Peduti e, na parte acima, restaurando o que já havia sido feito pelo Poder Público. Na visita oficial do Diplomata Franco Fontana – Consul Geral da Italia a Botucatu, o então prefeito municipal João Queiroz Reis, anunciou, conforme amplamente noticiado pela “Folha de Botucatu”, de 21/01/1959”
“...que naquela praça seria recolocado, em homenagem à colônia italiana, o busto do heroico aviador Carlo Del Prete...”
E esse compromisso oficial do Poder Público de Botucatu foi sugerido, à época, pelos homenageados com a medalha Italia“Stella Della Solidarietá Italiana” – Emílio Peduti e Pedro Stefanini - quando receberam essa importante homenagem do Governo Italiano. Com a palavra as autoridades constituídas...
EXPEDIENTE
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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Isso é empreendedorismo público !!!
Não foi, com certeza, um ato poético do Prefeito de Serra Negra... E nem demagogia política...
Esse empreendimento da Prefeitura de Serra Negra contou com o apoio do Governo do Estado e amplo e expressivo apoio de sua população!
Considerada uma cidade onde 50% da população tem ascendência italiana, Serra Negra está sabendo buscar, com ousadia e espírito empreendedor, o turismo auto sustentável.
Sim, a sua obra não será a “Fonte dos Desejos”, mas com muito sucesso a “Fonte da Solidariedade”, com os visitantes jogando suas moedas que serão destinadas ao apoio às entidades assistências da cidade e região.
No contraponto, temos a nossa realidade e tradição...
Botucatu também tem a maior parte de sua população com ascendência italiana... Afinal, os pioneiros da industrialização em Botucatu foram os imigrantes, tendo à frente os valorosos italianos... Erámos o 5º Parque Industrial do Estado de São Paulo!
Foram inegáveis os benefícios trazidos pelos imigrantes italianos e não só na economia: na cultura, na educação, nas tradições cívicas, no entrosamento social...
Tanto assim que na parte superior da Praça Comendador Emílio Peduti, tinha a Praça Del Prete, em homenagem ao grande herói italiano, com seu busto no centro e com o Teatro Espéria marcando seu imponente visual ao fundo.
É preciso que as autoridades constituídas passem a valorizar e prestigiar o passado e as nossas tradições! Hoje, qualquer loteamento realizado na cidade conta, em contrapartida, com a colaboração das empresas para o município através da realização de obras para Escola Publica, Posto de Saúde, etc... A iniciativa do saudoso arquiteto Eugênio Monteferrante Neto de implantar, em Botucatu, a filosofia de “construir sem construir”, ou seja, de constar benefícios para o município nas parcerias com a iniciativa privada é, hoje, uma feliz realidade.
É preciso que as autoridades constituídas passem a fazer a sua parte na realização do que foi planejado e decidido anteriormente: um exemplo é o tão sonhado CENTRO CÍVICO! Em valiosa doação ao município pela Usina São Manuel de ampla área para a construção do CENTRO CÍVICO, a Prefeitura de Botucatu se comprometeu em construir (até que enfim!!!) o seu prédio próprio para instalar o nosso Poder Executivo. Da mesma forma, a Câmara Municipal...
E o que vemos?!?
Silêncio da Prefeitura quanto à construção de seu prédio conforme contratualmente acordado. Silêncio e devolução para a Prefeitura pela Câmara Municipal, de parte da verba que anualmente lhe é destinada. Nada de compromisso com o futuro...
Ora, se na construção e adaptação do antigo prédio da praça pela empreiteira para lá instalar um Shopping, poderia a Prefeitura pleitear a colaboração da mesma para que fosse recolocado O BUSTO e restaurada a Praça Del Prete com sua denominação em homenagem à colônia italiana de Botucatu, com a colaboração financeira da empresa responsável pelo Shopping.
Não seria, com certeza, um ato poético do Prefeito de Botucatu... E nem demagogia política...
Fica aqui a nossa mensagem positiva para que seja restaurada uma grande tradição de Botucatu: “ESSA PRAÇA TEM NOME, “
TEM HISTÓRIA E REPRESENTA UMA COLÔNIA! (AMD)
BAHIGE FADEL
A informação não é recente. É de 2020. Pesquisas científicas constatam que, na última geração, os filhos são menos inteligentes do que os pais. Decepção. Com toda evolução tecnológica e científica, os filhos têm inteligência inferior aos pais. Por quê? Não sou especialista, mas fica claro que a educação das crianças e jovens, nos últimos tempos, não tem contribuído para desenvolver a inteligência das pessoas.
Sabe-se que a inteligência pode ser desenvolvida através de estímulos e interações com o ambiente. Conclui-se, portanto, que os pais não estão desempenhando bem em seus filhos atividades que contribuam para o desenvolvimento intelectual deles. Isso realmente acontece? Acredito que sim. E há culpados nesse processo? Muitos. Inclusive os pais. Algumas gerações atrás, as crianças tinham muito menos tecnologia ao seu dispor. Mesmo assim, os pais compravam livros para as crianças lerem. E elas reclamavam quando não tinham nenhum livro para ler. Quando os pais não tinham condições financeiras, havia as bibliotecas das escolas e as bibliotecas públicas. E as bibliotecas escolares tinham sempre interessados em retirar livros de leitura. Nas bibliotecas públicas, as pessoas tinham que se cadastrar, para poderem retirar os livros de leitura. Quando não eram cadastradas, tinham que ler os livros nas próprias bibliotecas. Quando retiravam os livros, para levem em casa, tinham prazo de entrega, pois havia uma lista de espera para a retirada.
mitia que déssemos algumas voltas pelo campo, com todos os cuidados possíveis. Jogar bola de gude, rodar pião, brincar no jardim da igreja, esconde-esconde. Ou simplesmente se sentar na calçada e jogar conversa fora, por tempo indeterminado ou até a hora em que a mãe gritava da cozinha: Entra pra tomar banho que já está na hora da janta! E a gente corria para dentro, que ninguém era louco de desrespeitar a mãe. Mas antes programava as atividades do dia seguinte. E a janta era com a família toda sentada à mesa. Era a hora de conversar e contar as novidades do dia. A isso se dava o nome de família.
Por outro lado, quais eram as brincadeiras/atividades das crianças? Pescaria. Como era bom ir pescar no rio que não ficava longe de casa e voltar de tardezinha. Passear a cavalo. Quando a gente não tinha cavalo, pedia emprestado para o seu Zé, que per-
Hoje, quais são os estímulos ou as interações com o meio ambiente? Quase zero. E esse quase é a esperança. Com raras exceções, os pais não têm tempo para os filhos e, para piorar, não ficam seguros em permitir que os filhos descubram o mundo. Vão para a escola de carro ou de van. Seu mundo são os programas que colocaram no celular. Dificilmente, as refeições são feitas em família. As crianças são mais criadas por babás e escolas do que pelos pais. É o mundo moderno.
Há solução para isso? Deve haver, mas não é fácil. Uma fratura num osso ocorre num segundo, mas a sua consolidação pode demorar meses, e ainda não ficar como era antes. Não consigo dizer tudo que deve ser feito, mas posso dizer que o que está sendo feito não ajuda no desenvolvimento intelectual e social das crianças e jovens. Não é o uso abusivo do celular que desenvolverá a inteligência das crianças. Não é a ausência da família que trará a melhor educação para os filhos. Não é o uso constante do Playstation que contribuirá para a socialização da criança e a sua inter-relação com o meio ambiente.
Gesiel Júnior
Erguida perto da Porta Cavalleggeri, no bairro romano Borgo, a Capela Santa Mônica, dedicada à mãe de Santo Agostinho, faz parte do Colégio Internacional dos Agostinianos, ordem a que pertence Leão XIV, o novo papa.
A propósito, nessa pequena igreja, em 19 de junho de 1982, o norteamericano Robert Francis Prevost, nome civil do novo chefe da Igreja Católica, recebeu a ordem sacerdotal pela imposição das mãos do bispo belga dom Jean Jadot. O futuro papa estudou em Roma até 1984, período em que lá celebrava missas. Doutorou-se em direito canônico pela Pontifícia Universidade S. Tomás de Aquino e depois partiu para o Peru como missionário agostiniano.
Regina Célia e eu visitamos essa capela projetada pelo arquiteto italiano Giuseppe Momo (18751940) e inaugurada em 1941, que fica no centro de Roma, ao sul do Vaticano, na Praça do Santo Ofício, perto da majestosa Praça de São O design interno e externo reflete o estilo arquitetônico contemporâneo da época de construção, oferecendo um contraste com as estruturas mais antigas da cidade e apresentando mosaicos internos e elementos religiosos romanos tradicionais.
e o significado espiritual que a figura de Santa Mônica tem no contexto da tradição agostiniana.
A partir de 30 de setembro de 2023, a Capela de Santa Mônica assumiu uma nova importância para a comunidade católica, pois o Papa Francisco a elevou à diaconia. Isso lhe conferiu um papel mais relevante nas cerimônias e funções eclesiásticas. Coube desde então ao cardeal-diácono Robert Prevost servir como seu protetor até ser nomeado papa em 8 de maio de 2025.
Para os entusiastas de arte e história, uma visita a esta capela permite aprofundar o vínculo entre fé e cultura no coração de Roma, além de descobrir a obra de Momo
Leão XIV, como prova de seu carinho por esse pequeno templo onde passou boa parte de sua formação, no dia 13 de maio de 2025 visitou a Cúria Geral dos Agostinianos, tendo então concelebrado com os membros de sua família religiosa na agora histórica capela na qual iniciou iniciou o seu ministério há 43 anos.
• Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 54 livros sobre a história regional.