












Com a presença de 4 milhões de brasileiros, a manifestação na Avenida Paulista foi um estrondoso sucesso. A Maior Manifestação Política da História do Brasil. O Presidente Bolsonaro reforçou as críticas à atuação de governadores e prefeitos durante a pandemia, reiterou a necessidade da implantação do Voto Auditável e foi claro quanto a atuação totalmente fora das atribuições da Suprema Corte por parte do Ministro Alexandre de Morais. É preciso e é urgente a necessidade de Mudancas no Brasil.
“ALEA JACTA EST”
“Pátria
MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA
Era 25 de novembro, ali pelas 10 hs de uma quente e bela manhã, ja vamos para os setenta e seis anos atrás, uma bebê chorona nasceu lá em Avaré.
Terceira filha da Filhinha e do Zeca, veio ao mundo com uns enormes olhos numa carinha vermelha e enrugada igual joelho ralado.
Tios e tias, Vô Gijo e Vó Angelina esperando na sala ao lado da Maternidade ansiosos para olhar pelo lado de fora, através do vidro frio grosso do berçário, aquele pacote muito bem embalado em faixas e manta rosa, o cabelinho fino e escuro espetado ainda molhado do primeiro banho, amarrado numa fitinha no alto da testa rugosa.
Todos se deleitaram ao ver-me.
Minha irmã Ângela de dois anos, ficou com a Tia Lucilla que era quase adolescente.
E perguntava sempre buscando pela casa : cadê minha mãe?
O Zeca deixou tudo para afundar nervoso o corredor da Santa Casa de Misericórdia de Avaré no aguardo de notícias.
Tio Carlos veio de São Paulo especialmente deixando o trabalho na Vasp para conhecer sua terceira sobrinha, filha da querida irmã mais velha.
Abri os olhos dias depois e tentei me mexer naquela bem enrolada trama de faixas camisetas pinicantes com seus finos bordados.
E soltei um berro daqueles de fome, e a minha mãe já veio me amamentar.
Olhei o mundo com simpatia e pensei estou no lugar certo, com a minha linda mãe amorosa e meu pai que na época era lindo e muito magro.
Não era afeito a grandes arroubos de carinho mas, eu sentia seu amor quando me pegava no colo.
Nasci no meio dessa gente, no interior de São Paulo, próspero estado do Brasil.
E vou explicar: não foi por acaso.
Eu escolhi esta terra abençoada, da linda bandeira verde, amarela, azul e branca para desenvolver o meu espírito.
Aprendi desde pequena a amar e respeitar.
E ao cantar seu Hino Nacional lá no Rafael de Moura Campos com a mão direita no peito, ainda tropeçando na sua longa letra, mas com muita reverência, defronte a sua tremulante e linda bandeira.
A mais linda do mundo todo!
E a cada vez que esse hino é tocado em alguma solenidade, ou mesmo na TV, antes mesmo de um jogo de futebol, levanto e canto emocionada, lágrimas nos olhos.
Os anos foram passando e eu crescendo nesta terra abençoada e amada.
Amanhã, dia 07 de setembro comemoraremos a sua Independência.
Dessa vez será como uma segunda libertação, ou terceira?
Como diz um dito espanhol: “posso até não concordar com uma palavra que digas, mas vou morrer defendendo teu direito de dizê-las”.
Venho agradecer pela terra fértil e abundante que nos oferece esta Mãe gentil.
E declarar meu amor Incondicional, Pátria Amada Brasil!
Mário Anzol, sardinheiro, apaixonado por uma Sardinha na brasa, brasileiro naturalizado, procedente do Alentejo e nascido no ano de 1940 tinha seu domicílio em cidade interiorana. Estava satisfeito com a vida e com sua família. Havia trabalhado sempre como estivador no porto de Santos e agora, aposentado, tentava controlar sua receita/despesa. Algo, entretanto, o deixava aborrecido. Normalmente no quinto dia útil do mês comparecia ao Banco para sacar seus proventos e se indignava.
Na fila reservada aos idosos era sempre a mais longa e demorada, mas quando chegava a sua vez, o caixa o chamava de “próximo”. Ora, ora! Seu nome de batismo sempre fora muito respeitado e ele não aceitava que qualquer um, por mais graduado que fosse, o chamasse de qualquer coisa. Tanto reclamou e reclamou que no mês seguinte, ao invés de ser chamado de próximo passou a ser chamado por um número - um tal número de senha.
Um luminoso e uma voz suave dizia... número 142. Ele olhava um papel em sua mão e entendia ser ele o 142 chamado. Afinal, entendeu também ser um “avanço” nas relações humanas! Uma ocasião, querendo aproveitar um negócio de compra de terreno sem benfeitorias procurou, na mesma agência obtenção de um financiamento. Na entrada já recebeu a tal senha, com outro número e aguardou, pacientemente ser chamado. Ele agora era o número 193.
Ao ouvir o cantar desse número aproximou-se da mesa 5 e foi atendido por um jovem engravatado, apa-
Roque Roberto Pires de Carvalho email:roquerpcarvalho@gmail.com
rentando ser o chefete da organização concedente de financiamentos. Enquanto explicava sua momentânea necessidade o rapaz atendia outros colegas que pediam autógrafos em papéis, contratos e memorandos. Alguns telefonemas - longos telefonemas, interrompiam o diálogo e assim, ele testava para si mesmo a paciência enfrentada por Jó. A seguir o jovem, não olhando para ele mas olhando para uma máquina, sem perguntar pelo seu nome de batismo pediu apenas um cartão de seu CPFMF - era o fundamental e o que interessava naquele momento. Uma série de operações e simulações foram feitas e o resultado foi uma solene negativa de financiamento. Procurou saber as razões da negativa e, segundo o diligente, a negativa fora dada pelo Sistema e o tal Sistema não autorizava aquela operação. Sentindo-se menosprezado deixou o local, pisando duro, cara de poucos ou de nenhum amigo. Entendeu que o engravatado preboste, caso quisesse ajudá-lo, poderia correr o risco de ser sumariamente demitido por contrariar aquele que chamavam de “grande irmão”.
Voltou para sua casa e filosofando com seus botões exclamou: Caramba...! - Sua identidade fora transformada em “próximo”, depois para número de senha, depois para CPFMF e a liberação de seu financiamento estava subordinada ao todo poderoso monstro sem cabeça apelidado de Sistema. Alguns dias depois, cabisbaixo, retorna à agência e perguntou ao mais graduado figurão onde o tal Sistema poderia ser encontrado pois pretendia “levar um papo com ele”. O aspone, falando de cátedra, informou ao consulente, neófito, que o Sistema não era nenhuma pessoa física e, portanto, não adiantava ir procurá-lo. Com isso, a conversa foi encerrada. Mais uma vez, desalentado, voltou para sua casa e, grudado ao segundo botão de sua camisa, sentenciou... - “não sou mais deste mundo”!