Melhores dos maiores 2013 (pág. 193 a 452)

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Brasil caminha para se tornar um país exportador de petróleo. Houve abertura para investimentos, mas é preciso mais estrutura para absorvê-los”, resume o presidente da Gas Energy, Marcos Tavares. Isso quer dizer que é preciso atender seriamente, com investimentos, à necessidade de melhorar a infraestrutura, especialmente a área de transportes – cujas deficiências atrasam todos os setores de atividade. Os entraves precisam ser removidos porque as metas brasileiras são ambiciosas. A Petrobras promete autossuficiência em petróleo em 2015 – mas em 2012 a balança comercial de petróleo, gás natural e derivados fechou negativa em US$ 5,7 bilhões, de acordo com dados da ANP. Atualmente são produzidos 2,2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). Em seu último plano de negócios, a estatal projeta adicionar um milhão de barris do pré-sal até 2017 e, em dez anos, levar a produção total a 4,2 milhões, elevando de atuais 2,5% a 5% a participação brasileira na produção mundial de petróleo. Ou seja, todas as fichas estão postas no pré-sal. Acessoriamente, o sucesso da exploração em áreas ultraprofundas, ao tornar o Brasil referência em produção tecnológica nesse setor, empurrará a indústria naval nacional ao mercado dos navios-plataforma ou Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO, na sigla em inglês), peças-chave na exploração. Atualmente, o país tem 36 delas, 22,5% da frota mundial, que é de 160. E a Petrobras já encomendou, para entrega em 2020, mais 24, que representam mais da metade da carteira de pedidos da indústria naval global nesse segmento. Cada navio desses custa cerca de US$ 8 bilhões. O assessor da presidência da Petrobras e coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Paulo Sergio Rodrigues Alonso, lembra que o fato representará um grande desafio para a indústria naval, que deverá perseguir mais produtividade e incorporar

modernas tecnologias de construção e montagem. “A geração de empregos é um dos indicadores de crescimento da atividade: a indústria naval hoje emprega 72 mil profissionais, ante 2,5 mil em 2003 (um crescimento de 2.780% no período). A projeção é de absorver cem mil empregados até 2016”, afirma Alonso. O setor naval offshore (exploração em alto mar) tem pela frente numerosos projetos de investimento. No caso da Petrobras, a média de conteúdo local hoje varia entre 55% e 65%. “Há, portanto, um espaço de 35 a 45% para produzir no Brasil itens atualmente importados”, prossegue o assessor. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o setor deve receber US$ 405 bilhões em investimentos até 2016, gerando a extração de 18 bilhões a 30 bilhões de barris. Apenas a Petrobras projeta investir US$ 236,7 bilhões até 2017, com foco em exploração e produção.

Em dez anos, a representatividade mundial do Brasil na produção de petróleo pode dobrar para 5%

Criação de mão de obra

Ao todo, estima-se em dois milhões o número de novos empregos gerados direta e indiretamente até 2020 pela exploração do petróleo da camada pré-sal brasileira. O governo federal, a ANP e diversas entidades da sociedade civil têm criado uma série de programas de capacitação. O Prominp, por exemplo, oferece cursos gratuitos em mais de 175 categorias e já capacitou milhares de profissionais. E o setor privado não fica atrás. O grupo Ipiranga, maior empresa privada na distribuição de combustíveis no Brasil, investe pesado em treinamento, e hoje 95% dos cargos de liderança da rede são ocupados por profissionais formados internamente, informa o diretor-superintendente da Ipiranga, Leocadio Antunes Filho. Parcela importante dos investimentos está sendo destinada à infraestrutura logística para atender à demanda crescente, por meio da ampliação e construção de novas g bases de armazenamento.

BALANÇO ANUAL – MELHORES DOS MAIORES 2013 | 203


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