Sandra brown desejo selvagem (primeiros sucessos 14)

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Coleção Primeiros Sucessos – Desejo Selvagem – Sandra Brown — Você não pode carregá-la e abrir caminho com a faca ao mesmo tempo. — Ela ergueu os cabelos do pescoço, sabendo que nunca mais contaria com uma escova como algo certo. — E não tenho condições de arriscar que você desmaie. Você não está tendo seu ciclo menstrual ou alguma coisa assim, está? Kerry o olhou sem fala, totalmente perplexa. Nem mesmo percebeu que soltou os cabelos e deixou-os cair sobre os ombros. Ela abaixou a cabeça. — Não. — Isso é bom. Agora, beba um gole de água. — Depois que ela fez isso e lhe devolveu o cantil, murmurou: — Sinto muito sobre suas câmeras. — Sim, eu também sinto. Estamos passando por muita coisa juntos. Kerry podia dizer, pelo sorriso de Linc, que ele a estava provocando. — Eu falo sério. Lamento que você tenha tido de destruí-las. — Elas podem ser substituídas. — E quanto ao seu filme? — Espero que as embalagens sejam tão resistentes à água quanto a propaganda alega. Se forem, eu terei uma história sensacional para vender quando chegar em casa. — Ele se levantou. — Eu carregarei Lisa, e sem mais discussões sobre isso. Não podemos caminhar muito mais depois que escurecer. Linc ofereceu-lhe a mão. Kerry aceitou agradecidamente, e apoiou-se nele para conseguir se levantar. Ele ergueu Lisa sobre suas costas, acomodou-a numa posição confortável, e moveu-se para o começo da fila novamente. Kerry se sentia perigosamente perto das lágrimas. Ela tornou-se imune ao zumbido dos insetos, aos répteis da selva rastejando perto de seus pés, ao calor sufocante da tarde, aos gritos dos macacos e aos cantos dos pássaros. Concentrou-se unicamente em seguir a liderança de Linc, e em continuar de pé, quando seu corpo ameaçava dobrar-se em si mesmo e nunca mais se mover. O sol já tinha se posto há muito tempo, e as sombras da floresta eram escuras e ameaçadoras antes que Linc parasse. Ele havia se deparado com um riacho raso sob uma cachoeira fina que caía entre duas pedras cobertas por videiras. Deslizou Lisa de suas costas, e rolou os ombros para aliviar a tensão. Os órfãos estavam muito cansados para reclamar. Alguns já estavam dormindo quando Kerry circulou entre eles, carregando cantis de água fresca do riacho. Não havia comida para distribuir, e mesmo se houvesse, eles estavam muito exaustos para comer. Kerry ansiava por tirar suas botas e pôr seus pés dentro da água. Todavia, ceder a tal luxo estava fora de questão. Seus pés poderiam inchar tanto que não entrariam mais nas botas. Se eles fossem atacados, ela não teria tempo. E pela maneira que Linc estava circulando os perímetros do lugar de descanso escolhido, ataque parecia uma possibilidade muito real. Ele aproximou-se de Kerry e se sentou. As sobrancelhas unidas de Linc a fez perguntar: 80


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