Diário do Comércio - 27/09/2013

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PAQUISTÃO Número de mortos no terremoto de terça-feira chega a 349 e deve subir

nternacional

ORIENTE MÉDIO Palestinos querem acordo de paz com Israel dentro de nove meses

Brendan McDermid/Reuters

A solução definitiva à Síria? Impasse chega ao fim: EUA e Rússia chegam a um acordo sobre arsenal químico de Assad.

ONU: resolução não prevê uso da força. Conversas 'substanciais': Kerry, dos EUA (à esq.), ao lado de Zarif, do Irã (à dir.), em reunião sobre o programa nuclear iraniano, em Nova York.

A

p ó s s emanas d e i mpasse diplomático, os Estados Unidos e a Rússia chegaram ontem a um acordo para uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que tratará do arsenal sírio de armas químicas. O texto, porém, não deve prever nenhum tipo de uso da força no caso de Damasco não cumprir os seus termos, disseram diplomatas,sob anonimato, ao jornal The New York Times. Em sua conta no Twitter, o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, escreveu que Reino Unido, EUA, França, Rússia e China – os cinco membros permanentes do Conselho – concordaram com um esboço de resolução "obrigatória e passível de fiscalização". A embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power, disse que houve acordo sobre como "obrigar juridicamente" a Síria a abrir mão do seu arsenal químico. O texto foi apresentado na noite de ontem aos outros dez membros – não permanentes – do Conselho, que se reuniram a portas fechadas em Nova York. Até o fechamento desta edição, o encontro ainda não tinha encerrado. Segundo The New York Times, a versão final da resolução não

UMA ESPERA DE 34 ANOS

EFE

Jason Szenes/

foi redigida de acordo com o Capítulo 7 da Carta da ONU, que prevê ação militar para fazer cumprir as medidas. A proposta diz que, em caso de descumprimento, o Conselho poderá evocar o capítulo em uma resolução posterior, a qual a Rússia poderá vetar, informou a Reuters. A rejeição do Capítulo 7 era o principal obstáculo colocado pela Rússia a uma resolução do Conselho de Segurança – Moscou é o maior aliado do regime de Bashar al-Assad entre os integrantes permanentes do órgão da ONU. O governo sírio já concordou preliminarmente em abrir mão do seu arsenal químico, conforme a proposta russa. Os EUA, que há dois anos e meio evitam se envolver na guerra civil síria, chegaram a cogitar uma ação militar contra Assad por causa do uso de gás sarin que matou mais de 1.400 pessoas, em um subúrbio de Damasco, em 21 de agosto. Assad nega ter cometido o ataque. A Rússia e Assad alegam que o ataque químico foi cometido pelos rebeldes, que lutam para derrubar o presidente sírio em uma guerra civil que, de acordo com a ONU, já deixou mais de 100 mil mortos. (Agências)

E

m uma aproximação inédita em 34 anos – desde a Revolução Islâmica, em 1979, quando romperam relações –, Estados Unidos e Irã estiveram juntos oficialmente ontem em uma mesa de negociações. Com os ministros de Relações Exteriores do Reino Unido, da França, da Rússia, da China e da Alemanha, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, sentaram-se lado a lado para discutir o programa nuclear do Irã, que os EUA acusam de ter fins militares. O esforço de conciliação ganhou impulso após a posse do moderado Hasan Rouhani na

Presidência do Irã, em agosto. Catherine Ashton, chefe de política externa da União Europeia, disse que a conversa foi "substancial" e definiu parâmetros para a nova rodada de negociações, marcada para os dias 15 e 16 de outubro, em Genebra. Por sua vez, o chanceler do Irã classificou de "bastante construtivas e substanciais" as negociações e disse esperar ver avanço no curto prazo. Na quarta-feira, Rouhani disse ao The Washington Post que quer chegar a um acordo em um prazo de três a seis meses. Israel - O presidente iraniano ainda cobrou ontem que Israel assine o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Segun-

do Rouhani, o fato de Israel não aderir ao TNP é o que impede a criação de uma área livre de armas nucleares no Oriente Médio.

Fotos: Divulgação/Reuters

A britânica Samantha Lewthwaite faria parte da cúpula do Al-Shabab, grupo responsável pelo ataque ao shopping em Nairóbi (abaixo).

Complô contra Maduro? EUA querem provas.

O

s Estados Unidos rejeitaram "categoricamente" ontem a denúncia da Venezuela de que sabiam da existência de um plano para promover um atentado contra o presidente Nicolás Maduro e cobraram a apresentação de "evidências" que comprovem a acusação. Na noite de quarta-feira, Maduro disse na TV que havia suspendido sua viagem a Nova York, onde participaria da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para "preservar a integridade física" e a "vida". "O governo dos EUA rejeita categoricamente ser vinculado a qualquer tipo de complô para atentar contra funcionários venezuelanos, contra cidadãos venezuelanos ou para desestabilizar o governo venezuelano", disse o Departamento de Estado norte-americano em nota divulgada ontem pelo jornal venezuelano El Nacional. Segundo a nota, Maduro "alegou publicamente haver

um suposto complô contra ele durante sua possível visita às Nações Unidas, mas não apresentou nenhuma evidência diretamente relacionada a esse plano". Maduro contou que, ao fazer escala no Canadá, recebeu informações sobre "duas provocações graves" contra sua visita aos EUA. Por esse motivo, decidiu suspender sua participação. Segundo o mandatário, o governo dos EUA "tem informação" sobre estes planos, nos quais estariam envolvido o ex-subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental Roger Noriega, e o ex-embaixador norte-americano em Caracas Otto Reich. Por sua vez, o chanceler da Venezuela, Elías Jaua, comentou que "há um conjunto de elementos" que foi complicando a presença de Maduro na ONU, como "a não autorização de sobrevoo" do avião no qual viajava para a China, acusação que os EUA negaram. (Agências)

"Nenhum país deveria possuir armas nucleares, pois não existem mãos certas para as armas erradas", disse o mandatário. (Agências)

A inimiga número 1 do Quênia: a 'Víuva Branca'.

A

Interpol emitiu ontem um alerta de busca internacional para a britânica Samantha Lewthwaite. Conhecida como "Viúva Branca", ela é suspeita de ter ligações com o grupo somali Al-Shabab, autor do recente ataque ao shopping Westgate, no Quênia, que deixou pelo menos 72 mortos. Oficialmente, porém, ela é procurada em conexão com planos para atacar hotéis e restaurantes em 2011. "As autoridades quenianas garantiram que todos estão cientes do perigo representado por essa mulher, não só

na região, mas também em todo o mundo", disse o secretário-geral da polícia internacional, Ronald Noble. Segundo a imprensa britânica, Samantha faria parte do comando do Al-Shabab e teria ajudado no planejamento do ataque ao shopping. Samantha, de 29 anos, ganhou o apelido de "Viúva Branca" após os atentados de Londres, em julho de 2005, que deixaram 56 mortos. Seu marido, Germaine Lindsay, foi um dos terroristas suicidas que detonaram explosivos em vagões de metrô e em um ônibus.

Na época, Samantha condenou o ataque e afirmou desconhecer seu plano. Mas, depois do episódio, teria se convertido ao islã e deixado o Reino Unido para se juntar a grupos terroristas. Shopping - A detonação controlada de explosivos colocados pelos militantes do Al-Shabab no shopping de Nairóbi atrasou ontem a remoção de escombros e o resgate dos corpos das vítimas. Segundo a Cruz Vermelha,

há ainda 61 desaparecidos. A Al-Shabab ameaçou o Quênia com mais ataques caso não retirem suas tropas da Somália. Ontem, dois policiais morreram e outros dois ficaram feridos após um ataque em Mandera, na fronteira com Somália e Etiópia. Na quarta-feira, um incidente semelhante aconteceu em Wajir, matando um e ferindo cinco. O governo queniano diz que a autoria é da milícia somali. (Agências)


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