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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 20, 21 e 22 de julho de 2013 Max Rossi/Reuters

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BOA VIAGEM Mesmo sob o forte sol do meiodia, a Praça São Pedro ficou lotada para o último Angelus do papa Francisco antes de ele embarcar para o Brasil.

Max Rossi/Reuters

Francisco no Brasil

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o último Angelus antes de embarcar ao Brasil (foto acima), o papa Francisco pediu ontem orações aos fiéis. "Peço-lhes para me acompanhar espiritualmente em oração na primeira viagem apostólica que farei a partir de amanhã (hoje). Como vocês sabem, vou viajar ao Rio de Janeiro, no Brasil, por ocasião da 28ª Jornada Mundial da Juventude." Na praça São Pedro cheia, apesar do sol do meio-dia e do calor de 29°C, prosseguiu: "Todos os que estarão no Rio querem ouvir a voz de Jesus: Senhor, o que devo fazer de minha vida? Vocês, jovens presentes aqui na praça, façam a mesma pergunta ao Senhor. Estarão lá tantos jovens, de todo o mundo! Penso que pode se chamar a semana da juventude!". E deixou claro o que quer da Igreja e dos fieis: "Uma ação concreta de ajuda ao irmão pobre, doente, necessitado de ajuda, em dificuldade". Segundo ele, sem a ação concreta, a oração é "estéril e incompleta". O papa ficará no Brasil por seis dias. Na agenda, visita a Aparecida, encontro com a presidente Dilma Rousseff e missa campal para centenas de milhares de fiéis (leia mais abaixo). TWITTER – Opapavoltouafalar sobre a Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, em sua conta no Twitter (@Pontifex_pt). Na mensagem, disse que os que não puderem participar do evento católico devem serão bem vindos na oração. "Quantos gostariam de estar no Rio para a JMJ, mas não podem?! Que se sintam bem-vindos entre nós, por meio da oração". PESQUISA – Quatro meses após assumir o pontificado, o papa é visto por 46% dos brasileiros como igual a seu antecessor, Bento 16, mostra pesquisa Datafolha. O total dos que dizem não saber avaliar o pontificado do argentino é grande: 28%. Apesar de seu perfil moderado, distinto do de seu antecessor, Francisco só é visto como diferente do conservador alemão por uma minoria: 23% dos entrevistados o consideram melhor que o papa emérito, e 3%, pior. A opinião de que os dois pontificados são iguais é de 50%. Nesse grupo, o índice dos que acham o argentino melhor que o alemão sobe 3 pontos e chega a 26%; 22% dizem não saber avaliá-lo.

Apesar de seus hábitos simples e de ter adotado nome que faz referência ao voto de pobreza, Francisco tem preferência maior entre os mais ricos. Nos que têm renda familiar mensal entre cinco e 10 salários mínimos (R$ 3.390 a R$ 6.780), 32% o apontam como melhor que Bento XVI; e, entre os que ganham mais do que R$ 6.780, 31%. Entre os mais pobres (renda familiar mensal até R$ 1.356), Francisco é visto como melhor por 20%. Os mais velhos são os que veem Francisco com mais otimismo. No grupo dos que têm 60 anos ou mais, 26% o apontam como melhor que Bento XVI, contra 21% dos que têm de 16 a 24 anos. Nesses dois recortes, o total dos que consideram os papas iguais é de 43% e 53%. Considerando divisões por sexo, idade, escolaridade e renda, o grupo em que Francisco é pior avaliado é justamente entre os mais jovens: 5% o consideram pior que Bento XVI. Em todos os outros recortes, a preferência pelo alemão não ultrapassa os 3%. A pesquisa foi feita nos dias 6 e 7 de junho, com 3.758 pessoas em 180 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais. D. PAULO – Há anos longe da vida pública, o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, 91, arcebispo emérito de São Paulo, recebeu a escolha do papa Francisco como uma "grata surpresa". O comentário foi feito no final de maio, durante visita do secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, d. Leonardo Steiner. Os dois são primos e franciscanos. "A visita a d. Paulo Evaristo foi muito fraterna. Ele estava tranquilo e bem humorado. Acompanha a vida da Igreja e as questões da realidade brasileira e mundial", disse Steiner em e-mail. "Naturalmente também conversamos sobre a eleição e a atuação do Santo Padre Francisco. A eleição para ele foi uma grata surpresa." "Destacou o modo do papa estar próximo aos fiéis e também o desejo de mudanças na Cúria Romana. O Santo Padre poderá levar a experiência latino americana para toda a Igreja." Um dos nomes mais importantes da história da Igreja no País, d. Paulo teve papel destacado nas denúncias de abusos do governo militar. (Agências) Leia mais nas páginas 8 e 9.

Sem a ação, a oração é estéril e incompleta.

'Aqui, o papa pode tudo.'

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prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou ontem que o papa Francisco pode tudo em sua visita ao Rio. Paes, que ressaltou a imprevisibilidade do sumo pontífice, disse que a cidade está preparada, mas que haverá "contingências". "O papa Francisco pode tudo, mas é óbvio que ele não é um cidadão comum. Todo lugar que ele for, a gente vai ter que se preparar, mas não vamos proibir ele de fazer o que quiser. Se quiser andar de bicicleta, passear a pé, ir de carro aberto, pode." Questionado se foi solicitado ao papa usar o papamóvel fechado, ele afirmou que esse é "um pedido impossível a se fazer a Francisco".

Paes disse que serão dias de muita paz e muita alegria, "mas também com algumas contingências pelo estilo informal do papa Francisco". A primeira mudança foi anunciada na sexta-feira, quando foi comunicado que o sumo pontífice faria um trajeto com o papamóvel aberto pelo centro da cidade. "Ainda não temos clareza se ele irá fazer os trajetos de carro fechado, aberto ou às vezes de helicóptero. Eu tendo a acreditar que, dada as características do papa Francisco e pelas notícias que temos tido, ele vai fazer muita coisa de carro aberto." Paes pediu compreensão dos cariocas pelos transtornos. "Acho que devemos nos pre-

parar. Pelo estilo do papa, a chance dele sair de carro aberto, parando e falando com as pessoas é grande. Confesso que não vejo isso como um problema, é uma qualidade do papa que deve ser saudada." O prefeito afirmou que foi informado ontem que o papa fará um encontro com peregrinos argentinos. A data não está definida MANIFESTAÇÕES – Sobre a possibilidade de ocorrerem protestos durante a visita do papa, Paes afirmou que não há preocupação. "Não sei se há algum sendo organizado, mas sabemos que sempre que o papa visita os países há algum protesto. É o direito das pessoas, somos um país livre".

Anonymous convoca protesto

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grupo Anonymous Rio convocou para hoje uma manifestação em frente ao Palácio Guanabara, onde o papa Francisco será recebido pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador Sérgio Cabral. Sete mil pessoas confirmaram presença. Os ativistas reclamam do custo de R$ 180 milhões aos cofres públicos com a vinda do papa e da violência policial nos protestos. Eles também são a favor do estado laico e contra a permanência de Cabral, do vice Luiz Fernando Pezão e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Paulo Melo, no poder.


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