Devarim 43 (ano 15 -Dezembro de 2020)

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MARAJÓ – VOCÊ SABIA? Íria Ferreira Chocron Introdução

O

s processos migratórios que foram relatados em diversos estudos históricos sempre foram acompanhados de muitas questões impulsionadoras para que o deslocamento dos povos acontecesse. Os judeus carregam em sua longa e sinuosa trajetória muitos períodos marcados por perseguições e repressões, sendo movidos por questões sociais, econômicas e, principalmente, religiosas. As grandes dispersões dos judeus fizeram com que eles fossem se espalhando ao redor do mundo, disseminando a sua rica cultura e fortalecendo os seus costumes. Dentre os lugares em que eles se instalaram, a região Amazônica e, mais especificamente, a Ilha de Marajó, teve a honra de ter recebido muitas famílias judias, que ajudaram, fortemente, no desenvolvimento econômico e cultural da região. Para entender um pouco mais sobre a chegada dos judeus na Ilha de Marajó será necessário voltar um pouco na história e compreender as passagens vividas pelos judeus, mapeando todos os trajetos que eles fizeram até a chegada ao Brasil e na região Amazônica. A base histórica que será utilizada para criar uma sequência cronológica até alcançar o ponto desejado, a chegada e instalação das famílias judias na Ilha de Marajó, será iniciada a partir da expulsão no primeiro século da era comum dos judeus da região dos antigos reinados de Judá e Israel pelos romanos (que, na tentativa de apagar a ligação judaica com a região, a renomearam como “Syria Palaestina”), também chamada de “Segunda Diáspora judaica”. Eles foram se espalhando ao redor do mundo, formando bases entre os países da Ásia, Europa e África. Durante muito tempo, as famílias judias, que estavam se instalando nas regiões citadas, acreditavam que estariam vivendo em locais onde pudessem seguir a sua cultura e religião de forma livre, porém, em alguns locais, não era isso que acontecia.

A presença judaica na região amazônica, especificamente na Ilha de Marajó, aconteceu um pouco antes do início do ciclo da borracha. Época na qual as riquezas do local estavam sendo amplamente exploradas.

Revista da Associação Religiosa Israelita-A R I

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