Diário do Comércio

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Alan Marques/Folhapress

Battisti deixa o presídio da Papuda (Brasília). Ele já está em SP.

O ex-terrorista Cesare Battisti veio a SP esperar documentos para viver e trabalhar no Brasil, solto por desejo de Lula avalizado pelo STF. Juristas como Ricúpero e Ives Gandra criticam a inédita violação de um tratado internacional. E anteveem reciprocidade para o Brasil. A Itália, indignada, vai recorrer ao Tribunal de Haia. Fala-se até em boicote à Copa de 2014. A ACSP, em nota de seu presidente, Rogério Amato, solidariza-se com o governo italiano em sua "justa revolta". Forza Italia! Páginas 5 a 7 Ano 86 - Nº 23.391

Sacou nota rosa? O banco tem de trocar. O procedimento tem de ser imediato. Pág. 15 Conclusão: 23H50

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Jornal do empreendedor

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São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2011

E OS PEQUENOS ESTAO CAINDO Comércio e indústria de pequeno porte caíram 1,5% depois de 18 meses seguidos de crescimento. Exceção foi o setor de serviços. Página 13

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Leandro Moraes/LUZ

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cultura

Um choque cultural Ele anda (bem) em silêncio e não emite um miligrama sequer de CO². É o Nissan Leaf, movido a eletricidade. Pág. 19 Kety Shapazyan/DC

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Magia medieval A belga Bruges, conhecida como Veneza do Norte por causa dos canais, é uma cidadezinha encantadora. Boa Viagem, pág. 20 HOJE Névoa ao amanhecer. Dia de sol. Máxima 17º C. Mínima 9º C.

UM DOMINGO PARA NAMORAR Bruce e Nora estão namorando graças a um site de relacionamento na internet. O casal (foto acima) deve comemorar com passeio no parque e ração. Págs. 21 e 22. Já para os donos dos cães e namorados, o menu sabor de romance está na pág. 18

AMANHÃ Ensolarado, com nevoeiro ao amanhecer. Máxima 17º C. Mínima 6º C.

Alma brasileira

ISSN 1679-2688

A cantora Mônica Salmaso (à esq.) lança CD no Teatro Fecap. Ainda tem a saborosa culinária do vegetariano Banana Verde, teatro inovador no BB, grafite de tricô...

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Não temos um movimento indigenista. O oposto ocorre em muitos países vizinhos, Peru incluído. Roberto Fendt

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Pilar Olivares/Reuters

EYMAR MASCARO

BOLO PARA FHC COM 80 VELINHAS

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Machu Pichu: as reminiscências do indigenismo inca são muito presentes na cultura do Peru. Mas o indigenismo é conservador e fechado.

PERU: A DIFÍCIL CONVIVÊNCIA

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stá em visita ao Brasil o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala. Daqui seguirá para o Uruguai, a Argentina e depois para o Chile. No Brasil, encontra-se com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula. A ordem dos países visitados sinaliza, para o futuro presidente peruano, a importância relativa dos vizinhos a oficialmente conhecer. O que conhecemos do Peru? Muitas vezes é embaraçoso para qualquer observador entender o discurso e a prática política na América Latina. Como é possível que alguns movimentos políticos advoguem mudanças institucionais radicais se apresentem como tradicionalistas? Como é possível que o autoritarismo e o coletivismo tenham o apelo popular que parecem ter no continente? Com diferenças ideológicas tão marcadas, como é que a América Latina pode ser considerada parte do mundo ocidental, partilhando os mesmos valores incorporados nos direitos individuais e em seus corolários, a liberdade política e econômica? Não temos um movimento indigenista em nossas fronteiras. O oposto ocorre em um grande número de vizinhos, o Peru incluído. O indigenismo reflete o retorno, ainda que mitológico, de grandes massas nos países hispano-americanos às raízes pré-coloniais. Essa tradição rompeu-se bruscamente com a chegada do colonizador e talvez, oniricamente, esteja melhor representada na última peça de Shakespeare, A tempestade. Quem quer vê ali, na visão politicamente correta de nosso tempo, o conflito entre Próspero, Duque de Milão, que representa o novo poder dominante, e Caliban, o selvagem e

deformado escravo da terra. Pois escravo da terra foram os ancestrais dos atuais peruanos, a morrer de fadiga nas minas de ouro e prata sob o chicote do dominador. No século 18, Túpac Amaru lidera a maior das revoltas contra o império espanhol e o estado de escravidão e de extermínio dos índios. Em nosso tempo, Túpac Amaru tornou-se um personagem emblemático nas revoltas na América Latina.

ção ou tem caráter democrático. Outro aspecto igualmente importante para conhecermos o Peru e seu novo presidente é o que Octavio Paz, o grande escritor mexicano, caracterizou no seu livro Sor Juana Inés de la Cruz ou as armadilhas da fé do pecado de origem do nosso continente: Paz representa ali a América Latina como o subproduto da tirania exercida pelo poder executivo e da contrarreforma.

de aceitação das ideias liberais e, sociedades arcaicas do tipo peruano; o segundo, os componentes culturais do país e os papeis que eles desempenharam na formação da nação: os Hispânicos, que desprezaram qualquer outra história, exceto a sua, bem como qualquer outro futuro, exceto o ocidental, e o Indigenista, que conseguiu reunir índios, trabalhadores e estudantes em certos momentos nos anos 20. O desafio para Ollanta Humala, eleito com a bandeira indigenista, e para nós, para compreendê-lo, dadas as nossas raízes distintas, é estabelecer um diálogo positivo. Aqui, o pensamento do colonizador tornou-se hegemônico, ao ponto de não nos considerarmos parte da América Latina – um pouco, aliás, como os vizinhos com sociedades indígenas também nos consideram.

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ue mais precisamos ler para entender o país do ilustre visitante? Quem sabe os livros de dois autores peruanos: o de José Carlos Mariategui, Sete Ensaios de Mariategui na Interpretação da Realidade Peruana e o de Urpi Montoya Uriarte, Hispanismo e Indigenismo: o dualismo no pensamento social peruano (1900-1930), Uma revisão necessária. O primeiro mostra a dificuldade

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ROBERTO FENDT

retorno a uma sociedade arcaica, a dos incas, é parte importante do pensamento de grande parte das massas peruanas. Mario Vargas Llosa, o prêmio Nobel de literatura peruano, nos mostrou no seu livro A Utopia Arcaica de José Maria Arguedas e as Ficções do Indigenismo que essa base ideológica de alguns dos movimentos políticos latino-americanos não implica em moderniza-

Desafio maior terá Humala para implementar ações práticas que sustentem o crescimento econômico. O indigenismo é uma volta às raízes, não só précapitalistas, mas pré-iluminismo.

esafio maior terá Ollanta Humala para transformar o discurso em ações práticas que sustentem o crescimento econômico. O indigenismo é uma volta às raízes, não só précapitalistas, mas pré-iluminismo. É fechado, excludente. Procura preservar os valores originais a qualquer preço. O desenvolvimento econômico e o capitalismo, em particular, ao contrário, são destruidores de paradigmas. A tragédia do conservadorismo indigenista é a busca da convivência dos benefícios desses contrários. Conseguirá Ollanta Humala alcançar essa síntese? Para o bem do Peru e da região, vamos torcer para que consiga, embora de antemão se saiba das dificuldades da empreitada. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

Presidente Rogério Amato Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto Antonio Carlos Pela Carlos Roberto Pinto Monteiro Cláudio Vaz Edy Luiz Kogut Érico Sodré Quirino Ferreira Francisco Mesquita Neto João de Almeida Sampaio Filho João de Favari Lincoln da Cunha Pereira Filho Luciano Afif Domingos Luís Eduardo Schoueri Luiz Gonzaga Bertelli Luiz Roberto Gonçalves Nelson Felipe Kheirallah Nilton Molina Paulo Roberto Pisauro Renato Abucham Roberto Faldini Roberto Mateus Ordine

s tucanos devem transformar em ato político a festa de aniversário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que está completando 80 anos. O beija-mão será na Sala São Paulo, dele participando as principais lideranças do PSDB e convidados de outros partidos, sobretudo os que fazem oposição ao governo de Dilma Rousseff. Fernando Henrique está em evidência, por ser uma das estrelas do documentário Quebrando o Tabu, que nada mais é do que uma iniciativa que defende a descriminização das drogas. O posicionamento do expresidente, de legalização das drogas, é contestada por parte da sociedade, inclusive por tucanos como José Serra, que temem prejuízo eleitoral. Mas só as urnas dirão se o partido será cobrado pelo eleitor. O tema defendido por FHC é polêmico até entre os jovens. Pessoalmente, FHC não tem nada a perder, porque não será candidato a qualquer cargo eletivo. O seu partido, contudo, terá candidatos aos cargos mais importantes nas eleições de 2012 e 2014. No ano que vem, por exemplo, o PSDB vai concorrer às prefeituras mais representativas no País e, em 2014, terá candidatos próprios aos governos nos estados e, principalmente, à presidência da República.

a festa programada para comemorar o aniversário de FHC, devemos ter o encontro de dois tucanos que já brigam pela legenda presidencial do PSDB, são eles, José Serra e Aécio Neves. O último tête-à-tête dos dois foi meio azedo e ocorreu na convenção que o partido realizou para renovar o diretório nacional. Aécio fechou todas as portas para evitar que Serra ocupasse um cargo de ressonância no diretório, restando ao ex- governador paulista apenas a presidência de um Conselho Político. Fernando Henrique continua presidente de honra do PSDB, mas quem vai conduzir o partido nos próximos dois anos é o deputado Sérgio Guerra, que foi mantido no cargo de presidente por obra e graça de Aécio Neves. O vento, portanto, sopra a favor do ex-governador mineiro no partido: Sérgio Guerra é o principal articulador de um movimento interno no PSDB, para transformar Aécio Neves no candidato ao Palácio do Planalto. Apesar disso, José Serra ainda pensa em tentar uma terceira candidatura

Fernando Henrique tem comentado que o melhor presente que poderia ganhar é ver Serra e Aécio unidos, fortalecendo o partido na luta para reconquistar o poder em 2014.

presidencial, por entender que seu cacife eleitoral é superior ao de Aécio. Aécio Neves, no entanto, exerce o mandato de senador, dispondo de uma tribuna importante para se firmar como opositor ao governo do PT. E mais: o mandato de Aécio só termina em 2018. Na hipótese de ser o candidato tucano ao Planalto e ser derrotado, ele terá ainda mais quatro anos como senador. esa contra Serra o fato de não dispor de uma trincheira apropriada para se opor com mais ressonância a Dilma Rousseff. O principal canal que Serra usa para fazer oposição ao governo é a internet.

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Serra e Aécio sustentaram o mesmo posicionamento nos últimos 25 dias: ambos se distanciaram da pressão que o PSDB exerceu para forçar o ministro Antonio Palocci a deixar a Casa Civil. Palocci era acusado de acumular uma fortuna de R$ 20 milhões. Em quatro anos como deputado do PT, Palocci criou uma consultoria em São Paulo e a oposição desconfiava que ele teria aproveitado sua influência no governo para supostamente favorecer os seus clientes. Fernando Henrique tem comentado que o melhor presente que poderia ganhar, ao completar 80 anos, é ver Serra e Aécio unidos, fortalecendo o partido na sua luta para reconquistar o poder em 2014. O expresidente também admite que a eleição para o Planalto, daqui a três anos, passará por São Paulo e Minas.

EYMAR MASCARO É JORNALISTA E COMENTARISTA POLÍTICO MASCARO@BIGHOST.COM.BR

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos (tmatos@acsp.com.br) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos (josemaria@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Bob Jungmann (bob@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), chicolelis (chicolelis@dcomercio.com.br), Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima (luiz.octavio@dcomercio.com.br), Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br) e Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro (aribeiro@dcomercio.com.br) Editores: Cintia Shimokomaki (cintia@dcomercio.com.br), Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) e Vilma Pavani (pavani@dcomercio.com.br) Subeditores: Fernanda Pressinott, Kleber Gutierrez, Marcus Lopes e Rejane Aguiar Redatores: Adriana David, Anna Lucia França, Eliana Haberli, Evelyn Schulke, e Sérgio Siscaro Repór teres: Anderson Cavalcante (acavalcante@dcomercio.com.br), André de Almeida, Fátima Lourenço, Geriane Oliveira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mário Tonocchi, Neide Martingo, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Gerente PL Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente Executiva Sonia Oliveira (soliveira@acsp.com.br) Gerente de Operações Valter Pereira de Souza (valter.pereira@dcomercio.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

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CAMINHAMOS PARA UM MODELO EM QUE AS PESSOAS TRABALHARÃO MENOS E TERÃO MENOS.

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ocês realmente devem refletir. Em poucos anos, ao olharmos para a primeira década do século 21 – quando os preços dos alimentos deram um salto, os preços da energia dispararam, a população mundial inflou, tornados abriram caminho por dentro de cidades, inundações e secas bateram recordes, populações foram removidas e governos ameaçados pela confluência de tudo isso – perguntaremos a nós mesmos: " O que estávamos pensando? Como não entramos em pânico quando a prova era tão clara de que tínhamos cruzado os limites de crescimento/clima/população/recursos naturais todos de uma vez?" A única resposta pode ser a negação, afirma Paul Gilding, o veterano empresário-ambientalista australiano, que descreveu esse momento num novo livro intitulado The Great Disruption: Why the Climate Crisis Will Bring on the End of Shopping and the Birth of a New World (A Grande Ruptura: Por que a Crise Climática vai Provocar o Fim do Consumismo e o Nascimento de um Mundo Novo). De acordo com Gilding, "quando se está cercado por algo tão grande que exige uma mudança total na forma de pensar e de ver o mundo, a negativa é a resposta natural. Mas quanto mais esperamos, maior fica a resposta exigida." Gilding cita o trabalho da Global Footprint Network – GFN (Rede da Pegada Global), uma aliança de cientistas que calcula quantos "planetas Terra" precisaremos para manter as taxas de crescimento atuais. A GFN mede o quando de terra e água é preciso para produzir os recursos que consumimos e para absorver nosso lixo usando a tecnologia atual. No final, afirma a GFN, hoje estamos crescendo a uma taxa que utiliza os recursos da Terra bem mais rápido do que eles podem ser substituídos sustentavelmente – então estamos corroendo o futuro. Agora, o crescimento global usa aproximadamente 1,5 Terra. "Ter apenas um planeta torna isso um problema ainda mais significativo", afirma Gilding. Não é ficção científica. É o que ocorre quando nosso sistema de crescimento e o sistema da natureza batem no muro ao mesmo tempo. Quando estava no Iêmen, no ano passado, eu vi um caminhão-tanque entregando água na capital, Sanaa. Por quê? Porque Sanaa poderá se tornar a primeira grande cidade do mundo a ficar sem água em uma década. Isso é o que ocorre quando uma geração em um país vive a 150% de sua capacidade sustentável. "Se você derruba mais árvores do que planta, você fica sem árvores", argumenta Gilding. "Se você põe mais nitrogênio no sistema de águas, muda o tipo e a quantidade de vida

A TERRA ESTÁ LOTADA

THOMAS L. FRIEDMAN

que a água pode suportar. Se você aumenta a camada de gás carbônico da Terra, a Terra fica mais quente. Se você faz todas essas coisas e muitas outras ao mesmo tempo, você muda a forma pela qual todo o sistema do planeta Terra se comporta, com impactos sociais, econômicos e de suporte à vida. Isso não é especulação, é ciência de ensino médio." Também é uma questão atual. "Nos milhares anos de civilização da China, o conflito entre a humanidade e a natureza nunca foi tão grave como é hoje", declarou recentemente o ministro do Meio Ambiente da China, Zhou Shengxian. E completou: "O esgotamento, a deterioração e a exaustão dos recursos e a piora do ambiente ecológico se tornaram gargalos e sérios impedimentos ao desenvolvimento econômico e social do país."

mista. Quando o impacto da iminente Grande Ruptura nos atingir, diz ele, "nossa responsabilidade será proporcionalmente dramática, nos mobilizando como se estivéssemos em guerra. Vamos mudar numa escala e numa velocidade que mal podemos imaginar hoje, transformando completamente nossa economia, incluindo nossas indústrias de energia e transportes, em apenas poucas décadas".

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amos perceber, ele prevê, que o modelo de crescimento dirigido ao consumo está quebrado e teremos de nos mover para um modelo de crescimento dirigido à felicidade, baseado em as pessoas trabalharem menos e possuírem menos. "Quantas pessoas", pergunta Gilding, "se deitam no leito de morte e dizem: 'Gostaria de ter trabalhado mais e conseguido mais valores para os acionistas?' e quantas dizem: 'Gostaria de ter ido a mais jogos, lido mais livros para meus filhos, feito mais passeios?' Para fazer isso, você precisa de um modelo de crescimento baseado em dar às pessoas mais tempo para aproveitar a vida, mas com menos produtos". Soa utópico? Gilding insiste em dizer que ele é um realista. "Estamos caminhando para uma escolha provocada pela crise", afirma. "Ou vamos permitir que a prostração nos domine ou vamos desenvolver um novo modelo econômico sustentável. Vamos escolher o último. Podemos ser lentos, mas não somos burros."

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que o ministro chinês está nos dizendo, afirma Gilding, é q u e a Te r r a e s t á l o t a d a . "Atualmente estamos usando tantos recursos e jogando tanto lixo no planeta que atingimos algum tipo de limite, graças às nossas tecnologias. A economia terá de ficar menor em termos de impacto físico". Contudo não vamos mudar sistemas sem uma crise. Não se preocupem, porém: estamos chegando lá. Atualmente estamos presos em dois nós: um é que o crescimento populacional maior e mais aquecimento global estão aumentando os preços dos alimentos; o aumento nos preços dos alimentos provoca instabilidade política no Oriente Médio, o que causa aumento no preço do petróleo, o que leva a alimentos mais caros, o que provoca mais instabilidade. Ao mesmo tempo, melhorias na produtividade indicam que menos pessoas são necessárias nas fábricas para produzir mais produtos. Assim, se queremos mais empregos, precisamos de mais fábricas. Mais fábricas produzindo mais produtos levam a mais aquecimento global – e é aí onde os dois nós se encontram. Mas Gilding é mesmo um eco-oti-

THOMAS L. FRIEDMAN É COLUNISTA DO NEW YORK TIMES E TRÊS VEZES GANHADOR DO

PRÊMIO PULITZER TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

OS "CABRAS" DE ZÉ DIRCEU N

o Aulete Digital, entre outros significados, consta: Cabra: bras. pop.: Capanga, Jagunço: “Sete cabras guardam a fazenda”. Cangaceiro: “Os cabras de Lampião”. Daqui a pouco volto a isso aí. O jornalista Alexandre Machado, que driblou a ditadura com seu histórico programa de tevê "Vamos sair da crise", agora comanda "Começando o dia", na rádio Cultura fm, de segunda a sexta, às 8 da manhã. Um dia desses, ao começar mais um dia com a matéria Palocci na pauta, sentiu-se no dever de desculpar-se com ouvintes que, por e-mail (comecando@cultura.com.br), reclamavam de "não aguentar mais esse assunto", obrigatório nos jornais, rádios e tevês, com manchetes cada vez mais espantosas. Palocci, na velocidade supersônica com que acumulava dinheiro, acabaria ultrapassando Eike Batista, tirando-o da posição privilegiada entre os afortunados brasileiros que ocupam a capa da revista Forbes, na sua edição das maiores fortunas. Mesma coisa aqui nesta

coluna. Palocci, o Assessor de 20 Milhões, já foi devolvido à iniciativa privada, com todas as honras de praxe e estilo. Ou sem ? Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos ? O Sombra sabe... Palocci foi aplaudido em pé na sua despedida; o Poste quase verteu lágrimas, O Cara acabou com a farsa: "Dilma demitiu Palocci na hora certa", deixou vazar. Afinal, o Poste chutou ou não chutou Palocci ? or isso, sinto-me na obrigação de meter a colher torta neste caso roto e rasgado, que parece acabado e daqui a pouco esquecido, mas que não deveria seguir republicanamente para debaixo do tapete, como tudo o mais nesta república lullopetista. Há mais milhões de contos de réis entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia. Enxergo esses milhões não porque vejo melhor do que você. Que nada, tenho 68 anos e meus óculos são mais grossos do que os de muitos velhinhos de 85. Abre parênteses. Por falar em velhinhos, meu pesar por Jorge Semprún, que nos

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NEIL ESTARRECIDO

FERREIRA deixou aos 87 anos, para mim o melhor escritor que li nos anos 80 e 90 e o melhor autor de roteiros dos filmes políticos que assisti, "Z" e "A Confissão" são apenas dois deles. É sua a frase: "As duas melhores virtudes de um revolucionário são a paciência e a ironia" – que com imensa ironia atribuiu a Lênin, no roteiro do filme A Guerra Acabou, dirigido por Alain Resnais, 1966. Que Lênin qual nada, Lênin lá ia ter talento para escrever isso, ele que não conseguiu sequer responder à pergunta que ele mesmo formulou na capa do seu livreto "Que Fazer ?" Fecha. Volto a Dirceu e seus "cabras". A Veja, há umas 3 semanas, saiu com um "perfil" devastador do Dirceu, que hoje age em suspeito silêncio por baixo do radar, pilotando seu lobby com milionária carteira de clientes,

tão secreta quanto a carteira do Palocci e os decretos do Sarney. Ne segunda-feira imediatamente seguinte, a Falha de S. Paulo saiu com a manchete que em vinte e poucos dias derrubaria o bi-ex todo-poderoso ministro: "Palocci multiplicou seu patrimônio por 20 em 4 anos". i-ex porque Palocci já havia caído do cavalo no primeiro mandato do Cara, por conta dos escândalos da "Casa de Ribeirão Preto", à beira do lago de Brasília, lotada de belas trabalhadoras da noite fornecidas por Mary Jean Corner, supostamente frequentada por Palocci e sua turma, que ali fechavam negócios de arromba, sob o olhar do caseiro Nildo, que viu e contou tudo e se ferrou na vida por obra e graça do mesmo Palocci.

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A manchete da Falha que detonou o tsunami que engolfou Palocci é supostamente obra dos "cabras" de Dirceu, desconfia a minha mais recente teoria da conspiração. Por que acho isso? Oras, o bombardeio ao Palocci correspondeu ao esquecimento total do Dirceu. "Nestepaíz", o escândalo de hoje serve para encobrir o de ontem. O escândalo Palocci encobriu mais outro escândalo Dirceu. A escandalosa libertação de Batisti vai encobrir o escândalo Palocci. Enquanto Palocci cantava "Meu Mundo Caiu", Dirceu, a bordo de um jatinho da Odebrecht, seguia com O Cara para fumar um charuto com Fidel, em Cuba, e dar um abraço no Chávez, numa escala na Venezuela. m Havana, visitaram com diretores da Odebrecht ciceroneados por Raúl Castro, as obras de um porto de 2 bilhões de reais construído pela Odebrecht, em grande parte financiado pelo BNDES. Em Caracas, com o presidente da Odebrecht, visitaram as obras do metrô de Caracas,

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construído pela Odebrech e financiado pelo BNDES e testemunharam Chávez pagar à Odebrecht 995 milhões de reais, que devia e vivia deixando "para amanhã". As presenças de Dirceu e do Cara nesses "eventos" , especialmente o do pagamento, pode ser mera coincidência. Coincidências existem, mas não gosto delas. Dirceu sobe novamente como um foguete . belezura que é a nova ministra da Casa Civil, dona Gleise, muito mais bonita do que a Martaxa Relaxa e Goza de quem aparenta ser filha, senadora pelo PT do Paraná, foi quem primeiro saiu atirando "fogo amigo" no Palocci. É casada com ninguém menos do que o ministro Paulo Bernardo, cabríssimo de Dirceu desde a primeira hora. Ronaldo Fenômeno despediu-se, deixa saudades. Palocci fenomenal foi despedido, já foi tarde.

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Num país em que Palocci e Dirceu agem em liberdade, o lugar de Batisti é na rua. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO


DIà RIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 10 de junho de 2011

10 de Junho

N Santa OlĂ­via

Solução

asceu em Palermo, na Sicília (sÊc. IX). Aos 13 anos foi raptada por vândalos e levada a Tunis (norte da à frica). Como renunciou aos desejos de Amira, o governador, pois se consagrara a Cristo, foi açoitada e abandonada em uma floresta. Ali sobreviveu atÊ ser descoberta e martirizada.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 10 de junho de 2011

5 NA ITÁLIA Battisti não passa de um assassino, Por eles, estaria na cadeia. Perpétua.

olítica

NO BRASIL Battisti é um perseguido. Merece ficar livre, escrevendo.

Brasil, o dolce far niente de Battisti Evaristo Sa/AFP

A vida aqui também pode ser bela e Cesare Battisti não quer perder tempo. Já pediu visto para ficar e escrever livros. Só não quer voltar para a Itália.

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i t a l i a n o C e s a re cio Lula da Silva resolveu enBattisti, livre e com trar na história ao negar o pedia garantia de que do da Itália. A partir disso, a não será entregue condição do italiano virou ao governo da Itália, vai en- uma incógnita que terminou frentar a partir de agora a bu- na quarta-feira, quando do rocracia para regularizar a sua quinto debate do seu caso pelo situação no Brasil. Por enquan- plenário do STF. O tribunal, to, ele permanece como imi- por 6 votos a 3, num julgamengrante ilegal. Ontem, os seus to de mais de sete horas de duadvogados deração, manteve ram entrada no a decisão de Ministério do Lula, tranforBattisti poderá Trabalho com o mando-o, oupedido de vistra vez, em imiquestionar a sua to permanente. grante ilegal. prisão entre a O caso será deEnquanto não concessão e a cidido pelo tem a situação liberação e quando re gul ari zad a, Conselho Nafoi considerado cional de ImiBattisti poderá gração (CNIg), usar como dorefugiado a quem compecumento o proMARCO AURÉLIO MELLO te a concessão tocolo do pedide visto em cado de permasos excepcionais. A reunião es- nência no Brasil. Se for concetá marcada para o dia 22. dido o visto, o italiano poderá Battisti chegou ao Brasil co- tirar outros documentos e, inmo imigrante ilegal. Ao ser clusive, trabalhar. Segundo preso, em 2007, ficou à espera seus advogados, ele deverá esdo julgamento de extradição. crever livros. Battisti, enquanNeste tempo, o Ministério da to esteve preso, publicou um e Justiça reconheceu-o como re- tem contrato com uma editora fugiado político. Nessa condi- para continuar a saga. ção, poderia permanecer no O italiano ainda responde ao País e obter todos os documen- processo por uso de documentos necessários para ficar. to falso. Em segunda instância, Com a decisão do Supremo ele já foi condenado a dois anos Tribunal Federal (STF), em de prisão em regime aberto ou 2009, Battisti deixou de ser re- a prestar trabalhos comunitáfugiado e passou, outra vez, à rios. Seus advogados recorrecondição de extraditado. Foi aí ram da condenação. que o ex-presidente Luiz InáSe extraditado, Battisti teria

Cesare Battisti saiu da prisão de Papuda, depois de quatro anos, e o seu paradeiro é dado como incerto. Ele teria embarcado para São Paulo.

de cumprir pena de aproximadamente 26 anos pelo assassinato de quatro pessoas no final da década de 70. Por esses crimes, ele foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana. Quando autorizou a extradição, o STF determinou que a pena fosse limitada a 30 anos, o máximo previsto pela legislação brasileira. Os quatro anos que permaneceu preso em Brasília, seriam descontados. O italiano sempre negou a autoria dos crimes e disse que

sofreu perseguição política. Seu argumento convenceu o então ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu a ele, no final de 2008, o status de refugiado político. Na ocasião, Tarso argumentou que existia "fundado temor de perseguição política", caso Battisti fosse enviado à Itália. Esse ato, porém, foi considerado ilegal pelo STF que, em 2009, autorizou a sua extradição, deixando a última palavra para o presidente da Repúbli-

ca. E Battisti acabou ficando. O ex-terrorista deixou a penitenciária da Papuda, em Brasília, na madrugada de ontem. A primeira coisa que tentou fazer foi falar por telefone com as filhas, mas não conseguiu. Battisti seguiu, então, para um condomínio fechado acompanhado do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Depois teria se hospedado em um hotel e, pela manhã, embarcado para São Paulo, o que foi confirmado pelo senador Eduar-

do Suplicy (PT-SP), mas sem entrar em detalhes. Outra questão que vem à tona é se ele poderá cobrar do Brasil pelo período em que esteve preso. De acordo com o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, em entrevista concedida ao Terra Magazine, o ex-terrorista poderá questionar a sua permanência na prisão "em dois períodos, entre a concessão e a efetiva liberação, e quando foi considerado refugiado". (Agências)

Max Rossi/Reuters - 15/02/2011

Os italianos estão indignados. Conheceram a Justiça brasileira Para eles, Cesare Battisti é um assassino e, como tal, deveria estar na cadeia Geriane Oliveira

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ssim que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a liberdade imediata de Cesare Battisti ou o "terrorista vermelho" como a imprensa italiana o chama, o La Stampa, um dos grandes jornais da Itália, postou: "Nada a extradição, é tempestade". Battisti, de 56 anos, deixou o Complexo Penitenciário da Papuda quando também era a madrugada de ontem para os italianos. No texto, detalhavam até as roupas que Battisti usava ao sair da prisão. Nocaute – Da sede do jornal em Turim, norte da Itália, o editor de política internacional, Claudio Gallo, 52 anos, afirmou ontem, por telefone, que a repercussão da decisão que pôs o fim ao imbróglio ítalobrasileiro foi negativa e, em muitos aspectos, constrangedora. "Foi como uma bofetada em nossas faces", disse. "Para os italianos, Battisti é um terrorista que assassinou quatros pessoas e não deveria ter direito à liberdade", afirmou Gallo. "Sem dúvida, essa decisão causou indignação geral e constrangimento porque é algo jamais visto", ressaltou. Gallo descreveu também a reação do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, ao mensurar o grau de insatisfação na esfera política que, por conta do caso, uniu as vozes mais discordantes do Norte ao Sul do "bel paese". "Napolitano disse estar decepcionado porque mantinha uma relação amigável com Lula que, segundo ele, interveio negativamente. Aqui, os italianos consideram Lula um bom presidente, um bom líder. A decepção é tão grande que nosso presidente já fala até em

romper acordos com Brasil". Nas ruas, contou que o povo diz não entender. Eles dizem: "É um erro! Como o Supremo pôde libertá-lo?". E mencionou que até o famoso historiador francês, Max Gallo, já apontou que o STF cometeu um erro no caso de Battisti, que fugiu da França. "Para Frattini

Para os italianos, Battisti é um terrorista que assassinou quatros pessoas e não deveria ter direito à liberdade. CLAUDIO GALLO (Franco Frattini, ministro das Relações Exteriores da Itália), recebemos um nocaute logo primeiro round". Quanto aos parentes das vítimas dos crimes atribuídos ao ex-terrorista, o editor disse que o desfecho para eles "não é Justiça, mas lobby; a liberdade de Battisti não é justa, porque ele é um assassino".

A decisão do Supremo representou para os italianos receber um nocaute logo no primeiro round. FRANCO FRATTINI Diplomacia em risco – Ainda segundo o jornalista, apesar de os juízes de Roma reconhecerem que não têm como impugnar a decisão, o primeiroministro Sílvio Berlusconi, com apoio geral, garantiu que

vai recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na tentativa de uma revisão (Leia detalhes na página 7). "Porque essa decisão não é coerente com os princípios gerais do direito internacional". Para o editor, a liberdade de Battisti – que fez parte da organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) na década de 70 – deve mesmo amargar a relação diplomática entre os dois países. "Pessoalmente, vejo esse caso com muita insatisfação". Na avaliação do jornalista Paolo Manzo, 56 anos, correspondente do La Stampa no Brasil, este é um revertério e uma tristeza que deve pesar negativamente na imagem do Brasil. "É uma grande dor entre os italianos. E o Napolitano, que pertence ao partido comunista, e que considera Lula um grande amigo, já falou em romper relações". Dupla derrota – Na página de outro gigante italiano, o Corriere della Sera, amanheceu estampado: "Rejeitado o pedido contra a extradição – Brasília votar a favor da liberação. O ex-terrorista está livre". O texto destaca o constrangimento e a dupla derrota da Itália no caso Battisti, assim como a maioria dos relatos da mídia. "De fato a indignação é geral em toda a Itália porque isso mexe com feridas abertas dos anos de terrorismo, estamos falando de 32 anos atrás, uma fase muito difícil para todo o país porque morreu muita gente", disse, de Brasília, o correspondente italiano Rocco Cotroneo, 51 anos, que chegou a conversar ontem à noite com Luis Roberto Barroso, um dos advogados do Battisti. Segundo Rocco, a grande repercussão do caso se dá porque a legislação brasileira revela uma visão bem diferente

Berlusconi, indignado com a decisão do STF, vai recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.

da italiana. "O prazo de prescrição da legislação brasileira é muito mais curto que o da Itália e, obviamente, esse assunto causa grande estranhamento por questão de princípios de justiça que têm uma dimensão muito importante para a Itá-

lia". Para ele, uma nova decisão é pouco provável, mas uma aura negativa já paira sobre o Brasil. "Agora tem até ministro italiano querendo boicotar os jogos na Copa de 2014". Não se discute – O Il Messaggero, outro veículo de grande

circulação, traz longa reportagem que abre com a "primeira noite de Battisti em liberdade". Para o jornal, o governo italiano deve manter seu apoio aos protestos das famílias das vítimas dos crimes cometidos pelo ex-terrorista.

A solidariedade da ACSP ao governo e ao povo da Itália

O

Marcos Mendes/LUZ - 21/03/2011

presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato, tão logo soube da decisão do Supremo Tribunal Federal de soltar Cesare Battisti, encaminhou a seguinte carta ao cônsul-geral da Itália, ministro MAarco Marsilli . Senhor Cônsul, Desejamos manifestar nossa solidariedade ao Governo e ao povo italiano por sua justa revolta contra a decisão do Go- Amato: ação expressiva. verno brasileiro, de negar a extradição de Cesare Battisti, mílias das vítimas de Battisti, condenado pela Justiça da Itá- cuja indignação entendemos e lia pela morte de quatro pes- compartilhamos. Estamos cersoas na década de 70. tos de refletir a opinião de amQueremos apresentar soli- pla parcela da população brasidariedade especialmente às fa- leira, de que não há razão que

justifique negar a extradição de um condenado pela justiça de um país democrático, como é a Itália. Cremos, também, que não se pode aceitar que se trate de forma diferente um criminoso, em função da motivação de seus atos, seja ela ideológica ou de outra natureza. Ao apresentar essa posição, desejamos reafirmar nossa confiança na Justiça brasileira, assim como nas instituições italianas. Solicitamos que transmita ao Governo e ao povo da Itália nossa solidariedade. Atenciosamente, Rogério Pinto Coelho Amato Presidente


p 'Nenhum presidente tomaria essa decisão' DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

A partir de agora, qualquer país poderá adotar o mesmo critério (de extradição) do STF. Ives Gandra Martins, jurista, diplomata, professor de Direito

olítica

Raimundo Paccó/Folhapress - 23/04/08

Rubens Ricúpero classifica a libertação de Battisti no Brasil como 'absurda' Valdir Sanches

J

urista e diplomata durante 43 anos, Rubens Ricúpero acha que dificilmente Fernando Henrique Cardoso tomaria a decisão de Lula, de manter Cesare Batistti no País, apesar de o Supremo Tribunal Federal, STF, ter decidido por sua expulsão. "Eu tenho a impressão de que nenhum outro presidente tomaria. A decisão é absurda". Ele também acha que a decisão do STF, de deixar para o presidente a última palavra, foi equivocada.

Diário do Comércio – Como ficam as relações da Itália com o Brasil? Rubens Ricúpero – Minha impressão é que esse episódio tende a ser tratado pelos dois governos mais na esfera judicial. O governo italiano anunciou que vai submeter à corte da Haia, isso vai levar anos, porque a corte da Haia demora muito para encaminhar esses assuntos. Provavelmente vai ficar por aí mesmo, não acredito que tenha outros desdobramentos, tenho a impressão de que vai ficar tudo circunscrito à essa questão judicial.

Rubens Ricúpero: 'A Constituição deixa claro que a decisão sobre extradição compete ao Supremo'.

E se a recíproca passar a ser verdadeira? Para jurista Ives Gandra, a não extradição do terrorista cria precedentes

A Corte de Haia pode ter uma visão diferente do que se decidiu aqui? "Na minha opinião, os tribunais internacionais terão uma visão diferente. Porque a jurisprudência dos tribunais internacionais é de se cumprir os tratados. E o tratado mandava extraditar. Caracterizado como crime comum, tem que extraditar. O STF mandou extraditar, mas deixou nas mãos do presidente. A matéria não é de sua com-

DC – O ministro Tarso Genro (da Justiça, na época, 2008) já tinha dado a Batistti o status de refugiado político. Ricúpero – Contra a opinião do próprio Departamento de

Ives Gandra: 'Extradição não compete ao presidente e sim ao STF'.

DC – Isso tem algum peso na ordem das coisas? Ricúpero – Tem, mas relativo. Eu acho que é uma decisão infeliz, tenho impressão de que esse assunto desde o início não deveria ter ocorrido, e vai obviamente provocar algum tipo de desgaste em relação à Itália, mas com o tempo acho que tende a desaparecer do no-

A decisão é absurda, o homem foi condenado por quatro homicídios. Só num país como este, em que a impunidade é geral. IDEM ticiário. Não há interesse de nenhum dos governos de transformar isso numa coisa maior que o dano já causado. Nota-se a intenção de manter isso numa forma limitada. DC – O Batistti já pediu seu visto para ficar no Brasil. Ricúpero – Ele vai querer trabalhar aqui. Não sei em que...

A

libertação do italiano Cesare Battisti provocou um bate-boca entre os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Eduardo Suplicy (PT-SP) ontem. Taques comparou Battisti a Osama bin Laden e disse que o Brasil virou um "cafofo de criminosos". Em pronunciamento no Senado, Suplicy falava sobre números da economia. Aproveitou para parabenizar os ministros do Supremo Tribunal Federal pela decisão de quartafeira, que libertou Battisti.

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Taques, segundo o site R7, pediu um aparte. Disse que o Supremo tomou uma "decisão lamentável", e comparou o italiano, acusado de cometer quatro assassinatos em seu país, ao terrorista Osama bin Laden. "A decisão do STF faz do Brasil um país propício para criminosos. Imagine se Osama bin Laden estivesse vivo e viesse para o Brasil. (...) Aí o STF decretaria o asilo. Estamos nos transformando em um país cafofo de criminosos, esconderijo, moco.

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Suplicy, exaltado com o colega, elevou o tom de voz. "Bin Laden disse ser responsável pelos atentados que mataram mais de 3 mil pessoas nas torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Cesare não cometeu os assassinatos pelos quais foi condenado à prisão perpetua. No Brasil, não há prisão perpétua". Emocionado, lembrou os defensores designados a defendê-lo e que não o fizeram. E citou juristas renomados que respaldaram a decisão do STF.

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DC – E se a decisão fosse de FHC, quando presidente? Ricúpero – Acho que dificilmente ele teria tomado a mesma decisão. Tenho a impressão de que nenhum outro presidente tomaria. A decisão é absurda, o homem foi condenado por quatro homicídios, das pessoas que se supõe que ele matou um era joalheiro, outro dono de um açougue. Só num país como este, em que a impunidade é geral. Mais um que vem de fora para se abrigar nessa nossa impunidade.

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DC – E o tratado de extradição com a Itália? Ricúpero – Aí é um problema. Se o tribunal da Haya concluir que o tratado foi violado, a Itália pode exigir uma satisfação, ou até considerar o tratado como não mais vigente. Acho difícil, é mais comum que a Itália tenha interesse em levar mafiosos que vieram para cá, do que o Brasil ter criminosos que vão à Itália buscar asilo.

Bate-boca no Senado.Taques diz a Suplicy que País virou 'cafofo de criminosos'

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DC – Se ele casar e tiver um filho, pode ficar? Ricúpero – Pela legislação nada impede.

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DC – Dá para pensar no Ronald Biggs (assaltante de trem inglês que casou no Brasil, teve filho, e morou no país por décadas)? Ricúpero – O caso dele era diferente, ele não foi extraditado por causa disso. Enfim, Batistti reforçou a imagem do Brasil como lugar para assaltantes internacionais. Não bastassem os nacionais, agora vamos receber os de fora.

DC

IVES GANDRA MARTINS

DC – São comuns os casos em que o presidente decide uma coisa dessas? Ricúpero – Não. Na verdade, acho que a decisão do Sup re m o f o i e q u i v o c a d a . A Constituição deixa claro que a decisão sobre extradição compete ao Supremo. Ele não deveria, inclusive no primeiro julgamento, ter mandado ao presidente. Então eu acho que foi uma decisão política, talvez tomada com a intenção de não deixar mal o presidente, mesmo porque a maioria dos ministros são pessoas que foram nomeadas por ele. Então o julgamento me parece foi muito mais político do que jurídico.

RUBENS RICÚPERO

DC – O senhor diz que ninguém tem direito ao visto? Ricúpero – O país decide segundo seus próprios critérios, se deixa ou não um estrangeiro ficar. Ninguém pode dizer 'eu tenho direito de morar nos EUA'. A não ser nos casos em que a lei considera a mulher brasileira, casa e tem filhos.

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La Famme

DC

Qualquer país poderá adotar o mesmo critério do STF. Brasileiros podem não ser extraditados.

petência, mas da do STF." O jurista não vê semelhança entre este caso e o dos canadenses que, em 1989, sequestraram o empresário Abílio Diniz, e foram devolvidos ao Canadá. "O sequestro foi aqui, os canadenses estavam presos aqui. Nós fizemos um acordo de mandar, mas não havia problema de extradição porque o crime foi praticado aqui." O ministro Luiz Fux, que votou pela libertação de Batistti, disse que a Itália não devia ter recorrido ao STF, mas a tribunais internacionais. Ives não concorda. "Respeito muito o ministro Fux, que acho extremamente competente, um grande jurista, mas se Batistti estava aqui, o Brasil tem um tratado de extradição, e há condenações, a Itália teria que pedir extradição para o Brasil. Isso é cumprimento de tratado internacional. Batistti está pedindo visto para morar no Brasil, e Ives acha que será assim mesmo. E por bons motivos. Se ele sair para qualquer outro país, corre o risco de a Itália pedir sua extradição. Sobre suas afirmações, Ives Gandra diz: "Eu tenho um profundo respeito pelos ministros do Supremo, mas, como um velho professor de Direito, posso divergir".

Batistti reforçou a imagem do País como lugar para assaltantes. Não bastassem os nacionais, vamos receber os de fora.

DC – Está em seu direito? Ricúpero – Tendo a decisão de ficar aqui, sobreviver... Direito não sei se é, ninguém tem direito a visto permanente.

DC

O

s países que têm tratados de extradição com o Brasil poderão adotar o mesmo critério que nosso País adotou no caso Batistti. O de não devolver um brasileiro que cometeu crime comum aqui, e fugiu para lá. É o que afirma e explica o jurista e professor de Direito Ives Gandra Martins. O desfecho do caso Batistti "fragilizou os tratados de extradição assinados pelo Brasil". Os três ministros que votaram pela extradição, diz Yves, são os que interpretaram corretamente o tratado. "Os outros seis ministros decidiram que o Supremo tinha resolvido pela extradição, mas caberia ao presidente a decisão final. E nos tratados internacionais não é isso que acontece." "O Supremo só tem direito de verificar se o processo foi correto. Ele não pode examinar o mérito das decisões de fora. Só pode examinar os aspectos formais. Como não foram contestados os aspectos formais, ele teria que conceder a extradição. Eles concederam a extradição, mas criaram uma novidade de deixar nas mãos do presidente." Isso tem respaldo em alguma lei? "Não, mas é uma interpretação do Supremo, e ele pode interpretar como achar melhor. No momento em que o presidente mandou soltar, evidentemente todos os países que tiverem tratados com o Brasil poderão adotar o mesmo critério. As decisões do Brasil não valerão, também no mérito, em países com os quais o Brasil tiver tratado para extradição." Ives considera que isso representa, na verdade, que o Supremo é soberano, mas

houve uma fragilização dos tratados de Direito Internacional em matéria de extradição, assinados pelo Brasil. "E, a partir de agora, qualquer país poderá adotar o mesmo critério do STF, quando houver situações idênticas, de brasileiros que fugiram e que os outros países poderão não extraditar".

L.C.Leite/LUZ - 20/07/2010

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p Itália vai recorrer à Haia contra decisão DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Espero que a nova presidente, com seu voto na ONU, mostre seu compromisso com o povo do Irã. Shirin Ebadi

olítica

Mal havia sido decretada a libertade do ex-terrorista Cezar Battisti, o governo italiano já anunciava que vai buscar contestação na corte internacional, na Holanda Lula Marques/Folha Imagem - 30.10.06

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Garcia: "O STF soberanamente decidiu, e a Itália tem todo o direito de usar as suas prerrogativas".

Filho de vítima de Battisti pede boicote à Copa no Brasil

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italiano Bruno Berardi, filho do marechal Rosário Berardi, assassinado em 1978 pelo grupo armado de extrema-esquerda Brigadas Vermelhas, criticou pesadamente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não extraditar e libertar o ex-ativista Cesare Battisti. Berardi pediu que, em represália, a Itália não participe da Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. "O governo italiano deve retirar a participação da seleção italiana da Copa do Mundo de 2014 e de outros eventos semelhantes. A Itália também deve interromper relações comerciais com aquela nação", disse Berardi à imprensa italiana, indignado após a votação no STF.

Deve ser interrompida a relação econômica com um país que não respeita vítimas inocentes de outro Estado. FRANCO MACCARI Em uma enquete feita pela edição online do jornal italiano Corriere della Sera de ontem (9), um total de 80% dos internautas disse concordar com a proposta de Berardi de boicotar a Copa de 2014. O secretário-geral do Sindicato dos Policiais Italianos, Franco Maccari, também pe-

diu a interrupção da relação comercial entre os dois países. "Deve ser interrompida imediatamente qualquer relação de natureza econômica com um país que não respeita as vítimas inocentes de um outro Estado, tornandose, assim, cúmplice de um assassinato". No Brasil, senadores se revezaram ontem na tribuna para manifestar seu descontentamento com o desfecho do caso Battisti. Para Luis Roberto Barroso, advogado do ex-terrorista, no entanto, a Itália extrapolou limites. "A Itália precisa aceitar a decisão soberana do Estado brasileiro". Segundo ele, o caso só será levado para corte internacional se Brasil aceitar. (Agências)

Iraniana pede apoio do Brasil contra violação de direitos Prêmio Nobel da Paz em 2003, Shirin Ebadi quer que Dilma interceda pelo Irã na ONU

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advogada iraniana e Prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi, pediu ontem na Câmara dos Deputados que o Brasil vote a favor do povo iraniano e contra o governo "ditatorial" do presidente, Mahmoud Ahmadinejad, na sessão da Organização das Nações Unidas (ONU), que será realizada em setembro. Shirin Ebadi ressaltou a mudança de postura do Brasil em relação ao Irã e pediu que a presidente Dilma Rousseff permaneça do lado do povo iraniano. "Há um ano, felizmente, a política externa do Brasil tem mudado e uma política de apoio a ditadores não encontra espaço na ONU". "Há várias resoluções da ONU que condenam a condu-

ta do governo iraniano e o governo brasileiro apoiou o povo do Irã e não apoiou um governo ditatorial. Espero que a nova presidente, com seu voto na ONU, mostre seu compromisso com o povo do Irã", afirmou ela. Ela lamentou não ter conseguido falar com a presidente, mas pediu ao povo brasileiro, em especial às mulheres, que a alertem sobre as violações dos direitos humanos cometidas no Irã contra as mulheres. "Queria falar para a presidenta do Brasil, que é uma mulher, sobre essas leis, mas, infelizmente, não foi possível. Por isso, peço que vocês falem isso para a sua presidenta". Segundo ela, perante as leis iranianas a mulher é considerada inferior ao homem. Um

exemplo, disse, é que o depoimento de duas mulheres equivale ao mesmo que o de um homem. Além disso, os homens podem ter até quatro esposas e se divorciar à vontade. Para as mulheres, o divórcio é praticamente impossível. (AE)

governo da Itália anunciou, na madrugada desta quinta-feira, que entrará com recurso na Corte de Justiça de Haia, na Holanda, para tentar reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que ontem determinou a imediata soltura do ex-ativista italiano Cesare Battisti, negando sua extradição. Battisti deixou o presídio da Papuda, em Brasília, no início da madrugada de ontem. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, expressou "desgosto" diante do veredicto. Para a ministra da Juventude da Itália, Giorgia Meloni, a negativa de extradição é a "enésima humilhação" às vítimas do terrorismo. Relações intactas – O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que a decisão do Supremo de rejeitar a extradição e determinou a libertação imediata do ex-terrorista Cesare Battisti, não ameaça as relações entre os dois países. "Esse é um problema que está circunscrito à esfera judicial'', disse o assessor, que participou ontem da reunião da

PEDRO TAQUES (PDT-MT )

presidenta Dilma Rousseff com o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, no Palácio do Planalto. Segundo ele, a decisão do STF sobre Battisti não foi assunto de conversa com Dilma. "O Supremo soberanamente decidiu, e a Itália tem todo o direito de usar as prerrogativas (a que tem direito). Mas não é um tema que esteja nas mãos do Executivo. Foi resolvido ontem pelo Supremo''. Ao mencionar o direito do governo da Itália de recorrer da decisão da Suprema Corte, Garcia se referiu à possibilidade divulgada pelo primeiroministro italiano, Silvio Berlusconi, e o chanceler Franco Frattini de recorrer à Corte de

Humala começa roteiro diplomático pelo Brasil

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leito presidente do Peru no último domingo, o nacionalista Ollanta Humala escolheu o Brasil para ser o primeiro país visitado por ele. Humala se reuniu ontem pela manhã com a presidenta Dilma Rousseff. O convite para ele vir ao Brasil foi feito no dia seguinte à sua vitória, na segunda-feira. Dilma pretende ir a Lima para a posse de Humala em 28 de julho. Humala deve passar o fim de semana em São Paulo, segundo assessores peruanos. Do Brasil, Humala deve seguir para o Uruguai onde se reúne com o presidente José Pepe Mujica. Em seguida, irá à Argentina se encontrar com a presidenta Cristina Kirchner e ao Chile para reuniões com o presidente Sebastián Piñera. Não estão confirmadas visitas à Bolívia, Colômbia, Venezuela e ao México. Humala venceu a conservadora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), em uma eleição

Michael Leckel/Reuters

Apelo: Shirin Ebadi quer que Dilma se oponha ao governo "ditatorial" de Mahmoud Ahmadinejad.

Com todo respeito aos ministros, é uma decisão taratológica do ponto de vista constitucional.

Haia. Os italianos alegam que o Brasil desrespeitou o tratado de extradição com a Itália. 'Lamentável' – O procurador da República aposentado, o senador Pedro Taques (PDTMT) criticou ontem, da tribuna do Senado, o fato de o Supremo ratificar a decisão do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar ao governo da Itália a extradição do terrorista Cesare Battisti. "A decisão do Supremo é lamentável. Com todo respeito aos ministros, é uma decisão taratológica do ponto de vista constitucional". O senador lembrou que Battisti, condenado na Itália por quatro homicídios, deveria ser extraditado, e não ser favorecido pela iniciativa de Lula de descumprir o tratado de extradição firmado com o Brasil. "Será que a Itália é a Coreia do Norte? Será que a Itália é Cuba? Será que a Itália é a antiga Albânia em que existe desrespeito a direitos fundamentais? Penso que não". O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), atribuiu a "posição infeliz" a um "viés ideológico para atender a uma demanda retrógrada de setores de esquerda". (Agências)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO (ELETRÔNICO) DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 21/00117/11/05 OBJETO: Prestação de serviços de transporte rodoviário de docentes, dirigentes, alunos e funcionários, com a utilização de ônibus, tipo rodoviário executivo, destinado a atender viagens para estudos de campo, excursões didáticas, atividades administrativas, participação em eventos, capacitação pedagógica ou outras atividades de ensino, pesquisa e extensão curricular de interesse da Rede Estadual de Ensino e da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para prestação de serviços de transporte rodoviário de docentes, dirigentes, alunos e funcionários, com a utilização de ônibus, tipo rodoviário executivo, destinado a atender viagens para estudos de campo, excursões didáticas, atividades administrativas, participação em eventos, capacitação pedagógica ou outras atividades de ensino, pesquisa e extensão curricular de interesse da Rede Estadual de Ensino e da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 10/06/2011, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 04/07/2011, às 09:30 horas e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 10/06/ 2011, até o momento anterior ao início da sessão pública. JOSÉ BERNARDO ORTIZ Presidente

disputada voto a voto. Humala obteve 51,4% dos votos contra 48,5% de Keiko. Há, porém, um clima de incerteza em relação ao presidente eleito do Peru. A desconfiança vem do mercado financeiro e dos empresários, que receiam as medidas econômicas que ele venha a tomar. Com a economia crescendo, em média, 8% ao ano, o mercado quer que Humala anuncie sua equi-

pe ministerial o mais rápido possível. O receio ao governo Humala atingiu a Bolsa de Valores de Lima, que registrou no dia seguinte à eleição, a maior queda da história, de 12,51%, fechando mais cedo. O presidente eleito avisou que vai priorizar o crescimento econômico com inclusão social e escolherá os melhores técnicos e intelectuais para sua equipe. (AE)

Roberto Stuckert Filho

Cortesia: Ollanta Humala cumprimenta colega Dilma em Brasília


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Há momentos para se falar, há momentos para se calar. O meu é de silêncio. Luiz Sérgio, ministro das Relações Institucionais

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Fabio Motta/AE

Ministro por enquanto Luiz Sérgio sabe que não vai ficar, mas insiste em dizer que não entregou o cargo. Brasília, como será o ritual da troca do ministro que, pelo menos em tese, é o responsável pela articulação política do governo. A presidente também deve definir como será feita a escolha do substituto. Dilma também vai definir como será feita a escolha do substituto Um dos nomes cota-

dos é o atual líder do governo na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Também a ministra da Pesca, Ideli Salvati, estaria na disputa. (Leia abaixo). Articulação – Um pequeno grupo de petistas, liderado pelo deputado Cândido Vaccarezza (líder do governo na Câ-

mara), discutiu no Senado, junto à base aliada, a substituição de Luiz Sérgio. A intenção é a de manter com esse grupo tanto o ministério quanto a liderança do governo. Além de Vaccarezza, participam dessa articulação o vicelíder do governo, José Guimarães (CE), e o presidente da Co-

missão de Constituição e Justiça, João Paulo Cunha (SP). Eles estiveram com o presidente do Senado, José Sarney; com o líder do PMDB, Renan Calheiros; o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Eunício Oliveira (PMDB-CE); e o líder do PTB, Gim Argello. Constrangimento – O líder

do governo admitiu, no entanto, que passa por uma situação "constrangedora", pois é citado como um dos prováveis sucessores de Luiz Sérgio, colega de partido e amigo pessoal. Vaccarezza foi até incisivo ao afirmar que não é postulante ao cargo. "Não existe movimentação para ter articulação. Primeiro, não existe candidato a ministro, essa é uma decisão da presidente". Ele lembrou também que quando um nome passa a ser citado, acaba sendo escolhido outro. Vaccarezza destacou que, em nenhum dos dois encontros no Congresso, foi discutida a possibilidade de mudança no comando das Relações Institucionais. O deputado informou que o tema foi a busca de uma articulação que propicie tramitação rápida, na Câmara e no Senado, de matérias como a proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera o rito de tramitação das medidas provisórias e a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que repassa mais recursos para a Saúde. Na defesa – O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), defendeu ontem o fortalecimento da Secretaria de Relações Institucionais. Para Maia, depois da saída de Antonio Palocci do comando da Casa Civil, o posto ocupado por Luiz Sérgio deverá ser responsável pela parte política das negociações com o Congresso. "Ele terá uma tarefa nova, que antes era do Palocci", disse. "Será o fortalecimento da Secretaria para essa nova formatação que a presidente Dilma está fazendo". (Agências)

Planalto já sonda Ideli para a vaga Segundo fontes, Dilma pediu a assessores que avaliassem indicação da ministra para Relações Institucionais

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m uma demonstração de que não pretende se curvar ao lobby do PT da Câmara, que se movimenta há vários dias para indicar Cândido Vaccarezza ou Pepe Vargas para o lugar de Luiz Sérgio, Dilma mandou assessores palacianos sondarem os senadores da bancada sobre o nome da ministra da Pesca, Ideli Salvatti. Se confirmada a escolha de Ideli, que nunca foi deputada e tem pouquíssimo trânsito na Casa e no PMDB, Dilma repetirá o movimento que fez na indicação de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil: uma escolha solitária, como a dizer que não aceitará tutela dos partidos, notadamente do PT. Ontem pela manhã, deputados petistas procuraram fazer uma articulação com os senadores da legenda pela indicação de Vaccarezza. Um dos procurados foi Lindbergh Farias, que, assim como o atual ministro, é do Rio de Janeiro. Luiz Sérgio acusa o correligionário de ser um dos cabeças do processo de fritura ao qual ele vem sendo submetido. A articulação chegou ao conhecimento do Planalto e de Dilma, que tem se queixado da desenvoltura com que o PT pretende indicar seus assessores diretos. Entrega – Em Blumenau, a presidente afirmou que não

faz discriminação partidária ao escolher as regiões que receberão obras federais. Esse comentário foi feito durante a solenidade de entrega de 580 novas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Foi a primeira visita da presidente à Santa Catarina depois de eleita. O estado é governado por Raimundo Colombo (DEM). Dilma estava acompanhada da ministra da Pesca, Ideli Salvatti, que é de Santa Catarina e está entre os cotados para assumir o Ministério das Relações Institucionais. "Nós não somos do mesmo partido, mas o governo federal não olha por critério de partido, mas por critério da população que o governador e o prefeito aqui eleitos representam", afirmou a presidente Dilma, em seu discurso. Dilma anunciou também que a segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida será lançada na metade de julho e vai permitir a construção de 2 milhões de moradias. "Quando nós começamos a montar o programa, o pessoal das empresas dizia que só dava conta de fazer 200 mil", lembrou ela. "Agora, já estão fazendo 1 milhão. Agora, vamos fazer 2 milhões de moradias. Quem ainda não teve acesso à sua casa, terá oportunidade agora", afirmou. (Agências)

Waldemir Barreto/Ag. Senado

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rancado em seu gabinete, ontem no Rio de Janeiro, o ainda ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, confirmava que não tinha entregado o cargo, mas que iria conversar com a presidente Dilma Rousseff – provavelmente ainda hoje. Estava bastante irritado com a informação de que teria se demitido. Ao passar o dia no Rio, o ministro manteve conversas com aliados e dirigentes locais do PT. Apesar de arredio, afirmou que "questões como essa se resolvem com conversa", acrescentando que "é com diálogo que se chega a um bom resultado e estou confiante nisso", declarou o ministro numa referência às disputas no PT. Sobre as especulações de que não será mais o responsável pelas articulações políticas no governo Dilma Rousseff, o ministro repetiu o mote que vem usando nos últimos dias. "Na política, há momentos para se falar, há momentos em que o político fala muito, e há momentos para se calar. O meu momento é de silêncio". Incômodo – A interlocutores, o ministro confirmou o incômodo com colegas do partido que já estão negociando seu cargo antes mesmo de sua saída ter sido oficializada. Luiz Sérgio sabe que é alvo de ataques vindos principalmente dos deputados petistas Arlindo Chinaglia, Paulo Teixeira e Henrique Fontana. O senador Lindberg Farias, também do Rio de Janeiro, é outro que aliados do ministro apontam como um de seus detratores. Dilma ficou de definir, em reunião marcada para hoje, em

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cotada: Ideli Salvatti poderia assumir articulação política do governo.

AGU: Belo Monte não ocupa terras indígenas

A

Advocacia-Geral da União (AGU) informou ontem que a 9ª Vara Federal do Pará acolheu os argumentos da Procuradoria-Geral Federal e da Procuradoria-Geral da República sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Em resposta a uma ação civil pública, os dois órgãos sustentaram que a usina não será construída em área indígena e que não se pode confundir a localização do empreendimento com os impactos ambientais do projeto que poderiam afetar os índios da região. A ação, apresentada pelo

Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pedia a suspensão de atos e processos administrativos relativos à obra. Alegava que a usina não poderia ser instalada naquele local pois invadiria terras indígenas. Para usar área, seria preciso aprovar a lei específica, como prevê a Constituição. Segundo a AGU, o Termo de Referência do Ibama para elaborar estudos ambientais da obra não incluiu as terras indígenas como áreas diretamente afetadas, já que não haverá perda territorial. A 9ª Vara Federal do Pará acolheu os argumentos da União. (ABr)

Palocci volta para seu apartamento em SP Ministro deixou Brasília após a posse de Gleisi Hoffmann e já planeja suas férias para julho, com a família.

O

ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, embarcou na noite de ontem para São Paulo, logo depois de transferir o cargo para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Segundo auxiliares próximos a ele, Palocci se despediu rapidamente da equipe antes da cerimônia de posse e saiu direto do evento para o aeroporto. Ele vai se mudar, definitivamente, para a capital paulista, onde aluga um apartamento.

Enquanto foi chefe da Casa Civil, Palocci morou em uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, destinada especificamente aos ocupantes do cargo. Segundo assessores, ele não terá dificuldades em fazer a mudança porque a casa não era decorada com móveis e objetos pessoais. "Ele só tinha roupas na residência de Brasília. Era extremamente impessoal". O plano de Palocci no momento é tirar uns dias para

"descansar". O ex-ministro deve viajar com a família em julho. Só depois deve decidir se reativa sua consultoria econômica, a Projeto. Além de se afastar da Casa Civil, ele pediu para sair do Conselho Administrativo da Petrobras. Ele foi eleito em abril para mandato de um ano. Enquanto Palocci se muda para São Paulo, Gleisi Hoffmann começa os trabalhos de chefe da Casa Civil. Ela chegou ao Palácio do Planal-

to por volta de 9h e se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Depois, recebeu as ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do Planejamento, Miriam Belchior. Palocci deixou o governo após desgaste provocado por denúncia de aumentar o patrimônio em 20 vezes. Apesar de a Procuradoria-Geral ter arquivado representações da oposição, ele e Dilma concluíram que não havia mais clima para continuar. (Agências)


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sexta-feira, 10 de junho de 2011

9 ESTADOS UNIDOS Reuters: Hillary Clinton negocia possível chefia do Banco Mundial.

nternacional

DISCRIMINAÇÃO Mulheres sauditas são presas por guiar carros na capital Riad

BATALHA PELO NORTE

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ropas sírias cercaram ques e artilharia pesada. Um homem que ficou para ontem a cidade de Jisr al-Shughour, no nor- trás em Jisr al-Shughour alertou te do país, enquanto que centenas de soldados e pelo milhares de pessoas aprovei- menos 27 tanques de guerra estaram uma das últimas rotas tavam cercando a cidade. "Parece que eles estão prontos de fuga e atravessaram as montanhas para a vizinha Tur- a lançar um ataque", disse ele, quia. O Ministério das Rela- sob anonimato. Ativistas sírios ções Exteriores turco disse que calculam que mais de 1.300 pesmais de 2.400 sírios cruzaram a soas foram mortas desde que fronteira, que permanece aber- começaram os protestos contra ta para os refugiados que ten- o presidente Bashar al-Assad, tam escapar dos confrontos. em meados de março. A maioria Ainda ontem, a Agência Inter- dos mortos era composta por civis, mas algumas nacional de Enercentenas de poligia Atômica ciais e soldados (AIEA) realizou perderam as vidas. uma votação na Eu não Uma porta-voz do qual aprovou dequero governo afirma nunciar a Síria ao que 500 soldados e Conselho de Segumorrer. policiais foram rança da OrganiEu também mortos, incluídos zação das Nações quero que os 120 que foram Unidas (ONU), Bashar vá assassinados em porque o governo embora. Jisr al-Shughour sírio teria escondinesta semana. do informações REFUGIADO SÍRIO Fuga - Enquanto sobre o seu proisso, mais sírios se grama nuclear. O jornal governista sírio Al- abrigam em tendas no lado turWatan disse em sua edição de co da fronteira ou com parentes. ontem que o Exército da Síria Grupos de sírios cruzaram a está se mobilizando para um fronteira para a Turquia nesta confronto que poderá durar quinta-feira, em picapes, motodias na província de Idlib. Se- cicletas, automóveis e a pé, deigundo o diário, os soldados xando a província de Idlib. "Eu não quero morrer. Eu enfrentarão 2 mil combatentes armados, apoiados por "jo- também quero que Bashar vá embora", disse um adolescenvens extremistas". Em Genebra, Navi Pillay, alta te sírio, que se identificou apecomissária das Nações Unidas nas por seu primeiro nome, para os direitos humanos, acu- Ahmad. Ativistas dizem que sou a Síria de tentar "submeter mais de 10 mil pessoas já foram sua população à subserviência" presas desde março. Dada a situação na Síria, o ao atacar manifestantes da oposição com francoatiradores, tan- governo turco decidiu criar

Mustafa Ozer/AFP

Tanques sírios cercam a cidade de Jisr al-Shughour, enquanto milhares de moradores fogem para a Turquia. Para barrar Assad, cerco ao programa nuclear.

Sírias descansam no campo de refugiados em Yayladagi, no lado turco da fronteira. A Turquia garante que as portas ficarão abertas.

civil, a Síria também sofre pressões da comunidade internacional por causa de seu programa nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) recomendou ontem que a Síria seja levada para o Conselho de Segurança da ONU por violar seus acordos de segurança, ao não informar sobre a construção de um reator nuclear. O texto formulado pelos EUA e por 12 de seus aliados recebeu 17 votos a favor, seis

ria", afirmou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que pediu ainda ao ditador sírio que cumpra com as reformas esperadas pela população. "Nossa inquietude só aumenta", disse Erdogan à imprensa, ao referir-se à situação no país vizinho. "Espero que o regime sírio dê passos urgentes a favor das reformas que tanto pede a população civil." Denúncia - Além das críticas contra a repressão à população

novos campos de refugiados por causa da previsão de novas chegadas. O campo Meia Lua Roxa, em Yayladagi, fronteira entre a Síria e a Turquia, tem capacidade para 3.500 pessoas. Ambulâncias também foram acionadas para o caso de chegarem feridos. Os dois países dividem uma fronteira de mais de 800 quilômetros. "Neste momento, não há dúvidas de que a fronteira ficará aberta para os refugiados da Sí-

contra e 11 abstenções, enquanto um país membro da agência, Mongólia, não estava presente na votação. A decisão é diferente do outro esforço de países europeus que buscam que o Conselho de Segurança condene o regime de Assad pela violenta repressão a manifestantes. Quanto a esse tema, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, ressaltou que não há consenso entre os 15 membros do grupo. (Agências)

AFP - 18/08/08

'Kadafi está com os dias contados'

O ex-braço direito da líder da organização, Hebe de Bonafini (acima), é acusado de desvio de fundos.

Luta histórica contra a ditadura

manos possuiria uma elegante chácara na Grande Buenos Aires, quatro iates, um automóvel Porsche, uma Ferrari, uma fazenda na província de Chubut e um avião Piper. Nesta semana, o subsecretário federal de Obras Públicas, Abel Fatala, tentou colocar panos quentes afirmando que os fundos fornecidos pelo governo Kirchner à Fundação Sonhos Compartilhados (nome da divisão da organização das Mães que constrói casas populares) foi totalmente destinado às obras. Asce ns ã o - Schoklender, que matou seus próprios pais há 30 anos, foi "adotado" por Bonafini nos anos 1990, quando saiu da prisão. Dali para a frente transformou-se

em seu braço direito e pilotou a transformação da organização das Mães – que começou a deixar de lado o foco dos desaparecidos da ditadura – em uma grande empresa que age nas áreas de educação, mídia e construção civil. Em troca do respaldo financeiro do governo Kirchner, Bonafini transformou o grupo em uma espécie de divisão encarregada de realizar constantes manifestações de respaldo ao governo. Bonafini, que antes tratava Schoklender como um filho, agora o chama de "ladrão" e "traidor". Passado - Exatamente 30 anos antes de protagonizar o escândalo de supostos desvios de fundos públicos, Sérgio Schoklender tornouse famoso ao assassinar seu pai e sua mãe, com a cumplicidade de seu irmão Pablo. Os dois jovens, que supostamente eram abusados sexualmente pela mãe, sempre negaram a autoria do duplo assassinato. (AE)

Hillary e Davutoglu (da Turquia) comemoram nos bastidores

tou ela, no terceiro encontro do chamado grupo de contato para a nação do norte da África. Diante do reconhecimento de Hillary e de mais de 20 ministros de Relações Exteriores, o órgão político dos rebeldes apresentou um plano de transição para a democracia caso o ditador seja derrubado do poder. O CNT, segundo o documento, descreve cinco fases da mudança: o conflito atual, um período de estabilização, um para a construção de instituições políticas, uma etapa de transferência de poderes e uma última

AFP - 13/11/10

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organização de defesa dos direitos humanos das Mães da Praça de Maio, que durante anos dedicou-se à busca dos corpos dos desaparecidos políticos da ditadura militar argentina (1976-83), está sendo atingida por seu primeiro grande escândalo de corrupção. O protagonista do escândalo – que promete afetar a imagem do governo de Cristina Kirchner, aliada das Mães – é Sergio Schoklender, exbraço direito da histórica líder da organização, Hebe de Bonafini. Schoklender e seu irmão Pablo foram denunciados na Justiça pelo suposto enriquecimento ilícito e de desvio de fundos públicos. As investigações feitas pela imprensa portenha, que foram aprofundadas pela Justiça, indicaram que Schocklender – que administrava fundos de US$ 300 milhões que o governo federal havia destinado às Mães – enriqueceu de forma exponencial. O militante de direitos hu-

AFP

Nem a ditadura abalou tanto as Mães da Praça de Maio

Susan Walsh/AFP

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ideranças ocidentais e árabes respaldaram ontem os rebeldes líbios pertencentes ao Conselho Nacional de Transição (CNT) e concordaram em prestar ajuda financeira de mais de US$ 1 bilhão para garantir as necessidades básicas da população do leste da Líbia. Durante uma conferência em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que o fim do regime de Muamar Kadafi é inevitável. "Os dias de Kadafi estão contados. Nós estamos trabalhando com nossos parceiros internacionais através do plano da ONU para o inevitável: uma Líbia após Kadafi", disse Hillary aos presentes, segundo trechos divulgados por assessores. O CNT é o "representante legítimo do povo líbio", enquanto Kadafi "perdeu toda a legitimidade para governar", acrescen-

de planejamento e gestão. O órgão reconheceu, contudo, a heterogeneidade da sociedade líbia, formada por diversas tribos, e garantiu que sua prioridade é a "coesão nacional" – incluindo as áreas hoje sob controle de Kadafi. O ditador líbio, porém, não dá nenhum sinal de que está disposto a renunciar, mesmo após quatro meses de guerra e dois meses da intervenção militar internacional. A ONU estima que entre 10 mil e 15 mil pessoas já morreram nos dois lados do confronto. (Agências)

Ruby, de 'ladra de corações' a mamãe.

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Ruby foi às festas 'bunga-bunga' de Berlusconi

jovem Karima el Mahroug, conhecida como "Ruby" e figura central no processo do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, acusado por incitação à prostituição de menores e abuso de poder, anunciou que espera um filho de seu namorado, Luca Rizzo. A jovem fez o anúncio através de uma entrevista exclusiva concedida à revista italiana Chi, que chegou ontem às bancas. Ruby assegura à publicação – propriedade da editora Mondadori, de Berlusconi – que não se arrepende de nada, ao ser questionada se há algo de sua vida que não voltaria a fazer. A jovem se encontra no centro do caso judicial no qual Berlusconi é acusado pelas supostas festas de índole sexual que realizava em sua residência nos arredores de Milão, no norte da Itália. A investigação do caso, que foi divulgado em janeiro, sustenta que a jovem recebeu supostamente dinheiro e presentes de Berlusconi em troca de manter relações íntimas quando ainda era menor de idade. (EFE)


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SEM CONTROLE A motorista do ônibus disse que tentou desviar de um carro, brecou, acabou derrapando e não conseguiu mais controlar o veículo.

idades

Ônibus sem controle cai de viaduto em ferrovia e é arrastado por trem no ABC Luiz Guarner/AE

O acidente ocorreu em São Caetano do Sul e as causas ainda são desconhecidas. Quinze pessoas do ônibus ficam feridas: a motorista Lilian Freitas e 14 passageiros. Segundo os médicos, os ferimentos de Lilian são os mais graves. Ela contou que um carro na contramão a fez perder o controle do veículo.

Ale Vianna/News Free/AE

Ao atingir o ônibus, velocidade do trem havia caído para 10km/h, reduzindo o impacto nos passageiros Monica Alvez/AE

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m ônibus intermunicipal perdeu o c o n t ro l e e m u m viaduto de São Caetano do Sul, no ABC paulista, às 9h40 de ontem, derrubou a mureta da via, caiu na linha férrea e, cinco minutos depois, foi arrastado por um trem da Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens M e t ro p o l i t a n o s ( C P T M ) . Quinze pessoas ficaram feridas – a motorista e outros 14 passageiros do ônibus. O veículo só foi removido cerca de três horas depois do acidente. A circulação de trens chegou a parar por uma hora, operando em apenas um sistema de trilhos. Seis das 15 vítimas continuavam internadas em hospitais do ABC até o fechamento desta edição. O estado mais grave era o de Lilian Souza Freitas, de 30 anos, motorista do ônibus. Ela sofreu contusão no tórax e traumatismo craniano leve, segundo a Secretaria da Saúde. No hospital, Lilian contou ao ex-marido Janduy de Souza Oliveira, de 38 anos, que perdeu o controle do veículo ao tentar desviar de um carro que trafegava na contramão. "Ela falou que foi tentar desviar, brecou, acabou derrapando e não conseguiu mais controlar o ônibus", disse Oliveira. A perícia vai investigar as causas do acidente. Perda de controle – Oônibus da Interbus – linha São Caetano do Sul (Vila Prosperidade)/São Paulo (Vila das Olarias) – seguia pela rua Felipe Camarão, no sentido da avenida Goiás,

Inquérito policial já começa a apurar as possíveis causas do acidente

Motoniveladora afasta ônibus acidentado dos trilhos da CPTM: 15 ocupantes do veículo ficaram feridos

quando perdeu o controle na entrada da curva que levava a um viaduto. O coletivo fez um ‘L’ e caiu sobre a linha férrea. Segundo o tenente Alves Moura, do Corpo de Bombeiros de Santo André, o veículo chegou a ficar pendurado no viaduto antes de cair. Enquanto alguns passageiros saíam pelas janelas do ônibus, o trem se aproximava. Pedestres começaram a acenar para o maquinista. "Umas 30 pessoas ficaram no viaduto tentando, desesperadas, fazer o trem parar. O condutor conseguiu reduzir a velocidade e só encostou (no ônibus)", disse José Onias Barros, de 65 anos, dono de um bar na esquina das ruas Rafael Sampaio Vidal e

Felipe Camarão, ao lado do local onde aconteceu o acidente. Segundo Francisco Pierrini, gerente de Operação da CPTM, o maquinista acionou os freios de emergência entre 150 e 200 metros de distância do ponto onde o coletivo caiu, no sentido Rio Grande da Serra. "Ele começou a parar assim que teve contato visual com o ocorrido." A velocidade da composição, que seguia a 60 km/h, baixou para 10 km/h quando atingiu o ônibus. Inquérito – A Polícia Civil em Santo André, no ABC, instaurou o inquérito que vai investigar as causas do acidente. Segundo o delegado plantonista do 2º DP de Santo André, Luís Fabiano Gagliato, o in-

quérito é de lesão corporal culposa (quando não há a intenção), por enquanto sem o agente causador definido. As investigações ficarão a cargo do delegado-titular Oswaldo Fuentes Júnior. As vítimas e testemunhas, inclusive o condutor do trem da CPTM, começarão a ser ouvidas já a partir desta manhã. "O maquinista vai ser ouvido pela manhã. Ele pode ser considerado o herói desta história. Se não fosse sua pronta ação, haveria vítimas mais graves tanto no ônibus quanto no trem", garantiu o delegado Gagliato. Todas as 15 vítimas do acidente vão ser chamadas para prestar depoimento no inqué-

Fotos de Agliberto Lima/DC

Em SP, frio recorde Com vento e chuva (fotos) São Paulo teve ontem a tarde mais fria do ano até agora. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas não passaram dos 15,8 °C. Até então, a tarde mais fria de 2011 na cidade havia sido a do dia 5 de junho, com máxima de 16,7 °C. Nos próximos dias, a temperatura deve subir durante a tarde e cair nas madrugadas. A previsão para hoje era de 11 °C na madrugada e 19 °C durante o dia. Neste fim de semana, as madrugadas poderão registrar 9 °C. A partir de hoje, choverá menos na Capital, de acordo com o Inmet. O dia começa nublado e o Sol aparece à tarde. No domingo as temperaturas poderão chegar aos 23 °C. (Agências)

rito. Além delas, uma testemunha do acidente, um motorista que trafegava atrás do ônibus quando este despencou, também será ouvido. "Ele já foi ouvido informalmente, mas pode acrescentar detalhes relevantes para a investigação sobre o que pode ter acontecido no momento do acidente", disse o delegado Gagliato. A motorista do ônibus, Lilina Souza Freitas, deverá prestar depoimento no hospital, assim que estiver em condições para isso, segundo o delegado. "O que eu posso adiantar é que ela é uma motorista experiente, com dez anos de profissão, e que a documentação dela está legal", disse Gagliato. De acordo com o delegado, foi feita uma perícia preliminar no ônibus no local do acidente, mas apenas uma perícia complementar com o veículo apontará se este apresentou al-

guma falha técnica ou mecânica que possa ter contribuído para o acidente. O laudo não tem prazo para ficar pronto. P ân i co – A C o m p a n h i a Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que o acidente ocorreu entre as estações Utinga e São Caetano. Houve pânico entre os acidentados. O cobrador do ônibus, Clóvis Santos Galdino Júnior, de 38 anos, machucou a perna e o braço no acidente e recebeu alta no início da tarde de ontem do Hospital Albert Sabin. "Foi muito pânico e desespero. A gente pensava que o ônibus ia explodir (depois da queda) e tentamos sair. No sufoco, quebramos o vidro de trás", lembrou o cobrador. Segundo ele, a motorista viu um carro na contramão e tentou desviar. "Chovia no momento e ela não conseguiu frear." (Agências)


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sexta-feira, 10 de junho de 2011

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11 Corremos o risco de ele sumir. Mas foi orientado pelo advogado que isso será pior. Nelson Guimarães Junior, delegado do DHPP

idades

USP: suspeito evoca 'ética do crime' e não delata comparsa

Enrique Marcarian/Reuters

Criminoso se entrega e diz que quem matou Felipe Ramos de Paiva foi seu comparsa. Depois de depor, foi solto.

Cinzas vulcânicas ofuscaram visão do Sol em Buenos Aires

Cinza vulcânica volta e impede voos no Brasil

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TAM anunciou ontem à tarde que decidira cancelar todos os voos programados para chegar e sair de Porto Alegre, até esta manhã, por causa do retorno das cinzas do vulcão chileno Puyehue sobre o espaço aéreo gaúcho. A Gol e a Azul tomaram a mesma decisão. No caso da Gol, estão suspensas também as viagens para Caxias do Sul. A TAM diz que os passageiros afetados serão reacomodados nas próximas opções de voos disponíveis, após a normalização da situação, e serão isentados de taxa de remarcação. Ao todo, oito voos da Azul foram cancelados, dos quais quatro previstos para esta manhã. A companhia informou que vai orientar os passageiros a remarcar a viagem para outra data. Já a Gol afirmou que está contatando clientes com passagens marcadas para providenciar a remarcação sem taxas ou o reembolso no valor integral dos bilhetes. Os clientes que viajaram ontem às cidades afetadas receberam orientação para permanecer no lo-

cal e procurar a companhia. Até o fechamento desta edição, a Webjet não havia divulgado informação sobre cancelamento de voo. O aeropor to de Por to Alegre funcionou ontem normalmente e, até as 19h, tinha três voos cancelados, de 88 viagens previstas, de acordo com a Infraero. Cinzas – A nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue, em erupção há sete dias, chegou ontem a Bagé (RS), segundo o CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea). A nuvem de cinza está entre o nível do solo e 7,5 km de altitude, o que significa que as aeronaves poderiam voar pela região atingida, mas não podem pousar, pois entrariam na nuvem. Terça-feira, as cinzas causaram o fechamento dos dois aeroportos de Buenos Aires, causando o cancelamento de voos entre Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Os voos atrasados foram retomados anteontem. Ontem, Buenos Aires amanheceu coberta pelas cinzas, que parecem areia de praia. (Agências)

I

rlan Graciano Santiago, de 22 anos, se entregou ontem à Polícia Civil e confessou participação no assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, ocorrido no dia 18 de maio no campus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, zona oeste da Capital. Por ter se apresentado, não ter antecedentes criminais e possuir endereço fixo, ele foi liberado e vai responder ao processo em liberdade. "Corremos o risco de ele sumir. Mas ele foi orientado pelo próprio advogado que isso será pior", admitiu o delegado divisionário do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nelson Guimarães Junior. "Etica" – Santiago sustenta que o autor do disparo que matou Felipe foi seu comparsa no crime. A alegando "ética do crime", ele se recusou a revelar o nome do outro criminoso. O acusado foi indiciado por latrocínio, roubo seguido de morte, embora o carro da vítima não tenha sido levado. Felipe foi rendido por volta das 21h no estacionamento da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA-USP). Segundo a versão do criminoso, o estudante morreu porque reagiu à tentativa de assalto. "Ele deu dois socos no meu companheiro e ia pegar a arma que estava na cintura dele para atirar em nós", afirmou. Na versão de Santiago, os dois resolveram procurar vítimas na USP depois de consumir drogas em uma boca de fumo perto da Favela São Remo, vizinha à Cidade Universitária. Os dois teriam se conhecido 15 dias antes do crime. Outra vítima - Uma hora antes de abordar Felipe, a dupla havia rendido uma porta-

Tiago Queiroz/AE

Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, se entregou ontem à polícia. Confessou participação, mas disse que não matou.

Reprodução

Reprodução

Câmera da USP mostrou suspeitos

Felipe R. de Paiva: assassinado

dora de necessidades especiais que estava em um EcoSport. Santiago afirmou à polícia que ele e o comparsa sentiram pena da vítima e decidiram escolher outro alvo. Com a mulher ao volante do EcoSport, foram até a FEA e o comparsa de Santiago abor-

dou Felipe. De acordo com o acusado, a deficiente, que ainda não foi identificada pela polícia, presenciou a morte do universitário. Depois do crime, a mulher foi obrigada a deixar os dois perto da São Remo e só então foi liberada. "Esperamos que

ela apareça para colaborar com a polícia. Terá total sigilo", afirmou o delegado Guimarães. Leite – Santiago disse que decidiu assaltar vítimas na USP porque o filho de 1 ano passava necessidade. "Precisava comprar leite, fraldas e roupas para ele", justificou, dizendo-se "arrependido" pelo assassinato. A polícia não sabe se seu comparsa tem passagem policial. Apesar dessa versão, o advogado Jeferson Badan disse que o crime famélico não será a linha da defesa. "Ele vai responder por latrocínio, mas tem direito de responder em liberdade. Vai pegar uma pena dura", disse. A pena por latrocínio (roubo seguido de morte) varia de 20 a 30 anos de prisão. "Mas o tempo cai se o autor se apresentar espontaneamente e confessar o crime", disse o defensor. (Agências)

Divulgação

TOMATE!

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ertamente os deuses da nossa natureza – Iara, Curupira, Pindorama, Caipora, Negrinho do Pastoreio – estão satisfeitos com Tomate, apelido de Lucas Francisco da Silva, de 9 anos. Fiel ao seu jeito vivo e alegre, Tomate participou animadamente da festa do Dia do Meio Ambiente no Capão Redondo, organizada domingo passado pela ONG N'atividade. Tomate fez este criativo cinzeiro a partir de uma garrafa pet para evitar que fumantes negligentes atirem bitucas no chão. Reparem nas caprichosas letras coloridas, que indicam, aliás, a profundidade do seu gesto aparentemente pequenino. O fato ganha peso maior se for considerado o seu cenário, um bairro de periferia, esquecido por Deus, como se diz.

AH, OS MONOTRILHOS... possível que, no futuro, os monotrilhos venham a participar da relação das obras mais complicadas que a Cidade conheceu, brilhando ao lado do Rodoanel, da nova pista da Marginal Tietê e do Itaquerão. O primeiro indício aflorou nos 22 km da linha que vai de Vila Prudente a Cidade Tiradentes. Descobriu-se que a capacidade de 13 mil passageiros/hora provocaria um congestionamento de gente na interligação com outros transportes. O problema foi resolvido com a concordância da canadense Bombardier em ampliar a lotação para 48 mil usuários/hora. Projetada depois que essa lição foi aprendida, a segunda linha – cujos trens ficarão a cargo da Scomi, de Singapura –, que ligará o Jabaquara ao Estádio do Morumbi, enfrenta complexas restrições ambientais. Nesse sentido, a licença concedida ontem não previne e nem elimina obstáculos que poderão surgir durante as obras. Existe uma lista de 50 tópicos a serem observados. Nossa experiência sugere que muita água ainda vai rolar sob esses monotrilhos, que ficarão a 15 metros do solo.

José Carlos Barretta/Hype

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SANTO ANTONIO

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julgar pela previsão de Frei Gilmar, pároco da tradicional Igreja de Santo Antonio do Pari, na próxima segunda-feira, dia do santo, pelas circunstâncias da data, ele vai necessitar de um reforço de cupidos para dar conta dos pedidos de casamento que receberá. "Segunda-feira é dia útil e aqui no Pari nós estamos em zona de comércio, onde trabalham muitas moças casadoiras", explica o frade franciscano. A suposição sobre a avalanche se baseia nos anos anteriores, quando o frei verificou uma crescente procura de consortes, aliás, com uma novidade: a participação masculina. "Não tenho números, mas o crescimento é visível, inclusive para eles." Mas frei Gilmar faz uma ressalva. "O santo não recebe apenas gente que quer casar. Vêm muitos romeiros, até de outros estados, que passam o dia conosco."

DE CAMISA 9 PARA CAMISA 9

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etrópole - Você perderia aquele gol em que Ronaldo, de cara para o gol contra a Romênia, chutou a bola nas alturas? Túlio Maravilha - Perderia, se estivesse fora de forma e sem ritmo de jogo como ele. Ali Ronaldo perdeu o tempo da bola. Metrópole - O que vem a ser isso, exatamente? Túlio Maravilha - A bola veio numa determinada velocidade descendente. Ele deveria se antecipar e bater para baixo, de peito de pé, em qualquer canto, e correr para o abraço. Mas quando ela chegou, Ronaldo estava se inclinando para trás, de modo que bateu para cima e a bola virou um balão. Mas ele sabe muito bem disso. Acho que, falando assim, estou ensinando o padre nosso para o vigário. Metrópole - Nem tanto, Túlio. Você tem uns 22 anos de camisa 9 e Ronaldo, só 18... Túlio Maravilha - Nem brinque. Devemos levar em conta que Ronaldo estava emocionado e ansioso para marcar. Isso atrapalha. Mas nos 15 minutos em que esteve em campo, a Seleção, no meu entender, jogou melhor do que nos 75 restantes. (Túlio Humberto "Maravilha" Pereira da Costa, 42 anos, 958 gols, 30 camisas diferentes, morador de Goiânia) Fernando Soutello/Folhapress


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12 -.LOGO

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A STRONOMIA

Cercados de bolhas magnéticas Imagens e informações captadas pelas sondas Voyager 1 e Voyager 2, da Nasa, mostram que o sistema solar está cercado de bolhas magnéticas, cada uma com mais de 160 milhões de quilômetros de diâmetro. Segundo os cientistas, as bolhas se formam à medida que o sol gira e se campo magnético se estende e retorce. As linhas magnéticas se cruzam e se reconectam, criando as bolhas. O achado é uma das primeiras descobertas dos astrônomos, , no mínimo, inesperado. A maioria das teorias sobre o campo magnético previa que este deveria se curvar em arcos, dobrando-se e voltando ao Sol. Agora cabe aos cientistas continuar coletando dados para refinar o novo modelo de bolhas. As áreas vermelhas e azuis na ilustração ao lado tentam reproduzir a aparência dessas bolhas.

Kerry Sheridan/Nasa/AFP

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Noah Seelam/AFP

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Pavão se exibe para o público no zoológico de Hyderabad, na Índia. O pavão é a ave nacional da Índia.

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Dia de Camões

S AÚDE L EILÃO

T EATRO

Ex-fumantes em forma

Reuters

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O casaco usado por Michael Jackson no vídeo 'Thriller' vai a leilão no dia 26 de junho, na Julien's Auctions, na Califórnia. A peça está estimada em US$ 200 mil a US$ 400 mil e será leiloada juntamente com outros itens do rei do pop. Parte do dinheiro arrecadado será destinada à Reserva Shambala, que abrigou os tigres que Michael tinha em seu rancho, Neverland, de onde se mudou em 2006.

M EIO AMBIENTE

Sem camelos, sem efeito estufa? Uma empresa australiana apresentou uma proposta inovadora contra as emissões poluentes: matar toda a população de camelos do país, já que seus gases contribuem para o efeito estufa. Cada camelo emite cerca de 45 kg de gás metano por ano, que equivale a 1 tonelada de dióxido de carbono. Embora seja considerada como uma missão impossível, erradicar a população de cerca de 1,2 milhão de camelos seria igual a tirar de circulação 300 mil carros que percorrem cerca de 20 mil quilômetros anuais. Por isso a companhia australiana Northwest Carbon propõe matar os mamíferos utilizando-se helicópteros e carros e

m grupo de cientistas norte-americanos identificou o mecanismo pelo qual a nicotina ajuda a controlar o apetite, uma descoberta que pode servir para desenvolver novos remédios para parar de fumar que não engordem e para emagrecer. No estudo, realizado com ratos e publicado na revista Science ontem, os pesquisadores descobriram que a nicotina ativa alguns neurônios do hipotálamo que avisam o corpo ter recebido alimento suficiente. A nicotina atua sobre receptores na superfície dos neurônios que são diferentes dos que desencadeiam a vontade de fumar, o que significa que "seria possível suprimir o apetite sem ativar os centros de re-

compensa do cérebro", afirma em uma nota a principal autora do estudo, Marina Picciotto, da Universidade de Yale. Picciotto lembrou que muita gente não larga o tabaco por medo de engordar. "Infelizmente, é certo que fumar evita que se engorde", afirmou. "Gostaríamos de ajudar as pessoas a manter seu peso ao parar de fumar e talvez também auxiliar os não fumantes que lutam contra a obesidade". Por acaso – A descoberta, fruto de uma pesquisa dirigida pela faculdade de medicina de Yale e que contou com a participação do Baylor College of Medicine, foi feita quando o pesquisador Yann Mineur estava estudando um potencial remédio antidepressivo que atua sobre esses

receptores e viu que os ratos que o tomaram comiam menos do que aqueles que não tinham recebido a droga. Ao averiguarem a causa, os cientistas viram que um subtipo específico do receptor de nicotina, o a3beta4, determina a quantidade de comida consumida, e que quando a nicotina se une a este receptor, são ativados os neurônios de proopiomelanocortina (POMC), que cortam o apetite e também aumentam o gasto de energia. Segundo os cientistas, o estudo abre a possibilidade de desenvolver novos tratamentos à base de nicotina para ajudar as pessoas a deixarem de fumar e a controlar a obesidade e alguns transtornos alimentares. (Efe)

Cíek Micha/AFP

depois processar sua carne para elaborar alimentos para animais de fazenda ou domésticos. Esta proposta está sendo avaliada pelo governo de Canberra como parte de seu projeto para a redução de gases poluentes no setor agrícola, explica o secretário legislativo sobre Mudança Climática, Mark Dreyfus. Os camelos também causam prejuízos anuais às colheitas avaliados em mais de US$ 10 milhões. Os camelos, cuja população se duplica a cada nove anos, chegaram à Austrália em 1840, vindos das Ilhas Canárias, e depois os colonos britânicos começaram a importá-los de Índia e Paquistão.

O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo homenageou ontem Jô Soares com o título professor honoris causa. O título é um reconhecimento a seu "perfil de artista completo, cujos diversos campos de atuação – humorista, ator, comediante, diretor, escritor, produtor e artista plástico – estão próximos" à instituição.

Partitura de Mozart descoberta

Três vezes Londres L

HAJA VINHO - A foto mostra a fachada da casa do pedreiro Miroslav Svoboda, 53, em Mutenice, pequena cidade a 230 km de Praga, capital checa de Praga. Apaixonado por vinho, a casa é decorada com 180 mil rolhas, que o pedreiro ganhou de um taberneiro.

Brincando de Les Paul O doodle do Google ontem, uma homenagem ao guitarrista Lester William Polfus, ou Les Paul, nascido em 9 de junho de 1915 fez muita gente se divertir. Interativo, o doodle permitia tocar músicas com o mouse ou o teclado. Cada corta da guitarra estilizada A TÉ LOGO

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tocha tem 80 centímetros e 8 mil buracos que simbolizam os corredores que farão o revezamento nas 8.000 milhas (12.874 quilômetros) do percurso. O desenho triangular simboliza os três jogos olímpicos realizados na cidade: 1908, 1948 e 2012.

Fábio Guinalz/Fotoarena/AE

M ÚSICA

O LIMPÍADA 2012

A tocha que percorrerá o Reino Unido até o estádio da abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Londres, em 27 de julho de 2012, não será nada leve para os 8 mil corredores que farão o "transporte". A peça pesa 800 gramas. Feita em alumínio pintado de dourado, a

Jô, professor honoris causa

A primeira edição de uma partitura que Wolfgang Amadeus Mozart escreveu com 8 anos de idade durante uma viagem a Londres foi descoberta por uma voluntária da ONG Oxfam em uma loja de roupas e objetos de segunda mão na localidade de Reading (sul de Inglaterra). A partitura contém uma dedicatória em francês à rainha Carlota, esposa de George III da Inglaterra, que reinou entre 1738 e 1820, e nela se mencionava o conteúdo: "Seis sonatas para clavicórdio". "É uma edição muito adiantada de Mozart", confirmou Simon Maguire, especialista de manuscritos musicais da Sotheby's, que a leiloará junto a outros objetos musicais em breve. L OTERIAS Concurso 642 da LOTOFÁCIL

representava uma nota. Um dos principais tópicos das conversas do Twitter ontem, o doodle ficou em primeiro lugar nos "trending topics" da rede so-

cial. os tuiteiros trocavam dicas e cifras de músicas para tocar no doodle. Desde as mais simples àquelas de Les Paul, Jimi Hendrix, Eric Clapton e outros.

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

Área escolhida para receber golfe na Olimpíada de 2016 sofre disputa judicial Meteorologistas dos EUA afirmam que fenômeno climático La Niña acabou

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13 GRÉCIA País anunciou, para os próximos cinco anos, plano de austeridade.

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APPLE Lançado há menos de 20 dias, o iPad 2 já está esgotado no Brasil.

Pequenas têm queda de 1,5% Após 18 meses de altas consecutivas, comércio e indústria de pequeno porte registraram baixa no faturamento no mês de abril. Sílvia Pimentel Mario Miranda/LUZ

Famílias estão menos otimistas com economia

Mudanças no Simples podem ocorrer neste mês

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Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) identificou uma queda de 6,4% na expectativa das famílias brasileiras em relação à economia em maio, em relação a janeiro deste ano. O Índice de Expectativas das Famílias (IEF) apurado em maio foi de 62,9 pontos, valor inferior aos 63,8 de abril. No entanto, o índice mantém a expectativa das famílias no nível de otimismo, que vai de 60 a 80 pontos. Os dados foram divulgados ontem pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, no Rio. Ele destacou que 56,19% das famílias estão otimistas em relação à melhora da situação econômica do Brasil nos próximos 12 meses. Entretanto, a proporção de famílias que prevê piora na economia aumentou cerca de 90% em relação a janeiro, alcançando 33,4% das 3,8 mil famílias pesquisadas em 214 municípios. "Do ponto Haverá acomodação de vista do crédito, há e as instituições espaço para financeiras políticas públicas de devem maior acesso reavaliar a ao crédito. concessão Por outro de crédito lado, há uma MARCIO elevação dos POCHMANN, IPEA que têm dificuldades para pagar as dívidas. Isso indica que haverá uma acomodação e as instituições financeiras deverão reavaliar a concessão de crédito", avaliou Pochmann em entrevista coletiva. Reflexo – Para o presidente do Ipea, os dados da pesquisa confirmam a tendência de desaceleração do consumo, reflexo das medidas recentes do governo federal. Por outro lado, destacou que a pesquisa do Ipea ainda mostra otimismo das famílias no longo prazo e no mercado de trabalho, tendo em vista que 76,4% dos responsáveis pelos domicílios declararam-se seguros em relação à manutenção do atual emprego. (AE)

A indústria paulista teve retração de 8,2% na receita do mês passado na comparação com igual período de 2010, segundo o Sebrae.

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pós 18 meses seguidos de expansão no faturamento, as micro e pequenas empresas paulistas fecharam o mês de abril no vermelho. Elas registraram uma queda real de 1,5% no faturamento na comparação com igual mês do ano passado. De acordo com a pesquisa mensal do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP), a receita no período totalizou R$ 25,5 bilhões, R$ 912 milhões a menos do que o montante obtido em abril de 2010. O setor de serviços foi o único que apresentou resultado positivo no período, com uma expansão de 3,2% na receita total. A indústria e o comércio tiveram, respectivamente, quedas de 8,2% e 1,6% no faturamento em abril. O diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, atribuiu o recuo a um conjunto de fatores, entre eles as medidas adotadas pelo governo para derrubar a inflação, que aumentaram o custo do crédito e o tornaram menos abundante. "Esse resultado negativo já era esperado, pois desde o início do ano temos observado que o setor industrial, especificamente, já não vinha tão bem como antes", avaliou Caetano. Sinal amarelo – A pesquisa do Sebrae apontou que as empresas localizadas nas regiões mais industrializadas apresentaram queda fortemente acentuada no faturamento. É

o caso do ABC Paulista, onde o recuo foi de 6%. "Acendeu o sinal amarelo. Ainda há espaço para crescimento, no entanto é preciso planejamento", alertou o diretor. Na contramão da indústria e do comércio, o setor de serviços ainda mantém a trajetória de avanço no faturamento, ao menos por ora. No acumulado entre os meses de janeiro e abril, o segmento registrou uma expansão de 12,2% na receita total, na comparação com igual período do ano passado. D i f e re n t e m e n t e d o q u e ocorre na área industrial, as companhias de serviços dependem menos de financiamentos, além de não concorrerem com os produtos importados. Esses fatores ajudam a explicar a boa performance no mês de abril. Acessórias – A alteração do cenário para as micro e pequenas empresas também foi motivada "por razões acessórias", de acordo com Bruno Caetano. São elas a base alta de comparação para o período e o efeito calendário. Em

abril de 2010, as micro e pequenas corporações haviam registrado um crescimento de 14,7% no faturamento sobre igual mês de 2009. Foi o melhor mês da história da pesquisa e o segundo melhor da série histórica, iniciada em 1998. Além disso, abril deste ano teve um dia útil a menos. Para atravessar esse período de turbulência sem traumas, o diretor do Sebrae recomenda aos empresários redobrar a atenção no processo produtivo, monitorar o capital de giro, que tende a ficar mais caro, e os custos de modo

geral, evitando o desperdício. Caetano explicou que para o controle do fluxo de receitas e despesas, o ideal é negociar prazos de pagamentos mais longos com os fornecedores. "Dessa forma, reduz-se a necessidade de tomar crédito", completou o diretor do Sebrae. Futuro – Apesar da piora do cenário, situação que pode se agravar com a alta, na última quarta-feira, de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), os micro e pequenos empresários continuam otimistas em relação ao futuro da economia e do seus negócios. De acordo com a pesquisa do Sebrae, 48% dos entrevistados acreditam na manutenção do faturamento nos próximos seis meses. Quantos aos rumos da economia brasileira, 49% acham que o nível de atividade deverá se manter daqui a seis meses. Na média entre os meses de janeiro e abril, a mesma resposta foi dada por 48% dos entrevistados. A pesquisa do Sebrae ouviu 2,7 mil empresários paulistas.

Andrei Bonamin/LUZ

Faturamento do varejo diminui 3% em abril

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comércio varejista da região metropolitana de São Paulo registrou queda de 3% no faturamento em abril, na comparação com março, segundo pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Na

avaliação da entidade, a queda resulta de uma depreciação gradual dos fatores que sustentam o consumo. Entre eles, a Fecomercio cita a elevação das taxas de juros médias cobradas do consumidor, o recuo na concessão de créditos e a variação negativa nas massas de rendimento.

Projeto de Lei Complementar 591/10, que altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, pode ser votado na Câmara dos Deputados em junho. Essa é a intenção do governo e da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa no Congresso Nacional. A informação foi divulgada ontem pelo secretárioexecutivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Cláudio Vignatti, após reunião com o presidente da frente, deputado Pepe Vargas (PT/RS), com o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, e com o secretário-executivo do Simples Nacional, Silas Santiago. "A ideia da presidente Dilma é que a votação ocorra nos próximos dias", disse Vignatti. A reunião tratou de pontos polêmicos e consensuais do projeto. A correção do teto da receita bruta do Empreendedor Individual de R$ 36 mil para R$ 48 mil, proposta pelo projeto, é um dos pontos que já tem sinal verde do governo, assim como simplificações para alteração e baixa desses negócios. O governo avalia a questão do parcelamento de débitos do Simples Nacional e sinaliza com essa possibilidade. Um dos pontos que ainda não está fechado é o aumento do teto da receita bruta anual das empresas para entrada no Simples Nacional, de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, além da correção da tabela de tributação das empresas. Há duas propostas em debate. Uma é o aumento do teto para R$ 3,6 milhões. Outra é a correção da tabela de tributação pelo índice da inflação no período em que o sistema entrou em vigor, em julho de 2007, até 2011, que é de 23%. Uma novidade é a possível permissão para que as micro e pequenas exportadoras possam exportar até o valor do teto do Simples sem serem excluídas. Assim, se o teto subir para R$ 3,6 milhões, elas poderão exportar mais R$ 3,6 milhões sem sair do sistema. (Ag.Sebrae)

Para a Fecomercio, as causas da queda são a alta dos juros, o recuo na concessão de créditos e a baixa na renda.

"Assim, o que se viu em abril foi uma concentração dos gastos em produtos essenciais, fator que influenciou positivamente as vendas nos supermercados, um dos únicos segmentos do comércio varejista a registrar impulso em relação a igual período do ano anterior," avalia a entidade.

Os setores pesquisados pela Fecomercio com maiores quedas no faturamento na comparação de abril com março foram lojas de material de construção (recuo de 35,7%), comércio automotivo (baixa de 18,3%) e lojas de móveis e decorações (queda de 15,4%). No período, houve

alta no faturamento entre as lojas de vestuário, tecidos e calçados (alta de 25%), lojas de departamentos (aumento de 12,8%) e supermercados (avanço de 6,8%). Já em relação a abril deste ano e igual mês de 2010, os maiores recuos no faturamento foram registrados em lojas de eletrodomésticos e

eletrônicos (baixa de 29,7%), materiais de construção (queda de 23,6%) e farmácias e perfumarias (recuo de 9,2%). No período, as maiores altas ocorreram em supermercados (aumento de 7,9%), comércio automotivo (alta de 3,9%) e lojas de departamento (avanço de 3,3%). (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

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15 Todos devem continuar tomando cuidado para não receber notas com tinta. Marcel Solimeo, da ACSP

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BC manda trocar notas manchadas Banco Central volta atrás e determina aos bancos, em nova norma, que o cidadão seja ressarcido caso saque notas manchadas com tinta antifurto. Divulgação

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Banco Central (BC) editou ontem norma que reorienta os bancos de todo o País a trocarem notas manchadas com tinta antifurto, que forem sacadas, inclusive em caixas eletrônicos, por cédulas novas. "Esse procedimento deverá ocorrer imediatamente após a apresentação da cédula à instituição financeira", afirma o texto da norma do BC. A medida anunciada ontem altera norma anterior da própria instituição que considerava as notas manchadas com tinta antifurto como inválidas. Portanto, o cidadão não seria ressarcido ao apresentar as notas manchadas aos bancos – em nenhuma hipótese. Essa norma deixava apenas a possibilidade de o cidadão abrir um processo se estivesse convencido de que a mancha não era consequência de roubo. Essa determinação do BC, no entanto, gerou reclamações de entidades de defesa do consumidor. A Fundação Procon de São Paulo disse ter informação de clientes que sacaram notas manchadas por acidente nos caixa eletrônicos. Explosão – A tinta rosa nas cédulas são de dispositivo que é acionado nos casos de roubos ou explosões dos caixas eletrônicos. Em São Paulo, na madrugada de ontem, mais um roubo, seguido de explosão, foi registrado em unidade de saque 24 horas instalada dentro de uma farmárcia. O BC informa que, no caso de saque em terminal eletrônico, a pessoa que se deparar com uma cédula marcada deve retirar um extrato imediatamente para comprovar o saque, dirigirindo-se ao banco para fazer a reclamação. Desta vez, o cidadão será devidamente ressarcido. (Agências)

Uma tinta rosa mancha as notas de real nos casos de tentativa de roubo ou explosões dos caixas eletrônicos. Mas algumas notas acabaram em circulação. O BC, no primeiro momento, disse que os bancos não iriam trocar as cédulas manchadas.

Cidadão não pode ser punido, diz ACSP. Ricardo Osman

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economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, considerou acertada a decisão do Banco Central (BC) que reorientou os bancos a trocarem, por cédulas novas, as notas manchadas com tinta antifurto que forem sacadas. "Não se pode transferir o prejuízo do problema para o cidadão. O

Confiança no futuro dos shopping centers

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patrulhamento ostensivo. "No momento, os comerciantes devem avaliar as vantagens e os riscos de manter os equipamentos nas lojas", disse Solimeo. "Eles ficam na expectativa de que o problema seja resolvido. E esperamos que seja." Solimeo reforçou que todos devem redobrar a atenção diante da possibilidade de notas manchadas estarem em circulação. "Todos devem continuar tomando cuidado para não receber notas com tinta."

CET quer mapa da logística Renato Carbonari Ibelli

das, uma das estratégias é criar promoções e ações diferenciadas para tornar o Dia dos Namorados (a ser comemorado domingo) uma data tão expressiva quanto o Dia das Mães. A previsão da Alshop para as vendas do Dia dos Namorados é de alta de 10% nas vendas sobre igual período de 2010. Mão de obra – Apesar dos números positivos, José Baeta Tomás, presidente do Grupo Sonae Sierra, composto por cerca de dez shopping centers no Brasil, avalia que o atual ritmo do crescimento das vendas é inferior ao observado nos últimos dois anos e, além disso, a falta de mão de obra qualificada para desenvolver os novos projetos acaba por tornar mais lento o avanço do setor. Em relação ao modelo de shopping center a ser adotado nos próximos anos no Brasil, Antonio Ruotolo, diretor do Ibope Inteligência, disse que os empreendedores terão dificuldades para construir e lançar grandes e tradicionais estabelecimentos por causa do encarecimento dos terrenos nas principais cidades do País. A solução talvez seja a construção de shopping centers específicos para cada perfil de consumidor.

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Companhia de Engen h a r i a d e Tr á f e g o (CET) sondará empresas de São Paulo para traçar um mapa da logística das cargas movimentadas na Capital. Essa abordagem deve começar no primeiro semestre de 2012, e as informações abastecerão um banco de dados que tornará viável a realização da primeira Pesquisa de Origem e Destino de Cargas de São Paulo, que deve estar pronta no início de 2013. A metodologia do levantamento ainda está sendo definida mas, segundo Mauricio Losada, gestor de trânsito da CET, até o final do ano ela estará pronta. O projeto terá aporte de US$ 2,1 milhão do Banco Mundial (Bird). Também serão consultados o varejo, a indústria e as empresas de serviços, a fim de que o levantamento também inclua os horários em que as cargas são recebidas, os dias em que são entregues e onde são armazenadas. Das cerca de 300 mil empresas do município, Losada acredita que 10 mil comporão uma amostragem adequada. "O importante é que as empresas privadas se envolvam

Estudo permitirá avaliar como é feito o transporte de cargas

no processo. Não queremos dados estratégicos, e o sigilo será respeitado", disse. As informações obtidas ficarão à disposição do público na web. Planejamento – A finalidade é localizar novas plataformas logísticas e terminais de carga, antecipar demandas de carga e seus impactos, e determinar custos logísticos, de estoque e administrativos. Para Losada, os dados possibilitarão que as políticas voltadas a logística sejam mais abrangentes. Nos últimos anos, as políticas de intervenção logística do poder municipal foram pontuais, limitando-se a restrições de horários e locais

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segmento de shopping center do País c re s c e r á c e rc a d e 10% em 2011 – sobre o faturamento geral do setor que foi em 2010 de R$ 93 bilhões. Os números indicam ainda que o segmento não foi afetado pelas medidas de contenção do crédito adotadas pelo governo federal e mantém vendas em bom ritmo. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping Center (Alshop), Nabil Sahyoun, e foi feita ontem, no segundo dia de realização da Brasilshop – Feira e Congresso Internacional de Varejo, que acontece no Expo Center Norte, na Capital. A Brasilshop termina hoje. Sahyoun continua otimista quanto aos rumos do setor, pois acredita que os shopping centers serão os últimos a serem afetados pelos impactos da política do governo. Ele disse que confia também na capacidade de reação do segmento, lançando promoções para aumentar as vendas caso haja retração no consumo. Eduardo Oltramari, superintendente do Shopping Total, de Porto Alegre, disse que, para aumentar as ven-

eletrônicos, por conta da insegurança nas grandes cidades, a qualidade das cédulas não é verificada na hora. "Em alguns locais, até por questão de segurança, a pessoa não confere o dinheiro, guarda no bolso e só vai perceber o problema depois." Inteligência – Segundo o economista da ACSP, o problema das notas manchadas pelo dispositivo antifurto deve ser resolvido com o trabalho de inteligência da polícia e com

Ciete Silvério

Paula Cunha

cidadão não é o culpado", disse Marcel Solimeo, referindo-se à medida anterior do BC que não previa o ressarcimento da pessoa que recebesse uma nota manchada com a tinta antifurto. "Um cidadão pode, de maneira inadvertida, receber notas manchadas", disse Solimeo. "Isso pode acontecer se a pessoa ou o comerciante não conferir o dinheiro com atenção." O economista destacou que, em alguns saques em caixas

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para a operação de veículos de carga. "As informações possibilitarão que a CET dialogue com outros entes públicos. Grande parte dos problemas do trânsito se origina em outros setores. Mudanças no uso e ocupação do solo afetam o tráfego, por exemplo", disse o gestor. A CET já tem um mapa com a origem e destino de passageiros – algo que, segundo Losada, tem ajudado o poder público a traçar estratégias de adequação de oferta de transporte coletivo. Nesse caso, a pesquisa é atualizada a cada dez anos. No caso de transporte de carga, pelo impacto na cidade, a ideia é que o levantamento seja atualiza-

do a cada cinco anos. Centros – Para o consultor Vernon Kohl, da VRK Desenvolvimento de Logística e Transporte, resolver o problema logístico exige mais do que o poder público tem feito até o momento. Para ele, uma das propostas a ser estuda é a criação de centros de distribuição de pequeno porte em diversos pontos da cidade. Eles receberiam as cargas à noite, que seriam redistribuídas em veículos menores. De acordo com Kohl, a criação desses pequenos centoros de distribuição permitirá a redução dos espaços de estoques nas lojas, já que as mercadorias poderiam ser armazenadas externamente. "É uma maneira de o comércio operar com mais eficiência. É um grande desperdício fazer estoque nas lojas, já que se perde espaço útil de comercialização em regiões de grande valor imobiliário." Kohl estimou que São Paulo movimente 30 milhões de veículos/km por dia – especialmente caminhões. Segundo ele, só a movimentação de cargas para construção civil mobiliza 1,5 milhão de veículos/km por dia. Mas o custo direto de transporte de carga é pequeno, algo em torno de R$ 2 bilhões por ano.


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Sempre tivemos muitas empresas valiosas, mas poucas marcas valiosas. Alejandro Pinedo, diretor-geral da Interbrand no Brasil

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DONA BARATINHA

BARBIE NA SPFW Barbie, que tem inspirado mulheres de todas as idades nos últimos 50 anos, serviu como fonte de criação para a nova coleção da Cia. Marítima, que será apresentada no desfile da marca, dia 16, na São Paulo Fashion Week. Trata-se de uma parceria entre a Mattel do Brasil e a grife de biquínis líder na América Latina. "A marca Barbie fez parte da vida de muitas meninas que hoje são mulheres de todas as idades e tornou-se um ícone fashion mundial. Nada mais natural do que nos aliarmos a uma empresa tão importante no universo feminino quanto a Cia.Marítima", afirma Érica Giacomelli, diretora de licenciamento da Mattel do Brasil. Faz sentido.

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Fotos: Divulgação

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brasileiro está investindo mais para gastar no futuro, como na fábula da Dona Baratinha, que só realizou seus desejos porque tinha dinheiro na caixinha e, com ele, acesso liberado a tudo. A conclusão dessa mudança de comportamento, especialmente para a poupança interna, está em pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência para a Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Segundo o estudo Radiografia do Investidor, o percentual de brasileiros que não realiza investimento é de 51%, ante 65% em 2005. A caderneta de poupança ainda é, de longe, o investimento preferido dos brasileiros. Hoje é usada por 44% deles, ante 35% em 2005. Mas o grande salto está em fundos de investimento, de 4% para 7%, e de previdência privada, de 2% para 7%. Foram realizadas 1 mil entrevistas telefônicas com a população de 18 anos ou mais das classes sociais A, B e C. A margem de erro é de três pontos percentuais, para cima ou para baixo. O presidente da Bradesco Vida e Previdência (BVP), Lúcio Flávio de Oliveira, destaca que o crescimento tem a ver com a longevidade, pois o brasileiro está vivendo mais e quer qualidade de vida no futuro. A BVP tem realizado em todo o País o Circuito de Corrida e Caminhada da Longevidade em todo o País, sendo que o próximo será na cidade de São José do Rio Preto (SP), no dia 26 deste mês. O objetivo é alertar para a importância de se preparar hoje para o amanhã, mantendo o corpo em forma, é claro aplicando e investindo no futuro. Em relação aos resultados da pesquisa anterior, de 2005, a pesquisa de 2011 observa uma participação maior da população casada em aplicações de fundos. Antes, eram 57% dos investidores. Hoje, somam 70%. Com relação à faixa etária, a presença de pessoas de 30 a 49 anos é hoje maior que em 2005, subindo de 45% para 57% dos investidores. O que reforça a visão do

presidente da BVP de que pessoas em pleno ápice de carreira costumam olhar o futuro e se preparar para manter renda e, sobretudo, patrimônio. Como ninguém aumenta a renda em proporções astronômicas como o, mais uma vez, ex-ministro Antonio Palocci, o brasileiro corre para aplicar e garantir seu futuro. As agências de publicidade comemoram essa mudança de cultura que cada vez mais força os bancos a investirem em publicidade. Itaú, Bradesco, HSBC, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal disputam esse brasileiro e oferecem produtos sob medida para que realizem sonhos. Os cartões de crédito reforçam também o seu cardápio de opções, ofertando seguro simples e desburocratizado para inúmeras operações. E se o brasileiro das emergentes classes C, D e E quer casa, ele também quer proteger o que tem dentro dela e o seu bem mais precioso, que é a vida. Tanto que Lucio Flavio de Oliveira ressalta também o aumento de venda de seguro de vida para morte acidental, já que todos estamos expostos a riscos. E aproveitando o bordão criado pela AlmapBBDO para o Grupo Bradesco Seguros, vai que... Melhor se prevenir, investir e deixar de herança uma boa apólice.

MÚSICA a serviço de um mundo melhor

O SOM DA VIDA Artplan acaba de lançar uma grande campanha para divulgar o projeto social "Por um Mundo Melhor", do Rock in Rio 2011, que neste ano completa 10 anos. Por acreditar que a música é fundamental na formação do ser humano, o festival quer mobilizar a população carioca para a doação de instrumentos musicais que ajudarão no desenvolvimento de centenas de jovens. Parceira do projeto, a atriz Fernanda Montenegro é a host da comunicação, que acontece até agosto e prevê sete filmes de 30 e 15 segundos com exibição em TV, spots em rádio e anúncios em jornal e na internet. A campanha apresenta o mote "Hoje, é você que pode mudar a vida de uma criança. Doe um instrumento e transforme o futuro de milhares de jovens" e traz ainda a participação das bandas Capital Inicial, Cidade Negra e Jota Quest.

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MODERNINHOS S/A BIQUÍNIS fashion para a Barbie

partir desta semana, internautas maiores de 19 anos de todo o País que acessarem o site www.nebacetin.com.br/jogodavida poderão fazer seu pedido e receber em casa o Jogo da Vida Famílias Modernas. A ação foi desenvolvida pela Nebacetin, do laboratório Nycomed, em parceria com a agência Santa Clara. Serão distribuídos 39 mil jogos. Detalhe: o jogo é para moderninhos. O clássico brinquedo da Estrela ganhou filho adotivo, gay, independente e toda gente diferenciada, que quer Metrô em Higienópolis. A ideia foi desenvolvida para reforçar o slogan do medicamento: "As famílias mudam. O jeito de cuidar não."

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epresentando 20% do mercado brasileiro de cuidados pessoais, o segmento "naturalidade" ganha um reforço com o lançamento da linha Seda Pro-Natural, da Unilever. Em três variantes, todas com extratos de origem natural, a linha inaugura para a marca a participação em iniciativas de incentivo à reciclagem. Com o lançamento, Seda passa a patrocinar as Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever, participando da expansão do programa para todas as lojas da rede. O projeto tem 110 pontos de entrega de materiais recicláveis, como as embalagens plásticas de produtos para os cabelos. Todo material coletado pelo projeto é doado a 27 cooperativas, gerando renda a mais de 500 pessoas.

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NATURAL para a reciclagem

Itaú é marca mais valiosa do País

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marca Itaú foi considerada a mais valiosa do Brasil em 2010, estimada em R$ 24,296 bilhões, segundo ranking da consultoria para estratégia e identidade de marcas Interbrand. O valor superou em 18% a avaliação feita no ano passado. O Bradesco ficou na segunda colocação, com uma marca calculada em R$ 13,633 bilhões e uma valorização de 10% em relação ao ano passado. A Petrobras ficou no terceiro lugar, com a marca avaliada em R$ 11,608 bilhões. Em seguida aparecem o Banco do Brasil e a Skol, com valores de R$ 11,309 bilhões e R$ 7,277 bilhões, respectivamente. Segundo o diretor-geral da Interbrand no Brasil, Alejandro Pinedo, essa foi a primeira

vez em que as cinco primeiras marcas colocadas no ranking são as mesmas do ano anterior. Itaú, Bradesco, Petrobras, Banco do Brasil e Skol representaram quase 75% do valor total das 25 maiores marcas, que de forma conjunta estão avaliadas em R$ 92 bilhões. "Essa concentração é um sinal de maturidade destas marcas e dos gestores responsáveis por elas. Sempre fomos um País com muitas empresas valiosas, mas poucas marcas valiosas. Aos poucos, este cenário vem mudando e as marcas brasileiras começam a atingir valores expressivos", disse. Na sequência do ranking estão Natura, Brahma, Vale, Antarctica, Vivo, Lojas Renner, Lojas Americanas, Embratel, Cielo, Cyrela, Caixa, Oi, Ban-

risul, Extra, Casas Bahia, Braskem, Pão de Açúcar, NET, Ponto Frio e Hering. Reputação – Outro ranking divulgado ontem também

destacou a presença das empresas brasileiras no cenário internacional. O Reputation Institute, entidade sediada em Nova York (EUA) que analisa a percepção que as companhias têm junto a seus diversos públicos de relacionamento por meio de uma metologia denominada RepTrack, informou que a Petrobras é a única brasileira a figurar em sua relação das 100 organizações com melhor reputação. A pesquisa avaliou a percepção sobre as empresas a partir de sete dimensões: Produtos e Serviços, Inovação, Ambiente de Trabalho, Governança, Cidadania, Liderança e Desempenho. As cinco primeiras do ranking colocadas foram Google, Apple, Disney, BMW e Lego. (Com AE)

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FAMÍLIAS mudam. O jeito de cuidar com Nebacetin, não.

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA EXTRATO DE ADITAMENTO CONTRATUAL PROCESSO Nº 104/09 - TOMADA DE PREÇOS Nº 06/09 CONTRATANTE: Prefeitura do Município de Andradina CONTRATADO: MC CONSTRUTORA E TOPOGRAFIA LTDA. Fica ajustado entre as partes que será aditado ao valor contratual a importância de R$ 66.845,93 (sessenta e seis mil, oitocentos e quarenta e cinco reais e noventa e três centavos). As demais cláusulas e condições dos contratos supra permanecem inalteradas. DATA: 08 de junho de 2011 JAMIL AKIO ONO - Prefeito

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA

DIÁRIO DO COMÉRCIO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

ECONOMIA/LEGAIS - 17

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: PREGÃO (ELETRÔNICO) DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 52/00163/11/05 OBJETO: FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE KITS LANCHE A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para Fornecimento e Distribuição de Kits Lanche. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 10/06/2011, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 27/06/2011, às 10:00 horas e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 10/06/2011, até o momento anterior ao início da sessão pública. JOSÉ BERNARDO ORTIZ Presidente

Processo nº 37/11 – Tomada de Preços nº 03/11 OBJETO: Contratação de empresa especializada para a execução de serviços de pavimentação asfáltica, tipo CBUQ, área de 26.049,11 m², construção de guias e sarjetas, área de 4.235,91 m, com fornecimento de materiais e mão de obra referentes ao contrato 331977-05/2010 – Ministério do Turismo, COMUNICA que fará realizar sessão pública para abertura e julgamento das propostas, relativas ao certame supra, na data de 17 de junho de 2011, às 10 horas, na Sala de Licitações, situada na Rua Dr. Orensy Rodrigues da Silva, 341, nesta cidade. Outras informações pelo telefone (18) 3702-1029. Andradina, 09 de junho de 2011. ADILSON DANTAS DA SILVA - PRESIDENTE DA CPJL

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINA EXTRATO DE HOMOLOGAÇÃO Processo nº 050/11 - Pregão nº 25/11 Objeto: Registro de Preço para contratação futura de empresa para fornecimento de tubos de concreto e materiais de construção, em conformidade com o Anexo I - Termo de Referência. Considerando a adjudicação constante da ata dos trabalhos da sessão pública de julgamento, lavrada pelo Sr. Pregoeiro, designada pela portaria nº 11.087/2011, de 04/01/2011; e a regularidade do procedimento, hei por bem, com base na Lei Federal nº 10520, de 17 de julho de 2002, HOMOLOGAR os itens do objeto licitado, às empresas: Andramix Concreto Ltda.-EPP (itens ganhos: 06, 09, 20, 22); Concresp Concretagem e Serviços Ltda. (itens ganhos: 07, 08); Concresp Mineração e Comércio Ltda.-EPP (itens ganhos: 21, 23); Copel - Engenharia, Indústria e Comércio Ltda. (itens ganhos: 01, 03); Fernando Rogério Martin-ME (itens ganhos: 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19); Noromix Concreto Ltda. (itens ganhos: 02, 04, 05). Andradina, 09 de junho de 2011. JAMIL AKIO ONO - Prefeito

PALHAGÕES PATRIMONIAL E PARTICIPAÇÕES S/A CNPJ nº10.570.982/0001-00 – NIRE 35.300.364.201 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 19 de abril de 2011. 1. DATA e LOCAL: Aos 19 dias do mês de abril de 2011, às 10,00 hs., na sede social localizada à Rua Pascal, 1310, Campo Belo, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 04616-004. 2. PRESENÇA: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os acionistas da Sociedade representando a totalidade do capital social. 3. CONVOCAÇÃO: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o par. 4º do artigo 124 e par. 4º do art. 133, ambos da Lei 6.404/76. 4. CONSTITUIÇÃO DA MESA: Presidente: Antonio Adelino Pereira Fernandes; Secretária: Alice dos Anjos Dias Fernandes. 5. ORDEM DO DIA: a) Tomar as contas dos Administradores, examinar e votar o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e as Notas Explicativas relativos ao exercício social findo em 31/12/2010; b) Deliberar sobre a proposta da Diretoria para a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31/12/2010; e c) Deliberar sobre a não instalação do Conselho Fiscal neste exercício. DELIBERAÇÕES: a) aprovadas, sem reservas ou restrições as contas dos Administradores, o Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e as Notas Explicativas relativos ao exercício social findo em 31/12/2010, os quais foram publicados em 07/04/2011, nos jornais: Diário Oficial do Estado de São Paulo, página 12, e Diário do Comércio, página 19; b) aprovada a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele órgão, de 14/02/2011, para a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31/12/2010. c) aprovada a não instalação do Conselho Fiscal neste exercício. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou o encerramento dos trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente em livro próprio, a qual, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e assinada por todos os presentes. ATA E PUBLICAÇÃO: A presente deverá ser publicada de forma resumida nos termos do art. 130 da Lei 6.404/76. DECLARAÇÃO: Declaramos que a presente é cópia fiel da Ata lavrada em livro próprio. JUCESP – Registro nº - 186.482/11-5 – Regina Bueno de Godoy – Secretária Geral.

Alvorada Cartões, Crédito, Financiamento e Investimento S.A. CNPJ no 74.552.142/0001-06 - NIRE 35.300.138.546 Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada em 7.4.2011 Data, Hora, Local: realizada aos 7 dias do mês de abril de 2011, às 10h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4 o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900. Presença: Compareceram, identificaram-se e assinaram o Livro de Presença os representantes do Banco Bradesco S.A., único acionista da Sociedade. Verificou-se também a presença do senhor Domingos Figueiredo de Abreu, Diretor, e do senhor Luis Carlos Matias Ramos, representante da empresa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes. Constituição da Mesa: Presidente: Julio de Siqueira Carvalho de Araujo; Secretário: Antonio José da Barbara. Convocação: Dispensada a publicação do Edital de Convocação, de conformidade com o disposto no Parágrafo Quarto do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Ordem do dia: I. tomar conhecimento dos Relatórios da Administração e dos Auditores Independentes, e examinar, discutir e votar as Demonstrações Contábeis relativas ao exercício social findo em 31.12.2010; II. deliberar sobre proposta da Diretoria para a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2010 e distribuição de dividendos; III. eleger os membros da Diretoria da Sociedade; IV. fixar o montante global anual da remuneração dos Administradores. Deliberações: I. tomaram conhecimento dos Relatórios da Administração e dos Auditores Independentes, e aprovaram, sem ressalvas, as Demonstrações Contábeis relativas ao exercício social findo em 31.12.2010, de conformidade com a publicação efetivada em 3.3.2011, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, páginas 133 a 136; e “Diário do Comércio”, páginas 7 a 9; II.aprovada a proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão, de 28.1.2011, para a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31.12.2010 e distribuição de dividendos, a seguir transcrita: “Tendo em vista que a Sociedade obteve no exercício social encerrado em 31.12.2010 lucro líquido de R$247.391.550,44, propomos que seja destinado da seguinte forma: R$12.369.577,52 para a conta “Reserva de Lucros Reserva Legal de 2010”; R$232.671.753,19 para a conta “Reserva de Lucros - Estatutária de 2010”; e R$2.350.219,73 para pagamento de Dividendos, o qual deverá ser feito até 31.12.2011.”; III. reeleitos membros da Diretoria da Sociedade, com mandato até a Assembleia Geral Ordinária de 2012, os senhores: Diretor-Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSP-SP, CPF 064.172.724/00; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/49; Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20; e Domingos Figueiredo de Abreu, brasileiro, casado, bancário, RG 6.438.883/ SSP-SP, CPF 942.909.898/53, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, cujos nomes serão levados à aprovação do Banco Central do Brasil, após o que tomarão posse de seus cargos, sendo que permanecerão em suas funções até que a Diretoria a ser eleita no ano de 2012 receba a homologação do Banco Central do Brasil e seja a Ata arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores reeleitos declararam, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil em virtude de condenação criminal; IV. fixado o montante global anual da remuneração dos Administradores, no valor de até R$60.000,00 (sessenta mil reais), a ser distribuída em Reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações tomadas, o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado, e encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata, que vai assinada pelo senhor Presidente, por mim Secretário, pelo Administrador, e pelos representantes do acionista e da empresa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes. Assinaturas: Presidente: Julio de Siqueira Carvalho de Araujo; Secretário: Antonio José da Barbara; Administrador: Domingos Figueiredo de Abreu; Acionista: Banco Bradesco S.A., por seus Diretores, senhores Julio de Siqueira Carvalho de Araujo e Domingos Figueiredo de Abreu; Auditor: Luis Carlos Matias Ramos. Declaração: Declaro para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. a) Antonio José da Barbara - Secretário. Certidão - Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob n o 201.983/11-4, em 31.5.2011. a) Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Nos Termos Provimento CSM CXC/84, Informamos que HOJE (09/06/ 2011) NÃO Houve Pedido de Falência na Comarca da Capital.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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e

sexta-feira, 10 de junho de 2011

No O'Malley's, os homens receberão uma rosa numerada e as mulheres uma camisinha também com um número. O desafio será achar o par e trocar os brindes.

conomia

Sabor de romance Uma boa refeição em um restaurante aconchegante, à luz de velas, com a companhia certa, pode funcionar como o melhor dos afrodisíacos. Aqui, algumas sugestões de lugares nos quais comemorar o Dia dos Namorados. Lúcia Helena de Camargo

Pizza ao som de piano, à luz de velas.

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restaurante Via Castelli lança o cardápio Afrodite, que será servido de domingo (12) até o dia 17. Entre os pratos, linguado grelhado com ervas ao molho agridoce de damasco e gengibre, acompanhado de risoto de shiitake e aspargos (R$ 125, serve duas pessoas); picanha grelhada fatiada, ao molho marsala, acompanhada de risoto de morangos e gengibre (R$ 118, também para duas

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esas iluminadas por velas, ao lado de um jardim vertical e música suave ao piano. O clima está pronto na Veridiana. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, a pizzaria está localizada em um casarão restaurado de 1903, em Higienópolis. E já que este domingo (12) é considerado dia de pizza, a comemoração se duplica. Os casais serão recebidos com uma taça de espumante como cortesia. A entrada pode ser a bruschetta tradicional – pão italiano com tomate, fatias de alho, azeite e manjericão (R$ 20). No cardápio, pizza Della Nonna, que leva lingüiça calabresa e mussarela e a Napoli in Carpaccio, feita com uma camada de carpaccio e parmesão sobre massa extra fina. Ambas a R$ 55. Para sobremesa, tiramissu (R$ 13), com creme mascarpone e calda de café. Rua Dona Veridiana, 661. Tel.: 3120-5050. Delivery: 3151-5533. www.veridiana.com.br.

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riozinho lá fora... Aconchego dentro de casa e uma xícara de chá pode ser a pedida para a noite. A Loja do Chá, localizada no Shopping Iguatemi, tem uma linha de produtos que prometem ajudar o casal a encontrar o equilíbrio e acender a paixão. A novidade é o chá ayurvédico Paixão orgânico, indicado para "fortalecer o lado sensorial e aumentar os estímulos da paixão". O chá contém alcaçuz, capim limão, pimenta, cascas de limão, hortelã e gengibre. Disponível em dois tipos de embalagem: com 20 sachês (R$ 39) e com dez sachês (R$ 20). A loja tem também canecas com motivos "Zen". Em vidro holandês, custa R$ 43; em porcelana alemã, R$ 89. A linha "cute" traz canecas com o tema gatinhos. De R$ 99 (apenas a caneca) ou R$ 160 (a caneca com infusor). A Loja do Chá. Tee Gschwendner. Shopping Iguatemi. Av. Brigadeiro Faria Lima 2232, terceiro piso, tel. 3816-5359.

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(180 gramas), ilustrada por Luciano Martins, inclui corações de chocolate ao leite recheados com creme de cereja e de chocolate branco recheados com trufa meioamarga. Custa R$ 29,90. Entre outros, há o Kit Sexy, caixa que inclui plaquinhas de chocolate ao leite com ilustrações em altorelevo de posições do Kama Sutra, creme de massagem comestível no sabor de trufa, um baralho Kama Sutra e dado strip tease. Custa R$ 42,90. www.cacaushow.com.br.

Flor de sashimi grátis

DC

Divulgação

hocolate é sempre um caminho rápido para o coração de algumas mulheres... Então, que tal presentear a amada com um chococolate recheado de brigadeiro da La Vie en Douce em formato de coração, para a sobremesa ficar mais doce? Criação da chef Carole Crema, a loja vende para o Dia dos Namorados os corações feitos com chocolate belga ao leite com recheio de Nutella (R$ 59), com farofa de avelãs e recheado de Praliné – brigadeiro de colher com crocante de castanha-de-caju, por R$ 49. Delicioso. Carole Crema, além de comandar a La Vie em Douce, também é chef executiva das redes de comida rápida Wraps e GoFresh, dá aulas na escola Wilma Kövesi de Culinária, apresenta o programa Cozinha Caseira, no canal Bem Simples, é autora do livro O Mundo dos Cupcakes (editora DBA) e co-autora de 400 g (ed. Cia Nacional). La Vie en Douce: Rua Pedroso Alvarenga, 514, Itaim Bibi. Tel.: 3078-1110. Rua da Consolação, 3161, Jardins. Tel.: 3088-7172.

Divulgação

C

fabricante holandesa de cervejas Heineken acaba de lançar no País um produto bem diferente de seu portfólio: o Beer Gloss, brilho labial dourado com sabor de cerveja e efeito refrescante. O produto, lançado no ano passado na Europa no Valentine's Day, chega ao Brasil como parte da campanha da cervejeira para o Dia dos Namorados. A ação de marketing tem como objetivo a interação em redes sociais, incluindo Facebook, Twitter e blogs. Os interessados em testar o brilho labial com gosto de cerveja devem acessar a página da Heineken no Facebook e usar o aplicativo para convidar amigas (ou amigos) a experimentarem o Beer Gloss em um dos estabelecimentos sugeridos. Ao chegar a um dos estabelecimentos, é preciso consultar o garçom para entender como adquirir o Beer Gloss, que estará disponível nos pontos de venda participantes da ação a partir de domingo (12) até o final dos estoques.

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om objetivo de criar novos casais durante a comemoração, o pub irlandês O'Malley's vai promover uma brincadeira entre os solteiros que visitarem a casa, oferecendo camisinhas para elas e rosas para eles. Na entrada, os homens receberão uma rosa numerada e as mulheres uma camisinha também com um número. O desafio será achar o par com o mesmo número e trocar os brindes. O novo casal irá receber um fondue de morango com chocolate. Para, segundo a casa, funcionar como afrodisíaco. A festa será ao som da banda Elemento Soul. Entre os outros pratos no cardápio, Shepherd’s Pie – escondidinho irlandês, composto de pernil de cordeiro picado e refogado com legumes, escondido embaixo de uma camada de purê gratinado (R$ 26). Para beber, cervejas de diversos países e marcas. A inglesa Organic Honey Dew custa R$ 26 a garrafa de 500 ml. O drink Sex on the Beach, R$ 17. Alameda Itu, 1529. Tel.: 3086-0780. Ingresso no Dia dos Namorados: R$ 10.

Doce coração

Beijo sabor cerveja

Cacau Show aposta no romantismo e sensualidade em forma de chocolate. Para a data, vende o Coração Artesanal Mensagem, que com 150 gramas de chocolate ao leite, traz a mensagem "Amo você". Preço a partir de R$ 15,90. O Coração Recheado Napolitano (260 gramas) tem casca de chocolate ao leite com 41% de cacau recheado com trufa de morango e é coberto com chocolate branco (R$ 25,90). Já a Lata Love Show Corações

Encontre seu par

Tadeu Brunelli/Divulgação

Wellington Nemeth/Divulgação

Chá para a noite fria

pessoas). Os pratos do menu Afrodite incluem bufê de saladas e frios, com 35 itens. E como opção de sobremesa, bananas flambadas no licor Drambuie, com sorvete de creme e calda de morango (R$ 19, igualmente para dividir entre duas pessoas). Para beber, talvez um vinho da adega, que dispõe de 120 rótulos. No jantar, há som de piano. Rua Martinico Prado, 341, Higienópolis. Tel.: 36622999. www.viacastelli.com.br.

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Menu Afrodite

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Chegou ao Brasil o Kia Cerato Koup, cupê de médio porte derivado do sedan Cerato. Com motor 2.0 litros, 156 cv e câmbio automático de seis velocidades ele custa R$ 79,9 mil.

Nº 371

DCARR CARRO ELÉTRICO Divulgação

Atenção ao dirigir o Nissan Leaf elétrico. O choque cultural pode ser forte. O silêncio pode fazer achar que perdeu o juízo. Mas seria uma delícia você perder o juízo assim.

Cuidado com o choque!!! CHICOLELIS

V

ocê entra no Nissan Leaf, um carro movido a eletricidade, e nada no seu interior, quer seja no seu painel, console central, portas, vidros e outros itens comuns a outros modelos, revela que se trata de algo diferente. Muito diferente. É como se fosse um veículo automático, com apenas dois pedais, botão de ignição, uma pequena alavanca no console central, painel digital... Então, quando você dá a partida vem aquela sensação de que alguma coisa aconteceu na sua cabeça. Cadê aquele ronco do motor? Onde foi parar a vibração que ele produz? E a fumaça do escape? Aí você acelera e ele anda. E arranca forte, melhor que muitos carrões por aí. É um verdadeiro choque cultural para quem dirige carros normais e está acostumado - e gosta - do ronco de seus motores. Ele atinge a máxima de 140 km/h. Ele é um hatch de porte médio com cinco lugares, motor CA síncrono de

grande resposta (80 kW), que gera 107 cv e um torque de 28,5 kgfm que dá sensação semelhante à de um motor V6 convencional na aceleração. À venda somente nos Estados Unidos, Japão e alguns países da Europa, o Leaf custa, nestes mercados, em torno de U$ 25.500 - com os descontos estabelecidos em cada país - e não tem previsão de ser colocado no Brasil, cuja legislação ainda não está pronta para atender a tudo o que o modelo exige, tais como mudança de leis na área de concessão de energia - aqui ninguém pode

revender aquela fornecida pela Eletropaulo, ou qualquer outra concessionária, ou política de consumo, como ocorre nos países onde ele é vendido. Por exemplo, quando ele tem suas baterias recarregadas após um determinado horário noturno, seu dono paga uma tarifa diferenciada. E nestes países também é possível "reabastecer" o carro elétrico em postos ou pontos específicos nas vias públicas. No Brasil, especialmente em São Paulo, um acordo entre a Prefeitura e a Nissan, para a introdução de veículos elétricos

RENAULT DUSTER

na cidade, recebeu na semana passada a parceria da Eletropaulo, mas é um projeto que deve levar muito tempo para virar realidade, em razão dos obstáculos legais existentes.

carro a combustão, que usa álcool ou gasolina. Em compensação, anda no maior silêncio e sem emitir um miligrama que seja de CO². A recarga pode ser feita em 8 horas, usando-se uma tomada de 220 volts, ou ainda ter 80% de carga em apenas 30 minutos, com um carregador de 400 volts. A bateria íon de lítio avançado tem garantia de 8 anos ou 160.000 km. No mais, é um carro normal, com som, faróis, lanternas, arcondicionado, direção elétrica (poderia ser outra?), capacida-

Como é - O Leaf é movido a bateria de íon de lítio, que lhe dá autonomia de 160 km com uma única carga (de acordo com dados da US EPA City Cicle), mas que depende muito das condições do tráfego e de como se dirige). Ele gasta muita energia no anda e para da cidade e isto prejudica sua autonomia, mais do que ocorre no

CELTA 2012

BRIGA ENTRE UTILITÁRIOS

Com preço partindo de R$ 26 mil, compacto rejuvenesceu

Renault Duster terá opção 4x2 e 4x4 e será fabricado no Paraná

A

Renault sabe que para manterse na quinta posição do ranking de vendas no Brasil precisará manter sua gama de produtos atualizada. Por isso, a montadora francesa está preparando a apresentação do utilitário esportivo Duster para o segundo semestre deste ano. O objetivo é aumentar sua participação de mercado por aqui, passando de 5% para 8% até o ano de 2016. O modelo será comercializado nas versões com tração dianteira e 4x4, ou seja, revelando ainda mais sua ambição de concorrer com o Ford EcoSport. Para isso, o Duster

de para transportar cinco pessoas e com manutenção mais barata que os normais: não tem gastos com velas, filtros, correias dentadas, válvulas, coxins de motor, escapamento ou catalizadores. Todas as agradáveis sensações tidas ao dirigir o Nissan Leaf se assemelham àquelas registradas em 1996, quando dirigimos, em Spring Hills, nos EUA, o primeiro modelo elétrico colocado no mercado pela Saturn, divisão da GM, o EV1, que vendeu cerca de mil unidades entre 1996 e 1999.

virá com motorizações 1.6 e 2.0. A marca vem ressaltando algumas de suas medidas como os 4,3 metros de comprimento e 1,8 m de largura, além de dados que o deixam em pé de igualdade com a concorrência: 221 mm de altura livre em relação ao solo e os realmente bons ângulos de entrada e de saída: 30 graus e 35 graus, respectivamente. Seu porta-malas terá a capacidade para até 475 litros. O Duster será produzido na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), com previsão de exportação para os países do Mercosul.

COM CHEIRO E CARA DE NOVO O compacto Celta, da Chevrolet, ganhou alguns pequenos retoques para manter as vendas do modelo aquecidas e sem perder mais terreno para Gol e Uno, pelo menos até a chegada dos novos modelos hatch e sedan que serão produzidos na fábrica de Gravataí (RS) e chegarão para substituí-lo, juntamente com o Prisma, dando continuidade à renovação de produtos da Chevrolet. A linha 2012 do Celta passa a ser oferecida nas versões LT e LS, substituindo os antigos acabamentos

Life e Spirit. O visual renovado já pode ser observado logo de "cara", já que o modelo ganhou uma grade frontal e passou a oferecer o para-choque na cor da carroceria, nas duas versões. Os faróis e lanternas passaram a contar com uma película escurecida (Dark Chrome), que garante um visual mais jovem ao compacto. O motor continua o mesmo, 1.0 Flexpower VHCE com 78 cavalos de potência e 9,7 kgfm de torque, com etanol, e 77 cv e 9,5 kgfm, quando abastecido com gasolina. O bastan-

te para deixar o veículo esperto nas ruas da cidade e para não passar vergonha nas estradas. Claro! Tudo, dentro de suas possibilidades. Internamente, o painel ganhou novas cores e foi redesenhado. Ficou bem mais jovial, mas o que surpreende é o novo volante, item que realmente merecia mais atenção pela Chevrolet e que deixou o modelo mais agradável por dentro. O carro está sendo comercializado com preço a partir de R$ 26.115, na versão LS, duas portas, e por R$ 29.364 na LT, quatro portas.


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PEQUENA PRODUTORA Do tamanho do Estado de Alagoas, a Bélgica produz 780 variedades de cerveja

urismo

VENEZA DO NORTE No noroeste da Bélgica, Bruges encanta por seus canais, ares medievais, chocolates e cervejas – eleitos entre os melhores do mundo

Kety Shapazian

Fotos: Kety Shapazian

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onhecida como Veneza do Norte, a pequena Bruges, no noroeste da Bélgica, é uma cidadezinha medieval encantadora. Com pouco mais de 110 mil habitantes, ela recebeu esse nome por conta dos inúmeros canais que a cercam ou a atravessam, além de fazerem a ligação com outras cidades da província de Flandres. Seu centro histórico é, desde 2000, Patrimônio Mundial da Humanidade. Segundo a Unesco, Bruges é um "excelente exemplo de assentamento medieval", tendo mantido sua característica ao longo da história, e possui exemplos "maravilhosos e únicos" da arquitetura gótica. Quer dois exemplos dessa arquitetura? O Campanário, do século XIII, abriga o carrilhão principal, composto por 47 sinos, e a 'Onze-Lieve-Vrouwe-kerk ' (Igreja da Nossa Senhora), com a maior torre de tijolos da Europa – 122 metros de altura. A cidade ainda apresenta as ruínas de uma fortaleza e moinhos às margens dos canais. Bruges parece uma espécie de Disneyworld para adultos. Em um cenário mágico, seu centro histórico lembra um parque de Orlando, com casinhas medievais, edifícios preservados e vielas estreitas por onde passam charretes carregando turistas. Mas tudo é autêntico. Outro must, é claro, é passear de barco pelos canais. Passado glorioso – Bruges (Brugge, em holandês) foi um importante centro comercial e industrial a partir do século XIV. A cidade produzia lã e 'inchou' de uma maneira que chegou a ter 200 mil habitantes – L o n d r e s n aquela época tinha apenas 100 mil. As italianas Florenç a e G ê n ova mantinham embaixadas comerciais lá, já que Bruges tinha uma movimentada bolsa de valores, construída em 1309. Pro d u to s d a indústria têxtil iam e voltavam pelo Canal Zwin, um acesso direto com o mar. Mas quando o Zwin, que h av i a s i d o o principal responsável por tanta prosperidade, começou a ficar obstruído por lodo, a cidade foi ultrap assada pela Antuérpia como o centro econômico dos Países Baixos. O baque foi gigantesco e rapidamente (ainda no século XIV), Bruges se transformou em uma cidade pobre e atrasada. Daquela efervescente indústria têxtil, sobrou a produção de rendas, uma tradição artesanal que ainda passa de geração para geração e é hoje um dos artigos mais comprados pelos turistas, ao lado dos chocolates, das frit-

Barcos e bicicletas (acima e abaixo) são meios de transporte em Bruges. No programa, inclua a Grand Place (ao lado) e o Parque Koning Albert I (à esq.).

Centro histórico (à esq.) é Patrimônio Mundial da Humanidade. Pelas ruelas, parada para ver a vitrine de uma das 100 lojas de chocolate (ao lado).

Nos bares e restaurantes a oferta de cervejas enlouquece. Prove a Grimbergen (detalhe), de origem trapista, que era feita em uma abadia em 1128.

tes (batatas fritas, servidas em cones de papel, acompanhadas de maionese) e das cervejas. Chocolates e cervejas – Os chocolates e as cervejas estão entre os melhores do mundo. Bruges tem mais de 100 lojas de chocolate e fica difícil escolher entre um ou outro endereço. Depois da segunda ou terceira loja, os produtos começam a se repetir. Portanto, dê

preferência aos fabricantes locais que ainda fazem o chocolate artesanalmente. Vale a pena conferir as trufas e os pralinés (bombons) da Spegelaere, na Rua Ezelstraat, 92. A chocolateria, uma pequena empresa familiar, chegou inclusive a ser citada em uma matéria no site da rede de TV norte-americana CNN como "uma das 25 razões para visitar Bruges".

Em todo restaurante, bar ou supermercado a oferta de cervejas é de enlouquecer antes mesmo de tomar o primeiro gole. A pequena Bélgica, do tamanho do Estado de Alagoas, produz nada menos que 780 variedades de cerveja. Aqueles que adoram uma gelada não podem deixar de visitar a Bierbrasserie Cambrinus (www.cambrinus.eu). Nesse ambiente familiar e tran-

quilo, onde o cardápio está talhado numa tábua de madeira, é possível experimentar a Westvleteren, rara cerveja trapista que se tornou um ícone mundial porque é vendida apenas no mosteiro onde é produzida. Dos 171 mosteiros trapistas existentes no mundo só sete produzem cerveja – seis na Bélgica e um na Holanda. São os únicos autorizados a marcar suas garrafas com o selo de autenticidade trapista, garantindo a origem monástica de sua produção. Outra ótima cerveja é a Grimbergen. Também de origem trapista, era feita na cidade de mesmo nome, no norte da Bélgica, numa pequena abadia fundada em 1128. Com a alta da demanda, no entanto, a comunidade monástica decidiu licenciar a microcervejaria Alken-Maes para aumentar sua produção.

RAIO X

COMO CHEGAR A maioria dos turistas faz bate-volta a Bruges para passar o dia. Paris, por exemplo, fica a apenas 1h25 de Bruxelas nos trens de alta velocidade Thalys. É preciso descer na estação Bruxelles-Midi e fazer baldeação para um trem regional que leva mais uma hora até Bruges. A passagem até Bruxelas pode ser comprada antecipadamente pelo site da empresa francesa SNCF (www.sncf.com) ou pela própria Thalys (www.thalys.com). A passagem de Bruxelas até Bruges é vendida apenas na estação. Os trens saem a cada 30 minutos. ONDE DORMIR A oferta de pequenos hotéis e pousadas é enorme e quase todos são encantadores. No site booking.com há mais de 140 opções. A diária do Grand Hotel Casselbergh (quatro-estrelas), bem no centro histórico, custa 132 euros, enquanto o cinco-estrelas Kempinski Hotel Dukes Palace (sim, um palácio de verdade) cobra 186 euros. Quem estiver à procura de uma opção diferente, pode dormir em um barco. A diária no Boat Hotel De Barge custa 118 euros. Todos os preços são para quarto duplo, com previsão de viagem em julho, mês de alta temporada. FAÇA AS MALAS Idioma: em Bruges (no norte do país), fala-se holandês (também conhecido como flamengo) e, no sul, francês. Fuso: quatro horas a mais em relação a Brasília.


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21 Fotos: Leandro Moraes/LUZ

os Dia dados or nam

Namoro à moda antiga Ricardo Osman

E

les passeiam nos parques, lado a lado, antes de qualquer intimidade. No sofá da sala, brincam sob a supervisão de

Nora, dois Golden um adulto. Estranhou cultura Retrievers, parecem algo? Este é um namoro reeditar as cenas de do mundo animal, que A Dama e o Vagabundo, acontece em lares da de Walt Disney. Capital. Nada a ver com a Alguns gatos terão onda do "ficar". Bruce e

d

comemoração especial no dia 12. Eles foram dados de presente em igual data, anos atrás. Hoje, formam um casal inseparável, ao lado dos donos.

Com a bênção da internet O

s cães Bruce e Nora se conheceram graças a um site de relacionamento na internet, exclusivo para os bichos. A dona de Bruce, a empresária Tatiana Florestano Nespatti, de 34 anos, que dirige a agência Ultra Viagens e Turismo, localizada no bairro da Vila Romana, em São

A empresária Tatiana Florestano, com o cachorro Bruce (à esquerda) e a colega Mel Guedes, com Nora (deitada no chão): dedicação ao universo afetivo dos animais.

Uma dupla fiel e amorosa

Paulo, resolveu buscar na internet uma companheira para seu cão. Tatiana acessou a página e inseriu fotos de Bruce e algumas indicações: golden retriever, de dois anos, pesando 30 quilos, educado etc. Um mês depois, recebeu no e-mail uma resposta. Do outro lado do mundo

virtual estava a solitária Nora, uma fêmea da mesma raça, de 23 quilos, e um ano e dois meses de idade, pronta para começar a namorar. A dona de Nora, a fisioterapeuta Mel Guedes, de 30 anos, e Tatiana descobriram que eram vizinhas na zona oeste da Capital e marcaram

encontro dos cachorros no Parque Villa-Lobos. "Nunca tinha entrado neste tipo de site. Mas faço o que posso pelo Bruce. No parque, foi amor à primeira vista", disse Tatiana, ao relembrar o encontro no final do ano passado. "O namoro de Bruce e Nora seguirá agora para o casamento. Não tem volta", acrescentou ela. Mel Guedes aprova o relacionamento: "Bruce e Nora se gostam muito, brincam o tempo inteiro", afirmou ela. "Estou feliz por ela ter um companheiro, porque em casa não temos outros cachorros." A fisioterapeuta disse que recebeu bronca do marido por ter entrado no site de relacionamento e marcado um encontro no parque. "Mas tudo valeu a pena. Hoje, nossas famílias são amigas", disse Mel Guedes. Todas as semanas, nesta fase de namoro, Mel Guedes deixa Nora na sede da Ultra Viagens e Turismo, aos cuidados de Tatiana. Ali, os animais correm, brincam e são vistos até em meio às mesas do escritório. A agência é uma área livre para cachorros. De vez em quando é possível ver, entre as brincadeiras, alguns corretivos que Nora dá em Bruce, quando este passa dos limites. Ela simplesmente mostra seus dentes. No próximo cio (período fértil) de Nora, previsto para o segundo semestre, os cachorros deverão cruzar e, quem sabe, no Dia dos Namorados de 2012, a família estará maior.

Newton Santos/Hype

O

s cachorrinhos Patrick, de quatro anos, e Nichole, de dois anos, são eternos namorados, segundo a dona da dupla, a médica Rober ta Amorim, de 41 anos, moradora do bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo. Eles são cães da raça yorkshire terrier, intactos (não castrados). O primeiro a chegar na casa foi Patrick. Depois veio Nichole, filhote. "Patrick é muito carinhoso com Nichole. Sempre deixa ela comer primeiro na hora da refeição e a ensina a namorar, dando beijos na orelha dela", disse a médica Roberta, casada com um colega de profissão.

Os cachorrinhos já ganharam o presente do Dia dos Namorados: roupinhas da última moda na Capital, feitas de cashemere – a azul é de Patrick e a rosa de Nichole. A dona da dupla acompanha de perto o romance e disse que já flagrou Patrick dando "um petisco saboroso" de presente para a namorada Nichole. "Patrick está sempre de bem com a vida, ao lado dela, não reclama de nada", afirmou. A médica pretende ter uma cria dos seus yorkshires, mas já considera a possibilidade de castrar os animais em seguida, conforme recomendam especialistas, para evitar problemas de saúde.

Nichole, à esquerda, e Patrick: roupinha de cashemere para os namorados yorkshires.


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UMA DATA PARA BICHO NENHUM ESQUECER

os Dia dados or nam Os donos garantem que seus animais amam e são felizes com o namoro, comemorado neste domingo. Já para especialista isso é pura fantasia.

Sonho da Disney

Ricardo Osman

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cultura

CONSUMO EM ALTA A época do Dia dos Namorados é um momento de vendas altas para as petshops, a exemplo do que ocorre, na dimensão humana, nos shoppings centers. "Donos de

s/Hype

escolhem os seus parceiros, pois têm vida afetiva, tanto quanto escolhem seus donos, dentro do possível", afirmou o estudante de medicina veterinária. "Quando Manuelita chegou, como presente no Dia dos Namorados, ela me escolheu. Por isso, ela só fica comigo em casa, e não com a minha esposa. Da mesma forma, Bruce fica com Suzana", disse Rogério. Segundo ele, a formação dos casais Manuelita e Aquiles e Bruce e Phoebe ocorreu de maneira natural. "A gata Phoebe não gosta de ficar perto do Aquiles e chega até a bater nele para afastá-lo se for preciso", contou ele. A família vai comemorar unida o Dia dos Namorados, sempre uma data inesquecível para Rogério, Suzana e seus quatro gatos persas. Segundo afirmou Rogério, os animais machos só são separados das fêmeas quando estas entram no cio (período fértil, em que aceitam a cobertura dos machos). Mas, no momento, ninguém ali quer ter filhotes pela casa.

cães e gatos correm para comprar presentes para seus bichinhos de estimação e para prepará-los para o dia", disse a empresária Patrícia Cicarelli, diretora e sócia da Simply Pet, uma petshop localizada na rua Tumiarú, próxima ao Parque do Ibirapuera, que atende clientes de maior poder aquisitivo. O frio que chegou esta semana à Capital também está ajudando a aumentar as vendas. Nos últimos dias, acabou o estoque de uma novidade na Simply Pet, as roupinhas de cashemire para os cachorros. Importadas, cada uma foi vendida a R$ 200. "O frio marca o começo da temporada de compras, por isso o Dia dos Namorados é uma ótima data para o comércio pet", afirmou Patrícia, que oferece no estabelecimento banho, tosa e hotel. "A novidade neste ano são as chapinhas que fazemos em cachorros peludos", contou a empresária. Ela prevê forte movimento na véspera do Dia dos Namorados. Entretanto, Patrícia Cicarelli observa que, na sua região, a tendência dos donos é de castrar os animais, machos ou fêmeas, como medida preventiva de doenças e para evitar o risco de terem ninhadas indesejadas em casa. "A maioria dos nossos clientes castra os animais. Hoje, os donos estão conscientes dos problemas de saúde ligados à reprodução", disse a empresária. A castração elimina a possibilidade de infecções no útero e do câncer de ovário. Nada mal para quem quer ter dois animais de companhia em casa e poder passear com eles tranquilamente pelo Parque do Ibirapuera sem correr o risco de ver a matilha aumentada.

Newton Santo

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s casais de gatos persas Bruce e Phoebe e Aquiles e Manuelita vão ter um Dia dos Namorados especial neste domingo. Seus donos, o estudante de medicina veterinária, Rogério Moraes, de 34 anos, e sua mulher, a musicista Suzana Moraes, de 30 anos, têm motivos para comemorar no apartamento onde moram com os bichanos, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Anos atrás, Suzana surpreendeu Rogério no Dia dos Namorados, dando a gatinha Manuelita para ele de presente. Depois, foi a vez de Rogério retribuir, comprando e dando de presente para a mulher Suzana, no Dia dos Namorados seguinte, o gatinho Bruce. Rogério e Suzana sabem que bicho é coisa séria, exige carinho e cuidados, e que não se deve comprar e dar de presente por impulso. Eles agiram, como ressaltaram, conscientes da decisão. Rogério é um apaixonado pelo universo dos gatos, um felino domesticado que encantou os faraós no Egito. No momento, Rogério cursa o quarto semestre da faculdade de medicina veterinária da FMU, no campus do Morumbi. Depois da chegada de Manuelita e Bruce, o casal resolveu adotar dois gatinhos persas (de abrigos superlotados), e assim desembarcaram no apartamento a fêmea Phoebe e Aquiles. Nos últimos anos, o curioso é que o gato Bruce formou um casal com Phoebe, e Manuelita com Aquiles. Rogério garante que os namorados não se misturam, e que as relacões são duradouras. "Acredito que os animais

Banho e roupas novas em dia especial

O casal de Yo rkshires é inseparável, se gundo a dona ,a médica Robert a Amorim. Ela garante que vi u Patrick (o m ais alto, na foto) da r presentes pa ra Nichole: "sab orosos petisco s".

Zé Carlos Barretta/Hype

Leandro Moraes/LUZ

O romantismo, projetado pelos donos.

Zé Carlos Barretta/Hype

O veterinário e professor da PUC Mauro Lantzman, ao lado de sua cachorra Teca.

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Suzana com Aquiles (branco) e Manuelita. Rogério está com Phoebe, em cima de Bruce. Suzana deu Manuelita de presente ao marido no Dia dos Namorados. Ganhou dele Bruce.

romantismo e os carinhos trocados pelos casais do mundo animal são em grande parte projeções dos seus donos, os seres humanos. "Os animais não namoram como imaginamos. A coisa é mais complexa. Eles têm preferências, mas cruzam quando a fêmea está no cio (período fértil) e aceita o macho. O objetivo é a reprodução", disse Mauro Lantzman, uma das maiores autoridades do País em comportamento animal. Lantzman é veterinário e professor de psicobiologia no departamento de psicologia do desenvolvimento, da faculdade de psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. Ele não vacila em afirmar, aos apaixonados por cães, que a cena em que a Dama e o

Vagabundo, personagens de Disney, comem juntos um espaguete só existe no cinema. "Os animais têm emoções e sentimentos, sabemos disso pelas evidências, mas a constatação não quer dizer que irão namorar e ser eternos parceiros", afirmou Lantzman. A meta principal das espécies é a reprodução. Portanto, o ritual de acasalamento não tem nada de romântico. Talvez, seja até prático demais. Segundo Lantzman, cães e gatos não são monogâmicos como imaginam alguns donos. Uma fêmea pode ter vários parceiros em único período de cio. Apenas alguns tipos de roedores e aves formam casais. São famosas as brigas de felinos no momento em que cruzam. "Há casos em que a fêmea de cachorro rejeita o macho e outros em que o macho rejeita a fêmea. Mas não

sabemos exatamente quais as razões desta rejeição, nem o que motiva as preferências dos animais", disse o professor de psicobiologia da PUC. "Isso são coisas subjetivas, de difícil estudo." Doutor em psicologia clínica, Mauro Lantzman recomenda a castração de animais domésticos para o controle da população e como medida preventiva em relação a algumas doenças. "A castração pode ser feita após o primeiro cio", disse o especialista, corrigindo mitos de que a operação alteraria a personalidade do bicho e acabaria com a agressividade de cachorros – o que não é verdade. No caso da agressividade, ajuda, mas não é solução para tudo. Ao lado de sua cachorra Teca, da raça Labrador, ele atende em São Paulo em clínica especializada no comportamento animal.


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cultura

Uma inquisição sobre a Inquisição Renato Pompeu

Q

uatro anos após seu lançamento original em inglês, chega ao Brasil, pela Objetiva, o livro Inquisição – O reinado do medo, do escritor, jornalista e filósofo inglês Toby Green, que tinha apenas 33 anos quando a obra foi publicada, mas já era bem conhecido por ter refeito a viagem de Charles Darwin e por ter escrito livros sobre a repercussão, na África Ocidental, do tráfico de escravos para as Américas. De certa maneira, Green se especializou, assim, em escrever livros históricos sobre acontecimentos cujas consequências se fazem sentir ainda hoje: as teses de Darwin ainda são polêmicas, os negros da África e da Diáspora ainda sofrem por causa da escravidão colonial – e a mentalidade inquisitorial continua bem viva em certos meios, como mostram, por exemplo, o machismo, a homofobia, e a mentalidade reacionária em geral. Green centra seu fogo na Inquisição na Península Ibérica, mais na Es-

panha do que em Portugal, e mostra como os regimes ditatoriais do general Francisco Franco e do economista António de Oliveira Salazar tiveram muito a ver com heranças, não da mentalidade inquisitorial, mas da mentalidade que os inquisidores queriam, e conseguiram, difundir entre as populações portuguesa e espanhola, mentalidade que sobrevivem entre vastos setores da Espanha e Portugal, e de suas antigas colônias, como o Brasil. Embora a Inquisição tenha sido fundada pelo papado já no século 12, para julgar e condenar hereges particularmente na França, como os chamados albigenses, precursores dos protestantes, foi a partir do século 15, quando a rainha Isabel de Castela e o rei Fernando de Aragão se casaram e uniram seus reinados no reino multinacional, ainda hoje existente, da Espanha, que a Inquisição assumiu sua feição clássica, que chegou até os inícios do século

19 e tem efeitos ainda hoje. Tanto o reino de Castela como o reino de Aragão haviam surgido no contexto da Reconquista, ou seja, o secular processo de recuperação, pelos cristãos, por meios militares, dos territórios na Península Ibérica que haviam perdido para o avanço muçulmano de berberes e árabes - coletivamente chamados de "mouros" – desde o século 8.o. Green demonstra que, até mais que o papado, os chamados Reis Católicos – Isabel e Fernando – é que estavam interessados na vigência da Inquisição. Pois o novo Reino da Espanha, além de abrigar diferentes etnias cristãs - os castelhanos, os catalães, os galegos, etc. - também incluía maciças populações muçulmanas e judaicas. Política e economicamente, os novos reis tinham ainda de se impor como autoridades centraliza-

doras, diante dos particularismos de tipo feudal então vigentes. Os judeus e muçulmanos tiveram de se converter ao cristianismo, mas como conversos e mouriscos, ou cristãos-novos e moçárabes, eram constantemente suspeitos de secretamente praticarem a religião de seus ancestrais. Green conta como o papado teve de atender os Reis Católicos, que podiam ou não ajudá-lo no confronto com os turcos. O primeiro inquisidor-mor da Espanha, o famoso Torquemada, havia sido formalmente nomeado pelo papado, mas na verdade era um agente dos monarcas que afastou do centro das decisões os inquisidores mais ligados ao papa. Além de combater os inimigos da religião, como os muçulmanos, os judeus, os protestantes (ou, mais exatamente, aqueles dentre eles que representa-

vam ameaças políticas ou econômicas), o objetivo também era atacar, até com torturas e condenações à morte pela fogueira, os católicos que fossem rivais políticos da monarquia centralizadora. Estes eram perseguidos, julgados e presos, por ditos pecados sexuais, como o adultério, a masturbação, o sexo antes do casamento ou o homossexualismo, ou por "bruxaria", atingindo-se ainda os maçons, livre-pensadores, etc. Se de um lado bastava, já bem depois de Torquemada, já avançados os séculos 16, 17 e 18, as autoridades eclesiásticas ou laicas quererem se livrar de algum rival, que sempre encontrariam algum "pecado" que praticamente qualquer pessoa pode cometer, para prender, julgar e condenar a pessoa, por outro lado isso desandou nem só os rivais políticos eram atingidos, mas categorias inteiras da população que se enquadravam como "hereges", "bruxas", ou "fornicadores".

Aos condenados à morte que se "arrependessem", se poupava o sofrimento da fogueira, aplicando-se neles o chamado garrote vil, sendo assim mortos antes de seus corpos serem queimados. Os que não se "arrependiam" eram queimados vivos com todos os requintes de crueldade. Embora o papado tenha usado, de forma mais branda, a Inquisição contra, por exemplo, Galileu Galilei, e para combater o protestantismo, e o famoso Índice dos Livros Proibidos tenha vigorado para católicos no mundo todo até os tempos recentes, o fato é que os efeitos mais cruéis foram sentidos em regiões dominadas ou influenciadas pela Espanha, como suas colônias nas Américas e na Ásia, Portugal e o Brasil, e ainda as regiões da Europa então por ela dominadas, como os Países-Baixos. Seus efeitos se fizeram sentir no arcaísmo secular dessas sociedades e se fazem sentir ainda hoje, como vimos. Green dá bem conta disso.

Corpos flutuantes Rita Alves Piu Dip

A Fotos: Divulgação

té o fim deste mês, quem gosta de dança tem uma bela oportunidade de apreciar tal arte no Centro Cultural São Paulo. Desde de maio, o local exibe o evento Semanas de Dança. O projeto abre espaço para profissionais da área mostrarem seu trabalho e ainda inclui na programação encontros e debates. Neste fim de semana, o palco está reservado para três grupos. Um deles, é o Núcleo Artérias, que traz Juliana Ferreira, Larissa Ballarotti e Nina Giovelli. O trio apresenta às 21h de sexta (10), sábado (11) e domingo (12) o espetáculo Fronteiras Móveis, com concepção e direção de Adriana Grechi. Tema? Incerteza, medo e vulnerabilidade sob a perspectiva do corpo. Câmeras instaladas nos corpos dos bailarinos, captam diversas imagens, manipuladas em tempo real. Os fãs de trabalhos solos tem a opção de ver a coreógrafa Naiá Delion, exibindo Use o Assento Para Flutuar, às 19h de sexta, sábado e domingo. Com colaboração de Flavia Meireles, Soraya Jorge, Fernanda Eugenio, mostra coreografia feita a partir da criação de um inventário. Nos mesmos dias é possível ver o palco repleto de bailarinos no espetáculo Ecos, da Cia. Fragmento de Dança. Com coreografia e direção de Vanessa Macedo, traz no palco Carolina Minozzi, Danilo Firmo, Jéssica Moretto, Priscila Lima e Vanessa Macedo, às 20h. A construção estética e dramatúrgica recorrente nos últimos quatro trabalhos da companhia, inspirados em mulheres (como Frida Kahlo e Virginia Woolf ), está presente também em Ecos.

Com Nelson e Teco: novo disco em show no Fecap.

Em um momento de colheita André Domingues

O

camareiro João Bosco - veja-se que nome musical! - deixa cenourinhas cortadas em cima da mesa e versos da própria lavra colados no espelho do camarim de Mônica Salmaso a cada vez que canta no Teatro Fecap. Ficaram íntimos nos últimos anos. Não é para menos: o teatro virou uma espécie de lar artístico da cantora, que está lançando lá seu novo disco, Alma Lírica Brasileira, junto aos também brilhantes Teco Cardoso, nos sopros, e Nelson Ayres, no piano. O ambiente familiar é importante, pois o clima tranquilo está no centro desse novo trabalho. "Agora, mais do que nunca, eu fiz um disco prazerosamente, preocupada em me divertir e fazer uma coisa bonita; não em ser perfeita", diz ela. O cultivo da espontaneidade é firme, e até mudou um pouco o canto clean de Mônica. Ficou mais dramático e ornamentado, às vezes transparecendo certo esforço. Perguntada sobre a mudança, ela conta que o relaxamento a fez abandonar a ansiedade de acertar todos os detalhes, ficando mais livre para se deixar levar pela emotividade das músicas. "Agora eu tenho mais segurança, como um padeiro que faz um pão bem gostoso sem ficar se perguntando, antes, se vai dar certo. É um momento de colheita. Tem experiências novas, sim - o som, por exemplo, é mais sujo -, mas o risco é meio calculado. Eu sei onde eu estou indo", explica. Embora o nome do disco indique uma proposta grandiosa, Alma Lírica Brasileira nasceu em ambiente descontraído. Foi uma simples proposta de show em formato pequeno que motivou a reunião com Teco e Nelson,

parceiros de longa data, e a criação do trabalho. "A partir desse trio fui pensando as músicas que cabiam, indo mais pelo prazer, sem pensar. Quando eu bati o olho, vi que tinha a ver com aquela tal alma lírica brasileira, aquela coisa de um tempo e uma experiência, como o artesanato, o bordado, o crochê, o tear...", conta. (Não por acaso, o material gráfico do disco é todo marcado por bordados de motivos florais.) A ideia de representar a "alma nacional" é algo que já pairava sobre o trabalho de Mônica há muito tempo. Afinal, o que mais se escutava em seu repertório eram canções que remetiam diretamente à expressão popular, desde os sofisticados afrossambas – traduções bossa-novistas da musicalidade afro-baiana feitas por Baden Powell e Vinícius de Morais –, até os singelos sambas-demorro e cantos de domínio público. Mais do que um programa estético da cantora, porém, a busca reflete um gosto pessoal. "Eu ouço essa expressão desde o começo da minha carreira, ficou muito marcada para mim. Sou muito urbana, paulistana, mas tenho uma curiosidade, um interesse, um grande afeto pelos interiores, um desejo de chegar nesses brasis", comenta. A temática eleita em Alma Lírica Brasileira estabelece vínculos inevitáveis com o pensamento nacional do passado. O disco traz, inclusive, uma bonita modinha do representante maior do nacionalismo musical brasileiro, Heitor Villa-Lobos: Melodia Sentimental. Ary Barroso, outro marco nacionalista, não entrou no álbum, mas sua Aquarela do Brasil bem poderia estar ao lado de parte das

escolhidas, como Lábios que Beijei, Cuitelinho, Meu Rádio e Meu Mulato, Promessa de Violeiro e Trem das Onze. Algumas reelaborações mais recentes da mesma questão também aparecem no disco: Noite e Veranico de Maio, de Nelson Ayres, Carnavalzinho (Meu Carnaval), de Lisa Ono e Mário Adnet, Derradeira Primavera, de Tom Jobim e Vinícius de Morais e Mortal Loucura, poema de Gregório de Mattos musicado por José Miguel Wisnik. Só duas músicas fogem, um pouco, ao tema do nacional: a folclórica chilena Casamiento de Negros, adaptada por Violeta Parra, que sinaliza para uma unidade latino-americana, e A História de Lily Braun, fox de Chico Buarque e Edu Lobo que, segundo a cantora, "está pelado, vazio, e isso traz uma identidade nossa; então não é um foxe, é uma música brasileira divertida!". É claro que Mônica Salmaso reconhece o peso tradicional das questões envolvidas em Alma Lírica Brasileira. Contudo, bem à sua maneira, aposta no trato relaxado para dissipá-la: "Tem um peso nessa ideia, mas logo no começo a gente bota aquele Samba Erudito, do (Paulo) Vanzolini, que é super divertido, e acabou-se a carga!". No final das contas, mais do que nos antigos programas nacionalistas, a brasilidade de Mônica se fia nessa atitude lúdica, despreocupada, inzoneira. Inzoneira? É claro! Se não for aproveitado nas vizinhanças do universo de Ary Barroso, o adjetivo pode cair em desuso...

Vitor Vieira

Mônica Salmaso - Alma Lírica Brasileira. Teatro Fecap. Av. Liberdade, 532. Tel. 3272-2277. Sexta (10). Sábado (11). 21h. R$ 80.

O solo Use o Assento para Flutuar, com Naiá Delion. E Ecos, da Cia. Fragmento de Dança. Espetáculos integram o evento Semanas de Dança, no Centro Cultural São Paulo.

Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel.: 33974002. Grátis. Ingressos disponíveis na bilheteria na semana de apresentação do espetáculo, de terça a domingo, das 10h às 22h.

9MM: novas emoções. Regina Ricca

O

episódio de estreia da segunda temporada da série 9MM: São Paulo (foto) que vai ao ar nesta terça (14), às 22, não vai dar refresco à audiência. Em O Amor é Lindo, ação, suor e lágrimas vão encher a tela de emoção e adrenalina. Inspirada em séries policiais americanas, como Law & Order e suas franquias, a brasileira 9 MM: São Paulo tornou-se um verdadeiro achado televisivo também porque encontrou a sua própria cara. A primeira temporada, que foi ao ar

entre 2008 e 2009, fez a Fox sair do décimo para o quinto lugar no ranking de audiência da TV paga no País. Inspirada livremente em casos policiais legítimos, 9 MM é dirigida por Michel Ruman e baseada em uma ideia original de Newton Cannito, Roberto d'Avila e de Carlos Amorim (autor do livro Comando Vermelho - A história Secreta do Crime Organizado, lançado em 1994). A produção é da Moonshot Pictures para a Fox International Channels.

A segunda temporada terá sete novos episódios, filmados integralmente em HD. O cenário, claro, continua sendo a cidade de São Paulo, onde acompanhamos a rotina incansável de policiais de uma Divisão de Homicídios da Polícia Civil. O sucesso do programa pegou

até os executivos do canal de surpresa. "9 MM foi concebida inicialmente como uma minissérie de quatro capítulos, mas o sucesso de audiência e de crítica fez com que ganhasse nove episódios extras e, agora, mais uma nova temporada", afirma Marcello Braga, diretor de marketing da Fox Channels do

Brasil. Os sete novos episódios de 9 MM custaram cerca de R$ 514 mil cada um. A série também já foi exibida na América Latina, no Japão, em Portugal e em alguns países da África. A nova temporada mantém os cinco protagonistas da trama – os investigadores Horácio (Norival Rizzo), Luisa (Clarissa Kiste), 3P (Nicolas Trevijano) e Tavares (Marcos Cesana, que morreu logo após o término das filmagens). Chefiando a equipe

está o delegado boa pinta Eduardo (Luciano Quirino). "Desta vez, os episódios vão focar mais no trabalho da equipe e na rotina da delegacia, conta em entrevista ao DC o produtorexecutivo da série, Roberto d'Avila. Segundo ele, se a temporada passada terminou com a imagem de união da equipe, desta vez os acontecimentos vão reverter esse quadro, com o desmembramento total do grupo. "Além disso, um fato trágico vai mudar o rumo de muitas histórias."


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fotos: Tadeu Brunelli/Divulgação

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cultura

Zé Carlos Barretta/Hype

Sem carne, mas com sabor. Lúcia Helena de Camargo Fachada do Banana Verde (alto), a chef Priscilla Herrera. E pupunha ao molho de ervas da horta, alho-poró e alho assado.

de grãos, feita com trigo rústico, nozes pecan, radichio, pepinos, figo turco e maçã verde, marinados em molho de hortelã, coalhada e azeite de dill. Ou ainda o carpaccio de abobrinha italiana, no qual as lâminas de abobrinha são pinceladas com molho de mostarda dijon e alcaparras, raspas de queijo pecorino, mini rúcula e pinoles. Acompanha pão integral, ao perfume de flores da estação. Forno à lenha Do forno à lenha saem pupunha assada lentamente (R$ 30), servida com molho de ervas da horta, alhoporó e alho assado, além das pizzetas (R$ 13). A massa finíssima é coberta por recheios como tomates secos, rúcula selvagem, ervas frescas, mussarela de búfala cremosa e azeite de tomilho; a

deliciosa abobrinha com queijo de cabra e perfume de alecrim, ou a pizzeta de cogumelos marinados no azeite de tomilho com vinho branco e pecorino e aquelas que levam uvas frescas, berinjela e aspargos no azeite trufado. Entre os risotos (R$ 30), o de arroz vermelho, pêras secas ao forno, gorgonzola, nozes pecan e shitake grelhado no azeite de ervas frescas; o risoto de arroz negro, aspargos frescos, azeite de limão siciliano e queijo brie; de cevadinha com alho-poró, pétalas de alcachofras salteadas, parmesão e coração de alcachofra grelhado em azeite de alho.

E ainda massas (R$ 25): fettuccine com legumes salteados em azeite de manjericão roxo ou integral com mix de legumes salteados em ervas frescas, além de tortelli de camembert e a flor de abóbora, uma deliciosa massa recheada com abóbora assada, azeite de sálvia, amêndoas tostadas e queijo pecorino, entre outras. Se prefere um sanduíche (R$ 15), ali eles também são feitos no forno à lenha. A versão ratatouille traz abobrinha, berinjela, pimentões assados com ervas e mozzarela de búfala; a marguerita é feita de tomates e lascas de azeitonas em azeite de manjericão, mussarela e parmesão. E entre os pães podem vir também aspargos refogados com tomilho, tomate seco e queijo brie ou cogumelos silvestres marinados com pecorino e mussarela. Para finalizar, peça uma fruta ao forno, uma banana assada, mousse de framboesa com chocolate meio amargo orgânico ou o cupuaçu brulée, diferente e saborosa versão do conhecido famoso doce francês. Todas as sobremesas custam R$ 10. Para beber, a melhor dica são os sucos orgânicos. E a casa ainda possui uma variada carta de vinhos. A responsável pela cozinha é a jovem chef Priscilla Herrera, que afirma buscar inspiração para criar as receitas no frescor dos ingredientes da roça e na fartura das mesas de fazendas. Nada de porco frito, mas ela garante o sabor com seus vegetais.

Armando Serra Negra

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morro ganha a sua praia! Às margens do Portal do Morumbi – condomínio pioneiro nesse tipo de moradia – a Avenida Marechal Hastinfilo de Moura emerge com grande vocação à gastronomia e boemia: não é mais necessário atravessar a ponte para comer, se divertir e namorar! Tal característica veio costeando aos poucos, primeiro com a pizzaria Mercatto, depois com a concorrente Camelo, a churrascaria Outback, o japonês Makis Place, a choperia Bananeira, e agora com o finíssimo cinco estrelas Atmosphere Bistrô e Bar, entrando na tábua das marés. "Abrimos como um café, mas o canto das sereias nos seduziu para a sofisticação", conta Anderson Padovani, um dos proprietários. Experiência em atendimento ele tem às mancheias, lançou-se ao mar com o sócio, Silvio Sallowicz, empresário de Turismo. Pós-graduado em hotelaria pela Eca-Usp, Padovani passou pelo Club Med de Trancoso, e com Sallowicz, carimbarou no passaporte as melhores receitas, das variadas rotas percorridas. "Bom exemplo são as minipanquecas com creme azedo (R$ 21), vindas da Rússia", oferece Padovani. De lá, também trouxeram o delicioso creme Juliénne de Kani (R$ 18), gratinado com creme de leite e parmesão, servido em pequenas cassarolas ferventes da marca Le Creuzet (que já dão água na boca). "Preparamos o Fish and Ships (R$ 37) como os marinheiros ingleses, substituindo o bacalhau pelo pangassus, peixe mais conhecido como linguado europeu", fisga o anfitrião. Ambiente distinto, um amplo terraço serve de passadiço aos fumantes, confortavelmente instalados às mesas, toldo retrátil permitindo vistas ao luar e ao cintilar da noite. Não se cobra rolha de vinhos e espumantes. Cai bem um atmosphere (rum branco, ouro, sucos de laranja e abacaxi, finaliza-

Na página 18 , mais opções para o Dia do s Namorados. Há chocolates com figuras do Kama Sutr a, cardápios que prometem ser afrodisíac os e balada para encontrar um par.

À esquerda, sanduíche de aspargos e queijo brie assado no forno a lenha, do restaurante.

do com lance de granadine - R$ 15); um bull vodca, tomado com canudo, para levantar âncora (red bull co m vodca R$ 19); um bloody mary (R$ 13) ao aportar; uma Itaipava 0% álcool (R$ 6) para o capitão. Tripulação impecável, a ala interna é ampla, pontuada de orquídeas. De uma lado, a biblioteca, um ou outro bibelô, papel de parede listrado, branco e azul; de outro, o balcão, poucos cadeirões, garrafas perfiladas, máquina de café: espresso (R$ 4); espresso duplo (R$ 6,00); espresso com chantily (R$ 6); com espuma de leite (R$ 4); cappuccino (R$ 7). Som lounge, cadeiras transparentes de policarbonato (design de Phillipe Starck) acenam para passageiros mais maduros. O leve charme inglês da decoração também remete à hora do chá, sugerindo uma happy hour sóbria e elegante: com minisanduíches de salmão defumado e presunto cru; mini quiches lorraine e funghi, trouxinha de ameixa com bacon, cestinha de pães com brioches, pão de ervas e torradas, acompanhadas de geleia de frutas vermelhas, manteiga e cream cheese; bolo de frutas secas, bolo de baunilha e minidoces variados - servido com prosecco italiano (R$ 98,00, para duas pessoas); com prosecco nacional (R$ 91); sem prosecco (R$ 78). À meia-noite de 11 para 12 de junho, cada casal receberá a cortesia de duas taças de espumante, melhor degustadas se com uma de merengue com morangos (R$ 14). Há algo mais romântico, a levar a namorada a navegar? Atmosphere Bistrô e Bar. Rua Marechal Hastinfilo de Moura, 233, Morumbi. Telefones: 3743-6039 e 3507-3549. Valet service: R$ 10.

Zé Carlos Barretta/Hype

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mantes de churrasco, atenção: este texto pode mudar seus conceitos! O restaurante Banana Verde serve pratos vegetarianos que dão água na boca de muitos carnívoros. Você come tomates, quiabos, brotos, folhas e pastas até o final da refeição e nem lembra do filé. A casa fica em uma esquina do bairro de Vila Madalena. No almoço, formam-se filas de espera na porta para o variado bufê. À tarde, a casa é procurada por quem quer tomar café, conversar ou comer uma pizzeta enquanto aproveita a conexão grátis com a internet. Na hora do jantar, o clima muda. Velas sobre as mesas dão o clima romântico, tornando o restaurante um boa opção para o Dia dos Namorados. O fogo do forno à lenha fica mais vivo no andar de baixo, tornando aquecido o ambiente das mesas ao redor. E o cardápio à la carte é a estrela. O antepasto (R$ 13) consiste em caponata de legumes assados com pesto de ervas, tomates secos marinados em azeite de manjericão, pasta de pimentões com algas, queijo de cabra tipo brie com pimenta rosa e pães integrais feitos na casa, no forno à lenha. Se preferir, peça uma burrata com com flor de sal (R$ 30), que leva queijo de búfala e raspas de limão siciliano, acompanhada de pães. Para entrada (R$ 15), vai bem o leve consomê de tomate com mini capelete, mussarela e manjericão ou uma das saladas. Entre elas, a salada morna, com endívia recheada com queijo borsoin ao forno, com mix de folhas, tomatinhos, cebolas, crutons, vinagrete de linhaça e redução de aceto balsâmico; ou então a salada

Boêmia sóbria

Banana Verde. Rua Harmonia, 278, Vila Madalena. Tel.: 3814-4828. www.bananaverde.com.br

Acima, minipanqueca com caviar e creme azedo. E o Atmosphere: "navegando" no Morumbi.

Custódio Mesquita Aquiles Rique Reis

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ustódio Mesquita (1910-1945) bem que merecia muito mais do que as poucas, embora sinceras e amorosas, homenagens prestadas quando do seu centenário de nascimento. Entretanto, dentre elas, um disco se destacou por conter treze das mais belas músicas do grande pianista e compositor: Junte Tudo Que É Seu... Canções de Custódio Mesquita em voz e piano (independente). Um projeto de Carlos Navas, cantor que dá sua voz às canções de Custódio Mesquita, prodigioso criador de melodias de rara delicadeza. Nesse que é o seu nono disco, o in-

térprete reforça sua característica de cantar canções românticas como um visionário prestes a morrer de tanto amar, de cantar como se sua voz acalentasse os versos, embalando-os em seus braços, trazendo para junto de si a melodia e dela se vestindo a rigor. Com um jeito malicioso de cantar, ele até tenta (em vão, diga-se) despistar o seu verdadeiro talento. Mesmo assim, por vezes, ainda podemos ser levados à falsa impressão de que sua voz é o que ela não é: ingênua. Muito embora demonstre não fazer a menor força para que tamanha inverdade salte à vista, sua voz embute o prazer do

canto, insofismável maneira de comprovar que estamos, isso sim, diante de um grande intérprete. Para dar asas à sua ideia, Carlos Navas entregou o piano aos dedos de Gustavo Sarzi. Ao piano juntou-se a voz, e juntos desaguaram em repertório exemplar: como Custódio Mesquita com Noel Rosa, Prazer em Conhecê-lo; com Mário Lago, Enquanto Houver Saudade, Mentirosa e Nada Além (esta tendo a

calorosa participação de Rosa Marya Collin); com Evaldo Rui, dentre outras, Como os Rios Que Correm Pro Mar e Nossa Comédia, a qual Alzira E emprestou sua voz inusual; e Custódio com Orestes Barbosa, Flauta, Violão e Cavaquinho, em bela versão apenas com piano. Ah, o piano e seu mosaico recortado, sobre ele bailam dedos travessos. Ora juntos, ora solitários, eles se movimentam em ritual pagão e se valem de fei-

tiço próprio para expandir o diálogo entre o real e o imaginário, criando sons martelados em preto e branco. Ah, a voz, poderoso instrumento capaz de criar momentos únicos, ela se achega, como quem não quer nada, e logo nos domina, nos levando ao êxtase, ao místico mundo das imagens. Voz e piano, dois a exaltar o incompreensível e a dar cara ao imponderável. Profana, a voz atrai o piano, em cujo leito branco os dedos se deitam em comunhão de carnes, ossos e tendões, em intenso movimento de voluptuosa sensualidade. A voz os vê entrelaçados, superpostos, e neles despeja sua

energia. E ao sentir que se afastam e respiram, para logo voltar a se roçar, pele com pele, a voz canta a eles por linhas tortas. Ah, piano, intenso instrumento, quantos arrepios sonoros já germinaste? Ah, voz, mágico encorajamento, quanta inquietude já geraste? Ah, meu Deus, que intensa força é essa que resulta da volúpia da voz e de dez dedos deslizando sobre os dentes de marfim de um piano? Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 10 de junho de 2011

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cultura

Os Vinhos da Suécia Carlos Celso Orcesi

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característica mais interessante de Estocolmo, stock (forte) da holm (ilha) de Helgeand é sua situação geográfica, espalhando-se sobre 14 ilhas do lago Mälaren, todas interligadas por pontes e viadutos que tornam curiosa a aparência urbana. A cidade original (Gamla Stan) tem ruelas, butiques e restaurantes, alguns raros abertos no domingo às 11 da noite, após o concerto do jovem pianista chinês Lang-Lang, no Kungliga Operan. Tomamos Borgonha e Bordeaux barato de corpo médio, até fecharmos o restaurante sob o olhar preocupado mas profissional de duas garçonetes loiríssimas que poderiam desfilar em qualquer passarela de moda. Embora o padrão de vida e a tributação na Escandinávia sejam altos, mesmo assim o turista paga pelo vinho algo como 30% mais barato que no Brasil. A diferença nem é esta; ao menos lá na Suécia, Noruega ou Dinamarca todos percebem que o dinheiro arrecadado volta para o cidadão em termos de benefícios sociais, estradas, transporte público e

saúde de primeiríssima qualidade. Pagar sem receber, eis o pior do Brasil! No capítulo dos aeroportos cidades como Oslo na Noruega (o aeroporto de maior densidade per capita de todo o mundo) e Estocolmo (população em torno de 1 milhão), têm aeroportos muito maiores do que São Paulo. Os terminais se espalham como ramos de uma árvore; chega a dar vergonha aqueles três terminais paulistanos e suas duas pistinhas paralelas iguais aos anos 1950. Esse pessoalzinho medíocre da Infraero deveria ser "condenado" a embarcar para Gardermoen (Oslo) e Arlanza (Suécia) para aprender. Desembarcar cedo, percorrer as instalações o dia inteiro e embarcar de volta ao Brasil no começo da noite! Não merecem conhecer as cidades. Como os assuntos mostram, vinhos não são o forte da Suécia. O que impres-

siona é a quantidade de bicicletas. Mais de 30% dos estocolmenses anda de bike de cima para baixo. Ao contrário de São Paulo ou qualquer outra cidade brasileira de algum porte, a Direção de Tráfico esta

investindo pesado para ampliar a infraestrutura do ciclismo urbano. Melhorar? Há pistas para pedestres e para bicicletas ao lado de todas as vias urbanas da principal ilha de comércio, a Sodermalm.

Num ponto Estocolmo se parece com São Paulo: a maioria dos restaurantes fecha na 2ª feira. Após algumas tentativas frustadas (um italiano que o hotel nos recomendou), fizemos reserva no F12, típico representante da cozinha artística que está em moda pelo mundo. Quase todo o restaurante estava ocupado, a maioria de executivos de terno escuro. A comida, se não chega a decepcionar, também não nos fez ajoelhar, como aconteceu no nº 1 do mundo, dois dias depois, o "Noma" de Copenhague. Interessante foi a conversa com o someliê, que pediu desculpas pela folga do chefe (era 2ª feira!). Contamos de nossa reserva no Noma, ele se disse amigo do someliê da Dinamarca, enfim a conversa fluiu em alto nível. "O que, são brasileiros? De São Paulo? Alex Atala é muito respeitado entre nós". E por aí enveredou a conversa, nada de futebol e carnaval que ninguém aguen-

ta mais as mulatas requebrando, e sim sobre a Amazônia e praias exóticas, dessas que os suecos sonham mais ou menos como nós sonhamos com a perfeição da sociedade escandinava. De que me lembro do F12? O someliê se empenhou em nos servir bem... e conseguiu. Em seis pessoas, após compararmos champagne branca e rose do mesmo produtor (Deutz) - simples mas ótima ideia - o someliê criativo nos induziu a comparar o Chatêau Smith Haut Lafitte 2001 (grand cru de Graves) com o segundo vinho do próprio castelo, o Haut de Smith 2004. Um mais jovem, o outro mais denso: como se vê críticos escrevem obviedades. A mesa inteira compreendeu porque um custava 100 e o outro 50! Terminei a noite pensando: além de Pelé e Ronaldo no futebol, temos Alex Atala na culinária. Lá na Europa o talento é reconhecido. Aqui no Brasil o esporte predileto é falar mal dos outros. "Eu não gosto de comida sofisticada" eis o resumo, sem nunca ter entrado pela porta do Dom.

Mario Del Curto/Divulgação

Mostra Barafunda traz desenhos de Sampa criados por Carcarah

Beleza caótica Rita Alves Divulgação

Festival de montagens vai até julho

Peças inovadores. No BB.

Andradas sob luz suja e raiada (nanquim, marcador, ecoline)

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caminho pouco importa. O que vale durante o trajeto rumo ao número 517 da rua Artur de Azevedo é observar a cidade. A contemplação diante da metrópole continua na chegada ao Cartel 011. É lá que está em cartaz até o próximo dia 18 a exposição Barafunda, do desenhista Carcarah. A individual do artista apresenta 19 trabalhos inéditos e outros cinco de seu acervo pessoal. Neles, o visitante vê desenhado o centro da cidade e seus habitantes. É possível encontrar, por exemplo, o recém demolido edifício São Vito, a avenida São Luiz, a Praça Roosevelt e a Rua Aurora. Também estão lá boêmios, cachorros de rua e outros personagens. Os trabalhos foram feitos com nanquim, caneta esferográfica e técnicas de aguada. Carcarah explica que escolheu retratar o centro por achá-lo o local mais autêntico da cidade, apesar de todo o charme do bairro da Mooca. "O centro parece ter uma unidade no meio de todo esse caos vertical desenfreado. Foi a partir dali, entre o Anhangabaú e a Glicério, que surgiu tudo isso, há 457 anos. Antes era tudo mato, uma grande planície resplandecente", diz. Nascido em Brasília, o artista já morou em Campinas, Londres e Bolonha. Hoje, ele vive na capital e se considera um paulistano. "São Paulo é magnetizante e acolhedora. Cruel, cara e competitiva durante o dia e, ao mesmo tempo, libertina e escorregadia à noite. É assim, cheia de adjetivos, enorme, inclassificável. Estou aqui há 13 anos, com alguns intervalos no exterior, e me sinto paulistano, tanto quanto todos esses meus amigos forasteiros. Detesto essa

urgência entupida, mas não consigo ficar longe dela por muito tempo." Apesar de todo o concreto, o desenhista enxerga outras cores na cidade, além do cinza tão característico para alguns. "São Paulo é carregada de cores e fios, mesmo que essas cores sejam imundas e cheias de poeira. A cidade é muito brilhante, com todas essas janelas, carros perolizados, semáforos e faróis. O Parque Dom Pedro e a Baixada do Glicério podem ser considerados cinzas, lembram aquelas zonas industriais da Europa. Apesar disso, na maior parte do ano, o céu aqui é azul." Carcarah conta que seu processo de criação depende da ocasião. "Meu processo de criação vai do momento. Faço muitas outras coisas além de desenhar, mas quando desenho, processo isso durante um tempo na cabeça, sem esboço nenhum, decido e crio no carro, no emprego, no bar. Até colocar a mão na massa". Em seguida, o essencial é a solidão caseira. "Geralmente isso acontece de madrugada, enquanto minha mulher dorme, meus vizinhos também, quando meu telefone não toca e a metrópole está mais quieta. Nesses instantes, consigo me concentrar mais e me curvar na prancheta durante horas e horas seguidas. Preciso de música sempre, ela me conduz." Cartel 011. Rua Artur de Azevedo, 517, Pinheiros. Tel.: 3081-4171. Grátis.

Sérgio Roveri

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urante quatro fins de semana e sempre com ingressos gratuitos, o público paulistano poderá ter contato com quatro inovadoras experiências teatrais vindas de Portugal, Uruguai, China e Espanha. As peças integram a terceira edição do MIT - Mostra Internacional de Teatro, que será realizada a partir desta sexta (10), no Centro Cultural Banco do Brasil, que estabeleceu uma parceria artística com o Filo, o Festival Internacional de Londrina. Eclética, a mostra, que prossegue até o dia 3 de julho, abre espaço tanto para os silêncios e os questionamentos presentes na obra do cineasta sueco Ingmar Bergman quanto para o colorido lúdico dos espetáculos de bonecos e marionetes. Com exceção da montagem vinda de Portugal, as

outras três serão apresentadas com legendas em português. A mostra será aberta nesta sexta (10) com a versão teatral do encenador português João Canijo para Persona, Quando Duas Mulheres Pecam, um dos clássicos de Bergman, lançado em 1966. Interpretado pelas atrizes Katrin Kaasa, Teresa Tavares e Anabela Moreira, no espetáculo Persona, Ingmar Bergman focaliza a relação entre Elizabeth Vogler, atriz que resolve parar de falar, e a enfermeira Ana, encarregada de cuidar dela na clínica em que foi internada. De quinta a domingo da semana que vem, a mostra ganha um tom político com a chegada do espetáculo uruguaio Cuestión de Princípios. A diretora Patricia Yosi coloca frente a frente um líder sindical

dos anos de 1960 e sua filha, uma jovem escritora de sucesso. Separados fisicamente e também por questões ideológicas, os dois tentam ajustar as contas quando o sindicalista pede para que a filha transforme em livro o calhamaço de memórias que ele anotou nas últimas décadas. Vem da China (com produção suíça) a terceira atração da mostra. Apresentado entre os dias 23 e 25 de junho, Hand Stories é um espetáculo de marionetes protagonizado pelo mestre chinês Yeung Fai. Dispensando o uso de palavras, Fai mostra a história das mãos que praticam a arte do fantoche – uma habilidade transmitia de geração a geração. A organização do evento se refere a Hand Stories como o mais intimista dos espetáculos da

mostra. O encerramento, entre os dias 30 de junho e 3 de julho, fica por conta da trupe espanhola Cia Bambalina Teatre Practicable, com uma inusitada versão do clássico Dom Quixote para bonecos. Em Quijote, espetáculo que roda o mundo desde 1992, a companhia lança mão de apenas dois bonecos, uma mesa e seu tradicional jogo de luz e sombra para contar o épico de Cervantes. Mostra Internacional de Teatro. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, Centro. Tel.: 3113-3651. Quinta a sábado. 19h30. Domingo. 18h. Ingressos gratuitos distribuídos uma hora antes do início dos espetáculos.

Visão lírica dos despossuídos

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ançado em 2009, o livro O Fio das Missangas ajudou a perfilar o nome do moçambicano Mia Couto, 55 anos, entre os mais sensíveis escritores da língua portuguesa. Composto por 29 contos breves, o livro faz um retrato extremamente lírico de pessoas despossuídas de bem, mas pródigas de sensibilidade e lembranças. São almas que, na visão carinhosa de Couto, valem tanto quanto uma saia amarrotada ou um fio que atravessa as pedras de uma bijuteria. Passariam em branco pela vida, não tivessem sido resgatadas pela literatura. Os atores Bruna Bressani e

Pedro Lopes, que foram integrantes do grupo Folias D'Arte, selecionaram sete dos 29 contos para compor o espetáculo O Fio das Missangas, que entra em cartaz nesta sexta, 10), no prédio da Funarte. Mais que dramatizar os contos de Couto, a peça pretende estabelecer uma ponte imaginária entre Brasil e Moçambique para assim analisar qual destino coube a cada uma dessas excolônias portuguesas.

O Homem Cadente, um dos contos estudados pelos adaptadores, deixa claro, logo em suas primeiras linhas, um quê de Guimarães Rosa na obra do moçambicano. "Me aproximava do prédio e já me aranhava na multidão. Coisa de inacreditar: olhavam todos para cima. Quando fitei os céus, ainda mais me perturbei: lá estava, pairando como águia real, o Zuzé Neto", diz o narrador, tentando descrever o corpo de um suicida

que plana pelo céu sem jamais atingir o solo. No espetáculo, histórias como estas são narradas por um artista e um andarilho presos em uma trincheira simbólica, ao longo de uma noite em que se escondem de atentados promovidos por perigosos bandos vindos de todos os lados. (SR) O Fio das Missangas. Sexta (10). Sala Carlos Miranda da Funarte. Alameda Nothmann, 1058. Tel.: 3662-5177. Sexta, sábado. 21h30. Domingo. 20h30. R$ 20.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tricotadas urbanas Fotos: Divulgação

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cultura

Kety Shapazian

Mulheres estão fazendo arte com linha e agulha. O yarn bombing, ou grafite de tricô, invade ambientes urbanos e leva um pouco de calor e cor a postes, corrimões, estátuas e até automóveis. Amanhã, sábado (11), é o Dia Internacional do Yarn Bombing.

by ArtYarn

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Em Londres, cabine 'bombardeada'. 'Deadly Knitshade', do Knit the City e do Whodunnknit, lutou contra o câncer com agulhas de tricô. Jeff Christenson

Jeff Christenson

O corrimão decorado pelo Yarn Bombing, em Vancouver (Canadá).

Tricoteira canadense do Yarn Bombing em ação by ArtYarn

Acima e à esquerda, intervenções do ArtYarn, da inglesa Rachael Elwell. E os bichinhos de 'Deadly Knitshade' posam com a Tower Bridge ao fundo. "Os londrinos adoram e levam embora." Brad Bunyea

Brad Bunyea

Brad Bunyea

by ArtYarn

Jeff Christenson

O Mini do Knitta, Please (no Texas) foi fazer um passeio e acabou num churrasco no parque.

Árvores tricotadas pelas americanas do Knitta, Please.

A lã do ArtYarn esquenta e colore o ambiente

Livro das canadenses Leanne e Mandy

or esta, ninguém esperava. O tricô e o crochê saíram da condição de atividade manual da vovozinha – com todo respeito – e ganharam as ruas de várias cidades ao redor do mundo. Batizada de yarn bombing (bombardeio do fio, literalmente), a intervenção artística colorida e aconchegante é considerada a versão feminina do grafite. O movimento ganhou até uma data – amanhã, sábado (11), será comemorado o Dia Internacional do Yarn Bombing. "Muitos artistas do grafite de tricô vão marcar suas intervenções com uma etiqueta especial. Nós vamos decorar uma estátua aqui em Vancouver", contou, por email, Leanne Prain, que, ao lado de Mandy Moore, lançou o livro Yarn Bombing: A Arte do Grafite do Crochê e do Tricô. A canadense contou que o movimento começou em Houston (Texas, EUA), em 2005. "A Magda Sayeg 'bombardeou' uma placa de rua com tricô. Aquilo recebeu tanta atenção que ela formou uma equipe chamada Knitta, Please e começou a cobrir monumentos." Hoje, a americana Magda tricota ao lado de outras duas mulheres. Em março, elas organizaram um projeto comunitário em Austin (também no Texas) e, com a ajuda de 170 voluntários,

decoraram as árvores do jardim de um museu. Quando a intervenção acabou, elas aproveitaram o material para numa outra superfície: um Mini. "Demoramos três dias para cobrir o carro. Depois, convidamos os amigos para um churrasco no parque ao lado do rio da cidade", disse Karen McClellan, uma das três tricoteiras do Knitta, Please. Em Lancashire, na Inglaterra, a artista visual Rachael Elwell, do ArtYarn, começou os grafites em 2008 como uma maneira de explorar o potencial do tricô e crochê. "Logo, já estava trabalhando em larga escala." Já Deadly Knitshade, do Whodunnknit, começou a tricotar há cinco anos para combater um câncer. "Tinha que balancear o tratamento com algo fofo", disse a artista, que pediu para não ser identificada. Ela também fundou o Knit the City, outro grupo londrino. "Uma vez a polícia nos parou quando cobríamos uma cabine de telefone na Praça do Parlamento, mas como nosso grafite não danifica, os policiais ficam mais interessados que aborrecidos."


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