DC 12/03/2013

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Jornal do empreendedor

São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2013

ESPECIAL

O setor da construção civil, tijolo por tijolo Conheça a participação de cada elo da cadeia produtiva do setor da construção, desde os fabricantes de materiais e o comércio, até as construtoras

CARLOS OSSAMU

Luiz Prado/Luz

A

Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgam todos os anos, sempre no início do segundo semestre, o estudo "Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais". O estudo apresenta os números mais relevantes da cadeia produtiva da construção, sendo a fonte setorial mais completa de informações econômicas. A última edição disponível é do ano passado, com dados referentes a 2011. Apesar de vários fatores importantes terem ocorrido em 2012, como a queda nos juros, aumento na oferta de crédito e valorização do real frente ao dólar, fatos estes que tiveram forte impacto no setor, muitos dos dados continuam atuais e são bons indicares para a compreensão da dinâmica do setor. "Temos de aguardar a divulgação de dados oficiais do governo, que geralmente saem até maio, para depois fazermos as análises", justifica Walter Cover, presidente da Abramat. Em 2011, segundo o estudo, o valor adicionado pela cadeia produtiva da construção civil somou R$ 315,3 bilhões, o que representou 8,9% do PIB do País. Todos os elos dessa cadeia foram responsáveis pela geração de 12,8 milhões de ocupações, entre empregados (com e sem carteira de trabalho), trabalhadores por conta própria e proprietários. O setor da construção civil respondeu pela maior parcela do valor agregado – R$ 204,1 bilhões, ou 65% do PIB de toda a cadeia. O setor também foi responsável pelo maior número de ocupados: 9,2 milhões ou 71,4% do total de pessoas. A indústria de materiais de construção representou a segunda principal contribuição ao PIB da cadeia, somando R$ 53,1 bilhões, ou 16,8% de toda a cadeia. Os produtores de máquinas e equipamentos, por sua vez, geraram valor da ordem de R$ 5,2 bilhões. Assim, os dois segmentos responderam por 18,5% do PIB da cadeia e criaram 773 mil ocupações. As atividades de comércio de materiais e serviços responderam por 8,0% e 6,5% do PIB da cadeia, respectivamente. O levantamento revelou que quase 60% das vendas da indústria de materiais tiveram como destino o comércio (atacado e varejo) e 31,4% foram para as construtoras. Estas, por sua vez, compram pouco mais da metade dos materiais que utilizam da indústria. No entanto, parcela não desprezível dessas compras são feitas no atacado (20,7%) e mesmo no varejo (18,7%), caso típico das pequenas empresas de construção e reforma. Como esperado, o perfil de vendas do varejo é fortemente concentrado nas famílias. Já o atacado atende a um público mais diferenciado, incluindo construtoras, varejistas e diversos outros compradores, tipicamente pessoas jurídicas não construtoras, como condomínios, hospitais e empresas diversas. Também foi possível identificar a participação dos produtos importados no valor total das compras feitas pelas construtoras, avaliada em pouco mais de 8%. O nível de emprego na indústria ultrapassou a marca de 772 mil postos de trabalho em 2011. Essa expansão resultou na criação de mais de 31 mil novos postos no período. A distribuição da ocupação nos dois grandes elos da indústria manteve-se praticamente a mesma do ano anterior. Os segmentos produtores de materiais são responsáveis por 94,2% da mão de obra, o equivalente a cerca de 728 mil postos, enquanto os produtores de máquinas e equipamentos empregaram 5,8%, o que representa 45 mil postos aproximadamente. Colocados lado a lado, os dados relativos à geração de valor e ao emprego em 2011 permitem perceber a perda de produtividade da indústria de materiais. A despeito da desaceleração do PIB setorial, o emprego continuou em alta. Nos segmentos produtores de materiais, essa alta foi de 4,1%, o equivalente a 28,6 mil novos postos de trabalho. Nos segmentos produtores de máquinas e equipamentos o crescimento foi de 6%, ou 2,5 mil novos empregos.


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