O direito ao lazer no Capão Redondo

Dianny de Castro | Mariana Lima Isabela Reis | Leonardo Lima

O direito ao lazer no CAPĂƒO REDONDO

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Expediente Este e-book é uma produção dos alunos do 3º, 4º e 5° semestre do curso de Jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, campus Butantã. A proposta é iniciar a discussão sobre o acesso à cultura e ao lazer nas periferias da cidade de São Paulo, criando um diálogo entre a população do bairro e a cidade como um todo.

O projeto apresentado a seguir irá abordar o lazer e a cultura na região do Capão Redondo, bairro da periferia da zona sul, conhecido por manifestações culturais ligadas a música e a dança, berço da poesia marginal e casa do saraus e slams.

Toda a consquista ligada a cultura na região detém um caráter de resistência devido ao histórico de violência atribuída ao bairro.

Boa parte das produções que hoje são reconhecidas como componentes da identidade do Capão Redondo são frutos da luta de moradores que resolveram transformar o bairro e oferecer uma chance para futuras gerações, para que possam se orgulhar de onde são. É uma população que enxerga os movimentos culturais em outros locais e busca maneiras de trazê-los para a região com a sua própria personalidade.

Entender o que é cultura no Capão e como os moradores ocupam espaços de lazer foram alguns dos questionamentos levantados durante a apuração deste livro. Com o objetivo de ser muito mais que um guia, o projeto quer servir como uma apresentação da região, transmitindo a essência do Capão Redondo para quem é de fora.

Do outro lado da ponte, como diz o verso de uma das músicas do Racionais MC, o mundo é diferente, mas as diferenças criam um espaço acolhedor pronto para abraçar qualquer um que der um chance para conhecer o Capão de verdade.

P.S.: Não, nós não conhecemos o Mano Brown.

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Os editores

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Sumário O bairro Capão Redondo: Uma história História do bairro Poesia marginal Produção musical Esportes Impacto social

O som 05 06 07 07 08 08

Multiuso Fabricando a cultura periférica Espaços oferecidos

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Evento PerifaCon: a Comic Con das favelas Os organizadores Vídeo: Saiba como foi o evento Atividades do evento

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Dança Na ponta do pé ONG Reviver Capão ONG Capão Cidadão

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A voz Slam: a poesia marginal que domina o Capão Realização de eventos do Slam Capão Slam no Capão

Saraus no Capão Coletivo Alcova Sarau do Capão Sarau da Cooperifa O Sarau do Binho

15 15 16 17 17 17 18 18

A voz Zonas de leitura: um panorama Bibliotecas do Bairro

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“Bom dia comunidade”: A voz do Capão WebRádio Rádio CIEJA

21 21 21

Educação CEU Capão Redondo: De escola a centro social O que encontramos Onde eles estão

Horta Cores e Sabores

22 22 22 23

Ao ar livre Treino na Laje: trabalho social que transforma

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Uma quadra para todos

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Parque Santo Dias: um reduto da Mata Atlântica

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Projeto Vida Corrida

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História Funcionamento

Os Clubes da Comunidade

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Peneira Feminina: Futebol feminino no Capão

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Ruas de Lazer: Não só de Av. Paulista vive o paulistano

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Endereços

Fala Capão As crianças

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Projeto N.A.V.E: As estrelas chegam ao Capão

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I wish…

Nosso aprendizado Serviço Legendas Agradecimentos

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O bairro

O bairro Não adianta querer, tem que ser, tem que pá O mundo é diferente da ponte pra cá - “Da ponte pra cá”, Racionais MC

Área: 13,6 km² População: 268.729 (2010) Região administrativa: Zona sudoeste Renda média: R$ 1.450,00 Área geográfica: 7 (Sul) IDH: 0,782 - médio (79°)

ORIGEM A região em que o bairro se desenvolveu era composta por várias fazendas pertencentes a membros da Igreja Adventista. A partir da década de 1970, moradores de bairros vizinhos começam a chegar no local, juntamente com retirantes da região nordeste do país.

Região que viria a ser o Capão Redondo em 1935

NOME O nome Capão Redondo tem origem no momento em que avistaram a região pela 1º vez: Um enorme capão de árvores que lembrava uma forma arredondada.

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VIOLÊNCIA

O distrito do Capão Redondo, entre 1980 até 2000, era conhecido como um dos bairros mais perigosos da cidade São Paulo, fazendo parte do “triângulo do crime”, junto com Jardim São Luiz e Jardim Angela.

RACIONAIS

O cenário passou por uma mudança radical com a popularização da cultura do rap, promovida pelo grupo Racionais MC. O grupo era formado por jovens moradores do bairro, e suas músicas abordavam a dura realidade da região.

O reconhecimento do grupo abriu espaço para outras produções artísticas, como saraus e slams que aconteciam onde hoje é a marquise do metrô.

LAZER Por estar em uma zona periférica, o bairro sempre sofreu com a falta de equipamentos públicos de lazer e cultura. Além de enfrentar problemas para ter acesso à saúde, ao transporte e a educação.

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O bairro

O bairro

POESIA MARGINAL

PRODUÇÃO MUSICAL

ESPORTES

IMPACTO SOCIAL

A poesia do Capão Redondo se apresenta com uma característica única: Abordar as vivências da juventude periférica. Apadrinhado pelas poesias marginais de Ferréz e Sérgio Vaz, a região se torna o ninho da literatura marginal. Atualmente, são realizados 3 saraus mensais no bairro, reunindo diversidade, música e dança de uma população que não encontra espaço em outro lugar de São Paulo.

A voz é o grande elemento do Capão Redondo. O grupo Racionais MC deixou grandes marcas pelo bairro, e toda uma geração colhe os frutos de suas canções. A região conta com o projeto de duas rádios, uma realizada por alunos do Cieja Campo Limpo, e outra de um morador que via as transformações da região. A Cooperativa dos Músicos da Periferia auxilia jovens em suas produções musicais.

Os esportes são uma grande ferramenta de transformação social na região.

Moradores desenvolvem projetos e atividades que mudam a realidade em que estão expostos. Suas histórias são carregadas de resiliência, e, mesmo com empecilhos, fazem do esporte sua força. Iniciativas que promovem o crescimento e a oportunidade profissional são abraçados pelos membros ativos da comunidade.

Cada projeto e espaço voltado para cultura e lazer no Capão traz um peso social para a convivência. No momento em que as pessoas começaram a lutar pelo bairro e a reconhecer seu valor, as realizações começaram a impactar as gerações seguintes. As ações promovidas por ONGs carregam peso duplo, já que oferecem atividades gratuitas que em outros lugares da cidade seriam inacessíveis, como o balé.

IMPOSIÇÃO

Apenas com as reivindicações da própria população o bairro conseguiu, em 2008, a inauguração de 3 CEUs (Centro Educacional Unificado).

Em 2012, ganharam a Fábrica de Cultura Capão Redondo, o principal espaço cultural do bairro.

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TRANSPORTE

Com a chegada da Linha-5 Lilás do metrô, a população ganhou mais uma forma para acessar outros locais da cidade.

Ao encontrar atividades e ações artísticas em outros localizações, passaram a pensar em formas de trazer essas produções para o Capão Redondo.

HOJE! Atualmente, o bairro encontra-se em seu ápice da produção cultural. Os slams e saraus acontecem com frequência pelo bairro; projetos encabeçados por moradores oferecem o acesso ao espaço e ao lazer. ONGs oferecem atividades gratuitas para as crianças da região.

Bibliotecas, quadras, praças e parques.

Tudo que torna o Capão em um reduto de cultura para as periferias da zona sul é resultado da luta dos moradores por seus direitos, que não se deixaram abalar pela falta de recursos movidos por ações governamentais.

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Multiuso Fabricando a cultura periférica Inaugurada em 2012, a Fábrica de Cultura do Capão Redondo oferece atividades para crianças e adultos. Aborda linguagens artísticas como a do circo, do teatro, da música, da literatura e da dança.

Os espaços são voltados para produção cultural de seus alunos, sendo compostos por um estúdio de rádio, sala de multimídia, biblioteca e laboratório. Também são desenvolvidas atividades lúdicas voltadas para a criatividade.

Com o devido agendamento, pode-se usar os instrumentos músicais da Fábrica para ensaiar, assim como as demais salas para praticar peças de teatro e dança.

Atualmente, a Fábrica conta com uma equipe de 60 funcionários. Os cursos de ateliê de criação contam com 825 alunos e os de trilha de produção com 280.

A Fábrica ainda lidera o Projeto Espetáculo, uma realização ao final do ano em que todos os ateliês e trilhas se juntam para a sua produção.

Teatro O local oferece espaço para o desenvolvimento das atividades teatrais. Ao final do ano, a turma de teatro realiza uma apresentação.

Multiuso Estúdio de rádio Aberto para a comunidade, o estúdio da Fábrica é todo equipado para gravações e edições profissionais. Os interessados devem agendar o uso do espaço, que está sujeito a lista de espera.

Iniciação artística Atividades lúdicas voltadas para as crianças e jovens criarem projetos em que desenvolvam a criatividade.

Sala multimeios

Música e percussão

Espaço em que são desenvolvidas aulas de fotografia, vídeo e design gráfico. Não é um ateliê técnico, mas é voltado à iniciação artística.

As turmas para as aulas de percussão e demais instrumentos são nos níveis básicos de iniciação musical. As crianças não precisam trazer nenhum instrumento, a não ser que queiram aprender um que não tenha na Fábrica.

Ativades corporais

Horta

São as atividades mais concorridas da Fábrica. Estão fixas na programação devido a grande procura. As turmas são de manhã e a tarde para jovens e adultos. Aos finais de semana ocupam quase todas as salas da Fábrica.

O espaço da horta foi proposto por uma professora, com o objetivo de realizar uma reeducação alimentar com as crianças. Temperos e alguns legumes também são plantados.

Espaço poesia

Aula de circo

Realizados nos espaços e com o apoio da Fábrica, acontecem até duas vezes por mês. São organizados por moradores da região.

Com turmas no período da manhã e tarde, as aulas de circo oferecem atividades com tecido, na cama elástica e demais elementos voltados às técnicas circenses.

Fachada da Fábrica de Cultura - Capão Redondo 0

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Evento

Evento

PerifaCon: a ComicCon das favelas

Saiba agora quem são os jovens que agreditaram na reprasentação de cultura geek e nerd produzina na periferia:

Luíze Tavares (22) - Relações Públicas, trabalha com comunicação e assessoria de imprensa.

Gabrielly Oliveira (22) - Jornalista pela ÉNois e colabora com textos para o The Intercept.

Matheus Polito (21) - Criador do site “Os Anti-Heróis”, é roteirista de histórias em quadrinhos.

Pedro Okuyama (24) - Design gráfico, trabalha com ilustração e é quadrinista.

Mateus Ramos (22) - Trabalha como desenvolvedor para produções na web.

Igor Nogueira (24) Designer, desenvolve material para um time de várzea de pessoas que vivem nas ruas.

Andreza Delgado (23) - Produtora cultural de festas LGBT, escreve para a revista Capitolina.

Voluntários da primeira edição PerifaCon

A ComicCon das favelas ocorreu em 25 de março de 2019 na Fábrica de Cultura do Capão Redondo após um financiamento coletivo. Idealizado por sete jovens periféricos, o objetivo do evento era trazer elementos da cultura pop que dificilmente moradores da região conseguem consumir. Mostrando que nas periferias existe uma extensa comunidade nerd, a produção realizou debates com artístas, oficinas, atividades, venda de artes e quadrinhos, mesas de autógrafos e muito mais.

4.000

O evento recebeu 4 mil pessoas, alcançando a lotação máxima da Fábrica de Cultura. A fila para entrar deu voltas ao redor da Fábrica, e muitos não conseguiram participar do evento.

Para a realização, os organizadores contaram com voluntários de várias regiões da Capital. 20 pessoas colaboraram com a montagem e 50 na organização no dia do evento.

230 0

11

70

O evento contou com 230 palestrantes, 44 expositores e 15 lojas a preços acessíveis para a população. Em cada oficina e atividade, participaram em média 50 pessoas.

Quer ver mais sobre o evento?

Veja o video sobre a Comic Con da Favela no canal “Manos e Minas” realizado pelo repórter Rodney Suguita.

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Evento

Dança Na ponta dos pés O balé é uma das atividades mais buscadas no Capão Redondo. As aulas em lugares fora do bairro podem custar mais do que muitas famílias podem pagar.

O balé atua como uma ferramenta de transformação social para muitas meninas da região, que em consequência da precariedade em que vivem e do difícil acesso a recursos culturais, entram na soma de casamentos precoces e gravidez na adolescência.

Mesas de debate - Foram 5 mesas realizadas durante o evento, e todas tiveram lotação máxima de público. A fila para assistir aos debates começava 2 horas antes do horário marcado.

Mesa de debate: “Mulheres no mundo nerd”

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Concurso de cosplay - O concurso fechou o evento com chave de ouro.

Cerca de 20 cosplayers participaram da competição, que entregou o prêmio para o cosplay do Pantera Negra.

Ganhador do concurso de cosplay e um cosplay mirim

Beco dos artistas Mais de 40 expositores tiveram a chance de apresentar seus trabalhos. A maioria deles nunca conseguiu fazer exposições na CCXP, por exemplo. A PerifaCon deu a oportunidade de alcançarem o público e divulgar seus trabalhos.

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Mesa de artista participante do Beco dos Artistas

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Reviver Capão

Capão Cidadão

Na ONG Reviver Capão, mais de 500 meninas conseguem participar das turmas de balé.

Aqui elas realizam apresentações em teatros e conseguem entrar em competições e companhias.

Na ONG Capão Cidadão as aulas são ministradas para 58 meninas. A cada nova formação de turma, a fila de espera por uma vaga acaba sempre aumentando.

Inaugurada em 2002 pelo ex-feirante e agora empresário, Carneiro dos Santos, a ONG surgiu com o objetivo de atender a população ao oferecer cursos e oficinas, profissionalizantes e culturais, como o balé e o de cabeleireiro.

Também é oferecido uma biblioteca aberta: basta vir e pegar, sem a necessidade de carteirinha ou data de devolução. O fundador, que hoje atende mais de 3 mil alunos, promove a criação de bibliotecas pelas periferias de São Paulo. Conta com 65 funcionários, entre professores, psicólogos e fonoaudiólogos.

Criada no ano 2000 por um movimento chamado “Não a violência” com o intuito de encontrar recursos para criar um grande projeto para combater a violência, drogas e também para promover a troca de culturas entre as comunidades. O espaço funciona de segunda à sexta, oferecendo atividades como teatro, dança, luta e o próprio reforço escolar. A ONG conta com 8 professores e com o auxílio de ex-alunos como voluntários. Atendem 193 crianças ao todo, e dão prioridade para aquelas que são do Capão.

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A voz

A voz Slam no Capão Redondo

Slam: a poesia marginal que domina o Capão O Slam é uma batalha de poesia que surgiu na década de 1980 em Chicago (EUA), inspirada pela popularização da cultura hip hop. Em média, cada competidor tem até 3 minutos para se apresentar com poesias originais e sem acompanhamento musical.

No Brasil, a produção deu seus primeiros sinais de vida em 2008 em cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. O slam logo se popularizou entre jovens da periferia e de comunidades.

Hoje só em São Paulo existem 50 coletivos que organizam slams na capital.

Atualmente, existe um torneio nacional, o Slam BR. O evento reúne campeões de competições de slam de todo o Brasil. Existem slams para públicos específicos, como o Slam das Minas, em São Paulo.

As poesias apresentadas em slam não possuem temas fixos, cada slammer pode abordar qualquer tema de sua realidade, como o machismo, a violência, o luto, a desigualdade, entre outros.

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Geovanna Maria e Erica Gomes, representantes do Slam Capão

Participar do slam é entender o seu corpo no mundo, saber que podemos chegar onde achávamos que era inalcançável.

Durante um sábado por mês, a Fábrica de Cultura recebe os participantes do Slam do Capão.

Porém, a competição já ocorreu em outros locais, como no metrô Capão Redondo.

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Bell Puã do SLAM DAS MINAS PE, a grande vencedora do SLAM BR

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Nona edição do Slam Capão na estação Capão Redondo em agosto de 2018.

Participantes do Slam Capão na Fábrica de Cultura em janeiro de 2019.

Participante do Slam Capão durante apresentação em fevereiro de 2019.

A região do Capão Redondo pode ser considerada um “centro” para as periferias da zona zul no que se refere à produção cultural, principalmente em relação à poesia marginal.

Colhendo os frutos da trajetória dos Racionais MC – grupo musical que surgiu e retratou o Capão Redondo para o resto de SP –, o Slam do Capão oferece espaço para os jovens poetas periféricos.

Assim como os Racionais MC, os participantes abordam temas que circulam pela comunidade, como as dificuldades em trabalhar, estudar, sobre a violência, o assédio e a existência periférica.

O Slam Capão surgiu em 2017 idealizado pelas estudantes Geovana Maria, 21, e Erica Gomes, 17, moradoras de bairros na região. Ambas participavam de slams em outros locais, mas sentiam falta da realização de um na “quebrada” delas.

Para Geovana Maria, produzir poesia marginal fez com que ela reconhecesse seu potencial. “Participar do slam é entender o seu corpo no mundo, saber que podemos chegar onde achávamos que era inalcançável.”

Erica reconhece que o Slam não deve acontecer apenas em um lugar fixo, mas ressalta a dificuldade em movê-lo. “É difícil levar o Slam Capão para outros lugares, nós não temos microfones, caixas de som... fora a viagem para levar essas coisas, então fazemos na Fábrica de Cultura pensando na acessibilidade.”

Participante do Slam Capão durante apresentação em março de 2019.

Geovana Maria Slam Capão Edição especial na Feira D’Quebradinhas em abril de 2019.

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A voz

A voz

Saraus no Capão O sarau é um evento cultural que permite a realização de manifestações artísticas de diversas classes como a poesia, dança, música, leitura e pintura. Logo o evento foi dominado pelos jovens de periferias que ali encontraram uma forma de se manifestar, identificando diversos pontos férteis para crescer em São Paulo.

A região do Capão Redondo é conhecida como um reduto cultural das periferias da zona sul, e ainda na década de 1990 já era possível encontrar saraus sendo realizados pelo bairro.

O Sarau do Binho

O Coletivo Alcova Surgiu em 2017 com o objetivo de realizar performances de danças periféricas.

Utilizam a ideia de alcova (pequeno quarto) e carregam consigo a ousadia de dar foco à ações artísticas de negros, periféricos e membros da comunidade LGBT+. Com suas produções, o coletivo quer fazer com que o espectador sinta como é estar na pele de uma pessoa negra. Desta forma, o público é uma figura atuante.

O Sarau da Cooperifa

O Sarau do Capão

Surgiu em 2017 organizado por três moradores jovens do bairro, já participavam de outros saraus na região do Grajaú, assim como na zona Sul de São Paulo. Tawane Theodoro, Gabi Nascimento e Jéssica Campos são as responsáveis pelo Sarau do Capão. As garotas pensam em levar as atividades do Sarau para escolas públicas da região, pois permite o surgimento de novos talentos. Tawane, que viu o Sarau nascer de uma forma despretensiosa, hoje enxerga o poder que ele exerce nos jovens que participam. “Aqui na quebrada também tem cultura. Não precisamos ir para as áreas centrais para encontrá-las”.

Participam em média: 60 pessoas

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Surgiu em 2004 sob o comando do poeta Binho e a professora Suzi, no mesmo bar em que os proprietários tiram seu sustento. Antes de se tornar um sarau, no local aconteciam eventos como a Noite da Vela, em 1996. Era um encontro em que o estabelecimento era iluminado apenas por velas, escutava-se músicas em vinil e, entre as canções, declamava-se poesias.

Participam em média: 100 pessoas

Iniciou suas atividades em 2001, idealizado por Sérgio Vaz (poeta e escritor da chamada “Literatura Marginal”, autor do “Manifesto da Antropofagia Periférica”), e Marco Pezão, poeta e agitador cultural. Apesar de ter começado em um bar em Taboão da Serra, o Sarau da Cooperifa acontece em espaços do Capão e do Campo Limpo, e movimenta toda a região, atraindo pessoas de diversos pontos da capital.

Participam em média: 200 pessoas

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Leitura Zonas de leitura: um panorama Biblioteca CEU Feitiço da Vila Endereço: R. Feitiço da Vila, 399 - Chácara Santa Maria, São Paulo - SP, 05879-000 Funcionamento: Segunda a sexta - 7h às 22h | Sábados, domingos e feriados : 8h30 às 17h Telefone: (11) 5874-4143

Biblioteca Pr. John Lipke UNASP-SP Endereço: Estr. de Itapecerica, 5859 - Jardim Iae, São Paulo SP, 05858-001 Funcionamento: Segunda à quinta: das 7h30 às 22h45 | Sextas: das 7h30 às 16h30 | Domingos: das 8h às 17h30 Telefone: (11) 2128-6030

Biblioteca CEU Cantos do Amanhecer Endereço: Av. Cantos do Amanhecer, S/N - Jardim Eledy, São Paulo - SP, 05856-020 Funcionamento: Segunda a sexta : 7h às 22h | Sábados, domingos e feriados : 8h30 às 17h Telefone: (11) 3397-9733

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Biblioteca Fábrica de Cultura Capão Aberta para comunidade, basta uma carteirinha para poder utilizar o espaço. A biblioteca oferece um cantinho de leitura e uma mini gibiteca, além de equipamentos para que deficientes visuais consigam ler.

Inaguração: 2008 Endereço: Rua Bacia de São Francisco Conj. Hab. Jardim São Bento, São Paulo - SP, 05885-540 Horário de Funcionamento: De terça à sexta das 9h às 19h | Sábado e domingo das 9h às 17h.

Leitura Bi-bli-o-te-ca: Sob os olhos do Capão A região do Capão Redondo pode ser comparada com uma biblioteca: Cada morador representa um livro com uma história sobre o bairro. A existência de bibliotecas públicas, comunitárias e bosques de leitura refletem o espírito de uma população que só precisava ter acesso a espaços culturais perto de casa.

Porém, a utilização destes espaços ainda não é de conhecimento do senso comum. No caso dos CEUs, por exemplo, as pessoas ainda os associam a uma biblioteca escolar, quando na verdade está aberta ao público, oferecendo livros variados e realizando diversas atividades, como chás literários e saraus.

Biblioteca CEU Capão Faz parte da rede municipal de bibliotecas da cidade de São Paulo. Além de livros infantis, oferece livros de outras áreas de conhecimento, revistas e espaços aconchegantes para leitura. Realiza saraus e um chá literário.

Inaguração: 2012 Endereço: Rua Daniel Gran, s/n - Jardim Modelo, São Paulo - SP, 05867-380 Horário de Funcionamento: 8h às 22h, de segunda à sábado.

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O som “Bom dia comunidade”: a voz do Capão

Educação CEU Capão Redondo: de escola a centro social

A WebRadio do Capão Redondo é auxiliada pela Cooperativa de Músicos de São Paulo (Coopermusp), uma ONG disposta a ajudar os artistas independentes. Os equipamentos e a distribuição das músicas são ordenados pelo projeto, tudo de forma gratuita para os criadores. A plataforma já lançou mais de 100 músicas independentes.

No Capão Redondo existem três CEUs (Centro Educacional Unificado) em atividade. Todos foram inaugurados ao longo de 2008 em consequência da luta da população pelo direito ao lazer, à educação e a cultura. Cada CEU tem a sua estrutura e atende a demanda de uma região, mas o CEU Capão Redondo é o que oferece a maior gama de atividades, oficinas e cursos para os moradores.*

Todas as músicas são gratuitas para serem ouvidas pela rádio comunitária, mas para comprá-la há uma plataforma musical na qual os artistas podem vender suas obras. Uma forma de divulgação que a Cooperativa conseguiu inovar foi que as lojas de varejo do Capão Redondo tocam as músicas gratuitamente. Cada comércio possui sua própria playlist da WebRadio, tocando as melodias escolhidas.

Para Marcos Tecora, fundador da Coopermusp, o que importa no instituto são os artistas. “Nós acreditamos no músico, no seu talento, então a obra tem de ter conteúdo, por isso fazemos tudo em prol dos criadores”.

Há uma rádio comunitária do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos Campo Limpo (CIEJA), a Rádio CIEJA Campo Limpo, que atua para o desenvolvimento da comunicação dos alunos. Os estudantes elaboram programas e músicas criadas por eles. Os equipamentos podem ser utilizados para a mixagem e edição das obras, com o intuito de ser praticada como uma oficina. A rádio funciona de forma gratuita e é disponibilizada pelo site do CIEJA.

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Espaço do CEU Capão Redondo

O que podemos encontrar lá?

Onde estão:

3 Piscinas 2 Quadras poliesportivas Academia ao ar livre Ateliês Cinema Oficinas de: crochê, bijuterias e pintura Sala de estudos Chá Literário Biblioteca Dança Teatro Esportes gerais Aulão de ginástica

CEU Capão Redondo R. Daniel Gran, s/n - Jardim Modelo, São Paulo - SP, 05867-380 Telefone: (11) 5873-8067 CEU Feitiço da Vila R. Feitiço da Vila, 399 - Chácara Santa Maria, São Paulo - SP, 05879-000 Telefone: (11) 3397-6551 CEU Cantos do Amanhecer Av. Cantos do Amanhecer, S/N - Jardim Eledy, São Paulo - SP, 05856-020 Telefone: (11) 3397-9733 *O CEU Capão Redondo também inclui a Etec Carolina Carinhato Sampaio, o CEI Capão Redondo, a EMEI Prof Loreanne Lallo e a EMEF José Saramago.

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Educação Hortas Cores e Sabores Entre as atividades oferecidas pela ONG Capão Cidadão está a Horta Cores e Sabores. O nome veio em homenagem a uma música do grupo Racionais MC’s, que tem uma grande influência na história do bairro.

A Horta é administrada por Paulo Magrão, um dos responsáveis pela ONG junto com Ione Dias. Eles iniciaram as atividades em 2002 com o objetivo de promover cidadania através da arte e da educação.

O objetivo da realização da horta é ensinar as crianças atendidas sobre consumo sustentável e a criar hábitos mais saudáveis de alimentação.

Nós aprendemos sobre o plantio dos alimentos, o melhor horário para regar e muito mais!

Somos cerca de 180 crianças e adolescentes entre 5 e 16 anos!

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Ao ar livre Treino na Laje: trabalho social que transforma

O QUE É PLANTADO? Milho Maracujá Quiabo Abobrinha Goiaba Rúcula Rabanete Alface Mamão Banana Orégano Hortelã Limão Amora Cana Jabuticaba Manga Couve Batata Feijão Amendoim Abacate

Todos os fins de semana, cerca de 30 mulheres entre 12 e 60 anos se reúnem no “Treino na Laje” para praticar técnicas de yoga gratuitamente na laje da ONG Perifa Ativa.

Projeto na Vila Fundão na região do Capão Redondo, oferece desde agosto de 2018 aulas de yoga para mulheres das periferias do bairro.

As aulas são ministradas pela professora Sophia Bisilliat, que é moradora do bairro da Pompéia, gasta 1h30 de bicicleta para chegar até suas aulas.

O treino tem duração de 3h e é composto por um circuito de atividades, começando por uma corrida do bairro. Crianças acompanham as mulheres de bicicleta.

Hoje o projeto possui 30 bikes próprias e parcerias com mecânicos da região.

O projeto também realiza atividades com bicicletas.

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Ao ar livre

Ao ar livre

Uma quadra para todos

Parque Santo Dias: um reduto da Mata Atlântica

A quadra Sônia Inga faz parte do projeto da subprefeitura do Campo Limpo, Quadras vivas, que consiste em realizar a integração de quadras esportivas ociosas na região e nas comunidades do Capão Redondo.

Outras duas quadras na região compõem o programa Quadras Vivas. Juntas atraem mais de 450 pessoas para as atividades. O espaço também recebe campeonatos de sub-13 realizados pelos moradores da região.

Atividades realizadas

Futsal Vôlei Basquete

Lutas Fisioterapia Aeróbica

Capoeira Percussão Dança

Dança: São 190 pessoas matriculadas. As aulas de dança ocorrem nas segundas, quartas e sextas-feiras das 7h30 às 9h.

Futsal: São 42 no período da manhã e 45 no período da tarde.

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O parque Santo Dias é o principal local de lazer ao ar livre do Capão Redondo, com uma área de 134.000 m², ocupando o espaço de uma das antigas fazendas pertencentes aos Adventistas. A região em que o parque está localizado foi desapropriada em 1990 pela então prefeita da Cidade de São Paulo, Luiza Erundina.

Com a desapropriação da fazenda, uma Associação de Moradores iniciou uma luta para a criação de um parque ecológico, dando base para a

construção do local inaugurado em 1992, que acabou sendo batizado como Santo Dias em homenagem a um morador do bairro que foi morto durante uma greve trabalhista em 1979.

O lugar abriga o projeto o Vida Corrida, que desenvolve atividades físicas com adultos e crianças moradoras da região. Essa iniciativa, liderada por Neide Santos, foi criada em 1999 e conta atualmente com mais de 400 participantes, entre voluntários, mulheres e crianças.

O que é oferecido No parque é possível encontrar dois ambientes de treinamentos com aparelhos, banheiros espalhados em diversos pontos, quadra de vôlei, basquete e futsal. Há várias trilhas pela área, uma sala para a administração do parque e duas guaritas para seguranças.

O parque apresenta um recinto apropriado para aves e pequenos animais que vivem por lá, já que boa parte da área verde que compõe o parque são remanescentes da Mata Atlântica.

Também há um espaço para a realização do bosque de leitura dentro do parque, atividade que acontece aos fins de semana organizada pelo Sistema Municipal de Bibliotecas, com o objetivo de promover os hábitos de leitura.

Uma das quadras oferecidas dentro do parque Santo Dias

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Ao ar livre

Ao ar livre

Projeto Vida Corrida Neide Santos, 58, mora no Capão Redondo há cerca 40 anos, e há 20 toca o Projeto Vida Corrida, iniciativa que promove o acesso ao lazer e atividades físicas para adultos e crianças moradoras da região.

Neide se interessou pela corrida aos 14 anos ao substituir uma colega em uma corrida de revezamento.

Mas sua história é mais extensa e dura.

Veio aos 6 anos da Bahia para São Paulo após ser entregue para adoção. Foi abusada durante o caminho até SP, sofreu de violências e viveu em uma oficina de costura dentre os 6 e 11 anos

em situação de trabalho escravo infantil. Outra família a retirou desta condição, a trazendo para viver no Capão, onde finalmente pôde voltar a estudar.

Apesar da calmaria, acabou perdendo o marido assassinado e perdeu um filho devido a violência no bairro. Seu filho era quem mais motivava a manter o Vida Corrida e a incluir as crianças da região.

Neide tinha tudo para desistir, mas transformou sua dor em amor por sua comunidade.

Uma mulher a viu correr na São Silvestre e decidiu que também queria participar.

Juntou-se a Neide e começou a treinar. Outras moradoras começaram a ver as duas e logo se juntaram. Nascia aí o Vida Corrida.

AS 30 PRIMEIRAS Começou com 30 mulheres e logo foi ampliando sua rede, agregando crianças também.

PATROCÍNIOS Conseguiu patrocínios com a Nike e hoje mantém as atividades no Parque Santo Dias.

ATUALMENTE Hoje o Vida Corrida atende mais de 400 pessoas e conta com filas de espera para participar das atividades realizadas.

Lideradas por Neide e um time de professores voluntários, o projeto realiza atividades de atletismo: Adultos – 07h às 08h30 Infantil – 08h30 às 09h30 e 14h às 15h Treino Funcional – das 07h30 às 08h30 na segunda, quarta e sexta Também como parte do Treino Funcional há o Projeto Família, em que são atendidos mães, pais e demais familiares acima de 17 anos.

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Neide Santos, fundadora do projeto “Vida Corrida”

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Os Clubes da Comunidade Os CDCs são clubes da comunidade geridos de forma indireta pela subprefeitura de cada bairro em que foi implementado. Uma entidade ou organização de moradores é escolhida pelo voto popular para atuar na gestão do CDC do bairro.

A subprefeitura realiza a fiscalização das atividades realizadas, fornece equipamentos e materiais esportivos de acordo com a necessidade de cada CDC, além de organizar o calendário de eventos esportivos no local.

Na região do Capão Redondo existem 4 CDCs:

CDC Margarida Brito de Farias Silva.

R. Modelar, 182 Capão Redondo

CDC Paulo Raimundo.

Jardim Lídia

CDC Campo Parque Fernanda.

Praça Dr. Raul Borges da Rocha, 350 - Parque Fernanda

Peneira das mulheres: futebol feminino no Capão O CDC Paulo Raimundo foi palco da peneira do time feminino da Favela do Caju no Capão Redondo para a Taça das Favelas 2019. Essa é a primeira vez que a competição é realizada em São Paulo, e reuniu times do masculino e feminino de futebol de várzea das periferias.

Na peneira em questão participaram cerca de 60 meninas para compor o time do Capão. Deste total, 30 foram selecionadas para a competição.

“

Muitos pais que estavam do meu lado não deram bola. ‘Um time de meninas?’ Ninguém acreditava, mas era o meu sonho.

”

CDC Primeiro de Maio R. Tajal, 100 - Conj. Hab. Jardim São Bento André Firmino, 35 Técnico do time feminino “Real Atlético” há 4 anos.

Por seu caráter esportivo, os CDCs funcionam como espaços para competições, torneios e treinos, principalmente de futebol. Através do agendamento, times esportivos dos bairros da região podem utilizar o campo.

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Quer saber mais sobre o futebol feminino no Capão?

Leia a matéria das repórteres Mariana Lima e Isabela Reis 0

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Ruas de Lazer: Não só de Av. Paulista vive o paulistano

ENDEREÇOS:

Para ter uma rua de lazer é necessário encaminhar uma solicitação à subprefeitura junto a secretaria de esportes. Se for aprovada, a CET irá sinalizar a rua e mudar tráfico de automóveis.

Rua Antônio Pompeu de Camargo, 86 - Jardim Ipê.

CEP: 5797220

Ruas que tiverem ponto de ônibus, comércio, igrejas e se forem muito estreitas não podem se tornar uma rua de lazer.

Com a rua fechada, são realizadas atividades esportivas, como vôlei e basquete, além de passeios de bicicletas e carrinhos de rolemã.

No Capão Redondo é possível encontrar 3 ruas de lazer em atividades.

Uma delas tem parceria com Neide Santos, do Projeto Vida Corrida. Essa rua é só para as crianças do projeto.

Travessa Maria Izabel Novais Braga, 27 - Jardim das Rosas CEP: 5892335 Rua Francisco Antônio da Luz, 517 - Jardim Macedônia CEP: 5892335

As Ruas de Lazer funcionam de domingos e feriados, das 10h às 16h.

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Fala Capão

Fala Capão É muito comum ouvir o que pessoas que visitaram o Capão tem a dizer sobre a região. A associação com a violência ainda é comum quando se referem ao bairro.

Mas o que seus moradores tem a dizer? Quem melhor do que eles poderia falar sobre as mudanças, as conquistas e necessidades do bairro? São os residentes do Capão os principais responsáveis por sua transformação.

“Meu filho estuda na mesma escola que eu estudei. Eu fico chocada porque quando eu estava lá não tinha nada. Agora tem sala de leitura, biblioteca, atividades físicas. É um baita contraste”.

Gisele Alexandre, 36, jornalista da Agência Mural e moradora do bairro desde 1988

“A gente muitas vezes não consegue passar da ponte pra lá para fazer coisas que gostamos. E a Fábrica, aqui é um espaço muito efervescente de cultura, de literatura e manifestações artísticas.

Nosso território pulsa cultura a todo momento.”

Dandara Kunte, 28 , auxiliar da biblioteca da Fábrica de Cultura 0

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“Nós temos o objetivo de sair da escola tradicional, então mostrar o que significa o coletivo. Hoje conseguimos trabalhar com 50 crianças. Elas que escolhem quais oficinas fazer. As ONGs conseguiram um pouco de dignidade para o Capão Redondo. Nós conseguimos sair das páginas policiais, para as culturais.”

Bruno dos Santos, 29, empreendedor social e nasceu no bairro

“Matamos um leão por dia para manter a cultura no Capão Redondo. Fazemos o trabalho para livrar as crianças das ruas, mas não paramos para observar o impacto. Tentamos fazer o melhor há 14 anos.”

“O Capão Redondo precisa disso, de crianças crescendo e podendo haver chance de ter uma profissão, eles são o futuro daqui.”

Damiana Maria, 40, contadora

Ione Dias, 48, empreendedora social da ONG Capão Cidadão e mora no bairro há 30 anos

“Aqui é uma região carente, não de verbas, mas sim de gentilezas, de cultura, que precisa de mais atenção. Mas aqui no projeto Vida Corrida creio que temos um ambiente sensacional e que provoca felicidade.”

Daiane Almeida, 29, professora do Vida Corrida

“Fiz um trabalho voluntário numa igreja, estava entregando ovos de Páscoa. Até que vi a fila e aquilo mudou minha vida, saí do emprego, fiz um planejamento financeiro e encontrei meu propósito na vida, tentando dar educação e felicidade para as crianças aqui da comunidade.”

Michelline Domingues, 43, empreendedora social Projeto N.A.V.E e mora no bairro há 30 anos

“Na minha época se ficava muito mais na rua. E hoje não, as crianças ocupam esses espaços de cultura que tem por aqui. Hoje ainda temos a violência, mas já não é igual a de antigamente.

No meu tempo eu saia e me deparava com um ou mais corpos na rua.”

- Elina Iris de Souza, 37, trabalha na Fábrica de Cultura há 5 anos como agente de atendimento e operação, e mora no bairro desde pequena.

“Eu sempre brinco que o Capão deixou de ser um poço de violência, para ser um mar de cultura.

Nós conseguimos mudar as escolas que eram de 5km para mais de distância. Hoje temos até uma Fábrica de Cultura.

Avançamos em todas as questões. Finanças, cultura, educação e muito na segurança.”

Marcos Tecora Teles, 52, diretor do instituto Coopermusp e mora no bairro há 40 anos

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As crianças Projeto N.A.V.E: as estrelas chegam ao Capão O projeto N.A.V.E. (Núcleo de Acolhimento e Valoorização da Educação) é idealizado por Bruno CaPão e Micheline Domingues, empreendedores sociais que cresceram no Capão Redondo. Bruno teve uma infância difícil, mas acabou encontrando seu caminho em um projeto social que o ajudou na adolescência. Hoje busca oferecer essa mesma chance para outras crianças.

“Meu sonho é que um dia o Capão Redondo seja um dos patrimônios culturais da humanidade”.

Micheline sempre esteve envolvida no meio social, mas um evento a marcou tanto que a motivou a criar o projeto N.A.V.E. “Teve Membos do projeto N.AV.E. reunidos com as crianças

um dia em que eu esteja distribuindo ovos de páscoa em uma ação da igreja, e do outro lado do córrego que corta uma comunidade, tinha um monte crianças olhando. Era uma comunidade bem pobre sem qualquer auxílio. E ver aquilo me fez querer lutar por eles”.

O Projeto atende 50 crianças de uma comunidade próxima e oferece três oficinas: Capoeira, dança e percussão.

As crianças almoçam e recebem auxílio nos deveres de casa. O espaço funciona de segunda a sexta, das 9h às 17h.

O projeto não recebe nenhum patrocínio. As atividades são mantidas através da colaboração de pessoas físicas e de parcerias com outras organizações da região. O nome do projeto não é uma simples junção de letras, essa “nave” quer levar as crianças para outra realidade, longe de privações e violências a que estão expostas.

As crianças I wish...

Crianças que participam do Projeto N.A.V.E contam o que desejam para o bairro em que estão crescendo.

“O acesso é controlado, há uma organização das atividades. Tem espaços para leitura e são abertos. Desejo mais projetos assim para a comunidade”.

- Judy, 13 anos

“Queria ter mais oficinas assim para frequentar. A gente aprende muita coisa aqui. Sem eles [Projeto N.A.V.E] as atividades externas, como ir ao cinema, não teria como a gente fazer. São eles que levam, mas tudo é bem controlado.”

- Ana Laura, 13 anos

“Eu queria uma área de Capoeira no bairro e mais apresentações das atividades que a gente faz aqui. Ter mais museus por perto seria bom e também conhecer mais lugares”.

- Samuel, 11 anos

“Acho quer ter mais projetos como esse seria bom. Aqui a gente faz muita coisa, que na escola ou em casa não dá.”

- Maria, 13 anos 0

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Nosso aprendizado

Nosso aprendizado

O Capão Redondo tem uma característica muito significativa que talvez justifique a notoriedade que o bairro detém ao ser visto como uma parte tão importante de São Paulo: O reconhecimento e o orgulho de ser periférico.

Não há a intenção de se igualar a grandes localizações centrais, onde o capital e o poder se concentram há tanto tempo. O que se deseja é, na verdade, a oportunidade necessária para que se possa criar livremente e, consequentemente, se afastar cada vez mais da criminalidade que um dia já foi intensamente associada à região.

A real vitalidade que corre pelas veias de um bairro já tão atormentado são os moradores, que não se deixam abalar por todas as tribulações que enfrentam. A região é atualmente observada como um pólo cultural justamente porque seus habitantes lutaram por esse título e, acima de tudo, para alcançarem uma realidade melhor para futuras gerações. A falta de iniciativas governamentais nunca foi um empecilho para que o Capão pudesse florescer – os moradores se certificaram disso.

O bairro conhece suas virtudes. A plena consciência de sua singularidade é o que brilha: o que se produz no Capão Redondo não existe em mais nenhum lugar do mundo.

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Serviço

Serviço Fábrica de Cultura

Biblioteca CEU Capão

Endereço: Rua Bacia de São Francisco - Conj. Hab. Jardim Sao Bento, São Paulo SP, 05885-540 Telefone: (11) 5822-5240 Horário de funcionamento: De segunda à sexta das 9h00 - 19h00; Sábado 9h00 17h00; Domingo - 12h00 - 17h00 Site: http://www.fabricasdecultura.org.br/

Endereço: Rua Bacia de São Francisco - Conj. Hab. Jardim São Bento, São Paulo SP, 05885-540 Horário de Funcionamento: De terça á sexta dás 9h ás 19h - Sábado e domingo das 9h às 17h.

Reviver Capão

Biblioteca CEU Cantos do Amanhecer

Endereço: Av. Comendador Sant’Anna, 566 - Capão Redondo, São Paulo - SP, 05866-000 Telefone: (11) 5874-3147 Horário de funcionamento: de segunda à sábado, das 08h00 às 17h00

Endereço: Av. Cantos do Amanhecer, S/N - Jardim Eledy, São Paulo - SP, 05856-020 Telefone: (11) 3397-9733 Horário de funcionamento: Segunda a sexta : 7h às 22h - Sábados, domingos e feriados : 8h30 às 17h

Capão Cidadão

Biblioteca Pr. John Lipke UNASP-SP

Endereço: R. Messias, 1000 Jardim Aurelio - Jardim Dom José, São Paulo - SP, 05857-225 Telefone: (11) 5827-5986 Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 09h00 às 17h00

Endereço: Estr. de Itapecerica, 5859 - Jardim Iae, São Paulo - SP, 05858-001 Telefone: (11) 2128-6030 Horário de funcionamento: Segunda à quinta: das 7h30 às 22h45 - Sextas: das 7h30 às 16h30 - Domingos: das 8h às 17h30

Biblioteca Fábrica de Cultura Capão

CEU Capão Redondo

Endereço: Rua Bacia de São Francisco - Conj. Hab. Jardim São Bento, São Paulo SP, 05885-540 Telefone: (11) 5822-5240 Horário de funcionamento: De segunda à sexta das 9h00 - 19h00; Sábado 9h00 17h00; Domingo - 12h00 - 17h00

Endereço: Rua Daniel Gran, s/n - Jardim Modelo, São Paulo - SP, 05867-380 Telefone: (11) 5873-8067 Horário de funcionamento: De segunda à sexta das 7h00 - 18h00; Sábado e domingo das 8h00 - 17h00

Biblioteca CEU Feitiço da Vila

CEU Feitiço da Vila

Endereço: Rua Feitiço da Vila, 399 - Chácara Santa Maria, São Paulo - SP, 05879-000 Telefone: (11) 5874-4143 Horário de funcionamento: Segunda a sexta - 7h às 22h - Sábados, domingos e feriados : 8h30 às 17h

Endereço: Rua Feitiço da Vila, 399 - Chácara Santa Maria, São Paulo - SP, 05879-000 Telefone: (11) 3397-6551 Horário de funcionamento: Segunda a sexta - 7h às 22h | Sábados, domingos e feriados : 8h30 às 17h

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Serviço

Serviço

CEU Canto do Amanhecer

CDC Primeiro de Maio

Av. Cantos do Amanhecer, S/N - Jardim Eledy, São Paulo - SP, 05856-020 Telefone: (11) 3397-9733

Endereço: R. Tajal, 100 - Conj. Hab. Jardim São Bento Horário de funcionamento: Aberto 24 horas, todos os dias

Quadra Sônia Inga

Ruas de lazer

Endereço: R. Luís Dalman, 44 - Jardim Sônia Inga, São Paulo - SP

Endereço: Rua Antônio Pompeu de Camargo, 86 - Jardim Ipê. 5797-220 Endereço: Travessa Maria Izabel Novais Braga, 27 - Jardim das Rosas - 5892-335 Endereço: Rua Francisco Antônio da Luz, 517 - Jardim Macedônia - 5892-335 Horário de funcionamento de todas as ruas: Domingos e feriados, das 10h00 às 16h00.

Parque Santo Dias

Projeto N.A.V.E

Endereço: R. Arroio das Caneleiras, 650 - Conj. Hab. Instituto Adventista, São Paulo - SP, 05868-860 Telefone: (11) 5511-9356 Horário de funcionamento: De Segunda à Domingo das 6h00 - 18h00

Endereço: Comunidade Nova Jerusálem - Capão Redondo Horário de funcionamento: De segunda à sexta das 9h00 - 17h00

CDC Parque Fernanda Endereço: Praça Dr. Raul Borges da Rocha, 350 - Parque Fernanda, São Paulo - SP, 05889-270 Horário de funcionamento: Aberto 24 horas, todos os dias

CDC Margarida Brito de Farias Silva Endereço: Rua Modelar, 182 - Capão Redondo Horário de funcionamento: Aberto 24 horas, todos os dias

CDC Paulo Raimundo Endereço: Entre a Viela Cinco e a Rua Domenico Fontana - Jardim Lídia, São Paulo - SP Horário de funcionamento: Aberto 24 horas, todos os dias 0

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Legendas

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Vista do Bairro do Capão Redondo pela Fabríca de Cultura

Mariana Lima

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Fotos dos integrantes do trabalho

Mariana Lima

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Créditos

Mariana Lima

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Região que viria a ser o Capão Redondo em 1935 Dominio publico

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Fachada da Fáabrica de Cultura - Capão Redondo

Tiago Souza

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Voluntários da primeira edição PerifaCon

Jeferson Delgado

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Orgaizadores do evento

Renato Souza

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Mesa de debate: “Mulheres no mundo nerd”

Tiago Souza

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Ganhador do concurso de Cosplay e um cosplay mirim

Carlos Vázquez

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Mesa de artista participante do Beco dos Artistas Dianny de Castro

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Bell Puã do SLAM DAS MINAS PE, a grande vencedora do SLAM BR

Divulgação Slam BR

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Linha do tempo

Divulgação

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Linha do tempo

Divulgação

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Geovanna Maria e Erica Gomes,representantes do Slam Capão

Isabela Reis

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Espaço do CEU Capão Redondo

Mariana Lima

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Uma das quadras oferecidas dentro do parque Santo Dias

Marina Lima

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Neide Santos, fundadora do projeto “Vida Corrida”

Caroline Lima

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Técnico do time feminino “Real Atlético”

Mariana Lima

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Membos do projeto N.AV.E. reunidos com as crianças

Mariana Lima

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Jogadora na peneira Taça das Favelas

Mariana Lima

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Agradecimentos

Esse trabalho não teria sido possível sem a colaboração de pessoas empenhadas em viver e transformar o Capão.

Deixamos aqui um agradecimento especial para: Neide Santos Bruno CaPão Gisele Alexandre Clovis Ribeiro Edson Ferreira Douglas Gonzaga Geovana Maria Erica Gomes Marcos Tecora Teles Izabela Machado Equipe PerifaCon André da Fonseca Diego Elias E a todos moradores do Capão Redondo.

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Realização:

Universidade São Judas 2019 Butantã - São Paulo | SP

Fontes: Myriad Pro Gloucester MT Extra Condensed High Tide

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