DC 13/07/2012

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 13 de julho de 2012

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13 DIESEL Haverá reajuste de 6 % nas refinarias, a vigorar a partir de 16 de julho.

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Fundos atingem captação recorde

Investimentos chegam a R$ 2,1 trilhões no primeiro semestre, o que representa alta de 9,1% na captação de recursos dos grandes investidores. Rejane Tamoto

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trajetória de queda da taxa básica de juros (Selic) não reduziu o volume de recursos captados pela indústria de fundos de investimentos no Brasil. No último semestre, a captação líquida bateu o recorde de R$ 74,4 bilhões, valor 30,94% superior ao do mesmo período do ano passado e o maior em seis anos, segundo balanço da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O resultado levou o patrimônio líquido da indústria de fundos a crescer 9,1% e atingir R$ 2,1 trilhões, de acordo com dados da entidade. Ao ultrapassar US$ 1 trilhão em patrimônio líquido, a indústria de fundos brasileira se tornou a sexta maior do mundo, segundo ranking do Investment Company Institute (ICI). A estratégia dos fundos, de forma geral, tem sido diversificar a carteira com ativos de maior risco e valor agregado. "Espero que o juro menor preserve a maturidade que o mercado atingiu. Neste cenário, a busca por maior retorno envolve assumir mais riscos", afirma o vice-presidente da Anbima, Robert John van Dijk. O executivo diz que, no semestre, a evolução do patrimônio líquido por categoria tem caminhado em direção a padrões internacionais. Hou-

ve redução da participação do patrimônio líquido em renda fixa e um crescimento do market share de produtos de maior valor agregado e risco, como os fundos multimercados, ações e estruturados. Além disso, outro destaque é o aumento da participação dos títulos privados na carteira dos fundos, que foi de 24,6% em maio deste ano, contra 22,5% no mesmo mês do ano passado. Em 2006, esta participação era ainda menor, de 18,3% do patrimônio líquido. Segundo van Dijk, esta tendência pode se fortalecer se a taxa de juros continuar a cair, já que os títulos podem oferecer rentabilidade maior. "É interessante porque a absorção destes papéis (privados) também contribui para a capacidade das empresas de investirem e se financiarem", afirma o vicepresidente da entidade. Captação – O fundo que teve maior captação líquida foi o de renda fixa, com R$ 24,1 bilhões, com os maiores aportes vindos do poder público (estados e municípios, com R$ 10,5 bilhões) e do varejo (pessoa física, com R$ 7,7 bilhões). Em segundo lugar, a maior captação ocorreu nos fundos de previdência, com R$ 15,4 bilhões. "É resultado do cenário econômico, no qual as pessoas físicas estão mais preocupadas com a aposentadoria e a poupança", afirma van Dijk. Em decorrência de uma operação isolada no mercado,

Captação líquida recorde

o fundo DI registrou a terceira maior captação do setor, de Em R$ bilhões R$ 18,7 bilhões. Mesmo frente 74,43 a um mercado de ações volátil em razão da crise no exterior, 57,36 56,76 56,84 51,62 a captação líquida dos fundos de ações foi positiva no primeiro semestre, de R$ 2,03 bilhões contra uma queda de 24,28 R$ 1,95 bilhão em igual perío12,97 do do ano passado. Segundo Dijk, as taxas de administração dos fundos se2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 guirão um ajuste natural pela Obs: Dados do primeiro semestre de cada ano Fonte: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais concorrência. "A queda das taxas de juros é a oportunidade que o nosso segmento esperava para mostrar aos investidom tempos de juros baixos, a cobrado em abril. No segmento res a expertise concorrência com a poupança de renda fixa, no entanto, dos nossos gesse torna "uma pedra no sapato" aumentou de 1,09% para 1,11% tores. A taxa de dos fundos de investimento ao ano, em igual intervalo. ad mi ni str aç ão (mesmo com a alteração na Segundo o relatório da será resultado rentabilidade da caderneta feita entidade, um fundo DI com taxa do retorno ofepelo governo), e o tamanho da de administração média de recido", diz. taxa de administração ganha 0,87% – menor do que 1% para A fatia de importância. Segundo o balanço competir com a poupança – exigia mercado da inda Associação Brasileira das um tíquete de entrada de R$ 25 dústria de funEntidades dos Mercados mil a R$ 50 mil. Para a pessoa dos brasileira Financeiro e de Capitais física que tem pequenos valores chegou a 4,3% e (Anbima), em maio houve queda para investir, e precisa de liquidez já é a sexta das taxas médias de diária, a poupança é mais maior do munadministração cobradas por seis competitiva. Com a nova taxa do, atrás de EUA fundos DI. básica Selic, de 8% ao ano, a ( U S $ 1 2 , 5 t r iNo entanto, o movimento ainda caderneta rende 5,6% ao ano, e lhões), Luxemé tímido. Dependendo dos não há cobrança de taxa de burgo (US$ 2,5 valores que uma pessoa física administração e nem de Imposto trilhões), Auspretende investir, por exemplo, de Renda. Para os analistas, trália (US$ 1,5 um fundo com taxa maior que 1% quem quiser ganhar mais trilhão), França pode ser menos interessante do dinheiro terá de apostar em ( U S $ 1 , 5 t r ique a poupança. Em maio, a taxa opções como títulos do Tesouro lhão), e Irlanda média dos fundos DI caiu para ou os fundos multimercados, que ( U S $ 1 , 2 t r i1,28% ao ano, ante o 1,29% oferecem mais riscos. (DC) lhão).

Disputa com a poupança

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Bovespa segue ritmo de Nova York Foi o quarto dia seguido de queda. E o mau humor do mercado acompanhou a falta de estímulos do Fed.

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Brendan Mc Dermid/ Reuters

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recuperação de parte das perdas verificadas ao longo da manhã de ontem nos mercados acionários em Nova York ajudou o Ibovespa a reduzir sua queda, mas não foi suficiente para trazer o índice para o campo positivo. A melhora externa também foi responsável pela mudança de direção dos papéis da Petrobras – de baixa para alta – e da desaceleração do recuo das ações da Vale. Com isso, o Ibovespa registrou a quarta queda seguida, de 0,28%, aos 53.420,87 pontos. Na mínima, o índice atingiu 52.489 pontos (-2,02%) e, na máxima 53.616 pontos (+0,09%). No mês, a queda acumulada é de 1,72% e, no ano, de 5,87%. O giro financeiro ficou em R$ 5,563 bilhões. Ontem, o mau humor foi atribuído, em parte, ao Federal Reserve (Fed), que não sinalizou se irá adotar novos estímulos para a economia dos EUA. A outra parte reflete a decisão do Banco do Japão (BOJ) de manter inalterada a política monetária do país. Além disso, o mercado preferiu adotar a cautela, já que está para ser divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) da China. Para Luiz Roberto Monteiro, operador institucional da Renascença Corretora, o cenário de curto prazo é muito incerto e isso acaba afastando o investidor do mercado de renda variável. "Não deve acontecer nada na Europa, EUA e China que mude a trajetória de curto prazo e aí não dá para fazer apostas", disse ele. O profissional lembrou que toda vez que a bolsa encosta nos 52 mil pontos há uma forte resistência para impedir que ela caia ainda mais. As ações ON da Petrobras encerraram com ganho de 0,42% e as PN, +0,22%. Já Vale terminou no vermelho (ON 0,43% e PNA -0,39%).

Bolsa de Nova York encerrou o pregão com queda de 0,25% e a Nasdaq com queda de 0,75% Entre os destaques de queda do índice ontem estão: TIM (-7,55%), Rossi Residencial (-6,99%) e MMX (-4,59%). No caso da TIM, a empresa sofre com uma possível suspensão da venda de planos de telefonia, caso a empresa não invista em suas redes para melhorar a qualidade do serviço em algumas regiões do País (leia matéria ao lado). Por outro lado, a Oi se beneficia desta informação e figurou entre os destaques de alta, com ganho de 3,87%. Em Nova York, o índice Dow Jones encerrou com queda de 0,25%, o S&P 500 caiu 0,50% e o Nasdaq, -0,75%. Câmbio – A aversão ao risco alimentou a valorização do dólar ante a maioria das moedas e, aqui, a cotação fechou em R$ 2,038, com alta de 0,10%. No mercado à vista da BM&F, o dólar encerrou o pregão a R$ 2,0405, com valorização de 0,12% e, às 16h55, o dólar agosto era cotado a R$ 2,046, com aumento de 0,10%. Juros – Ao término da negociação normal na BM&F, o DI

Taxas para pessoa física sobem em junho

janeiro de 2013 (475.195 contratos) marcava 7,47%, estável ante o ajuste da véspera, enquanto o DI janeiro de 2014 (470.970 contratos) estava

em 7,69%, de 7,64% de ontem. O DI janeiro de 2017, com giro de 113.685 contratos, apontava a máxima de 9,13%, de 9,06%. (AE)

Ameaça do governo faz ação da TIM cair 7,5%

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s ações da TIM fecharam ontem em baixa de 7,55%, pressionadas pela possibilidade da operadora sofrer sanções do governo devido a reclamações sobre a qualidade de seu serviço. Na quarta-feira, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que as vendas de novos planos da TIM poderão ser suspensas e que a companhia terá de acelerar investimentos para melhorar os serviços prestados. Antes de medidas mais duras, porém, o ministro disse que o governo dará um prazo para a TIM resolver os problemas e di-

minuir as reclamações, afirmando que a intenção não é prejudicar a empresa. O número de queixas de falhas nas chamadas e de longas interrupções nos serviços é crescente. A situação mais dramática ocorre em estados como Paraíba, Alagoas, Piauí e Pernambuco. O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu pela aplicação de um plano de metas de 120 dias para a TIM. Em nota, a operadora informou desconhecer essa determinação da Anatel. (Agências)

pós várias reduções, as taxas de juros das operações de crédito subiram em junho, conforme levantamento divulgado ontem pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,02 ponto percentual no mês, correspondente a uma elevação de 0,32% no mês, passando de 6,18% ao mês (105,36% ao ano) em maio para 6,20% ao mês (105,82% ao ano) em junho. Entre os motivos apontados para a alta estão a piora no cenário econômico por conta da crise na Europa, a expectativa de menor crescimento econômico no Brasil e o aumento nos índices de inadimplência. Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, três foram elevadas, uma apresentou estabilidade (cartão de crédito rotativo) e duas foram reduzidas (cheque especial e CDC – bancos financiamento de automóveis). As modalidades que apresentaram elevação foram juros do comércio (de 4,72% para 4,75% ao mês), empréstimo pessoal nos bancos (3,59% para 3,63% ao mês) e empréstimo pessoal nas financeiras (7,98% para 8,04%). A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,05 ponto percentual no mês, correspondente a uma elevação de 1,41% no mês, passando de 3,54% ao mês (51,81% ao ano) em maio para 3,59% ao mês (52,69% ao ano) em junho. "A nossa expectativa é de que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses por conta das prováveis reduções da taxa básica de juros (Selic)", disse o coordenador do trabalho e diretor de estudos econômicos da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira. (Folhapress)


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