Melhores dos maiores 2013 (pág. 193 a 452)

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últimos dez anos e o faturamento baixou de R$ 140 milhões para R$ 80 milhões no mesmo período. Os jornaleiros debitam tal encolhimento, é claro, ao avanço da internet. Mas se queixam também da concorrência de outros pontos de venda, como supermercados e lojas de conveniência. Na Câmara dos Vereadores paulista correm projetos de lei que tratam de lhes dar permissão de vender outras mercadorias e até alguns serviços. Na área dos meios eletrônicos, muda a música. Enquanto a TV aberta reina absoluta na captação da verba publicitária, sua irmã caçula, a TV paga, sai da infância e entra na adolescência: já fica com 4,1% da verba publicitária, colada à internet, que tem 5%. A participação aparentemente modesta de ambas esconde uma rápida evolução, pois as participações eram de 1,5% e 1,7%, respectivamente, há dez anos. Em ganho de audiência, a TV por assinatura não tem do que se queixar, pois nos últimos quatro anos a captação de novos clientes cresceu em média 30% ao ano. Atendida a maior parte dos novos consumidores que ascenderam à classe média, agora diminuiu o ímpeto. Mesmo assim, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (Abta) prevê uma expansão de 14% nas assinaturas para este ano, levando a plateia total do serviço a 18,5 milhões de clientes. As estimativas do Ministério das Comunicações são ambiciosas e apontam que o número de assinantes dobrará em três anos. Há, realmente, muito espaço para crescer. De acordo com o Conselho Latino-americano de Publicidade na TV por Assinatura (Lamac), a penetração da TV paga no Brasil (40% da população) ainda é inferior à média latino-americana, que é de 55%. Perde, no quesito, para a Colômbia (84%), Argentina (83%), Chile (60%) e México (44%), que tem avançado significativamente neste ano e, em números absolutos, está alcançando a marca dos 14,5 milhões. Em termos de avanço, contudo, a internet

continua imbatível, e não para. Neste ano, o Brasil rompeu a marca de 100 milhões de cidadãos que acessam a web. Nas contas do Ibope, o primeiro trimestre fechou com 102,3 milhões de internautas, ou a 110 milhões em julho, segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Tomado um ou outro número, mais da metade da população – 201 milhões em 1º de junho, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – está on-line. Neste universo se sobressai a internet móvel, que cresceu 48% no País em um ano, segundo a Telebrasil. Daqueles 110 milhões citados pela entidade, 89 milhões, ou 81%, estão nessa categoria e 21 milhões (19%) são de conexões fixas. O segmento crescerá explosivamente. A Ericsson estima que o Brasil terá 350 milhões de assinantes de internet móvel em 2018 e, no mesmo ano, o México terá 150 milhões; a Argentina, 70 milhões; a Colômbia, 65 milhões; o Chile, 50 milhões; e o Peru, 40 milhões de usuários do serviço.

O Brasil rompeu a marca de 100 milhões de internautas. Mais da metade da população está conectada.

O livro sobrevive

Em um mundo pautado pela eletrônica, o mais antigo veículo de expressão, o livro, vai sobrevivendo. No ano passado, as editoras brasileiras venderam 434,92 milhões de exemplares, 7,4% abaixo da marca de 2011, mas o faturamento, de R$ 5 bilhões, foi 3% superior ao do ano anterior, segundo pesquisa da Fipe/USP, encomenda pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato dos Editores de Livros (SNEL). O governo, responsável por 26% das compras totais, diminuiu em 10,3% seus pedidos e gastou R$ 1,3 bilhão. Os consumidores comuns, que ficam com três quartos do mercado, também levaram menos exemplares para casa (-5,4%), em parte devido ao aumento de preços (12,5%, em média), mas deixaram mais dinheiro no caixa, R$ 3,7 bilhões, um aumento nominal de 6,36% ou real de 0,49% sobre 2011 – o g primeiro crescimento real desde 2008. (KA)

BALANÇO ANUAL – MELHORES DOS MAIORES 2013 | 375


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